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ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 1 MÓDULO 3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI ADULTO) ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 2 ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI ADULTO) HISTÓRIA DA UTI A história do surgimento das UTIs remete ao início do século XX quando foram criadas as chamadas “salas de recuperação” para onde os pacientes eram levados após alguma neurocirurgia no Hospital Johns Hopkins (EUA). Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declararam guerra à Rússia, a chamada Guerra da Criméia. Visto que muitos soldados feridos estavam morrendo no Hospital Barrack, na Turquia, Florence foi convocada pelo governo inglês para liderar um grupo de voluntárias que atenderia os soldados feridos. Ao deparar-se com as condições precárias de atendimento e higiene, Florence institui um dos princípios básicos da moderna terapia intensiva, separando os pacientes mais graves e colocando-os em uma situação que favorecia o cuidado por meio da observação constante (NIGHTINGALE, 1946; LINO; SILVA, 2003). Embora a intervenção baseada na observação contínua do paciente tenha iniciado com Florence, as UTIs, como são conhecidas atualmente, tiveram origem na década de 1950, com a evolução dos avanços tecnológicos na área da saúde. Outro fator a ser destacado é a instrumentalização da assistência: uso de raio X para o diagnóstico de injúria pulmonar, suporte de oxigênio em concentrações elevadas, inicialmente de modo não invasivo e em seguida, invasivo, uso de sonda gástrica para hidratação e alimentação e antibioticoterapia. Com o descobrimento de fármacos anestésicos e antibióticos, o aprimoramento de técnicas cirúrgicas e o desenvolvimento de equipamentos que permitiam oferecer um suporte ventilatório aos pacientes com insuficiência no sistema respiratório, surgiram as primeiras unidades de atenção aos pacientes graves, como as unidades de choque, de queimados e neurocirúrgicas nos Estados Unidos e as salas de observação na Dinamarca (SILVA; ARAÚJO; PUGGINA, 2009). No Brasil só começaram a ser implantadas na década de 70, primeiramente no hospital Sírio Libanês em São Paulo com apenas dez leitos (1971) , Em seguida se aprimoraram e expandiram por todo o país na década seguinte. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 4 DEFINIÇÕES Centro de Terapia Intensiva (CTI): o agrupamento, numa mesma área física, de mais de uma Unidade de Terapia Intensiva. Unidade de Terapia Intensiva (UTI): Unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI-A): destinada à assistência a pacientes com idade acima de 14 ou acima de 18 anos, sendo este critério definido de acordo com as rotinas hospitalares internas. Unidade de Terapia Intensiva Especializada: aquela destinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de doença, como as UTI Coronarianas, UTI Neurológica, entre outras. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): destinada à assistência a pacientes com idade de 0 a 28 dias. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): destinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas hospitalares internas. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTI-Pm): UTI destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátricos numa mesma sala, porém havendo separação física entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. Unidade de Tratamento Semi-Intensivo (Unidade Semi- Intensiva): constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes, preferencialmente oriundos da UTI, que requeiram cuidados de enfermagem intensivos e observação contínua, sob supervisão e acompanhamento médico, este último não necessariamente contínuo, porém linear. Paciente Grave: paciente com comprometimento de um ou mais dos principais sistemas fisiológicos, com perda de sua auto- regulação, necessitando de assistência contínua. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 5 Serviço de Tratamento Intensivo Móvel: que constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados e uma frota de veículos devidamente projetados e equipados, destinados a garantir suporte avançado de vida durante o transporte de pacientes graves ou de risco, no atendimento de emergência pré- hospitalar e no transporte inter-hospitalar ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 6 INFRAESTRUTURA DA UTI Toda UTI deve ocupar área física própria, de acesso restrito, possuir acesso fácil às unidades correlacionadas (Centro Cirúrgico, Emergência, Unidade Semi-intensiva). Quanto ao ambiente, as UTIs devem possuir no mínimo: Área Coletiva de Tratamento com boxers Quarto de Isolamento com banheiro Posto/Área de Serviços de Enfermagem. Área para Prescrição Médica. Sala de utilidades Sala de espera para acompanhantes e visitantes (anexo à unidade) Laboratório ("in loco"ou no laboratório central) Sala administrativa Rouparia Depósito de material de limpeza Depósito de equipamentos e materiais Copa Sanitário para público (sala de espera) Banheiros para pacientes Sanitários com vestiários para funcionários Sala de estar para funcionários RECURSOS FÍSICOS Cada leito de UTI Adulto deve possuir, no mínimo, os seguintes equipamentos e materiais: Cama hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios; Equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto-inflável, com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; Estetoscópio; Conjunto para nebulização; Quatro (04) equipamentos para infusão contínua e controlada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 03 (três) leitos: Fita métrica; Equipamentos e materiais que permitam monitorização contínua de: a) Frequência respiratória; b) Oximetria de pulso; c) Frequência cardíaca; ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 7 d) Cardioscopia; e) Temperatura; f) Pressão arterial não-invasiva. Cada leito deve dispor de instalações de gases com: oxigênio, ar comprimido e vácuo clínico. Cada UTI Adulto deve dispor, no mínimo, de: Materiais para punção lombar; Materiais para drenagem liquórica em sistema fechado; Oftalmoscópio; Otoscópio; Negatoscópio; Máscara facial que permite diferentes concentrações de Oxigênio: 01 (uma) para cada 02 (dois) leitos; Materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e fechado; Aspirador a vácuo portátil; Equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/cânula endotraqueal (“cuffômetro”); Ventilômetro portátil; Capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos; Ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor, cada equipamento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos, Equipamento para ventilação pulmonar mecânica não invasiva: 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasiva; Materiais de interface facial para ventilação pulmonar não invasiva 01 (um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos; Relógios ecalendários posicionados de forma a permitir visualização em todos os leitos. Refrigerador com temperatura interna de uso exclusivo para guarda de medicamentos, com monitorização e registro de temperatura. RECURSOS HUMANOS Médico Responsável Técnico com título de especialista em Medicina Intensiva Enfermeiro coordenador especialista em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave Fisioterapeuta coordenador especialista em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 8 Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade; Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 9 ADMISSÃO NA UTI REGULAÇÃO DE LEITOS E CRITÉRIOS DE ADMISSÃO CRITÉRIOS DE ADMISSÃO NA UTI Quem e quando admitir? Pacientes com quadro clínico agudo ou crônico agudizado reversível que se beneficiem de monitorização e tratamento intensivos, que não o poderiam receber na enfermaria. Estes pacientes geralmente apresentam falência da função de um ou mais órgãos e devem ser admitidos antes da lesão estar instalada em caráter de irreversibilidade. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 10 MODELO DE PRIORIDADES Prioridade 1: Criticamente doentes, instáveis, necessitando de monitorização e tratamento intensivos que não podem ser oferecidos fora da UTI. Entre os suportes necessários estão incluídos o ventilatório, hemodinâmico (uso de drogas vasoativas) etc. Pacientes em Prioridade 1 geralmente não possuem limites a terapêutica a ser recebida. Exemplos: politraumatizados, insuficiência respiratória aguda, choque hemodinâmico. Prioridade 2: Estes pacientes requerem monitorização intensiva e podem potencialmente demandar intervenção imediata. Geralmente não há limitação terapêutica estipulada para estes pacientes. Exemplos: pacientes com doenças crônicas agudizadas. Prioridade 3: Estes pacientes instáveis são doentes críticos, porém a probabilidade de recuperação é reduzida devido à doença de base ou gravidade da doença atual. Eles podem se beneficiar da terapia intensiva para aliviar o quadro agudo, mas pode haver algum grau de limitação de esforços. Exemplos: choque séptico em paciente com neoplasia maligna metastática. Prioridade 4: São pacientes que geralmente não têm indicação de admissão em UTI. Os casos devem ser analisados individualmente e em algumas situações pode ocorrer a internação. Eles podem ser classificados em duas categorias: A. Pouco ou nenhum benefício em receber cuidados intensivos devido à baixa complexidade de sua condição (estão muito bem para beneficiar de cuidados intensivos). Exemplos: cirurgia vascular periférica, cetoacidose diabética estável. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 11 B. Pacientes em condições terminais e irreversíveis em morte iminente (muito graves para se beneficiar da UTI). Exemplos: estado vegetativo persistente, diretivas antecipadas. MODELO DE CONDIÇÕES ESPECÍFICAS OU PATOLOGIAS DETERMINADAS APROPRIADAS PARA ADMISSÃO À UTI Infarto Agudo do Miocárdio com complicações; Choque cardiogênico; Arritmias complexas, requerendo monitorização contínua e intervenção; Insuficiência cardíaca congestiva aguda com insuficiência respiratória e/ou requerendo suporte hemodinâmico; Emergências hipertensivas; Angina instável, particularmente com arrtimias, instabilidade hemodinâmica e dor torácica persistente; Parada Cárdio-Respiratória (PCR) Insuficiência respiratória aguda necessitando de suporte ventilatório; Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica; Insuficiência respiratória com necessidade de intubação imediata. Doenças vascular cerebral aguda com alteração no nível de consciência; Coma metabólico, tóxico ou anóxico; Hemorragia intracraniana com risco de herniação; Hemorragia subaracnóide aguda; Meningite com alteração do estado mental ou comprometimento respiratório; Distúrbio do SNC ou doenças neuromusculares com deterioração neurológica ou de função pulmonar; Pacientes de pós-operatório necessitando de monitorização hemodinâmica e suporte ventilatório ou cuidados intensivos; Cetoacidose diabética complicada com instabilidade hemodinâmica, alteração mental, insuficiência respiratória ou acidose grave; ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 12 PROCESSO DE ADMISSÃO DO PACIENTE CRÍTICO Processo de admissão do paciente crítico O que é a admissão? Definição: É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período. Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, proporcionar conforto e segurança. MATERIAL NECESSÁRIO 01 Sistema a vácuo para aspiração (montado e testado) 01 Cama hospitalar / KIT de roupas de cama 01 Estetoscópio; Termometro; glicosímetro 01 Monitor Multiparâmetros com cabos de monitorização não invasiva 01 Ventilador pulmonar mecânico (montado e testado) 01 Suporte de soro 04 Equipamentos para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba de infusão") 01 Dispositivo bolsa-válvula máscara (ambú) Máscara de venturi, com diferentes concentrações O2 Carrinho de emergência próximo ao leito de admissão KIT de admissão contendo:: 01 Agulha 13 x 4,5; 01 Agulha 25 x 7; 01 Agulha 40 x 12; 01 SF 0,9% 500 mL; 05 Eletrodos; 01 Equipo de BIC; 01 Equipo Macrogotas; 01 pacote de gazes estéreis; 01 Jelco 18; 01 Jelco 20; 01 Jelco 22; 01 Seringa 1 mL; 01 Seringa 10mL; 01 Seringa 20 mL; 01 sonda de aspiração traqueal; 01 Torneirinha; 01 Tira para glicemia; fita adesiva branca; fita hipoalergênica; esparadrapo. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 13 E AGORA? COMO PROCEDER? DESCRIÇÃO DA ADMISSÃO NA UTI PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM AGENTE AÇÃO ENFERMEIRO Recebe informações referente ao paciente pelo enfermeiro da unidade transferidora tomando conhecimento adequado do motivo da internação e seu grau estabilidade/instabilidade; Delega equipe de enfermagem responsável pela recepção do paciente Recebe o prontuário, exames de imagens,medicações das 24 horas. Informa ao paciente(se possível) sobre a permanência e orientações do setor; Verificar se o paciente e/ou acompanhante apresenta alguma dúvida em relação a sua internação e orientá-lo, se possível Orientar o paciente e/ou acompanhante em relação à localização das instalações sanitárias, horário das refeições, nome do médico e da enfermeira de plantão, se possível. Realizar sistematização da assistência de enfermagem(SAE). Registrar o paciente no censo do setor Comunicar ao Serviço de Nutrição e Dietética (SND) a dieta prescrita para o paciente admitido Solicitar o laboratório em caso de exames de urgência. Providenciar placa de identificação do paciente e colocá-la na cabeceira do leito Realiza o registro de admissão no prontuário do paciente ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILODE LÉLLIS 14 MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO INVASIVA Os sinais vitais indicam a condição hemodinâmica de uma pessoa. A observação rigorosa destes parâmetros fornece excelentes parâmetros para intervenções rápidas e eficientes, no intuito de se conseguir o retorno à condição basal do cliente. Em terapia intensiva, a avaliação hemodinâmica não-invasiva é um objetivo a ser alcançado, pois, pelas condições que levam a internação nesta unidade, geralmente instabilidade hemodinâmica grave, os parâmetros vitais são importantes indicadores da resposta orgânica à terapêutica oferecida. TÉCNICO DE ENFERMAGEM Prepara o leito e verifica o funcionamento dos equipamentos Recepciona o paciente junto com equipe multiprofissional; Confere a identificação do paciente e o transfere para o leito Posiciona o paciente no leito monitorizando-o (eletrocardiograma, pressão arterial, saturação de O2) Verifica sinais vitais Desclampear drenos, equipos de soluções, sondas, ou outros dispositivos, se houver. Efetuar cuidados necessários (acesso venoso, medicamentos, oxigenoterapia coleta de SWAB e outros), conforme prescrição de enfermagem e/ou solicitação médica. Deixar o paciente confortável no leito. Realizar as anotações no prontuário do paciente ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 15 Para a realização da monitorização hemodinâmica básica recomenda-se como componentes os seguintes parâmetros: Frequência Cardíaca (FC), diurese, ECG contínuo, Saturação Arterial de Oxigênio (SpO2), PAM(Pressão arterial média) não-invasiva, Frequência Respiratória (FR), e temperatura. Alguns monitores ainda apresentam variáveis como PAM invasiva e PVC(Pressão venosa central). Variáveis do monitor multiparamétrico MONITORIZAÇÃO CARDÍACA (CONTÌNUA) Frequência Cardíaca O valor considerado normal para um indivíduo adulto varia de 60 a 100 bpm. Essa frequência é contabilizada pelo número de pulsações sentidas preferencialmente na artéria radial. Ao verificar a frequência , o ritmo e a força dos batimentos também devem ser avaliados. No ambiente da UTI , os monitores multiparamétricos revelam o valor numé- rico da FC e o traçado eletrocardiográfico . Esses monitores permitem que os profissionais de saúde realizem a programação de va lores mínimos e máximos aceitáveis; quando esses valores não são atingidos , um alarme dispara, permitindo que as intervenções sejam mais rapidamente realizadas. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 16 Eletrocardiograma(ECG) Eletrocardiograma contínuo(ECG) é considerado o método padrão -ouro para o diagnóstico de arritmias, distúrbios hidreletrolíticos e quadros isquêmicos. Para que a monitoração eletrocar diográfica ocorra de maneira eficiente, a pele deve ser preparada e a equipe de enfermagem deve estar atenta ao posicionamento dos eletrodos, que devem ser colocados de forma adequada a fim de evitar a leitura incorreta realizada pelo monitor. Posicionamento dos eletrodos Oximetria de Pulso Trata-se de um método não invasivo utilizado para a monitoração contínua da saturação de oxigênio periférica (SpO2). Sua medida é feita por meio de um sen sor que possui uma fonte de luz e um fotodetector, geralmente colocado na extremidade dos dedos. O fotodetector recebe as ondas de luz emitidas pela fonte e é realizado um cálculo das ondas absorvidas pela hemoglobina, resultando no valor da saturação . Esse método é bastante efetivo na detecção precoce das quedas de oxigenação . Espera-se que, em ar ambiente, a SpO2 seja de 95 a 100%. Alguns fatores podem influenciar na medição , como luz ambiente, posicionamento do sensor , movimentação e agitação do ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 17 paciente, baixa perfus ão periférica, uso de esmalte e edema. Frequência respiratória A FR é avaliada por meio da contagem dos movimentos respiratórios no período de um minuto , além da profundidade, do ritmo e das características da respir ação. O valor normal da FR é de 12 a 20 irpm. Pressão arterial não invasiva(PANI) A pressão arterial é a medida resultante da pressão exercida pelo sangue arterial sobre os vasos periféricos. A pressão arterial sistólica (PAS) corresponde à pressão no final da sístole e está relacionada ao volume sistólico ventricular esquerdo , à velocidade de ejeção do sangue e à elasticidade da parede da aorta . Já a pressão arterial di astólica (PAD) diz respeito ao relaxamento do ventrículo e influencia- da pela resistência periférica e frequência cardíaca. A pressão arterial média é um parâmetro muito utilizado no cotidiano da terapia intensiva, sendo útil para o manejo da terapia medicamentosa com fármacos vasoativos e no controle da manutenção de perfusão dos órgãos e tecidos. O cálculo da PAM pode ser realizado da seguinte maneira: O valor normal esperado de PAS é de 100 a 140 mmHg; o de PAD, de 60 a 90 mmHg; e o de PAM, entre 70 e 105 mmHg. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE MONITORIZAÇÃO HEMODINAMICA NÃO INVASIVA Higienizar as mãos; Verificar se área de colocação dos eletrodos está limpa e sem pelos; Realizar tricotomia nos locais de colocação dos eletrodos, se necessário; ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 18 Posicionar eletrodos nos locais corretos; Certificar-se do funcionamento adequado do monitor; Verificar se os parâmetros de alarme estão ajustados, e se este está funcionando; Observar a integridade da pele no local de colocação dos eletrodos; Manter o paciente e os familiares orientados quanto aos procedimentos; Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme rotina de horário da instituição de saúde; Realizar a retirada dos eletrodos durante banho no leito; Realizar desinfecção o monitor antes e após o uso em cada paciente; Atentar aos pacientes passíveis de desfibrilação/cardioversão com os eletrodos RA e LL por concidirem com os locais de colocação das pás. Recomenda-se afastar os eletrodos das áreas; Manter paciente confortável; Se as extremidades do paciente estiverem frias, procure aquecê-las, pois a hipoperfusão provoca interferências na leitura do oximetro; Remover esmalte das unhas do paciente; Alternar o local de posicionamento do sensor de 2/2horas ou conforme rotina institucional, a fim de evitar lesões de pele; Atentar para risco de desenvolver LPP; Atentar para edemas; Atentar para nível de consciência; Atentar para contraindicações na colocação do manguito da PA. Observar local e tipo de sensor adequado (comumente dedos, pavilhão auricular, e palma da mão geralmente em crianças). ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 19 DISPOSITIVOS INVASIVOS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS INVASIVOS UTILIZADOS NA TERAPIA INTENSIVA INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, a enfermagem em terapia intensiva integrou diversos recursos e inovações tecnológicas de forma consistente, correta e segura ao sistema de cuidado, bem como alicerçou a sua prática nos conhecimentos científico, legal e ético. Nesse contexto, marcado por alto grau de incorporação tecnológica, a equipe de enfermagem foi instigada a evoluir suas habilidades interpessoais e intelectuais, no que refere principalmente aos dispositivos invasivos(sondas, tubos, drenos,etc.) tendo em vista que os pacientes em estado grave apresentam curso clínico altamente instável, com elevado risco de morte, e por isso demandam uma cuidadosa monitorização e controle das suas funções vitais por parte de toda a equipe multiprofissional. VIAS AÉREASARTIFICIAIS São utilizadas em situações clínicas que cursam com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, uma via aérea artificial (tubo endotraqueal nasal e oral, tubo de traqueostomia), com adequado suporte ventilatório invasivo, otimiza a troca gasosa à medida que se mantém a ventilação alveolar e a administração de oxigênio em pacientes que não mais conseguem respirar satisfatoriamente e de forma espontânea. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 20 A via aérea artificial mais comumente utilizada para o manejo em curto prazo é a intubação endotraqueal. Esse procedimento é feito pela inserção de um tubo endotraqueal (TET) na traqueia por via oral. É indicado para manutenção das vias aéreas , controle de secreções, oxigenação e ventilação. É útil em casos de colocação de emergência na inserção por via orotraqueal e requer insuflação do balonete (cuff)para manter a estabilidade dentro da traqueia. Fornece oxigênio a 100% pelo TE. Um tubo de traqueostomia é o método de longo prazo preferido de manutenção das vias aéreas em pacientes intubados por mais de 21 dias ou em situações de obstrução das vias aéreas superiores ou tentativas fracassadas de intubação . Esses tubos são inseridos por um procedimento de traqueotomia. O tubo de traqueostomia oferece menos resistência ao fluxo de ar , tornando a respiração mais fácil . A remoção das secreções também é menos difícil , o conforto do paciente é maior , e o desmame ventilatório é mais bem - sucedido. O tubo de traqueostomia também requer insuflação do cuff para sua estabilidade. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 21 ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 22 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO A IOT Momento do cuidado de enfermagem Ações preventivas da extubação acidental BANHO NO LEITO Avaliar o estado geral do paciente antes do banho no leito. Checar nível de sedação e analgesia. Aproximar o ventilador mecânico (VM) do leito. Checar a fixação e a estabilidade do dispositivo ventilatório. Verificar a pressão do cuff. Manter o tubo apoiado por um dos membros da equipe, diferente do executor da técnica do banho. Mobilizar o dispositivo ventilatório com cuidado para a limpeza da cavidade oral com solução de clorexidina 0,12%, e sempre auxiliado por outro colega. Soltar o circuito do VM do suporte ou manter as traqueias do respirador apoiadas, com uma margem de segurança, durante a higiene do corpo; mudar o paciente para o decúbito lateral em que se encontra o VM . MUDANÇA DE DECÚBITO Investigar nível de consciência e colaboração do paciente para, quando possível, garantir um meio efetivo de comunicação. Checar a fixação e a estabilidade do dispositivo ventilatório. Aproximar o VM do leito do paciente. Soltar os circuitos do VM do suporte. Abaixar a cabeceira. Elevar o mais precocemente a cabeceira. Fixar os circuitos no suporte ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 23 do VM com folga para que, caso ocorra deslocamento do paciente no leito, o dispositivo ventilatório não sofra tração do circuito. Atentar para que as traqueias do VM não fiquem presas às grades laterais da cama. TRANSPORTE DO PACIENTE Investigar nível de consciência e colaboração do paciente para, quando possível, garantir um meio efetivo de comunicação. Garantir adequada sedação e/ou analgesia pré-transporte conforme os protocolos clínicos da unidade. Realizar transferência do paciente do leito para a maca com o auxílio de pelo menos três funcionários. Checar a fixação e posição do dispositivo ventilatório, adaptando ao leito o respirador transporte, o reanimador de Muller ou o dispositivo bolsa-válvula juntamente com o torpedo de oxigênio. Transferir todos os sistemas de monitorização para o monitor da UTI de imediato e trocar o respirador de transporte, o reanimador de Muller ou o dispositivo bolsa- válvula pelo VM do setor, avaliando a adaptação do paciente por 5 minutos. PROCEDIMENTOS NO LEITO Checar nível de sedação e analgesia. Investigar nível de consciência e colaboração, garantindo um meio efetivo de comunicação. Checar a fixação e a estabilidade do dispositivo ventilatorio ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 24 Evitar o tracionamento do dispositivo ventilatorio com os circuitos do VM durante o posicionamento do paciente para exames diagnósticos, como radiografia de tórax, broncoscopia, endoscopia digestiva alta e baixa, toracocentese, toracotomia, dentre outros. TROCA DE FIXAÇÃO Checar nível de sedação e colaboração do paciente e, quando necessário, pedir ajuda para manter o tubo estabilizado. Posicionar o paciente em decúbito dorsal elevado e avaliar a insuflação do cuff. Manter o guia do balonete lateralizado e visível. Retirar o dispositivo de fixação oral de tubo endotraqueal. Caso necessite do auxílio de tesoura ao se dispor de cadarço para fixação, tomar cuidado para não cortar o balonete piloto do cuff. Manter uma das mãos no tubo endotraqueal e esta apoiada no mento do paciente, com a finalidade de não perder o ponto de apoio durante o procedimento. Inspecionar a cavidade oral e promover adequada higiene com solução de clorexidina 0,12%, além de fazer retoque na barba, caso necessário. Limpar, secar e remover quaisquer resíduos oleosos da pele do paciente antes de aplicar um novo dispositivo de fixação oral de tubo endotraqueal. Respeitar o posicionamento centralizado do tubo orotraqueal e a sua numeração no nível da ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 25 SONDAS GÁSTRICAS E NASOENTÉRICAS Prerrogativa do cuidado de enfermagem, a sondagem gástrica consiste na inserção de uma sonda através do nariz ou da boca do paciente até o estômago, representando um método importante para o diagnóstico e o tratamento de lesões gastrintestinais e multissistêmicas. Já a sondagem nasoenterica caracteriza-se pela progressão da sonda até o duodeno, almejando-se que a sua ponta passe pelo piloro e progrida até a porção distal do duodeno ou, ainda, até a porção proximal do jejuno. Essas sondas consistem em tubos de poliuretano ou silicone, de diversos calibres,comprimentos e número de lumens. A escolha do tipo ideal da sonda varia com a idade do paciente e indicação precisa da sondagem.Usualmente, sondas menos calibrosas são indicadas unicamente para alimentação, enquanto as mais grossas podem ser empregadas para descomprimir o estômago, realizar lavagem, promover o esvaziamento gástrico de líquidos ou gases, controlar o sangramento gastrintestinal alto, monitorar o pH gástrico, como também podem ter o propósito de administrar medicamentos, alimentos e soluções. comissura labial do paciente. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 26 ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 27 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM SNG/SNE Confirmação radiológica (no caso sonda nasoenterica) – liberação médica ; Manter a cabeceira do paciente elevada em 45° ; Verificar o posicionamento do cateter enteral através da ausculta abdominal(se SNG) e visualização da marcação no cateter; Validade da dieta enteral: 180 minutos a partir do recebimento na unidade; Os frascos de dieta enteral não poderão ficar estocados nas unidades de internação; Os frascos de dieta enteral deverão ser encaminhados junto ao cliente, em situações de transferência intra-hospitalar; A infusão deverá ser interrompida durante o transporteintra-hospitalar e durante a realização de procedimentos que requeiram cabeceira abaixada; O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) deverá ser comunicado quando o cliente tiver indicação da interrupção temporária da dieta (exames, perioperatório, vômitos, extubação recente e outros) Os frascos de dieta estarão identificados com o nome completo do cliente, volume, período de infusão e tipo de dieta; Instalar a dieta enteral, preferencialmente em bomba de infusão; Identificar o equipo e trocá-lo a cada 24h ou conforme rotina hospitalar; Avaliar a capacidade do cliente tolerar a dieta, observar a presença de distensão abdominal, náuseas, vômitos e diarreia e comunicar o médico/nutricionista mediante alterações A equipe de enfermagem, ao administrar medicamentos pelo cateter enteral em uso para dietas, deverá clampar o equipo da dieta durante a administração e lavar o cateter com 20 ml de água filtrada, antes e após a administração e só após retornar o fluxo da dieta Administrar água filtrada conforme prescrição médica Desligar a dieta, pelo menos, 15 minutos antes de realizar procedimentos que estimulem os reflexos de tosse e de vômito, e em situações que necessitem abaixar a cabeceira da cama, como por exemplo, o banho no leito Higienizar a cavidade bucal conforme protocolo institucional ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 28 SONDAS VESICAIS DE DEMORA (SVD) O cateterismo vesical consiste na introdução de uma sonda ou cateter na bexiga através da uretra ou por via suprapúbica, sendo considerado de alívio quando se objetiva unicamente o esvaziamento vesical, com a subsequente retirada da sonda; ou cateterismo de demora quando se almeja garantir a drenagem contínua da urina durante horas ou dias. Como um procedimento que possui finalidades terapêutica e diagnóstica, as principais indicações da sondagem vesical de demora consistem : Controle rigoroso do volume urinário em pacientes clinicamente instáveis; Cirurgias com tempo superiora 3 horas ou que exijam monitorização hemodinâmica avançada; Pós-operatórios de cirurgias urológicas ou ginecológicas perineais; Em casos de obstrução urinária crônica; Distúrbios urodinâmicos neurogênicos (bexiga neurogênica); Irrigação vesical Assistência paliativa na qual o cateterismo possa proporcionar melhor conforto. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 29 ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 30 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE MANUSEIO DO CATETER VESICAL DE DEMORA Após a inserção, fixar o cateter de modo seguro e que não permita tração ou movimentação; Manter o sistema de drenagem fechado e estéril; Não desconectar o cateter ou tubo de drenagem, exceto se a irrigação for necessária ; Trocar todo o sistema quando ocorrer desconexão, quebra da técnica asséptica ou vazamento; Para exame de urina, coletar pequena amostra através de aspiração de urina com agulha estéril após desinfecção do dispositivo de coleta levar a amostra imediatamente ao laboratório para cultura; Manter o fluxo de urina desobstruído ; Esvaziar a bolsa coletora regularmente, utilizando recipiente coletor individual e evitar contato do tubo de drenagem com o recipiente coletor ; Manter sempre a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga ; Realizar a higiene rotineira do meato e sempre que necessário . ACESSO VENOSO CENTRAL Definição O acesso venoso central é obtido pela inserção de um dispositivo intravascular em veias profundas (subclávia, jugular, femoral) com finalidade terapêutica. O estabelecimento de critérios de indicação e de diretrizes para a implantação, a manutenção e a remoção do cateter venoso central (CVC) são importantes para prevenir eventos adversos à saúde do cliente, dentre os quais, destaca-se as infecções de corrente sanguínea Indicações para implantação do CVC Impossibilidade de acesso venoso periférico (rede venosa prejudicada, edema, esvaziamento ganglionar de membro, entre outros); Impossibilidade de acesso venoso central por inserção periférica (PICC) – 1° opção para pediatria; Indicação de cirurgia de grande porte (neurocirurgias, cirurgias cardíacas); Necessidade de monitorização hemodinâmica (medida de pressão venosa central, pressão intracardíaca direita, pressão arterial pulmonar, entre outras); Indicação de terapia dialítica; Necessidade de solução glicosada em concentração maior que 10,0% (por tempo prolongado); Nutrição parenteral; aminas vasoativas; ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 31 soluções irritantes / vesicantes e/ou antibioticoterapia quando previsto mais de uma dose; Indicação de infusão venosa por tempo superior a 7 dias. Contraindicações para implantação do CVC Clientes com discrasia sanguínea (relativa) - avaliar risco / benefício; Clientes com alterações anatômicas e/ou estruturais que interfiram na progressão do cateter. Complicações relacionadas ao CVC Pneumotórax; Hemotórax; Quilotórax; Infecção local; Tromboflebite; Endocardite; Ruptura; Sepse; Os cateteres venosos geralmente são padronizados, quanto ao tipo, calibre e indicação: TIPO DE CATETER CALIBRE (FR - FRENCH) INDICAÇÃO Infantil Adulto Cateter venoso central duplo-lúmen 4 Fr 7 Fr Acesso venoso central para infusão de soluções. Cateter venoso central mono-lúmen 5 Fr 5 Fr Acesso venoso central para infusão de soluções. Cateter venoso central duplo-lúmen (Shilley) - 11,5 Fr Acesso venoso central em adultos, para realização de hemodiálise e cirurgia cardíaca. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 32 Os cateteres mais comumente utilizados são os de calibre 3-5 Fr para recém-nascidos, 5-7 Fr para lactentes e 7-12 Fr para crianças maiores e adultos. O comprimento do cateter deve ser determinado pela profundidade de inserção em relação aos pontos de referência anatômicos do cliente. O cateter deve conter o menor número de lúmens necessário, pois o risco de infecção aumenta proporcionalmente ao número de lúmens. Conectar os dispositivos multivias o mais proximal possível da inserção do CVC. A implantação do cateter venoso central será por meio de técnica de estéril; As veias a serem selecionadas por ordem de prioridade de inserção, serão: RESPONSABILIDADES Médico: Prescrever a implantação do CVC e os medicamentos que serão utilizados durante o procedimento; Solicitar o kit de acesso venoso central Solicitar exame radiográfico e analisar o posicionamento do cateter; Prescrever as soluções/medicamentos que serão infundidas pelo CVC; Avaliar diariamente a necessidade da manutenção de uso do CVC; Prescrever a remoção do CVC e, se necessário, hemocultura e coleta da ponta do cateter para análise microbiológica, caso haja suspeita de processo infeccioso sistêmico e local. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 33 Enfermeiro: Prescrever os cuidados de enfermagem quanto a administração de medicamentos, curativos e troca do sistema infusional; Avaliar o sítio de inserção do CVC, diariamente, e registrar os achados na ficha de acompanhamento; Realizar coleta de amostra de sangue e administração de nutrição parenteral e de hemocomponentes pelo CVC; Remover o CVC, quando indicado pelo médico; Capacitar a equipe de enfermagem para os cuidados com a manutenção do CVC e troca dos sistemas de infusional; Supervisionar a equipe ao cumprimento das prescrições; Realizar curativo de CVC diariamente se curativo simples, e a cada 5-7 dias se filme transparente. Técnico de Enfermagem: Reunir os materiais para a implantação do CVC; Auxiliar o médico no procedimento de implantação do CVC; Implementaros cuidados prescritos pelo enfermeiro. MATERIAL PARA INSERÇÃO DO CATETER Material da paramentação médica: Avental estéril Luva cirúrgica Máscara Touca Escova com solução antisséptica Material para implantação do CVC Cateter mono- lúmen (5,0 Fr) ou duplo-lúmen (7,0 Fr ) 01 Escova de clorexidina 01 Pacote de gaze 04 Seringa de 10mL 01 Seringa de 20mL 01 Agulha 40x12 02 Agulha 13x4,5 01 Soro fisiológico 0,9% 250mL frasco 01 Clorexidina alcoólica 0,5% almotolia 01 Conector de sistema fechado ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 34 02 Curativo transparente com borda reforçada estéril 10x12 cm 01 Torneira 3 vias (three way) 02 Equipo macrogotas 01 Fio sutura mononylon 3-0 01 Lâmina de bisturi nº 11 01 Lidocaína 2% sem vaso de 5ml 01 Agulha 25x7 01 Seringa de 5ml PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – INSERÇÃO DE CVC Descrição dos Procedimentos Justificativas 1. Explicar o procedimento a ser realizado e a sua finalidade ao paciente e/ou responsável e realizar o exame físico específico (escolha da veia a ser puncionada e o calibre do dispositivo de punção). Diminuir a ansiedade e favorecer a colaboração da criança e do familiar. 2. Colocar o paciente posicionado em decúbito dorsal com as clavículas alinhadas, se possível em trendelemburg, e expor o local de punção. Facilitar a execução do procedimento 3. Monitorizar o paciente com o oxímetro de pulso e ECG (eletrocardiograma), quando necessário. Observar os parâmetros clínicos. 4. Paramentar-se com os EPI – Equipamentos de Proteção Individual (gorro, máscara cirúrgica e óculos protetor), o profissional responsável e o auxiliar Promover proteção individual 5. Realizar a higienização cirúrgica das mãos, conforme o procedimento operacional padrão “Higienização cirúrgica das mãos”. Reduzir a transmissão de microrganismos. 6. Vestir o avental cirúrgico esterilizado, com a ajuda de um profissional circulante. O profissional auxiliar também deverá vestir o avental cirúrgico. Manter procedimento asséptico. 7. Calçar as luvas esterilizadas. Promover proteção individual e manter o procedimento asséptico. 8. Solicitar ao profissional circulante para abrir a bandeja e colocar o restante dos materiais sobre ela, sem contaminá- los. Manter a luva do profissional responsável esterilizada, assim como disponibilizar todo material para o procedimento. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 35 9. Separar os materiais cortantes dos não cortantes. Promover segurança durante a execução do procedimento. 10. Preencher a luz do cateter com soro fisiológico 0,9%. Evitar embolismo. 11. Fazer a antissepsia ampliada do local que será puncionado com clorexidina alcoólica 0,5% . Remover a flora transitória e reduzir a flora residente. 12. Colocar o campo esterilizado com a fenestra sobre o local selecionado para ser puncionado e os demais campos cobrindo todo o corpo do paciente. Maximizar área estéril. 13.Identificar as estruturas anatômicas Evitar punção inadvertida 14. Fazer anestesia local com lidocaína a 2% sem vasoconstrictor na pele e no trajeto de punção. Evitar dor e desconforto no paciente. 15. Inserir na pele a agulha conectada a seringa de 5 ml, com o bisel voltado para cima com aspiração constante do embolo da seringa (pressão negativa). A punção venosa é feita com agulha pouco calibrosa e o fluxo de sangue deve ser contínuo Certificar a punção correta da veia. 16. Através da agulha, inserir o fio-guia e retirar a agulha. Executar a técnica. 18. O dilatador é retirado e o cateter passado por sobre o fio-guia, que é retirado após o cateter atingir a posição desejada. Executar a técnica 19. Fixar o cateter à pele do cliente, através de sutura, e realizar curativo oclusivo com gaze estéril e fita adesiva. Executar a técnica 20. Manter o CVC salinizado ou sob a infusão de uma solução isotônica, para manter veia, até a confirmação do posicionamento do cateter pelo RX. Executar a técnica 21. Realizar raios X para confirmar o posicionamento e liberar para uso. Evitar eventos adversos. CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM CATETER VENOSO CENTRAL Realizar o curativo do sítio de inserção do CVC com técnica asséptica, utilizar de preferência soro fisiológico 0,9% para a limpeza e clorexidina alcoólica 0,5% para antissepsia do sítio de inserção do CVC. Realizar a troca do curativo, após o banho, respeitando o aprazamento de acordo com o tipo de cobertura utilizado. Curativo com gazes - a cada 24 horas, ou antes, se sujo ou solto ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 36 Curativo com filme transparente de poliuretano esterilizado - a cada 7 dias, ou antes, se sujo ou solto Identificar o curativo/fixação com data e nome do responsável à caneta Proteger o curativo durante o banho. Avaliar o local de inserção do cateter venoso diariamente, por meio de inspeção (edema, sangramento, secreção, hematoma) e de palpação (sensibilidade, calor e drenagem de secreção) para detecção de sinais flogísticos. Registrar os achados em impresso próprio ou no formulário de anotações de enfermagem. Lavar o lúmen do cateter (flushing) antes, entre e após a administração de medicamentos, sangue e nutrição parenteral com soro fisiológico. Utilizar conectores de sistema fechado em cada extremidade do CVC. Utilizar vias exclusivas do CVC para a administração de nutrição parenteral e hemocomponentes Trocar os equipos de infusão, respeitando o aprazamento instituído Identificar o equipo com data, horário e nome do responsável, logo abaixo da ampola de gotejamento Descartar o equipo que for contaminado acidentalmente, durante a sua manipulação Trocar os conectores (three way) e extensores em conjunto com o equipo. Realizar a desinfecção dos conectores (three way) com álcool 70%, por meio de fricção vigorosa, no mínimo, com três movimentos rotatórios, utilizando gaze limpa ou sache, antes de administrar fluidos ou de coletar sangue ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 37 Distúrbios do equilíbrio hídrico A água é um elemento essencial à homeostase corporal , correspondendo a cerca de 50 a 60% do peso corporal. Ela está distribuída nos seguintes compartimentos: • Líquido intracelular : cerca de 40% do peso corporal. • Líquido extracelular : cerca de 20% do peso corporal, dividida em 5% no meio intersticial e 15% no meio intravascular. Disfunções do metabolismo corporal (seja pela redução ou excesso ) podem levar a um desequilíbrio destes percentuais de distribuição hídrica no organismo, podendo provocar distúrbios do equilíbrio hídrico , seja desidratação, edema ou intoxicação hídrica. A ocorrência desses distúrbios nas unidades de terapia intensiva é constante , tanto pela gravidade das patologias quanto pelos procedimentos terapêutico s instituídos. Mudanças mínimas nas concentrações normais , se não reconhecidas e tratadas , podem trazer graves prejuízos ao paciente , como arritmias, edema cerebral , convulsões, entre outros , interferindo diretamente nos índices de morbimortalidad e. A equipe de enfermagem possui um papel primordial na detecção precoce desses distúrbios, pois a intervenção imediata garante o restabelecimento dos parâmetros vitais do paciente. PRINCIPAIS CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HÍDRICO Distúrbios do equilíbrio hídrico Desidratação Edema Intoxicação hídrica DEFINIÇÃO Diminuição na quantidade total de água corpórea , com hiper, iso ou hipotonicidade dos fluidos orgânicos Aumento da presença de água no espaço intersticial (o valor de água neste espaço é cerca de 5% do peso corpóreo ) ou intracelular Aumento da quantidade de água total corporal, causandoaumento da quantidade de solvente em relação aos solutos orgânicos ETIOLOGIA Perdas gastrintestinais (diarreia, vômitos, As disfunções hepáticas, cardíacas e Causada pela excessiva ingestão de água ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 38 aspiração gás trica) geniturinárias (poliúria, doença de Addison, diabetes, terapia com diuréticos), tegumentares (sudorese abundante, queimaduras) e por ingestão insuficiente de água renais são as mais comuns em um indivíduo com baixa diurese SINAIS E SINTOMAS Sede (aparece com a perda de 2% do peso corporal) Precoces: mucosas e pele secas, oligúria e diminuição da elasticidade cutânea ; Tardios: taquicardia, hipotensão postural, pulso filiforme , obnubilação, febre, coma, choque hipovolêmico Morte Sensação de peso no membro afetado Aumento do diâmetro regional presença de cacifo precoces: náuseas, astenia, diminuição do débito urinário e aumento ponderal tardios: convulsão e coma CUIDADOS DE ENFERMAGEM Classificar o grau da desidratação: leve, moderada ou grave repor o volume perdido segundo prescrição médica repor os sais de acordo com a necessidade do paciente e segundo prescrição médica realizar balanço hídrico Avaliar o grau de edemas periféricos segundo suas localizações Administrar diuréticos segundo prescrição médica realizar balanço hídrico investigar possíveis presenças de edemas periféricos ou pulmonares realizar balanço hídrico Administrar manitol segundo prescrição médica ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 39 DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO PRINCIPAIS DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS Distúrbio eletrolítico Definição Etiologia Sinais e sintomas Cuidados de enfermagem Hiponatremia Taxa de sódio abaixo de 135 mEq/l no LEC Pode ser causada por deficiência de sódio, por diluição pelo excesso de água ou por estes fatores combinados Confusão mental, alterações de personalidade, coma, oligúria. Na hiponatremia por redução de Na+, repor sódio conforme prescrição médica. Hipernatremia Taxa de sódio acima de 145 meq/l no LEC Casos em que a perda de água é maior do que a de sódio (diarreia, vômitos, diabetes, febre, hiperventilaçã o, etc.) Reposição insuficiente das perdas hídricas Administração de excesso de soluto Mucosas secas, sede, hipotonia muscular, câimbras, tremor, confusão mental, hiper- reflexia, alucinações e febre. Realizar balanço hídrico Orientar na ingestão de dieta hipossódica Avaliar alterações do comportamento, como agitação , desorientação e letargia Observar sede relacionada com outros sinais clínicos Hipocalemia ou Hipopotassemia Taxa de potássio sérico inferior a 3,5 mEq/l Perdas gastrintestinai s (vômitos, aspiração gástrica, diarreia), ileostomia Recente e uso de diuréticos tiazídicos Fadiga, anorexia, câimbras, motilidade intestinal diminuída, vômitos, náuseas, parestesias e disritmias Realizar eletrocardiograma para rastrear possíveis alterações de traçado Repor potássio por via oral (dieta, xarope) ou por via intravenosa Suspender uso de laxativos e diuréticos se necessário conforme prescrição médica Coletar amostra de sangue para dosar níveis de potássio ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 40 com periodicidade Hipercalemia ou hiperpotassemia Taxa de potássio sérico superior a 5,5 mEq/l Iatrogenias função renal alterada. Fraqueza muscular Alterações do trato gastrointestinal, como náuseas e cólicas distúrbios da condução cardíaca Realizar eletrocardiograma de controle com periodicidade Monitorização cardíaca contínua , se necessário Hipocalcemia Taxa sérica de cálcio abaixo de 8,5 mg/dl Osteoporose, hipoparatireoid ismo, pós- paratireoidecto mia, pancreatite, insuficiência renal, insuficiência de vitamina D Tetania, sensações de formigamento nas pontas dos dedos, na boca e nos pés e sinais de Trousseau e Chevostek Monitoramento das vias aéreas Atentar para nível de consciência e convulsões Atentar para risco de quedas Hipercalcemia Taxa sérica de cálcio acima de 10,5 mg/dl Tumores malignos Hiperparatireoi dismo Fraqueza muscular, descoordenaçã o, confusão mental, anorexia, náuseas, constipação e parada cardíaca Monitoramento cardíaco contínuo Controle do pulso quanto a quaisquer anormalidades Atenção durante a administração de digitálicos ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 41 DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE Os desequilíbrios de ácidos e bases são frequentemente observados em pacientes críticos,como resultado de alterações respiratórias e metabólicas relacionadas a doenças, distúrbios hidroeletrolíticos, distúrbios renais, intervenções e tratamentos como ventilação mecânica, infusões de medicamentos diversificados(sedativos,opióides,antiácidos, diuréticos), entre outros. Os níveis de ácidos e bases no organismo são fundamentais para a manutenção do pH(concentração do íon hidrogênio no plasma) em limites compatíveis com os processos vitais. Os sistemas pulmonar e renal são responsáveis pela eliminação do hidrogênio (H+) produzido durante o metabolismo celular. O íon hidrogênio(H+) é uma substância ácida responsável por acelerar o processo metabólico das nossas células, após ser utilizado é excretado de duas formas através do pulmão(respiração) e rins(urina): ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 42 Já o íon bicarbonato(HCO3-) é a base mais comumente encontrada no sangue humano e sua concentração é regulada pelos rins. Quando o pH do nosso sangue está muito ácido, um dos mecanismos do nosso organismo é liberar o bicarbonato na corrente sanguinea afim de manter um equilibrio (acido- base) e o corpo funcione em perfeita homeostasia. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 43 Baseado na escala anterior, consideramos fisiológico o SANGUE que está entre as faixas de pH entre 7,35 a 7,45. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 44 Resumindo... Condições evidenciadas pela gasometria arterial anormal ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 45 ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 46 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Introdução A disfunção respiratória é uma das situações críticas mais comuns com necessidade de internação em UTI . A falência de um dos componentes primários do sistema respiratório , seja da troca gasosa na membrana alveolocapilar ou da bomba ven - tilatória, pode resultar em quadro de insuficiência com necessidade de suporte ventilatório para manutenção das trocas e redução do trabalho respiratório. Definição A insuficiência respiratória (IR) é uma condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) nos limites de normalidade para dada demanda metabólica Classificação Tipo I ou hipoxêmica Tipo II ou hipercápnica. Mista Insuficiência Respiratória tipo I ou (hipoxêmica): É caracterizada pela redução dos níveis de oxigênio, levando a hipoxemia (PaO2 < 60 mmHg). Geralmente os distúbios fisiopatológicos responsáveis por este tipo de IRA são: pneumonias, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase afogamento, DPOC em exacerbação ,asma grave ,pneumotórax, obstrução de vias aéreas(corpo estranho), derrame pleural, pnemotorax, hemotórax,etc. Insuficiência Respiratória tipo II ou (hipercapnica): ocorre aumento do nível de gás carbônico (PaCO2 > 50 mmHg) em razão da falência ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 47 ventilatória, existe em situações em que não há comprometimento pulmonar, como nas doenças neuromusculares (Síndrome de Guillian- Barré, miastenia gravis) e na depressão do centro respiratório(sedativos, anestésicos), malformações da caixa torácica,DPOC, etc. Insuficiência Respiratória mista: Quando há hipoxemia grave associada a retenção de CO2. O paciente apresenta a soma do quadro casual, sintomático da hipercapnia + hipoxemia. Quadro clínico geral da Insuficiência Respiratória Dispneia Taquipneia Manifestações neurológicas Cianose Coma Morte Sinais e sintomas da hipoxemia: IRa tipo I Taquipnéia Dispnéia Taquicardia Hipertensão Agitação Sonolência Convulsões Bradicardia Coma PCR Cianose Sinais e sintomas da hipercapnia: IRa tipo II Sudorese Dispnéia Fadiga Taquicardia Confusão mental Coma PCR ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 48 Diagnóstico Quadro clinico Exames de imagem : RX de tórax Exames laboratoriais: Gasometria arterial Tratamento O tratamento da insuficiência respiratória envolve suporte ventilatório invasivo ou não invasivo e manutenção das vias aéreas(aspiração), além do acompanhamento da evolução do paciente . O ajuste de parâmetros ventilatórios é guiado pela avaliaçã o clínica e por exames laboratoriais , como a gasometria arterial. OXIGENOTERAPIA NÃO INVASIVA A oxigenoterapia consiste na administração de O2 numa concentração de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de O2 ou hipóxia, aplicada tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas. A razão mais comum para a utilização da oxigenoterapia é a insuficiência respiratória aguda (IRpA), em que há impossibilidade do sistema respiratório manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) O principal objetivo da oxigenoterapia é aumentar a quantidade de O2 carreado no sangue pelas hemoglobinas até o tecido, ou seja, visa-se reverter o quadro de hipóxia tecidual, que se caracteriza pela diminuição dos níveis de O2 existentes nos tecidos e órgãos, não havendo O2 suficiente para realização das funções metabólicas normais, ocasionando a morte celular. Principais indicações: Situações de hipoxemia: PaO2 ‹ 60mmHg e SatO2 ‹ 90% em ar ambiente e repouso SatO2 < 88% durante exercícios ou sono em cardiopatas ou pneumopatas Parada Cardiorrespiratória Redução do trabalho cardiopulmonar excessivo ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 49 Intoxicação por gases (CO) Traumatismos graves Angina instável Recuperaçãopós-anestésica (procedimentos cirúrgicos) Insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada) Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Apneia obstrutiva do sono Sistemas de administração para realização da oferta de O2 suplementar: sistema de baixo fluxo, sistema de alto fluxo e nebulização A forma de administração da oxigenoterapia irá depender de diversos fatores, dentre eles: se o paciente é respirador oral ou nasal, do fluxo necessário a ser ofertado, do grau de desconforto respiratório do paciente, da gravidade da hipoxemia, da necessidade ou não de umidificação e, principalmente, deve-se levar em consideração a tolerância do paciente. Para garantir uma oferta adequada de O2, deve-se, inicialmente, posicionar o paciente de maneira correta, o mais reto possível, na posição supino, com a cabeceira elevada à 45-60º, o mais confortável possível Após o posicionamento, deve-se atentar à patência de vias aéreas. É de suma importância para o sucesso na oxigenoterapia, a via aérea do paciente esteja pérvia, ou seja, sem obstruções, como secreções. Por isso, antes mesmo da oferta de O2 ou do aumento do fluxo ofertado ao paciente, deve-se realizar a higienização das vias aéreas, seguidas pela aspiração da via aérea, se necessário.Faz-se necessário o uso da umidificação. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 50 Sistemas de baixo fluxo Cateter Nasal ou nasofaingeo Dispositivo constituído por um tubo plástico fino, no qual em sua extremidade distal há diversos orifícios pelos quais o O2 é entregue à traqueia do paciente. Esse cateter deve ser introduzido na cavidade nasal a uma distância equivalente ao comprimento entre o nariz e o lóbulo da orelha. Vantagens: Barato, fácil de adquirir, não dificulta a fala e a deglutição. Desvantagens: Deve ser removido e substituído a cada 8 horas, permite um fluxo de 1-5 L/min, irritação da nasofaringe, náuseas e vômitos. Cateter tipo óculos ou cânula nasal Dispositivo constituído por um tubo plástico com duas saídas de ar que devem ser colocadas nas narinas do paciente, para oferta de O2. FiO2 ofertada de 24% a 40%. Vantagens: confortável por longos períodos de tempo, não impede a fala, a tosse e a deglutição, não invasivo, não há risco de reinalação de CO2, terapia domiciliar prolongada. Vantagens: É leve e bem tolerada e não interfere com a fala e a alimentação. Desvantagens: permite um fluxo de O2 de 1 a 5 L/min, utilizado apenas por pacientes que são respiradores nasais, pode causar irritação de mucosa nasal ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 51 quando ofertados fluxos maiores, ressecamento, dermatites e até sangramento nasal. Máscara facial simples Dispositivo de oferta de oxigênio através de uma máscara conectada a um umidificador através de um circuito. FiO2 ofertada de 40% a 60%. Vantagens: abrange nariz e boca, podendo ser utilizado nos pacientes respiradores nasais e orais, permite fluxos mais altos de 4 a 15L/min, sendo que na literatura visa-se utilizar essa máscara com um fluxo até 8 L/min Desvantagens: dificulta fala, deglutição e expectoração, sensação de claustrofobia, requer um correto posicionamento e fixação Máscara de traqueostomia Interface que consiste em uma máscara que deve ser posicionada diretamente sobre a traqueostomia do paciente. Essa máscara é conectada ao umidificador através de um circuito. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 52 Vantagens: Dispositivo de baixo fluxo(6/8 l/min) utilizado para pacientes traqueostomizados,concentração de 40 a 60%, não causa desconforto para o paciente. Desvantagens: requer uma adequada fixação da máscara na direção da traqueostomia, correta higienização da interface, pode ocasionar úlcera por pressão na região da fixação da máscara, requer umidificação contínua. Máscara com Reservatório Consiste em uma máscara acoplada diretamente a uma bolsa inflável. Deve ser utilizada quando for necessário oferta de fluxos de 7 a 10 L/min (FiO2 60% a 100%). Máscara sem reinalação, que possui uma válvula unidirecional entre a máscara e a bolsa inflável, na qual permite a passagem apenas de O2 em um único sentido, do reservatório à máscara, impedindo assim, a passagem de CO2 para a bolsa inflável, e consequentemente a reinalação de CO2. Esta máscara permite uma FiO2 de 60 a 100% e deve-se haver um fluxo suficiente para evitar o colapso do reservatório; Máscara com reinalação parcial, que não possui a válvula unidirecional, portanto, há uma mistura de gases (O2 e CO2) no reservatório havendo a reinalação de CO2 pelo paciente. A máscara permite uma FiO2 de 60 a 80%, e faz-se necessário um fluxo de O2 adequado para esvaziar somente um terço do seu conteúdo no reservatório. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILODE LÉLLIS 53 Sistema de alto fluxo Máscara de Venturi Único sistema de alto fluxo que permite fornecer concentrações controladas de oxigênio (FiO2 conhecidas que variam de 24 a 50%. Além disso, esse dispositivo requer uma umidificação, devido à entrega de altos fluxos de O2 diretamente na traqueia do paciente. A cor do dispositivo reflete a concentração de oxigênio Vantagens: É leve e bem tolerada pelo paciente. Protege contra dosagens nocivas de oxigênio Desvantagens: Desloca-se facilmente, dificulta a fala e impossibilita o paciente durante alimentação por via oral. Sistema de nebulização ou aerossolterapia Administração via inalatória de fármacos na forma de aerossol Geralmente realizada através do ar comprimido Fluxo de ar (fluxômetro) deverá ser suficiente para produzir névoa( 5 a 6L/min) ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 54 Finalidade Umidificar o ar inspirado Oferecer aporte de oxigênio Fluidificar secreções Administrar medicamentos O sistema de nebulização pode ser acoplado: Máscara de Venturi Máscara de TQT Aparelho de ventilação não-invasiva (BIPAP) Ventiladores mecânicos (final do ramo da conexão em Y) Efeitos dos oxigênio Efeitos Benéficos Sabe-se que o uso da oxigenoterapia acarreta diversos efeitos positivos, dentre eles : Melhora da troca gasosa pulmonar; Melhora do débito cardíaco; Diminuição da resistência arterial pulmonar; Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca. Efeitos Deletérios Além dos efeitos positivos, a oxigenoterapia pode ocasionar diversos efeitos deletérios, sendo por isso, considerado um medicamento. Dependendo do tempo e da concentração de O2 inadequados, que o paciente ficará exposto, poderá acarretar alterações no Sistema Nervoso Central, Respiratório e Cardiovascular Os principais efeitos deletérios ocasionados pelo uso inadequado da oxigenoterapia são: Toxicidade pulmonar: Depressão do sistema respiratório Atelectasias por absorção Diminuição do surfactante pulmonar ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 55 VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃO INVASIVA BREVE HISTÓRICO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA(VM) A história da ventilação mecânica (VM) teve início a partir da década de 1920, quando Philip Drinker conduziu experimentos para o desenvolvimento de um suporte ventilatório . Embora séculos antes já fossem descritas insuflações rí tmicas em pulmões de animais através de um tubo ins erido na traqueia , foi no início da década de 1950 que a epidemia de poliomielite possibilitou que a invenção de Drinker se popularizasse. O “pulmão de aço” , como ficou posteriormente conhecido o primeiro ventilador mecânico utilizado , consistia basicamente em um tanque em que o paciente era inserido ; em seu interior , a alternância de pressão positiva e negativa permitia a respiração do paci ente, demonstrando a efetividade do suporte ventilatório Algum tempo depois, a ventilação mecânica com pressão positiva mostrou - se superior e, assim, foi desenvolvido um novo aparato para o manejo desses pacientes. O uso de pressão positiva mostrou ainda algumas vantagens diante do aumento de resistência das vias aéreas e da redução da complacência pulmonar. O desenvolvimento de novos equipamentos e o avanço na intubação traqueal difundiram seu uso . Na década de 1960, com a determinação da concentração de gases sanguíneos por Thomas Petty , o potencial da VM com pressão positiva na melhora da oxigenação foi finalmente reconhecido. DEFINIÇÃO A ventilação mecânica é compreendida como a manutenção da oxigenação e/ou da ventilação dos pacientes de maneira artificial até que estes estejam capacitados a reassumi-las. É utilizada como forma de aumentar a oferta de O2 tendo como finalidade: Garantir troca gasosa adequada; Corrigir a hipoxemia e a acidose respiratória associada à hipercapnia; Aliviar o trabalho da musculatura respiratória , reduzindo o desconforto respiratório; Reverter ou evitar a fadiga da musculatura cardiorespiratória; Estado mental, Glasgow <8 PCR ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 56 Permitir a aplicação de terapêuticas específicas que requeiram administração de anestésicos e bloqueadores neuromusculares A inadequada troca dos gases oxigênio e carbônico leva à incapacidade do organismo em manter os valores de pressão arterial de oxigênio (PaO2) e de gás carbônico (PaCO2) para determinada demanda metabólica, levando à insuficiência respiratória. Efeitos adversos da ventilação mecânica Barotrauma Alterações hemodinâmicas e cardiológicas: hipotensão, alterações de ritmo Aumento da pressão intra-abdominal: alterações gastrintestinais, renais, hepáticas etc. Redução dos mecanismos de higiene bronquial (tosse e cílios) Aumento do risco de infecção Efeitos neurológicos: aumento da pressão intracraniana, redução da perfusão cerebral Complicações psicológicas: estresse, insegurança, ansiedade, tremores CLASSIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Atualmente, o suporte ventilatório é classificado em dois grandes grupos : ventilação mecânica invasiva (VMI) e ventilação mecânica não invasiva (VMNI). A diferença entre os dois tipos é a forma de administração da pressão positiva , que utiliza uma prótese introduzida na via aérea, no caso da ventilação invasiva, ou de uma interface e não invasiva. VMI VNI ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 57 INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA A VMI está indicada em casos de: Hipoventilação e apneia; Insuficiência respiratória e hipoxemia refratária a oxigenoterapia; Falência mecânica do aparelho respiratório; Aumento do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular; Reanimação por parada cardiorrespiratória. A VNI está indicada em casos de: Exacerbação da DPOC Exacerbação da asma Edema agudo de pulmão Pós extubação Para entender bem como funciona a ventilação mecânica, é fundamental conhecer as quatro fases do ciclo respiratório: Fase inspiratória Mudança da fase inspiratória para expiratória Fase expiratória Mudança da fase expiratória para inspiratória 1. FASE INSPIRATÓRIA: O Ventilador insufla os pulmões do doente, ou seja , é a entrada do ar nos pulmões. No final esta pode prolongar-se (pausa inspiratória) melhora das trocas gasosas. 2. CICLAGEM:Mudança da fase inspiratória para expiratória. O ventilador interrompe a fase inspiratória, iniciando a fase expiratória. 3. FASE EXPIRATÓRIA: De forma passiva o ventilador permite o esvaziamento dos pulmões,ou seja, é a saída do ar dos pulmões para o aparelho. Mantendo uma pressão expiratória final(PEEP). 4. DISPARO:Mudança da fase expiratória para inspiratória, há uma interrupção da fase expiratória, iniciando a fase inspiratória (novo ciclo) ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 58 PARÂMETROS VENTILATÓRIOS ] PARÂMETROS: PRESSÃO INSPIRATÓRIA E EXPIRATÓRIA PRESSÃO INSPIRATÓRIA É a pressão utilizada para enviar o gás para dentro dos pulmões. Promove a expansão e/ou reexpansão das vias aéreas colapsadas PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL (PEEP) É pressão positiva ao final da expiração. Também pode ser utilizada para evitar, minimizar ou reverter os colapsos alveolares. Comumente, o valor ajustado é 5cm/H2O, porém pode ser aumenta para melhorar a oxigenação PARÂMETROS: TEMPO INSPIRATÓRIO E EXPIRATÓRIO TEMPO INSPIRATÓRIO É o período de tempo em que será enviada a pressão paraos pulmões. Deve ser ajustada conforme a idade: Neonato: 0,5s Pediatria: 0,8 a 1s Adulto: 1,0 a 1,5s TEMPO EXPIRATÓRIO É o tempo utilizado para realizar a saída do ar dos pulmões Relação I:E (é a consequência dos ajustes do tempo inspiratório e expiratório, sendo a mais fisiológica 1:2;1:3) ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 59 PARÂMETROS: VOLUME CORRENTE VOLUME CORRENTE É a quantidade de ar inspirado ou expirado durante um ciclo respiratório. O volume corrente pode ser calculado através do peso do paciente (aproximadamente 6 a 8ml/Kg) PARÂMETROS: FRAÇÃO INSPIRADA DE OXIGÊNIO( FiO2) FiO2 É a fração inspirada de oxigênio em uma mistura de gás. Inicialmente a FiO2 pode ser aumentada, para atingir uma PaO2(Pressão parcial de oxigênio) ≥ 60mmHg, porém deve ser reduzida para evitar os danos relacionados a toxicidade do O2. PARÂMETROS: FLUXO INSPIRATÓRIO FLUXO INSPIRATÓRIO É a velocidade com que a mistura gasosa é administrada pelo ventilador durante a inspiração. PARÂMETROS: FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Número de ciclos respiratórios (inspiração e expiração) por minuto. Sempre que possível à frequência ajustada deve ser próxima da frequência normal para a idade. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 60 PARÂMETROS: SENSIBILIDADE SENSIBILIDADE É um parâmetro que determina a intensidade do esforço inspiratório necessário para disparar o ventilador. Pode ser por pressão ou fluxo. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA VM Ao combinar esses parâmetros, podemos identificar princípios importantes de funcionamento do aparelho de ventilação : A quantidade de ar entregue pode ser DISPARADO pelo tempo, pressão ou fluxo. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 61 Disparo pelo tempo O ventilador determina o início da inspiração por um critério de tempo, estipulado através do comando frequência respiratória. Nesse caso o paciente não tem “drive respiratório”. Exemplo: Sedação Disparo por pressão O início da inspiração é ativado pela alteração da pressão(cmH2O) que o paciente realiza. Neste caso deve ser feito o ajuste do parâmetro “sensibilidade”. Disparo por fluxo O início da inspiração é ativado pelo fluxo(l/min) que o paciente realiza. Neste caso também deve ser feito o ajuste do parâmetro “sensibilidade). PRINCIPAIS MODALIDADES VENTILATÓRIAS (Modos como o ventilador pode operar) A ventilação mecânica invasiva pode ser utilizada em 3 modalidades principais de funcionamento: Assisto/controlada SIMV Pressão de suporte Cada modalidade pode operar com volume controlado e/ou pressão controlada ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 62 Volume controlado:Determinamos o volume de ar e o fluxo que entrará nos pulmões, a pressão gerada é consequência dessa quantidade de volume. Pressão controlada: Determinamos o quanto de pressão inspiratória e o tempo que esta pressão ficará dentro dos pulmões. Modalidade Assisto/Controlada O que é? É uma modalidade na qual os ciclos ventilatórios são disparados e/ou ciclados pelo ventilador. Quando o disparo é realizado pelo aparelho(através da frequência respiratória pré-determinada), o modo é controlado. Quando o disparo é realizado pelo paciente, o modo é assisto/controlado. Indicação É indicado em situações em que o paciente tenha um esforço inspiratório, contudo com uma musculatura respiratória incapaz de realizar todo o trabalho respiratório para manter uma ventilação adequada. Possíveis reações Existe a possibilidade de assincronia paciente/ventilador devido ao fato que o paciente pode alterar a frequência respiratória programada, mas não o quanto de ar entra nos pulmões, pois este depende dos parâmetros ajustados. Modalidade SIMV (Ventilação sincronizada mandatória intermitente) O que é? Esse modo permite que o ventilador aplique os ciclos mandatórios pré- determinados em sincronia com o esforço inspiratório do paciente. Se o paciente não disparar o ciclo, será disparado pelo ventilador. Indicação O paciente tem um drive respiratório, mas não consegue sustentar durante todo o período de ventilação espontânea,às vezes necessita do auxílio do respirador. Possíveis reações Como o paciente participa mais da ventilação, leva uma menos ocorrência da atrofia da musculatura respiratória. ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 63 Os efeitos cardiovasculares da ventilação mecânica são menos evidentes no SIMV que no modo A/C( assisto/controlada). Modalidade Pressão de Suporte(PS) O que é? Todos os ciclos respiratórios são espontâneos, ou seja, disparados e ciclados pelo paciente. O ventilador assiste a ventilação mecânica, através de uma pressão positiva pré-determinada durante a inspiração. Comumente uma modalidade utilizada em processo de extubação. Indicação Indicada para pacientes que possuem drive respiratório, e que tenha uma musculatura conservada. Possíveis reações Preserva a musculatura respiratória, porém pode levar a hipoventilação, fadiga muscular. CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À VM Realizar controle de SSVV 2/2 horas, controle de volume urinário, avaliar nível de consciência; Observar padrão respiratório:anotar parâmetros do ventilador(modalidade,FiO2,Volume corrente,frequência respiratória, Peep e pressão de suporte) Observar perfusão periférica e monitorizar oximetria Manter decúbito a 45 graus, fixar a cânula endotraqueal com cadarço próprio, e anotar o número da rima, rodiziando o local de fixação. Realizar higiene oral 3X dia com solução própria Realizar as trocas de fixação pelo menos 1Xdia(durante o banho) Sempre fixar cânula endotraqueal ao centro da boca,colocar gazes para proteção da pele. Explicar todos os procedimentos ao paciente e familiares Desenvolver um método de comunicação para que o paciente opine sobre seus cuidados. Verificar a colocação do TET , verificando se a marca no final do tubo está posicionada conforme registrado no momento da entubação, para impedir o deslizamento para baixo ou para fora do alinhamento apropriado acima da carina. Garantir que o TET esteja fixado de forma segura para evitar a extubação acidental ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 64 Mudar o paciente de decúbito , para evitar lesões de pele e pneumonia associada a ventilação mecânica. Proporcionar higiene oral e buscar por lesões de pele ao redor da via aérea , para evitar a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) Manter um ventilador manual (ambú) à beira do leito em todos os mo- mentos para utilizar no suporte ao paciente em caso de problema elétrico ou no ventilador ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 65 PRINCIPAIS DROGAS UTILIZADAS EM UTI Princípios que norteiam a administração de medicamentos A administração deve ser realizada com eficiência , segurança e responsabilidade, para alcançar os objetivos da terapêutica implementada e , dessa forma, melhoria no quadro clínico do cliente . Para tanto, deve-se ter conhecimento de alguns dados desse processo: ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE LÉLLIS 66 ANTIARRÍTMICOS Amiodarona Um agente antiarrítmico , utilizado no tratamento das arritmias ventriculares e de taquiarritmias ventriculares com repercussão hemodinâmica refratárias a outros tratamentos. Reações adversas: Hipotensão arterial. Parada cardiorrespiratória. Choque cardiogênico
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