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Metodologia da economia

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1 
 
METODOLOGIA DA ECONOMIA 
 
 
 
 
Prof. Dr. Altacir Bunde 
E-mail: altacirbunde@unipampa.edu.br 
Santana do Livramento, março/abril de 2019 
mailto:altacirbunde@unipampa.edu.br
1) O POSITIVISMO LÓGICO E A 
“VISÃO RECEBIDA”. 
2) POPPER E O FALSEACIONISMO 
 
2 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
 O Sec. XIX presencia avanços da ciência, mas especialmente 
da fé na ciência. É o século da convicção inabalável no 
progresso continuo da humanidade. 
 Essa atitude cientificista se une no século XX com 
desenvolvimentos em filosofia e em matemáticas que supõem 
que o essencial é construir uma ciência livre das 
ambigüidades da linguagem cotidiana. 
 Isso converge numa escola que define o estilo de filosofia da 
ciência do Sec. XX: o positivismo lógico, proposto por um 
grupo de filósofos de Viena (o “Círculo de Viena”, portanto) 
reunidos em torno de Moritz Schlick especialmente na década 
de 1920. 
 
3 
4 
 Por ter sido predominante na primeira metade do século e 
por ser o pano de fundo contra o qual se levantaram as 
escolas críticas, esta perspectiva pode ser melhor definida 
como a “visão recebida”. 
 Esta visão foi se modificando ao longo dos anos. 
 Proponentes posteriores chamaram-na de “empirismo 
lógico”, mas também tem elementos de outras correntes 
filosóficas. 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
 As características fundamentais do positivismo lógico são: 
Defesa do empirismo: 
a) Todo conhecimento deve se originar nos sentidos (são a 
única coisa da qual temos certeza). 
b) Toda linguagem pode ser expressa em formulações lógicas. 
c) O conhecimento científico só pode ter dois tipos de 
afirmações, das que se diz que têm sentido: 
1. Analíticas: são verdadeiras ou falsas por definição 
(1+1=2) 
2. Sintéticas a posteriori: são verdadeiras ou falsas de 
acordo com resultados de observações. (Esse cão é 
preto). 
 
 
 
 
 
5 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
As características fundamentais do positivismo lógico (cont.): 
d) Para terem sentido, as afirmações devem ser testáveis ou, no 
mínimo, em princípio verificáveis. 
• Essa ponte resiste um peso de até 30 toneladas (testável). 
• Há vida em outros planetas (em princípio verificável). 
e) As afirmações que não entram em nenhuma dessas 
categorias são metafísicas, e portanto não têm sentido. 
• Nossa nação tem vocação de grandeza (não verificável). 
f) Há um único método científico, que vale para todas as ciências. 
g) A física constitui o modelo de boa ciência. 
 
 
 
 
6 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
 A questão da formulação de leis: 
 Supõe-se que um dos critérios da boa ciência seja a formulação de 
leis. Mas as leis não são observáveis pelos sentidos, logo têm que 
existir outros critérios. Uma visão ingênua simplesmente supõe que 
as leis são generalizações de observações empíricas: 
• Joguei sódio metálico na água e explodiu. 
• Fiz isso várias vezes. 
• Outros me disseram que com eles aconteceu o mesmo. 
• Logo, posso fazer a lei: “Jogar sódio metálico na água provoca 
explosões”. 
 Essas leis permitem explicar e prever. 
 Mas a maioria das leis é mais complicada;. 
 Por isso, surge outra visão de como podemos fazer explicações: a 
visão nomológico-dedutiva de explicação. 
 
7 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
A visão nomológico-dedutiva da explicação: 
 Há um fenômeno a ser explicado (o explanandum) 
 Temos um conhecimento prévio que permite explicar o 
fenômeno (o explanans). 
 O explanans tem que ter no mínimo uma observação e uma 
lei (nomos), mas elas podem ser mais. 
 A partir das observações e das leis chegamos no 
explanandum por dedução. 
 
 
 
 
 8 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
A visão nomológico-dedutiva da explicação (cont.): 
 Exemplo: queremos explicar porque em certo tempo e lugar 
o preço da batatinha aumentou (explanandum), e sabemos 
(explanans) 
• Observação empírica 1: a firma X tem nesse lugar o 
monopólio da batatinha. 
• Observação empírica 2: os salários da firma X 
aumentaram. 
• Lei: sempre que aumentam os custos de um monopólio, 
este aumentará os preços. 
• Logo, o preço da batatinha aumentou. 
 Veja que este mesmo raciocínio permite explicar e prever. Se 
isto ocorreu no passado, o explicamos; se ocorrer no futuro, o 
prevemos. 
 
 
 
 
 
9 
1. A EPISTEMOLOGIA DO S. XX: A “VISÃO RECEBIDA” 
 Em termos mais gerais, temos: 
 
Leis: L1,....Ln 
Condições iniciais: c1, ..., cn 
Conclusão: E 
 
 A linha marca que esse é um processo dedutivo 
 
 Todavia, esse raciocínio tem problemas: 
Quem toma anticoncepcionais corretamente não engravida. 
Maria fez isso. 
 Maria não engravidou. 
 
 Mas veja que, do ponto de vista formal, daria o mesmo resultado se falássemos 
de João. 
 Logo, a explicação envolve mais do que uma dedução, implica conhecer os 
fatores relevantes (ter uma noção de causalidade) que está além da mera 
relação formal entre sentenças. 
 
 
Explanans 
Explanandum 
10 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 Vimos que a indução desempenha um papel fundamental na 
visão recebida: a partir dela podemos fazer as 
generalizações, logo as leis. 
 Todavia, nunca podemos ter certeza que uma generalização 
do tipo das leis é verdadeira: nunca vamos poder observar 
todos os casos passados, presentes e futuros da lei (o 
famoso caso de “todos os cisnes são brancos”). Portanto, a 
indução não pode nos fornecer conhecimento completamente 
certo. 
 Para fugir desses limites, foram propostas diversas saídas: 
 
11 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 Instrumentalismo: não importa se as leis são verdadeiras, o 
importante é se nos ajudam para predizer eventos 
• P. ex., dizer que todos os homens são auto-interessados 
pode ser mantida mesmo que saibamos que nem todo 
mundo é assim, se as predições feitas com essa teoria 
mostram-se verdadeiras. 
 Confirmacionismo: as leis expressam conhecimento 
provável sobre o mundo, e quanto mais vezes verificamos 
que elas funcionam, maior grau de confiança podemos atribuir 
a essa lei. 
• P.ex., mesmo que não verifiquemos todos os casos 
possíveis de funcionamento da lei da demanda, cada vez 
que vemos um resultado que a confirma, nossa confiança 
nela aumenta. 
 
 
 
 
12 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 A saída mais conhecida para o problema da indução é a 
critica do filósofo austríaco Karl Popper. 
 Segundo Popper, o critério de validade científica deveria ser 
o falseacionismo. 
 O falseacionismo enfatiza que infinitas confirmações não 
podem confirmar que uma generalização (lei) é verdadeira, 
mas um único contra-exemplo pode demonstrar que não o é. 
 
 
 
 
13 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 Popper reconhece que sempre podemos modificar nossas 
afirmações de modo que não sejam falseadas (os cisnes 
negros australianos). 
 Portanto, o que caracteriza a boa ciência é evitar essas 
manobras, o que ele chama de “estratégias de imunização”. 
 Para Popper, a boa ciência é a que faz predições arriscadas. 
 Os casos que levaram Popper a formular sua visão de 
ciência: Marx, Freud (Popper não gostava deles) e Einstein (o 
modelo popperiano de boa ciência). 
 
 
 
 
14 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 Para Popper, o conhecimento avança através da elaboração de 
teorias (conjuntos de leis), que devem ser submetidas aos 
seguintes testes: 
a)Verificar a consistência lógica (interna) da teoria proposta. 
b)Verificar se pode ser falseada (i.e., é possível imaginar uma 
situação na qual ela não funcione), ou se é tautológica (sempre 
funciona). 
c)Compará-la com as teorias existentes que explicam o mesmo 
fenômeno, para ver se ela explica todas as coisas anteriormente 
explicadas e ainda algumas mais. 
d)Testá-la, aplicando-a algum fenômeno concreto que decorre dela. 
Se o resultadoé favorável, se diz que a teoria foi corroborada. 
 Se algum dos passos não se verifica, a teoria passa a ser vista como 
refutada 
 
 
 
15 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 A perspectiva de Popper quanto à filosofia da ciência pode 
ser condensada assim: 
a)As teorias científicas não são inferidas indutivamente a 
partir da experiência, e o conhecimento obtido nunca pode 
ser completamente garantido; todo conhecimento é 
provisório. 
b)As teorias nunca podem ser definitivamente verificadas, 
mas podem ser definitivamente refutadas (falseadas). 
c)O cientista deve escolher entre teorias conflitantes, 
eliminando as falseadas e encontrando critérios racionais 
para escolher entre as não-falseadas. 
 
 
16 
2. OS PROBLEMAS DA INDUÇÃO E A CRÍTICA DE POPPER 
 Para as ciências sociais, Popper entende que sua visão 
geral de filosofia da ciência (o falseacionismo) não é 
suficiente. 
 As explicações nas ciências sociais devem levar em 
conta as intenções dos agentes. 
• Esta mudança de visão em grande parte foi decorrência do 
trabalho de Popper por longos anos na LSE, rodeado por 
filósofos e cientistas sociais, especialmente economistas. 
 Nesse sentido, ele propõe outra metodologia, que ele 
denominou “análise situacional”. 
 
17 
2. Os problemas da indução e a crítica de Popper 
 Segundo essa visão, a análise típica das ciências sociais é 
algo assim: 
a) Descrição da situação: o agente A encontra-se na 
situação C, 
b) Análise da situação: na situação do tipo C, o apropriado 
é fazer G. 
c) Princípio da racionalidade: os agentes sempre 
respondem adequadamente dada a situação na qual se 
encontram. 
d) Explanandum: logo A fez G 
 Crítica: o princípio da racionalidade, que ocupa o lugar da lei, 
não pode ser testado, ao contrário de qualquer lei; logo, essa 
é uma afirmação metafísica (para Popper, não teria cabida 
numa explicação científica). 
 
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GLOSSÁRIO 
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AFIRMAÇÕES 
Há, na Ciência, dois grandes modelos metodológicos: O 
indutivo e o hipotetico‐dedutivo. 
 Falsificabilidade é o processo de confrontar uma teoria com 
dados de observação na tentativa de provar a sua falsidade. 
 Teoria corroborada é a teoria que resistiu às tentativas de 
falsificabilidade. 
Karl Popper é defensor do método hipotético-dedutivo. 
 Segundo Popper, a Ciência é uma conjectura. 
Não existe fundamentação lógica para a indução. 
 
 
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