Buscar

Geotecnologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- -1
GEOTECNOLOGIAS
CAPÍTULO 1 - QUE SÃO GEOTECNOLOGIAS?
Cibelle Machado Carvalho
- -2
Introdução
Quando falamos em geotecnologia, nos referimos a um acervo de técnicas que são coletadas, analisadas e
processadas, dentro de uma referência geográfica, chamada de geoprocessamento. A sociedade atual está cada
vez mais ligada a esses sistemas de informações e a técnicas computacionais.
Você se imagina vivendo no mundo atual, sem o uso do geoprocessamento? O tempo é marcado pela informação
e a atualização é fundamental para o bom funcionamento. E não apenas isso, mas também, organizar, processar,
visualizar. Quer um exemplo cotidiano? GPS de carros, celulares, aplicativos, Google . maps
Além disso, você sabia que, para desenvolver uma análise ambiental, é primordial o uso do geoprocessamento?
De maneira direta, você estuda cartografia, análise dos recursos naturais, planejamentos urbano e rural, além de
transportes, comunicação e energia. Tarefas que eram consideradas impossíveis, atualmente são executadas com
rapidez.
As ferramentas computacionais para o geoprocessamento nos permitem realizar diversas análises complexas.
Um exemplo disso é a agricultura de precisão. Você sabia que o uso desta tecnologia abrange entrada,
manipulação e análise de dados espacialmente referenciados? Isso ajuda no planejamento da propriedade rural,
uso da terra e a escassez dos recursos.
Neste capítulo, você poderá compreender as problemáticas, ferramentas e formas que compõem as
geotecnologias, além da identificação dos sistemas de representação cartográfica, princípios da cartografia
sistemática, temáticas e as normas de espacialização, coordenadas geográficas, geodésias, projeções, dinâmicas
terrestres e escalas de origem. E, por fim, compreender a evolução da linguagem cartográfica no meio
computacional e suas potencialidades de representação.
A partir desses conhecimentos, é possível construir uma análise crítica e utilizar o geoprocessamento na gestão e
planejamento ambiental.
Vamos estudar com atenção!
1.1 Fundamentos teóricos das geotecnologias e do 
geoprocessamento
Usualmente chamadas de geoprocessamento, as geotecnologias são ferramentas que utilizam um tratamento de
informações geográficas. O sistema de informações geográficas (SIG) integra dados de diversas fontes e criam
banco de dados georreferenciados, nos quais representam técnicas matemáticas e computacionais (CÂMARA,
1996).
Em uma visão geral, o geoprocessamento é um processamento informatizado, que gera e visualiza dados
espaciais e georreferenciados como, por exemplo, a produção de mapas e cartas. Além disso, armazena, recupera
e combina informações computacionais. Vale mencionar que o geoprocessamento trabalha com informações que
possuem algum ponto em qualquer superfície terrestre, ou um componente geográfico.
Assim, o geoprocessamento se transforma em informação, quando os dados são organizados, tabulados,
interpretados e analisados de forma eficiente, para uma gestão ambiental, ou tomada de decisão.
Desta maneira, com o propósito de analisar o espaço geográfico como uma forma de planejamento nas tomadas
de decisões, o geoprocessamento tem, como suporte, outras ciências como a cartografia, informações e
tecnologias computacionais, topografia, geodésia, fotogrametria e fotointerpretação, entre outras, que definem a
geotecnologia como uma ciência que protagoniza um novo sentido para o planejamento e a gestão ambiental
atual.
Segundo Burrough e Mcdonnell (1998) o geoprocessamento é um conjunto de ferramentas que exibe dados
espaciais do mundo real para um conjunto particular de propósitos. A geotecnologia evolui o tempo todo e
abrange diversas áreas como, por exemplo, os estudos de áreas sociais, administração, infraestrutura, educação,
- -3
abrange diversas áreas como, por exemplo, os estudos de áreas sociais, administração, infraestrutura, educação,
gestão ambiental e engenharias. Para que você possa entender essas concepções no contexto do
geoprocessamento, a seguir, vamos estudar o surgimento, a evolução, estrutura e armazenamento dos dados
geoespaciais.
1.1.1 Surgimentos e evolução das geotecnologias
Antenucci ( , 1991), afirma que o Sistema de Informações Geográficas (SIG) surgiu no século XVIII, quandoet al.
foram produzidos mapas elementares precisos. Com o avanço de outros áreas e o surgimento dos primeiros
computadores, houve também um avanço significativo no sistema de informações geográficas, em meados de
1940.
A partir das décadas de 1960, o SIG ainda era restrito, consequência dos custos extremamente altos na área de
informática. Já em meados da década de 1970, foi criada a expressão “ ”,Geographic Information System
traduzida para o português como Sistema de Informação Geográfica. Era um sistema caracterizado por um custo
excessivamente alto e tinha, como aporte, computadores de grandes tamanhos, dimensões e medidas, o que o
limitava a organizações particulares.
Desde então, houve três pontos significativos, que propiciaram avanços no SIG: (1) refinamento de técnicas
cartográficas; (2) inovação, transformação das análises quantitativas e qualitativas espaciais; e (3)
desenvolvimento dos sistemas computacionais digitais. Esses pontos estimularam a pesquisa para diversos
campos de atuação.
Na década de 1980, o geoprocessamento popularizou-se por intermédio dos computadores, que receberam
inovações relacionadas ao microprocessador (GOODCHILD, 1992). Nos anos 1990, já se atribuía livressoftwares
de licenças e, no início da década 2000, a internet já facilitava o acesso a essas ferramentas.
Os SIGs têm, como características fundamentais, criar bases de dados, oriundas de dados cartográficos e
informações espaciais, além de censos, planos urbanos, zoneamentos, imagens de satélite, cadastros diversos,
modelos de terrenos, para que, assim, gere um mapeamento derivado com o objetivo de consultas, recuperação,
visualização de conteúdos para dados codificados (CÂMARA, 1993).
Segundo Câmara, Davis e Monteiro (2001), o histórico das ferramentas de geoprocessamento brasileiro, ocorre
em ordem cronológica.
• SAGA: Sistema de Análise Geo-Ambiental, desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ), sendo utilizada para estudos e pesquisas.
• MaxiDATA: sistema para automatização de processos cartográficos, que tem como principal aplicação, o 
mapeamento por computador. Após lançar o sistema, os criadores fundaram uma empresa, a MaxiDATA e 
projetaram o MaxiCAD.software
• SAGRE: Sistema Automatizado de Gerência da Rede Externa, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e 
Desenvolvimento da TELEBRÁS. Tem como função, a aplicação do geoprocessamento no setor de 
telefonia, além de envolver um significativo desenvolvimento e personalização de .software
• INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desenvolveu os SITIM (Sistema de softwares
VOCÊ SABIA?
No Brasil, o geoprocessamento foi introduzido em meados de 1980, pelo docente Jorge Xavier,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, incentivado pelo Dr. Roger Tomlinson,
criador do primeiro SIG, Sistema de Informação Geográfica, da Canadian Geographical
.Information System
•
•
•
•
- -4
• INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desenvolveu os SITIM (Sistema de softwares
Tratamento de Imagens) e SPRING (Sistema para Processamento de Informações Geográficas), tendo 
como função o desenvolvimento de tecnologias de geoprocessamento, sensoriamento remoto para 
processamento de imagens e sistema de informação geográfica.
Ao longo do tempo, foram incorporadas diversas funções para o SIG, e atualmente ele é a base do planejamento
de diversas organizações. Com isso, novos e surgem como alternativas mais acessíveis parahardwares softwares
a construção de dados geográficos.
1.1.2 Estruturação e armazenamento de dados geoespaciais
O Sistema de Informação Geográfica (SIG) tem diversas vantagens e uma delas é a rapidez e eficiência de
manipulação dos dados. Vamos ver mais adiante, uma figura com a utilização do SIG. Percebe-se que há entrada,
gerenciamento,armazenamento e análise dos dados, com isso são geradas as , usualmente sãoinformações
projeções ou dados cartográficos.
Eastman (1997) salienta que o SIG não é um elemento único de estrutura e armazenamento, mas é composto de
diferentes variedades. A base do SIG é o banco de dados, ou seja, uma coleção de mapas.
O sistema processa uma imagem e permite analisá-la, podendo ser de qualquer tipo, mapa, carta, fotografia
aérea, entre outras. Logo após, há um sistema de digitalização, no qual, se permite a entrada de outros dados,
além de mapas em papel que é transformado em formato digital. E, por fim, o SIG é baseado nos dados e
características espaciais, no qual calcula as informações projetadas.
•
VOCÊ QUER VER?
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é uma das instituições científicas de maior
renome do Brasil. Neste vídeo institucional, você pode conhecer a instituição e as áreas de
estudos e pesquisas: < >.https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=WNo001xllRU
VOCÊ O CONHECE?
Roger Tomlinson (1933-2014) nasceu em Cambridge e é considerado o pai do Sistema de
Informações Geográficas (SIG), ou, em inglês, (GIS). O SIG éGeographic Information Systems
uma mistura de banco de dados de mapeamento e computador e foi usado pela primeira vez
no Canadá, em 1967 (CÂMARA, 1996).
https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=WNo001xllRU
- -5
Figura 1 - Representação geral na utilização do SIG.
Fonte: HAMADA; GONÇALVES (2007, p. 14).
Assim, percebemos que o SIG é um suporte de apoio de decisões, para fins acadêmicos, de pesquisa,
mercadológicos, estatais, governamentais, etc. Miranda (2005), afirma que, atualmente, há dois sistemas de
informações geográficos disponíveis: um para fins comerciais, apropriado para projetos grandes, com muitas
informações; e um acadêmico, com custo mais baixo, para possibilitar pesquisas.
O caso a seguir, demonstra um exemplo da aplicação do geoprocessamento e SIG para fins de pesquisa,
planejamento e gestão ambiental.
- -6
As geotecnologias são aplicadas para diversos estudos relacionados ao ambiente. Como exemplos, podemos
citar: planejamento rural, de bacias hidrográficas, de enchentes, de conservação dos recursos naturais, das
fragilidades ambientais, de déficit hídrico, saúde pública.
Considerando essa diversificação, para entender inicialmente as geotecnologias, você terá que conhecer os
diferentes tipos de representação cartográfica. Vamos lá!
Inicialmente, um fenômeno geográfico é representado por , e .áreas linhas pontos
Os pontos representam uma localização, na qual, aparecem como área ou linha. Vamos exemplificar? Quando
você olha a localização de uma cidade, para definir esse ponto, há um par de coordenadas (X e Y), nas quais é
descrita a posição do ponto (latitude e longitude).
Assim, perceba que as linhas são um conjunto de pontos conectados. Exemplo disso, são as estradas, redes de
saneamento, divisores e cursos de água, fronteiras de território. As áreas são linhas fechadas por um conjunto de
pontos interligados, nas quais, o primeiro e o último ponto coincidem (HAMADA; GONÇALVES, 2007).
Por conseguinte, as linhas, áreas e pontos são condicionados pela escala da sua representação gráfica.
Mas o que é escala? É um fenômeno com diversos processos de abstração, que representa a relação do tamanho
do objeto original e a sua proporção no papel ou digitalizada. Meneses e Almeida (2012), definem escala como a
relação entre o tamanho do objeto representado no mapa e o tamanho real, medido sobre a superfície da Terra.
Veja que a escala é uma necessidade, para se tornar viável e possível representar algo, pois o espaço é limitado.
Os elementos que podem ser representados podem ser de forma , como mares, lagos, montanhas e rios, enatural 
, como represas, pontes e linhas de trem.artificiais 
A fim de solucionar algumas questões relacionadas como a forma do planeta Terra, para sua melhor projeção,
buscando sempre se aproximar da realidade, foram conceituadas diversas representações cartográficas. Rosa
(2004) descreveu as mais importantes representações cartográficas e suas diferenças.
• Globo: representa a superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma 
figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.
• Mapa: representa o plano (geralmente em escala pequena) com os aspectos geográficos, naturais, 
culturais e artificiais. É delimitado por elementos físicos, político-administrativos, destinada a usos, 
temáticos, culturais e ilustrativos.
• Carta: representa o plano (geralmente escala grande) dos aspectos artificiais e naturais, com a 
finalidade de possibilitar avaliação e precisão compatível com a escala.
• Planta: representa uma área muito limitada (é um caso particular de carta).
• Fotografia Aérea: produto obtido ao nível suborbital.
CASO
Vamos acompanhar um estudo feito para diagnosticar a forma como se distribui a vegetação
urbana no município de Vila Velha (ES), uma região metropolitana. Para realizar o estudo, um
grupo de pesquisadores (OLIVEIRA , 2015) mapeou e identificou a vegetação preponenteet al.
em diferentes classes. Certamente, sem o uso das geotecnologias esse mapeamento seria
inviável. Foi utilizado um banco de dados com 26 imagens, oriundas do satélite GeoEye. Os
pesquisadores quantificaram praças, parques, gramados, fragmentos de florestas, árvores,
arborização viária, residências, cemitérios, terrenos baldios, dentre outros. Os resultados
apontam a possibilidade de se adotar novos métodos de planejamento urbano, já que se tem
um diagnóstico atual do zoneamento municipal. Para conhecer melhor este e outros casos,
acesse o livro “Geotecnologias & Análise Ambiental: aplicações práticas” (OLIVEIRA ,et al.
2015). Disponível em: <http://www.mundogeomatica.com.br/Livros
>./LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
•
•
•
•
•
http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
- -7
• Planta: representa uma área muito limitada (é um caso particular de carta).
• Fotografia Aérea: produto obtido ao nível suborbital.
• Mosaico: conjunto de fotos de uma determinada área.
• Imagem de Satélite: produtos obtidos ao nível orbital, utilizado em escalas variadas.
• Atlas: coleção de mapas. 
Com essas representações definidas, podemos partir para o estudo da cartografia no próximo tópico.
1.2 Princípios de cartografia sistemática e temática
Para conhecer as diretrizes e bases cartográficas brasileiras, é importante estudar o Decreto-lei n. 243, publicado
em 1967. fixa aO Decreto cartografia sistemática, que é definida como a representação do espaço territorial
brasileiro por meio de cartas, elaboradas de forma seletiva e progressiva, de acordo com prioridades
conjunturais, segundo os padrões cartográficos terrestres, náuticos e aeronáuticos. A principal preocupação da
cartografia sistemática é com a precisão dos contornos, redes de paralelos e meridianos (BRASIL, 1967).
Já a cartografia temática é um conjunto de instrumentos que expressam resultados. Rosa (1996) salienta que a
cartografia temática preocupa-se com a elaboração e uso de mapeamentos que utilizem coletas, interpretações e
análises sobre uma carta-base, ou seja, importa-se com o conteúdo.
Apesar da cartografia sistemática e a temática demonstrarem princípios distintos, na prática, Sanchez (1981)
afirma que é impraticável estabelecer uma linha divisória. Por isso, vamos estudar quais as principais
características que diferem a cartografia temática e sistemática e as bases normativas da cartografia. Acompanhe
a seguir.
1.2.1 Objeto da cartografia sistemática
A cartografia sistemática é definida como uma ciência responsável por representar genericamente a superfície
tridimensional da terra no plano (ROSA, 2005).
Utiliza-se escalas e convenções-padrão para o mapeamento básico, representando as altimetrias e planimétricas
dos recursos naturais,a partir da percepção geral. Assim, a cartografia sistemática (Figura abaixo) se preocupa
com fatos, execução e recobrimento aerofotogramétricos para o mapeamento (ARCHELA, 2000).
•
•
•
•
•
- -8
Figura 2 - Exemplo de um mapa sistemático no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
do munícipio de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
Fonte: IBGE (2010).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE. 2018) disponibiliza um banco de dados referente às bases
cartográficas sistemáticas, com os mapas municipais brasileiros, malhas digitais e cartas.
1.2.2 Objeto da cartografia temática
A cartografia temática se define a partir de cartas, mapas e plantas que objetivam ter um tema específico como,
por exemplo, geologia, solo, vegetação, uso da terra, bacia hidrográfica. É delimitada por uma realidade
problematizada, orientada por objetivos e diretrizes para a solução dos problemas.
O mapa temático deve conter legendas, a localidade, data e escala (Figura a seguir), para que o leitor
compreenda o conteúdo.
Este mapa tem por objetivo demonstrar a localização da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã. No decorrer do
mapa ilustrativo, observa-se a legenda, a escala, os dados técnicos (banco de dados que foi utilizado para a
realização do mapa) e a data.
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas.html
- -9
Figura 3 - Mapa temático da localização da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.
Vale mencionar que os mapas temáticos também utilizam escalas e convenções-padrão para o mapeamento
básico. Há diferenças em níveis técnicos. No quadro a seguir, você pode ver as diferenças da cartografia temática
e sistemática.
Quadro 1 - Diferenças da cartografia sistemática e cartografia temática.
Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de SANCHEZ (1981).
Assim, podemos observar que as duas cartografias (sistemática e temática) têm sua importância nos
planejamentos organizacionais, projetos e pesquisas. Isso demonstra a flexibilidade do geoprocessamento do
entendimento técnico e para a sociedade em geral.
1.2.3 Bases normativas da cartografia
As bases normativas da cartografia no Brasil são estabelecidas pelo Decreto n. 89.817, publicado em 1984, que
define instruções reguladoras das normas técnicas da cartografia nacional. É importante estudá-lo
detalhadamente, pois todas as entidades públicas e privadas, produtoras e usuárias de serviços cartográficos, de
- -10
detalhadamente, pois todas as entidades públicas e privadas, produtoras e usuárias de serviços cartográficos, de
natureza cartográfica e com atividades correlatas, estão descrita neste Decreto (BRASIL, 1984).
Um princípio das geotecnologias é utilizar normas regulamentadoras para desenvolver uma linguagem única no
processo de ensino-aprendizagem de mapas e cartas. Assim, a proliferação de estudos técnicos e científicos do
geoprocessamento terá um entendimento, legendas e metodologias, estabelecidos por normas
regulamentadoras, que fará com que um número maior de cidadãos entendam. Por fim, se construirá uma base
sólida de linguagem e entendimento para futuras elaborações de políticas públicas, viáveis nos aspectos
econômicos, sociais e ambientais.
1.3 Sistemas de coordenadas geográficas, sistemas 
geodésicos de referência e de projeção cartográfica
Para desenvolver uma boa leitura e construção de mapas ou cartas, é fundamental conhecer os sistemas de
coordenadas geográficas, sistemas geodésicos e projeções. Para isso, é necessário conhecer a localização do
objeto que deseja mapear. No entanto, depende da informação que se deseja trabalhar e do nível de
detalhamento necessário para você atingir seu objetivo.
Dollfus (1982) define espaço geográfico, como uma “coleção de localização na superfície da terra”. De maneira
geral, é onde ocorrem os fenômenos geográficos, assim, quando o espaço é localizável, pode ser cartografado.
Percebemos então, que a informação espacial está relacionada ao objeto que deve ser estudado, que inclui
localização do espaço e sua relação com outros objetos.
Há diferentes fenômenos geográficos sobre a superfície terrestre e, a partir deles, se estabelecem padrões de
ocupação e uso. O geoprocessamento procura esquematizar e inter-relacionar esses padrões de diferentes
formas. Mas, para isso, é necessário conhecer as coordenadas geográficas, identificar as diferentes projeções
cartográficas e suas limitações, para estabelecer uma análise crítica do seu geoprocessamento.
Com isso, vamos estudar as coordenadas geográficas, referências de geodésias e formas adequadas de
representação dos fenômenos e dinâmicas terrestres, de acordo com cada projeção espacial e escalas de origem.
Vamos lá!
1.3.1 Coordenadas geográficas e a localização dos objetos
Primeiro, para se conhecer a localização dos objetos que se deseja estudar, é necessário conhecer sua posição
geográfica. A localização é caracterizada por uma rede de coordenadas fixas, que pode ser qualquer ponto da
superfície terrestre.
A Terra possui um movimento de rotação em torno do seu eixo imaginário. Rosa (2004) afirma que os pontos de
intersecção do eixo de rotação da superfície terrestre são polos geográficos. Existem os paralelos de latitude
terrestre, ou geográficos, que são círculos perpendiculares ao eixo de rotação da Terra. A partir deles, pode-se
VOCÊ QUER LER?
No Decreto n. 89.817 (BRASIL,1984), você pode entender como é feita a classificação de uma
carta, a definição, em relação à exatidão, e a obrigatoriedade de elementos. Leia o Decreto
completo em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/normas
>./legislacao/legisla_decreto_89817_d.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/normas/legislacao/legisla_decreto_89817_d.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/normas/legislacao/legisla_decreto_89817_d.pdf
- -11
terrestre, ou geográficos, que são círculos perpendiculares ao eixo de rotação da Terra. A partir deles, pode-se
dividir a Terra em dois hemisférios, sendo que o círculo máximo é denominado equador terrestre ou geográfico
(Figura a seguir). Assim, sabemos que todos os círculos paralelos ao equador são chamamos de paralelos de
latitude terrestre, ou geográficos. Além disso, os paralelos correspondem ao 0 , para o equador, e 90 , ao poloo o
Norte, e -90 , ao polo Sul.o
Figura 4 - Representação das linhas imaginárias do equador e hemisférios Norte e Sul (a) e representação das 
linhas imaginárias do meridiano de Greenwich e hemisférios ocidental e oriental (b).
Fonte: ROSA (2003, p. 32-33).
Os meridianos são círculos dos eixos dos polos da Terra, perpendiculares ao equador terrestre, denominado
Meridiano de Greenwich. A intersecção de um meridiano com um paralelo, pode-se localizar um ponto da
superfície da Terra (Figura acima (b)). O ponto de partida para enumerar os meridianos, é o observatório de
Greenwich, na Inglaterra, ao seu Leste, valores maiores que 180 , ao Oeste, valores menores de 180 .0 0
- -12
O sistema de coordenadas geográficas é a intersecção de um paralelo e um meridiano e suas coordenadas são as
latitudes e longitudes. A latitude geográfica (varia de 0 a 90 ) é importante para entender as diferençaso 0
térmicas e de temperatura da superfície terrestre. A longitude varia de 0 a 180 , para o Leste ou Oeste deo 0
Greenwich (ARONOFF, 1989; HAMADA; GONÇALVES, 2007).
Vale mencionar que, por convenção, as latitudes de sinal positivo são Norte, e negativo, para as latitudes Sul, e as
longitudes sinal negativo, para Oeste e positivo, para Leste.
1.3.2 Sistema geodésico de referência
Geodésia é a ciência que estuda as formas e dimensões da Terra. Sua evolução se deu pela necessidade humana
em se locomover em diversas escalas. Além disso, a Terra não é um planeta redondo, liso, plano, mas tem uma
forma única.
Datum Geodésico, ou sistema geodésico de referência, é um conjunto de parâmetros que se referem a um
determinado sistema de coordenadas geográficas.Pode ser planimétrico, ou altimétrico (Figura a seguir), visto
que a superfície terrestre de referência, adotada no estudo, pode ser diferente, de acordo com o caso que será
pesquisado.
VOCÊ SABIA?
As áreas próximas do equador são denominadas de e as áreas próximas aosbaixa latitude
polos são denominadas . Isso significa que, quando dizemos que, quanto menoraltas altitudes
as latitudes, maiores tendem a ser as temperaturas. Ou seja, estados e países perto da linha do
equador tendem a ser mais quentes. E um grau de latitude equivale a 111 quilômetros. Já a
longitude é usada juntamente com a latitude, para possibilitar cruzamento e determinar uma
localização na terra.
- -13
Figura 5 - Representação da superfície da Terra e do Datum Planimétrico.
Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Sistema geodésico de referência (ou geodésico) é um sistema de referência terrestre. O éDatum Datum
estipulado por um elipsoide (superfície matemática), que permite localizar cada ponto na superfície terrestre, a
partir da latitude, longitude e altitude (CÂMARA, 1993).
Vale destacar que a superfície da Terra sofre diversas modificações ao longo do tempo, por ações antrópicas
(ação humana), placas tectônicas, construções, impactos ambientais, condições climáticas, etc. Para facilitar a
modelagem matemática, a fim de simplificar o processo de coordenadas da superfície terrestre, a esfera da Terra
é achatada nos polos.
Na geodésia atual, são consideradas quatro versões da Terra: a topografia (forma real física); geoide (forma
física do campo gravítico real); elipsoide de referência (modelagem matemática mais aproximada) e, por fim, o 
 (ajuste entre o geoide e o elipsoide).Datum
Para melhor entendimento, na figura a seguir veremos as quatros formas físicas da Terra.
- -14
Figura 6 - Figura ilustrativa da Terra e suas definições, representando os quatro tipos de versões geodésicas, 
para a construção de um sistema geodésico de referência.
Fonte: Elaborado pela autora, com Anton Balazh, Shutterstock, 2018.
Para que serve um sistema geodésico de referência, na prática? Como já sabemos, o sistema de referência é
composto por uma figura representativa da superfície da Terra. Vale salientar, que nos permite localizar um
ponto em qualquer superfície terrestre, desta maneira, as coordenadas precisam se um sistema geodésico de
referência para sua exatidão.
Assim, a forma e tamanho de um elipsoide, juntamente com o posicionamento do geoide, é o que define o
sistema geodésico de referência ( geodésico).Datum
No Brasil, utiliza-se o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas, o SIRGAS 2000. Todas as produtoras
vistode cartografia no Brasil precisam utilizar esse sistema de referência, para não haver sobreposição de dados 
que este é o único sistema geodésico de referência oficialmente adotado no Brasil (IBGE, 2018). Essa
padronização do sistema é importante, pois empregar sistemas de referências diferentes podem provocar
imprecisões e inconsistências de dados, além de não terem respaldo legal.
No Brasil, o sistema geodésico é definido pelas fronteiras do país, onde foram implantados pontos geodésicos em
sua superfície. Este sistema é dividido em horizontal e vertical (composto pelas coordenadas eDatum Datum
superfície de referência, ou seja, o elipsoide e geoide).
1.3.3 Principais sistemas de projeção cartográfica e suas aplicações
Os mapas são representações aproximadas da superfície terrestre, e são nelas que projetamos pontos no globo
para uma superfície plana (CÂMARA, 1996). Esse processo é chamado de sistema de projeções cartográficas.
Para conseguirmos entender o que realmente são as projeções cartográficas, é necessário lembrar que o planeta
Terra tem uma forma arredondada, porém a superfície da folha do papel é plana, por isso, criamos as projeções
cartográficas, nas quais é permitido representar a realidade do planeta (esférica), em uma superfície plana. Vale
- -15
cartográficas, nas quais é permitido representar a realidade do planeta (esférica), em uma superfície plana. Vale
lembrar que as deformações são inevitáveis.
Definimos projeções, como técnicas de representar a superfície da Terra arredondada em mapas. Para projetar
cartograficamente é necessário um conjunto de paralelos e meridianos, nos quais se formam redes. E essas redes
são consideradas representações aproximadas da realidade.
Os pesquisadores Hamada, Gonçalves (2007) e Rosa (2003) afirmam que os sistemas de projeções cartográficas
são classificados pela deformidade e pelo tipo da superfície terrestre. O mapa escolhido deve satisfazer o
objetivo de sua utilização e, por isso, deve possuir propriedades e finalidades apropriadas.
Miranda (2005) destaca três tipos de projeção: Plana, Cônica e Cilíndrica (Figura a seguir). Câmara ( , 1996),et al.
salienta que as projeções planas são construídas por mapas em um plano tangente ou secante à Terra. Já a
projeção cônica é feita sobre um cone tangente, ou secante à superfície terrestre. O mesmo ocorre com a
projeção cilíndrica, porém todas as projeções cônicas são retas, perpendiculares ao meridiano e aos paralelos.
Figura 7 - Os três modelos de projeções cartográficas mais utilizadas.
Fonte: Miranda (2005, p. 80).
Para se construir um mapa, é necessário reunir propriedades iguais, ou semelhantes à superfície da terrestre e,
para isso, deve reunir as seguintes características: conformidade (forma das áreas a serem representadas);
equivalência (áreas não poderiam ser modificadas); e equidistância (as distâncias deveriam ser constantes),
porém como a Terra não é plana, torna-se utópico construir um mapa ideal.
Para se construir um mapa que satisfaça o objetivo determinado, necessita-se escolher a projeção correta,
- -16
Para se construir um mapa que satisfaça o objetivo determinado, necessita-se escolher a projeção correta,
considerando a finalidade do mapa. No quadro a seguir, vemos os principais sistemas, projeções e suas
aplicações.
Quadro 2 - Classificação, características e aplicações dos sistemas de projeções cartográficas.
Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de HAMADA; GONÇALVES (2007).
Por fim, é necessário compreender as aplicações e características das projeções cartográficas e suas limitações,
pois todo mapa apresenta distorções e isso depende da projeção escolhida. É importante ter a capacidade de
decidir a melhor projeção para o seu mapa em estudo, para que, assim, preserve as características importantes.
1.4 As geotecnologias e o geoprocessamento
As geotecnologias e o geoprocessamento foram demonstrando avanços devido, principalmente, à necessidade
cada vez maior da produção de mapas, exata localização dos estudos e reconhecimento da superfície terrestre.
Sua importância é medida também pela contribuição dos estudos relacionados à segurança pública, ambiental,
social, econômica e cultural. Os primeiros avanços se deram pela necessidade de se traçar rotas marítimas e
comerciais.
Os primeiros mapas impressos eram feitos com argila e eram famosos na Grécia, onde contribuíram para a
cartografia na Antiguidade. Com o tempo, os mapas foram sendo feitos de outros materiais, até chegar aos
modelos virtuais.
Rodrigues (2013), afirma que o propósito do geoprocessamento é mostrar o poder de cada nação, a identidade
da sociedade por meios das linhas desenhadas e suas conquistas. Neste sentido, o século XX trouxe grandes
mudanças para a cartografia. Primeiro, com a utilização de técnicas de mapas de sátira, arma silenciosa e
potencializada de desconforto, por causa dos acontecimentos do início do século XX e, por outro lado, o mapa de
uma nação era um símbolo patriótico (RODRIGUES, 2013).
Os militares foram os primeiros a se preocuparem com as técnicas de mapeamento topográfico, no qual se
inspiraram a desenvolver mapas de relevo e a forma que a natureza apresentava. Assim, com a inclusão do
relevo, mesmo que alguns mapas mostrem as ondulações ou serras mais altas e importantes, nos mostraram a
importância do reconhecimento da superfície terrestre, servindo assim, comoum objeto de comunicação.
Partindo desse pressuposto, iremos estudar os princípios do geoprocessamento e sua evolução na computação,
identificando suas potencialidades e quais ferramentas geotecnológicas estão disponíveis.
- -17
1.4.1 Princípios de geoprocessamento
A representação espacial ou simbólica de um objeto, ou espaço, sempre esteve presente na história da sociedade.
Com avanços tecnológicos ao longo do tempo, juntamente com ferramentas necessárias, a representação
simbólica vem ganhando similaridade real.
Taylor (1985) afirma que, nas últimas décadas, a representação espacial tornou-se mais veloz, por consequência
do avanço da informática. Vale lembrar que, anos atrás, as informações, objetos e fenômenos, eram
representados em folhas de papel, exemplo disso, são os mapas impressos e os atlas escolares.
Atualmente, com a internet, todos nós podemos transmitir nossa localização, ver nossas cidades e lugares onde
moramos, como se estivéssemos sobrevoando e mapeando os lugares. Duas ferramentas que contribuem para
isso são o Google e Google . Esses de manipulação de informações espaciais são de fácilEarth Maps softwares
acesso e abertos (Figura a seguir).
Figura 8 - Limites do Município de Santa Maria (RS), Brasil, em mapa digital desenvolvido pela Google, na 
aplicação online Google Earth.
Fonte: Google Earth, 2018.
Para visualizar sua cidade no Google (2018), como vemos na figura acima, você pode acessar a páginaEarth
<https://earth.google.com/web/>, clicar na lupa, do lado esquerdo, e inserir o nome do município.
Geoprocessar é um trabalho que vem sendo realizado por profissionais de diversas áreas, que desenvolvem
estudos ou necessitam de informações espacialmente. Mas, para entendermos melhor, é necessário
compreendermos a evolução da linguagem cartográfica no meio computacional. Independente de saber
manusear um de geoprocessamento é necessário, antes de qualquer coisa, conhecer as técnicas parasoftware
sua construção e compreender essas atividades.
O geoprocessamento, nos últimos anos, começou a ter uma mudança social e científica resultante de um
pensamento mais racional, direcionada a uma área mais antropológica (EDNEY, 1997).
No ano de 1957, grupos de meteorologistas e biólogos suecos e britânicos desenvolveram o primeiro mapa
- -18
No ano de 1957, grupos de meteorologistas e biólogos suecos e britânicos desenvolveram o primeiro mapa
digital. Alguns anos mais tarde, Roger Tomlinson, criou o SIG, e a partir deste momento, nasceu a possibilidade
de ser uma máquina, a criar o mapa, e não necessariamente um cartógrafo (RODRIGUES, 2013). Vale mencionar
que o SIG foi desenvolvido também por profissionais da informação, e não apenas por cartógrafos.
No mapeamento digital, houve avanços importantes, como o desenvolvimento da SYMAP (Synteny Mapping and
), pela Universidade de Harvard, primeira imagem em um SIG. Imagens sãoAnalysis Program raster rasters
descrições de cada ponto, em oposição aos gráficos vetoriais, ou seja, é formada por pequenas peças como um
mosaico (LONGLEY, 2004).et al.
A primeira imagem foi criada pelo (DIME), primeira base de dadosraster Dual Independent Map Encoding
digital criada pelos Estados Unidos. Anos depois, seria o SIG mais conhecido do mundo.
Posteriormente, foi lançado um satélite nomeado de LandSat, administrado pela NASA (National Aeronautics
, ou, em português, Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), umaand Space Administration
organização governamental dos Estados Unidos, responsável por pesquisas tecnológicas e programas espaciais,
originalmente dedicada a observações dos recursos naturais terrestres. Desde a década de 1960, já foram
lançados oito LandSat, que contribuem para evoluções de técnicas e pesquisas no geoprocessamento (LONGLEY, 
 2004).et al.
1.4.2 Técnicas, evolução e aplicação do geoprocessamento
O geoprocessamento surgiu para processar dados georreferenciados e, com isso, ganhou um significado de
progresso de representação da Terra. O Sistema Geográfico de Informação (SIG) relaciona a análise, manipulação
e armazenamento dos dados, mas, por ser uma técnica multidisciplinar, serve para diversos usos e aplicações, e
torna-se um instrumento estratégico para conhecer e reconhecer o território e os fenômenos que ali se
desenvolvem, a partir de diversas características.
O geoprocessamento auxilia no planejamento e gestão, pois permite uma visão holística e sistematizada de todas
as relações dos diferentes dados e componentes que compõem uma variável.
Salientando que as geotecnologias são compostas por soluções de hardware, e (pessoassoftware peopleware 
que trabalham direta ou indiretamente com tecnologia da informação), elas se tornam uma ferramenta
importante para a gestão e planejamento e nas tomadas de decisões. Além disso, as geotecnologias destacam-se,
além do SIG, pela cartografia digital e sensoriamento remoto (ROSA, 2005).
O LandSat 7 operou de 1999 a 2003, e utilizou um sensor ETM (Enhanced Thematic Mapper Plus), que tem por
finalidade aumentar a resolução espectral, além de ter uma resolução espacial de 60 metros e composições
coloridas com 15 metros de resolução. Este satélite teve como maior aplicação ao acompanhamento de uso
agrícola de terras, monitoramento das áreas de preservação, desmatamento, urbanização, cobertura vegetal,
atualização de mapas, queimadas, secas, inundações, sedimentos das bacias hidrográficas (EMBRAPA, 2013).
Outros diversos satélites, posteriormente, tiveram sucesso, como o Spot em 1972, iniciativa do governo francês,
e atualmente já lançaram o Spot 5.
Em 1988, foi lançado o satélite Cbers, em cooperação entre o Brasil e a China. As imagens do Cbers são gratuitas
e disponibilizadas pelo INPE. Diversos outros satélites foram lançadas como Ikonos (1999), Quick Bird (2001),
Terra (1999) e Aqua (2002), Rapideye (2008), GeoEye (2008) (PANIZZA; FONSECA, 2011; EMBRAPA, 2013). 
Identificar os fenômenos terrestres e suas dinâmicas são fundamentais para pesquisas, projetos e planejamento
ambiental. Além disso, a partir dos fenômenos terrestres, são estabelecidos os horários de verão, fusos horários, 
mapeamento de riscos e de vulnerabilidades, inundações, etc.equinócio, solstício, 
- -19
Profissionais da geotecnologia necessitam de ferramentas para o uso diário e há muitas opções. Desde os
programas mais caros e de difícil acesso, até os casos de sucesso com os softwares livres no meio governamental
e privado. Atualmente, no Brasil, temos os TerraView e Spring, desenvolvidos pelo INPE e o softwares software
 i3Geo, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, que são economicamente viáveis, tecnologiasonline
independentes e socialmente justas e com qualidade de resultados (SILVA, MARIANI; GONZÁLEZ, 2012).
Por fim, estudar técnicas, aplicações e representações para a construção de mapas pode ser um processo
moroso, porém sempre resulta em uma melhor qualidade e eficácia.
Síntese
Concluímos os estudos introdutórios sobre geotecnologias. Neste capítulo, você aprendeu os fundamentos
teóricos da geotecnologia e sua importância para os estudos ambientais, sociais, econômicos e culturais. Além
disso, compreendeu que os SIGs integram dados de diversas fontes e criam bancos de dados. Vimos que a
aplicabilidade da cartografia básica sistemática e temática tem por finalidade representar o espaço territorial.
dispõem de instruções reguladoras da cartografia nacional. E,Você compreendeu as normativas brasileiras que 
por fim, aprendeu sobre as coordenadas geográficas, sistemas de geodésicos e projeções cartográficas, que são
primordiais para uma boa leitura e construção de mapas ou cartas.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• conhecer as ferramentas que compõem as geotecnologias e suas formas de utilização;
• identificar os sistemas de representação cartográfica e o papel das geotecnologias;
• estudar os princípios básicos da cartografia sistemática e temática;
• compreender as normatizações;
• conhecer os sistemas de coordenadas geográficas;
• reconhecer o sistema dereferência geodésicas da superfície terrestre;
• explorar as diferentes projeções cartográficas;
• acompanhar a evolução da linguagem cartográfica no meio computacional;
• analisar as ferramentas geotecnológicas.
VOCÊ QUER LER?
Os pesquisadores Raul Reis Amorim e Regina Célia de Oliveira (2013) realizaram um estudo
sobre o zoneamento ambiental, subsídio ao planejamento no uso e ocupação das terras da
costa do descobrimento. A pesquisa se justifica por ser uma região de povoamento pioneiro no
país, com diversas ações e transformações antrópicas e fragilidades ambientais. Leia no
endereço: < >.http://www.redalyc.org/html/2736/273629350015/
•
•
•
•
•
•
•
•
•
http://www.redalyc.org/html/2736/273629350015/
- -20
Bibliografia
AMORIM, R. R.; OLIVEIRA. R. C. Zoneamento ambiental, subsídio ao planejamento no Uso e ocupação das terras
da costa do descobrimento. Mercator. Fortaleza, v. 12, n. 29, p. 211-231, set./dez. 2013. Disponível em: <
http://www.redalyc.org/html/2736/273629350015/>.Acesso em: 08/08/2018.
ANTENUCCI, J.C.; : a guide to the technology. New York: Van Nostrandet al. Geographic information system
Reinhold, 1991. 301p.
ARCHELA, R. S. : bibliografia da cartografia na geografia no período de 1935-Análise da cartografia brasileira
1997. São Paulo. Tese (Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000.
ARONOFF, S. : a management perspective. Geographic information systems Ottawa: WDL Publications, 1989.
295p.
BRASIL. . Fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira eDecreto-lei n. 243, de 28 de fevereiro de 1967
dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0243.
>. Acesso em: 08/08/2018.htm
BRASIL. Estabelece as Instruções Reguladoras das NormasDecreto n. 89.817, de 20 de junho de 1984.
Técnicas da Cartografia Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989
>. Acesso em: 08/08/2018./d89817.htm
BURROUGH, P. A.; MCDONNELL, R.A. . Principles of geographical information systems Oxford, Oxford
University Press, 1998.
CÂMARA, G. Anatomia de sistemas de informações geográficas: visão atual e perpectivas de evolução. In: ASSAD,
E., SANO, E., : aplicações na agricultura. Brasília, DF: Embrapa, 1993.Sistema de informações geográficas
CÂMARA, G. . Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),Geoprocessamento para projeto ambientais
1996.
CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. . São José dos Campos,Introdução à Ciência da Geoinformação
INPE, 2001. Disponível em: <http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc
>. /publicacao.pdf Acesso em: 08/08/2018.
DOLLFUS, O. . 4. ed. São Paulo: Difel, 1982.O espaço geográfico
EASTMAN, J. R. : user’s guide - version 2.0. Idrisi for Windows Worcester, MA: Clark University, 1997.
EDNEY, M. : The Geographical Construction of British India, 1765-1843. Chicago: UniversityMapping an Empire
of Chicago Press, 1997.
EMBRAPA. . Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Satélites de Monitoramento Centro Nacional de
Pesquisa de Monitoramento por Satélite, atualizado em 25-09-2013. Disponível em: <https://www.cnpm.
embrapa.br/projetos/sat/#>. Acesso em: 14/8/2018.
GOODCHILD, M. Geographical information science. International Journal of Geographical Information
, 6 (2): 35-45, 1992.Systems
GOOGLE. . Local de Santa Maria. Disponível em: < >. Acesso em: 14Google Earth https://earth.google.com/web/
/8/2018.
HAMADA, E.; GONÇALVES, R. R.V. : princípios básicos e aplicação.Introdução ao Geoprocessamento
Jaguariúna, SP. EMBRAPA, 2007. Disponível em: <http://www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_67.
>. pdf Acesso em: 8/8/2018.
IBGE. Frequently Asked Questions - Perguntas Mais Freqüentes. Portal Instituto Brasileiro de Geografia e
, 2018. Disponível em: <Estatística https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/geodésia/pmrg/faq.shtm>.
Acesso em: 8/8/2018.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. . Versão 2010. Disponível em: < <Santa Maria, RS
ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos
>. Acesso em: 8/8/2018./censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/rs/santa_maria_v2.pdf
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). SGI 2.5 – Introdução ao Sistema de Informações
http://www.redalyc.org/html/2736/273629350015/
http://www.redalyc.org/html/2736/273629350015/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0243.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0243.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2089.817-1984?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d89817.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d89817.htm
http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf
http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf
https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/sat/#
https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/sat/#
https://earth.google.com/web/
http://www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_67.pdf
http://www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_67.pdf
https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/pmrg/faq.shtm
https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/geod
ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos/censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/rs/santa_maria_v2.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos/censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/rs/santa_maria_v2.pdf
- -21
>. Acesso em: 8/8/2018./censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/rs/santa_maria_v2.pdf
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). SGI 2.5 – Introdução ao Sistema de Informações
. Imagem Geosistemas. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1995.Geográficas – SGI
LONGLEY, P. A.; Geographic Information Systems and Science. et al. Information Systems and Science
, 2nd ed., p. 539. Canadá: Laval University, 2004.Management
MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. . Brasília:Introdução ao Processamento de Imagens de Sensoriamento Remoto
UnB/CNPq, 2012. Disponível em: <http://www.cnpq.br/documents/10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-
>. e9693e4f69d8 Acesso em: 8/8/2018.
MIRANDA, J.I. . Brasília: Embrapa InformaçãoFundamentos de sistemas de informações geográficas
Tecnológica, 2005. 425p.
OLIVEIRA , Mapeamento da vegetação urbana da cidade de vila velha, ES. Pag 23- 40. In: SANTOS, A. R.et al.
(org.). : aplicações práticas. Thiago de Oliveira Tuler (ilustrador). AlegreGeotecnologias & análise ambiental
(ES): CAUFES, 2015. 230 p.: il. Disponível em: <http://www.mundogeomatica.com.br/Livros
>. Acesso em: 08/08/2018./LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
PANIZZA, A. C, FONSECA, P. D. Técnicas de interpretação visual de imagens. , SãoGEOUSP - Espaço e Tempo
Paulo, n. 30, p. 30-43, 2011.
RODRIGUES. F. A. G. . 160 f.Evolução da Representação Cartográfica Passado, Presente e Futuro dos Mapas
(Dissertação de Mestrado). Universidade de Lisboa, 2013.
RODRIGUES, F. : O Passado, Presente e Futuro dos mapas.Evolução da Representação Cartográfica
(Dissertação de mestrado). Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, 2013.
Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication
>. Acesso em: 8/282875559_Evolucao_da_Representacao_Cartografica_O_Passado_Presente_e_Futuro_dos_mapas
/8/2018.
ROSA, R. . 5 ed. Uberlândia: EDUFU – Editora da Universidade Federal daIntrodução ao sensoriamento remoto
Uberlândia, 2003. 222p.
ROSA, F. S. Geotecnologias na Geografia Aplicada. , n. 16, p. 81-90. SãoRevista do Departamento de Geografia
Paulo Universidade de São Paulo-USP, 2005.
SANCHEZ, M. Conteúdo e eficácia da imagem gráfica. , v.11, n.21/22, p. 74-80.Boletim de Geografia Teorética
São Paulo, 1981.
SILVA, A. C. C.; MARIANI, L.; GONZÁLEZ, R. H. A. Ferramentas e aplicação de geoprocessamento e
. Agência Nacional das águas (ANA). Foz do Iguaçu:sensoriamento remoto com ênfaseem recursos hídrico
ANA, 2012. Disponível em: < >.https://capacitacao.ead.unesp.br/dspace/bitstream/ana/100/4/Unidade_4.pdf
Acesso em: 8/8/2018.
TAYLOR, D. R. F. . Education and training in contemporary cartography Chichester (UK): John Wiley & Sons, 
1985.
ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos/censo_demografico_2010/mapas_municipais_estatisticos/rs/santa_maria_v2.pdf
http://www.cnpq.br/documents/10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-e9693e4f69d8
http://www.cnpq.br/documents/10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-e9693e4f69d8
http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/LivroGeotecAnaliseAmbiental/GeotecAnaliseAmbientalEbook.pdf
https://www.researchgate.net/publication/282875559_Evolucao_da_Representacao_Cartografica_O_Passado_Presente_e_Futuro_dos_mapas
https://www.researchgate.net/publication/282875559_Evolucao_da_Representacao_Cartografica_O_Passado_Presente_e_Futuro_dos_mapas
https://capacitacao.ead.unesp.br/dspace/bitstream/ana/100/4/Unidade_4.pdf
	Introdução
	1.1 Fundamentos teóricos das geotecnologias e do geoprocessamento
	1.1.1 Surgimentos e evolução das geotecnologias
	1.1.2 Estruturação e armazenamento de dados geoespaciais
	1.2 Princípios de cartografia sistemática e temática
	1.2.1 Objeto da cartografia sistemática
	1.2.2 Objeto da cartografia temática
	1.2.3 Bases normativas da cartografia
	1.3 Sistemas de coordenadas geográficas, sistemas geodésicos de referência e de projeção cartográfica
	1.3.1 Coordenadas geográficas e a localização dos objetos
	1.3.2 Sistema geodésico de referência
	1.3.3 Principais sistemas de projeção cartográfica e suas aplicações
	1.4 As geotecnologias e o geoprocessamento
	1.4.1 Princípios de geoprocessamento
	1.4.2 Técnicas, evolução e aplicação do geoprocessamento
	Síntese
	Bibliografia

Continue navegando