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Centro Universitário Estácio do Ceará Graduação em Enfermagem Disciplina: Ensino Clínico em Alta Complexidade Prof.ª: Débora Moreira Varela ESTUDO DIRIGIDO I Dágila Pinheiro Paiva – 201607220091 Lais Andrea Beserra Holanda – 201408358531 Renata Mendes Ferreira – 201607220385 Tema: ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA INVASIVA TEMA: MANUSEIO DE VIAS AÉREAS 1. Quais parâmetros devem ser avaliados no paciente para garantir uma abertura eficaz de Vias Aéreas? Que paciente são mais susceptíveis a dificuldades neste procedimento? Parâmetros Avaliados: Nível de consciência; Esforço espontâneo ou apneia; Via aérea e lesão da coluna; Expansão da caixa torácica; Sinais de obstrução das vias aéreas; Sinais de angústia respiratória. Pacientes susceptíveis: Micrognatia; Lesão na coluna cervical; Injúrias faciais; Distância tireomentoniana; Abertura da boca (pior classificação de Mallampati) 2. Sobre a Cânula de Guedel e a Cânula Nasofaríngea: descreva a técnica para sua inserção e os cuidados destinados a cada uma das cânulas. Cânula de Guedel (orofaríngea): Técnica: • Paramentar-se e escolher tamanho adequado da cânula; • Posicionar o paciente (inconsciente) de preferência em posição semi-Fowler; • Se possível, utilizar espátula de língua para auxiliar na abertura da boca do paciente; • Inserir cânula oral: segurar a cânula com a extremidade curva para cima e inserir a extremidade distal até chegar ao fundo da garganta; depois, girar a cânula em 180º e seguir a curva natural da língua; Outra opção é segurar a cânula lateralmente e inserir até a metade; girar 90º enquanto a desliza sobre a curvatura natural da língua; • Auscultar estômago e pulmões; • Aspirar secreções, se necessário; • Reavaliar padrão respiratório do paciente; • Administrar a oxigenoterapia prescrita. Cuidados: • Escolher corretamente o tamanho da cânula; • Realizar o procedimento na técnica certa para não causar uma lesão no trato; • Avaliar funcionalidade do equipamento; • Conectar corretamente os equipamentos subsequentes para proporcionar o suporte ventilatório; • Ofertar a capacidade adequada em L de O² • Verificar sinas de possível intoxicação por O² • Manter região limpa; • Posicionar em decúbito dorsal com cabeceira elevada à 30° para facilitar a expansão torácica. Cânula Nasofaríngea: Técnica: • Paramentar-se, escolher corretamente o tamanho da cânula (mede-se da ponta do nariz até o ângulo da mandíbula) e avaliar se não há anomalias ou fraturas no osso nasal ou na base do crânio; • Posicionar paciente (indicados para ECG > 8); • Realizar inserção pela narina escolhida seguindo a anatomia facial até o final da cânula; • Auscultar estômago e pulmões; • Aspirar secreções, se necessário; • Reavaliar padrão respiratório do paciente; • Administrar a oxigenoterapia prescrita. Cuidados: • Avaliar grau de consciência do paciente; • Tamanho adequado no equipamento; • Cuidados com lesões por dispositivos médicos; • Cuidar para o equipamento não sair do local adequado; • Realizar aspiração sempre que necessário; • Manter região limpa; • Posicionar em decúbito dorsal com cabeceira elevada a 30° para facilitar a expansão torácica. 3. Qual o papel da Enfermagem na Intubação Endotraqueal? Quais os as atividades/cuidados de Enfermagem e materiais necessários na intubação traqueal? O enfermeiro é responsável por todo o preparo do procedimento, desde materiais até o paciente, bem como, a monitorização do mesmo antes, durante e depois de realizado a IOT. Cuidados: Informar ao paciente sobre o procedimento; Dispor de todo material; Testar luz do laringoscópio; Posicionar o paciente; Monitorizar o paciente; Realizar a pré-oxigenação Avaliar a clinicamente a via aérea; Preparar aspirador e aspirar vias aéreas superiores quando necessário; Preparar medicação. 4. Comente sobre o uso/cuidados da Máscara Laríngea. É um dispositivo supra glótico utilizado na oxigenoterapia para ventilação pulmonar. Acomoda-se na hipofaringe, dispensando laringoscopia, isso permite rapidez de acesso e controle na via aérea. Seu procedimento pode ser realizado pelo profissional de enfermagem de acordo com o parecer COFEN 01/2015 sobre renovação, inovação e segurança do cuidar. Seu uso é indicado nos casos de: broncoscopia, estenose de traqueia, narcoanalgesia, cirurgias eletivas com estômago vazio, exames, procedimentos, cirurgias ambulatoriais e para assegurar via aérea em pacientes com bloqueio neuromuscular. Os cuidados essenciais com este dispositivo são: • Escolha correta do tamanho do equipamento utilizado; • Indicação real de sua utilização; • Realizar procedimento quando o paciente se encontrar tranquilo. Caso não esteja, induzir processo de relaxamento por via medicamentosa: Opióides ou fentanil e lidocaína, Propofol e Midazolam, dentre outras drogas podem ser utilizadas para auxiliar no processo. • Verificar o posicionamento final do dispositivo, manter a via pérvia. • Paciente hemodinamicamente estável • Checar se o paciente não possui nenhuma comorbidade associada ao trato respiratório. 5. Cite os cuidados de Enfermagem na administração dos Medicamentos utilizados na sequência de intubação rápida: Verificar estado geral do paciente: pressão, pulso, alergias, idade, sinas vitais, hemodinâmica. Se o paciente apresenta facilidade para trombocitopenia ou fator de coagulação prejudicado por achoes biológicas ou drogas, doenças pregressas, nível de consciência, entre outros. Alguns medicamentos podem causar elevação da PA, aumento da FC, maior produção de secreções e permanência do medicamento na circulação ate sua excreção pelos rins. Por ser utilizado muitas vezes em situações de traumas e acidentes, apos a intubação avaliar função respiratória, cardíaca, renal e hepática do paciente. TEMA: VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA: 1. Conceitue Ventilação Mecânica Não bbInvasiva. Cite os seus Tipos: Assistência respiratória utilizada para auxiliar a ventilação, por meio de máscaras nasais, faciais ou bucais, indicada para paciente que apresentam drive respiratório. Tipos: CPAP, BIPAP, máscaras faciais, máscaras total face ou prongas nasais. 2. A VNI possui várias indicações cite-as e justifique. Hipercapnia: agudização da DOPC e fibrose cística, mal asmático, doenças neuromusculares, alterações da caixa torácica, pós-extubação. Nestes casos, a VNI auxilia na retirada do CO2 sanguíneo através da expiração, utilizando o drive respiratório do paciente para realizar o processo; Hipoxemia: EAP cardiogênico, SARA, IRp pós-operatória e pós-broncoscopia, pacientes terminais, desmame ventilatório difícil, distúrbios do sono, pacientes para transplante pulmonar. Nestes casos, a VNI auxilia na captação do O2, aumentando suas taxas sanguíneas. 3. Sobre os parâmetros da VNI, coloque os referentes ao uso do BIPAP X Ventilador Mecânico: BIPAP VENTILADOR MECÂNICO IPAP (Pressão Inspiratória) Volume Corrente EPAP (PEEP) Frequência Respiratória PEEP (Pressão Positiva ao Final da Expiração) Fluxo Inspiratório FiO2 4. Cite as vantagens e desvantagens relacionadas à VNI. Existem contraindicações? Quais? Vantagens: Modo de ventilação seguro e eficiente; possibilita o uso intermitente; preserva a fisiologia das VAS, permitindo deglutição e fala; facilidade de instalação e interrupção; maior conforto e menor uso de sedação; eliminação de secreção de modo fisiológico; menor risco de pneumonias; diminui o tempo de internação; menor custo de tratamento. Desvantagens: Não garante administração de VC constante; maior tempo nas correções acidobásicas; Necessidade de drive respiratório do paciente; Risco de broncoaspiração de vômito; Retenção de secreção. Contraindicações: Absolutas: Apneia, rebaixamento do nível de consciência, PCR; Relativas: Rebaixamento do nívelde consciência, instabilidade hemodinâmica, cirurgias facial ou neurológica, traumas ou deformidades faciais, paciente agitado e não cooperativo, com incapacidade de proteger as vias aéreas ou com hipersecretivo, pacientes com alto risco de aspiração, obstrução de vias aéreas, lesões gástricas ou esofágicas agudas. 5. Cite e justifique os cuidados de enfermagem aos pacientes sob VNI. • Testar o aparelho: para comprovar que está funcionando de forma adequada; • Montar o aparelho de forma adequada: para evitar o escape de O2; • Ajustar os parâmetros do aparelho: para que a monitorização ocorra adequadamente; • Realizar as medidas de precauções universais: para evitar infecções no paciente; • Explicar o procedimento orientando a respirar pelo nariz e não falar: para que não ocorra escape de O2 pela boca ou aerofagia; • Realizar Gasometria arterial antes do inicio do procedimento: para atestar a real necessidade de instalar o suporte; • Aspirar vias aéreas superiores: para que O2 e CO2 possam fluir adequadamente; • Avaliar escala de Coma de Glasgow: para monitorar alterações de consciência; • Manter o paciente sob monitorização cardíaca e oximetria de pulso: permite avaliar se as alterações envolvidas com o problema ventilatório estão sendo resolvidas; • Atentar para queixas de náuseas e distensão abdominal: por risco de aerofagia; • Minimizar vazamentos na máscara com o rosto: para evitar ressecamento de mucosas e barotraumas; • Registrar os parâmetros ventilatórios, condições do paciente e assistência prestada: respalda o enfermeiro e permite que o próximo profissional saiba como dar continuidade ao cuidado. TEMA: VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA 1. O que é Ventilação Mecânica? Qual seu objetivo? Como se classifica? A que tipos de pacientes esta indicado? Método artificial que utiliza um aparelho/ventilador para manter a ventilação, oxigenação ou troca de gases em paciente sem possibilidade de respiração espontânea. Seus objetivos são: manutenção da hematose, diminuir WR, reverter ou evitar a fadiga da musculatura acessória, diminuir consumo de oxigênio, permitir técnicas avançadas de monitorização, aspiração e ventilação. É classificada como invasiva (tubos orotraqueais, traqueostomia) e não-invasiva (máscaras faciais). Indicada para pacientes como insuficiência respiratória aguda ou grave. 2. Quais os tipos de Ciclos de Ventilação Mecânica? Explique-os. Fase inspiratória: Entrada de ar do ventilador para os pulmões (o ventilador fornece fluxo inspiratório ao paciente). Pode ou não haver participação do paciente (drive respiratório); Ciclagem: Transição entre a fase inspiratória (fechamento da válvula) e da fase expiratória (abertura da válvula). Pode ocorrer por volume corrente e período de tempo pré-estabelecidos ou por fluxo inspiratório; Fase expiratória: Saída de ar dos pulmões (expiração progressiva do volume corrente recebido). O ar sai de maneira passiva para o ventilador; Disparo: Transição da fase expiratória (fechamento da válvula) para a fase inspiratória (abertura da válvula). Pode ocorrer de acordo com a FR ou sensibilidade ajustadas. 3. Quais as modalidades de Ventilação Mecânica? Associe os Parâmetros que devem ser colocados no ventilador e as indicações. MODALIDADES PARÂMETROS INDICAÇÕES VM Controlada Volume corrente, frequência respiratória, PEEP, fluxo inspiratório e FiO2. Sedação, bloqueio neuromuscular. VM Assistida Controlada Volume corrente, frequência respiratória, PEEP, fluxo inspiratório, FiO2 e Sensibilidade. Fadiga muscular intensa, trabalho respiratório aumentado. Ventilação Mantatória Intermitente Sincronizada (SMIV) Volume corrente, frequência respiratória, PEEP, fluxo inspiratório, FiO2, sensibilidade, pressão de suporte (PS), alarme de apneia. Drive respiratório não sustentado durante todo o período da ventilação espontânea. VM com Pressão de Suporte (PSV) FIO2, Sensibilidade, PEEP, Pressão de suporte (15 – 20 cmH20); VC (300-600 ml) e FR feitos pelo paciente; Drive respiratório íntegro, musculatura respiratória preservada, clinicamente estável, comando neural íntegro, para desmame da VM. CPAP Volume corrente, frequência respiratória, PEEP, fluxo inspiratório, FiO2, sensibilidade, pressão de suporte (PS), alarme de apneia. Drive normal, realizando ciclos espontâneos, desmame da VM. 4. Quando devo cessar a Ventilação Mecânica? Que parâmetros devem ser observados e por quê? Quando o paciente apresentar resolução total ou em grande parte da causa básico que o levou a entrar em VM; Quando reverter sedação e o bloqueio neuromuscular; Quando estiver hemodinâmica estável, com boa perfusão tecidual, sem ou com doses baixas de vasopressores, ausência de insuficiência coronariana ou arritmias com repercussão hemodinâmica; Se o paciente capaz de iniciar esforços inspiratórios. Parâmetros: PaO2 ≥60 mmHg com FIO2 ≤0,4 (40%) e PEEP ≤ 5 a 8 cmH2O.b 5. Quais as Intervenções de Enfermagem aos pacientes em Desmame Ventilatório? • Orientar o paciente quanto ao inicio do desmame da Ventilação Mecânica • Manter cabeceira elevada, mínimo de 30°; • Realizar a aspiração endotraqueal e VAS; • Retirar a fixação da cânula e desinsuflar o cuff; • Solicitar ao paciente para inspirar lentamente e, no momento da inspiração máxima, retirar a cânula; • Manter paciente monitorizado; • Manter preparado previamente materiais de oxigenoterapia não invasiva e material de intubação; • Orientar a tossir e expectorar; • Após a extubação observar FR, Saturação, tosse excessiva, utilização da musculatura acessória, nível de consciência; 6. Existe riscos/complicações relacionados à Ventilação Mecânica? Quais? Sim. Relacionadas ao tudo orotraqueal (TOT): Lesões faríngeas, traqueais e glóticas; Infecção Pulmonar (PAV): Colonização orofaríngea, disfagia, reflexo de tosse diminuído/abolido, inalação de bactérias no circuito traqueal, refluxo de conteúdo gástrico, transmissão pela equipe. Toxicidade pelo O2: VM com pressão positiva comprometimento do retorno venoso e DC hipotensão e comprometimento hemodinâmico. Outros: Redução da proteção respiratória (tosse), atrofia muscular respiratória e periférica, risco aumentado lesões de pele, risco aumentado de PNM, distúrbios gastrointestinais. 7. Você foi contratada como enfermeira na UTI recém-inaugurada, solicitada para desenvolver os protocolos da mesma e realizar o treinamento das equipes. Entre os protocolos, foi solicitada a realização do protocolo para PAV. O que é PAV? Quais ações de prevenção está relacionadas a mesma? PAV: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica. É uma forma de pneumonia hospitalar que pode acometer pacientes em uso de VM. Ações de prevenção: • Higiene das mãos; • Cabeceira elevada 30-45º (se não houver contraindicações); • Avaliar diariamente o nível de sedação propondo o despertar diário; • Aspirar secreções supraglóticas sempre que necessário; • Higiene oral com uso da clorexidina 0,12%; • Preferir a VNI; • Trocas periódicas dos circuitos do ventilador (rotina institucional 7-10 dias); • Observar a indicação e os cuidados com os umidificadores e sistemas de aspiração; • Manter pressão do cuff da cânula endotraqueal ou traqueostomia ajustada entre 18 a 25 mmhg (20 mmhg); • Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação do paciente; • Dar preferência à intubação orotraqueal. 8. De acordo com os Diagnósticos de Enfermagem abaixo citados associados aos pacientes sob Ventilação Mecânica, realize os fatores relacionados e um plano de cuidados de Enfermagem, justificando-os: CUIDADO / INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM JUSTIFICATIVA Aspiração de Vias Aéreas Controle de Vias Aéreas Artificiais Para que as secreções retidas não corram o risco de serem broncoaspiradas. Escutarativamente Construção de relação complexa com melhora na socialização por meio de linguagem não verbal Auxiliar na redução da ansiedade Por meio da melhora na comunicação, a assistência prestada é mais efetiva e o paciente sente mais confiança no profissional. Alimentação por sonda enteral Monitorização respiratória Auxilia no aporte nutricional do paciente de forma integral e diminui os riscos de broncoaspiração. Terapia com Exercício: Mobilidade Articular e Diminui os riscos de lesão por pressão, controla as controle muscular Controle da dor Cuidado com o repouso no leito dores causadas pela síndrome agudizada e proporciona o conforto necessário para continuação da assistência. Monitorização de eletrólitos Melhora do sono Monitorização nutricional e respiratória A desregulação de um destes mecanismos orgânicos ocasionará em fadiga. Descartadas estas opções, verificar se as causas são emocionais. Realizar higiene oral Manter a permeabilidade das vias aéreas Controle de medicamentos A manutenção destes três itens permite que o organismo fique menos susceptível a ser invadido por organismos patogênicos. Posicionamento Coxins para aliviar os pontos de pressão Avaliação diária da pele com foco nos pontos de pressão Previne que os pontos de pressão sejam comprimidos e tenham isquemia. Monitorização da temperatura Controle da temperatura do ambiente Permite que as mínimas variações de temperatura sejam percebidas previamente; Regula a temperatura ambiental de acordo com a do paciente. Controle Ácido-Básico: Gasometria Reposição rápida de líquidos Monitorização hemodinâmica invasiva Os sinais vitais têm que ser precisos e constantes, assim como a tomada de decisão e plano de ação. Aspiração das vias aéreas Controle da ventilação mecânica Gasometria Investigar se o problema está na ventilação, na hematose ou na difusão para que possa ser traçado o plano de ação. Controle da ventilação mecânica Monitorização respiratória Manutenção da oxigenoterapia Reajustar parâmetros do ventilador e realizar inspeção do circuito pode melhorar a hemodinâmica do paciente. 9. Comente sobre as principais Patologias Respiratórias: Pneumonia, DPOC, Síndrome Respiratória Aguda Grave, Pneumotórax e Insuficiência Respiratória Aguda e faça um resumo adotando os seguintes parâmetros: a) Fisiopatologia: • Pneumonia: A infecção pulmonar ocorre após um microorganismo ter vencido as barreiras de defesa do hospedeiro. A primeira barreira, a filtração aerodinâmica, é promovida pelas mudanças no regime de fluxo das vias aéreas (turbilhoramento). A segunda barreira é constituída pela mucosa e epitélio da naso e orofaringe. Em conjunto, as duas barreiras favorecem, fazendo com que os microorganismos sejam precipitados, deglutidos, ou eliminados na expiração. Entretanto, se houver aderência do agente ao epitélio, pode haver colonização da via aérea, isto é, a presença do microorganismo no epitélio/mucosa, sem evidências de efeitos adversos ou de reações do hospedeiro, fato que predispõe à infecção. A depuração mucociliar, terceira barreira, promove o aprisionamento do agente no muco e a sua eliminação através da vibração ciliar. Quando a depuração mucociliar é insuficiente para eliminar o agente, desenvolve-se a tosse, que é a quarta barreira. Os componentes celulares (macrófagos e neutrófilos) e os componentes funcionais do ambiente alveolar (imunoglobulinas, complemento e surfactante) constituem a quinta barreira ao agente infeccioso. • DPOC: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível, progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos. Os principais fatores de risco são: fumaça do cigarro, poeiras ocupacionais, irritantes químicos, poluição ambiental, baixa condição socioeconômica e infecções respiratórias graves na infância. • Síndrome Respiratória Aguda Grave: A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma complicação, um quadro de agravamento da síndrome gripal (SG), em que, além de apresentar os sintomas gripais como febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça ou no corpo, a pessoa passa a apresentar também dispneia ou desconforto respiratório, piora nas condições clínicas de doença de base e hipotensão em relação à pressão arterial habitual. O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas. • Pneumotórax: Nos pneumotórax hipertensivos, forma-se um mecanismo valvular. O ar entra na cavidade pleural durante a inspiração e não sai durante a expiração, devido a elasticidade da parede da lesão. Em virtude deste mecanismo o ar vai se acumulando e tornando hipertensiva a cavidade pleural, com o colapso do pulmão, desvio e compressão do mediastino e, através deste, do pulmão contralateral. Instala-se uma insuficiência respiratória grave e, em decorrência da compressão do mediastino, se estabelece um bloqueio ao retorno venoso que, nos casos mais graves pode levar à hipotensão arterial e ao choque. Esta é uma situação muito grave, que deve ser diagnosticada e tratada com urgência, pois pode levar à morte por asfixia e choque. • Insuficiência Respiratória Aguda: A IRpA pode ocorrer por diferentes mecanismos fisiopatológicos, basicamente: hipoventilação, distúrbios de difusão, distúrbios na relação ventilação/perfusão, inalação de gás com baixa concentração de oxigênio. b) Exames Diagnósticos • Pneumonia: O diagnóstico de pneumonia é feito com base em critérios principais (anamnese e exame físico) e secundários (exames complementares). Critérios principais – Tosse – Expectoração – Febre (Temperatura axilar ≥ 37,8oC) Critérios secundários – Dor torácica – Dispnéia – Síndrome de condensação – Alteração do estado mental Exames complementares – Leucometria > 15.000 células / mm3 – Radiografia de tórax com velamento pulmonar. • DPOC: Expressão clínica caracterizada por tosse crônica e ou a presença dispneia, histórico de exposição algum fator de risco, em especial história de tabagismo e avaliação funcional através da espirometria que confirma a presença de processo obstrutivo pulmonar. • Síndrome Respiratória Aguda Grave: Sinais clínicos: Dispneia; Desconforto respiratório; Saturação de O2 menor que 95%; ou Exacerbação de doença preexistente. • Pneumotórax: O diagnóstico do pneumotórax é baseado na história e exame físico, e confirmado com a utilização de métodos de imagem. • Insuficiência Respiratória Aguda: Como as alterações nas trocas gasosas são a consequência principal da IRpA, inclusive constituindo sua definição, a gasometria arterial é o principal instrumento de avaliação desta síndrome. c) Tratamento: • Pneumonia: A terapêutica empírica, para pneumonias adquiridas na comunidade, é orientada segundo a faixa etária, a presença de comorbidades e o grau do comprometimento clínico. A duração do tratamento é de dez (10) dias, nas formas leve à moderada, podendo atingir os vinte e um dias, nas formas moderada à grave e muito grave. Nos indivíduos que necessitam de internação, a terapêutica deve ser instituída por via parenteral. Nesses casos, após quatro dias, havendo evidência de melhora clínica e hematológica, podemos fazer a troca da via parenteral para a via oral. • DPOC: A reabilitação pulmonar envolve quatro componentes: tratamento medicamentoso; treinamento da musculatura ventilatória; programa educacional, com intervenções psicossociais e comportamentais; e treinamento físico. • Síndrome Respiratória Aguda Grave: O Oseltamivir deve ser utilizado em pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), cujo início dos sintomas tenha ocorrido no período de 48 horas, observando-se as recomendações do fabricante constantes na “bula” do medicamento. Também, a critériomédico, está indicado para tratamento de pacientes com Síndrome Gripal que sejam portadores de fatores de risco. Como em toda prescrição terapêutica, atentar para as interações medicamentosas, as contraindicações formais e os efeitos colaterais. O medicamento pode induzir resistência aos vírus influenza, se utilizado de forma indiscriminada. • Pneumotórax: Cirúrgico: O tratamento de pneumotórax tem por objetivo corrigir a insuficiência respiratória, promover a expansão pulmonar e o fechamento da lesão. Tal objetivo é conseguido com medidas conservadoras e drenagem torácica. Somente naqueles casos de grandes lacerações pulmonares e lesões de vias aéreas importante, que são pouco frequentes, há indicação de toracotomia. • Farmacológico: devem ser utilizados analgésicos para a dor, sedativos para tosse e anestésico para drenagem e toracocentese. • Insuficiência Respiratória Aguda: A IRpA é uma síndrome clínica que tem, como vimos anteriormente, etiologias diversas. Sua resolução, portanto, depende da resolução da doença que a determinou. A correção da hipoxemia é o objetivo mais importante, visto que ela é uma condição ameaçadora da vida. d) Cuidados de Enfermagem • Pneumonia: auxiliar o paciente a tossir produtivamente; encorajar a ingestão de líquidos; observar o paciente para náuseas, vômitos, diarreia, erupções e reações nos tecidos moles; fornecer oxigênio conforme prescrito para dispneia, distúrbio circulatório, hipoxemia ou delírio; monitorar a resposta do paciente à terapia; avaliar o nível de consciência antes que sedativos ou tranquilizantes sejam administrados; monitorizar a ingestão e a exceção, à pele e os sinais vitais; monitorizar o estado respiratório incluindo frequência e padrão da respiração, sons respiratórios e sinais e sintomas de angústia respiratória. • DPOC: melhorar as trocas gasosas através da administração de broncodilatadores prescritos pelo profissional médico, mostrando a necessidade de tomá-los de acordo com as prescrições e o uso de nebulizadores; alcançar a depuração das vias aéreas, através da hidratação adequada, o uso de técnicas de respiração diafragmática e tosse; e ensinar os sinais precoces de infecção devendo-se instituir terapias de reabilitação para promover a independência na execução de atividades diárias. • Síndrome Respiratória Aguda Grave: Tranquilizar o paciente no apoio psicológico; encorajar a posição semi-fowler ou Fowler para melhor ventilação; realizar o controle hidroeletrolítico; observar distensão da veia jugular (edema periférico); proporcionar apoio nutricional adequado; oferecer dieta assistida; manter acesso venoso calibroso, oxímetro de pulso e monitor cardíaco; manter higiene oral (traqueobrônquica) e corporal; auxiliar médico na IOT e a ventilação mecânica; administrar medicamentos conforme prescrição médica; verificar sinais vitais; observar, comunicar e anotar intercorrências. • Pneumotórax: Aspiração quando necessário; Posição de Fowler com pernas e pés mais baixos que o resto do corpo; observar sinais de sudorese, náuseas e vômitos; oxigenação (administração de O2 a 100% por meio de mascara facial); controle de sinais vitais; apoio psicológico; administração dos medicamentos solicitados pelo médico. • Insuficiência Respiratória Aguda: Oxigenoterapia; manter decúbito elevado 45ºgraus para maior expansão torácica; manter oxímetro de pulso e monitorização cardíaca se necessário; avaliar sinais vitais de 4/4 horas; avaliar nível de consciência; suporte psicossocial; suporte nutricional, caso paciente seja intubado, o Enfermeiro deverá instalar uma SNE para dar suplemento nutricional ao paciente impossibilitado de auto-alimentação. 10. J.F.K.42 anos, masculino vítima de acidente de motocicleta com carro, é admitido na unidade de emergência com Glasgow de 8 (AO: 3; RV: 2; RM:3), inquieto, dispneico. Apresenta quadro de insuficiência respiratória aguda, a percussão apresenta área maciça a direita em bases, a ausculta pulmonar ausência de murmúrios em ápice direito, Parâmetros vitais: PA=90X60mmHg, FC= 131bpm, FR= 36irm, SatO2=89%, T=35,8°C. Realizou TC de crânio e coluna eliminando a lesão cervical ou fraturas. Solicitado Gasometria e RX. GA=> pH - 7,37; PaCO2 - 30; PaO2 – 41; HCO3 – 24; BE -1; SatO2 85%. Após procedimentos iniciais, encaminhado a UTI. a) Quais intervenções de enfermagem devem ser realizadas precocemente na UTI a este paciente? Justifique. • Intubação (procedimento médico); • Oferta de O2, 3 Litros; • Identificar hemorragias (paciente com sinais de hipovolemia); • Identificar possíveis traumas; • Realizar acessos periféricos bilateral em veias calibrosas; • Infundir Ringer Lactato; • Repor volume, eletrólitos e sangue SN; • Monitorizar paciente/sinais vitais; • Inserir sonda vesical de demora; • Controle da dor; • Controle de hemorragia exsanguinante; • Avaliação da pele, perfusão (capilar) e pulso do paciente; • Reavaliar Glasgow; • Identificar alergias; • Alimentação anterior ao acidente; • História pregressa; • Patologias. b) Na admissão na UTI paciente evolui com insuficiência respiratória aguda, é instalado via aérea artificial TOT nº 8,0 e instalado Ventilação Mecânica. Peso 72Kg Realize a configuração dos parâmetros: • Volume: 576 / Fluxo: 40 / FR: 30 / PEEP: 7 / FiO2: 21 11. M.A.S. 73 anos, casado, pedreiro, tabagista e etilista crônico. Possui história de enfisema. Na história refere que há 1 mês vem apresentando secreção espessa purulenta, com dificuldade para respirar, dores e queimação nas pernas, tremores nas mãos. Discreta confusão mental, inquieto ora sonolento. Ausculta cardíaca rítmica e fisiológica. A ausculta pulmonar MVU presentes e revela roncos difusos em bases. O abdome está distendido, com flancos protrusos e macicez à percussão, volumoso, com presença de ascite, circulação venosa colateral. Edema em membros inferiores com cacifo. Sinais vitais: PA 100/70mmHg, FC: 100 bat/min, T: 37,5°C; FR: 08irpm, SatO2=90%; Solicitado Gasometria e RX. GA=> pH - 7,31; PaCO2 - 81; PaO2 – 51; HCO3 – 32; BE +5; SatO2 84% Após procedimentos iniciais encaminhado a UTI. Na admissão na UTI paciente evolui com insuficiência respiratória aguda é instalado via aérea artificial TOT nº 8,0 e instalado Ventilação Mecânica. a) Realize a configuração dos parâmetros Peso: 55Kg. • Volume: 440 / Fluxo: 40 / FR: 14 / PEEP: 5 / FiO2: 30 b) Cite os cuidados de enfermagem ao paciente submetido a este tipo de procedimento: • Vigilância constante; • Controle de sinais vitais e monitorização cardiovascular; • Monitorização de trocas gasosas e padrão respiratório; • Observação dos sinais neurológicos; • Aspiração de secreções pulmonares; • Observação dos sinais de hiperinsuflação; • Higiene oral, troca de fixação do TOT/TQT, mobilização do TOT; • Controle da pressão do cuff; • Monitorização do balanço hidroeletrolítico e peso corporal; • Controle nutricional; • Umidificação e aquecimento do gás inalado; • Observação do circuito do ventilador; • Observação dos alarmes do ventilador; • Nível de sedação do paciente e de bloqueio neuromuscular; • Observação do sincronismo entre o paciente e a máquina; • Orientações de exercícios; • Preenchimento dos formulários de controle; • Apoio emocional do paciente; • Controle de infecção; • Desmame; • Manter a cabeceira do leito elevada entre 30 e 45°; • Realizar higiene brônquica (aspiração) com técnica asséptica após avaliações. 12. Sobre os medicamentos utilizados na terapia respiratória comente sobre os Broncodilatadores de ação curta, Broncodilatadores anticolinérgico, Corticosteroides inalatórios, Corticosteroides sistêmicos não inalatórios faça um quadro com Indicações, representantes e efeitos colaterais. • Broncodilatadores de ação curta Indicações: Utilizadosem tratamento do alívio dos sintomas agudos da asma; ação mais rápida com menos efeitos sistêmicos. Representantes: Salbutamol, a terbutalina e o fenoterol, cujo efeito broncodilatador dura aproximadamente quatro a seis horas. Efeitos colaterais: Tremor, taquicardia e hipocalemia. • Broncodilatadores anticolinérgico Indicações: Têm início de ação mais lento e menos efeito sobre a função pulmonar, quando comparados aos beta 2 agonistas, sendo mais usados no tratamento de portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Sua ação broncodilatadora é inferior à dos b2-agonistas e sua utilização é limitada no manejo da asma em longo prazo. Representantes: Brometo de ipratrópio. Efeitos colaterais: Boca seca, retenção urinária e cefaleia. • Corticosteroides inalatórios Indicações: São os fármacos que oferecem melhor relação custo/risco/benefício para o controle da asma persistente. Sua utilização tem sido associada à redução da mortalidade e das hospitalizações por asma. Utilizado para manutenção, usados para prevenir sintomas. Representantes: Flunisolida, triamcinolona, beclometason, budesonida, fluticasona Efeitos colaterais: Candidíase oral, rouquidão, tosse e irritação na garganta, algumas vezes acompanhadas de broncoconstrição. • Corticosteroides sistêmicos não inalatórios: Indicações: Para controle podem ser necessários em alguns pacientes com asma persistente grave não estabilizado com outros medicamentos. São essenciais nas exacerbações quando não há resposta satisfatória aos broncodilatadores, devem ser usados precocemente. Representantes: Prednisona ou prednisolona; Efeitos colaterais: Osteoporose variando dose e tempo de utilização; Risco de catarata e glaucoma em idosos em uso de altas doses de corticosteróide inalatório por tempo prolongado; Adelgaçamento da pele e equimoses são dependentes da dose e do tempo de uso, tendo maior prevalência em idoso; miopatia aguda pode ocorrer com altas doses de corticosteroides no tratamento da crise; Diabete melito é mais frequente em pacientes em uso de corticosteróides sistêmicos.
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