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Licenciamento Ambiental Gestão Ambiental Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria CAROLINA GALVÃO SARZEDAS AUTORIA Carolina Galvão Sarzedas Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências, com experiência técnico-profissional na área de Meio Ambiente há mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, local em que me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para grandes empresas de educação. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Definições e Tipos de Licenças Ambientais ..................................... 10 Meio Ambiente e sua História ................................................................................................ 10 Marco Internacional: Conferência de Estocolmo .................................. 12 Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) ................................................................................................................................. 13 Conceito de Licenciamento Ambiental ........................................................................... 14 Tipos de Licença Ambiental .................................................................................................... 15 Licença Prévia (LP): ..................................................................................................... 16 Licença de Instalação (LI): ..................................................................................... 17 Licença de Operação (LO): .................................................................................... 18 Procedimentos Para Obtenção das Licenças Ambientais ......... 19 Órgãos Licenciadores .................................................................................................................. 19 Passos Para a Obtenção da Licença ................................................................................ 20 Concessão de Licença Prévia (LP) ..................................................................22 Concessão de Licença de Instalação (LI) ...................................................23 Concessão de Licença de Operação (LO) .................................................24 Documentos Exigidos para Obtenção da Licença .................................................24 Condicionantes e Prazos de Validade ................................................27 Condicionantes Ambientais .....................................................................................................27 Condicionantes de Prevenção, Mitigação e Compensação ........29 Condicionantes de Estudos e Monitoramento ...................................... 30 Condicionantes Administrativos e de Procedimentos ..................... 30 Controle das Condicionantes ............................................................................ 31 Prazos de Validade das Licenças Ambientais ............................................................32 Prazos de Validade – Licença Prévia .............................................................33 Prazos de Validade – Licença de Instalação ...........................................33 Prazos de Validade – Licença de Operação ............................................34 Importância do Licenciamento .............................................................36 Conservação dos Recursos Naturais ............................................................................... 36 Controle Ambiental ....................................................................................................................... 39 Importância do Licenciamento Ambiental .................................................................. 40 Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental ................................................42 7 UNIDADE 01 Gestão Ambiental 8 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de Licenciamento Ambiental é muito importante para o Meio Ambiente? Isso mesmo. Sabemos que até a década de 1970 a poluição e os impactos ambientais eram considerados consequências do desenvolvimento desordenado, mesmo assim eram um mal necessário em relação aos benefícios proporcionados pelo progresso. Nessa época, a Conferência de Estocolmo teve como resultado a Declaração sobre o Ambiente Humano, em que ficou determinado que a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos Estados ficaria a cargo de instituições nacionais competentes, com o objetivo de melhorar a qualidade do Meio Ambiente. No Brasil, o PNMA (Programa Nacional do Meio Ambiente) cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) com o intuito de fundamentar a proteção ambiental no Brasil. Um dos instrumentos do PNMA é o Licenciamento Ambiental, que é um documento emitido por órgãos licenciadores, no qual regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental ficam estabelecidas a fim de serem seguidas pela empresa solicitante. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo! Gestão Ambiental 9 OBJETIVOS Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Licenciamento Ambiental. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender as definições e os tipos de Licenciamento Ambiental. 2. Aplicar procedimentos para licenciar um empreendimento. 3. Acompanhar e controlar os prazos de validade das licenças ambientais e suas condicionantes. 4. Discernir sobre a importância da fiscalização e do monitoramento para o Licenciamento Ambiental. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão Ambiental 10 Definições e Tipos de Licenças Ambientais OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o que é e para que serve o Licenciamento Ambiental. Esse importante instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente analisa a viabilidade ambiental das atividades econômicas. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!. Meio Ambiente e sua História Você deve estar pensando que Meio Ambiente é um termo corriqueiro na nossa sociedade e que sua preservação sempre foi alvo de preocupação. Porém, até a década de 60, o termo “Meio Ambiente” era simplesmente usado com o objetivo de designar unidades ecológicas que se comportam como um sistema natural. Figura 1 – Representação de Meio Ambiente Fonte: Freepik. GestãoAmbiental 11 É possível afirmar que até poucas décadas atrás o desenvolvimento econômico advindo da Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem levados em consideração. Nesse sentido, a poluição e os impactos ambientais como consequência do desenvolvimento desordenado sempre foram visíveis, contudo, eram considerados um mal necessário em relação aos benefícios proporcionados pelo progresso. Como dito anteriormente, o termo Meio Ambiente só foi usado pela primeira vez na década de 60, durante a reunião do Clube de Roma, cujo objetivo era reconstruir os países destruídos pela Segunda Guerra Mundial. VOCÊ SABIA? O Clube de Roma foi criado em 1968 e era constituído por políticos, cientistas e donos de indústrias. O objetivo do clube era analisar e discutir quais eram os limites do crescimento econômico, levando em consideração (pela primeira vez), o crescente uso dos recursos naturais. Os maiores problemas discutidos foram o rápido crescimento da população, a industrialização acelerada, a escassez de alimentos, a deterioração do Meio Ambiente e o esgotamento de recursos naturais não renováveis. O Relatório do Clube de Roma (ou Relatório Meadows) foi um dos documentos mais importantes advindos dessa reunião. Até então, uma avaliação, com consequente priorização de projetos, era limitada a uma análise econômica, sem nenhum objetivo de levar em consideração as consequências ou efeitos ambientais de um projeto. As degradações ambientais no entorno ou o bem-estar social nunca foram preocupações. Vemos, pela primeira vez, uma manifestação institucionalizada de política a favor do Meio Ambiente e ao impacto ambiental na criação, em 1969, nos EUA, da NEPA (do inglês: National Environmental Policy Act). Mais tarde, esse instrumento também foi adotado pela França, Canadá, Holanda, Grã-Bretanha e Alemanha. Gestão Ambiental 12 A partir desse ato, o processo de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) foi institucionalizado como um importante instrumento de política ambiental, dispondo de objetivos e princípios de maneira a exigir de todos os empreendimentos, a fim de que o funcionamento possa impactar o Meio Ambiente, as seguintes observações: • Identificação dos possíveis impactos ambientais. • Efeitos ambientais negativos da proposta e suas alternativas de ação. • Relação dos recursos ambientais negativos no curto prazo. • Manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão ambiental no longo prazo. • Definição clara quanto a possíveis comprometimentos dos recursos ambientais para o caso de implantação da proposta. Marco Internacional: Conferência de Estocolmo Em 1972, na Suécia, foi realizada a I Conferência Mundial de Meio Ambiente, com o objetivo de estabelecer uma visão global e princípios comuns, que sirvam de inspiração e orientação à humanidade para preservação e melhoria do ambiente (UNEP, 1972). Diante disso, a Conferência de Estocolmo é considerada um marco para as preocupações acerca das questões ambientais, passando a fazer parte de políticas de desenvolvimento adotadas por países desenvolvidos e em processo de desenvolvimento. Teve como resultado a Declaração sobre o Ambiente Humano, na qual ficou determinado que a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos Estados fica a cargo de instituições nacionais competentes, com o objetivo de melhorar a qualidade do Meio Ambiente. Desde então, vem ocorrendo grandes avanços nas discussões das questões ambientais, tanto no que diz respeito às legislações, quanto à conscientização das pessoas. Gestão Ambiental 13 Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) A implantação de metodologias de avaliação dos impactos ambientais no Brasil se deu a partir da exigência de órgãos internacionais de financiamento, que, para aprovar empréstimos a projetos do governo, cobravam medidas de proteção ou mitigação ambiental. Toda essa pressão internacional gerou conscientização da população, que começou a cobrar a adoção de práticas de preservação ambiental e levou o governo a estabelecer, em 1981, a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (Lei no 6.938). A PNMA cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), com o intuito de fundamentar a proteção ambiental no Brasil, por meio de normas, portarias, decretos e resoluções dos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais. EXPLICANDO MELHOR: SISNAMA: é uma estrutura político-administrativa composta por um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil assumiu a relevância das questões ambientais para o país, definindo, no seu Capítulo VI, Art. 125, os direitos e deveres do Poder Público e da sociedade no papel de responsáveis pela conservação do Meio Ambiente e, tornando-o um bem de uso comum. Gestão Ambiental 14 Conceito de Licenciamento Ambiental Como vimos anteriormente, até a década de 70 não havia uma preocupação com a qualidade ambiental, uma vez que o poder público atuava apenas em caráter corretivo, com alcance restrito aos centros urbanos e às indústrias. A única exceção eram regiões cujo objetivo era a criação de estações ecológicas com uso de investimento federal e de áreas com potencial turístico. Nesse contexto, as ideias sobre Meio Ambiente começaram a ser difundidas pelo mundo, o que forçou a política interna brasileira a assumir uma postura mais preventiva. Para isso, foi instituído, como um dos instrumentos da PNMA, o Licenciamento Ambiental, o qual tem como finalidade a promoção de um controle prévio de construção, instalação, ampliação e funcionamento dos estabelecimentos cujas atividades façam uso de recursos ambientais, e que sejam considerados efetivos ou potencialmente poluidores. Inicialmente, o LA foi aplicado às indústrias de transformação e depois foi estendido, de modo a abranger projetos de infraestrutura (promovidos por órgãos do governo ou empresas particulares), indústrias de extração e projetos de expansão urbana, turismo e agropecuária, além de toda e qualquer atividade cuja implantação ou funcionamento possa ser efetivo, ou potencialmente danoso para o Meio Ambiente. A exigência do LA em determinadas atividades, principalmente para aquelas potencialmente poluidoras como mineradoras, indústrias metalúrgicas, entre outras, tem como objetivo controlar as intervenções ambientais que possam vir a comprometer sua qualidade, de modo a dispor sanções penais e administrativas ao infrator. IMPORTANTE: Qualidade ambiental é definida como o conjunto das características de um ecossistema que pode ser de natureza física, química, biológica, social, política, tecnológica ou econômica, isto é, natural ou construído. É medido por meio das variações em padrões e normas pré- -estabelecidas, como: qualidade do ar, nível de poluição, qualidade da água, entre outros. Gestão Ambiental 15 Tipos de Licença Ambiental Anteriormente, vimos o conceito de LA e sua importância no controle das atividades e empreendimentos com potencial poluidor. Agora, vamos mostrar efetivamente o que é o LA e dar ênfase aos tipos de licenciamento existentes. Sob esse viés, o LA é feito a partir da emissão de uma licença ambiental, que nada mais é do que um documento com validade definida, emitido por órgãos competentes, o qual estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser seguidas pela empresa solicitante. Mas, quais são as avaliações feitas durante o processo? Podemos citar alguns exemplos como: • Emissões de gases nocivos. • Poluição sonora. • Riscos de explosão e incêndio. • Geração de líquidos poluentes. • Geração de resíduos sólidos. • Entre outros. O recebimento da Licença Ambiental obriga o empreendedor a assumir compromissos com a manutenção da qualidadeambiental do local da instalação e do funcionamento da atividade em questão. O processo de LA se constitui de três tipos de licenças exigidas em etapas específicas do processo: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). A seguir veremos cada uma das etapas em detalhes: Gestão Ambiental 16 Licença Prévia (LP): É a primeira etapa no processo de licenciamento, em que o órgão licenciador (pode ser da esfera Federal, Estadual ou Municipal) avalia desde a localização do empreendimento, onde a área de instalação é testada com base no zoneamento municipal, até sua concepção, de maneira a atestar a viabilidade ambiental e estabelecer os requisitos para as próximas fases. DEFINIÇÃO: Zoneamento municipal é uma delimitação de áreas com características comuns dentro do município. Com base nessa divisão, a área prevista no projeto é avaliada, de modo que, no futuro, o empreendimento não sofra sanções (multas e interdições) ou precise ser realocado. A LP define o alicerce ambiental da empresa, com todos os aspectos referentes ao controle do Meio Ambiente que pode ser afetado pela atividade do empreendimento. Alguns estudos ambientais, como Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ou Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e Relatório de Controle Ambiental (RCA), podem ser solicitados pelo órgão licenciador, para que esse órgão defina onde a atividade será enquadrada para cumprir as referentes normas ambientais. IMPORTANTE: O EIA/ RIMA (Estudo de Impactos Ambientais): é uma exigência legal, instituída pela Resolução CONAMA 001/86, na implantação de projetos com significativo impacto ambiental. É um estudo realizado no solo, água e ar para verificar se a área contém algum passivo ambiental, além de prever como o meio socioeconômico-ambiental será afetado pela implantação do empreendimento. Gestão Ambiental 17 Já o RCA (Relatório de Controle Ambiental) é um documento que fornece informações de caracterização do empreendimento a ser licenciado, contendo: descrição do empreendimento; do processo de produção; caracterização das emissões geradas nos diversos setores do empreendimento (ruídos, efluentes líquidos, efluentes atmosféricos e resíduos sólidos). Licença de Instalação (LI): Depois de detalhado o projeto inicial na LP, é necessário requerer a LI. Só depois de autorizado por meio do documento de LI, o empreendedor poderá dar início à construção do empreendimento e instalação de equipamentos. A solicitação deve ser publicada conforme a Resolução CONAMA no 6/86 e deverá ser executada de acordo com o projeto apresentado. Qualquer modificação na planta ou nos sistemas precisa ser avaliada novamente pelo órgão licenciador, que é responsável por avaliar a instalação do empreendimento e dos equipamentos, inclusive, a implantação dos programas de monitoramento e, se for o caso, das medidas mitigadoras. Depois da aprovação do Plano Básico Ambiental e deferimento da solicitação da concessão da LI, um parecer é emitido com as condições a serem atendidas antes da solicitação da Licença de Operação. NOTA: Projeto Básico Ambiental (PBA) é o conjunto de documentos técnicos que atende às condicionantes da LP e apresenta programas e projetos ambientais detalhados. Gestão Ambiental 18 Licença de Operação (LO): Essa licença autoriza o funcionamento do empreendimento e deve ser requerida somente quando a empresa estiver edificada e após a verificação das medidas de controle ambiental exigidas pelo órgão licenciador nas licenças anteriores. Portanto, a LO somente é solicitada quando a empresa estiver pronta para operar ou para regularizar alguma atividade em operação. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto e saber quais são as atividades passíveis de Licença Ambiental consulte o site do Ministério do Meio Ambiente clicando aqui. RESUMINDO: E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Aprendemos que a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938/81) determina que a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, que são considerados efetiva ou potencialmente poluidores, dependerão de prévio licenciamento expedido por órgãos competentes (IBAMA e Estadual). Tal licenciamento, conhecido como Licença Ambiental, é um processo que pode ser simplificado para atividades ou empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental que, nesse caso, serão submetidos à aprovação de Conselhos Municipais de Meio Ambiente. As licenças são divididas em Prévia (LP), de Instalação (LI) e de Operação (LO). A LP é a primeira etapa do licenciamento, na qual são definidos os aspectos referentes ao controle ambiental. A LI autoriza o início da construção, e a LO autoriza o funcionamento ou regulariza a situação das atividades, determinando os métodos de controle e as condições de operação. Gestão Ambiental https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf 19 Procedimentos Para Obtenção das Licenças Ambientais OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o passo a passo do Licenciamento Ambiental. Aqui estarão descritos quais os órgãos responsáveis por cada tipo de atividade e quais os documentos necessários para o processo de licenciamento. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Órgãos Licenciadores Você deve estar se perguntando a quem s solicita um pedido de Licenciamento Ambiental para uma empresa?” E a resposta é: DEPENDE. A atividade desenvolvida é de pequeno potencial de impacto ambiental? Então, pode ser submetida aos Conselhos de Meio Ambiente dentro da esfera municipal. A atividade desenvolvida é similar às atividades da vizinhança? Então, o conjunto dos empreendimentos poderá solicitar um único processo ambiental, desde que a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos seja definida. Seu empreendimento desenvolverá atividades em mais de um estado ou os impactos ambientais podem ultrapassar os limites do território estadual? Nesse caso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) será responsável pela emissão do licenciamento. Se a atividade desenvolvida estiver dentro dos limites regionais, então caberá aos órgãos estaduais de Meio Ambiente a competência do licenciamento, porém essa competência pode ser delegada ao município, caso os impactos ambientais sejam locais. Gestão Ambiental 20 É importante saber que a Resolução 237/97 do CONAMA determina que só é preciso solicitar o licenciamento em uma única esfera de ação (Federal, Estadual ou Municipal), contudo o LA exige que as Secretarias Municipais de Meio Ambiente se manifestem. NOTA: O IBAMA tem por finalidade executar as políticas e diretrizes governamentais definidas para o Meio Ambiente. Passos Para a Obtenção da Licença Agora você já sabe a quem solicitar seu pedido de licença ambiental, portanto falta saber o passo a passo desse processo. 1º passo: Situação do empreendimento: • Novo empreendimento. • Solicita-se a LP para planejamento e concepção da localização da empresa. • Após, solicita-se a LI para dar início às instalações do empreendimento ou ampliação das unidades já existentes. • Por fim, solicita-se a LO para início das atividades. • Empreendimento já existente, no caso da empresa operar sem licença ou ter sido implantada antes do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP)). • É necessária a apresentação conjunta dos documentos, estudos e projetos para as fases LP e LI. 2º Passo: A quem solicitar a licença? Como dito anteriormente, as atividades com baixo potencial de impactos ambientais e restritos ao local de funcionamento (como a maiorGestão Ambiental 21 parte dos empreendimentos) deverão ter suas licenças solicitadas junto aos conselhos municipais ou aos órgãos estaduais que poderão delegar a função aos municípios. Empreendimentos cujas atividades ou potencial de impacto ambiental ultrapassem os limites do território estadual devem ser licenciados pelo IBAMA. 3º passo: Solicitação de requerimento junto ao órgão responsável. Já sabe qual é o tipo de licença e qual é o órgão licenciador? Agora é só solicitar os formulários adequados ao seu caso. 4º passo: Coleta de dados e documentos. Os procedimentos exigidos e a relação de documentos vão variar de acordo com o tamanho da empresa, sua atividade, seu grau de risco e qual fase de licenciamento solicitada. 5º passo: Preenchimento do cadastro da atividade. O cadastro nada mais é do que um documento descritivo que deve conter todas as informações acerca da empresa e das atividades desenvolvidas. Entre as informações devem estar descritos: o endereço de funcionamento, o produto ou serviço oferecido, produtos estocados, efluentes gerados, destino dos resíduos. Além disso, em casos industriais, deverá haver levantamento de plantas e descrição dos processos industriais desenvolvidos. IMPORTANTE: Algumas empresas contratam profissionais especializados na área de licenciamento para realizar o cadastro, porém todas as dúvidas podem ser esclarecidas direto com o órgão ambiental onde será feita a solicitação. Gestão Ambiental 22 6º passo: Abertura do processo de licenciamento. Com os passos anteriores realizados, basta procurar o órgão ambiental municipal ou estadual e solicitar a abertura do processo de Licenciamento Ambiental. IMPORTANTE: Nessa etapa, as taxas referentes ao custo do processo já deverão ter sido pagas. 7º passo: Publicação da abertura do processo. Agora, a empresa terá 30 dias para publicar a abertura do processo no Diário Oficial e, então, fazer um ofício e protocolar junto à publicação do órgão licenciador. Concessão de Licença Prévia (LP) Como já dito anteriormente, a LP é concedida na fase preliminar do planejamento da atividade ou do empreendimento. A LP aprova o local do empreendimento, o grau de geração de impactos ambientais e, se for o caso, programas de redução e mitigação de impactos negativos e maximização dos positivos. Para isso, é necessário que o órgão licenciador tenha informações suficientes do empreendimento ou atividade a ser desenvolvida para tomar as decisões cabíveis. O órgão licenciador, então, elabora o Termo de Referência (TR) que norteará o processo de Licenciamento Ambiental e o submete ao conhecimento de outras instituições que possam ter relação com o empreendimento, se for preciso, como: IPHAN, Vigilância Sanitária e FUNAI. Gestão Ambiental 23 O órgão licenciador ainda pode solicitar que o empreendimento apresente Análise ou Avaliação dos Riscos. NOTA: Obrigatoriamente, na solicitação de licenciamento precisa conter uma Certidão Municipal atestando que o local e o tipo de atividade a ser desenvolvida pelo empreendimento estão de acordo com a legislação aplicável. Depois de concluída a análise, o órgão licenciador elabora um parecer técnico conclusivo sobre a viabilidade ambiental do empreendimento. A partir disso, a concessão da LP estabelece as condicionantes que o empreendedor deverá cumprir. Concessão de Licença de Instalação (LI) Nesse momento, serão analisados os programas e planos propostos no estudo ambiental realizado para a LP. O empreendedor, quando solicita a LI, entrega ao órgão licenciador os planos e projetos ambientais, assim como o projeto de engenharia detalhado, documentos esses que já foram estabelecidos nos estudos ambientais e na LP. É preciso ficar claro que o órgão licenciador poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, bem como suspender ou cancelar uma licença já concedida se houver inadequação ou violação das normas legais ou dos condicionantes, caso haja omissão e falsa descrição de informações por parte do empreendedor, ou ainda, se houver algum incidente que cause riscos ambientais ou à saúde. O parecer conclusivo e a LI com as condicionantes são emitidos pelo órgão licenciador após o deferimento da solicitação da licença e a aprovação do Plano Básico Ambiental. As condicionantes exigidas devem ser cumpridas antes da solicitação da LO. Gestão Ambiental 24 Concessão de Licença de Operação (LO) O órgão licenciador precisa acompanhar a instalação e a implantação dos programas e medidas ambientais propostos, de maneira a realizar modificações, se forem necessárias. Para solicitar a LO, o empreendedor precisa apresentar um relatório provando ter atendido às condicionantes da LI. Após isso, o órgão licenciador analisa o relatório, faz uma vistoria no local e depois emite um parecer técnico sobre a concessão da LO. Documentos Exigidos para Obtenção da Licença Anteriormente, descrevemos a sequência do processo de concessão de licenças ambientais, agora listaremos os documentos necessários para solicitar as licenças. Vamos a eles: • Memorial descritivo do processo da empresa. • Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo representante legal. • CPF e identidade do representante legal que assinar o requerimento. • CPFs e registros nos conselhos de classe dos profissionais responsáveis pelo projeto, construção e operação do empreendimento. • CPF e identidade da pessoa encarregada do contato entre a empresa e o órgão ambiental. • Procuração, CPF e identidade do procurador (se houver). • Ata da eleição da última diretoria, quando se tratar de sociedade anônima, ou contrato social registrado, quando se tratar de sociedade por cotas de responsabilidade limitada. • CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Gestão Ambiental 25 • Registro de propriedade do imóvel ou de certidão de aforamento ou cessão de uso. • Certidão da Prefeitura indicando que o enquadramento do empreendimento está em conformidade com o a Lei de Zoneamento Municipal. • Licença Ambiental anterior (se houver). • Guia de Recolhimento (GR) do custo de Licença. A efetuação do pagamento e custo da taxa referente deverá ser orientada pelo órgão. • Planta de localização do empreendimento. Poderá a empresa anexar cópia de mapas do Guia Rex ou outros mapas de ruas, indicando sua localização. • Croquis ou planta hidráulica, das tubulações que conduzem os despejos industriais, esgotos sanitários, águas de refrigeração, águas pluviais etc. Essas tubulações deverão ser representadas com linhas em cores ou traços diferentes. IMPORTANTE: Todos os documentos originais devem ter a firma reconhecida, e as cópias apresentadas precisam ser autenticadas. As plantas são exceção e deverão ser assinadas pelo responsável técnico e pelo proprietário. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site do Ministério do Meio Ambiente clicando aqui. Gestão Ambiental https://www.mma.gov.br/informma/item/10201-licenciamento-ambiental.html 26 RESUMINDO: E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Aprendemos que o PNMA estabelece quais atividades efetiva ou potencialmente poluidoras devem ser submetidas ao Licenciamento Ambiental. Vimos também que o IBAMA é o órgão responsável pelo LA na esfera Federal; já os órgãos Estaduais têm a competência de licenciar as atividades localizadas em seus limites regionais, porém, em caso de atividades com impactos locais, as Secretarias Municipais de Meio Ambiente têm a competência para fornecer o licenciamento. Uma série de passos precisam ser seguidos desde a obtenção dos documentos pessoais dos responsáveis pelo empreendimento até a planta do local de funcionamento para abertura eacompanhamento do processo. Depois de concluída a análise e a vistoria, o órgão licenciador emite um parecer técnico e concede as licenças (uma de cada vez) onde estão estabelecidas as condicionantes que o empreendedor deverá cumprir. Gestão Ambiental 27 Condicionantes e Prazos de Validade OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam as condicionantes ambientais e os prazos de validade para cada licença. Vamos entender que os compromissos com o impacto ambiental gerado por um empreendimento são responsabilidades do empreendedor e garantem a manutenção da licença. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Condicionantes Ambientais O que são condicionantes ambientais e para que servem? Condicionantes nada mais são do que compromissos e condições que o empreendedor precisa assumir com o órgão licenciador para que consiga obter e manter suas licenças ambientais. Nessas condicionantes estão estabelecidas as garantias da sustentabilidade ambiental e a conformidade do empreendimento ou atividade a ser realizada. Figura 2 - O desenvolvimento precisa estar em equilíbrio com o Meio Ambiente Fonte: Freepik. Gestão Ambiental 28 Parece simples, né? Mas são cláusulas que estabelecem restrições, condições e medidas de controle ambiental que, obrigatoriamente, precisam ser seguidas pelo empreendedor. Nelas, ainda, estão incluídas as compensações que o responsável pela atividade deve promover de acordo com os impactos ambientais causados. O desenvolvimento das condicionantes é fundamentado na avaliação dos impactos previstos no Estudo de Impacto Ambiental e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que foi elaborado pelo empreendedor ao solicitar a licença ambiental. Portanto, o órgão responsável pelo processo de licenciamento (IBAMA, órgãos estaduais ou Secretaria do Meio Ambiente do Município) estabelece as condicionantes a serem cumpridas. Cada etapa do processo de licenciamento (LP, LI ou LO) terá condicionantes específicas, e a licença seguinte só será emitida se todas as condicionantes anteriores tiverem sido cumpridas. Para decidir o conjunto de condicionantes, o órgão licenciador deverá analisar o EIA/RIMA em reuniões com a sociedade em audiências públicas, nas quais o projeto deve ser amplamente debatido. Deverá também consultar o empreendedor e, dependendo da natureza do empreendimento, da localização e do impacto gerado, outros órgãos governamentais, como Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária, entre outros, devem ser consultados. NOTA: O principal documento que define as condicionantes é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que é elaborado pelo empreendedor. Neste estudo, haverá o diagnóstico ambiental, com a avaliação dos impactos do empreendimento e as medidas preventivas, compensatórias e mitigadoras para os impactos previstos. Gestão Ambiental 29 As condicionantes podem ser divididas em três grupos principais e são definidas pelos órgãos licenciadores: 1. Mitigação e compensação. 2. Estudos e monitoramento. 3. Caráter administrativo e de procedimentos. Condicionantes de Prevenção, Mitigação e Compensação As condicionantes podem ser realizadas por meio de ações concretas no empreendimento ou a partir de estudos e monitoramento das atividades. O que isso quer dizer? As ações concretas podem ser, por exemplo, o replantio de um tipo de vegetação em uma dada região, de maneira a compensar o desmatamento (inevitável) cometido durante o processo de licenciamento. As condicionantes podem ser divididas em preventivas, mitigatórias ou compensatórias. As preventivas, como o nome sugere, tendem a evitar que a atividade em questão cause danos ambientais. Já as medidas mitigadoras têm como objetivo minimizar ou reduzir os danos ambientais causados pela instalação ou operação do empreendimento ou atividade. Por fim, a compensação é feita de maneira a substituir um dano ambiental que não teve como ser prevenido nem mitigado. Podemos citar como exemplo o caso de uma comunidade pesqueira que é prejudicada pela introdução de um novo empreendimento no local da pesca. Nessa situação, os responsáveis pelo novo empreendimento podem ter como condicionante a geração de um programa de apoio à pesca artesanal. Gestão Ambiental 30 Condicionantes de Estudos e Monitoramento Esse tipo de condicionante exige do empreendedor um monitoramento de determinada atividade ou característica da região, que pode ser um meio físico, biótico, socioeconômico ou relacionado ao impacto ambiental que o empreendimento causou ou está causando durante a sua implantação. O empreendedor também pode ser responsável por realizar estudos adicionais ao EIA, para mapear, de maneira adequada, o que uma nova atividade ou empreendimento podem impactar nos aspectos socioeconômicos, bióticos e físicos da região. Condicionantes Administrativos e de Procedimentos As condicionantes administrativas estão relacionadas à legalidade e à regularidade do processo de Licenciamento Ambiental. É como o empreendedor se adequa a procedimentos legais, impessoais, morais e de publicidade e eficiência. Podemos exemplificar as medidas administrativas como a obediência dos prazos para apresentação dos documentos técnicos exigidos ou a apresentação de relatórios que comprovem a execução das obrigações previstas para se obter a licença. As condicionantes administrativas ainda podem ser divididas em genéricas, sem prazo; e específica, com prazo. As genéricas são as mais comuns e aplicáveis a praticamente todos os empreendimentos licenciados. Estão associadas ao padrão de qualidade ambiental exigido pelo órgão responsável pelo licenciamento. Podemos tomar como exemplo de condicionante genérica o controle das emissões ambientais de acordo com a atividade exercida, como efluentes líquidos e atmosféricos, ruídos, entre outros. As condicionantes sem prazo definido são direcionadas especificamente para a atividade ou o empreendimento objeto daquele licenciamento. Isso significa dizer que o cumprimento da condição não está relacionado a um prazo fixo, e sim deve ser realizado durante todo o prazo de vigência da licença. Gestão Ambiental 31 As condicionantes específicas e com prazo têm dias, meses ou anos para o seu cumprimento e devem ser realizadas ou justificadas formalmente ao órgão ambiental, por meio de ofício. Exemplo: construção de uma contenção onde serão armazenados os óleos usados e o local dos compressores em um dado empreendimento. Nesse caso, solicita-se o envio de um arquivo fotográfico e determina-se um prazo de X dias a partir da emissão da licença. IMPORTANTE: O não cumprimento de quaisquer condicionantes pode gerar consequências como pagamento de multas ou até suspensão e cancelamento da licença, ficando a punição à critério do órgão ambiental licenciador. Controle das Condicionantes Quem acompanha a implementação das medidas e condicionantes solicitadas nas licenças são os órgãos envolvidos no licenciamento. Isto é, o acompanhamento do cumprimento ou não das condicionantes deve ser informado aos respectivos órgãos competentes, que pode ser o IBAMA ou órgão estadual responsável. Condicionantes de naturezas distintas podem ser acompanhados e vistoriados por órgãos distintos. Em caso de não cumprimento, cabe ao órgão licenciador a responsabilidade de revogar a licença ou aplicar outras penas, como multas. O acompanhamento e a validação do cumprimento das condicionantes recebem as seguintes classificações: cumprida, descumprida, em atendimento ou encerrada. Gestão Ambiental 32 NOTA: Uma condicionante cumprida pode ser considerada “encerrada”, porém em alguns casos, a condicionante, mesmo “cumprida”, pode gerar uma nova condicionante, dependendodo seu resultado. Esse fato é comum em condicionantes de monitoramento que acabam por indicar a necessidade de ações concretas. Prazos de Validade das Licenças Ambientais As licenças ambientais (LP, LI e LO) são emitidas para autorizar as etapas desde o planejamento de um empreendimento ou atividade até seu pleno funcionamento. Por isso, prazos de validade distintos são determinados para cada uma das licenças, como veremos em detalhes nas explicações a seguir. O prazo de validade vai depender de inúmeros fatores relacionados ao empreendimento. Entre eles, podemos destacar a atividade exercida, a situação ambiental do local de instalação e a tipologia do empreendimento. Por isso, o órgão ambiental licenciador vai estabelecer prazos e especificá-los a partir dos parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 237/97. Quadro 1 – Tipos de licenças e seus prazos Etapa do Licenciamento Prazo mínimo Prazo Máximo Licença Prévia (LP). Estabelecido pelo cronograma. Não superior a 5 anos. Licença de Instalação (LI). Estabelecido pelo cronograma. Não superior a 6 anos. Licença de Operação (LO). 4 anos. 10 anos. Fonte: CONAMA (1997). Gestão Ambiental 33 NOTA: Os prazos só valem se forem obedecidas as condicionantes especificadas na expedição das licenças. Prazos de Validade – Licença Prévia Para a LP, determina-se que com a elaboração dos planos, dos programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, o prazo de execução precisa estar entre o mínimo estabelecido na licença, não podendo ultrapassar 5 anos. Caso seja necessário, o empreendedor poderá solicitar renovações da LP, porém seu prazo total, desde a emissão original não poderá ultrapassar 5 anos. Contudo, se as condicionantes ambientais não forem atendidas dentro do prazo definido na licença, o processo de licenciamento será arquivado. Prazos de Validade – Licença de Instalação Havendo a aprovação do Plano Básico Ambiental e o consequente deferimento da solicitação da concessão da licença, o órgão ambiental licenciador vai emitir um parecer para a emissão da LI. O prazo de validade para a implantação e a instalação deverá estar entre o mínimo estabelecido pelo cronograma, não podendo ser superior a 6 anos. EXPLICANDO MELHOR: O conjunto de documentos técnicos em atendimento às condicionantes da LP, programas e projetos ambientais detalhados compõe o Projeto Básico Ambiental - PBA. A licença de concessão da LI conterá todas as condicionantes que deverão ser atendidas antes do empreendedor solicitar a Licença de Operação (LO). Gestão Ambiental 34 Prazos de Validade – Licença de Operação O parecer técnico emitido para o deferimento da concessão da LO necessita contemplar todas as condicionantes que deverão ser atendidas durante o prazo de validade dessa concessão. Dentro da LO, serão considerados os planos de controle ambiental, e sua validade estará entre 4 e 10 anos no máximo. Durante o prazo da LO, o empreendedor deverá apresentar relatórios periódicos e o órgão licenciador é responsável por acompanhar a execução dos programas de monitoramento, além de fazer vistorias ao local. Para renovar a LO, o empreendedor solicita com antecedência mínima de 120 dias para a expiração do prazo de validade, junto ao órgão ambiental, a prorrogação da licença do empreendimento. Por sua vez, o órgão licenciador responsável poderá modificar as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar a licença ou substituir as condicionantes já existentes, se porventura o empreendedor: • Violar ou não se adequar a quaisquer condicionantes ou normas legais. • Omitir ou descrever falsamente informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. • Se houver graves riscos ambientais e de saúde. NOTA: O monitoramento da atividade precisa ser realizado de maneira contínua, procedendo-se a sua revisão e atualização periódica. Gestão Ambiental 35 SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto e ter mais informações acerca de Licenciamento Ambiental, consulte a página de Licenciamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente clicando aqui. RESUMINDO: E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Refletimos que as condicionantes ambientais nada mais são do que compromissos e condições que o empreendedor precisa assumir com o órgão licenciador para que consiga obter e manter suas licenças ambientais. Nessas condicionantes estão contidas restrições, condições e medidas de controle ambiental que precisam ser seguidas pelo empreendedor e, ainda, as compensações que o responsável pela atividade deve promover de acordo com os impactos ambientais causados. Cada etapa do processo de licenciamento (LP, LI ou LO) terá condicionantes específicas e a licença seguinte só será emitida se todas as condicionantes anteriores tiverem sido cumpridas. As condicionantes podem ser divididas em grupos principais e definidas pelos órgãos licenciadores. Estudamos os seguintes grupos: de mitigação e compensação de estudos, de monitoramento e de caráter administrativo e de procedimentos. As LP, LI e LO autorizam etapas entre o planejamento de um empreendimento ou atividade até seu pleno funcionamento, por isso, prazos de validades distintos são determinados para cada uma delas: LP inferior a 5 anos, LI inferior a 6 anos e LO entre 4 e 10 anos de validade. Gestão Ambiental http://pnla.mma.gov.br/ 36 Importância do Licenciamento OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender a importância do processo de Licenciamento Ambiental, compreendendo que o LA é muito mais do que um processo burocrático. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Conservação dos Recursos Naturais Os recursos naturais são elementos úteis ao homem desde o processo de desenvolvimento da civilização até a manutenção da sobrevivência e conforto das sociedades em geral. Figura 3 - Progresso x Sustentabilidade Fonte: Freepik. Gestão Ambiental 37 A conservação e a preservação são termos distintos e dependem de diversos fatores aliados ao processo de conscientização ambiental tanto do poder público quando da sociedade. Sob essa perspectiva, a conservação contempla o amor à natureza, sem esquecer o uso racional e o manejo criterioso das espécies existentes. Os conservacionistas prezam pelo papel de gestor e, por serem parte integrante do ecossistema, trabalham em conjunto com políticas de desenvolvimento sustentável, de maneira a reduzir o uso de matérias- primas, de energias não-renováveis e até mesmo estimular mudanças nos padrões de consumo em prol da sobrevivência dos ecossistemas. A preservação já tem o foco em proteger a natureza independente do seu valor econômico e ou utilitário, e aponta o homem como causador da quebra do equilíbrio ecológico. O preservacionismo tem caráter protetor, com propostas de criação de santuários intocáveis, sem interferência dos avanços do progresso e sua consequente degradação. Sua posição radical não permite ações como explorar, consumir, pesquisar e, até mesmo, tocar. Figura 4 – Preservar e conservar Fonte: Freepik. Gestão Ambiental 38 Porém, a realidade atual exige de nós uma reflexão cada vez menos linear sobre a inter-relação homem/natureza. Nesse sentido, ao avançar sobre os mais diversos ecossistemas, o homem vem gerando diversas formas de impacto ambiental e desequilíbrio ecológico, o que implica a necessidade de se aumentarem as práticas sociais com base no fortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação ambiental em uma perspectiva integradora. O dilema das sociedades modernas é conciliar o desenvolvimento tecnológico e o uso de recursos naturais com o equilíbrio da natureza. Isso porque temos visto, desde a década de 80, o inícioda preocupação do homem com os danos causados pelos seus atos, como chuvas ácidas, aumento do efeito estufa, ilhas de calor cada vez mais comuns nas cidades, buraco na camada de ozônio, poluição dos oceanos, extinção de diversas espécies e, também, o esgotamento rápido de recursos não renováveis. A partir de 1987, com a divulgação do Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), começou a ser defendida a ideia do Desenvolvimento Sustentável, não só reforçando as necessárias relações entre economia, tecnologia, sociedade e política, mas também chamando a atenção para a necessidade de uma nova postura ética em relação à preservação do Meio Ambiente. SAIBA MAIS: O Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em 1987. O relatório faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. Quer saber sobre ele? Clique aqui. Gestão Ambiental http://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/viewer.html?pdfurl=https%3A%2F%2Fambiente.files.wordpress.com%2F2011%2F03%2Fbrundtland-report-our-common-future.pdf&clen=16827805&chunk=true 39 Desse modo, o conceito de Desenvolvimento Sustentável surge para enfrentar a crise ecológica e estimular que as pesquisas tecnológicas e a exploração de matéria-prima levem em consideração não só o presente, mas a preservação para as gerações futuras. Controle Ambiental O controle ambiental se baseia em grupos de regras destinados à fiscalização dos impactos ambientais negativos gerados pela ação antrópica (do homem), como emissões atmosféricas de gases do efeito estufa e descarte de resíduos sólidos gerados pela atividade de efluentes líquidos, de modo a corrigir ou reduzir os seus impactos sobre a qualidade ambiental. Esse importante controle se dá por meio de três princípios: licenciamento, monitoramento e fiscalização. O licenciamento, como vimos até o momento, trabalha com a prevenção de possíveis intervenções negativas no Meio Ambiente. Para isso, utiliza o EIA/RIMA como ferramentas que possibilitam a prevenção e fornecem a um órgão do governo o poder de decisão sobre a melhor alternativa para um empreendimento a fim de minimizar os impactos ambientais gerados. O monitoramento é um instrumento que faz um elo entre o licenciamento e a fiscalização. É um órgão de controle que tem por responsabilidade estabelecer metas a serem atingidas pelo empreendedor, visando a manutenção da qualidade ambiental da atividade exercida. A fiscalização é considerada um instrumento de correção, em que é possível reparar um dano ou identificar um potencial risco de degradação ambiental. É uma ferramenta muito usada para corrigir os rumos do empreendimento, de maneira a minimizar ou reparar qualquer impacto que possa ser causado. Nesse contexto, é possível afirmar que métodos de monitoramento são uma importante ferramenta do Licenciamento Ambiental. A seguir, listaremos alguns desses métodos de avaliação de contaminantes que podem gerar riscos para o organismo: Gestão Ambiental 40 Método químico: • Avalia a exposição, de modo a aferir os níveis de contaminantes bem conhecidos nos compartimentos ambientais. Método de bioacumulação: • Avalia a exposição, de modo a aferir os níveis de contaminantes na biota ou determinando a dose crítica no local de interesse. Método do efeito biológico: • Avalia a exposição e o efeito, de modo a determinar se as primeiras alterações adversas são parciais ou totalmente reversíveis. Método da saúde: • Avalia o efeito do contaminante por meio do exame da ocorrência de doenças irreversíveis ou danos no tecido dos organismos. Método de Análise dos Ecossistemas: • Avalia a integridade de um ecossistema por meio de um inventário de composição, densidade e diversidade das espécies, entre outros. Método biológico ou de biomonitoramento: • Avalia mudanças no Meio Ambiente ou na qualidade da água por meio do uso de organismos vivos. Importância do Licenciamento Ambiental O Licenciamento Ambiental tem por objetivo principal promover uma análise sobre a viabilidade ambiental das atividades econômicas, de maneira a assegurar que os empreendimentos sejam instalados em locais ambientalmente adequados. Dessa forma, os responsáveis pelas atividades precisam adotar tecnologias que minimizem os possíveis impactos ambientais causados pelo seu empreendimento, de maneira a compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a proteção ambiental. Gestão Ambiental 41 As atividades de acompanhamento e monitoramento dos impactos ocorrem de maneiras distintas: • Empreendedor: responsável pela proposição e execução do Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos impactos decorrentes da implantação do seu empreendimento ou atividade. O programa é apresentado ao longo do processo de Licenciamento Ambiental para subsidiar a obtenção das licenças ambientais. • Órgão ambiental licenciador: responsável por acompanhar o programa proposto pelo empreendedor, de maneira a avaliar e fiscalizar o seu cumprimento. Os importantes procedimentos adotados pelo órgão licenciador para o acompanhamento e monitoramento ambientais garantem a diminuição dos danos ambientais. Para isso, é preciso muita atenção nos seguintes momentos: • Recebimento e análise dos relatórios de monitoramento ambiental, elaborados pelo empreendedor por força das exigências das licenças ambientais concedidas. • Realização de vistorias ao empreendimento ou atividade. Nesse caso, são elaborados relatórios com emissão de pareceres técnicos sobre a necessidade de aprimoramento das técnicas de controle propostas e implantadas, comunicando oficialmente ao empreendedor a necessidade de se rever seu programa de monitoramento e, se for o caso, aplicando-se as penalidades previstas em lei. Os dados referentes ao monitoramento podem conduzir a uma modificação do projeto, de modo a contribuir para que normas ambientais sejam estabelecidas, e que critérios e métodos de avaliação ambiental sejam definidos. Sendo assim, abre-se para uma melhor previsão dos impactos ambientais de projetos ou programas semelhantes. Os resultados do monitoramento são subsídios importantíssimos na análise dos impactos cumulativos ou sinérgicos em regiões como bacias hidrográficas, por exemplo, tornando-se objetos de planejamento regional. Gestão Ambiental 42 Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental • Extração e tratamento de minerais. • Indústria de produtos minerais não metálicos. • Indústria metalúrgica. • Indústria mecânica. • Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicação. • Indústria de material de transporte. • Indústria de madeira. • Indústria de papel e celulose. • Indústria de borracha. • Indústria de couros e peles. • Indústria química. • Indústria de produtos de matéria plástica. • Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos. • Indústria de produtos alimentares e bebidas. • Indústria de fumo. • Obras civis. • Serviços de utilidade. • Transporte, terminais e depósitos. • Turismo. • Atividades agropecuárias. • Uso de recursos naturais. Gestão Ambiental 43 IMPORTANTE: A atuação da fiscalização é de suma importância na realização de inspeções nas instalações de empreendimentos, uma vez que a situação é verificada do ponto de vista documental perante o órgão ambiental (se a atividade tem licença ambiental, se está dentro do prazo de validade etc.), bem como pontos críticos são observados nas instalações passíveis de provocar alguma degradação ambiental. RESUMINDO: E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de que vocêrealmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. A Constituição Federal de 1988 incumbiu à coletividade o dever de defender e preservar o Meio Ambiente para os presentes e futuras gerações. Isso foi traduzido como o princípio da participação popular no trato das questões ambientais. Porém, nós só defendemos algo que conhecemos, não é verdade? Por isso, é de suma importância que a sociedade esteja informada para defender adequadamente o patrimônio ambiental brasileiro. O governo também tem como obrigação zelar pelo bem ambiental, de modo a ser responsável pela imputação genérica de publicidade e de dever de informação.. Esse importante controle público se dá por meio de três princípios: Licenciamento Ambiental, monitoramento e fiscalização. O licenciamento funciona com a prevenção de possíveis intervenções negativas no Meio Ambiente; a fiscalização é um instrumento de correção, em que é possível reparar um dano ou identificar um potencial risco de degradação ambiental, enquanto o monitoramento é um instrumento que faz um elo entre o licenciamento e a fiscalização. Gestão Ambiental 44 REFERÊNCIAS BRASIL. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2009. CONDICIONANTES. Instituto Pólis, [s. d.]. Disponível em: https:// polis.org.br/wp-content/uploads/BO-03_26_10_16.pdf. Acesso em: 18 nov. 2019. PINTO, E. C. A importância do cumprimento de condicionantes da licença Ambiental. Mata Nativa, 2017. Disponível em: http://www. matanativa.com.br/blog/cumprimento-de-condicionantes-da-licenca- ambiental. Acesso em: 18 nov. 2019. SEBRAE-RJ. Manual de Licenciamento Ambiental: guia de procedimentos passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004. Gestão Ambiental Definições e Tipos de Licenças Ambientais Meio Ambiente e sua História Marco Internacional: Conferência de Estocolmo Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) Conceito de Licenciamento Ambiental Tipos de Licença Ambiental Licença Prévia (LP): Licença de Instalação (LI): Licença de Operação (LO): Procedimentos Para Obtenção das Licenças Ambientais Órgãos Licenciadores Passos Para a Obtenção da Licença Concessão de Licença Prévia (LP) Concessão de Licença de Instalação (LI) Concessão de Licença de Operação (LO) Documentos Exigidos para Obtenção da Licença Condicionantes e Prazos de Validade Condicionantes Ambientais Condicionantes de Prevenção, Mitigação e Compensação Condicionantes de Estudos e Monitoramento Condicionantes Administrativos e de Procedimentos Controle das Condicionantes Prazos de Validade das Licenças Ambientais Prazos de Validade – Licença Prévia Prazos de Validade – Licença de Instalação Prazos de Validade – Licença de Operação Importância do Licenciamento Conservação dos Recursos Naturais Controle Ambiental Importância do Licenciamento Ambiental Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental
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