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Artigo Ética final

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A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO, FATOR DETERMINANTE PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL
Lima, Geliane Oliveira de[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do curso de Pós Graduação em Gestão Estratégica de Pessoas da Faculdade - FAEL – Poló Capitão Poço] 
RESUMO
Esse estudo tem por objetivo discorrer sobre a relevância da ética no ambiente de trabalho, assim como está pode contribuir para o crescimento profissional dos sujeitos nas organizações, para tanto foram identificados os seguintes objetivos específicos: analisar a conduta ética no trabalho, seguindo padrões e valores tanto da sociedade, quanto da própria organização; apresentar estratégias para a melhor aplicação da ética no ambiente de trabalho; demonstrar que não basta apenas estar em constante aperfeiçoamento para conquistar credibilidade profissional é preciso assumir uma postura ética dentro de uma organização. Assim como pontuar qual é a relevância da ética no ambiente de trabalho. Logo, foi constatado que a ética é afeta ao bom senso, devendo ser aplicada e incentivada na organização como um todo, havendo, ainda, estreita relação com o relacionamento interpessoal, o que a faz surgir como fundamento para a excelência desse no contexto organizacional. Pode-se concluir desse modo, que a ética é relevante no ambiente de trabalho na medida em que apresenta a todos atitudes e comportamentos a serem adotados em prol de uma ótima convivência social, sendo comum, nas organizações contemporâneas, a adoção de códigos de ética, a serem seguidos por todos na empresa, que dão tal delineamento às relações interpessoais firmadas no ambiente profissional.
Palavras-chave: Ética, Relações Interpessoais, Organizações, Respeito.
ABSTRACT
This study aims to discuss the relevance of ethics in the work environment, as it can contribute to the professional growth of individuals in organizations, for this purpose the following specific objectives were identified: to analyze ethical conduct at work, following standards and values both from society and from the organization itself; present strategies for the best application of ethics in the workplace; to demonstrate that it is not enough to be constantly improving to gain professional credibility, it is necessary to assume an ethical posture within an organization. As well as pointing out the relevance of ethics in the workplace. Therefore, it was found that ethics is affecting common sense, and should be applied and encouraged in the organization as a whole, and there is also a close relationship with interpersonal relationships, which makes it emerge as a basis for excellence in the organizational context. It can be concluded in this way, that ethics is relevant in the work environment insofar as it presents to everyone attitudes and behaviors to be adopted in favor of an excellent social coexistence, being common, in contemporary organizations, the adoption of codes of ethics , to be followed by everyone in the company, who give such an outline to the interpersonal relationships established in the professional environment.
Keywords: Ethics, Interpersonal Relations, Organizations, Respect.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................4
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 5
2.1- ÉTICA, SIGNIFICADO E DEFINIÇÃO...............................................5
2.2. A ÉTICA E AS ORGANIZAÇÕES ..........................................................7
2.3. ÉTICA COMO INSTRUMENTO PARA TOMADA DE DECISÕES...................................................................................................13
2.4. A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO..14
3. CONSIDERÇÕES FINAIS ......................................................................... 16
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................18
1- INTRODUÇÃO
O presente estudo tem o intuído de discorrer sobre a temática Ética nas relações de trabalho como um fator de grande relevância para o crescimento profissional, considerando todas as interferes do mundo contemporâneo tais quais, os avanços tecnológicos, a velocidade das comunicações, a competitividade, a necessidade constante de aperfeiçoamento e atualização são os fatores que regem o mercado de trabalho atual.
Tais fatores implicam na construção de um perfil de profissionais comprometidos com a excelência. Eficácia, eficiência e proatividade são palavras repetidas como mantras por gestores dos mais variados seguimentos,as exigências no que se refere principalmente à seleção e qualificação de um candidato ao mercado de trabalho, estão cada vez maiores, pois com o advento da tecnologia, a avalanche de informações que circulam e mudam a todo momento exigem um profissional que busque por melhorias em sua maneira de atuar, na tentativa de sobreviver em seu posto.
Contudo, esse mesmo mundo que exige a produção eficiente, a otimização do tempo e atualização constantes, prima pela qualificação profissional não apenas no sentido técnico, mas principalmente no que se refere nas relações pessoais. Sujeitos éticos, empáticos e resilientes são o diferencial no perfil profissional e fator determinante para o sucesso pessoal e coletivo daqueles que compõem as organizações.
A ética, enquanto disciplina teórica, estuda os códigos de valores que determinam o comportamento e influenciam a tomada de decisões num determinado contexto. Estes códigos têm por base um conjunto tendencialmente consensual de princípios morais, que determinam o que deve ou não deve ser feito em função do que é considerado certo ou errado por determinada comunidade. 
No ambiente organizacional e na gestão de empresas em particular, a ética estuda os códigos morais que orientam as decisões empresariais, na medida em que estas afetem as pessoas e a comunidade envolvente, partindo de um conjunto socialmente aceito de direitos e obrigações individuais e coletivos. As empresas consideradas éticas são geralmente aquelas cuja conduta é socialmente valorizada e cujas políticas se reconhecem sintonizadas com a moral vigente, subordinando as suas atividades e estratégias a uma reflexão ética prévia e agindo posteriormente de forma socialmente responsável.
Segundo Aurélio Ferreira (2005, p. 383), a ética pode ser definida como “O estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal”. Ou ainda, segundo o mesmo autor, um “Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano”.
O que se investiga nesse estudo é quais são as concepções de ética dos empregados nas organizações inseridos nesse cenário atual de globalização e rápidas mudanças, assim como sua contribuição para o crescimento e sucesso profissional. Deste modo, estudos voltados para essa temática são importantes para que se possam analisar as concepções de ética que formam os indivíduos e o que os motiva e os influencia nos ambientes nos quais atuam.
Podendo assim considerar que nos dias de hoje, a ética é uma preocupação não somente dos empresários, mas de toda sociedade. Surgindo assim a relevância do estudo para se que se tenha uma visão da atual concepção de ética analisada nos grupos organizacionais.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- ÉTICA, SIGNIFICADO E DEFINIÇÃO
	A discussão sobre ética tem sido uma constante na vida das pessoas desde os primeiros séculos. Para se ter uma ideia, desde a antiga Grécia, a palavra “ética” sempre foi utilizada por aqueles que se dispunham a investigar as questões referentes ao comportamento humano e à vida em sociedade.
Para que posamos entender as concepções de ética dos indivíduos, é importante que se conheça o que a literatura nos apresenta sobre ética até o momento. É sabido que a ética está diretamente ligada aos princípios e valores que determinam a conduta humana em relação ao meio em que vive.
	A forma como os indivíduos se comportam em sociedade, os valores e princípios morais que estes absorvem,a conduta individual e a reação perante o desconhecido são manifestações humanas que estão diretamente vinculas ao contexto sociocultural, onde o indivíduo se insere e que este mantém como referência.
	Segundo Oliveira (apud José Trasferetti, 2006, p. 94) as pessoas, ao ouvirem a palavra ética, pensam em “[...] um código de deveres, em um fardo pesado que torna a vida diminuída, sem gosto, sem qualidade”.
	Para José Trasferetti (2006) cita Manfredo Oliveira que acredita que, na sociedade pósmoderna, a palavra ética vai adquirindo contornos diferentes, é natural que os conceitos de valores e consequentemente éticos mudem com o passar dos tempos, a medida que a própria sociedade vive em constante mudanças.
	Andrew J. Dubrin (2003, p. 69) define a ética como “[...] as escolhas morais que uma pessoa faz e o que essa pessoa deveria fazer”. É o que ela considera como certo e errado ou como bom ou mau. É transformar valores em ação.
	Neste sentido, é notório a existência de um consenso sobre a definição de ética, esta por sua vez se refere ao comportamento humano, orientado por regras de boa conduta na convivência em sociedade. Contudo, podemos perceber também que não é possível estabelecer como e o que são esses comportamentos, assim como o que é certo ou errado, tais reações dependem do contexto ao qual o indivíduo estará inserido. Suas atitudes serão determinadas pelo momento e contexto em que se encontra, ou seja, pelo cenário no qual esta inserido.
	Deste modo, a ética pode ser entendida como um estudo ou uma reflexão sobre ações, costumes ou comportamentos. A ética é a ciência da Moral, ou seja, diretamente ligada ao comportamento humano. No sentido etmológico, as duas palavras possuem origens diferentes, contudo significados idênticos. Enquanto Moral tem origem no latim mores, que significa costume, conduta, modo de agir, a Ética tem origem no grego ethos e do mesmo modo, significa costume, modo de agir. 	
	É de extrema importância destacar que a ética está diretamente ligada aos hábitos e costumes, e esses por sua vez mudos de acordo com o tempo e a localização. Sendo assim, o que é considerado ético hoje, pode não o ser amanhã e o que é considerado certo em determinado país ou localidade, pode não o ser em outro. Álvaro Valls (2000) traz assim, uma definição mais abrangente de ética, onde a entende como hábitos e comportamentos aceitos em determinado espaço de tempo e em determinada localidade de acordo com os costumes vigentes, enquanto considerados morais pela maioria da sociedade, deixando clara a condição situacional da ética.
	Para Gouvêa (2002:13),
Se desobedecer aos preceitos e não conseguir seguir os padrões de conduta, a pessoa vive na imoralidade. Se os preceitos e padrões do grupo social a que a pessoa pertence tornam-se irrelevantes para ela, então pode ser chamada de “amoral”. Se também confundir a moral de sua cultura ou a de seu grupo social com ética, torna-se um moralista. O moralismo é absolutização e universalização de sua própria moral.
	Deste modo, tanto a ética quanto a moral se relacionam como uma ciência específica e seu objeto, onde a Moral se refere ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem e a ética do mesmo modo representa “caráter” enquanto forma de vida, também adquirida ou conquistada pelo homem.
	Assim, a ética é parte significativa em todas as relações entre pessoas, seja na sociedade ou nas profissões. A evolução dos seus princípios deu-se com o processo evolutivo da humanidade. Ela é insubstituível para a nossa conduta. Pois é através da ética, que o ser humano define o que é bom e correto e o que ele deveria assumir, visando o bem em comum.
	
2.2- A ÉTICA E AS ORGANIZAÇÕES
	Quando trazemos tais conceitos e os aproximamos e/ou os inserimos no ambiente das organizações, nos apropriamos da ideia de a ética pode representar também a natureza das empresas, uma vez que estas são formadas por um conjunto de indivíduos, com personalidades e valores que os diferem, mas que trabalham em um só proposito. Reafirmando que a ética é, portanto, um conjunto de princípios e valores que têm por objetivo guiar e orientar as relações humanas.
	Assim, entende-se, que a ética está intimamente comprometida com alguns valores, tais como respeito, confiabilidade e segurança, fatores estes que constroem ou destroem a imagem não só das pessoas, mas tão quanto das organizações.
	Para Vasquez (1975:12), “a Ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens na sociedade”. Esta definição nos remete a duas questões importantes, como considera Passos (2004:23):
Ao caráter social da moral e a seu aspecto dialético. O primeiro relaciona-se com o papel que ela desempenha na sociedade, no sentido de possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e os interesses da sociedade; assim, não existe uma moral individual; ela é sempre social, pois envolve relações entre sujeitos. Diante disso, as normas morais são colocadas em função de uma concepção teórica em vigor, que é quase sempre a concepção dominante.
No segundo aspecto, é sabido que os valores morais expressam uma cultura. Dessa forma, variam historicamente, pois cada sociedade edifica suas normas a partir das suas crenças, modelo social, formação econômica e social. É nesse sentido que Vaz (1993) relembra que a ética desde a sua acepção inicial, dirigiu-se à cultura e foi entendida como morada do homem, como abrigo protetor do ser humano, ou seja, como a condição de sobrevivência e de convivência social. 
	Segundo Rosini (2003:146), “a ética é definida como o estudo de juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente à determinada sociedade, ou de modo absoluto”. No ambiente corporativo, ela procura guiar o indivíduo na tomada de decisões levando-se em conta o ponto de vista predominante na sociedade, num determinado espaço de tempo”.
	É preciso reconhecer os múltiplos significados éticos de cada mínimo ato e palavra proveniente de cada pessoa, lembrando-se que ignorar este fato também é uma escolha pessoal com profunda implicações éticas.
	Contudo, existe uma forte contradição quando se aborda esta temática, isto por causa da diferente interpretação que pode ocorrer do que seja eticamente correto para cada pessoa. Por este motivo, a sociedade tende a definir a ética em termos de comportamento. A ética, neste contexto, constitui o alicerce do tipo de pessoa que se pode ser e do tipo de organização que se pode representar.
	As práticas empresariais éticas originam-se em culturas corporativas éticas. Mas para estimular este comportamento ético torna-se prioritário desenvolver uma cultura corporativa que possibilite ligar padrões éticos com as práticas empresariais. E para institucionalizar tais padrões pode-se iniciar o processo a partir da compreensão da filosofia da ética, que tem como alicerce mecanismos como, por exemplo, crenças, códigos, comissões e auditorias sociais da empresa.
	Uma cultura organizacional ética proporciona também a elevação do clima de confiança e respeito entre os integrantes da empresa, relacionando-se de forma direta ou indireta com a instituição. Outro benefício complementar diz respeito à redução de custos e aumento de produtividade unida ao crescente nível de satisfação geral advindos do clima ético de trabalho.
Para reforçar a compreensão deste pensamento, vejamos mais uma contribuição de Rosini (2003:147), o qual registra que “nas atuais economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores afetam a imagem da empresa para a qual trabalham”. Sendo assim, para a empresa competir com sucesso nos mercados nacional e mundial, será preciso manter uma sólida reputação de comportamento ético.
	Nasch (1993:06) a define como “o estudo da forma pela qual normas morais e pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa comercial”. Entendemos assim, que a autora afirma que a ética nas organizações não se caracteriza como valores abstratos nem alheios aos que vigoramna sociedade; ao contrário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e sociais, levam para elas as mesmas crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da sociedade.
	Comumente, o mundo de uma organização é permeado por conflitos, por choques entre interesses individuais e, muitas vezes, entre esses e os da própria organização, de modo que a ética servirá para regular essas relações, colocando limites e parâmetros a serem seguidos, de modo que a ética na administração tem sido discutida com mais ênfase em virtude da reflexão sobre as situações relacionadas com o negócio das empresas.
	Na escala de valores que começa a se disseminar, contratar um parente incompetente ou discriminar um colega por razões raciais, de aparência ou escolaridade são comportamentos equiparados ao uso da propaganda enganosa, à poluição ambiental, à espionagem industrial ou ao suborno para levar vantagem numa negociação. A forma como a empresa vende seus produtos, relaciona-se com o governo ou enfrenta a concorrência define a conduta da empresa.
	Temos como exemplos de condutas antiéticas praticadas em algumas empresas, tem-se: a contratação de pessoal do concorrente para obter informações; subfaturar o produto pagando o restante por fora para diminuir os encargos; a empresa que investe em filantropia e adota uma política de baixos salários para seus empregados
	Srour (2003:13), nos diz que “o grande desafio consiste em saber como coibir atos que só beneficiam interesses restritos, para não dizer egoístas”.
	Quando se pensa no campo de estudo da ética, podemos afirmar que seu estudo envolve os fenômenos morais e de uma maneira mais complexa, as morais históricas, os códigos de normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais e também os discursos normativos que identificam, em cada coletividade, o que é certo ou não fazer.	
	O pensar ético também gira em torno de duas questões fundamentais: o que é o bem, o que é o mal; que são coisas aceitáveis ou não. Com isso, pode-se perceber que a reflexão ética deve partir sempre de um saber espontâneo, de maneira que todo homem deve entender que há ações que devem ser praticadas e outras não. Dessa forma, observa-se que a ética estabelece padrões sobre o que é bom ou mau na conduta humana e na tomada de decisões, tanto no plano pessoal, quanto sob a ótica organizacional.
	Outro aspecto importante abordado por Andrade (2004:19), o qual faz uma reflexão sobre dois componentes que afetam a forma de agir das pessoas: o domínio da legislação, que contém os princípios éticos estabelecidos por lei, e o domínio da livre escolha, ou seja, a condição social de todo ser livre, de fazer suas escolhas e de agir de maneira que melhor lhe convier, em cada situação de sua vida pessoal e profissional.
	Ainda segundo Andrade, (2004:19):
“entre ambos, encontra-se o campo da ética, o qual leva a que, a partir dos dois extremos, cada indivíduo defina seus padrões éticos, considerando suas questões individuais, porém levando também em conta as inferências que a sociedade e a legislação imprimem-lhe em suas escolhas pessoais”.
	
	Partindo desse pressuposto, percebe-se que a convivência social, feita de cooperação necessária e de entendimento, fica da mesma forma sujeita à falta de escrúpulos e aos conflitos de interesse, de modo que a mútua vigilância faz-se indispensável para que interesses pessoais não se sobressaiam aos interesses coletivos.
	Para Srour (2003:50), “as decisões empresariais não são inócuas, anódinas ou isentas de consequências: carregam um enorme poder de irradiação pelos efeitos que provocam”. Nas práticas organizacionais, afetam os agentes que participam das ações relacionadas com a gestão da empresa. 
Tais agentes se dividem em duas frentes, a frente interna, temos os trabalhadores, gestores e proprietários (acionistas ou quotistas), enquanto na frente externa temos os clientes, fornecedores, prestadores de serviços, agentes governamentais, instituições financeiras, concorrentes, mídia, comunidade local e entidades da sociedade civil. Todos eles acabam sofrendo efeitos que variam de acordo com a grandeza dos interesses entre os envolvidos.
É possível ainda verificar que a política pela ética tem boas perspectivas para florescer quando o denominado poder de mercado das empresas está distribuído, quando existem efetiva competição e possibilidades reais de escolha por parte de clientes e usuários finais. Mesmo assim, o respeito à escolha dos clientes ainda não é verificado em muitas empresas modernas. Isto só ocorrequando eles se manifestam ou fazem um escândalo.
A partir destas constatações, entende-se que a questão ética torna-se um imperativo no universo das organizações modernas. E também foi estendida para o ambiente acadêmico de vários cursos em especial nos cursos volt	ados para a Administração, onde são ministradas disciplinas obrigatórias que envolvem o estudo desta temática.
Grandes passos foram dados para a valorização da ética nas organizações, de modo que quando se pensa neste processo evolutivo, tais fatos demonstram acrescente demanda por valores como transparência e probidade, tanto no trato da coisa pública como também no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. Seria oportuno, então, que as empresas passassem a praticar algum código de conduta em sintonia com essas expectativas. 
De modo que não se pode deixar de implementar um conjunto de mecanismos de controle, no sentido de evitar possíveis transgressões às orientações adotadas pela organização para que um padrão ético e moral sirva de norte para suas ações e seus colaboradores.
Para se disseminar tais valores dentro da organização pode-se pensar na implantação de um programa de ética. Contudo, a eficácia desse processo depende da consideração de alguns passos fundamentais. 
Moreira (2002) afirma que:
O primeiro passo para estabelecer um programa de Ética numa empresa é a criação de um código com a participação de todos os níveis da organização. A segunda etapa é a de treinamento para a aceitação dos valores do código e, neste caso, para que funcione efetivamente deve ser transmitido pelo chefe direto do funcionário. O compromisso com o código de ética como um todo deve valer também para os chefes, gerentes e/ou diretores, que serão avaliados como qualquer funcionário.
	Uma boa conduta para garantir o funcionamento do programa de ética é a criação de um canal de comunicação interno na empresa, inclusive com a instalação do cargo de “ombudsman interno”, divulgando seu funcionamento e sua atuação.
	Muitas empresas também formam comissões de ética, que são grupos de executivos que têm como função fiscalizar a ética empresarial, por meio de regras estabelecidas em alguns aspectos considerados questionáveis, além de questões que envolvem a violação da disciplina.
	Outro aspecto relevante nessa discussão diz respeito às ações das pessoas levando-se em conta os interesses e necessidades dos outros. Segundo Srour (2003:61), “ser altruísta significa levar em consideração os interesses da maioria, tomar decisões que beneficiem e não prejudiquem os demais e agir visando ao bem-estar de todos”.
	Dessa forma, ser “ético” significa brevemente refletir sobre as decisões e ações a serem tomadas e praticadas, importando-se com os outros e buscando praticar o bem, além de responder por tudo aquilo que se faz.
	Para se chegar à prática das ações éticas mencionadas é precisocombater o oportunismo que é convertido por vezes no espírito dojogo de soma zero. Trata-se do combate à esperteza, aos “jeitinhos”, à sonegação de impostos, ao uso e abuso de propinas, ações estas que resultam no “passar os outros para trás”.
	Tais abusos estão relacionados com o aspecto do poder exercido erroneamente por algumas pessoas para a concretização dos mesmos quando os gestores perdem a conduta ética, a contrapartida imediata passa a ser a perda do respeito por parte dos colaboradores. É preciso que as lideranças busquem mostrar bons exemplos, para que os mesmos possam gerar relações de maior confiabilidadee segurança.
2.3- ÉTICA COMO INSTRUMENTO PARA TOMADA DE DECISÕES
	A capacidade de gerir de forma eficiente está diretamente ligada a capacidade de tomar decisões, decidir é portando uma das atribuições do gestor, partindo deste pressuposto é importante perguntar aos atuais tomadores de decisão sobre suas capacidades de questionar evidências e enfrentar os dogmatismos. Observa-se que muitas opiniões induzidas pelo barulho estridente de algum “formador de opinião” e compartilhadas pela maioria geralmente revelam-se falsas e criam situações irreversíveis e, às vezes, mortais para as organizações. 
	Nesse novo panorama que se apresenta, a qualificação, o esforço pessoal e a chamada meritocracia ganham relevo nas práticas organizacionais. Segundo Srour (2003:294), foi feita uma declaração pelo ex-presidente do Banco Mundial, Sr. Jim Wolfensohn: “A administração ética nas empresas traz um valioso progresso social. Ambos andam de mãos dadas. Assim como nos governos, a administração de empresas deve ser transparente e responsável”. Torna-se necessário conciliar a ética com a busca da maximização dos lucros.
	Tratando-se do Brasil, Srour (2003:381) registra uma mensagem de Herbert de Souza (Betinho): “O Brasil tem fome de ética e passa fome em consequência da falta de ética na política”. Outra vez é possível verificar a necessidade de se coordenar esforços na direção da ética, sendo ela inserida em todos os setores relacionados com a empresa, pois dessa forma resultará no desenvolvimento das relações empresariais.
	Assim, não basta que as organizações tomem decisões certas, mas, elas precisam tomar as decisões certas nos momentos certos e a ética se caracteriza como uma orientação segura na tomada de decisões no mundo organizacional.
	O gerente ou o responsável é a pessoa chave e a ele é confiada, além dos objetivos da organização, sua imagem. As decisões tomadas por ele terão impactos significativos em toda organização. É, portanto, uma situação complexa, pois envolve não só lucro, mas pessoas. Neste sentido, a ética se aplica não somente nas organizações, mas também para os empregados comuns que verão seus direitos respeitados e o gerente que terá nela um rumo, uma direção a seguir.
O princípio definidor de qualquer decisão, seja ela na sociedadeou em uma organização, é o respeito à pessoa. Nesta condição, alguns elementos de ordem prática apresentam-se como condições para a tomada de decisão. 
Alguns itens destacam-se:
• Refletir sobre o problema ao invés de partir para a ação.
• Reunir todos os elementos considerados relevantes sobre o problema em questão.
• Fazer um levantamento sobre os pontos de vista sobre o assunto, inclusive os opostos.
Tomar a decisão correta exige observação, reflexão, análise, julgamento e decisão, o que deve ser feito levando-se em conta a categoria da totalidade, que significa entender que o problema faz parte de uma realidade maior e mais complexa e precisa ser analisado de forma articulada e não isoladamente (Passos, 2004).
2.4- A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
	Antes de iniciar o estudo sobre a ética e as relações de trabalho é necessário entender os conceitos envoltos a tais relações, para tanto, considera-se inicialmente o que é o sistema capitalista responsável pelas relações de trabalho tal como as conhecemos hoje. O capitalismo, de forma sucinta, é um o qual a propriedade privada predomina, regido pela busca constante para acumulação de capital. Devido a isso a exceção do trabalho em troca de um salário em dinheiro é evidente para que as economias fluam e atendam às necessidades de cada cidadão.
	Mesmo após a Revolução Industrial e do advento da tecnologia, em todas as profissões existem pessoas incumbidas de executarem uma ou mais funções, e a força de trabalho humano, seja braçal ou intelectual está longe de ser instigadas. De modo que tais pessoas precisam conviver bem entre si para que não haja discordâncias, atitudes e rixas desnecessárias que atrapalham o rendimento do trabalho e abuse fisicamente ou psicologicamente o trabalhador.
	Por tanto a ética nas relações de trabalho, possui a função de que essa ordem seja cumprida e não prejudique o bom funcionamento do trabalho e que o clima organizacional harmonioso seja preservado.
	Como já foi dito anteriormente, a ética é o conjunto de regras, princípios e valores morais que conduzem o comportamento humano dentro da sociedade, são princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento. No trabalho ela é tão necessária quanto na vida fora dele.
	Para que a ética no ambiente de trabalho se faça presente é necessário que:
· Respeite as regras internas, diferenças, opiniões e pessoas;
· Seja humilde, tolerante, flexível e disposto a ouvir críticas e sugestões;
· Nunca faça algo que você não possa assumir;
· Seja honesto, honrado e digno em qualquer situação;
· Faça críticas e repreensões diretamente para a pessoa em questão;
· Evite fofocas e o “falar pelas costas”;
· Não invada a privacidade dos colegas de trabalho. Mexer na mesas, gavetas e computadores pessoais são exemplos;
· Reconheça seus erros e acertos;
· Ajude sempre que possível.
Essas são apenas algumas das condutas que o sujeito enquanto cidadão ético e comprometido com seu trabalho necessita adotar para que o mesmo respeite e seja respeitado evitando conflitos e aborrecimentos.
Partindo dessa premissa, o filósofo Mario Sérgio Cortella afirma que – “É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal.”. Nestes últimos anos, ter este cuidado fez ainda mais sentido, pois testemunhamos uma crise sem precedentes em nosso país, que além de econômica e política, trouxe à tona uma enorme crise moral ao Brasil.
Deste modo, seja dentro de uma empresa ou em sociedade, para ser um representante da ética é preciso seguir valores e princípios morais positivos que te conduzam a sempre ter condutas e práticas exemplares, tal posicionamento tras respeito e grandes oportunidades de crescimento e de emergia na carreira a qual escolheu.
Infelizmente, atualmente mesmo ainda nos deparando com comportamentos errôneos que vão de encontro com os princípios éticos vigentes, as pessoas estão muito mais atentas a isso. Em contra partida, as organizações e os profissionais que seguem padrões sociais e éticos, que incluem a moralidade em seus processos de trabalho e no alcance de resultados, são também as mais respeitadas e admiradas por seus clientes e também por seus liderados e pares.
Deste modo, ética profissional é um elemento que faz muita diferença na qualidade de vida das pessoas no trabalho. No dia a dia, é também o que ajuda na construção de um ambiente positivo e de cooperação e respeito mútuo entre as pessoas. Na prática, isso proporciona aos colaboradores a oportunidade de exercerem suas funções de forma decente e confiável, sem desrespeitar os seus valores, e de prover resultados positivos sem que para isso tenham que burlar regras ou trapacear.
Poder trabalhar numa empresa que preza pela ética como um valor indispensável faz com que seus profissionais sintam-se parte de algo maior e que estão contribuindo para um mundo melhor também. Por outro lado, quando sentem que seus valores éticos estão sendo feridos, sua motivação e produtividade baixam drasticamente. Portanto, o bom exemplo da organização faz com que sua equipe se sinta mais segura ao tomar suas decisões e mais confiante em sua liderança, pois sabe que os princípios por ela pregados são corretos e trazem um retorno positivo para todos.
Como recompensa, os colaboradores que também cultivam a ética profissional no trabalho, consequentemente, acabam sendo reconhecidos positivamente pela sociedade por sua conduta exemplar. A ética é, portanto, uma trabalhadora disciplinada que nunca descansa, pois a todo o momento precisamos recorrer a ela para jamais perdermos de vista valores e comportamentos decentes.
A ética no trabalho também é representada pelo líder justo, que não difere seus liderados, sempre lhes trata com respeito,equanimidade e que confere a estes oportunidades reais de aprimoramento, desenvolvimento e crescimento. É ilustrada por profissionais corretos, responsáveis e comprometidos em entregar o seu melhor tanto à empresa como ao mundo.
Ser ética é também ser uma instituição que paga seus funcionários em dia, que oferece a eles salários e benefícios compatíveis com o mercado e, muitas vezes, até superiores. Neste tipo de organização, todos os tipos de profissionais são bem-vindos, reconhecidos e respeitados, independentemente, de sua: origem, credo, gênero, classe, cor ou orientação sexual.
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se pensa nas questões éticas é necessário considerar que esta é praticamente inerente as condições sociais humanas, é ela quem norteia as relações que os indivíduos estabelecem entre si, fator que engloba os princípios e a moral. Tais parâmetros saem das relações sociais e entram nas relações de trabalho e regem as organizações para que estas desenvolvam suas funções de forma justa e eficiente.
Em um mundo altamente competitivo, regido pelo lucro e pelas vantagens obtidas nas relações, uma conduta ética é determinante para o sucesso profissional, a medida que é vantagem para uma empresa ter um colaborador confiável, justo, comprometido com os valores da organização e que mantenha um relacionamento equilibrado com seus companheiros de trabalho, mantendo assim um clima organizacional harmonioso.
Isto de fato é possível, não se espera um mundo perfeito, mas de um mundo possível e real, onde as empresas e os profissionais éticos caminham e constroem resultados positivos juntos, sem jamais ter que, para isso, burlar as regras, trapacear e prejudicar ninguém para ter sucesso e alcançar prosperidade.
Esta mesma lógica, baseada em bons princípios, se aplica às nossas relações sociais, afetivas, financeiras e familiares, pois somos nós, individual e coletivamente, que construímos à nossa sociedade. Portanto, é por meio da nossa ética e de valores positivos e congruentes que podemos torná-la melhor para todos também. Eu acredito, e você? Faça sua parte, seja sempre ético e correto em seu trabalho e em sua vida e seja a diferença que você deseja ver no ambiente em que se está inserido.
	
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	
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