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CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 1 EXAMES SIMULADOS - QUESTÕES LÍNGUA PORTUGUESA 01. “A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades do país.” (http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia- schurman nb-navega-pela-primeira-vez-naantartica.html) Para ficar caracterizada a ideia de passado distante, a expressão “há mais de três anos” deve ser reescrita: “há mais de três anos atrás”. ( ) Certo ( ) Errado Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 04. Crônica Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme, mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre, deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete, todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha, peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente. CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42. 02. O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é frequentemente escrito em primeira pessoa e reflete, muitas vezes, o posicionamento pessoal de seu autor. Pode-se afirmar que, na crônica de Paulo Mendes Campos, o “eu” que fala: (A) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard (B) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz (C) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado (D) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação científica pelos jornais 03. Pode-se afirmar que o texto de Paulo Mendes Campos é argumentativo, uma vez que se caracteriza por: (A) encadear fatos que envolvem personagens (B) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia (C) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos (D) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação 04. Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por: (A) adestra, amestra, amansa (B) educa, corrige, repreende (C) catequiza, converte (D) formula, ensina 05. Por Jonas Valente*, especial para um blog. A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos da Câmara dos Deputados divulgou seu relatório final. Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a justificativa de combater delitos na rede. Mas o conteúdo dessas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura na web, ampliando a repressão ao acesso a filmes, séries e outros conteúdos não oficiais, retirando direitos dos internautas e transformando redes sociais e outros aplicativos em máquinas de vigilância. Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é usado para tentar atacar o caráter livre, plural e diverso da Internet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as soluções buscam criminalizar o máximo possível e transformar a navegação em algo controlado, violando o princípio da presunção da inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos crimes contra a honra, a solução adotada pode ter um impacto trágico para o debate democrático nas redes sociais - atualmente tão importante quanto aquele realizado nas ruas e outros locais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco Civil da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na sociedade e que é referência internacional. (*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016) Após a leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas: I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão equilibrada e vanguardista da Comissão Parlamentar que legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados. II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em todos os sentidos, e a referida Comissão Parlamentar está querendo cercear o direito à plena execução deste marco. III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em geral e o livre modo de se expressar venham a sofrer censura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados. IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão do jornalista, está longe de se concretizar através das leis a serem votadas no Congresso Nacional. V. Combater os crimes da internet com a censura, para o jornalista, está longe de ser uma estratégia correta, sendo mesmo perversa e manipuladora. Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas. (A) I, II, III. (B) II, III, IV. (C) II, III, V. (D) II, IV, V. CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 2 06. Como a sociedade moderna se organiza diante da felicidade. Presencia-se na atualidade uma concepção difundida de que a lógica capitalista, com o auxílio da publicidade, especula a felicidade como dependente da satisfação dos desejos materiais do homem. Tal fato contraria a ótica do início do século 20, como observa o sociólogo Max Weber no livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, onde eram as leis suntuárias que mostravam ao ser humano o que deveria ser consumido e o que era preciso fazer para ser feliz. Isso mostra como a sociedade moderna, por influência ou não da publicidade comercial, pode se organizar diante da felicidade. Nisto não parece haver implícita ideia religiosa que prometa o paraíso na vida eterna. Pelo contrário, como evidencia o pai da psicanálise, Sigmund Freud, talvez a felicidadeconsista em poder do narcisismo. Nesse contexto, podemos deduzir que o discurso publicitário leva muitas vezes o indivíduo a acreditar naquilo que é dito e a lutarem e buscarem todo o prazer proporcionado pelo consumo daquilo que é anunciado. O significado das mercadorias associadas como valor de uso, passa a ser disseminado como dizendo respeito a características que representam o ideal de felicidade da sociedade, por exemplo. Para a publicitária e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lívia Valença da Silva, “esta felicidade abrange uma realização pessoal e profissional que envolve boa aparência e desenvoltura, aprovação social, conforto e bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos”. Bens descartáveis Seguindo essa linha de raciocínio, o psicanalista Jurandir Freire Costa, na obra A ética e o espelho da cultura, enfatiza que o homem tem muitas vezes a tendência de acompanhar as metamorfoses sociais, e com todas as mudanças no cotidiano, acaba moldando-se as mesmas, sem muitas vezes se questionarem. Mas, segundo o psicanalista, quando o sujeito se apercebe num emaranhado de atribuições disseminados pela publicidade que nem sempre foram pensadas e analisadas, é que chegam os conflitos e desamparos, porque perdem muitas vezes a noção de singularidade para serem mais um na multidão. Com efeito, o sociólogo Jean Baudrillard frisa que na cultura do consumo, na qual o homem contemporâneo se encontra inserido: “Como a ‘criança-lobo’ se torna lobo à força de com ele viver, também nós, pouco a pouco nos tornamos funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua sucessão permanente” (trecho extraído do livro A sociedade do consumo). Por conseguinte, e com todas as mudanças ocorridas no contexto social vigente, bem como a produção de bens materiais em larga escala, muitas vezes se sofre a influência dos bens produzidos. Contudo, esses bens propagandeados afiguram-se cada vez mais descartáveis, pois já não se tem mais quem herde o sentido moral e emocional que eles no início do século 20 materializavam. Isso fez o jornalista Arnaldo Jabor carecer que “o futuro virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos com uma velocidade que fez do presente um arcaísmo em processo, uma espécie de passado ao vivo em decomposição”. Sistema publicitário é um código Ademais, atualmente o pensamento mais comumente evocado parece com um gozo excessivo proporcionado pela conquista do desejo de consumo aspirado pelo indivíduo. Isso tem tornado os homens vivenciadores de crises de referências, como bem atestam alguns psicanalistas, à medida que percebemque não só a mídia (publicidade), mas, o meio que o cerca tem muitas vezes a capacidade de artificializar as relações humanas, fazendo com que não tenha vontade própria, realizando o desejo e a vontade dos outros e não as suas. (...) Nesse contexto, Freud se refere aos “mal-estares” da nossa civilização, como nada mais que uma economia libidinal baseada no gozar. Enquanto, por exemplo, a mais-valia sustenta a economia capitalista em Karl Marx, o gozo sustenta a economia libidinal no sujeito em Freud. Argumenta que o indivíduo enquanto goza, não só no concernente a sexualidade, mas também na aquisição de bens de consumo, considera-se feliz. Tendo em vista o anúncio cobiçoso como disseminador da felicidade e, levando em consideração o desenvolvimento tecnocientífico que promete a felicidade através do Prozac, do apartamento à beira-mar, entre outras possibilidades, o psicólogo Martin Seligman, no livro Felicidade Autêntica, expressa algo muito interessante. Diz que o homem, aceitando suas limitações diante da felicidade, esta pode estruturarse, entre outras possibilidades, na interface entre o prazer, o engajamento e o significado. A história e as escolhas Prazer, em se tratando da situação agradável de quando se ouve uma boa música ou se faz sexo. Já o engajamento é a profundidade de envolvimento da pessoa com sua vida. Finalmente o significado, como a sensação de que a vida faz parte de algo maior. Salienta também em suas pesquisas, que um dos maiores erros das sociedades contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um dos três pilares, esquecendo os outros. Sendo que as pessoas escolhem justo o mais fraco deles; o prazer. Enfatiza que o engajamento e o significado são elos indispensáveis na vida do ser humano frente à felicidade. Felicidade Marcelo Jeneci Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz Sentirá o ar sem se mexer Sem desejar como antes sempre quis Você vai rir, sem perceber Felicidade é só questão de ser Quando chover, deixar molhar Pra receber o sol quando voltar Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais Melhor viver, meu bem Pois há um lugar em que o sol brilha pra você Chorar, sorrir também e depois dançar Na chuva quando a chuva vem Melhor viver, meu bem Pois há um lugar em que o sol brilha pra você Chorar, sorrir também e dançar Dançar na chuva quando a chuva vem Tem vez que as coisas pesam mais Do que a gente acha que pode aguentar Nessa hora fique firme Pois tudo isso logo vai passar Você vai rir, sem perceber Felicidade é só questão de ser Quando chover, deixar molhar Pra receber o sol quando voltar Melhor viver, meu bem Pois há um lugar em que o sol brilha pra você Chorar, sorrir também e depois dançar Na chuva quando a chuva vem Melhor viver, meu bem CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 3 Pois há um lugar em que o sol brilha pra você Chorar, sorrir também e dançar Dançar na chuva quando a chuva vem Dançar na chuva quando a chuva vem Dançar na chuva quando a chuva Dançar na chuva quando a chuva vem Analisando-se a figura destacada, pode-se afirmar: (A) A mensagem transmitida pelas imagens e seus títulos contradizem o conceito de felicidade abordado pelos textos de Ronaldo Barbosa e de Marcelo Jeneci. (B) Os elementos que compõem a primeira imagem descontroem o sentido de narcisismo abordado no texto de Ronaldo Barbosa. (C) O título “O fracassado”, considerando-se os valores cultivados na pós-modernidade, constitui uma verdade configurada socialmente. (D) A palavra “bem-sucedido” está em desrespeito às normas da Nova Ortografia da Língua Portuguesa, pois o uso do hífen caiu em desuso. (E) A palavra “fracassado”, em relação ao processo de formação das palavras, é uma derivação prefixal e sufixal, simultaneamente. 07. TEXTO ÉDIPO-REI Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus. O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças trágicas do teatro grego e exemplifica o modo descritivo de organização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente nessa descrição é: (A) a localização da cena descrita. (B) a identificação dos personagens presentes. (C) a distribuição espacial dos personagens. (D) o processo descritivo das partes para o todo. (E) a descrição de base visual. 08. Texto 1 - Problemas Sociais Urbanos Brasil escola Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da populaçãopobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes. Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência. A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue. A estruturação do texto 1 é feita do seguinte modo: (A) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento com destaque de alguns problemas; (B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais importante; (C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às grandes cidades; (D) uma referência imediata a um dos problemas sociais urbanos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo problema; (E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação histórica, motivo de crítica às atuais autoridades. 09. Sobre a charge acima, pode-se dizer que sua temática básica é: (A) a inadequação dos turistas no Rio de Janeiro; (B) o excesso de eventos na capital carioca; (C) a falta de segurança nas praias do Rio; (D) a crítica ao calor excessivo no verão do Rio; (E) a crítica à poluição das águas no Rio. 10. TEXTO 1 - O futuro da medicina O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes. Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 4 um câncer, o que exige medidas adicionais. Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura para os interessados nas transformações da medicina. Segundo o autor citado no texto 1, o futuro da medicina: (A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia; (B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia; (C) levará à extinção da profissão de médico; (D) independerá completamente dos médicos; (E) estará limitado aos meios eletrônicos. 11. Desde o desenvolvimento da linguagem, há 5.000 anos, a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a limitação da biologia e os açoites da natureza. Foi pela capacidade de pensar e de se comunicar que a humanidade obteve os meios para escapar da fome e da morte prematura. O atual empuxo tecnológico se acelerou de tal forma que alguns felizardos com acesso a todos os recursos disponíveis na vanguarda dos avanços médicos, biológicos, tecnológicos e metabólicos podem realisticamente pensar em viver em boa saúde mental e física bem mais do que 100 anos. O prolongamento da vida saudável, em razão de uma velhice sem doenças, já foi só um exercício de visionários. Hoje é um campo de pesquisa dos mais sérios e respeitados. Robert Fogel, o principal formulador do conceito da evolução tecnofísica, e outros estudiosos estão projetando os limites dessa fabulosa caminhada cultural na qualidade de vida dos seres humanos. Quando se dedicam a essa tarefa, os estudiosos esbarram, em primeiro lugar, nas desigualdades de renda e de acesso às inovações. Fazem parte das conjecturas dos estudiosos a questão ambiental e a necessidade urgente de obtenção e popularização de novas formas de energia menos agressivas ao planeta. (Adaptado de Revista Veja, 25 de abril de 2012 p 141) ... a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a limitação da biologia ... (1º parágrafo) O sentido do segmento grifado acima está reproduzido com outras palavras, respeitando-se a lógica, a correção e a clareza, em: (A) o caminho da evolução da humanidade, apesar das limitações biológicas, passam ainda hoje pelo desenvolvimento c cultural, que as possibilita. (B) o desenvolvimento cultural da humanidade permitiu descobrir as causas de problemas que afetavam a saúde das pessoas, bem como combater as doenças. (C) os problemas de origem física, como uma doença, nem sempre foi possível resolvê-la, com base nos problemas resultantes da biologia. (D) com o desenvolvimento da cultura humana, descobriu-se as leis da biologia e do ambiente que viviam, permitindo-os evoluir com mais saúde. (E) as descobertas científicas da biologia veio permitir que a humanidade fosse se tornando mais capaz de evoluir por um tempo mais longo e com saúde. 12. A historieta a seguir deverá ser utilizada para resolver a questão a seguir. Tendo por base a frase “Venha aqui, seu vagabundo”, analise as afirmações seguintes. I. Temos na oração, um verbo conjugado no modo imperativo. II. O vocábulo “seu”, no caso, é um pronome possessivo. III. A vírgula foi empregada para isolar o vocativo. É correto o que se afirmou em: (A) I, apenas. (B) I e III, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I, II e III. 13. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos fracos - uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais que existam exceções ______ qualquer regra, todos os estudos mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem fora dela. Issonão é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes - gerando uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro dizer “não’ ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização do conceito de amizade. É verdade. Mas, com a chegada de sítios como O Twitter, ficou diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu que seus Amigos tinham começado a se comunicar entre si Independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 5 conhecendo, mas as pessoas que estão _______ nossa volta podem virar amigas entre si. Considere as seguintes afirmações. I. Através do uso do advérbio sim (L.08), o autor valida a assertiva de que as redes sociais tendem a transformar elos latentes (L.05) em elos fracos (L.06). II. Por meio da frase Isso não é inteiramente ruim (L.09), o autor manifesta-se favorável à afirmação de que as melhores amizades são aquelas que descobrimos fora das redes sociais. III. Mediante o emprego do segmento É verdade (L.17), o autor reitera sua opinião a respeito do caráter trivial que a concepção de amizade vem assumindo nas redes sociais. Quais estão corretas, de acordo com o texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. 14. Leia a tira. No segundo quadrinho, a fala da personagem revela: (A) hesitação. (B) indiferença. (C) contradição. (D) raiva. (E) exaltação. 15. Saber é trabalhar Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o trabalhador sente a necessidade de aprimorar a sua formação para obter um posto de trabalho. As empresas buscam os mais qualificados em cada categoria e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido. Nos últimos anos, essa não tem sido a lógica vigente no Brasil. Segundo a pesquisa de emprego urbano feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema Estadual De Análise de Dados), os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. O desemprego em nove regiões metropolitanas medido pela pesquisa era de 17,9% em 2005 e fechou em 11,9% em 2010. A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados. A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de Profissionais no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico e tático. Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldade para contratar a mão de obra de que necessitam. (Língua Portuguesa, outubro de 2011, Adaptado) De acordo com o texto “Saber é Trabalhar” responda: O texto revela que, no Brasil, (A) as empresas estão mais rigorosas para selecionar os mais qualificados. (B) os índices de desemprego têm se elevado continuamente nas regiões metropolitanas. (C) os trabalhadores têm investido mais do que o necessário em sua formação profissional. (D) as pesquisas sobre emprego são pouco consistentes e confiáveis. (E) as empresas convivem com a carência de mão de obra qualificada. 16. A frase inicial do texto - Geralmente, numa situação… um posto de trabalho. - expressa as condições gerais em uma situação de altos índices de desemprego. De acordo com essas condições, (A) o perfil de profissional pretendido nem sempre é bem definido nas empresas. (B) o desemprego aumenta em decorrência da qualificação profissional. (C) a formação de um profissional é, via de regra, questão secundária na sua contratação. (D) a qualificação profissional é um caminho para se conseguir um emprego. (E) o profissional deve ter qualificação inferior em relação às pretensões da empresa. 17. De acordo com o texto “Saber é Trabalhar” responda: No contexto em que se insere o período - A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. - (3.º parágrafo), entende-se que a expressão “A outra” refere-se a: (A) consequências. (B) lógica. (C) pesquisa. (D) situação. (E) metodologia. 18. McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos participar. Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede de que participam. O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o espírito. As expressões destacadas nos trechos - meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão - têm sinônimos adequados respectivamente em: CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 6 a) procurar / gostar de / ilustrar b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer c) interferir / propor / embrutecer d) intrometer-se / prezar / esclarecer e) contrapor-se / consolidar / iluminar 19. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se;comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório, uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em fogo. Custava- lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos... Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. (CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos? a) Armistício - destruição b) Claudicante - manco c) Reveses - infortúnios d) Fealdade - feiura e) Opilados – desnutridos 20. Leia a oração abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta um sinônimo para a palavra destacada. “Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite.” (A) Desgosto. (B) Dissabor. (C) Desarranjo. (D) Alquebramento. (E) Regozijo. 21. Dos sinônimos sugeridos para as palavras destacadas nos seguintes fragmentos do texto, o único adequado ao contexto é: A) “...confiava-me sua dor pela separação...” (contava-me) B) “tomando o exemplo do amor...” (criticando) C) “justamente, era como se a falta do namorado...” (contrariamente) D) “pois bem, nunca sei se as declarações...” (às vezes) E) “...nossa verborragia amorosa atropela o outro.” (criatividade) 22. A morte do narrador Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo parecer com seus netos. Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o próprio termo “velhice" já pede sinônimos politicamente corretos, como “terceira idade", “melhor idade", “maturidade", entre outros. Uma característica do politicamente correto é que, quando ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia articulada como gesto falso, ideias bem comportadas. Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles estão fugindo da condição de avós, usava isso como metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo que temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a juventude como padrão de vida e está intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção é pela “negação", traço de um dos sintomas neuróticos descritos por Freud. Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais velhos querem “aprender" com os mais jovens (aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes sociais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento, é também desorganizador da própria juventude. Ouço cotidianamente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com eles. Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que questionam as “verdades constituídas do passado". A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna - ciência, técnica, superação de tradição - agrava a invisibilidade dos mais velhos. Em termos humanos, o passado (que “nada" serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais. (Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado) O termo empregado com sentido figurado está em destaque na seguinte passagem do texto: (A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema da velhice… (segundo parágrafo). (B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós… (primeiro parágrafo). (C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúltimo parágrafo). (D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna - ciência, técnica, superação de tradição - agrava a invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo). (E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto parágrafo). 23. Ficção universitária Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são indissociáveis. É claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim instituições que se destacam também no CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 7 ensino. O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar. O gasto médio anual por aluno numa das três universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais. Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões de universitários em instituições com o padrão de investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistirna ficção constitucional de que todas as universidades do país precisam dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi- lo. O Brasil tem necessidade de ambas. Assinale a alternativa em que a expressão destacada é empregada em sentido figurado. (A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas... (B) Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013... (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos... (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino... (E) ... todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa... 24. Leia o texto para responder a questão. Um pé de milho Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim - mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana. Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas além do muro - e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais - mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um anteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua - não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos. Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos empregados em sentido figurado. (A) ... beijado pelo vento do mar.... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §) (B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (1º §) (C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... (2º §) (D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto centenas de milharais... (2º §) (E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas flores belas no mundo... (3º §) 25. Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido conotativo. (A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter. (B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência pacífica. (C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos coloridos do próprio pensamento (D) Choviam risadas naquela peça de humor. (E) A sabedoria abre as portas do conhecimento. 26. Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as afirmações. I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal. II. A palavra "Garfield", no segundo quadrinho, aparece isolada por vírgula por se tratar de um vocativo. III. O humor da tirinha se constrói com base, essencialmente, na linguagem não verbal, já que as bruscas alterações nas feições de Garfield levam à estranheza do leitor. Está correto o que se afirma em: CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 8 (A) I, somente. (B) II, somente. (C) III, somente. (D) I e III, somente. (E) II e III, somente. 27. O gavião Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e comovente - o gavião malvado, que mata pombas. O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho. Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador. Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem. (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado) O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto - … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem. -, é empregado com sentido a) próprio, equivalendo a inspiração. b) próprio, equivalendo a conquistador. c) figurado, equivalendo a ave de rapina. d) figurado, equivalendo a alimento. e) figurado, equivalendo a predador. 28. CONTRATEMPOS Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem mais horas do que coisas para se fazer com elas. Sempre faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou dia para tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta vida. Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa que tempo e as pessoas com mais tempo que coisas para fazer com o tempo. As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e ficam em pé no avião esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar primeiro no vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que você tem que ler antes de morrer” ao invés de ler diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer. Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde é a festa, e chega à festa querendo saber onde é a próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra percebendo que era melhor ter ficado na primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o trabalho. Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre teve tempo de sobra, por isso sempre leu romances longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda temporada de “Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam brigadas com ela, ou escrever cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo quando na verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não teria nem tempo para falar do tempo. Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do tempo porque o tempo sempre vai correr mais rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e pensar menos é uma maneira de ser feliz, e ambos perceberam que a felicidade é uma questão de tempo. Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para perceber que essa felicidade não faz o menor sentido. É correto afirmar que o título do texto tem sentido a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem encontra quando depara com o tempo. b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às atitudes das personagens. c)figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco importando as consequências de subestimá-lo. d) figurado, indicando o contraste na maneira como as personagens se relacionam com o tempo. e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a “ela”, pois se trata do tempo real. 29. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório, uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em fogo. Custava- lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros - a vitória tão longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento daquela caqueirada humana - do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passandolhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos... Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. (CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão em sentido conotativo? a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora” b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante...” c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates...” d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...” e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante” 30. O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em: a) Estou morta de cansada. b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem. e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! 31. Marque a alternativa em que a ausência de vírgula não altera o sentido do enunciado. a) O professor espera um, sim. b) Recebo, obrigada. c) Não, vá ao estacionamento do campus. d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 9 e) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas. 32. Assinale a alternativa correta quanto ao uso da pontuação. a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade. b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito. c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos, são desconhecidos. e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. 33. A frase escrita com correção é: a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934. b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra: Memórias, crônica dos começos de sua vida. c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali encontrava-se um grupo de eximios escritores. d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de Campos, começou a trabalhar cedo no comércio, como meio de subsistencia. e) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em 1910, a coletânea de versos intitulada Poeira; em 1920, já membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado federal pelo Maranhão. 34. A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um estudo sugere que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão de vida razoável. Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que metade das pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 75 anos. Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos. Foi quando os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a expectativa de vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos um limite para o tempo de vida máximo para um ser humano. No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram um aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda Guerra Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do câncer promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%; atualmente excede os 50%. O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a mudança de hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de vida. Porém, em 1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao tabagismo. O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool, além de atividade física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de vida. A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas décadas. O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. Precisamos guardar 10% do salário anual e nos aposentar aos 80 anos para que a independência econômica acompanhe a independência física na aposentadoria. Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma promoção. Atente para as afirmações abaixo. I. Sem prejuízo para a correção, o sinal de dois-pontos pode ser substituído por “visto que”, precedido de vírgula, em: O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. (7o parágrafo) II. No segmento A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor..., as vírgulas podem ser corretamente substituídas por travessões. (6o parágrafo) III. Haverá prejuízo para a correção caso uma vírgula seja colocada imediatamente após “alongada” no segmento: Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários mudem seu raciocínio... (último parágrafo) Está correto o que se afirma APENAS em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II. e) I. 35. Texto - Setenta anos, por que não? Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certaforma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura? [...] Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga. [...] Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa. As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza” ” (3º§) permitem a leitura de uma crítica à ideia de que: a) cada idade tem sua beleza própria b) a beleza só está associada à juventude c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo e) trabalhando a mente, o corpo fica belo 36. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada. a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu. CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 10 b) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho estranho. c) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. d) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia. 37. O período abaixo foi escrito por Machado de Assis em seu Conto de Escola. A alternativa que apresenta a pontuação de acordo com a norma culta é: a) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. b) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. c) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. d) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que, lhe pareceu útil, para escapar ao castigo do pai. e) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai. 38. TEXTO I Das vantagens de ser bobo - O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo. - O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." - Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. - O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. - Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. - O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver - O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski. - Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. - Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa- fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. - O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu. - Aviso: não confundir bobos com burros. - Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. E uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?" - Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! - Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu. - Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. - O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos - Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é dificilão, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. - Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida. - Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem. - Piá lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! - Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. - E quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. E que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo. “O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.” A assertiva que apresenta análise correta em relação ao parágrafo transcrito é: a) Há três adjetivos em função predicativa. b) Fazer foi usado como verbo impessoal. c) O verbo haver está na terceira pessoa do singular porque é impessoal. d) A forma verbal fazem concorda com o pronome relativo que. e) A oração que se fazem passar por bobos deveria estar precedida de vírgula porque explica o termo espertos. 39. A importância da família estruturada Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz um dado revelador: dois terços dos jovens infratores da capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai dentro de casa. Além de não viverem com o pai, 42% não têm contato algum com ele e 37% têm parentes com antecedentes criminais. Ajudam a engrossar essas estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em Cidade Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, depois de fugir da Guarda Civil Metropolitana, e Italo, de 10 anos, envolvido em três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia Militar no início de junho, depois de furtar um carro na Zona Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia com a mãe. O de Italo está preso por tráfico. A mãe já cumpriu pena por furto e roubo. É certo que um pai presente e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura masculina propriamente dita, faz falta uma família estruturada, independentemente da configuração, que dê atenção, carinho, apoio, noções de continência e limite, elementos que protegem os jovens em fase de desenvolvimento. A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes, não têm tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos e garotas quecrescem na rua, longe da escola, em bairros sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de amigos e parentes que podem estar envolvidos com o crime. A criança precisa ter muita autoestima e persistência para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto de vida. Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu potencial, sem ter o que fazer com seu tempo livre, sem enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto da droga, do tráfico, do delito, da violência e da gestação na adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de baixa renda, longe da sala de aula, nas periferias, que pipocam os quase 15% das jovens que são mães na adolescência, taxa alarmante que resiste a baixar nas regiões mais carentes. E o que acontece com essa menina que engravida porque enxerga na maternidade um papel social, uma forma de justificar sua existência no mundo? Iludidas com a perspectiva de estabilizar um relacionamento (a família estruturada que não têm?), elas ficam, usualmente, sozinhas, ainda mais distantes da escola e de seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são elas que arcam com o ônus do filho, sobrecarregando um lar que já vivia no limite. Segue-se um ciclo que parece não ter fim. Sem políticas públicas que foquem nessa família mais vulnerável, no apoio emocional e social para esses CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 11 jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, em alternativas de lazer, a realidade diária na vida desses jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a violência e a criminalidade. BOUER, Jairo. A importância da família estruturada. 11 jul. 2016. Época. Disponível em: Acesso em: 19 jul. 2016 (Adapt.) Releia o trecho a seguir. A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Em relação ao uso das aspas nesse trecho, assinale a alternativa CORRETA. a) Relativizam um conceito. b) Marcam uma transcrição. c) Sinalizam ironia por parte do autor. d) Destacam uma pausa no texto. 40. Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece argumentos a respeito que desaguam em águas tenebrosas. A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados). Antigamente, o cidadão revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões nasciam e morriam no anonimato. Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de "seguidores" que rapidamente espalham a mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos "seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o sucesso cibernauta. Mas a internet não é apenas um paraíso para os politicamente motivados (e despreparados). Ela tende a radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto. A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem discussões mais flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos. Atente para as afirmações abaixo a respeito do 1o parágrafo do texto. I. O ponto de interrogação pode ser excluído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por se tratar de pergunta retórica. II. As vírgulas isolam o aposto. III. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma "argumentos". IV. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em sentido figurado. Está correto o que se afirma APENAS em: a) I e II. b) II, III e IV. c) II e III. d) I e IV. 41. Intolerância religiosa Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos. A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dá sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias pra explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino após morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência de acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos. Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicos em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado para eles a vida eterna não faz sentido. Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita porque simplesmente não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias. O ateu desperta a ira dos fanáticos porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, Solidariedade e compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome dele sejam cometidas as maiores atrocidades. Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais seja bem-vinda desde que não a torne intolerante, autoritária e violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações não pelas convicções que apregoam. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) O texto é polêmico, de vez que, busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento verdadeiro. (B) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer, um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra dominam as paixões; já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento verdadeiro. (C) O texto é polêmico, de vez que: busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, dominam as paixões já que tanto a religião, como a ciência, advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro. (D) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro. (E) O texto é polêmico de vez, que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra, dominam as paixões já que, tanto a religião como a ciência, advogam, para si mesmas, o esta- tuto do conhecimento verdadeiro. 42. Observe o texto dos quadrinhos. CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 12 Considerando a norma-padrão de pontuação e de emprego dos pronomes de tratamento, assinale a alternativa que expressa com correção a notícia dada pelo repórter, à vista do texto dos quadrinhos. (A) Em sua entrevista, Sua Senhoria o vereador Formigão declara que: a crise continua e ele, também - pois são inseparáveis. (B) Em sua entrevista, Vossa Senhoria o ministro Formigão declara que, a crisecontinua, e ele também: pois são inseparáveis. (C) Em sua entrevista, Vossa Excelência o deputado Formigão, declara que a crise continua e ele, também; pois são inseparáveis. (D) Em sua entrevista, Sua Excelência, o senador Formigão, declara que a crise continua, e ele, também, pois são inseparáveis. (E) Em sua entrevista Sua Excelência o Diretor-Presidente da empresa Formigão, declara que a crise continua; e ele também, pois, são inseparáveis. 43. Assinale dentre as alternativas a frase que apresenta pontuação adequada: (A) Mãe, venha até meu quarto. (B) Curitiba 27 de outubro de 2012. (C) O menino, sentia-se mal. (D) Onde estão os nossos: pais, vizinhos. (E) Assim permite-se roupas, curtas. 44. Assinale a opção em que o uso da vírgula é utilizado em uma expressão conclusiva. (A) O tempo está feio, isto é, choverá ainda esta manhã. (B) Daqui a pouco, iremos todos ao mercado. (C) O tempo está feio, portanto, choverá em breve. (D) Gabriela, a bonita garota, está cheia de alegria. (E) Cheios de esperança, os meninos saíram alegres. 45. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New Morning” . Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações cotidianas com os outros. Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao vento ou uivando durante a noite faz agitarse dentro de nós alguma coisa que também quer se expressar. Os cachorros são uma constante fonte de diversão para nós porque não prestam atenção as nossas convenções so ciais. Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que as sentem, Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação empregada no texto. I . Em “Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?” (1º parágrafo), a vírgula poderia ser substituída por dois-pontos sem prejuízo para o sentido e a correção, II . Em Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede liberdade de espírito... (2º parágrafo), o travessão poderia ser substituído por uma vírgula sem prejuízo para a correção. III . Em Suas emoções estão à flor da peie e eles as manifestam sempre que as sentem (3º parágrafo), uma vírgula poderia ser colocada imediatamente depois da palavra pele, sem prejuízo para a correção. Está correto o que se afirma em (A) I, somente. (B) II e III, somente. (C) I e III, somente. (D) II, somente. (E) I, II e III. 46. Indique a opção em que o trecho está incorreto gramaticalmente. (A) As transformações tecnológicas, já que não existe sociedade civilizada sem lei, apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com justiça. (B) Não existe sociedade civilizada sem lei e as transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com justiça. (C) Não existe sociedade civilizada sem lei, por isso as transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas, no entanto, continuarão sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com justiça. (D) Não existe sociedade civilizada sem lei. As transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes incomodam e atrapalham, mas que, continuarão sendo garantias fundamentais de desenvolvimento com justiça. (E) As transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com justiça. Não existe sociedade civilizada sem lei. 47. Uma outra maneira igualmente correta de reescrever-se a frase “Os riscos da inflação podem ser calculados; e o prejuízo financeiro deles, previsto”, mantendo-se o seu sentido original é: (A) Podem ser calculados e previstos os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro. (B) Os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro podem ser calculados e previstos. (C) Podem ser calculados os riscos da inflação e pode ser previsto seu prejuízo financeiro. (D) Podem ser calculados os prejuízos financeiros e calculados seus riscos inflacionários. (E) Podem ser calculados os prejuízos financeiros advindos dos riscos inflacionários. 48. Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) A LRF permite, entre outras coisas que, a oposição e a população, fiscalizem a administração das verbas públicas. (B) Alegam alguns prefeitos, que encontram dificuldades, para fazer frente aos gastos que a Constituição determina, nas áreas da saúde e da educação. (C) São graves as penas previstas para quem descumpre, por negligência ou má fé, as normas de responsabilidade fiscal da lei promulgada em 2000. (D) Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites para as despesas de pessoal, e as regras para a criação de dívidas. (E) Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF entrar com ação judicial para fazê-la cumprir, conforme sua regulamentação. 49. Entre uma prosa e outra, "seo" Samuca, morador das cercanias do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no norte de Minas Gerais, me presenteia com um achado da CADERNO DE QUESTÕES Editora Decisão Editora Decisão 13 sabedoria cabocla: "Pois é, não sei pra onde a Terra está andando, mas certamente pra bom lugar não é. Só sei que donde só se tira e não se põe, um dia tudo o mais tem que se acabar." Samuel dos Santos Pereira viveu seus 75 anos campeando livre entre cerradões, matas de galeria, matas secas, campos limpos ou sujos e campos cerrados, ecossistemas que constituem a magnífica savana brasileira. "Ainda bem que existe o Parque", exclama o vaqueiro, "porque hoje tudo em volta de mim é plantação de soja e pastagem pra gado." Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é viver a surpresa permanente. Na Serra da Canastra, em São Roque de Minas, nascente do Rio São Francisco, podem-se avistar tamanduás bandeira, lobos-guarás e, com sorte, o pato-mergulhão, ameaçado de extinção. Lá está também a maravilhosa CascaD'Anta, primeira e mais alta cachoeira do Velho Chico, com 186 metros de queda livre. No Jalapão, no Tocantins, o Cerrado é diferente, parece um deserto com dunas de até 40 metros de altura. Mas, ao contrário dos Lençóis Maranhenses, tem água em profusão, nascentes, cachoeiras, lagoas, serras e chapadões. E uma fauna exuberante, com 440 espécies de vertebrados. Nas veredas, os habitantes da comunidade quilombola de Mumbuca descobriram o capim-dourado, uma fibra que a criatividade local transformou em artigo de exportação. Em Goiás, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o viajante se extasia com a beleza das cachoeiras e das matas de galeria, das piscinas naturais, das formações rochosas, dos cânions do Rio Preto e do Vale da Lua. Perto do município de Chapadão do Céu, também em Goiás, fica o Parque Nacional das Emas, onde acontece o surpreendente
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