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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Licenciamento ambientaL
Elaboração
Regina Coeli Montenegro Generino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 5
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ..................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
A COMPLEXIDADE DA QUESTÃO AMBIENTAL ............................................................................. 9
CAPÍTULO 2
INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL: DO COMANDO-CONTROLE À
AUTORREGULA-MENTAÇÃO ...................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
DEFINIÇÃO DO LICENCIAMENTO E ARCABOUÇO LEGAL ........................................................ 19
UNIDADE II
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................ 22
CAPÍTULO 1
AS ATIVIDADES SUJEITAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL, AS INSTITUIÇÕES COMPETENTES E A 
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................. 22
CAPÍTULO 2
TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS ............................................................................................ 28
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................ 37
CAPÍTULO 4
PECULIARIDADES DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................... 45
PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 49
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas 
novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que 
sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar 
mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas 
se propõe. 
Jean Piaget
Esta é a primeira disciplina da área de concentração de Licenciamento Ambiental do curso de Pós-
Graduação em Gestão Ambiental. 
O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente e tem 
como objetivo promover o desenvolvimento de forma sustentável. Nesse sentido, utiliza-se de 
estudos ambientais e de pessoal especializado para a tomada de decisão quanto à implantação, 
ou não, de empreendimentos e de atividades potencialmente poluidoras e degradadoras do meio 
ambiente. 
Esse é um assunto com bastante destaque na mídia nacional e, com certeza, uma das áreas que 
demandam pessoal capacitado para a promoção do desenvolvimento em harmonia com o meio 
ambiente.
As pessoas com essa habilitação podem desempenhar suas atividades em órgãos de meio ambiente, 
empresas de consultoria, indústrias etc.
Visando dar apoio ao desempenho dessas atividades, este Caderno de Estudos e Pesquisa foi 
organizado em duas unidades, que contemplam 7 capítulos, ordenados de forma sistemática, para 
facilitar o aprendizado. 
No entanto, sugerimos que você faça também incursões na Internet e repasse para seus colegas os 
periódicos e livros que acredite serem importantes para esse aprendizado. 
Desejamos-lhe um excelente curso.
Objetivos
 » Analisar o licenciamento como um instrumento de gestão ambiental.
 » Conhecer os procedimentos do licenciamento ambiental.
9
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO 
LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL
CAPÍTULO 1
A complexidade da questão ambiental
Mais clara, clara a massa se revolve!
Mais firme, firme a fé no êxito evolve!
Da natureza o enigma que exaltamos,
Sujeitá-lo à experiência sábia ousamos
E o que lhe coube outrora organizar,
Pomos nós a cristalizar.
Goethe
A expressão meio ambiente é, segundo alguns autores, redundante. De acordo com Coimbra (1985), 
a palavra meio tem uma “conotação espacial, geométrica”, que pode ser exemplificada quando se 
faz referência a alguma coisa oua alguém que se encontra inserido (ou no meio). Quanto à palavra 
ambiente, o autor recorre à etimologia para explicar sua origem, salientando que é composta por 
dois vocábulos latinos: a preposição amb(o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Assim sendo, 
AMBIENTE significa “ir à volta”, ou seja, é tudo o que rodeia determinado ponto ou ser. Já a 
expressão meio ambiente, o autor define como: 
o conjunto dos elementos físico-químicos, ecossistemas naturais e sociais em 
que se insere o Homem, individual e socialmente, num processo de interação 
que atenda ao desenvolvimento das atividades humanas, à preservação dos 
recursos naturais e das características essenciais do entorno, dentro de padrões 
de qualidade definidos.
Dessa forma, “os constitutivos abióticos”1 dos ecossistemas e a comunidade biótica2 não exaurem 
o conceito do Meio Ambiente. Há outros elementos e fatores que intervêm no meio. Entre eles, 
recebem especial menção as alterações introduzidas pelo Homem” (Ibid).
1 Componentes não vivos.
2 Seres vivos
10
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Em realidade, esses elementos se encontram estreitamente inter-relacionados, condicionados 
muitas vezes por processos ainda desconhecidos ou de difícil avaliação.
Por outro lado, o conceito de meio ambiente “saudável” ou “degradado” depende de valores coletivos, 
evolutivos no tempo e no espaço, que definem diferentes paradigmas da relação homem-natureza.
Em verdade, para que o homem possa atuar efetivamente na solução dos problemas ambientais é 
necessário “falar na linguagem do atual paradigma” para, dessa forma, “introduzir gradualmente 
um novo modelo” e ser capaz de dialogar com os responsáveis pelos problemas ambientais 
(MOURA, 1996).
Colby (1989) define cinco paradigmas fundamentais, considerando a relação homem-natureza: (a) 
fronteira econômica, (b) ecologia profunda, (c) proteção ambiental, (d) gerenciamento de recursos e 
(e) ecodesenvolvimento. Esses paradigmas existem até hoje, embora tenham surgido em contextos 
históricos diferentes.
 » A relação homem-natureza é extremamente antropocêntrica na concepção da 
fronteira econômica. A ordem dominante é progresso a qualquer custo, para 
que crescimento econômico e prosperidade possam ser alcançados e problemas 
como fome, pobreza e doença sejam minimizados. Não existe preocupação com a 
preservação dos recursos naturais uma vez que a natureza propicia um suprimento 
infinito de seus recursos (matéria-prima, energia, água, solo e ar) e dispõe de 
capacidade inesgotável de assimilação de poluentes. Exemplos dessa concepção 
de meio ambiente: a construção da Transamazônica e o uso indiscriminado de 
agrotóxicos na agricultura.
 » Em seu início, o século XX tinha herdado dos séculos anteriores, em 
especial do final do século XIX, a ideia de que o desenvolvimento material 
das sociedades, tal como potencializado pela Revolução Industrial, era o 
valor supremo a ser almejado, sem, contudo, se atentar para o fato de 
que as atividades industriais têm um subproduto altamente nocivo para 
a natureza e, em consequência, para o próprio homem. Na verdade, 
inexistia mesmo uma preocupação com o meio ambiente que cercava 
as indústrias, pois, à falta de problemas agudos, havia um entendimento 
generalizado de que a natureza (entendida como um “dado” exterior 
ao homem) seria capaz de absorver materiais tóxicos lançados ao meio 
ambiente e, por um mecanismo “natural” (talvez “mágico”?!), o equilíbrio 
seria mantido de maneira automática. 
Fonte: Soares (2001), citado por Pereira (2006).
 » Embora com raízes mais antigas, a ecologia profunda pode ser considerada, hoje, 
como uma reação às consequências ambientais provocadas pelo modelo anterior. 
É contra o desenvolvimento e favorável à harmonia com a natureza, ou seja, é 
estritamente biocêntrica. Outras características desse paradigma podem ser citadas, 
como: promoção da diversidade biológica, economia orientada ao não crescimento 
11
INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL │ UNIDADE I
e uso de tecnologias simples. Em realidade, a tecnologia não é vista como uma forma 
de progresso desejável. Procura-se preservar a natureza, evitando-se seu uso em 
atividades consideradas predatórias, bem como promovendo a criação de unidades 
de conservação e de preservação da natureza. Estações Ecológicas e Reservas 
Biológicas constituem-se em exemplos desse paradigma, bem como o surgimento 
de organizações não governamentais de proteção da fauna e da flora.
A proteção ambiental surgiu, como paradigma de gestão, no final da década de 1960, a partir 
da preocupação dos cientistas em estudar os problemas ambientais que estavam geralmente 
relacionados com a poluição ou a destruição de habitats ou de espécies. Privilegia-se o conceito 
de end-of-pipe (fim de tubo), ou seja, a preocupação ambiental limitando-se ao respeito a padrões 
de lançamento de efluentes. Essa concepção de gestão ambiental pode ser resumida pela 
expressão: “business-as-usual plus treatment plant” (ou seja, mantém-se inalterado o processo 
industrial, acrescentando-se uma estação de tratamento de efluentes). Por essa concepção, o 
empresário não mudava o processo produtivo, implementando, apenas, uma estação de tratamento 
de efluentes que fosse capaz de propiciar o atendimento a parâmetros de lançamento estabelecidos. 
Esses padrões, definidos pelos órgãos de meio ambiente para resolver, em princípio, os problemas 
causados por atividades com grande potencial poluidor, atendiam a motivações de caráter mais 
econômico e político que científico-ecológico. Em realidade, de acordo com esse paradigma, os 
impactos, provenientes da depleção do meio, são considerados como externalidades negativas para 
a economia; 
Pesquise o significado de externalidade negativa e apresente alguns exemplos para os 
seus colegas.
 » No gerenciamento de recursos, paradigma consolidado a partir dos anos 
1970, o relacionamento do homem com a natureza permanece extremamente 
antropocêntrico. Há grande preocupação com os danos à saúde provocados pela 
poluição ambiental e clara compreensão de que não só o homem é capaz de afetar 
a natureza como também a natureza é capaz de agir sobre o homem, alterando 
sua qualidade de vida. Dá-se grande ênfase à necessidade de proceder de forma 
racional no uso dos recursos naturais. Sob esse aspecto, surge a preocupação com a 
eficiência energética, a conservação de recursos naturais, a prevenção da poluição 
e o monitoramento de ecossistemas. Produto desse processo é a formulação do 
princípio do poluidor pagador.
 » O ecodesenvolvimento surgiu como alternativa de desenvolvimento ao criticar a 
modernização industrial. Tem como princípio o desenvolvimento integrado do 
homem com a natureza. Procura eliminar a figura do poluidor pagador por meio da 
reestruturação da economia, de acordo com princípios ecológicos, incorporando as 
incertezas inerentes ao meio ambiente e buscando a equidade social. As incertezas, 
nesse caso, são incorporadas aos modelos econômicos e aos mecanismos de 
planejamento, “tornando explícitos os critérios sociais, ecológicos e econômicos 
12
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
para o desenvolvimento e para o uso da tecnologia”. A reciclagem, o uso de fontes de 
energia limpa e técnicas de conservação de energia, reservas extrativistas, projetos 
agroflorestais constituem exemplos do uso desse paradigma.
Segundo Sachs (1986), no ecodesenvolvimento, o estilo de desenvolvimento seria regido por cada 
comunidade, a partir das suas características naturais e culturais, bem como das suas necessidades 
em curto e longo prazos. O sucesso dessa concepção será diretamente proporcional ao “conhecimento 
do meio e à vontade de atingir um equilíbrio durável entre o homem e a natureza”.
De certo modo, há equivalência entre os conceitos de ecodesenvolvimento e de desenvolvimento 
sustentável, sendo este último o mais novo paradigma de gestão ambiental. A ideia de desenvolvimento 
sustentável foioriginada em 1968 na Biosphere Conference (Conferência da Biosfera) de Paris, mas 
só foi conceituada a partir da publicação do documento intitulado Nosso Futuro Comum (1988), ou 
Relatório Brundtland, uma vez que a Comissão que o elaborou, em atendimento à convocação das 
Nações Unidas, foi presidida por Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega à época. 
Esse paradigma foi então conceituado como “aquele que atende às necessidades do presente sem 
comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem as suas próprias necessidades“ 
(CMMD, 1988). 
De uma forma geral, pode-se dizer que a dificuldade de fazer julgamentos sobre desempenhos 
ambientais de atividades humanas, entre outras questões, resulta da complexidade intrínseca do 
meio biofísico, das diferentes formas do homem em compreendê-lo e utilizá-lo e das incertezas 
inerentes às inter-relações do homem com esse meio. Entretanto, é nesse contexto de complexidade 
que se vem promovendo o licenciamento ambiental de empreendimentos e de atividades.
Na Conferência da Biosfera, houve o engajamento dos conservacionistas e 
ambientalistas com o processo de desenvolvimento. Naquela ocasião, o objetivo 
era o estabelecimento de um programa interdisciplinar internacional de pesquisas 
sobre o uso racional dos recursos naturais para lidar com os problemas ambientais 
globais (ADAMS, 2001). Participaram desse evento mais de 300 delegados de 60 
países, inclusive o Brasil. Este comprometeu-se com a conservação e a preservação 
do meio ambiente. Além disso, o Brasil, como membro das Nações Unidas, também 
assinou acordos, pactos e termos de responsabilidade entre países, no âmbito da 
Declaração de Soberania dos Recursos Naturais.
13
CAPÍTULO 2
Instrumentos de gestão ambiental: 
do comando-controle à 
autorregulamentação
“O instante é a continuidade do tempo, pois une o tempo passado ao tempo futuro.” 
Aristóteles
A preocupação com os problemas ambientais tem crescido desde meados da década de 1960 
(VIOLA,1996). A experiência adquirida com a avaliação dos grandes problemas ambientais 
ocorridos nessa década, como o da Baía de Minamata e o de poluição da água e do ar em países 
industrializados, iniciou os processos de conscientização dos problemas ambientais e de recuperação 
dos ecossistemas degradados. Casos como o da despoluição do rio Tâmisa e melhoria da qualidade 
do ar na cidade de Londres exemplificam bem essa época, que poderia ser denominada como 
“década da conscientização” (VALLE,1995).
A Baía de Minamata, no Japão, foi contaminada por rejeitos industriais contendo mercúrio, 
que foram lançados pela companhia química Chisso, fabricante de cloreto de vinila. 
A contaminação com mercúrio em grande escala, numa baía fornecedora de pescado, 
gerou um tipo de doença neurológica que ficou conhecida como doença de minamata. 
Esta foi identificada em 1953.
Foram 1.784 vítimas (2001) e mais de 10 mil indenizados pela indústria química Chisso.
Essa indústria só parou de lançar mercúrio na água em 1968.
Em 1962, foi publicado o livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, que se tornou um 
importante marco ao abordar as consequências nefastas do uso de pesticidas. Enfatizava a ligação 
existente entre o ser humano e todos os outros seres vivos com o ambiente físico, mostrando que os 
processos naturais têm uma capacidade de ação limitada, isto é, uma capacidade que não pode ser 
ultrapassada pela atividade antrópica (TEIXEIRA et al., 1998).
Primavera Silenciosa de Rachel Carson, 1962.
Em 1969, houve o estabelecimento do Scientific Committee for Problems of the Environment 
(SCOPE) – Comitê Científico para os Problemas do Meio Ambiente. O trabalho dessa instituição 
tinha como foco os problemas ambientais, em especial os de escala global. Estes estavam relacionados 
com a poluição e o crescimento populacional (versus os recursos ambientais finitos para atender à 
demanda da população em crescimento) (ADAMS, 2001).
14
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
A década de 70 foi marcada pelo agravamento dos problemas ambientais, e, consequentemente, 
pela maior conscientização das questões relacionadas ao meio ambiente em todo o mundo. 
Saiba mais...
No período de 21 a 27 de agosto de 1971, foi realizado o I Simpósio sobre Poluição 
Ambiental, por iniciativa da Comissão Especial sobre Poluição Ambiental da Câmara 
dos Deputados, em Brasília. Desse Simpósio, participaram pesquisadores e técnicos 
do País e do exterior, com o objetivo de colher subsídios para um estudo global do 
problema da poluição ambiental no Brasil.
Outro marco importante para a conscientização ambiental, no que concerne à importância do uso 
adequado dos recursos naturais não renováveis, foi a publicação do relatório Limits to Growth 
(Limites do Crescimento), elaborado por cientistas do Clube de Roma na década de 1960 e publicado 
em 1972 (MEADOWS et al., 1972). 
Em 1968, um grupo de trinta pessoas de dez países – cientistas, educadores, 
economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos – reuniu-se na 
Accademia dei Lincei, em Roma, para discutir sobre os dilemas atuais e futuros do 
homem. Desse encontro, surgiu o Clube de Roma (MEADOWS et al., 1972).
Esse documento advertia sobre os “efeitos catastróficos” que seriam advindos do crescimento 
econômico, a partir da utilização de recursos naturais esgotáveis nos níveis praticados e previstos 
à época. Aconselhava os países a estacionar seu crescimento econômico no patamar em que se 
encontravam, como forma de salvaguardar a Terra dos riscos provenientes desse crescimento. 
O estudo não considerou a possibilidade de avanço tecnológico que poderia conduzir à maior 
produtividade no uso dos recursos naturais, como também o direito dos países subdesenvolvidos de 
alcançarem níveis adequados de qualidade de vida.
Segundo Valle (1995), a década de 1970 constituiu a “década da regulamentação e do controle 
ambiental”. Nesse período, surgiram as primeiras instituições de controle do meio ambiente e leis 
específicas para o controle ambiental, como resultado da Conferência de Estocolmo sobre o Meio 
Ambiente Humano, em 1972.
Participaram desse evento representantes de, aproximadamente, 113 nações, 90% das quais 
pertenciam ao grupo de países em desenvolvimento. Nessa época, apenas 16 deles possuíam entidades 
de proteção ambiental. Os delegados dos países em desenvolvimento, liderados pela delegação 
brasileira, defendiam seu direito às oportunidades de crescimento econômico a qualquer custo.
A estratégia denominada comando-controle surgiu nesta época, em que se acreditava 
que a legislação e as técnicas de controle de poluição seriam suficientes para resolver 
os problemas ambientais (VECCHIATTI, 2004). Assim, foi privilegiado um problema (a 
poluição industrial), um agente (a indústria) e uma responsabilidade de controle (o 
Estado), sem um questionamento maior quanto ao modelo de industrialização, à 
localização industrial ou às tecnologias utilizadas (MONOSOWSKI, 1989).
15
INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL │ UNIDADE I
Em 1969, os Estados Unidos editaram o NEPA (National Environmental Policy Act), a Lei da 
Política Ambiental Americana, que estabelecia a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA para 
projetos, planos e programas e para propostas legislativas de intervenção no meio ambiente, 
de forma interdisciplinar. O documento que apresenta o resultado dos estudos produzidos pela 
Avaliação de Impactos Ambientais – AIA é a Declaração de Impacto Ambiental (Environmental 
Impact Statement-EIS) ou Estudos de Impacto Ambiental – EIA (ARAÚJO, s/d).
Naquela época, a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA no Brasil foi adotada principalmente 
para atender a exigências do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e Banco Mundial – 
BIRD. Essas exigências foram resultantes das repercussões internacionais dos impactos ambientais 
causados por projetos na década de 1970 e dos desdobramentos da Conferência de Estocolmo, em 
1972. Esta recomendouaos países a inclusão da avaliação de impacto ambiental no processo de 
planejamento. Dessa forma, tivemos no Brasil a exigência de estudos ambientais para projetos 
como: as usinas hidrelétricas de Sobradinho, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará; e o terminal porto-
ferroviário Ponta da Madeira, no Maranhão, ponto de exportação do minério extraído pela 
Companhia do Vale do Rio Doce – CVRD, na Serra do Carajás. Ressalta-se que esses estudos foram 
elaborados de acordo com as normas das agências internacionais, uma vez que o Brasil não possuía 
legislação própria sobre a matéria (ABSY, 1995).
É nesse contexto, e consciente de que o País não poderia se submeter indefinidamente a normas 
estritamente internacionais na avaliação dos impactos ambientais, que o Brasil buscou a sua própria 
lei de política ambiental. Ressalta-se que essa decisão estava amparada no Princípio 21 da Declaração 
de Estocolmo: os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos, de acordo com 
a sua política ambiental (ARAÚJO, s/d).
A partir de 1975, o II Plano Nacional de Desenvolvimento – PND adotou normas 
de antipoluição e estabeleceu uma política de localização industrial nas regiões 
densamente urbanizadas. Essa abordagem foi expressa, à época, nos decretos 
no 1.413, de 14/8/1975, e no 76.389, de 3/10/1975, que definem as medidas de 
prevenção e controle da poluição industrial (MONOSOWSKI, 1989). A legislação 
autoriza a criação de sistemas de licenciamento nos estados e municípios para a 
instalação e funcionamento das atividades industriais potencialmente poluidoras. 
As penalidades pela não observação das normas estabelecidas incluem as restrições 
de incentivos fiscais e de financiamentos governamentais e, até mesmo, a suspensão 
das atividades industriais.
Entretanto, a Política Nacional de Meio Ambiente só surgiu no Brasil em 1981, com a edição da 
Lei no 6.938. A regulamentação dessa lei ocorreu em junho de 1983, com publicação do Decreto no 
88.351. Atualmente, o Decreto no 99.274/1990 é o que regulamenta essa lei.
A Lei no 6.938/1981 definiu os objetivos e instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente – 
PNMA e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. 
Nesse Sistema, destaca-se a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, formado 
por representantes da administração pública e da sociedade civil, com as funções de assessorar, 
16
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente. Um de seus objetivos 
é a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico. Os instrumentos da PNMA resultaram na criação do sistema 
de licenciamento de atividades poluidoras e degradadoras do meio ambiente. Esse licenciamento é 
realizado, desde então, pelas instituições ambientais nos níveis federal, estadual e municipal.
A Resolução CONAMA no 13, de 23/1/1986, estabeleceu definições, responsabilidades, critérios 
básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, 
para os setores governamentais e empresariais e para a participação do público. Nesse dispositivo 
legal, são enumerados os empreendimentos passíveis de apresentação de EIA/RIMA. 
A institucionalização da AIA, no Brasil e em diversos países, guiou-se pela experiência norte-americana, 
devido à grande efetividade que os Estudos de Impacto Ambiental demonstraram nos Estados Unidos, 
além das exigências internacionais anteriormente citadas.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama foi criado 
pela Lei no 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. O Ibama foi formado pela fusão de quatro entidades 
brasileiras que atuavam na área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente – SEMA; Superintendência 
da Borracha – SUDHEVEA; Superintendência da Pesca – SUDEPE; e o Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal – IBDF.
As preocupações com o meio ambiente tornaram-se globalizadas na década de 1980. Dessa forma, 
surgiram várias conferências internacionais que debateram o tema. Pode-se citar, por exemplo, 
o Protocolo de Montreal, que tem como objetivo banir os cloro-flúor-carbonos, responsáveis 
por alterações na camada de ozônio, e o relatório Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, 
que disseminou mundialmente o conceito de Desenvolvimento Sustentável (VALLE, 1995). Esse 
relatório foi elaborado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMD, 
constituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1983. Essa Comissão teve como objetivo 
“sugerir estratégias para a implementação do desenvolvimento sustentável antes do início do 
próximo século” (MUELLER, 1993).
“A dimensão ecológico-ambiental constitui o mais poderoso dos processos de 
globalização com repercussões extraordinárias sobre a atividade científica e sobre 
os conceitos básicos que utilizamos para conhecer a realidade social”.
Viola, 1996
Diferentemente do relatório Limites do Crescimento, esse documento não apregoa o fim do 
crescimento econômico, mas reconhece a necessidade de os países pobres crescerem economicamente 
para resolver seus problemas. Seus autores acreditam que sempre existe o risco de que o crescimento 
econômico prejudique o meio ambiente. No entanto, consideram: “os planejadores que se orientam 
pelo conceito de desenvolvimento sustentável terão que trabalhar para garantir que as economias 
em crescimento permaneçam firmemente ligadas às suas raízes ecológicas [...] para que possam 
dar apoio ao crescimento a longo prazo” (CMMD, 1991).
3 Correlações: Alterada pelas Resoluções CONAMA nO 11/1986 (alterado o art. 2O), nO 5/1987 (acrescentado o inciso XVIII) e nO 
237/1997 (revogados os arts. 3O e 7O)
17
INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL │ UNIDADE I
O termo sustentabilidade não é específico, ou seja, não define o nível, o período e para que número 
de habitantes a produção econômica pode ser sustentável (HOLDEN, 1990). Entretanto, “no 
mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam 
a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos. [...] Mas há limites extremos, e 
para haver sustentabilidade é preciso que [...] o mundo garanta acesso equitativo aos recursos 
ameaçados e reoriente os esforços tecnológicos no sentido de aliviar a pressão” (CMMD, 1991).
Ainda de acordo com o relatório Nosso Futuro Comum, 
a maioria dos recursos renováveis é parte de um ecossistema complexo e 
interligado e, uma vez levados em conta os efeitos da exploração sobre todo 
o sistema, é preciso definir a produtividade máxima sustentável. No tocante 
a recursos não renováveis [...], o uso reduz a quantidade de que disporão as 
futuras gerações. Isso não quer dizer que esses recursos não devam ser usados. 
Mas os níveis de uso devem levar em conta a disponibilidade do recurso, de 
tecnologias que minimizem seu esgotamento, e a probabilidade de se obterem 
substitutos para ele.
Inicialmente, pesquise as cinco dimensões da sustentabilidade. Em seguida, identifique 
um problema ambiental existente na sua cidade e apresente uma solução para esse 
problema que contemple pelo menos três dessas dimensões.
Em 1990, foi criada a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República – SEMAM, que 
tinha no Ibama seu órgão gerenciador da questão ambiental, responsável por formular, coordenar, 
executar e fazer executar a Política Nacional do Meio Ambiente e da preservação, conservação e uso 
racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais renováveis. Em 16 outubro de 1992, 
foi criado o Ministério do Meio Ambiente – MMA, órgão de hierarquia superior, com o objetivo de 
estruturar a política do meio ambiente no Brasil.
Além do desenvolvimento sustentável, outro conceito surgido nessa década foi o de Atuação 
Responsável. Originário da indústria química canadense, sob o nome de Responsible Care Program, 
sua utilizaçãoproduziu mudança na imagem das empresas, pela introdução do enfoque pró-ativo 
para as questões ambientais, pela busca de melhoria contínua, antecipando-se à própria legislação, 
e por sua visão sistêmica sobre os aspectos de segurança, saúde ocupacional e meio ambiente 
(VALLE, 1995).
Ao utilizar esse conceito, as empresas transnacionais estabeleceram padrões de qualidade ambiental 
e de segurança para suas subsidiárias, mundialmente, mesmo quando o grau de exigência local era 
pouco rigoroso (Ibid).
Outros resultados, nessas três décadas de preocupação com a questão ambiental, podem ser 
destacados com o surgimento de:
 » Administradores e gerentes que implementam a gestão dos processos produtivos 
baseados na “eficiência no uso dos materiais, na conservação da energia, na redução 
da poluição, no ecodesign e na qualidade total”;
18
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
 » Selos verdes e as normas da Série ISO 14000;
 » Agências e tratados internacionais, com o objetivo de solucionar problemas 
ambientais (VIOLA, 1996).
Dessa forma, na década de 1990, surge uma nova atitude com relação às questões ambientais, que 
relega a segundo plano as preocupações com multas e autuações, substituindo-as pelo cuidado 
com a imagem da empresa. Isso devido ao surgimento de novos conceitos, tais como: Certificação 
Ambiental, Atuação Responsável e Gestão Ambiental (VALLE, 1995).
A autorregulamentação surgiu na década de 1990. Nesse contexto, as empresas, além 
de se enquadrarem na legislação ambiental, procuraram melhorar a sua relação com 
o meio ambiente, criando uma política ambiental, identificando os seus aspectos e 
impactos ambientais, definindo objetivos e metas. Com essa estratégia, houve uma 
melhora no desempenho ambiental da empresa, sem que houvesse uma pressão 
dos órgãos de meio ambiente. Ou seja, a própria empresa ficou comprometida com 
a gestão ambiental. 
19
CAPÍTULO 3
Definição do licenciamento e 
arcabouço legal
“Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são 
executadas, pois boas leis há por toda a parte.”
Barão de Montesquieu
O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA. 
Foi instituído pela Lei no 6.938/1981 e tem como objetivo disciplinar, previamente, a construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de empreendimentos e atividades que utilizam recursos 
naturais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como aqueles capazes de causar 
degradação ambiental. O licenciamento ambiental é tratado também nos art. 17 a 22 do Decreto 
no 99.274/1990.
Fique atento!
O art. 14 da Lei no 6.938/1981, parágrafo primeiro, estatui que
Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é 
o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, 
a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente 
e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público 
da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de 
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio 
ambiente.
Em 26 de janeiro de 1986, a Resolução CONAMA no 1 definiu as responsabilidades, fixou critérios 
básicos e estabeleceu as diretrizes gerais para usos e implementação da Avaliação de Impactos 
Ambientais – AIA.
Com o objetivo de dar transparência ao processo de licenciamento ambiental, foi editada a Resolução 
CONAMA no 6/1986 (Complementada pela Resolução no 281/2001), que dispõe sobre a aprovação 
de modelos para publicação de pedidos de licenciamento. 
Considerando, entre outras, a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios estabelecidos 
no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como 
instrumento de gestão ambiental, instituído pela PNMA, bem como a necessidade de se incorporar 
a esse sistema os instrumentos de gestão ambiental, foi editada a Resolução CONAMA no 237, em 19 
de dezembro de 1997. Essa resolução será tratada em detalhes neste Caderno de Estudos e Pesquisa.
O licenciamento ambiental, conforme preconiza a legislação ambiental, consiste na obtenção de três 
licenças, que, também, serão detalhadas neste Caderno. 
20
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Licença Prévia – LP – emitida na fase de planejamento da atividade, fixa requisitos 
quanto à localização, instalação e operação do empreendimento.
Licença de Instalação – LI – autoriza o início da implantação do empreendimento, 
de acordo com o projeto aprovado.
Licença de Operação – LO – autoriza o início da atividade licenciada.
Para os empreendimentos e atividades que estiverem sem licença ou autorização dos órgãos 
ambientais competentes, ou, ainda, contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes, 
o art. 60 da Lei no 9.605/19984 prevê pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as 
penas cumulativamente. 
O Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao 
meio ambiente e determina medidas para empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento 
ambiental.
A Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, dispõe sobre o acesso público aos dados e informações 
existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. De acordo com essa Lei, os órgãos e 
entidades da Administração Pública direta, indireta e fundacional, integrantes do SISNAMA, ficam 
obrigados a permitir o acesso público aos documentos, expedientes e processos administrativos 
que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua 
guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico. 
De acordo com esse dispositivo legal, deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, 
no respectivo órgão ambiental, em local de fácil acesso ao público, listagens e relações contendo os 
dados referentes aos seguintes assuntos:
 » Pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão;
 » Pedidos e licenças para supressão de vegetação;
 » Autos de infrações e respectivas penalidades impostas pelos órgãos ambientais;
 » Lavratura de termos de compromisso de ajustamento de conduta;
 » Reincidências em infrações ambientais;
 » Recursos interpostos em processo administrativo ambiental e respectivas decisões;
 » Registro de apresentação de estudos de impacto ambiental e sua aprovação ou 
rejeição.
Ressalta-se que as relações contendo esses dados deverão estar disponíveis para o público trinta 
dias após a publicação dos atos a que se referem.
4 Denominada lei de crimes ambientais.
21
INTRODUÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL │ UNIDADE I
A relação dos dispositivos legais inerentes ao licenciamento federal pode ser 
acessada em: <http://www.ibama.gov.br/licenciamento/>
Faça uma pesquisa na sua cidade e verifique se existe o licenciamento ambiental 
municipal. Em caso positivo, apresente:
 » Os dispositivos legais vigentes (leis, decretos e resoluções);
 » Os empreendimentos e atividades que devem ser licenciados;
 » O procedimento para a realização desse licenciamento.
Se possível, converse com técnico de um órgão ambiental e obtenha informações 
sobre:
 » A participação da sociedade civil nos processos de licenciamento;
 » O número de técnicos e suas áreas de atuação;
 » Número de licenças ambientais expedidas por ano.
Se o processo de licenciamento ocorrer apenas em seu Estado, procure responder as 
mesmas perguntas acima.
22
UNIDADE II
O LICENCIAMENTO 
COMO INSTRUMENTO 
DE GESTÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO 1
As atividades sujeitas ao licenciamento 
ambiental, as instituições competentes 
e a compensação ambiental
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não 
existirão resultados.” 
Mahatma Gandhi
Verifica-se que quase toda a ação humana que utilize ou modifique de alguma forma um recurso 
ambiental importa intervenção no meio ambiente e, em tese, estaria submissa ao licenciamento 
ambiental.
A Resolução CONAMA no 237/1997, em seu Anexo I, apresenta exemplos deempreendimentos e 
atividades passíveis de licenciamento ambiental, mostra as etapas do processo de licenciamento e 
estabelece critérios para a definição do licenciamento nas esferas municipal, estadual e federal. No 
Quadro 1, abaixo, apresentam-se alguns exemplos de atividades e empreendimentos passíveis de 
licenciamento.
Quadro 1. Atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental
Indústrias diversas / obras civis Serviços de utilidade Atividades agropecuárias
Rodovias, ferrovias, hidrovias Produção de energia termoelétrica Projeto agrícola
Barragens e diques Transmissão de energia elétrica Criação de animais
Canais para drenagem Tratamento de esgoto sanitário Projetos de assentamento
Retificação de curso de água Tratamento e destinação de resíduos 
industriais (líquidos e sólidos)
Projetos de colonização
Fonte: Resolução CONAMA no 237/1997
Por apresentar uma listagem exemplificativa, o órgão ambiental licenciador 
definirá os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação dessas 
informações.
23
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
A Resolução CONAMA no 237/1997 define, portanto, competências, determina novos procedimentos 
e fixa critérios, efetivando a utilização do licenciamento como instrumento de gestão ambiental.
De acordo com esse dispositivo legal, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades 
é de competência do Ibama quando esses:
 » Estão localizados ou são desenvolvidos conjuntamente pelo Brasil e por país 
limítrofe (impacto nacional). 
 » Estão localizados no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica 
exclusiva; em terras indígenas ou em Unidades de Conservação do domínio da 
União.
 » Estão localizados ou são desenvolvidos em dois ou mais Estados (impacto regional).
 » Causam impactos ambientais diretos que ultrapassem os limites territoriais do País 
ou de um ou mais Estados (impactos nacional e regional, respectivamente).
 » São destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e 
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em 
quaisquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de 
Energia Nuclear – CNEN.
 » São localizados em bases ou empreendimentos militares, observada a legislação 
específica.
O Ibama procede ao licenciamento federal após considerar o exame técnico realizado pelos órgãos 
ambientais dos Estados e Municípios, bem como dos demais atores participantes do processo, 
quando couber, tais como: Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Instituto do Patrimônio Histórico 
e Artístico Nacional – IPHAN, Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e Fundação Palmares. 
Detalhes sobre a participação dessas e outras instituições no processo de licenciamento ambiental 
são apresentados neste Caderno de Estudos e Pesquisa. 
A Lei no 10.308/2001 concentra na CNEN a competência para normatizar todas as atividades 
que envolvam material radioativo e para licenciar os depósitos iniciais, intermediários e finais de 
rejeitos radioativos, quanto ao transporte, manuseio e armazenamento desses rejeitos e quanto à 
segurança radiológica das instalações. O licenciamento efetuado pela CNEN não alcança aspectos 
de segurança ambiental, sendo exigidas, portanto, as licenças ambientais emitidas pelo Ibama.
Compete ao órgão estadual licenciar atividades e empreendimentos:
 » localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em unidades de 
conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
 » cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais 
municípios;
24
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
 » delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal 
ou convênio.
Nesse caso, o Estado procede ao licenciamento após considerar o exame técnico realizado pelos 
órgãos ambientais dos municípios diretamente afetados pelo empreendimento. Já aos municípios 
compete o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local 
e daquelas que lhes forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio (Art. 6o da 
Resolução CONAMA no 237/1997). 
Portanto, são considerados órgãos ambientais competentes para proceder ao licenciamento 
ambiental:
 » o Ibama;
 » os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos 
e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação 
ambiental; 
 » os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas 
atividades nas suas respectivas jurisdições.
Os empreendimentos e atividades são licenciados em um único nível de competência 
determinados pela Resolução CONAMA no 237/1997, que regulamenta a atuação 
do SISNAMA na execução do licenciamento ambiental e, em observância ao critério 
constitucional da responsabilidade compartilhada entre os entes federados, 
estabelece os três níveis de competência para o licenciamento.
A maioria dos licenciamentos ambientais ocorre nos órgãos estaduais de meio ambiente. Entretanto, 
muitos municípios brasileiros já possuem estrutura para licenciar.
Atores participantes do processo de análise 
dos estudos ambientais
Os atores do processo são as instituições competentes para licenciar; sua participação ou não no 
processo do licenciamento depende do tipo de intervenção ou de empreendimento, bem como da 
área de influência do empreendimento ou atividade.
No caso do licenciamento ambiental federal, os principais atores do processo são:
 » Ibama
 › coordena todo o processo de licenciamento;
 › emite as licenças ambientais.
25
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
 » OEMAs – Órgãos Estaduais de Meio Ambiente
 › participam, com o Ibama, de todo o processo de licenciamento ambiental. 
 » IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
 › atua em áreas com potencial de ocorrência de sítios arqueológicos e de interesse 
histórico e cultural.
 » FUNAI – Fundação Nacional do Índio
 › regula as interferências de empreendimentos sobre os territórios indígenas.
 » Fundação Palmares
 › atua em empreendimentos que interfiram em áreas de remanescentes de 
quilombos, buscando a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos 
decorrentes da influência negra na formação da sociedade.
 » CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
 › atua nos empreendimentos radioativos e nucleares.
Compensação ambiental
A compensação ambiental é fixada pelo órgão ambiental licenciador que estabelece o grau de 
impacto do empreendimento a partir do EIA, levando em consideração os impactos negativos e 
não mitigáveis aos recursos ambientais. O montante a ser empregado na compensação ambiental é 
definido no processo de licenciamento, quando da emissão da Licença Prévia, ou, quando esta não 
for elegível, na emissão da Licença de Instalação – LI. Não é exigido o desembolso da compensação 
ambiental antes da emissão da LI. 
Até pouco tempo, a Lei no 9.985/2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza – SNUC, fixava, no seu art. 36, o piso mínimo de 0,5% (meio por cento) 
dos custos totais previstos para implantação do empreendimento a ser empregado na compensação 
ambiental. Entretanto, em 19 de abril de 2008, o Supremo Tribunal Federal – STF, no julgamento 
da Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, 
julgou inconstitucional esse piso, com o argumento de que não há relação entre os danos causados 
ao meio ambiente e o tamanho/custo de um empreendimento. 
Para você entender ainda mais esse tema, sugerimos a leitura da ADIN no 3.378-
6, de 2008, disponível no link: <http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/
verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3378&processo=3378>. Acesso: agosto/2013.
26
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Dessa forma, o empreendedoré obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de 
conservação, conforme será adiante explanado. Contudo, não há mais o piso baseado no custo total 
de implantação do empreendimento, sendo os valores definidos pelo órgão ambiental competente, 
de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. 
Informações sobre as atividades, estudos e projetos que estejam sendo executados com recursos 
da compensação ambiental devem ser disponibilizadas ao público, assegurando-se sua publicidade 
e transparência. Além disso, assegura-se a qualquer interessado o direito de apresentar por 
escrito, durante o procedimento de licenciamento ambiental, sugestões justificadas de unidades 
de conservação a serem beneficiadas ou criadas. Compete ao órgão licenciador definir as unidades 
de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA e ouvido o 
empreendedor, podendo, inclusive, ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. 
De acordo com o Decreto no 4.340/2002, com a redação dada pelo Decreto no 6.848/2009, que 
regulamenta a Lei no 9.985/2000, a aplicação dos recursos da compensação ambiental nas unidades 
de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade: 
 » regularização fundiária e demarcação das terras;
 » elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; 
 » aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e 
proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;
 » desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação;
 » desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação 
e área de amortecimento.
Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural, Monumento Natural, Refúgio de Vida 
Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de Proteção Ambiental, quando a posse e o 
domínio não sejam do Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados 
para custear as atividades de: 
 » elaboração do Plano de Manejo ou de proteção da unidade; 
 » realização das pesquisas necessárias ao manejo da unidade, sendo vedada a 
aquisição de bens e equipamentos permanentes; 
 » implantação de programas de educação ambiental; 
 » financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos 
recursos naturais da unidade afetada.
A Câmara de Compensação Ambiental – CCA foi instituída, no âmbito do Ministério do Meio 
Ambiente, com o objetivo de: estabelecer prioridades e diretrizes para aplicação dessa compensação; 
avaliar e auditar, periodicamente, a metodologia e os procedimentos de cálculo da compensação 
27
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
ambiental; propor diretrizes para agilizar a regularização fundiária das unidades de conservação 
e estabelecer diretrizes para elaboração e implantação dos planos de manejo das unidades de 
conservação (Art. 32 do Decreto no 6.848/2009).
De acordo com o art. 17 da Lei no 11.428/2006, o corte ou a supressão de vegetação primária 
ou secundária nos estágios médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam 
condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da 
área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e, sempre 
que possível, na mesma microbacia hidrográfica. 
Além dos dispositivos legais acima apresentados, o Decreto no 95.733/1988 dispõe 
sobre a inclusão de, no mínimo, 1% (um por cento) do valor do empreendimento 
no orçamento dos projetos e obras federais, destinado a prevenir ou corrigir os 
prejuízos de natureza ambiental, cultural e social decorrente da execução desses 
projetos e obras.
O Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, estipula, em seu art. 83, que, deixar de cumprir 
compensação ambiental determinada por lei, na forma e no prazo exigidos pela autoridade ambiental, 
acarretará multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Leia com atenção a Lei no 9.985/2000 e o Decreto no 4.340/2002, que tratam da 
Compensação Ambiental.
28
CAPÍTULO 2
Tipos de licenças ambientais
“A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar.”
John L. Beckley
Como apresentado no Capítulo 2 deste Caderno de Estudos e Pesquisa, o licenciamento ambiental 
compreende três tipos de licença: Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. 
Essas licenças poderão ser suspensas ou canceladas. A suspensão é um ato temporário até que 
a obra ou atividade esteja em conformidade com os requerimentos legais. Já o cancelamento da 
licença é um ato definitivo. 
De acordo com a Resolução CONAMA no 237/1997, a suspensão ou cancelamento das licenças 
ambientais ocorre quando há: 
 » violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; 
 » omissão ou falsa descrição de informações nos documentos constantes do processo 
de licenciamento; 
 » graves riscos ambientais ou à saúde.
A Resolução CONAMA no 237/1997 foi editada considerando, entre outras, a necessidade de 
revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar 
a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela 
Política Nacional do Meio Ambiente, bem como a necessidade de se incorporar a esse sistema os 
instrumentos de gestão ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua.
As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente. Para atender 
às diferentes características e peculiaridades das atividades ou empreendimentos, 
o CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas (Resolução 
CONAMA no 237/97).
Licença Prévia
A expedição da Licença Prévia aprova a viabilidade ambiental do projeto, autoriza sua localização e 
sua concepção tecnológica e estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento do 
projeto executivo. 
É nessa fase que se decide sobre a necessidade da exigência ou não do Estudo de Impacto Ambiental 
– EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, que dependerá da complexidade, 
da localização e do porte do empreendimento.
29
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
Essa licença é instrumento indispensável para abertura de financiamentos especiais destinados a 
medidas de controle ambiental. Sua concessão não autoriza o início de quaisquer obras. A Figura 1 
apresenta um fluxograma do procedimento do licenciamento prévio realizado pelo Ibama.
Figura 1. Fluxograma do procedimento do Ibama para concessão da LP 
1
Apresentação do
Em
preendim
ento
E
3
Elaboração de TR
especí�co
IB/O/F/IP
5
Análise dos estudos
am
bientais
apresentados
IB/O
/F/IP
Vistoria
opcional
IB/OAudiência
Pública
IB
Em
issão de Parecer
Técnico conclusivo
IB
Apresentação de novos
estudos ambientais ou
reformulação do projeto
E
Sim
Não
4
5
Publicação do
indeferim
ento do
pedido
E
Em
issão da LP
IB
Publicação do
Recebim
ento LP
E
LEGENDA
E - EM
PREENDEDOR
F - FUNAI
IB - IBAM
A
IP - IPHAN
O - OEM
A
Deferimentos
da
solicitação
Realização
de vistorias
2
De�nição dos
estudos am
bientais
IB/O
4
Requerim
ento da licença
am
biental, acom
panhado
dos estudos am
bientais
pertinentes
E
Publicação do
requerim
ento da
Licença
E
Fonte: Generino, 2001.
30
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
A expressão “EIA” é de origem americana e surgiu em 1969, a partir da aprovação do National 
Environmental Policy Act-NEPA, que corresponde, no Brasil, à Política Nacional do Meio 
Ambiente.
O EIA mostrou-se eficiente, em especial na participação da sociedade civil nas tomadas de decisão 
pelos órgãos ambientais, por meio das Audiências Públicas (ABSY, 1995). Seu objetivo é “qualificar 
e, quanto possível, quantificar antecipadamente o impacto ambiental” (MILARÉ e BENJAMIN,1993). Pode ser definido como “um estudo das prováveis modificações das diversas características 
socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto” (JAIN 
et al., 1977, citado por MILARÉ e BENJAMIN, 1993). 
A AIA tem como objetivo analisar a viabilidade ambiental de um programa, plano 
ou projeto. Tem como funções identificar, prever e interpretar as consequências de 
uma ação humana no meio ambiente, além de comunicar as conclusões dos estudos 
técnicos aos diversos atores envolvidos no processo. 
A Constituição Federal de 1988 exigiu estudo prévio de impacto ambiental para instalação de obra 
ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, na forma da 
lei, a que se dará publicidade.
O EIA e o RIMA são tratados na Resolução CONAMA no 1, de 23 de janeiro de 1986, que 
estabelece as diretrizes e procedimentos que orientam os órgãos de meio ambiente dos Estados, 
o Ibama e os promotores de projeto quanto aos aspectos técnicos, à participação do público e 
às responsabilidades de cada um no processo de avaliação de impacto ambiental. Nesse caso, 
foram consideradas as alterações advindas das Resoluções CONAMA no 11/1986, no 5/1987 e 
no 237/1997.
Trata-se de um mecanismo de apoio à utilização eficaz de recursos naturais e humanos, que tem 
dado provas de ser precioso para os proponentes da ação e para as autoridades responsáveis. Essa 
avaliação pode reduzir os custos e o tempo necessário à decisão, uma vez que diminui a subjetividade 
e a duplicação de esforços. Além disso, ajuda a identificar e a quantificar as consequências diretas e 
secundárias da ação, que requerem dispendioso equipamento de controle de poluição, o pagamento 
de indenizações ou outros custos em data posterior.
Na elaboração de EIA/RIMA, são considerados dois grupos de informações. O primeiro é referente às 
características técnicas do projeto em questão. O segundo diz respeito às características ambientais 
da área de influência do projeto, ou seja, o seu diagnóstico ambiental: meio físico, biológico e 
socioeconômico. A partir da conjugação desses dois conjuntos de informações, são identificados os 
potenciais impactos ambientais, os quais dependem tanto das características específicas da área de 
influência, como do projeto que se pretende implantar nessa área. A Figura 2 mostra um diagrama 
esquemático do EIA.
31
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
Figura 2. Diagrama esquemático do Estudo de Impacto Ambiental
Fonte: Generino, 2001.
A partir da identificação dos impactos ambientais, são definidas as medidas mitigadoras e 
estabelecidos programas ambientais para fazer frente aos impactos residuais previstos. As medidas 
mitigadoras e programas ambientais podem ser referentes às fases de projeto, implantação e 
operação do empreendimento, devendo, evidentemente, ser observadas em cada fase, pois passam 
a ser condicionantes das licenças ambientais concedidas.
Conforme apresentado na Figura 3, a seguir, o EIA é utilizado como instrumento de tomada de 
decisão. Esse estudo pode ser aprovado, reprovado ou devolvido para complementação. No entanto, 
o fato de ele ter sido aprovado não implica aprovação do projeto. Nesse caso, tem-se embasamento 
para a tomada de decisão acerca do empreendimento, que pode ser a sua aprovação ou não. 
Figura 3. Fluxo do processo de análise do EIA
Fonte: Generino, 2001.
32
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA
O RIMA é uma versão resumida do EIA, em linguagem simplificada, que fica à disposição da 
comunidade para seu conhecimento por um período mínimo de 45 dias anteriores à audiência 
pública. Os endereços dos locais onde o RIMA estará disponível para consulta pública devem ser 
publicados em jornal local. Esses locais devem ser públicos e de fácil acesso.
O RIMA refletirá as conclusões do EIA e deve ser escrito em linguagem acessível ao 
público. 
Pesquise na Internet dois RIMAS e faça uma crítica sobre a linguagem empregada 
na sua elaboração. 
Audiência Pública – AP
O objetivo de uma Audiência Pública é a discussão do empreendimento e suas implicações, no 
contexto da Licença Prévia. Antes da realização da Audiência Pública, o RIMA deve ficar à disposição, 
no mínimo 45 dias, para consulta pública em local de fácil acesso da população diretamente 
afetada pelo empreendimento ou atividade. Deve haver, também, publicação em jornais de grande 
circulação, além do Diário Oficial da União (no caso de licenciamento federal), com indicação de 
data, hora e local da audiência. 
Ao determinar a execução do EIA e do RIMA, o órgão ambiental licenciador determinará o prazo 
para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, 
sempre que julgar necessário, ou quando solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou 
por 50 ou mais cidadãos, promoverá a realização de audiência pública. A Figura 4 apresenta, de 
forma esquemática, essa situação.
Figura 4. Representação esquemática de quem demanda a audiência pública
33
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
A Audiência Pública é uma reunião formal, presidida por representante do órgão ambiental 
licenciador, com a participação, geralmente, do Ministério Público, das autoridades locais, de 
entidades ambientalistas, de associações de moradores e de quaisquer outras pessoas interessadas. 
A Audiência Pública não tem caráter deliberativo ou plebiscitário. Tem como objetivo subsidiar 
a avaliação dos estudos pelo órgão ambiental e o seu resultado tem importante influência no 
andamento do processo, o que requer uma série de ações prévias a cargo do empreendedor, para o 
seu bom desenvolvimento. Também são encargos do empreendedor todos os custos necessários à 
realização dessas audiências.
Em face da importância atual dos eventos públicos de discussão de projetos e sua influência decisiva 
nos processos de licenciamento ambiental correspondentes, a AP mostra ser imprescindível o 
desenvolvimento de ações junto à sociedade, em seus diversos níveis, para assegurar a viabilização 
ambiental dos projetos. 
A Resolução CONAMA no 9/1987 dispõe sobre as Audiências Públicas. De acordo com essa 
Resolução, na hipótese de haver solicitação de Audiência Pública e o órgão ambiental não realizá-la, 
a licença concedida não será válida. 
Atividades e projetos que necessitam de EIA
O art. 2o da Resolução CONAMA no 1, de 23 de janeiro de 1986, elenca uma série de atividades 
modificadoras do meio ambiente passíveis do EIA e do RIMA. Esse artigo tem sido objeto de 
controvérsia no meio jurídico quanto à obrigatoriedade ou não das atividades elencadas serem 
objeto do EIA e do RIMA. 
Segundo Gouvêa (1998), essa Resolução, ao enumerar em seu art. 2o as atividades, cujo licenciamento 
depende de aprovação do EIA e do RIMA, o fez de forma exemplificativa, já que no mesmo 
dispositivo, por mais de uma vez, utilizou a expressão “tais como”. Isso significa que nem todas as 
atividades dela constantes dependem, obrigatoriamente, de EIA/RIMA. Da mesma forma, outras 
ali omitidas podem depender de sua aprovação. Mesmo nos casos em que a Resolução foi muito 
precisa na especificação da atividade, poderá ser dispensada a elaboração do EIA/RIMA, desde que 
haja motivos suficientes para isso e a decisão seja devidamente fundamentada.
Na realidade, a dispensa do EIA não implica dispensa das licenças ambientais, ou seja, não significa 
que a obra será executada sem qualquer controle prévio. Significa apenas que não há necessidade, 
naquele caso, do tipo de informações propiciadas pelo EIA, seja por já serem suficientemente 
conhecidas, seja pelo porte e localização da obra, ou, ainda, por integrar um projeto que, em sua 
totalidade, já foi avaliado etc. (GOUVÊA, 1998).
No que se refere ao Bioma Mata Atlântica, o corte e a supressão da vegetação primária ou secundária 
em estágio avançado de regeneração somenteserão autorizados, em caráter excepcional, quando 
necessários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas científicas 
e práticas preservacionistas (Art. 20 da Lei no 11.428/2006), sendo necessária a realização do EIA 
e do RIMA.
34
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Licença de Instalação
Após a concessão da Licença Prévia – LP, o empreendedor deverá detalhar os planos, programas 
e projetos ambientais que foram objeto desse processo. Esse detalhamento é exigido por meio de 
estudo ambiental específico. Após a análise e aprovação desse estudo, a Licença de Instalação é 
liberada. Essa licença autoriza o início da implantação do empreendimento e implica compromisso, 
por parte do interessado, do cumprimento das especificações constantes do projeto apresentado. 
A concessão da LI para empreendimentos que levem a desmatamento depende também de 
“Autorização de Desmatamento”. Esse assunto será abordado neste Caderno de Estudos e Pesquisa. 
Obtida a Licença de Instalação, as obras podem ser iniciadas. E, para esta fase, devem ser observados os 
requisitos ambientais para a construção, cujo atendimento poderá ser verificado por meio de vistorias.
Para os empreendimentos que demandam a realização de testes pré-operacionais, estes deverão ser 
realizados no contexto da LI (Resolução CONAMA no 6/1987). A Figura 5 apresenta um fluxograma 
de procedimentos para concessão da LI.
Figura 5. Fluxograma de procedimentos para concessão da LI
Emissão de Parecer
Técnico conclusivo
IB
Apresentação de novos
estudos ambientais 
E
Sim
Não
4
5
Publicação do
indeferimento do
pedido
E
Emissão da LI
IB
Publicação do
Recebimento LI
E
Deferimentos
da
solicitação
Realização
de vistorias
Fonte: Resolução CONAMA no 237/1997.
Licença de Operação 
Essa licença autoriza a operação comercial da atividade ou empreendimento, após a verificação do 
efetivo cumprimento das medidas de controle ambiental e das condicionantes determinadas para 
a operação. 
A concessão dessa licença implica compromisso do interessado em manter o funcionamento dos 
equipamentos de controle ambiental e dos programas de monitoramento, atendendo às condições 
estabelecidas no seu deferimento. 
A LO é o documento concedido pelo órgão ambiental competente, devendo ser solicitada 
antes da conclusão dos testes pré-operacionais. Sua concessão está condicionada à vistoria do 
empreendimento para verificar se todas as exigências e detalhes técnicos descritos no projeto 
aprovado foram desenvolvidos e atendidos ao longo de sua implantação, bem como se está de 
acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação.
A renovação dessa Licença deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) 
dias da expiração de seu prazo de validade. A Figura 6 apresenta fluxograma do processo de 
licenciamento adotado pelo Ibama, incluindo o procedimento para concessão de LO. 
35
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
Figura 6. Fluxograma do processo de licenciamento adotado pelo Ibama, incluindo o procedimento para 
concessão de LO
1
Apresentação do
Em
preendim
ento
E
3
Elaboração de TR
especí�co
IB/O/F/IP
5
Análise dos estudos
am
bientais
apresentados
IB/O
/F/IP
Vistoria
opcional
IB/OAudiência
Pública
IB
Em
issão de Parecer
Técnico conclusivo
IB
Apresentação de novos
estudos am
bientais ou
reform
ulação do projeto
E
Sim
Não
4
55
Publicação do
indeferim
ento do
pedido
E
Em
issão da LP
IB
Publicação do
Recebim
ento LP
E
Deferimentos
da
solicitação
Realização
de vistorias
2
De�nição dos
estudos am
bientais
IB/O
4
Requerim
ento da licença
am
biental, acom
panhado
dos estudos am
bientais
pertinentes
E
Publicação do
requerim
ento da
Licença
E
LEGENDA
E - EM
PREENDEDO
R
F - FUNAI
IB - IBAM
A
IP - IPHAN
O
 - O
EM
A
Em
issão de Parecer
Técnico conclusivo
IB
Apresentação de novos
estudos am
bientais ou
reform
ulação do projeto
E
Sim
Não
4
Publicação do
indeferim
ento do
pedido
E
Em
issão da LI
IB
Publicação do
Recebim
ento LI
E
Requerim
ento
da LO
E
Acom
panham
ento da
Im
plem
entação das m
edidas
m
itigadoras e dos planos e
program
as am
bientais
IB/O
Em
issão
d
a LO
IB
Deferimentos
da
solicitação
Realização
de vistorias
LPLI
⇔
Fonte: Generino, 2001.
36
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Com base no que foi tratado até o momento, o licenciamento ambiental é um procedimento 
administrativo. A licença é um ato administrativo. Os estudos ambientais dão subsídio à análise 
ambiental e a abrangência do impacto ambiental define a competência do licenciamento. A Figura 7 
apresenta de forma sucinta esses conceitos.
Figura 7. Algumas informações sobre o processo de licenciamento ambiental
PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO 
Licenciamento Ambiental 
Licença Ambiental ATO ADMINISTRATIVO 
SUBSÍDIO À ANÁLISE AMBIENTAL Estudos Ambientais 
Impacto Ambiental 
Regional 
SUBSÍDIO À DEFINIÇÃO DE 
COMPETÊNCIA 
37
CAPÍTULO 3
Procedimentos do Licenciamento 
Ambiental
“A hora de consertar o telhado é quando o sol está brilhando.” 
John F. Kennedy
De acordo com o art. 10 da Resolução CONAMA no 237/1997, o procedimento de licenciamento 
ambiental obedecerá às seguintes etapas:
 » Definição dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do 
processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida. Essa definição 
é feita pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor.
 » Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos 
documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida 
publicidade.
 » Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, 
projetos e estudos ambientais apresentados, e a realização de vistorias técnicas, 
quando necessárias.
 » Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente 
integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, 
projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a 
reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios.
 » Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente.
 › solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental 
competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver 
reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios.
 › emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico.
 › deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida 
publicidade.
38
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Responsabilidades no processo de 
licenciamento ambiental
Empreendedor
 » Responsável por todos os custos e despesas da realização de EIA/RIMA, que devem 
ser preparados por equipe multidisciplinar.
 » Responsável pela execução das medidas mitigadoras, da monitoração dos impactos, 
das publicações e da audiência pública.
Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados 
por profissionais legalmente habilitados, à custa do empreendedor. Tanto o 
empreendedor quanto os profissionais que subscrevem os estudos ambientais 
são responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções 
administrativas, civis e penais. A Figura 7, apresentada no Capítulo 2 – UNIDADE II 
deste Caderno de Estudos e Pesquisa, sintetiza o procedimento de licenciamento 
ambiental.
Órgão licenciador
 » Responsável pela elaboração dos Termos de Referência e pela emissão das licenças 
ambientais.
 » Responsável pela realização de vistorias técnicas e pelo acompanhamento dos 
planos, programas e projetos inerentes ao processo de licenciamento ambiental.
Termos de Referência
O Termo de Referência – TR é o instrumento orientador para a elaboração de qualquertipo de 
estudo ambiental de acordo com as especificidades e o local proposto para a implantação do 
empreendimento.
Tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, conteúdo e abrangência do estudo. O TR 
deve ser elaborado criteriosamente, utilizando-se de todas as informações disponíveis sobre o 
empreendimento e sobre o local onde será implantado, bem como da legislação pertinente.
O TR é elaborado pelo órgão ambiental a partir das informações do empreendedor e é um dos 
passos fundamentais para que os estudos ambientais alcancem a qualidade esperada. Por isso, na 
elaboração do TR é aconselhável:
 » requerer, ao empreendedor, informações detalhadas sobre o empreendimento (e 
seus efeitos ambientais) e as alternativas locacionais;
39
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
 » confrontar as informações do empreendedor com outras fontes (Universidades, 
órgãos ambientais etc.);
 » realizar vistoria na área do empreendimento;
 » no caso de empreendimentos pioneiros no país, realizar vistorias técnicas em 
empreendimentos e/ou tecnologias similares no Exterior.
Na elaboração do TR, o órgão ambiental licenciador define as diretrizes adicionais àquelas gerais 
contidas na legislação e articula com outros agentes na busca de definição compartilhada acerca 
do conteúdo e abrangência do estudo ambiental requerido. O órgão ambiental licenciador pode 
solicitar, em alguns casos, que o empreendedor elabore o TR, reservando-se apenas o papel de 
julgá-lo e aprová-lo.
Um Termo de Referência bem elaborado é um dos passos fundamentais para que um 
estudo ambiental alcance a qualidade esperada.
Termos de Referência utilizados pelo Ibama encontram-se disponíveis no site: <http://
www.ibama.gov.br/licenciamento/>
As vistorias
As vistorias podem ser realizadas nas várias fases do processo de licenciamento ambiental. No 
entanto, para que sejam efetivas devem-se observar os seguintes procedimentos:
 » Antes de visitar uma empresa, procura-se conhecer o processo administrativo do 
licenciamento ambiental e os aspectos e impactos ambientais. Em seguida, elabora-se 
um Plano de Vistoria e identificam-se as pessoas com quem se precisa entrar em 
contato, os setores e pontos a visitar, as perguntas-chave, os documentos etc. 
 » Ao chegar à empresa, informam-se o objetivo da vistoria e as áreas que se deseja 
vistoriar, em função do Plano de Vistoria.
 » Ao final da vistoria, agradece-se pelo atendimento dos representantes da empresa.
Algumas dicas para serem observadas nas vistorias:
 » peça para abrir os locais que precisar vistoriar;
 » escolha a vestimenta de acordo com a ocasião, de modo a permitir, com 
segurança, o acesso a todas as áreas a serem vistoriadas;
 » leve os equipamentos e documentos necessários.
40
UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Os problemas encontrados deverão ser apresentados no Relatório de Vistoria. Nunca faça 
solicitações verbais. As solicitações provenientes da vistoria deverão ser bem fundamentadas e 
encaminhadas ao empreendedor, por escrito. 
Prazos do licenciamento ambiental
O órgão ambiental licenciador poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada 
modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, 
bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo 
de seis meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento. 
Ressalvam-se os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de 
até 12 (doze) meses (Resolução CONAMA no 237/1997).
A contagem do prazo é suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares 
ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. Além disso, os prazos estipulados poderão 
ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental 
competente.
O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, formuladas 
pelo órgão ambiental, dentro do prazo máximo de quatro meses, a contar do recebimento da 
respectiva notificação. Esse prazo poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a concordância 
do empreendedor e do órgão ambiental licenciador.
O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento 
de licença, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no art. 8o da Resolução CONAMA 
no 237/1997, mediante novo pagamento de custo de análise. 
O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, 
especificando-os no respectivo documento. O Quadro 2 apresenta esses prazos. A Figura 8 sintetiza 
as exigências e prazos para o licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA 
no 237/1997.
Quadro 2. Prazos de validade para cada tipo de licença ambiental
Tipos de Licença
Prazos
Mínimo Máximo
Prévia
O estabelecido pelo cronograma de 
elaboração dos planos, programas e projetos 
relativos ao empreendimento ou atividade
5 (cinco) anos
Instalação
O estabelecido pelo cronograma de 
instalação do empreendimento ou atividade
6 (seis) anos
Operação 4 (quatro) anos 10 (dez) anos
Fonte: Resolução CONAMA no 237/1997.
41
O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL │ UNIDADE II
A renovação da Licença de Operação – LO de uma atividade ou empreendimento 
deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da 
expiração de seu prazo de validade, ficando este automaticamente prorrogado até a 
manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
Figura 8. Exigências e prazos para o licenciamento ambiental como definido pela Resolução CONAMA 
no 237/1997
Fonte: Ibama, 2000.
Para o licenciamento ambiental de empreendimentos do setor elétrico, foi editada, em 16 de 
setembro de 1987, a Resolução CONAMA no 6. Essa Resolução teve como objetivo definir regras 
gerais para o licenciamento dessas atividades, de modo a harmonizar conceitos e linguagem entre 
os diversos intervenientes no processo.
O seu artigo 5o determina, no caso de usinas termelétricas, que “a LP deverá ser requerida no início do 
estudo de viabilidade; a LI, antes do início da efetiva implantação do empreendimento; e a LO, depois 
dos testes realizados e antes da efetiva colocação da usina em geração comercial de energia”. Dessa 
forma, depreende-se que os testes pré-operacionais deverão ser realizados no contexto da Licença 
de Instalação da atividade, o que vem sendo utilizado, em geral, pelos organismos licenciadores. A 
Figura 9 apresenta o procedimento de licenciamento ambiental de usina termelétrica.
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UNIDADE II │ O LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
Figura 9. Procedimento de licenciamento ambiental de usina termelétrica
Fonte: Generino, 2001.
Autorizações e manifestações
No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da 
Prefeitura Municipal declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em 
conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização 
para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.
Outros documentos poderão ser requeridos, a depender do tipo, localização e impactos do 
empreendimento ou atividade. A seguir, são apresentadas as principais autorizações e manifestações 
requeridas no processo de licenciamento ambiental.
Supressão de vegetação
É regulamentada pelo Código Florestal (Lei no 12.651/2012) e é requerida pelo órgão ambiental 
licenciador quando é necessário retirar a vegetação existente para a implantação/instalação de 
empreendimentos ou atividades.
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente só será 
admitida nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental. 
No caso de ocorrer essa supressão de vegetação, o proprietário da área, possuidor ou ocupante

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