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CAIXA 2021 PCD - CADERNO DE QUESTÕES

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CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 1
EXAMES SIMULADOS - QUESTÕES 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
01. “A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, 
chegou ao ponto mais distante da Expedição Oriente, a 
cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas 
navegações, essa é a primeira vez que os Schürmann 
aportam em solo chinês. A negociação para ter a 
autorização do país começou há mais de três anos, quando 
a expedição estava em fase de planejamento. Essa também 
é a primeira vez que um veleiro brasileiro recebe autorização 
para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades 
do país.” 
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-
schurman nb-navega-pela-primeira-vez-naantartica.html) 
Para ficar caracterizada a ideia de passado distante, a 
expressão “há mais de três anos” deve ser reescrita: “há 
mais de três anos atrás”. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 04. 
 
Crônica 
 
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de 
alimentação! É o que exclamo depois de ler as 
recomendações de um nutricionista americano, o dr. 
Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma das 
causas principais das dietas inadequadas.” Certo, 
certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família nordestina 
estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem 
pertinho do restaurante Vendôme, mas apática, sem a 
menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o 
especialista: “Embora haja alimentos em quantidade 
suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que 
muitas pessoas não compreendem e não sabem selecionar 
os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira 
ou no supermercado vê que a maioria dos brasileiros 
compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre, 
deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o 
nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o nutricionista 
americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos 
tirados de cada um dos seguintes grupos de alimentos: o 
leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e 
o sorvete”. Embora modestamente, sempre pensei também 
assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as 
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de 
verminoses. Por quê? Porque seus pais não sabem 
selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A 
solução lógica seria dar-lhes sorvete, todas as crianças do 
mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas 
proximidades do Bob´s e do Morais há sempre bandos de 
meninos favelados que ficam só olhando os adultos que 
descem dos carros e devoram sorvetes enormes. Crianças 
apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A 
carne constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou 
mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha, peixe ou 
ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que 
divulgam as suas palavras redentoras! E dizer que o nosso 
povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e 
continua a comer pouco, comer mal, às vezes até a não 
comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi 
inúmeras vezes, aqui no Rio, gente que prefere vasculhar 
uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à 
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito 
aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal seus 
alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e 
outras que o Brasil não vai pra frente. CAMPOS, Paulo 
Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2015. p. 40-42. 
 
02. O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é 
frequentemente escrito em primeira pessoa e reflete, muitas 
vezes, o posicionamento pessoal de seu autor. Pode-se 
afirmar que, na crônica de Paulo Mendes Campos, o “eu” 
que fala: 
(A) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard 
(B) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz 
(C) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado 
(D) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação científica 
pelos jornais 
 
03. Pode-se afirmar que o texto de Paulo Mendes Campos é 
argumentativo, uma vez que se caracteriza por: 
(A) encadear fatos que envolvem personagens 
(B) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia 
(C) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos 
(D) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação 
 
04. Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a 
palavra em destaque pode ser substituída, sem prejuízo do 
sentido, por: 
(A) adestra, amestra, amansa 
(B) educa, corrige, repreende 
(C) catequiza, converte 
(D) formula, ensina 
 
05. Por Jonas Valente*, especial para um blog. A Comissão 
Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos da 
Câmara dos Deputados divulgou seu relatório final. Nele, 
apresenta proposta de diversos projetos de lei com a 
justificativa de combater delitos na rede. Mas o conteúdo 
dessas proposições é explosivo e pode mudar a Internet 
como a conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de 
censura na web, ampliando a repressão ao acesso a filmes, 
séries e outros conteúdos não oficiais, retirando direitos 
dos internautas e transformando redes sociais e outros 
aplicativos em máquinas de vigilância. Não é de hoje que o 
discurso da segurança na Internet é usado para tentar 
atacar o caráter livre, plural e diverso da Internet. Como há 
dificuldades de se apurar crimes na rede, as soluções 
buscam criminalizar o máximo possível e transformar a 
navegação em algo controlado, violando o princípio da 
presunção da inocência previsto na Constituição Federal. 
No caso dos crimes contra a honra, a solução adotada pode 
ter um impacto trágico para o debate democrático nas redes 
sociais - atualmente tão importante quanto aquele realizado 
nas ruas e outros locais da vida off line. Além disso, as 
propostas mutilam o Marco Civil da Internet, lei aprovada 
depois de amplo debate na sociedade e que é referência 
internacional. (*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016) Após a 
leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas: 
I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão 
equilibrada e vanguardista da Comissão Parlamentar que 
legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados. 
II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em 
todos os sentidos, e a referida Comissão Parlamentar está 
querendo cercear o direito à plena execução deste marco. 
III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em 
geral e o livre modo de se expressar venham a sofrer 
censura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara 
dos Deputados. 
IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão 
do jornalista, está longe de se concretizar através das leis a 
serem votadas no Congresso Nacional. 
V. Combater os crimes da internet com a censura, para o 
jornalista, está longe de ser uma estratégia correta, sendo 
mesmo perversa e manipuladora. 
Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas. 
(A) I, II, III. 
(B) II, III, IV. 
(C) II, III, V. 
(D) II, IV, V. 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 2
 
06. Como a sociedade moderna se organiza diante da 
felicidade. Presencia-se na atualidade uma concepção 
difundida de que a lógica capitalista, com o auxílio da 
publicidade, especula a felicidade como dependente da 
satisfação dos desejos materiais do homem. Tal fato 
contraria a ótica do início do século 20, como observa o 
sociólogo Max Weber no livro A ética protestante e o 
espírito do capitalismo, onde eram as leis suntuárias que 
mostravam ao ser humano o que deveria ser consumido e o 
que era preciso fazer para ser feliz. Isso mostra como a 
sociedade moderna, por influência ou não da publicidade 
comercial, pode se organizar diante da felicidade. Nisto não 
parece haver implícita ideia religiosa que prometa o paraíso 
na vida eterna. Pelo contrário, como evidencia o pai da 
psicanálise, Sigmund Freud, talvez a felicidadeconsista em 
poder do narcisismo. Nesse contexto, podemos deduzir que 
o discurso publicitário leva muitas vezes o indivíduo a 
acreditar naquilo que é dito e a lutarem e buscarem todo o 
prazer proporcionado pelo consumo daquilo que é 
anunciado. O significado das mercadorias associadas como 
valor de uso, passa a ser disseminado como dizendo 
respeito a características que representam o ideal de 
felicidade da sociedade, por exemplo. Para a publicitária e 
mestre em Sociologia pela Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE) Lívia Valença da Silva, “esta felicidade 
abrange uma realização pessoal e profissional que envolve 
boa aparência e desenvoltura, aprovação social, conforto e 
bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor 
e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos”. 
 
 
Bens descartáveis 
 
Seguindo essa linha de raciocínio, o psicanalista Jurandir 
Freire Costa, na obra A ética e o espelho da cultura, enfatiza 
que o homem tem muitas vezes a tendência de acompanhar 
as metamorfoses sociais, e com todas as mudanças no 
cotidiano, acaba moldando-se as mesmas, sem muitas 
vezes se questionarem. Mas, segundo o psicanalista, 
quando o sujeito se apercebe num emaranhado de 
atribuições disseminados pela publicidade que nem sempre 
foram pensadas e analisadas, é que chegam os conflitos e 
desamparos, porque perdem muitas vezes a noção de 
singularidade para serem mais um na multidão. Com efeito, 
o sociólogo Jean Baudrillard frisa que na cultura do 
consumo, na qual o homem contemporâneo se encontra 
inserido: “Como a ‘criança-lobo’ se torna lobo à força de 
com ele viver, também nós, pouco a pouco nos tornamos 
funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que 
existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua 
sucessão permanente” (trecho extraído do livro A sociedade 
do consumo). Por conseguinte, e com todas as mudanças 
ocorridas no contexto social vigente, bem como a produção 
de bens materiais em larga escala, muitas vezes se sofre a 
influência dos bens produzidos. Contudo, esses bens 
propagandeados afiguram-se cada vez mais descartáveis, 
pois já não se tem mais quem herde o sentido moral e 
emocional que eles no início do século 20 materializavam. 
Isso fez o jornalista Arnaldo Jabor carecer que “o futuro 
virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos com 
uma velocidade que fez do presente um arcaísmo em 
processo, uma espécie de passado ao vivo em 
decomposição”. 
 
 
Sistema publicitário é um código 
 
Ademais, atualmente o pensamento mais comumente 
evocado parece com um gozo excessivo proporcionado pela 
conquista do desejo de consumo aspirado pelo indivíduo. 
Isso tem tornado os homens vivenciadores de crises de 
referências, como bem atestam alguns psicanalistas, à 
medida que percebemque não só a mídia (publicidade), mas, 
o meio que o cerca tem muitas vezes a capacidade de 
artificializar as relações humanas, fazendo com que não 
tenha vontade própria, realizando o desejo e a vontade dos 
outros e não as suas. (...) Nesse contexto, Freud se refere 
aos “mal-estares” da nossa civilização, como nada mais que 
uma economia libidinal baseada no gozar. Enquanto, por 
exemplo, a mais-valia sustenta a economia capitalista em 
Karl Marx, o gozo sustenta a economia libidinal no sujeito 
em Freud. Argumenta que o indivíduo enquanto goza, não 
só no concernente a sexualidade, mas também na aquisição 
de bens de consumo, considera-se feliz. Tendo em vista o 
anúncio cobiçoso como disseminador da felicidade e, 
levando em consideração o desenvolvimento tecnocientífico 
que promete a felicidade através do Prozac, do apartamento 
à beira-mar, entre outras possibilidades, o psicólogo Martin 
Seligman, no livro Felicidade Autêntica, expressa algo muito 
interessante. Diz que o homem, aceitando suas limitações 
diante da felicidade, esta pode estruturarse, entre outras 
possibilidades, na interface entre o prazer, o engajamento e 
o significado. 
 
 
A história e as escolhas 
 
Prazer, em se tratando da situação agradável de quando se 
ouve uma boa música ou se faz sexo. Já o engajamento é a 
profundidade de envolvimento da pessoa com sua vida. 
Finalmente o significado, como a sensação de que a vida faz 
parte de algo maior. Salienta também em suas pesquisas, 
que um dos maiores erros das sociedades contemporâneas 
é concentrar a busca da felicidade em apenas um dos três 
pilares, esquecendo os outros. Sendo que as pessoas 
escolhem justo o mais fraco deles; o prazer. Enfatiza que o 
engajamento e o significado são elos indispensáveis na vida 
do ser humano frente à felicidade. 
 
 
Felicidade 
 
Marcelo Jeneci 
Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz 
Sentirá o ar sem se mexer 
Sem desejar como antes sempre quis 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
Lembrará os dias 
que você deixou passar sem ver a luz 
Se chorar, chorar é vão 
porque os dias vão pra nunca mais 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Tem vez que as coisas pesam mais 
Do que a gente acha que pode aguentar 
Nessa hora fique firme 
Pois tudo isso logo vai passar 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
Melhor viver, meu bem 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 3
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Dançar na chuva quando a chuva 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
 
 
Analisando-se a figura destacada, pode-se afirmar: 
(A) A mensagem transmitida pelas imagens e seus títulos 
contradizem o conceito de felicidade abordado pelos textos de 
Ronaldo Barbosa e de Marcelo Jeneci. 
(B) Os elementos que compõem a primeira imagem 
descontroem o sentido de narcisismo abordado no texto de 
Ronaldo Barbosa. 
(C) O título “O fracassado”, considerando-se os valores 
cultivados na pós-modernidade, constitui uma verdade 
configurada socialmente. 
(D) A palavra “bem-sucedido” está em desrespeito às normas da 
Nova Ortografia da Língua Portuguesa, pois o uso do hífen caiu 
em desuso. 
(E) A palavra “fracassado”, em relação ao processo de formação 
das palavras, é uma derivação prefixal e sufixal, 
simultaneamente. 
 
07. TEXTO ÉDIPO-REI 
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está 
ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um tem na mão um 
ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de 
Zeus. O texto é a parte introdutória de uma das maiores 
peças trágicas do teatro grego e exemplifica o modo 
descritivo de organização discursiva. O elemento abaixo 
que NÃO está presente nessa descrição é: 
(A) a localização da cena descrita. 
(B) a identificação dos personagens presentes. 
(C) a distribuição espacial dos personagens. 
(D) o processo descritivo das partes para o todo. 
(E) a descrição de base visual. 
 
08. Texto 1 - Problemas Sociais Urbanos 
 
Brasil escola 
 
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a 
questão da segregação urbana, fruto da concentração de 
renda no espaço das cidades e da falta de planejamento 
público que vise à promoção de políticas de controle ao 
crescimento desordenado das cidades. A especulação 
imobiliária favorece o encarecimento dos locais mais 
próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à 
grande massa populacional. Além disso, à medida que as 
cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil 
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a 
grande maioria da populaçãopobre busque por moradias 
em regiões ainda mais distantes. Essas pessoas sofrem 
com as grandes distâncias dos locais de residência com os 
centros comerciais e os locais onde trabalham, uma vez que 
a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse 
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se 
a isso as precárias condições de transporte público e a 
péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às 
vezes não contam com saneamento básico ou asfalto e 
apresentam elevados índices de violência. A especulação 
imobiliária também acentua um problema cada vez maior no 
espaço das grandes, médias e até pequenas cidades: a 
questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois 
principais motivos: 
1) falta de poder aquisitivo da população que possui 
terrenos, mas que não possui condições de construir neles 
e 
2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se 
tornem mais caros para uma venda posterior. 
Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como 
o acúmulo de lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos 
de doenças, como a dengue. A estruturação do texto 1 é 
feita do seguinte modo: 
(A) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e 
um desenvolvimento com destaque de alguns problemas; 
(B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e 
explicação de um deles, visto como o mais importante; 
(C) uma apresentação de caráter histórico seguida da 
explicitação de alguns problemas ligados às grandes cidades; 
(D) uma referência imediata a um dos problemas sociais 
urbanos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo 
problema; 
(E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua 
explicação histórica, motivo de crítica às atuais autoridades. 
 
09. 
 
 
Sobre a charge acima, pode-se dizer que sua temática 
básica é: 
(A) a inadequação dos turistas no Rio de Janeiro; 
(B) o excesso de eventos na capital carioca; 
(C) a falta de segurança nas praias do Rio; 
(D) a crítica ao calor excessivo no verão do Rio; 
(E) a crítica à poluição das águas no Rio. 
 
10. TEXTO 1 - O futuro da medicina 
 
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das 
profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem 
músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente 
poupado até aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico 
e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You 
Now" (o paciente vai vê-lo agora), está no forno uma 
revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá 
impactos positivos para os pacientes. Para Topol, o futuro 
está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis 
tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que 
terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por 
exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a 
um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que 
um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 4
um câncer, o que exige medidas adicionais. Está para 
chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular 
num verdadeiro laboratório de análises clínicas, realizando 
mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é 
possível, adquirindo lentes que custam centavos, 
transformar o smartphone num supermicroscópio que 
permite fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. Tudo 
isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, 
fará com que as pessoas administrem mais sua própria 
saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões 
e de preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o 
autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o 
paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. 
Concordando com as linhas gerais do pensamento de 
Topol, mas acho que, como todo entusiasta da tecnologia, 
ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, 
que os hospitais caminhem para uma rápida extinção. 
Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é 
uma excelente leitura para os interessados nas 
transformações da medicina. 
 
Segundo o autor citado no texto 1, o futuro da medicina: 
 
(A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia; 
(B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia; 
(C) levará à extinção da profissão de médico; 
(D) independerá completamente dos médicos; 
(E) estará limitado aos meios eletrônicos. 
 
11. Desde o desenvolvimento da linguagem, há 5.000 anos, a 
espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo 
direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a 
limitação da biologia e os açoites da natureza. Foi pela 
capacidade de pensar e de se comunicar que a humanidade 
obteve os meios para escapar da fome e da morte 
prematura. O atual empuxo tecnológico se acelerou de tal 
forma que alguns felizardos com acesso a todos os 
recursos disponíveis na vanguarda dos avanços médicos, 
biológicos, tecnológicos e metabólicos podem 
realisticamente pensar em viver em boa saúde mental e 
física bem mais do que 100 anos. O prolongamento da vida 
saudável, em razão de uma velhice sem doenças, já foi só 
um exercício de visionários. Hoje é um campo de pesquisa 
dos mais sérios e respeitados. Robert Fogel, o principal 
formulador do conceito da evolução tecnofísica, e outros 
estudiosos estão projetando os limites dessa fabulosa 
caminhada cultural na qualidade de vida dos seres 
humanos. Quando se dedicam a essa tarefa, os estudiosos 
esbarram, em primeiro lugar, nas desigualdades de renda e 
de acesso às inovações. Fazem parte das conjecturas dos 
estudiosos a questão ambiental e a necessidade urgente de 
obtenção e popularização de novas formas de energia 
menos agressivas ao planeta. (Adaptado de Revista Veja, 25 
de abril de 2012 p 141) 
... a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo 
direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a 
limitação da biologia ... (1º parágrafo) O sentido do 
segmento grifado acima está reproduzido com outras 
palavras, respeitando-se a lógica, a correção e a clareza, 
em: 
(A) o caminho da evolução da humanidade, apesar das 
limitações biológicas, passam ainda hoje pelo desenvolvimento c 
cultural, que as possibilita. 
(B) o desenvolvimento cultural da humanidade permitiu descobrir 
as causas de problemas que afetavam a saúde das pessoas, 
bem como combater as doenças. 
(C) os problemas de origem física, como uma doença, nem 
sempre foi possível resolvê-la, com base nos problemas 
resultantes da biologia. 
(D) com o desenvolvimento da cultura humana, descobriu-se as 
leis da biologia e do ambiente que viviam, permitindo-os evoluir 
com mais saúde. 
(E) as descobertas científicas da biologia veio permitir que a 
humanidade fosse se tornando mais capaz de evoluir por um 
tempo mais longo e com saúde. 
 
12. A historieta a seguir deverá ser utilizada para resolver a 
questão a seguir. 
 
 
 
Tendo por base a frase “Venha aqui, seu vagabundo”, 
analise as afirmações seguintes. 
I. Temos na oração, um verbo conjugado no modo 
imperativo. 
II. O vocábulo “seu”, no caso, é um pronome possessivo. 
III. A vírgula foi empregada para isolar o vocativo. 
É correto o que se afirmou em: 
(A) I, apenas. 
(B) I e III, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e III. 
 
13. Um estudo feito pela Universidade de Michigan 
constatou que o que mais se faz no Facebook, depois de 
interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que 
acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil, adicionará 
aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No final, todo 
mundo vira amigo de todo mundo. Mas, não é bem assim. 
As redes sociais têm o poder de transformar os chamados 
elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente 
social, mas não são suas amigas) em elos fracos - uma 
forma superficial de amizade. Pois é, por mais que existam 
exceções ______ qualquer regra, todos os estudos mostram 
que amizades geradas com a ajuda da Internet são mais 
fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem 
fora dela. Issonão é inteiramente ruim. Os seus amigos do 
peito geralmente são parecidos com você: pertencem ao 
mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos 
fracos, não. Eles transitam por grupos diferentes do seu e, 
por isso, podem lhe apresentar novas pessoas e ampliar 
seus horizontes - gerando uma renovação de ideias que faz 
bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades 
antigas. O problema é que a maioria das redes na Internet é 
simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma 
pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado 
a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro dizer “não’ 
________ alguém que você conhece, todo mundo acaba 
adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ 
banalização do conceito de amizade. É verdade. Mas, com a 
chegada de sítios como O Twitter, ficou diferente. Esse tipo 
de sítio é uma rede social completamente assimétrica. E 
isso faz com que as redes de “seguidos” de alguém possam 
se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a 
sua própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas Christakis, 
da Universidade de Harvard, percebeu que seus Amigos 
tinham começado a se comunicar entre si 
Independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único 
ponto em comum era o próprio Christakis acabaram ficando 
amigas. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você 
tem a dizer e começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. 
Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu 
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores 
também podem se interessar pelos seus tuítes e começar a 
seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 5
conhecendo, mas as pessoas que estão _______ nossa 
volta podem virar amigas entre si. Considere as seguintes 
afirmações. 
I. Através do uso do advérbio sim (L.08), o autor valida a 
assertiva de que as redes sociais tendem a transformar elos 
latentes (L.05) em elos fracos (L.06). 
II. Por meio da frase Isso não é inteiramente ruim (L.09), o 
autor manifesta-se favorável à afirmação de que as 
melhores amizades são aquelas que descobrimos fora das 
redes sociais. 
III. Mediante o emprego do segmento É verdade (L.17), o 
autor reitera sua opinião a respeito do caráter trivial que a 
concepção de amizade vem assumindo nas redes sociais. 
Quais estão corretas, de acordo com o texto? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
14. Leia a tira. 
 
 
 
No segundo quadrinho, a fala da personagem revela: 
(A) hesitação. 
(B) indiferença. 
(C) contradição. 
(D) raiva. 
(E) exaltação. 
 
15. Saber é trabalhar 
 
Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, 
o trabalhador sente a necessidade de aprimorar a sua 
formação para obter um posto de trabalho. As empresas 
buscam os mais qualificados em cada categoria e excluem 
os que não se encaixam no perfil pretendido. Nos últimos 
anos, essa não tem sido a lógica vigente no Brasil. Segundo 
a pesquisa de emprego urbano feita pelo Dieese 
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos 
Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema 
Estadual De Análise de Dados), os níveis de pessoas sem 
emprego estão apresentando quedas sucessivas de 2005 
para cá. O desemprego em nove regiões metropolitanas 
medido pela pesquisa era de 17,9% em 2005 e fechou em 
11,9% em 2010. A pesquisa do Dieese é um medidor 
importante, pois sua metodologia leva em conta não só o 
desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como 
também o oculto (pessoas que desistiram de procurar ou 
estão em postos precários). Uma das consequências dessa 
situação é apontada dentro da própria pesquisa, um 
aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores 
ocupados. A outra é a dificuldade que as empresas têm de 
encontrar mão de obra qualificada para os postos de 
trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral 
apresentou, em março, a pesquisa Carência de Profissionais 
no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis 
técnico, operacional, estratégico e tático. Do total, 92% das 
empresas admitiram ter dificuldade para contratar a mão de 
obra de que necessitam. 
(Língua Portuguesa, outubro de 2011, Adaptado) 
De acordo com o texto “Saber é Trabalhar” responda: 
O texto revela que, no Brasil, 
(A) as empresas estão mais rigorosas para selecionar os mais 
qualificados. 
(B) os índices de desemprego têm se elevado continuamente 
nas regiões metropolitanas. 
(C) os trabalhadores têm investido mais do que o necessário em 
sua formação profissional. 
(D) as pesquisas sobre emprego são pouco consistentes e 
confiáveis. 
(E) as empresas convivem com a carência de mão de obra 
qualificada. 
 
16. A frase inicial do texto - Geralmente, numa situação… 
um posto de trabalho. - expressa as condições gerais em 
uma situação de altos índices de desemprego. De acordo 
com essas condições, 
(A) o perfil de profissional pretendido nem sempre é bem 
definido nas empresas. 
(B) o desemprego aumenta em decorrência da qualificação 
profissional. 
(C) a formação de um profissional é, via de regra, questão 
secundária na sua contratação. 
(D) a qualificação profissional é um caminho para se conseguir 
um emprego. 
(E) o profissional deve ter qualificação inferior em relação às 
pretensões da empresa. 
 
17. De acordo com o texto 
“Saber é Trabalhar” responda: 
No contexto em que se insere o período - A outra é a 
dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra 
qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. - 
(3.º parágrafo), entende-se que a expressão 
“A outra” refere-se a: 
(A) consequências. 
(B) lógica. 
(C) pesquisa. 
(D) situação. 
(E) metodologia. 
 
18. McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das 
mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia, 
implica, sim, que cada participante das novas mídias terá 
um envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, 
que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e 
fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A 
aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o 
risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas 
pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da 
comunidade de que escolhemos participar. Não faz sentido 
falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de 
atualizações nas páginas e na capacidade dos usuários de 
distinguir essas variações como relevantes no conjunto 
virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para 
achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os 
usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar 
parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de 
um conjunto finito de observações e reconhecer a 
organização geral da rede de que participam. O fluxo de 
informação que percorre as artérias das redes sociais é um 
poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos recentes 
vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a 
esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar 
sem conexão no telefone celular”), descrito como a 
ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um 
número crescente de pessoas quando acaba a bateria do 
dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a 
Internet. Essa informação, como toda nova droga, ao 
embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode 
tanto ser um remédio quanto um veneno para o espírito. As 
expressões destacadas nos trechos - meter o bedelho / 
estimar parâmetros / embotar a razão - têm sinônimos 
adequados respectivamente em: 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 6
a) procurar / gostar de / ilustrar 
b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer 
c) interferir / propor / embrutecer 
d) intrometer-se / prezar / esclarecer 
e) contrapor-se / consolidar / iluminar 
 
19. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os 
combatentes contemplavam-nos entristecidos. 
Surpreendiam-se;comoviam-se. O arraial, in extremis, 
punhalhes adiante, naquele armistício transitório, uma 
legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num 
assalto mais duro que o das trincheiras em fogo. Custava-
lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão 
numerosa ainda dos casebres bombardeados durante três 
meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços 
esmirrados e sujos, cujos molambos em tiras não 
encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão 
longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele 
triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente 
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de 
reveses e de milhares de vidas, o apresamento daquela 
caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e 
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, 
num longo enxurro de carcaças e molambos... Nem um 
rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, 
nem um peito resfolegante de campeador domado: 
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, 
moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma 
fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos 
quadris desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos 
suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos 
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; 
velhos, sem-número de velhos; raros homens, enfermos 
opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, 
andar cambaleante. (CUNHA, Euclides da. Os sertões: 
campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves, 1980.) Em qual das alternativas abaixo 
NÃO há um par de sinônimos? 
a) Armistício - destruição 
b) Claudicante - manco 
c) Reveses - infortúnios 
d) Fealdade - feiura 
e) Opilados – desnutridos 
 
20. Leia a oração abaixo e, em seguida, assinale a 
alternativa que apresenta um sinônimo para a palavra 
destacada. “Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas 
espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite.” 
(A) Desgosto. 
(B) Dissabor. 
(C) Desarranjo. 
(D) Alquebramento. 
(E) Regozijo. 
 
21. Dos sinônimos sugeridos para as palavras destacadas 
nos seguintes fragmentos do texto, o único adequado ao 
contexto 
é: 
A) “...confiava-me sua dor pela separação...” (contava-me) 
B) “tomando o exemplo do amor...” (criticando) 
C) “justamente, era como se a falta do namorado...” 
(contrariamente) 
D) “pois bem, nunca sei se as declarações...” (às vezes) 
E) “...nossa verborragia amorosa atropela o outro.” (criatividade) 
 
22. A morte do narrador 
 
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando 
a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura para com 
os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma 
de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais 
vovôs e vovós, porque estavam todos na academia 
querendo parecer com seus netos. Claro, minha leitora me 
entendeu mal. Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que 
acontece com frequência quando se discute o tema da 
velhice, é comum, principalmente porque o próprio termo 
“velhice" já pede sinônimos politicamente corretos, como 
“terceira idade", “melhor idade", “maturidade", entre outros. 
Uma característica do politicamente correto é que, quando 
ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque 
esse uso se refere a um conceito já considerado como algo 
ruim. A marca essencial do politicamente correto é a 
hipocrisia articulada como gesto falso, ideias bem 
comportadas. Voltando à velhice. Minha leitora entendeu 
que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na 
solidão e no abandono, e não procurar ser felizes. Mas, 
quando eu dizia que eles estão fugindo da condição de 
avós, usava isso como metáfora da mentira (politicamente 
correta) quanto ao medo que temos de afundar na doença, 
antes de tudo psicológica, devido ao abandono e à solidão, 
típicos do mundo contemporâneo. Minha crítica era à nossa 
cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a juventude como 
padrão de vida e está intimamente associada ao medo do 
envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção é pela 
“negação", traço de um dos sintomas neuróticos descritos 
por Freud. Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, 
dizia que na modernidade o narrador da vida desapareceu. 
Isso quer dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, 
de narrar a vida e propor sentido para ela perderam esse 
lugar. Hoje os mais velhos querem “aprender" com os mais 
jovens (aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir, 
viajar, estar nas redes sociais). Esse fenômeno, além de 
cruel com o envelhecimento, é também desorganizador da 
própria juventude. Ouço cotidianamente, na sala de aula, os 
alunos demonstrarem seu desprezo por pais e mães que 
querem aprender a viver com eles. Alguns elementos do 
mundo moderno não ajudam a combater essa 
desvalorização dos mais velhos. As ferramentas de 
informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, 
aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do 
acúmulo de conhecimento posto a serviço dos 
consumidores, que questionam as “verdades constituídas 
do passado". A própria estrutura sobre a qual se funda a 
experiência moderna - ciência, técnica, superação de 
tradição - agrava a invisibilidade dos mais velhos. Em 
termos humanos, o passado (que “nada" serve ao mundo 
do progresso) tem um nome: idoso. Enfim, resta aos vovôs 
e vovós ir para a academia ou para as redes sociais. (Luiz 
Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado) O 
termo empregado com sentido figurado está em destaque 
na seguinte passagem do texto: 
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com 
frequência quando se discute o tema da velhice… (segundo 
parágrafo). 
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas 
colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós… 
(primeiro parágrafo). 
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na 
modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúltimo 
parágrafo). 
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência 
moderna - ciência, técnica, superação de tradição - agrava a 
invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo). 
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se 
afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto 
parágrafo). 
 
23. Ficção universitária 
 
Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro 
de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o 
mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino 
são indissociáveis. É claro que universidades que fazem 
pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir 
mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, 
tornando-se assim instituições que se destacam também no 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 7
ensino. O Ranking Universitário mostra essa correlação de 
forma cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas 
em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as 
demais estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que 
saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a 
pesquisa. Daí não decorre que só quem pesquisa, atividade 
estupidamente cara, seja capaz de ensinar. O gasto médio 
anual por aluno numa das três universidades estaduais 
paulistas, aí embutidas todas as despesas que contribuem 
direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo 
inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil 
(dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo 
algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais. Não 
é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o 
país não dispõe de recursos para colocar os quase sete 
milhões de universitários em instituições com o padrão de 
investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa 
aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa 
taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, 
contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso para não 
mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e 
Finlândia (92%). Em vez de insistirna ficção constitucional 
de que todas as universidades do país precisam dedicar-se 
à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como ele é e 
distinguir entre instituições de elite voltadas para a 
produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-
lo. O Brasil tem necessidade de ambas. Assinale a 
alternativa em que a expressão destacada é empregada em 
sentido figurado. 
(A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata 
dos especialistas... 
(B) Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro 
de 2013... 
(C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que 
o país não dispõe de recursos... 
(D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de 
ensino... 
(E) ... todas as despesas que contribuem direta e indiretamente 
para a boa pesquisa... 
 
24. Leia o texto para responder a questão. 
 
Um pé de milho 
 
Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra 
trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser 
um pé de capim - mas descobri que era um pé de milho. 
Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. 
Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas 
ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio 
um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade 
aquilo era capim. Quando estava com dois palmos veio 
outro amigo e afirmou que era cana. Sou um ignorante, um 
pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, 
está com dois metros, lança as suas folhas além do muro - e 
é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? 
Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais - 
mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um anteiro, 
espremido, junto do portão, numa esquina de rua - não é um 
número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas 
raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e 
verdes nunca estão imóveis. Anteontem aconteceu o que 
era inevitável, mas que nos encantou como se fosse 
inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores 
belas no mundo, e a flor do meu pé de milho não será a mais 
linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento 
do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma 
força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo 
que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um 
belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem 
que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um 
rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos. Assinale a 
alternativa em que, nas duas passagens, há termos 
empregados em sentido figurado. 
(A) ... beijado pelo vento do mar.... (3º §) / Meu pé de milho é um 
belo gesto da terra. (3º §) 
(B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (1º §) 
(C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... 
(2º §) 
(D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto 
centenas de milharais... (2º §) 
(E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas 
flores belas no mundo... (3º §) 
 
25. Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em 
sentido conotativo. 
(A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter. 
(B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência 
pacífica. 
(C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos 
coloridos do próprio pensamento 
(D) Choviam risadas naquela peça de humor. 
(E) A sabedoria abre as portas do conhecimento. 
 
26. 
 
 
 
 
Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as 
afirmações. 
I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal. 
II. A palavra "Garfield", no segundo quadrinho, aparece 
isolada por vírgula por se tratar de um vocativo. 
III. O humor da tirinha se constrói com base, 
essencialmente, na linguagem não verbal, já que as bruscas 
alterações nas feições de Garfield levam à estranheza do 
leitor. 
Está correto o que se afirma em: 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 8
(A) I, somente. 
(B) II, somente. 
(C) III, somente. 
(D) I e III, somente. 
(E) II e III, somente. 
 
27. O gavião 
 
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco 
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a 
lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais 
sensacional e comovente - o gavião malvado, que mata 
pombas. O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim 
à contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das 
pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros 
(qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem 
matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é 
malvado tal; na verdade come a sua pombinha com a 
mesma inocência com que a pomba come seu grão de 
milho. Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das 
pombas e também o lance magnífico em que o gavião se 
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria 
Saint-Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião 
no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do 
caçador. Que o gavião mate a pomba e o homem mate 
alegremente o gavião; ao homem, se não houver outro bicho 
que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião 
em outro homem. (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. 
Adaptado) O termo gavião, destacado em sua última 
ocorrência no texto - … pode lhe suceder que ele encontre 
seu gavião em outro homem. -, é empregado com sentido 
a) próprio, equivalendo a inspiração. 
b) próprio, equivalendo a conquistador. 
c) figurado, equivalendo a ave de rapina. 
d) figurado, equivalendo a alimento. 
e) figurado, equivalendo a predador. 
 
28. CONTRATEMPOS 
 
Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem 
mais horas do que coisas para se fazer com elas. Sempre 
faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta 
música, faltou dia para tanto sol, faltou domingo para tanta 
praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta 
vida. Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais 
coisa que tempo e as pessoas com mais tempo que coisas 
para fazer com o tempo. As pessoas com menos tempo que 
coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e 
ficam em pé no avião esperando a porta se abrir, e 
empurram e atropelam as outras para entrar primeiro no 
vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que 
você tem que ler antes de morrer” ao invés de ler 
diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer. 
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando 
onde é a festa, e chega à festa querendo saber onde é a 
próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, 
e chega à outra percebendo que era melhor ter ficado na 
primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o 
trabalho. Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. 
Sempre teve tempo de sobra, por isso sempre leu romances 
longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a 
segunda temporada de “Grey’s Anatomy” mas, por ter 
tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se 
preocupar com uma hérnia imaginária, ou para tentar fazer 
as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam 
brigadas com ela, ou escrever cartas longas dentro da 
cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou culpar o sol 
ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, 
achando que a culpa é do mau tempo quando na verdade a 
culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto 
tempo não teria nem tempo para falar do tempo. Quando se 
conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do 
tempo porque o tempo sempre vai correr mais rápido, e ela 
percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e 
pensar menos é uma maneira de ser feliz, e ambos 
perceberam que a felicidade é uma questão de tempo. 
Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o 
bastante para perceber que essa felicidade não faz o menor 
sentido. É correto afirmar que o título do texto tem sentido 
a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem 
encontra quando depara com o tempo. 
b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às 
atitudes das personagens. 
c)figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco 
importando as consequências de subestimá-lo. 
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as 
personagens se relacionam com o tempo. 
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a 
“ela”, pois se trata do tempo real. 
 
29. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os 
combatentes contemplavam-nos entristecidos. 
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, 
punhalhes adiante, naquele armistício transitório, uma 
legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num 
assalto mais duro que o das trincheiras em fogo. Custava-
lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão 
numerosa ainda dos casebres bombardeados durante três 
meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços 
esmirrados e sujos, cujos molambos em tiras não 
encobriam lanhos, escaras e escalavros - a vitória tão 
longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele 
triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente 
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de 
reveses e de milhares de vidas, o apresamento daquela 
caqueirada humana - do mesmo passo angulhenta e 
sinistra, entre trágica e imunda, passandolhes pelos olhos, 
num longo enxurro de carcaças e molambos... Nem um 
rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, 
nem um peito resfolegante de campeador domado: 
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, 
moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma 
fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos 
quadris desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos 
suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos 
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; 
velhos, sem-número de velhos; raros homens, enfermos 
opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, 
andar cambaleante. (CUNHA, Euclides da. Os sertões: 
campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: 
Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão 
em sentido conotativo? 
a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora” 
b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma 
arma, nem um peito resfolegante...” 
c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão 
luxuosos gastos de combates...” 
d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...” 
e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar 
cambaleante” 
 
30. O termo (ou expressão) em destaque, que está 
empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em: 
a) Estou morta de cansada. 
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. 
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. 
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena 
finalmente saiu de casa ontem. 
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! 
 
31. Marque a alternativa em que a ausência de vírgula não 
altera o sentido do enunciado. 
a) O professor espera um, sim. 
b) Recebo, obrigada. 
c) Não, vá ao estacionamento do campus. 
d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 9
e) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas. 
 
32. Assinale a alternativa correta quanto ao uso da 
pontuação. 
a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma 
extensão de nossa personalidade. 
b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são 
as principais causas da ira de trânsito. 
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os 
níveis de estresse em alguns motoristas. 
d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você 
está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos, são 
desconhecidos. 
e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas 
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. 
 
33. A frase escrita com correção é: 
a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e 
memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos no 
Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934. 
b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro 
que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra: 
Memórias, crônica dos começos de sua vida. 
c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de 
Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali 
encontrava-se um grupo de eximios escritores. 
d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de 
Campos, começou a trabalhar cedo no comércio, como meio de 
subsistencia. 
e) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em 1910, a 
coletânea de versos intitulada Poeira; em 1920, já membro da 
Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado federal pelo 
Maranhão. 
 
34. A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo 
e desfrutar da vida, mas um estudo sugere que estamos 
fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos 
manter um padrão de vida razoável. Em 2009, pesquisadores 
publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que 
metade das pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver 
mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 75 
anos. Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das 
pessoas não passaria de 85 anos. Foi quando os japoneses 
ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a 
expectativa de vida nos países desenvolvidos sobe 
linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos 
um limite para o tempo de vida máximo para um ser 
humano. No início do século XX, as melhorias no controle 
das doenças infecciosas promoveram um aumento na 
sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, 
depois da Segunda Guerra Mundial, os avanços da medicina 
no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do 
câncer promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a 
chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 
10%; atualmente excede os 50%. O que agora vai promover 
uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a 
mudança de hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos 
países com a mais longa expectativa de vida. Porém, em 
1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao 
tabagismo. O controle da ingestão de sal e açúcar, e a 
redução dos vícios como cigarro e álcool, além de atividade 
física, vão determinar uma nova onda do aumento de 
expectativa de vida. A própria qualidade de vida, medida por 
anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas 
décadas. O próximo problema a ser enfrentado é a falta de 
dinheiro para as últimas décadas de vida: estamos nos 
aposentando muito cedo e o que juntamos não será o 
suficiente. Precisamos guardar 10% do salário anual e nos 
aposentar aos 80 anos para que a independência econômica 
acompanhe a independência física na aposentadoria. Os 
pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja 
alongada e que os sexagenários mudem seu raciocínio: em 
vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma 
promoção. Atente para as afirmações abaixo. 
I. Sem prejuízo para a correção, o sinal de dois-pontos pode 
ser substituído por “visto que”, precedido de vírgula, em: O 
próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para 
as últimas décadas de vida: estamos nos aposentando 
muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. (7o 
parágrafo) 
II. No segmento A própria qualidade de vida, medida por 
anos de saúde plena, deve mudar para melhor..., as vírgulas 
podem ser corretamente substituídas por travessões. (6o 
parágrafo) 
III. Haverá prejuízo para a correção caso uma vírgula seja 
colocada imediatamente após “alongada” no segmento: Os 
pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja 
alongada e que os sexagenários mudem seu raciocínio... 
(último parágrafo) 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II. 
e) I. 
 
35. Texto - Setenta anos, por que não? 
 
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo 
como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma 
ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de 
barriguinha, então viver é de certaforma uma desgraceira 
que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a 
ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa 
festa sem graça, quem fica animado? Quem não se 
amargura? 
[...] 
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, 
sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, 
com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, 
em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas 
coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando 
(pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma 
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode 
ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou 
casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e 
fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem 
esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela 
primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na 
calçada batendo papo com alguma nova amiga. 
[...] 
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto 
de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo 
só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria 
família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, 
acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de 
nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos 
rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, 
ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias 
exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou 
recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar 
necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma 
coisa. As aspas empregadas em “dos remendos e 
intervenções para manter ou recuperar a “beleza” ” (3º§) 
permitem a leitura de uma crítica à ideia de que: 
a) cada idade tem sua beleza própria 
b) a beleza só está associada à juventude 
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior 
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo 
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo 
 
36. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente 
pontuada. 
a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu. 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 10 
b) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho 
estranho. 
c) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. 
d) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia. 
 
37. O período abaixo foi escrito por Machado de Assis em 
seu Conto de Escola. A alternativa que apresenta a 
pontuação de acordo com a norma culta é: 
a) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o 
Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe 
pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. 
b) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o 
Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe 
pareceu útil para escapar ao castigo do pai. 
c) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o 
Raimundo não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe 
pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. 
d) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o 
Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; 
a um meio que, lhe pareceu útil, para escapar ao castigo do pai. 
e) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o 
Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; 
a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. 
 
38. TEXTO I 
Das vantagens de ser bobo 
- O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para 
ver, ouvir e tocar no mundo. 
- O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por 
duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, 
responde: "Estou fazendo. Estou pensando." 
- Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os 
espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o 
bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. 
- O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos 
não veem. 
- Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas 
alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os 
veem como simples pessoas humanas. 
- O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver 
- O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes 
o bobo é um Dostoievski. 
- Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, 
confiou na palavra de um desconhecido para a compra de 
um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho 
era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a 
Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem 
vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um 
técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão 
estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia 
comprar outro. 
- Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-
fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o 
esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. 
- O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem 
nota que venceu. 
- Aviso: não confundir bobos com burros. 
- Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem 
menos espera. E uma das tristezas que o bobo não prevê. 
César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?" 
- Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! 
- Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no 
céu. 
- Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. 
- O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se 
fazem passar por bobos 
- Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é 
dificilão, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem 
passar por bobos. 
- Os espertos ganham dos outros. Em compensação os 
bobos ganham vida. 
- Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que 
ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que 
eles sabem. 
- Piá lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas 
(não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas 
Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem 
por não nascer em Minas! 
- Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima 
das casas. 
- E quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo 
provoca. E que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só 
o amor faz o bobo. 
 
 “O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se 
fazem passar por bobos.” A assertiva que apresenta análise 
correta em relação ao parágrafo transcrito é: 
a) Há três adjetivos em função predicativa. 
b) Fazer foi usado como verbo impessoal. 
c) O verbo haver está na terceira pessoa do singular porque é 
impessoal. 
d) A forma verbal fazem concorda com o pronome relativo que. 
e) A oração que se fazem passar por bobos deveria estar 
precedida de vírgula porque explica o termo espertos. 
 
39. A importância da família estruturada 
Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz 
um dado revelador: dois terços dos jovens infratores da 
capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai 
dentro de casa. Além de não viverem com o pai, 42% não 
têm contato algum com ele e 37% têm parentes com 
antecedentes criminais. Ajudam a engrossar essas 
estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em 
Cidade Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, depois de fugir 
da Guarda Civil Metropolitana, e Italo, de 10 anos, envolvido 
em três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia 
Militar no início de junho, depois de furtar um carro na Zona 
Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia 
com a mãe. O de Italo está preso por tráfico. A mãe já 
cumpriu pena por furto e roubo. É certo que um pai presente 
e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura 
masculina propriamente dita, faz falta uma família 
estruturada, independentemente da configuração, que dê 
atenção, carinho, apoio, noções de continência e limite, 
elementos que protegem os jovens em fase de 
desenvolvimento. A mãe e a avó, nessa família brasileira 
que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para 
tentar cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas 
são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes, não têm 
tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos 
e garotas quecrescem na rua, longe da escola, em bairros 
sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de 
amigos e parentes que podem estar envolvidos com o 
crime. A criança precisa ter muita autoestima e persistência 
para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto de vida. 
Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu 
potencial, sem ter o que fazer com seu tempo livre, sem 
enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto 
da droga, do tráfico, do delito, da violência e da gestação na 
adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de 
baixa renda, longe da sala de aula, nas periferias, que 
pipocam os quase 15% das jovens que são mães na 
adolescência, taxa alarmante que resiste a baixar nas 
regiões mais carentes. E o que acontece com essa menina 
que engravida porque enxerga na maternidade um papel 
social, uma forma de justificar sua existência no mundo? 
Iludidas com a perspectiva de estabilizar um relacionamento 
(a família estruturada que não têm?), elas ficam, 
usualmente, sozinhas, ainda mais distantes da escola e de 
seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são 
elas que arcam com o ônus do filho, sobrecarregando um 
lar que já vivia no limite. Segue-se um ciclo que parece não 
ter fim. Sem políticas públicas que foquem nessa família 
mais vulnerável, no apoio emocional e social para esses 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 11 
jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, 
em alternativas de lazer, a realidade diária na vida desses 
jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a 
violência e a criminalidade. BOUER, Jairo. A importância da 
família estruturada. 11 jul. 2016. Época. Disponível em: 
Acesso em: 19 jul. 2016 (Adapt.) Releia o trecho a seguir. A 
mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez 
mais matriarcal, desdobram-se para tentar cumprir esses 
requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” 
pela rotina dura. Em relação ao uso das aspas nesse trecho, 
assinale a alternativa CORRETA. 
a) Relativizam um conceito. 
b) Marcam uma transcrição. 
c) Sinalizam ironia por parte do autor. 
d) Destacam uma pausa no texto. 
 
40. Será que a internet está a matar a democracia? 
Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da Universidade de 
Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece 
argumentos a respeito que desaguam em águas tenebrosas. 
A internet oferece palco político para os mais motivados (e 
despreparados). Antigamente, o cidadão revoltado podia ter 
as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando 
o boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas 
opiniões nasciam e morriam no anonimato. Hoje, é possível 
arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de 
"seguidores" que rapidamente espalham a mensagem por 
dezenas, ou centenas, ou milhares de novos "seguidores". 
Quanto mais radical a mensagem, maior será o sucesso 
cibernauta. Mas a internet não é apenas um paraíso para os 
politicamente motivados (e despreparados). Ela tende a 
radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto. A ideia 
de que as redes sociais são uma espécie de "ágora 
moderna", onde existem discussões mais flexíveis e 
pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria 
debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos. Atente 
para as afirmações abaixo a respeito do 1o parágrafo do 
texto. 
I. O ponto de interrogação pode ser excluído, sem prejuízo 
para a correção e o sentido, por se tratar de pergunta 
retórica. 
II. As vírgulas isolam o aposto. 
III. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma 
"argumentos". 
IV. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em 
sentido figurado. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II. 
b) II, III e IV. 
c) II e III. 
d) I e IV. 
 
41. Intolerância religiosa 
 
Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos 
religiosos. A humanidade inteira segue uma religião ou crê 
em algum ser ou fenômeno transcendental que dá sentido à 
existência. Os que não sentem necessidade de teorias pra 
explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos 
que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com 
capacidade de processamento de dados incomparável na 
escala animal ao que tudo indica só o homem faz 
conjecturas sobre o destino após morte. A possibilidade de 
que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo 
é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, 
nasce a tendência de acreditar que somos eternos, caso 
único entre os seres vivos. Todos os povos que deixaram 
registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à 
decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo o 
imaginário humano criou uma infinidade de deuses e 
paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e 
homens avessos à interferências mágicos em assuntos 
terrenos. Perseguidos e assassinados no passado para eles 
a vida eterna não faz sentido. Não se trata de opção 
ideológica: o ateu não acredita porque simplesmente não 
consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém 
a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm 
dificuldade para entender como alguém pode discordar de 
sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus 
quando confrontados com crenças alheias. O ateu desperta 
a ira dos fanáticos porque aceitá-lo como ser pensante 
obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é 
outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das 
melhores qualidades humanas e atribuir as demais às 
tentações do Diabo. Generosidade, Solidariedade e 
compaixão e amor ao próximo constituem reserva de 
mercado dos tementes a Deus, embora em nome dele sejam 
cometidas as maiores atrocidades. Fui educado para 
respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim 
pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas 
contradições existenciais seja bem-vinda desde que não a 
torne intolerante, autoritária e violenta. Quanto aos 
religiosos, leitor, não os considero iluminados nem 
crédulos, superiores ou inferiores os anos me ensinaram a 
julgar os homens por suas ações não pelas convicções que 
apregoam. 
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: 
(A) O texto é polêmico, de vez que, busca estabelecer um 
equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra 
dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência 
advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento 
verdadeiro. 
(B) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer, um 
equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra 
dominam as paixões; já que tanto a religião como a ciência 
advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento 
verdadeiro. 
(C) O texto é polêmico, de vez que: busca estabelecer um 
equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, 
dominam as paixões já que tanto a religião, como a ciência, 
advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento 
verdadeiro. 
(D) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer um 
equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, 
dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência 
advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento 
verdadeiro. 
(E) O texto é polêmico de vez, que busca estabelecer um 
equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra, 
dominam as paixões já que, tanto a religião como a ciência, 
advogam, para si mesmas, o esta- tuto do conhecimento 
verdadeiro. 
 
42. Observe o texto dos quadrinhos. 
 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 12 
 
Considerando a norma-padrão de pontuação e de emprego 
dos pronomes de tratamento, assinale a alternativa que 
expressa com correção a notícia dada pelo repórter, à vista 
do texto dos quadrinhos. 
(A) Em sua entrevista, Sua Senhoria o vereador Formigão 
declara que: a crise continua e ele, também - pois são 
inseparáveis. 
(B) Em sua entrevista, Vossa Senhoria o ministro Formigão 
declara que, a crisecontinua, e ele também: pois são 
inseparáveis. 
(C) Em sua entrevista, Vossa Excelência o deputado Formigão, 
declara que a crise continua e ele, também; pois são 
inseparáveis. 
(D) Em sua entrevista, Sua Excelência, o senador Formigão, 
declara que a crise continua, e ele, também, pois são 
inseparáveis. 
(E) Em sua entrevista Sua Excelência o Diretor-Presidente da 
empresa Formigão, declara que a crise continua; e ele também, 
pois, são inseparáveis. 
 
43. Assinale dentre as alternativas a frase que apresenta 
pontuação adequada: 
(A) Mãe, venha até meu quarto. 
(B) Curitiba 27 de outubro de 2012. 
(C) O menino, sentia-se mal. 
(D) Onde estão os nossos: pais, vizinhos. 
(E) Assim permite-se roupas, curtas. 
 
44. Assinale a opção em que o uso da vírgula é utilizado em 
uma expressão conclusiva. 
(A) O tempo está feio, isto é, choverá ainda esta manhã. 
(B) Daqui a pouco, iremos todos ao mercado. 
(C) O tempo está feio, portanto, choverá em breve. 
(D) Gabriela, a bonita garota, está cheia de alegria. 
(E) Cheios de esperança, os meninos saíram alegres. 
 
45. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não 
posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New 
Morning” . Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos 
nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos 
de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato 
de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes 
nos sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de 
regras tácitas e inibições está sempre governando as 
nossas interações cotidianas com os outros. Uma das 
razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato de eles 
serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam com 
as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. 
Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - 
um universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão 
pela vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro 
latindo ao vento ou uivando durante a noite faz agitarse 
dentro de nós alguma coisa que também quer se expressar. 
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para nós 
porque não prestam atenção as nossas convenções so 
ciais. Metem o nariz onde não são convidados, pulam para 
cima do sofá, devoram alegremente a comida que cai da 
mesa. Os cachorros raramente se refreiam quando querem 
fazer alguma coisa. Eles não compartilham conosco as 
nossas inibições. Suas emoções estão ã flor da pele e eles 
as manifestam sempre que as sentem, 
Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação 
empregada no texto. 
I . Em “Se os cachorros correm livremente, por que eu não 
posso fazer isso também?” (1º parágrafo), a vírgula poderia 
ser substituída por dois-pontos sem prejuízo para o sentido 
e a correção, 
II . Em Eles vivem em um universo paralelo e diferente do 
nosso - um universo que lhes concede liberdade de 
espírito... (2º parágrafo), o travessão poderia ser substituído 
por uma vírgula sem prejuízo para a correção. 
III . Em Suas emoções estão à flor da peie e eles as 
manifestam sempre que as sentem (3º parágrafo), uma 
vírgula poderia ser colocada imediatamente depois da 
palavra pele, sem prejuízo para a correção. 
Está correto o que se afirma em 
(A) I, somente. 
(B) II e III, somente. 
(C) I e III, somente. 
(D) II, somente. 
(E) I, II e III. 
 
46. Indique a opção em que o trecho está incorreto 
gramaticalmente. 
(A) As transformações tecnológicas, já que não existe sociedade 
civilizada sem lei, apenas tornam mais complexas as regras que, 
muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão 
sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com 
justiça. 
(B) Não existe sociedade civilizada sem lei e as transformações 
tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, 
muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão 
sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com 
justiça. 
(C) Não existe sociedade civilizada sem lei, por isso as 
transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as 
regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas, no 
entanto, continuarão sendo uma garantia fundamental de 
desenvolvimento com justiça. 
(D) Não existe sociedade civilizada sem lei. As transformações 
tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, 
muitas vezes incomodam e atrapalham, mas que, continuarão 
sendo garantias fundamentais de desenvolvimento com justiça. 
(E) As transformações tecnológicas apenas tornam mais 
complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e 
atrapalham, mas que continuarão sendo uma garantia 
fundamental de desenvolvimento com justiça. Não existe 
sociedade civilizada sem lei. 
 
47. Uma outra maneira igualmente correta de reescrever-se 
a frase “Os riscos da inflação podem ser calculados; e o 
prejuízo financeiro deles, previsto”, mantendo-se o seu 
sentido original é: 
(A) Podem ser calculados e previstos os riscos da inflação e seu 
prejuízo financeiro. 
(B) Os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro podem ser 
calculados e previstos. 
(C) Podem ser calculados os riscos da inflação e pode ser 
previsto seu prejuízo financeiro. 
(D) Podem ser calculados os prejuízos financeiros e calculados 
seus riscos inflacionários. 
(E) Podem ser calculados os prejuízos financeiros advindos dos 
riscos inflacionários. 
 
48. Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte 
frase: 
(A) A LRF permite, entre outras coisas que, a oposição e a 
população, fiscalizem a administração das verbas públicas. 
(B) Alegam alguns prefeitos, que encontram dificuldades, para 
fazer frente aos gastos que a Constituição determina, nas áreas 
da saúde e da educação. 
(C) São graves as penas previstas para quem descumpre, por 
negligência ou má fé, as normas de responsabilidade fiscal da lei 
promulgada em 2000. 
(D) Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites 
para as despesas de pessoal, e as regras para a criação de 
dívidas. 
(E) Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF entrar 
com ação judicial para fazê-la cumprir, conforme sua 
regulamentação. 
 
49. Entre uma prosa e outra, "seo" Samuca, morador das 
cercanias do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no 
norte de Minas Gerais, me presenteia com um achado da 
CADERNO DE QUESTÕES 
Editora Decisão Editora Decisão 13 
sabedoria cabocla: "Pois é, não sei pra onde a Terra está 
andando, mas certamente pra bom lugar não é. Só sei que 
donde só se tira e não se põe, um dia tudo o mais tem que 
se acabar." Samuel dos Santos Pereira viveu seus 75 anos 
campeando livre entre cerradões, matas de galeria, matas 
secas, campos limpos ou sujos e campos cerrados, 
ecossistemas que constituem a magnífica savana brasileira. 
"Ainda bem que existe o Parque", exclama o vaqueiro, 
"porque hoje tudo em volta de mim é plantação de soja e 
pastagem pra gado." Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é 
viver a surpresa permanente. Na Serra da Canastra, em São 
Roque de Minas, nascente do Rio São Francisco, podem-se 
avistar tamanduás bandeira, lobos-guarás e, com sorte, o 
pato-mergulhão, ameaçado de extinção. Lá está também a 
maravilhosa CascaD'Anta, primeira e mais alta cachoeira do 
Velho Chico, com 186 metros de queda livre. No Jalapão, no 
Tocantins, o Cerrado é diferente, parece um deserto com 
dunas de até 40 metros de altura. Mas, ao contrário dos 
Lençóis Maranhenses, tem água em profusão, nascentes, 
cachoeiras, lagoas, serras e chapadões. E uma fauna 
exuberante, com 440 espécies de vertebrados. Nas veredas, 
os habitantes da comunidade quilombola de Mumbuca 
descobriram o capim-dourado, uma fibra que a criatividade 
local transformou em artigo de exportação. Em Goiás, no 
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o viajante se 
extasia com a beleza das cachoeiras e das matas de galeria, 
das piscinas naturais, das formações rochosas, dos cânions 
do Rio Preto e do Vale da Lua. Perto do município de 
Chapadão do Céu, também em Goiás, fica o Parque Nacional 
das Emas, onde acontece o surpreendente

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