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Análise Crítica Milgram

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ANÁLISE CRÍTICA DO FILME NOSSAS NOITES 
Trabalho apresentado à disciplina de Métodos de Observação e Coleta de Dados, da Universidade Estácio de Sá.
RIO DE JANEIRO
2019
Análise Crítica do Filme “O Experimento de Milgram”
O filme é baseado em uma história real dos experimentos realizados pelo famoso e polêmico psicólogo Stanley Milgram. Nele, o personagem principal Milgram narra diretamente com o espectador sua trajetória, iniciando em agosto de 1961, na Universidade de Yale. O experimento de Milgram sobre obediência é praticamente o tema central, embora tenhamos, no decorrer do filme, indicações de outros experimentos e detalhes da vida pessoal do psicólogo.
Pesquisadas por profissionais e graduandos que estudam o comportamento e a personalidade humana até hoje, o “Experimento de Milgram”, é responsável por provocar polêmica, críticas severas e reações desconcertantes cada vez que é apresentado, contudo, também tem contribuído para uma reflexão acessível, especialmente porque o comportamento social e as relações humanas são sempre temáticas interessantíssimas e que cabem muito bem na trajetória da psicologia. 
Entretanto, no Experimento de Milgram, houve uma ausência de ética, devido a pesquisa ter sido pautada em mentiras em relação ao fato de que na realidade não havia ninguém recebendo choques e também porque é dito que pode parar, e, no entanto, ficar assediando a pessoa a não parar. A Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, fala da eticidade da pesquisa que implica em: respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida. Deste modo, foi maltratado e acossado por essa conduta, fato que acarretou uma perseguição por parte dos Comitês de Ética da época, pois subtendeu-se que não houve um estudo neutro, mas tendencioso. 
Outro ponto importante é a obrigatoriedade de esclarecer completamente a pesquisa, sem ocultar nada, direito esse pautado na Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que trata do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar. Segundo os Comitês de Ética, os participantes foram submetidos a condições conflitantes e estressantes durante o experimento, sem conhecimento real do fenômeno apresentado. 
Pesquisas experimentais como as de Milgram, servem para refletirmos a respeito do comportamento de massa. Quantas mentiras, coisas absurdas, com total ausência de ética são compartilhadas na televisão, no rádio, no Facebook e nos grupos de WhatsApp, e acreditamos. Esses fatos são pequenas coisas que demonstram a falta de informação e senso crítico da população. 
Todavia, algumas variáveis contaminaram a pesquisa, como não considerar a questão individual de cada um, o indivíduo em si, não tem nenhuma representatividade no estudo dele, o que são estudados são as subclasses, mulheres, homens, negros, latinos, quando o ideal seria por classes sociais, faixa etária e não por grupos. As pessoas que participaram do experimento, estão em situação muito mais desvantajosas com relação ao que ele coloca lá dentro para tomar choque, estereotipado por um homem grande, forte, aparentando uma figura de destaque, bem arrumado, com um biotipo alemão, saindo da era do nazismo, ao invés de um aluno qualquer coletando os dados, gerando uma variável totalmente padronizada, não trabalhando com outras possibilidades, como uma mulher, um idoso ou uma criança, não tendo um estudo neutro, mas tendencioso, produzindo uma ausência de empatia, causando uma grave falha metodológica. 
Nascido do Bronx (1933) e filho de imigrantes judeus, o pai da Hungria, a mãe da Romênia, que conseguiram vir para os Estados Unidos, e fugir dos horrores do nazismo, Milgram estava interessado nos aspectos mais sombrios da obediência. Os principais questionamentos que Milgram faz no filme é “como seres humanos civilizados participam de desumanos atos de destruição? Como o genocídio foi implementado tão sistematicamente, de forma tão eficiente? E como os autores destes assassinatos conseguiram viver com suas circunstâncias?
Possivelmente, a própria história de vida de Milgram retirou dele a neutralidade e o interesse de testar outras variáveis na sua pesquisa, a perseguição sofrida por seus pais, a necessidade de provar que na época deles, havia um poder muito grande e agora os tempos são outros, de que as pessoas já teriam visto o exemplo com Hitler e o nazismo, apreendido e assim, teriam a possibilidade de agir diferente, ocasionaram a contaminação da pesquisa, se tornando tendenciosa pelo próprio sofrimento que ele carregava, e o desejo de saber se figuras de importância e imponentes, influenciam na escolha do comportamento. A Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, explicita que se deve buscar sempre que prevaleçam os benefícios esperados sobre os riscos e/ou desconfortos previsíveis, que nesse caso não foram prevalecidos. 
Milgram repetiu esse experimento em vários países, entretanto todos os países onde ocorreram a duplicação, foram países que tinham histórico de guerra, como Alemanha, Portugal, Itália, Rússia, ou seja, mesmo quando expandiu, foram para áreas de subjetividades semelhantes, de guerra, de figura de líder muito imponente, causando a generalização, e ao generalizar, ele contaminou a pesquisa, colocando uma subjetividade própria dele, descartando todas as outras subjetividades. Podemos fazer uma pesquisa, mas não podemos utilizar o resultado para inferir sobre outros países que não passaram por esse histórico de guerra, pois dessa forma teremos uma amostra contaminada.

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