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Quebrando a Banca

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Quebrando a Banca
nove princípios de sucesso para
a conquista do cargo público
1ª Edição
Joabe Dutra
Reginaldo Coutinho
2015
Apresentação
ATUALMENTE, OS AUTORES Joabe Dutra e Reginaldo Coutinho são auditores do Tribunal de
Contas do Distrito Federal e do Tribunal de Contas da União. Antes disso, ambos foram analistas
judiciários do Supremo Tribunal Federal e Oficiais do Exército Brasileiro, todos os cargos
obviamente ocupados via concurso público.
A primeira pergunta que você, leitor, pode estar se fazendo neste momento é:
“Por que adquirir um livro de dois concurseiros aprovados e classificados em certames
considerados dos mais difíceis, enquanto ainda inicio minha jornada ou mesmo quando
me reconheço cheio de limitações a superar, antes de alcançar o concurso dos meus
sonhos?”
É uma excelente pergunta e os próprios autores também nos revelaram ter desenvolvido, durante a
trajetória que percorreram, forte repulsa ao uso de livros e materiais daquelas pessoas
constantemente aprovadas em tudo quanto é tipo de concurso (o que classificaram como gênios).
E foi justamente o entendimento do porquê desta resistência dos autores a obras dos gênios que nos
levou a patrocinar a publicação deste livro, que, em simples palavras, foi construído por
concurseiros comuns, assim como você.
Tomamos a liberdade de transcrever parte das palavras dos autores por acreditar que elas
efetivamente respondem à sua pergunta:
“Os gênios não nos compreendem. Eles não precisam se esforçar tanto quanto nós, que
somos limitados e que reconhecemos essas limitações, para serem aprovados! Nós
desenvolvemos os nove princípios (e os aplicamos nas nossas conquistas) a partir dos
vários insucessos que obtivemos. O que conquistamos aos 40, os gênios conquistaram
aos 20, com muito menos esforço.”
Este livro é isso, fruto da vontade de dois concurseiros, que, a partir dos vários insucessos,
conseguiram mapear alguns dos sinais que existem no caminho para a aprovação.
Esses sinais foram corretamente desvendados, interpretados e transformados em faróis que poderão
orientar você, navegante que se prepara com afinco e dedicação. Não se trata de loteria ou sorte, mas
minuciosa análise que propiciou a construção, de forma coletiva e sinérgica, desta obra síntese.
Esses simples e reveladores nove princípios poderão te ajudar a conquistar aquelas questões que
farão a diferença entre ser aprovado e ter de esperar o próximo edital.
A Editora
1.
I.
II.
2.
I.
II.
III.
IV.
3.
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
a.
b.
c.
d.
e.
VIII.
IX.
4.
I.
1º-
2º-
3º-
II.
4º-
5º-
6º-
III.
7º-
8º-
9º-
IV.
a.
b.
c.
d.
Sumário
OS DETALHES FAZEM A DIFERENÇA
Base metodológica do Método Quebrando a Banca (Método QB)
Percentual para aprovação em provas do tipo Certo e Errado
COMO O AVALIADOR PENSA
Tem de haver ao menos um
Ao menos um, mas não posso aprovar todo mundo
Preciso equilibrar as questões de acordo com o nível de dificuldade e minimizar o fator sorte
Preciso minimizar a possibilidade de anulação ou modificação das questões
COMO O CANDIDATO DEVE PENSAR
Cada questão é um flash
Toda questão é do tipo errada
Se não há erro, a questão está certa
Cuidado com as questões certas e grife os erros que encontrar
Não brigue com a banca
Pegadinhas – Lenda ou realidade?
Atenção aos Detalhes
Duas leituras: rápida e lenta
Início da frase
Fim da frase
Primeira proposição não tem relação com a segunda
Na dúvida, use o conhecimento
Evite alterar a resposta de itens já resolvidos
Internalizar, testar, praticar e aplicar o Método QB
ACERTANDO NA INCERTEZA, OS NOVE PASSOS PARA O SUCESSO
Postulados Aplicáveis a Questões Verdadeiras
Princípio da prevenção ao recurso
Princípio do “politicamente correto” OU Princípio do “fica difícil negar”
Princípio de que “toda regra tem exceção”
Postulados Aplicáveis a Questões Falsas
Princípio da generalização excessiva
Princípio da restrição excessiva
Princípio do uso da palavra “principal” e expressões equivalentes
Postulados Aplicáveis a Questões Verdadeiras e Falsas
Princípio da mensagem ao candidato a servidor público
Princípio da interpretação de texto
Princípio do equilíbrio OU Princípio do “é tudo ou nada”
Observações aplicáveis a questões do tipo múltipla escolha
Cuidado com a alternativa “A”
Elimine as alternativas absurdas
A alternativa correta se repete
Item extenso e item pequeno
e.
f.
g.
5.
I.
II.
III.
IV.
a.
b.
c.
d.
e.
6.
7.
Reincidências de opções (mais votada)
Não poderá haver duas corretas
Sobrando apenas duas
OBSERVAÇÃO NA APLICAÇÃO DO MÉTODO QB
Princípios combinados
Princípios conflitantes
Visão do Todo - Princípios explícitos e implícitos
Limitações na aplicação do Método QB
Questões Diretas
Cálculos, questões da área de exatas
Princípios contraditórios na mesma questão
Tempo limitado
Pouco conhecimento sobre as disciplinas
CONCLUSÃO
GLOSSÁRIO DE TERMOS “CONCURSÍSTICOS”
Relação de tabelas
Tabela 1 - Os nove princípios para a conquista do cargo público
Relação de gráficos
Gráfico 1 – Evolução da média para classificação no Concurso do TCU
Gráfico 2 – Percentuais líquidos para classificação no TCU – Caso 1
Gráfico 3 – Percentuais líquidos para classificação no TCU – Caso 2
Gráfico 4 - Distribuição de tipos de questões por nível de prova
Agradecimentos
NORMALMENTE, ACREDITAMOS QUE uma obra é fruto do talento e da elevada capacidade de
seus autores. No entanto, este livro não segue essa lógica. Seguramente podemos dizer que ele é fruto
de nossas limitações e, por mais paradoxal que possa parecer, foram elas que nos trouxeram até aqui.
Após muito tempo investindo em estudo para concurso (e também após muitas reprovações!!!),
consegui identificar algumas das minhas limitações que comprometeriam meu sonho: não tinha tempo
suficiente para estudar todos os temas e não tinha capacidade para dominar todas as matérias
exigidas no edital.
Diante disso, me restaram duas opções: abandonar o meu sonho ou desenvolver uma estratégia para
contornar essa limitação. Escolhi a segunda opção e dessa escolha, nasceu o Método QB.
Agradeço, portanto, a Deus pelas minhas limitações, pois elas tornaram possível a confecção deste
livro, que espero que possa ajudar a muitos. Agradeço também por renovar-me o ânimo na busca por
superá-las.
Agradeço a minha família, que é a minha referência nos princípios e valores para a vida.
Aos amigos que foram aprovados antes de mim, e que representaram fonte de inspiração, de
orientação e de modelo a seguir para também alcançar o mesmo objetivo.
Aos amigos concurseiros e companheiros de sala, que me ajudaram a sanar dúvidas, me motivaram
na jornada e não permitiram que eu desistisse no meio do caminho.
Aos mestres, amigos e colegas de trabalho que, de alguma forma, contribuíram ao transmitir seus
conhecimentos e sua experiência particular.
Joabe Dutra
Agradecimentos
COMPLEXA, E SINTO AINDA MAIS difícil do que realizar concursos ou mesmo escrever este
livro, é a tarefa de agradecer. Nunca tive por mote de vida a confecção de uma obra literária; minhas
bases sociais me impeliam a crer-me limitado a tamanho intento. Contudo, foi justamente a partir da
necessidade, e da vontade de crescer, que me fiz constante aprendiz dos vários mestres e
companheiros concurseiros que me auxiliaram e me orientaram no trajeto da via crucis que percorri
para alcançar os meus sonhos. A esses, mestres e companheiros concurseiros, depois de Deus e de
minha família, meus agradecimentos.
A Deus agradeço pela oportunidade de existir em uma era tão especial para a humanidade. Nos
últimos anos, nossa sociedade tem evoluído como em progressão geométrica em variadas dimensões
e ciências. Vivenciar esse momento é um privilégio para cada um de nós. Possuir energia, paz e
capacidade intelectual para deixar um pouco de mim nesse momentum é fator de muita alegria,
felicidade e agradecimento a Deus.
Aos meus familiares, bússola que orienta as ações que realizo, agradeço pelo carinho, paciência e
fonte constante de motivação. As dificuldades que enfrentamos foram o combustível que me
impulsionou até este momento. Minhamãe e guerreira foi o meu suporte moral e ético; minha esposa
e meus filhos me sustentaram nos momentos de maior aflição e dificuldade; meus irmãos me
incentivam a crer que ainda sou capaz de mais. Aos meus agradeço.
Em verdade, essa obra não é fruto de nosso único conhecimento (eu e o Joabe); ela sumariza vários
ensinamentos dos mestres e companheiros de sala que conhecemos e dos grupos de estudos que
integramos durante nossa jornada “concursística”. Mais que simplesmente caminhar, tivemos a grata
felicidade de vivenciar e de compartilhar, efetivamente, cada momento do trajeto. De nossas
observações, experiências, lições dos mestres e orientações dos amigos, nasceram alguns dos
princípios que explicitamos nesta obra. A vocês, que não ouso nominar por receio de cometer a
injustiça de não citar a todos, meu muito obrigado.
Reginaldo Coutinho
Prefácio
À PRIMEIRA VISTA, O TÍTULO DESTA obra pode induzir o leitor a acreditar que se trata de um
livro voltado a expor técnicas de jogos de cartas, ou mesmo que se trata de uma análise do filme
americano “21”, que em Portugal recebeu o nome de “21: A Última Cartada” e que no Brasil foi
traduzido com o mesmo nome desta obra: “Quebrando a Banca”.
Nas telas, um grupo de alunos geniais, liderados por Kevin Spacey, invade os cassinos de Las Vegas
e utilizando-se de técnicas de contagem de cartas consegue ganhar milhares de dólares no jogo 21,
também conhecido como blackjack.
Guardadas as devidas proporções, é possível identificarmos sim uma leve correlação entre o filme e
o objetivo maior deste trabalho: compartilhar experiência acumulada durante os anos de
concurseiros, expondo as estratégias de resolução de prova, as técnicas de indução a erro comumente
utilizadas pelas bancas e as formas de aplicá-las para que você vença a banca, alcançando, assim, o
sonhado cargo público.
A semelhança entre as duas obras está justamente na exposição das técnicas de contagem capazes de
levar o amigo leitor a acertar questões quando em dúvida, o que, no final das contas, o conduzirá a
ganhar a sonhada vaga. O sucesso da metodologia está calcado no entendimento das estratégias
utilizadas pelo examinador durante o processo de formular uma questão de concurso, bem como na
identificação de grupos de palavras e expressões repetidamente utilizadas, com vistas a minimizar a
possibilidade da questão ser invalidada por meio de recursos.
Não é segredo que a nota de corte para classificação nos concursos nacionais tem sido cada vez
maior, notadamente para aqueles considerados como concursos de ponta: Tribunal de Contas da
União, Magistratura, Senado Federal, Câmara dos Deputados, carreiras de controle, do ciclo de
gestão e de agências reguladoras, Tribunais Superiores etc.
As causas para essa ampliação na média da nota de corte incluem a melhoria no preparo dos
concurseiros, provocada, em grande parte, pela proliferação de cursos preparatórios, tanto
presenciais quanto online (a nova fronteira).
Nós, concurseiros, vivenciamos três fases distintas durante a trajetória rumo à aprovação: na
primeira fase da caminhada, costumamos atribuir o sucesso na aprovação exclusivamente ao fator
sorte. Ainda nos ouvimos dizer: “se eu tivesse um pouquinho mais de sorte…”; “se tivesse
estudado só mais duas semanas…” ou “se tivesse lido um pouquinho mais aquela matéria…”.
Na segunda fase, vencida a prematura e a errônea intepretação de que para passar basta sorte,
costumamos atribuir o sucesso exclusivamente ao preparo. Nesta fase, desprezamos qualquer coisa
que não esteja relacionada à plena e à meticulosa análise e estudo das matérias, assuntos e tópicos
constantes dos editais.
É verdade que há os que conseguem alcançar o sucesso de serem aprovados em um grande concurso
sem chegar à terceira fase, o que não foi o nosso caso. Tivemos de chegar a esta última para
compreender que a conquista de um cargo, notadamente nos grandes concursos, exige a tríade:
preparo adequado, sorte (desta vez traduzida como a capacidade de interpretar a questão da forma
como o examinador a pensou) e gestão de prova.
Essa obra busca exatamente isso: trazer de uma forma simples e direta - sem se tornar mais uma
matéria a ser estudada pelo já assoberbado candidato - as técnicas de contagem comumente
repetidas pelas bancas examinadoras durante a elaboração de suas questões, proporcionando, aos
que se prepararam adequadamente, mais uma ferramenta para ajudá-los no alcance do objetivo
proposto.
Como dizia um amigo concurseiro: “nenhum de nós precisa saber mais que a banca, só precisamos
passar!”. E a verdade é que ser aprovado está a cada dia mais difícil, e hoje, ainda mais do que
antes, conseguimos concluir que o sucesso realmente mora nos detalhes. Vários desses detalhes
são evidenciados nas letras e palavras que integram esse pequeno mapa do tesouro.
Nossa expectativa é de que esta obra possa ajudá-lo a construir o seu sucesso!
Autores
1. OS DETALHES FAZEM A DIFERENÇA
“Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho.”
Vitor Belfort
DURANTE UMA ENTREVISTA, NA QUAL o lutador brasileiro de mixed martial arts (MMA)
Vitor Belfort acabara de detalhar sua rotina de treinamentos, expondo os sacrifícios diários a que se
submetia para combater utilizando o melhor de suas capacidades, o repórter indaga, após assistir
reprise de uma luta na qual Vitor nocauteou o adversário em míseros segundos: “que sorte essa
hein!?”. O brasileiro virou-se para o repórter e, reescrevendo semelhante frase do ex-presidente
americano Thomas Jefferson, respondeu: “quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho”.
Alguns termos citados por Vitor Belfort durante a entrevista chamam a nossa atenção porque estão
relacionados a toda e qualquer atividade humana em que haja uma competição, inclusive com a
dimensão “concursística” (o mundo dos concurseiros): sacrifício, treino (preparo) e sorte.
É comum, e isso vai acontecer quando você for aprovado em um grande concurso, que as pessoas
mais distantes do cotidiano de preparo e sacrifício atribuam o sucesso de alguém à sorte, aconteceu
com Vitor Belfort (no caso dos combates), com Thomas Jefferson, conosco e vai acontecer com você
também.
A verdade é que, nos dias de hoje, ser aprovado em um grande concurso público exige dos
candidatos a manutenção de uma rotina de estudos tão árdua (preparo/treino) quanto a de qualquer
outro atleta de ponta, inclusive semelhante a dos atuais e famosos lutadores de MMA. Sem sacrifício
diário, dedicação e persistência o candidato, realmente, só pode contar com a sorte para ser
aprovado; e ela, por si só, não é mais suficiente.
Não que a sorte não seja necessária; mas além dela, é imperioso que nos preparemos com afinco e
que apuremos constantemente nossas técnicas, inclusive para acertar as questões para as quais não se
têm certeza da resposta.
Mas agora surgem as perguntas: “que tipo de preparo, além de estudar e estudar, eu preciso
desenvolver para ampliar a minha capacidade de ser aprovado? O que diferencia aqueles que
conseguiram alcançar seus objetivos daqueles que ficaram pelo caminho, mesmo compartilhando
as mesmas condições histórico-sócio-econômicas? E que técnicas são essas capazes de me
orientar a acertar as questões para as quais não tinha certeza da resposta?”.
Ainda utilizando o mundo das competições desportivas como suporte material para explicarmos o
mundo dos concursos públicos, é possível percebermos que cada categoria de atleta realiza treinos
específicos, apropriados ao ramo em que atua. Interessante notar que, para o caso dos atletas de
ponta, a técnica, a alimentação, os tipos de treinos necessários para se alcançar o máximo de
rendimento para cada uma das modalidades desportivas são de conhecimento comum, bem
documentados e testados.
I.
Para cada esporte um protocolo distinto. É natural que um atleta que
arremessa discos seja preparado de forma diferente dos atletas que
realizam salto com varas, por exemplo
Para cada esporte existe um protocolo distinto. É natural que um atleta que arremessa discos seja
preparado de forma diferente dos atletas que realizamsalto com varas, por exemplo.
Mas, dentro de uma mesma modalidade esportiva, é natural que cada um dos atletas de ponta possua
carga de preparo semelhante. Ou seja: obedecem ao mesmo protocolo.
Nesses casos, para superarem os adversários, soma-se ao adequado preparo a força mental para,
durante a realização das competições, ler os sinais, os eventos externos que estão a acontecer
naquele momento: a chuva que começa a cair mais forte do que se esperava, a direção e a força do
vento, o rigor do sol, a velocidade e a técnica do adversário. No caso dos concurseiros, o barulho
provocado por um carro de som estacionado em frente ao local onde realizamos a prova, as
palavras e as expressões repetidas pelo examinador em variados concursos e questões, etc.
O dia da prova é um dia diferente!
Essa frase retrata bem que, além do preparo adequado, há fatores que estão além do domínio dos
competidores e que a diferença entre ter sucesso ou não reside na capacidade que cada um de nós
deve desenvolver em ler/reconhecer/identificar as variáveis, interpretando-as de acordo com o
momentum espaço-tempo, e decidir acertadamente.
Cada detalhe é importante nesse processo; eles fazem a diferença. No mundo dos concursos, é raro
encontrar um candidato que tenha conseguido entender, profundamente, todos os tópicos constantes
dos editais. Por mais que tenhamos o tempo necessário para o preparo, é natural e comum chegarmos
naqueles momentos que antecedem a prova e não sentirmos segurança neste ou naquele assunto.
Esta situação só vai se tornar um problema se aquele conteúdo que julgamos não dominar for tema de
algumas questões. E aí? O que fazer nessa situação?
Base metodológica do Método Quebrando a Banca (Método QB)
Metodologia nada mais é do que um conjunto de técnicas que juntas formam uma estratégia para se
alcançar um objetivo estabelecido.
Nesse sentido, as técnicas expostas no Capítulo 4 - Acertando na incerteza, os nove passos para o
sucesso reúnem a materialização da metodologia criada a partir da experiência compartilhada com
amigos e das pesquisas realizadas junto a aprovados e examinadores.
Mas antes de você as ler e internalizá-las, testar a fidedignidade das técnicas nos simulados e na
resolução de questões de provas anteriores e, finalmente, aplicá-las aos momentos concretos de sua
caminhada “concursística” (provas), faz-se necessário expormos as razões fáticas que nos
impulsionaram a criar e aplicar a metodologia. São fatores que nos conduziram aos cargos que ora
ocupamos.
Figura 1 - Fluxo para aplicação do Método QB
Conforme exposto mais acima, você não precisa se martirizar por não ter conseguido entender, em
profundidade, todos os itens que constavam no edital. Isso é natural e ocorre com todos os
candidatos. Por mais que a fase de preparo tenha sido plenamente e acertadamente executada, sempre
haverá fatores extrínsecos que, por vezes apenas aparentemente, nos levarão a crer que deixamos
alguma coisa passar.
(...) quanto mais se estuda, mais cresce o sentimento de incerteza
sobre o que sabemos. Por vezes, até nos questionamos se não estamos
perdendo tudo aquilo que demoramos tanto para ganhar.
O pior é que, quanto mais se estuda, mais cresce o sentimento de incerteza sobre o que sabemos. Por
vezes, chegamos até a nos questionar se não estamos perdendo tudo aquilo que demoramos tanto para
ganhar.
Costumamos explicar essa sensação de desaprender fazendo uso da metáfora do balão de ar
(verdade seja dita, isso também aprendemos com um antigo e sensacional professor concurseiro).
A ideia é simples de explicar e compreender. Imaginemos um balão de ar, daqueles de festa mesmo;
tudo que estiver dentro do balão de ar representa o conhecimento que dominamos. Em contrapartida,
tudo que estiver fora do balão representa o desconhecido.
Separando os dois mundos (o conhecido do desconhecido), temos a matéria física que integra o balão
(a superfície elástica propriamente dita). Essa superfície representa o que denominamos de zona de
incerteza.
Perceba que, quanto mais você estuda, mais você enche o balão de ar e, por consequência, mais você
sabe. No entanto, quanto mais você enche esse balão de ar, mais ele cresce e junto com ele cresce
também a zona de incerteza e o entendimento de que ainda há muito para aprender.
O sucesso nas provas de concursos públicos reside em navegar nesta zona de incerteza de forma a
acertar aquelas questões que meçam apenas interpretação do enunciado, ou mesmo aquelas que não
nos lembramos efetivamente do porquê de acreditarmos que a questão está CERTA ou ERRADA,
II.
apenas sentimos isso.
A síntese é que, quanto mais estudamos, mais entendemos que temos muito ainda a aprender e maior
se torna a área de incerteza sobre a qual temos de tomar decisões na hora da realização das provas.
Perceba os termos utilizados no último período: “temos de tomar decisões”.
Os mais experientes nesta dimensão “concursística” podem ter pensado, enquanto liam essas
palavras: “ora, se não tenho certeza eu não marco a questão”, as famosas práticas de “deixar em
branco”.
Bem, com toda certeza, deixar em branco é uma opção. Ainda mais nas provas do tipo CERTO e
ERRADO com fator de correção um para um, que representam anulação de um acerto para cada
marcação contrária ao gabarito oficial. Ou seja: uma questão errada anula uma certa. Mas essa opção
só vale para esse tipo de prova e não pode ser aplicada às provas do tipo múltipla escolha, que
costumeiramente não têm fator de correção.
Além disso, a segunda parte da nossa base metodológica revelará que deixar questões em branco tem
o mesmo valor de não fazer a prova, na maioria das vezes.
Percentual para aprovação em provas do tipo Certo e Errado
Antigamente, muitos professores e candidatos estabeleceram a errônea premissa de que nas provas
do tipo CERTO e ERRADO com fator de correção o candidato só deveria marcar o gabarito quando
tivesse plena convicção das respostas.
Ecos dessa mensagem ainda persistem em algumas salas e cursinhos do Brasil, contribuindo para
propagar o medo e impedir que alguns dos amigos e companheiros de jornada alcancem o sonhado
cargo público.
A título meramente exemplificativo, apesar de já termos percebido esse mesmo padrão em vários
outros concursos, apresentamos abaixo o Gráfico 1 – Evolução da média para classificação que
evidencia a elevação nos percentuais alcançados para conquista de uma vaga no Tribunal de Contas
da União (TCU), nos anos 2004 e 2014, considerando somente o resultado das provas objetivas e os
classificados para Brasília, localidade onde costuma se localizar as maiores médias:
Gráfico 1 – Evolução da média para classificação no Concurso do TCU
Fonte: <http://www.cespe.unb.br> (em 30/12/2014)
http://www.cespe.unb.br/
O Gráfico 1 – Evolução da média para classificação evidencia, para o caso dos concursos do TCU,
que a menor média alcançada na prova objetiva em 2004 fora de 43% de pontos líquidos, enquanto
que a menor média para classificação em 2014 (57,50%) foi pouca coisa inferior a maior média de
2004 (59,50%).
Esses dados nos possibilitam concluir que, nos dias de hoje, só marcar o gabarito quando convicto
da resposta conduzirá o candidato ao insucesso, pois os percentuais para classificação na maioria
dos concursos superam os 55% líquidos.
Em um exemplo hipotético, consideremos que determinada prova possua 100 questões do tipo
CERTO ou ERRADO e com fator de correção (cada erro elimina um acerto). Para esse exemplo, o
candidato resolveu marcar as 100 questões, pois acreditava ter certeza das respostas, acertou 80 e
errou 20, alcançando a pontuação líquida de 60%, que, como já vimos, representa o limite inferior de
aprovação para o concurso do TCU.
Gráfico 2 – Percentuais líquidos para classificação no TCU – Caso 1
Após alguns anos de caminhada na rota do concurseiro, momento em que tivemos a oportunidade de
realizar vários concursos, simulados e resolver inúmeras questões, conseguimos chegar à conclusão
de que é natural aos candidatos errar entre 5% e 15% das questões que julgam ter certeza da
resposta.Esse mesmo percentual se repetiu nos resultados dos alunos dos cursos que ministramos e nos grupos
de estudos dos quais participamos. Destacamos o Grupo Neurus, cujos integrantes, percursores de
várias das técnicas aqui apresentadas, conseguiram aprovação nos melhores concursos do país: 4
foram aprovados no Tribunal de Contas da União, 2 na Controladoria-Geral da União, 1 no Banco
Central do Brasil, 2 no Tribunal de Contas do Distrito Federal, 2 no Supremo Tribunal Federal, 2 na
Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento e Orçamento.
Considerando a bagagem teórica e a prática vivenciada e compartilhada dentro de sala, nos grupos
de estudos e durante a realização de vários concursos, é possível concluir que, nos dias de hoje, o
candidato deve evitar o máximo deixar questões em branco.
Retomando o Gráfico 2 – Percentuais líquidos para classificação – Caso 1, é possível constatar
que se o candidato marcar menos de 70 questões, numa prova que tenha 100 alternativas, a
possibilidade dele passar reduz-se consideravelmente.
Perceba: se a experiência evidencia que o natural é errarmos entre 5% e 15% das questões que
julgamos ter certeza da resposta, considerando que esse candidato erre 10% (meio termo), ele
alcançará a pontuação de 63 acertos e 7 erros, obtendo 56 pontos líquidos. Fato que, nos concursos
de hoje, deixará o candidato de fora do número de vagas (o último do TCU alcançou 57,50%).
Conforme sumariza o Gráfico 3 - Percentuais líquidos para classificação no TCU – Caso 2 abaixo:
Gráfico 3 – Percentuais líquidos para classificação no TCU – Caso 2
Os dois fenômenos evidenciados até aqui, tanto o efeito balão de ar quanto a ampliação nos
percentuais líquidos para aprovação/classificação, nos conduzem à conclusão de que precisamos
alavancar nossa capacidade de marcar questões para as quais não temos certeza da resposta.
E como fazer isso??? Quais são as estratégias utilizadas pelos examinadores para minimizar a
ocorrência de recursos e que podem te auxiliar a acertar uma questão???
A partir dos conceitos expostos acima, vamos detalhar no próximo capítulo algumas técnicas que
poderão te ajudar no alcance do cargo público.
(...) o uso eficiente das técnicas poderá te render algumas questões
preciosas que, assim como meio segundo faz diferença entre o ouro e
o quarto lugar nas olimpíadas, te conduzirão a sonhada
aprovação/classificação.
Já citamos antes, mas, no entanto é bom reforçar, pois a repetição é a mãe do ensino: as técnicas
apresentadas não substituem o adequado preparo, mas o uso eficiente delas poderá render a você
algumas questões preciosas que te conduzirão a sonhada aprovação/classificação, assim como meio
segundo faz diferença entre o ouro e o quarto lugar nas olimpíadas.
2. COMO O AVALIADOR PENSA
“Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo;”
Sun Tzu
A CONSTRUÇÃO DOS NOVE PRINCÍPIOS, explicitados nesta obra e que facilitarão o seu
caminhar rumo à aprovação, foi realizada a partir da prática e da análise sobre variados tipos de
provas, matérias e assuntos.
A partir do entendimento de como o examinador pensa, é possível, durante a realização de qualquer
questão, buscar indícios que o auxiliarão a ratificar a decisão que tomou, quando acreditar conhecer
a resposta, ou mesmo quando houver alguma dúvida, ajudar você a acertá-la.
Assim que começamos a dar aulas, percebemos que muitos concurseiros ainda adotavam o mau
hábito de não realizar questões das provas anteriormente aplicadas. Nós mesmos já havíamos
cometido esse erro no passado.
Esse fato acontece porque desde os primeiros dias de escola todos fomos treinados a pensar de
forma sequencial. Primeiro o nosso “tio” ou “tia” precisou ensinar o que era um substantivo, um
verbo, um pronome, um artigo etc. Depois disso, ele aplicava uma prova que nos exigia lembrar
desses temas ministrados.
É óbvio que algumas pessoas ainda adotam esse comportamento imaturo e reativo em várias
situações de suas vidas. Essa visão sequencial dos fatos ainda limita vários concurseiros que, mesmo
em salas de cursos preparatórios, não investem em conhecer as questões da banca examinadora do
certame que desejam ou mesmo realizar simulados.
(...) ​ nós que estamos realmente comprometidos com nosso sucesso
precisamos ser proativos, precisamos nos antecipar à banca e ao
examinador resolvendo ou lendo as questões aplicadas nos concursos
anteriores, ao menos as dos três últimos anos.
Entretanto, nós que estamos realmente comprometidos com nosso sucesso precisamos ser proativos.
Precisamos nos antecipar à banca e ao examinador, resolvendo ou lendo as questões aplicadas nos
concursos anteriores, ao menos as dos três últimos anos.
I.
II.
III.
O Método QB, calcado na premissa de que precisamos aprender a navegar na incerteza e a estar
atentos quanto a repetições de grupos semânticos (base dos princípios detalhados no Capítulo 4 -
Acertando na incerteza, os nove passos para o sucesso), também tem por fundamento a análise do
contexto em que se dá a realização do concurso, bem como das responsabilidades que bancas e
examinadores têm de cumprir quando organizam um concurso público ou formulam uma questão.
As premissas abaixo expõem essa análise de contexto, atentando-se para as responsabilidades e
precauções que os atores envolvidos no processo de realização do concurso devem observar e que
inclusive podem ser reconhecidas como suporte fático da metodologia.
Tem de haver ao menos um
A primeira responsabilidade de uma banca contratada para realizar um determinado certame é
aprovar alguém.
Exceto em raros casos, notadamente nos concursos para a magistratura, o natural é que ao final do
certame exista uma lista de futuros agentes públicos. Mas perceba que mesmo nesses concursos
(magistratura), as eliminações dos candidatos só costumam ocorrer nas fases pós prova objetiva, fato
que também torna possível aos concurseiros desse ramo fazer uso do Método QB.
Em simples palavras, é preocupação da banca e do examinador preparar uma prova que possibilite a
constituição de uma lista de aprovados. Se todos os candidatos que fizerem a prova forem
reprovados, a banca não conseguiria atender o objeto para o qual fora contratada.
Ao menos um, mas não posso aprovar todo mundo
Parece óbvio, mas o entendimento dessa premissa nos leva a conclusão de que as questões terão de
ser pensadas de forma que seja possível selecionar os candidatos mais bem preparados (não quer
dizer que são os mais inteligentes) sem que existam muitos empatados com a mesma quantidade de
pontos.
Nesse sentido, é importante destacar que a seleção dos que ingressarão nos quadros da
Administração Pública não pode ser calcada exclusivamente no fator sorte. Além disso, como já
vimos no tópico anterior, é preciso garantir uma lista de candidatos aprovados com diferentes notas.
Essas duas precauções nos conduzem às próximas duas premissas que deverão ser supridas por
banca e examinador.
Preciso equilibrar as questões de acordo com o nível de dificuldade e minimizar o
fator sorte
Neste ponto, a experiência nos fez perceber que a construção das provas é feita de forma a garantir
que existam questões: fáceis, médias, difíceis e - com o objetivo de provocar diferenciação entre os
candidatos mais experientes, os que conhecem profundamente vários dos temas dos editais – as
novidades legislativas, jurisprudenciais e/ou doutrinárias.
Alertamos que essas novidades não devem ser motivo de desconforto e preocupação. Você precisa
entender que o percentual dos tipos de questões vai variar de cargo para cargo e de acordo com o
nível do concurso. Porém, o percentual dessas ditas novidades é rotineiramente pequeno.
Gráfico 4 - Distribuição de tipos de questões por nível de prova
IV.
Temos certeza que você já observou que algumas questões se repetem com extrema frequência nas
provas. Não é verdade?
Essas questões compõem o grupo das fáceis (mesmo que inicialmente classificadas como “difícil” ou
“novidade”) e você, que quer a vaga, não poderá errá-las. Isso porque os candidatos que realmentese preparam dificilmente irão perdê-las. E a pergunta que surge é: “como não errá-las?”.
A solução é simples: ler todas as provas dos últimos três anos da banca do certame pretendido,
mesmo as de nível diferente do cargo pretendido. Já vimos questões aplicadas em concursos para o
nível superior serem repetidas logo depois para os cargos de nível médio, e já vimos também
questões objetivas de provas deste nível serem cobradas como discursivas em provas de nível
superior.
Perceba que esta seção está diretamente relacionada às duas anteriores. Se um examinador se
preocupar em colocar somente questões difíceis na prova, aquelas consideradas das mais pesadas, é
possível que não haja sequer um candidato aprovado ou ainda que, já que as questões são todas
difíceis, os concurseiros adotem a estratégia de simplesmente chutar as respostas, fato que nivelará
todos os candidatos pelo fator sorte.
Por outro lado, se as questões forem todas fáceis, é provável que muitos candidatos empatem nas
melhores posições e que, mais uma vez, não se consiga selecionar o candidato mais preparado.
Preciso minimizar a possibilidade de anulação ou modificação das questões
A realização de um concurso público provoca o surgimento de variadas relações no plano fático.
Além das relações que se estabelecem entre os diretamente envolvidos: órgão/entidade contratante e
banca contratada, também temos as que surgem entre a banca e os examinadores e entre a banca e os
candidatos que se inscreverão para o concurso.
Cada um desses candidatos poderá fazer surgir vários outros eventos, desde compras de passagens
aéreas e reservas em hotel, até contratação de pessoas para cuidar dos filhos/parentes no dia da
realização do concurso.
Enfim, perceba que a possível anulação de um concurso tem repercussão na vida de muitas pessoas,
fato que também contribui para a perda de credibilidade da banca organizadora ou mesmo a
imposição de restrição à realização de novos concursos por esta.
Outra situação que também contribui para a redução/perda da credibilidade de uma banca é o
elevado índice de questões anuladas ou modificadas por meio de recursos. Nesses casos, a banca
buscará verificar quem foi o examinador responsável pela formulação da questão e, dependendo do
caso, poderá não mais contratá-lo.
As informações aqui expostas nada mais são do que pequenos exemplos de como o processo de
anulação de uma questão, ou mesmo de uma prova inteira, pode causar prejuízos a todos os
envolvidos.
É importante que você tenha isso em mente porque algumas questões, caso tenha dúvida, poderão ser
solucionadas pelo Princípio da prevenção ao recurso, detalhado no Capítulo 4 - Acertando na
incerteza, os nove passos para o sucesso.
I.
II.
III.
3. COMO O CANDIDATO DEVE PENSAR
“Na guerra, a audácia é o mais formoso cálculo do gênio.”
Napoleão
APÓS ESPECIFICAR ALGUNS DOS detalhes que envolvem a realização de um concurso público
e detalhar atitudes e comportamentos adotados pelas bancas (situações que inclusive servem de
suporte fático para os princípios detalhados no Capítulo 4 - Acertando na incerteza, os nove
passos para o sucesso desta obra), passamos, de forma simples e objetiva, a expor alguns dos
comportamentos que você deve internalizar e repetir.
As informações abaixo não são frutos de nossa exclusiva compreensão do universo “concursístico”;
na verdade elas sintetizam lições aprendidas de vários companheiros e professores que percorreram
conosco nossa pequena jornada. Temos certeza que a internalização desses conceitos poderá acelerar
sua aprovação no concurso de seus sonhos, assim como o fez conosco.
Cada questão é um flash
A primeira das premissas diz respeito a necessidade de você manter-se plenamente concentrado na
leitura e na resolução da questão enquanto busca, em suas memórias, o conhecimento para resolvê-la.
É comum que candidatos menos experientes fiquem dispersos durante essa atividade e por vezes,
apesar de conhecerem o tema, acabam errando a questão por mera falta de atenção. Diz-se que
aquele candidato foi lido pela assertiva.
Entenda melhor essa premissa lendo o tópico Duas Leituras: Rápida e Lenta da seção Atenção aos
detalhes logo abaixo.
Toda questão é do tipo errada
Nas aulas do mestre André Luís (Ministro-Substituto do Tribunal de Contas da União) aprendemos
que a leitura atenta da questão deve ser voltada a encontrar o erro da questão.
Esse comportamento de buscar o erro pode ser aplicado inclusive nas questões do tipo múltipla
escolha. Mesmo nessas, é possível perceber que se faz necessário, para descobrir a alternativa
correta, diferenciar os erros das demais. Encontrado o erro, você deve destacá-lo imediatamente,
com fins de minimizar a possiblidade de se confundir quando da marcação do gabarito.
Se não há erro, a questão está certa
o percentual de questões que trazem consigo algum nível de malícia
oculta é muito pequeno e que não vale apena pautar toda a resolução
IV.
V.
VI.
da sua prova com medo de cair numa casca de banana.
Apesar de aparentemente contraditórias, esta premissa complementa a anterior. Na seção
“Pegadinhas – Lenda ou realidade?” deste capítulo, você vai perceber que o percentual de
questões que trazem consigo algum nível de malícia oculta é muito pequeno e que não vale apena
pautar toda a resolução da sua prova com medo de cair numa casca de banana.
Você deve, ao iniciar uma questão, manter-se totalmente focado nela (cada questão é um flash) e
pesquisar por um possível erro (se o encontrar, grife-o). Contudo, caso não tenha encontrado erro, é
possível que a questão esteja sim certa.
Alguns candidatos acabam sofrendo por não terem encontrado erro e acabam por inventá-lo. Essa
atitude fatalmente os levará a perder a questão.
Cuidado: o equilíbrio é essencial para o bom uso dessas duas premissas.
Cuidado com as questões certas e grife os erros que encontrar
É importante reprisar que toda questão é do tipo errada e que os erros identificados nas alternativas
devem ser destacados. Essa simples atividade minimiza a ocorrência de erros quando da marcação
dos gabaritos.
A experiência demonstra, e isso será reprisado nos princípios adiante, que devemos ter mais
cuidado com as questões que acreditamos serem certas do que para com aquelas que
identificamos ao menos um erro. Perceba que para a questão ficar errada, o examinador teve de
incluir ao menos um erro. Identificado o erro inserido, mesmo que houvesse outros, ainda assim você
não perderia a questão.
Contudo, se você julgar que a questão esteja certa, é possível que realmente assim o seja ou que você
não identificou o erro inserido pelo examinador.
Portanto tenha muita atenção quando for marcar a questão como certa, mas mantenha o equilíbrio de
não inventar erros para as alternativas, conforme evidenciado nas duas premissas anteriores.
Não brigue com a banca
O ponto chave desta premissa é que você não precisa querer saber mais que a banca, ou melhor, você
pode e deve saber, mas não deve tentar demonstrar isso durante a realização da prova.
Doutrinar e expor seu ponto de vista sobre algumas das disciplinas e temas do concurso devem ser
exercitados somente depois que terminar a prova/questão ou, melhor ainda, depois de ser nomeado.
A massiva e constante realização de questões anteriores serve para que nos posicionemos de acordo
com a linha e entendimento daquela banca, notadamente para os casos de repetições ou semelhança
de questões.
Pegadinhas – Lenda ou realidade?
“O medo da desgraça é pior que a própria desgraça”
Leib Lazarov
É comum, dentre os concurseiros, os chavões: “atenção às pegadinhas”, “candidato bom é o que
sabe resolver as pegadinhas” e muitas outras expressões similares que tratam das ditas cascas de
PC
Highlight
PC
Highlight
1)
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3)
4)
banana, que seriam artimanhas propositalmente inseridas pelo examinador na formulação das
questões.
Mas será que realmente existem essas armadilhas ocultas? Afinal de
contas, o que são pegadinhas?
Mas será que realmente existem essas armadilhas ocultas? Afinal de contas, o que são pegadinhas?
Aspegadinhas seriam questões elaboradas de forma ardilosa pelo examinador com o objetivo de
confundir o candidato (notadamente o que domina o assunto), levando-o a errar a questão por não
perceber a malícia oculta.
O que devemos fazer para identificar as pegadinhas? Que tipo de treinos podemos realizar para
evitá-las? Que atitudes devemos tomar quando identificamos uma questão que parece ser uma
pegadinha? O que ler? quem procurar? Enfim…. o que fazer em relação às pegadinhas?
A resposta é simples: Nada!
O que alguns chamam de pegadinha, na verdade, pode ser identificada como uma das seguintes
situações:
falta de conhecimento da disciplina, do assunto ou do tópico;
desatenção durante a leitura da questão;
incorreta interpretação de texto; ou
desconhecimento dos princípios contidos neste livro.
Desenvolver um raciocínio quase certo e inserir uma pequena armadilha exige muito trabalho e
a realidade dos concursos evidencia que é muito raro o avaliador colocar questões com elevado
nível de malícia. Em uma prova de 100 questões, o mais provável é que não existam pegadinhas ou
que se encontre, no máximo, duas questões que poderiam ser assim chamadas.
Valeria a pena fazer uma prova que contenha 100/120 questões preocupado com a possibilidade de
talvez existirem duas pegadinhas???
Se você adotar a estratégia de ler cada uma das questões com elevada preocupação de procurar a
possível malícia por trás de cada palavra, o mais provável é que você cometa muitos mais erros do
que se adotasse a estratégia limpa, direta e clara de apenas tentar resolver a questão.
Por óbvio que a leitura de cada comando deverá ser realizada de forma cuidadosa, atentando-se para
a presença de “não”, ”exceto”, ”sempre”, ”nunca”, notadamente quando antepostos a uma proposição
verdadeira. Porém essa atitude tem de ser equilibrada.
O excesso de preocupação em não cair em pegadinhas (que conforme
PC
Highlight
VII.
dissemos, duvidamos que exista), pode provocar mais erros do que se
resolvêssemos a prova sem esse medo.
O excesso de preocupação em não cair em pegadinhas (que conforme dissemos, duvidamos que
existam), pode provocar mais erros do que se resolvêssemos a prova sem esse medo.
Seja prudente, porém de forma simples. Como ensinou o maior Mestre da História: “Sede, pois,
prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mateus 10:16b).
Você lembra da analogia do balão de ar que citamos no Capítulo 1 – Os detalhes fazem a
diferença? Lá explicamos que a sensação de incerteza cresce com o aumento do conhecimento. Logo,
naturalmente, você tenderá a ser mais prudente na avaliação das questões. Não há necessidade de
olhar a prova com elevada malícia, como se existisse uma casca de banana em cada questão.
Veja a prova de forma simples, aplicando tão somente o seu conhecimento das disciplinas e os
princípios deste livro.
Adote já o pensamento de que não há qualquer problema você errar as pegadinhas das questões por
dois motivos:
1) o número de questões desta natureza é insignificante (quando existem!!); e
2) é bem provável que muitos candidatos, tão preparados quanto você, também irão errar a
questão.
Além disso, se você ler com atenção, aplicar seus conhecimentos e refletir sobre os princípios
apresentados, é provável que você acerte as questões e nem se dê conta que foram postas ali para
derrubar alguns candidatos.
Um exemplo prático é o que diz respeito ao uso dos termos DEVE x PODE, chavão repetido no
mundo “concursístico”. Alguém disse no passado, e isso ainda vem ecoando em salas de cursinhos,
que quando o avaliador utiliza a palavra “pode”, ele a utiliza no sentido de “faculdade de agir”.
Dessa forma, quando uma questão apresentasse a palavra “pode”, caberia ao candidato verificar se a
situação fática apresentada no comando da proposição exigiria um “dever de agir” em vez de mera
“faculdade de agir”. Caso positivo, a questão deveria ser assinalada como falsa pelo candidato, vez
que o examinador deveria ter utilizado a palavra “deve”.
E aí, lenda ou realidade?
Como já mencionado, o avaliador não está preocupado em elaborar pegadinhas. Seja prudente na
leitura das questões, mas não é preciso acreditar que o objetivo é derrubar os candidatos a todo
custo. O objetivo é medir o conhecimento e não descobrir quem tem mais habilidade em identificar
casca de banana.
Não encontramos, nos últimos anos, nos concursos das bancas mais renomadas, histórico de número
elevado de questões desse tipo. Trata-se de lenda criada e repetida por alguns que talvez não
identificaram o real erro de uma questão, ou mesmo porque a questão não continha qualquer erro,
mas a banca insistiu em manter o gabarito (é sim, isso acontece!).
Atenção aos Detalhes
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Highlight
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Arrow
PC
Arrow
PC
Typewriter
 OBRIGATÓRIO
PC
Typewriter
ABRE MARGEM
P/ EXCESSÕES 
PC
Typewriter
a.
b.
“A simplicidade é o máximo da sofisticação.”
Leonardo da Vinci
Duas leituras: rápida e lenta
Assim que for publicado o edital do certame para o qual se objetiva um cargo/emprego público,
dentre outras atividades, você deve calcular o tempo médio que terá para ler e resolver cada questão,
considerando no cálculo deste tempo os intervalos para descanso (total de 10 minutos), o tempo para
marcar o gabarito (5 a 10 minutos) e o tempo para confeccionar a redação (quando houver).
Essa estratégia deve ser muito bem assimilada pelos candidatos de ponta, pois o tempo é fator
determinante na aprovação do concurseiro e faz parte de um dos três fatores que te conduzirá à
aprovação: o fator Gestão de Provas.
Para maximizar seu rendimento, recomendamos que para cada questão você faça apenas duas
leituras. Veja o porquê logo abaixo.
Se após a segunda leitura, você ainda não souber a resposta, deixe a questão para ser relida no final
da prova. Não perca tempo! Se você não soube responder de imediato, ou porque não conhece o
assunto ou porque não conseguiu lembrar, reler e reler só lhe trará desgaste mental e emocional.
Passe para as questões seguintes e só ao final da prova retorne a essas que pulou. É até possível que,
ao longo da prova, você se lembre do assunto ou que perceba ser possível aplicar algum dos
princípios deste livro.
Quanto às duas leituras: faça uma rápida e outra mais lenta.
Na primeira leitura (rápida), avalie se a ideia principal da questão é coerente, se faz algum sentido.
Na segunda leitura (lentamente), avalie cada expressão e palavra, atentando se há alguma situação
que passou despercebida na primeira leitura. Atenção especial ao início e ao final das questões
(mais adiante, explicamos o motivo).
Para você que estudou o assunto, a primeira resposta que vem à mente provavelmente é a correta.
Não complique, seja simples! Lembre-se do balão (Capítulo 1 – Os detalhes fazem a diferença)!
Início da frase
A experiência e a análise das provas nos revelam que é muito comum o examinador inserir os erros
logo no início das questões, fato que conduz muitos candidatos a não percebê-los e, por
consequência, a perda de preciosos pontos. Mas por que isso acontece?
Comparando a leitura da questão com a execução de um truque de mágica, percebemos que o bom
mágico faz uma série de ações prévias de entretenimento e depois anuncia o que efetivamente fará:
fazer um objeto desaparecer de dentro de uma caixa, por exemplo.
Neste momento, todos ficam atentos para tentar descobrir o truque. Entretanto, perceba que as ações
necessárias ao truque já foram realizadas antes do anúncio, ou seja, não será possível identificar o
como ele faz porque ele já o fez muito antes de nos atentarmos para o evento em si.
Quando o mágico diz que objeto desaparecerá, é porque o objeto não está mais ali na caixa. Ele faz o
objeto desaparecer logo no início, enquanto a plateia não está muito atenta. Em seguida, faz uma série
de ações para entreter o público e então anuncia o que fará. Mas, tudo já aconteceu bem antes…
De forma similar, isso também ocorre nas questões de concurso, notadamente nas que possuem textos
mais longos. Na ânsia por ler rapidamente o enunciado da questão ou a própria questão emsi, o
candidato não dá muita atenção às primeiras palavras, e é justamente aí que mora o perigo. De
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Highlight
nada vai adiantar procurar o erro no restante da questão, quando ele foi propositalmente inserido
logo no início.
Atenção ao início da frase que é onde o erro, em grande parte das vezes, “se esconde”.
Exemplo 1
(CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública)
A respeito das classificações das constituições e dos princípios fundamentais previstos na
[Constituição Federal] CF, julgue os itens a seguir.
A constituição material, escrita e rígida, como a CF [Constituição Federal], consiste em um
documento escrito formado por normas substancialmente constitucionais que só podem ser
alteradas por meio de processo legislativo especial e mais dificultoso. (destaques inseridos)
Gabarito E
Repare que o erro está logo no início da questão.
O candidato que ler rapidamente, de forma distraída, pode deixar passar a informação mais
importante da questão. (Ver o tópico “Duas leituras: rápida e lenta”)
Exemplo 2
(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente Administrativo)
A respeito de processos licitatórios, julgue os seguintes itens.
A transferência, mediante ato administrativo, da execução de determinado serviço público a
uma autarquia configura descentralização administrativa por outorga.
Gabarito E
Em uma leitura rápida e distraída, pode parecer que o foco da questão é a diferença entre
outorga e delegação, quando o erro está no início e o foco da questão é, na verdade, a
diferença entre ato administrativo e lei formal.
Assim, como o exemplo citado do mágico, o avaliador tenta “esconder” o erro, desviando o
foco do candidato para outro ponto.
Exemplo 3
(CESPE - 2014 - CADE - Analista Técnico - Administrativo)
Com relação à gestão de pessoas na administração pública federal, nos termos dos Decretos n.º
5.497/2005 e n.º 5.707/2006.
Ao contrário de grupos formais de estudos, os estágios e os intercâmbios, os cursos
presenciais e à distância, os seminários e os congressos são considerados eventos de
capacitação.
Gabarito E
Mais uma vez, uma leitura rápida e distraída pode prejudicar o candidato.
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tc-df-tecnico-de-administracao-publica
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-policia-federal-agente-administrativo
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-cade-analista-tecnico-administrativo
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Highlight
PC
Highlight
c.
Parece que o foco do examinador está na seguinte oração: “os estágios e os intercâmbios, os
cursos presenciais e à distância, os seminários e os congressos são considerados eventos de
capacitação”, quando, na verdade, o erro está logo no início, ao excluir os grupos formais
de estudos dos eventos de capacitação.
Agora, você já sabe da importância da atenção aos termos utilizados no início da frase e o
“truque do mágico” apenas atingirá os seus concorrentes.
Fim da frase
De modo semelhante à inserção de erros no início de frases, identificamos que alguns examinadores
preferem a estratégia de situar no final das frases as expressões que as tornariam erradas.
Assim como na situação anterior, é muito comum o candidato não perceber esse erro e perder a
questão. Mas por que isso acontece?
O comum é que a ânsia para se livrar rapidamente da questão pode
resultar na perda da vaga. Mantenha, portanto, a atenção durante toda
a leitura da questão, notadamente nas expressões finais.
Em textos muito longos, em especial quando o examinador concatena sequencialmente uma série de
ideias corretas, o candidato tende a relaxar a atenção na leitura e não dá muita atenção ao final da
frase. O comum é que a ânsia para se livrar rapidamente da questão possa resultar na perda da vaga.
Portanto, mantenha a atenção durante toda a leitura da questão, notadamente nas expressões finais.
Exemplo 4
(CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI)
A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue os itens a seguir.
Dispor sobre a organização da administração federal é atribuição privativa do presidente da
República, que somente poderá ser exercida pelo próprio ou, durante seus impedimentos, por
quem o substituir na presidência, vedada a delegação.
Gabarito E
Repare que o erro da questão está no final.
Tenha, portanto, atenção às expressões inseridas no terço final da questão.
Exemplo 5
(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente Administrativo)
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tc-df-analista-de-administracao-publica-sistemas-de-ti
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-policia-federal-agente-administrativo
PC
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PC
Highlight
PC
Highlight
d.
O orçamento público constitui norma legal a ser aplicada integralmente e contém a previsão de
receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas pelo governo em determinado exercício
financeiro, sendo objeto de estudo tanto do direito financeiro quanto do direito tributário.
Gabarito E
Mais uma vez, a questão estava quaaaaase certa!
O erro, novamente, está no final da questão.
Ela é um pouco mais extensa que as outras e pode levar o candidato a reduzir a atenção no
final, devido ao cansaço ou à pressa de terminar a leitura e passar para a próxima questão.
Desconfie, portanto, de questões muito longas e aumente sua atenção nas últimas
expressões.
Exemplo 6
(CESPE - 2014 - CADE - Analista Técnico - Administrativo)
De acordo com a legislação vigente, as modalidades de licitação são a concorrência, a tomada
de preços, o concurso, o convite, o leilão e o pregão. Em uma licitação, é permitido combinar
duas ou mais formas de licitação.
Gabarito E
Outro exemplo em que o erro está no final da questão.
Exemplo 7
(CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária)
Acerca dos direitos fundamentais e do conceito e da classificação das constituições, julgue os
itens a seguir.
Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a atuação estatal e impõem um dever de
abstenção, mas não de prestação.
Gabarito E
Mais uma vez…
Primeira proposição não tem relação com a segunda
Se você leu o livro até aqui, já sabe da importância da atenção aos detalhes e, com certeza, esse tipo
de questão será de fácil resolução.
Em alguns casos, o avaliador elabora uma questão que possui duas proposições e estabelece uma
relação entre elas. Talvez, separadamente, até possam ser verdadeiras, porém, ao estabelecer uma
relação entre elas, a questão toda pode se tornar falsa.
Exemplo 8
(CESPE - 2014 - TJ-SE - Analista Judiciário - Direito)
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-cade-analista-tecnico-administrativo
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tj-se-tecnico-judiciario-area-judiciaria
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tj-se-analista-judiciario-direito
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PC
Highlight
a)
b)
a)
b)
e.
Julgue os itens a seguir, a respeito da teoria dos direitos fundamentais e dos princípios
fundamentais na Constituição Federal de 1988 (CF).
A dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da República Federativa do Brasil,
promove o direito à vida digna em sociedade, em prol do bem comum, fazendo prevalecer o
interesse coletivo em detrimento do direito individual.
Gabarito E
Duas proposições:
a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da República Federativa do
Brasil, promove o direito à vida digna em sociedade,
em prol do bem comum, fazendo prevalecer o interesse coletivo em detrimento do
direito individual.
A primeira proposição é verdadeira e, a segunda, dependendo do contexto, pode ser
verdadeira.
Entretanto, não há relação entre elas.
É justamente quando se busca estabelecer uma relação entre uma e outra que a questão se
torna falsa.
Exemplo 9
(CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Serviços)
Com relação à origem, à evolução legislativa, aos princípios constitucionais e à organização
da seguridade social no Brasil, julgue o próximo item.
A seguridade socialrege-se pelo princípio constitucional da solidariedade, segundo o qual
nenhum benefício poderá ser criado sem a correspondente fonte de custeio total.
Gabarito E
A questão apresenta duas proposições:
a seguridade social rege-se pelo princípio constitucional da solidariedade,
nenhum benefício poderá ser criado sem a correspondente fonte de custeio total.
Mais uma vez, as duas proposições, separadamente, são verdadeiras, porém não há relação
entre uma e outra.
Ao estabelecer essa relação, a questão passou a ser falsa.
Na dúvida, use o conhecimento
Seja simples, não complique!
Se estiver em dúvida, avalie qual a melhor conclusão que você pode chegar sobre o tema com base
nos seus conhecimentos. Na dúvida, use o conhecimento! (Parece paradoxal né?)
Já vimos que há temas que não permitem o domínio total devido a sua extensão. Você tem que tomar
decisões com base no conhecimento que você tem (navegar na incerteza).
Se você parar para pensar, verá que a nossa vida diária também é assim. Não dominamos todas as
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tc-df-analista-de-administracao-publica-servicos
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VIII.
IX.
situações que surgem, mas buscamos fazer o melhor com base na nossa experiência de vida até
aquele dia.
Faça o mesmo na prova! Avalie as questões sob a perspectiva do mundo que nos cerca. Uma pergunta
que sempre nos salvou em momentos de dúvida foi: “essa proposição da questão é natural? Se tal
fato viesse a ocorrer, qual seria minha reação?”.
Você vai perceber que o direito posto (constituição, lei, atos secundários, tratados) explicita um
dever-ser coletivamente aceito.
Evite alterar a resposta de itens já resolvidos
O natural é que estejamos mais atentos durante o início da realização da prova, isso porque estamos
descansados e o cérebro ainda não iniciou suas atividades de busca da informação.
Perceba se no começo da prova, devidamente descansado e relaxado, você optou por marcar a
questão X ou Y como verdadeira. Será que lá no final da prova, depois de ter visto várias questões,
você teria condições físicas para melhor avaliar aquela questão X ou Y????
É importante que você tenha em mente que é possível sim alterar a resposta da questão antes da
marcação no gabarito final, mas caso decida fazê-lo, tenha total convicção da nova resposta e
entenda que seu cérebro está muito mais cansado nesta revisão do que quando fez a questão.
Internalizar, testar, praticar e aplicar o Método QB
Por fim, é essencial que você leia com atenção cada um dos princípios do Método QB, bem como as
premissas e técnicas aqui expostas, de tal forma que seu uso seja uma atividade constante no
processo de análise das questões.
Caso você, após a realização das duas leituras explicadas na seção “Atenção aos detalhes” acima,
não se sinta seguro para resolver a questão, e mesmo depois do retorno a essa questão permaneça a
dúvida, pode ser decisivo para seu sucesso o pleno conhecimento das técnicas aqui evidenciadas.
Pois hoje, mais do que ontem, o sucesso mora nos detalhes.
PC
Highlight
4. ACERTANDO NA INCERTEZA, OS NOVE
PASSOS PARA O SUCESSO
“Otimismo é esperar o melhor, confiança é saber lidar com o pior.”
Roberto Simonsen
CONTINUAMENTE AS BANCAS EXAMINADORAS estão elevando a quantidade de disciplinas
exigidas nos concursos públicos, bem como ampliado o escopo de assuntos cobrados para cada uma
delas. Diante desse cenário, tem sido cada vez mais difícil para os candidatos conhecerem
profundamente todos os assuntos de todas as disciplinas constantes dos atuais certames.
É comum, notadamente pelo pouco tempo para preparo e por essa ampliação de disciplinas e
assuntos, que você priorize algumas matérias em detrimento de outras, fato que conduzirá você,
inexoravelmente, a não ter condições de responder todas as questões da prova com segurança.
O que fazer nesses casos?
Veremos neste capítulo que, mesmo sem dominar totalmente o tema, é possível responder algumas
das questões utilizando o Método QB e obter preciosos pontos para conduzi-lo à
aprovação/classificação. Conforme já detalhado na seção “Percentual para aprovação em provas
do tipo Certo e Errado”, a nota de corte para classificação tem sido cada vez maior. Deixar um
grande número de questões sem respostas pode eliminá-lo antecipadamente.
Importante ressaltar que este capítulo consolida e materializa toda a base metodológica do Método
QB que, repita-se, foi criado a partir do insucesso de concurseiros (inclusive os diversos insucessos
dos autores deste livro). A síntese aqui explicitada condensa nos três postulados os nove princípios
do método. Para cada um dos postulados, três princípios. E para cada um dos princípios,
apresentamos exemplos de questões que o auxiliarão a replicar o mesmo modelo de interpretação na
resolução de provas futuras.
Ou seja: criamos a estrutura, expomos a análise prática por meio de exemplos e concluímos cada um
desses exemplos práticos com uma projeção de como você deverá interpretar questões semelhantes
no futuro.
Figura 2 - Estrutura de aplicação do Método QB
I.
Ao final deste capítulo, você será capaz de: a) identificar indícios de que a questão é verdadeira ou
falsa; b) conhecer princípios para responder questões, quando em dúvida; e, c) eliminar alternativas
para o caso de questões do tipo múltipla escolha.
Postulados Aplicáveis a Questões Verdadeiras
A experiência e a análise de várias provas nos permitem concluir que é possível identificar nas
questões de concursos alguns elementos que indicam que aquela questão é verdadeira ou que tornam
muito pouco provável que ela seja falsa.
Os princípios detalhados neste capítulo, que denotam que uma questão é verdadeira, estão
relacionados a uma ou mais das seguintes características:
1) não restringem muito;
2) quando fazem alguma restrição, informam que há a possibilidade de haver exceções;
3) são inclusivos, ou seja, afirmam algo, mas deixam claro que podem existir outras
situações similares ou, até mesmo, exceções;
4) expressam algo de forma tão genérica que a proposição seria verdadeira para qualquer
tipo de assunto.
1º- Princípio da prevenção ao recurso
No Capítulo 2 - Como o avaliador pensa, você aprendeu que uma das preocupações da banca é
reduzir a possibilidade de recursos.
Um recurso bem embasado e procedente indica que o avaliador falhou ao elaborar a questão;
portanto, ele busca proteger-se dessa possibilidade.
Em qual tipo de questão você acredita que a preocupação do avaliador é maior? Nas questões
pensadas para serem verdadeiras ou nas falsas?
Vamos verificar:
A questão falsa contém pelo menos um erro intencionalmente inserido pelo examinador. Se o
avaliador falhar em sua elaboração, dificilmente a tornará verdadeira. O mais provável é que a falha
do avaliador torne a questão com mais um erro, o que a manteria como falsa do mesmo jeito.
Em contrapartida, nas questões pensadas para serem verdadeiras, a falha do avaliador poderá torná-
la falsa ou levar a uma dupla interpretação, o que levaria a alteração do gabarito ou anulação da
questão.
Nessa linha, é fácil perceber que se o avaliador demonstrou preocupação em “proteger” a questão é
porque ela provavelmente é VERDADEIRA. Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 10
(CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI)
Com relação ao regime diferenciado de contratações e à disciplina legal sobre o pregão, julgue
os itens subsequentes.
Entre outras proibições, veda-se, no pregão, a exigência de garantia de proposta bem como a
exigência da aquisição do edital pelos licitantes como condição para participação no certame.
Gabarito C
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Observe que a expressão “entre outras” demonstra a preocupação do avaliador em manter a
questão verdadeira.
O avaliador poderia ter entradodiretamente no assunto: “veda-se, no pregão, a
exigência….”. A questão continuaria verdadeira, porém ele se preocupou com um eventual
recurso que alegasse que a questão está incompleta, o que poderia levar a anulação.
Logo, uma questão desse tipo provavelmente será verdadeira.
ATENÇÃO!!
A questão incompleta não é falsa. Ela continua verdadeira, porém vimos, neste
exemplo, que o avaliador foi cauteloso e não queria deixar margem à dúvida.
Exemplo 11
(CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI)
Com relação ao regime diferenciado de contratações e à disciplina legal sobre o pregão, julgue
os itens subsequentes.
Afora a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o regime diferenciado de
contratações aplica-se a obras e a serviços voltados à construção, à ampliação e à reforma de
estabelecimentos penais e de unidades de atendimento socioeducativo, entre outras.
Gabarito C
Mais uma vez, a expressão “entre outras” contribui para que a questão não fique incompleta.
Preocupações e cautelas dessa natureza evidenciam que o examinador está tentando proteger a
questão e essas características são indícios de que a questão é verdadeira.
Exemplo 12
(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Administrador)
Em relação à gestão de processos e de projetos, julgue os itens que se seguem.
Entre as técnicas para aprimoramento de processos destaca-se o Six Sigma, por meio do qual
se mapeiam as exigências dos clientes a fim de transformá-las em requisitos de qualidade
adotados pela organização.
Gabarito C
A expressão “entre as técnicas para aprimoramento de processos” faz aqui o papel da
expressão “entre outras”.
Questão muito similar ao exemplo anterior e com igual análise.
Exemplo 13
(CESPE - 2013 - STF - Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Julgue os itens a seguir, relativos a noções de administração geral e pública.
A implementação da gestão do conhecimento em uma organização demanda que ocorram as
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http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-policia-federal-administrador
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2013-stf-tecnico-judiciario-area-administrativa
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seguintes etapas, não necessariamente consecutivas ou mesmo ordenadas: geração do
conhecimento; codificação do conhecimento e transferência do conhecimento.
Gabarito C
Por que o examinador teria a preocupação de destacar que “não necessariamente
consecutivas ou mesmo ordenadas”? Provavelmente porque a questão é verdadeira.
Um eventual recurso poderia alegar que determinado autor, por exemplo, considera que há
casos em que a ordem pode ser outra ou que haveria etapas intermediárias entre elas e,
portanto, não são consecutivas.
Se a questão fosse falsa, ele não teria que se preocupar com isso, pois a questão pensada
para ser falsa já contém pelo menos um erro. Não haveria, portanto, a necessidade de
preocupação quanto à existência de mais um erro.
Outra vez mais, quando diante de questões semelhantes no futuro, já sabemos que há elevada
probabilidade de elas serem verdadeiras.
ATENÇÃO!!
Citar itens fora de ordem não torna a questão falsa. Ela continua verdadeira, porém,
mais uma vez, observamos a cautela do avaliador que não quer deixar margem para
eventual recurso.
Exemplo 14
(CESPE - 2014 - TC-DF - Auditor de Controle Externo)
No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens seguintes.
Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a remuneração registrada
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as disposições normativas
pertinentes.
Gabarito C
A expressão “observadas as disposições normativas pertinentes” também denota uma
preocupação do avaliador em manter a oração que a antecede verdadeira. Afinal de contas,
sempre devem ser “observadas as disposições normativas pertinentes”, certo?
Geralmente, esse tipo de expressão tem o objetivo de evitar:
a) que a questão esteja incompleta,
b) que ocorra dupla interpretação; ou
c) resguardar de uma possível exceção.
Essa questão também tem relação com o Princípio da interpretação de texto (retomaremos
esse assunto logo mais adiante).
Exemplo 15
(CESPE - 2014 - SUFRAMA - Analista Técnico - Administrativo)
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-tc-df-auditor-de-controle-externo
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-suframa-analista-tecnico-administrativo
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Acerca do sistema e do processo de orçamento federal e das inovações introduzidas pela
Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem.
Entre as responsabilidades da SOF está incluída a realização de estudos e pesquisas
concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo orçamentário federal.
Gabarito C
A expressão “entre as responsabilidades da SOF” faz, aqui, o papel da expressão “entre
outras”.
A questão poderia ser descrita somente como: “A responsabilidade da SOF é a realização
de estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo
orçamentário federal”.
Por que a preocupação em deixar claro que há outras responsabilidades da SOF?
Provavelmente, porque a questão é verdadeira.
A omissão da expressão “entre as responsabilidades da SOF” manteria a questão
verdadeira, porém, um possível recurso poderia alegar que:
a) a questão dá a entender que a responsabilidade citada é a principal da SOF; ou
b) a questão dá a entender que não há outras responsabilidades para o órgão.
O avaliador, portanto, teve a intenção de proteger a questão de um possível recurso.
Preferiu ser cauteloso.
Logo, em situações futuras, diante de questões com essa peculiaridade, é bem provável que
a questão seja verdadeira.
Exemplo 16
(CESPE - 2014 - CADE - Analista Técnico - Administrativo)
Acerca da comunicação na gestão pública e da gestão de redes organizacionais.
Entre os meios de comunicação utilizados no serviço público, incluem-se as portarias, as
instruções normativas, os despachos, os pareceres e as circulares.
Gabarito C
Exemplo muito similar ao anterior.
A cautela do avaliador indica que ele quis proteger a questão. E já sabemos que esse zelo
todo é evidenciado em questões pensadas para serem verdadeiras.
Exemplo 17
(CESPE - 2014 - ANATEL - Analista Administrativo - Administração)
Acerca do regime diferenciado de contratações públicas (RDC) e sua regulamentação, julgue o
item.
O RDC norteia-se, entre outros princípios, pelo princípio da economicidade, previsto
constitucionalmente no tocante à fiscalização contábil, financeira e orçamentária da
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administração pública.
Gabarito C
Novamente, o avaliador enfatizou que há outros princípios.
Ele não quis correr o risco de um eventual recurso que alegasse que:
a) a questão dá a entender que não há outros princípios que norteiam o RDC;
b) a questão dá a entender que a economicidade é o princípio mais importante.
Exemplo 18
(CESPE - 2014 - ICMBIO - Analista Administrativo)
Acerca do regime dos servidores públicos federais, julgue os itens de 23 a 25.
O servidor em exercício nomeado para cargo de provimento efetivo está sujeito a estágio
probatório pelo período de três anos, durante o qual serão avaliadas sua aptidão e sua
capacidade para o desempenho do cargo, observando, entre outros fatores, a assiduidade e a
responsabilidade a fim de adquirir estabilidade.
Gabarito C
Alguma dúvida?
A cautela do avaliador indica que a questão é verdadeira.
ATENÇÃO!!
Apesar de não ser a regra, há algo bem frequente nessas questões.
Repare que, normalmente, a expressão que indica cautela do avaliadorcomeça com a
palavra “entre”, veja: “entre outros fatores”, “entre outras causas”, “entre outras
características” e outras similares.
Exemplo 19
(CESPE - 2013 - ANCINE - Analista Administrativo - Área 1)
Julgue os itens a seguir, acerca de processos e da gestão de projetos.
Os impactos que a adoção da gestão de processos ocasiona em uma organização incluem a
quebra dos silos e feudos da gestão corporativa tradicional.
Gabarito C.
A palavra “incluem” é uma forma implícita de dizer “entre outros impactos”.
Guarde com carinho essas dicas: uso da palavra “entre” e “incluem” evidenciam uma busca
por proteger a questão de possíveis recursos.
Portanto, a presença das expressões mencionadas, bem como de outras que também demonstrem esse
tipo de cautela do avaliador em “proteger” a questão, como explicamos, torna muito provável que
ela seja verdadeira.
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2º- Princípio do “politicamente correto” OU Princípio do “fica difícil negar”
Algumas vezes, mesmo sem saber profundamente uma determinada lei ou posição doutrinária, é
possível identificarmos indícios de que a questão seja verdadeira.
Quando o avaliador, por exemplo, expõe uma assertiva dita politicamente correta, é muito provável
que esta questão seja verdadeira porque, dificilmente, a legislação ou a doutrina diria o oposto.
Esse princípio está fundamentado na tese de que o direito posto
(legislações em geral) é criado sobre uma base lógica e um senso
comum que orienta a vida em sociedade.
Esse princípio está fundamentado na tese de que o direito posto (legislações em geral) é criado
sobre uma base lógica e um senso comum que orienta a vida em sociedade.
Exemplo 20
(CESPE – 2014 – SUFRAMA – Analista Técnico – Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, relativos à gestão pública.
Relações éticas, conformidade com suas dimensões, transparência e prestação responsáveis de
contas são princípios associados à governança pública.
Gabarito C
Mesmo que você não saiba quais são os princípios associados à governança pública ou o
que os principais autores do tema dizem a respeito, não é difícil responder a uma questão
como essa.
Pense sobre os princípios apresentados:
- relações éticas;
- conformidade com suas dimensões;
- transparência;
- prestação de contas.
Alguma dúvida de que esses princípios seriam importantes para a administração pública?
Dificilmente, o avaliador encontraria um princípio importante para a administração pública
que não tivesse associado com a governança pública (nem que fosse de forma indireta).
Logo, questões com essa característica provavelmente são verdadeiras.
Exemplo 21
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(CESPE - 2014 - SUFRAMA - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, relativos à gestão pública.
Uma forma de promover a transparência na administração pública consiste no investimento e
na profissionalização dos serviços públicos.
Gabarito C
Mesmo sem ter lido algo sobre o que seria importante para promover a transparência,
também não é difícil responder a essa questão.
Reflita sobre:
- investimento;
- profissionalização dos serviços públicos.
Alguma dúvida de que ambos são importantes para administração pública?
Seriam, portanto, importantes para fortalecer os princípios da administração pública,
incluindo também o princípio da transparência.
Ficaria muito difícil o avaliador elaborar uma questão deste tipo que fosse falsa. O que
poderia ser importante para a administração pública e, ao mesmo tempo, prejudicial para os
princípios que ela defende?
Logo, o mais provável é que questões deste tipo sejam verdadeiras.
Exemplo 22
(CESPE - 2014 - SUFRAMA - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsecutivos, relativos às políticas públicas.
Ao planejar uma política pública, devem estar claros seu objeto e seus mecanismos de
planejamento e de avaliação.
Gabarito C
Um candidato com conhecimento superficial sobre Políticas Públicas teria condição de
responder essa questão?
Com certeza.
Diríamos até que aquele candidato que não conhece nada sobre o tema, caso refletisse um
pouco sobre o assunto, seria capaz de marcar essa questão como verdadeira.
Mais uma vez, destaco aqui a sequência lógica utilizada para chegar à conclusão de que
a questão é verdadeira, analisando-se os termos chaves da assertiva:
- claro o objeto (da política pública);
- mecanismos de planejamento;
- mecanismos de avaliação.
Em que situação alguma das ideias mencionadas não seriam importantes para a
administração pública?
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http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2014-suframa-analista-tecnico-administrativo
Se for importante para administração pública, provavelmente será importante para as
políticas públicas. Pelo Princípio do “politicamente correto” ou Princípio do “fica difícil
negar”, concluímos que é pouco provável que o avaliador conseguisse elaborar uma
questão desse tipo como falsa.
Exemplo 23
Julgue os itens a seguir, relativos à gestão da qualidade.
(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Administrador)
A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), por meio do modelo de excelência da gestão
(MEG), ressalta a importância do pensamento sistêmico e do aprendizado organizacional como
caminhos para a obtenção de resultados qualitativos nas organizações.
Gabarito C
Com base em tudo que vimos até agora, mesmo que você não saiba o que a Fundação
Nacional da Qualidade diz sobre resultados nas organizações, te pergunto: você teria
condição de responder a essa questão?
Estou certo que sim. Você seria capaz não só de respondê-la como acertá-la.
Vejamos:
a) pensamento sistêmico (visão do todo, como um sistema completo);
b) aprendizado organizacional.
Alguma dúvida de que essas ideias são importantes para uma organização e de que são
importantes para melhoria dos resultados?
De que forma um avaliador poderia elaborar uma questão deste tipo que fosse falsa?
Quando “fica difícil negar a questão” ela, na maioria das vezes, será verdadeira.
Exemplo 24
(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Administrador)
Em relação ao orçamento público no Brasil, julgue os próximos itens.
A contextualização do programa temático no âmbito do plano plurianual deve incluir a
interpretação completa e objetiva da temática tratada, as oportunidades e os desafios
associados, os contornos regionais que a política pública deverá assumir e as transformações
que se deseja realizar.
Gabarito C
A questão relaciona “contextualização do programa temático” com os seguintes pontos:
a) interpretação completa e objetiva;
b) oportunidades;
c) desafios;
d) contornos regionais;
e) transformações a realizar.
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Esses pontos seriam importantes em um programa de governo?
Com certeza.
Não é necessário um estudo profundo para identificar que esses pontos elencados na
questão são importantes para que o Estado formule, adequadamente, os programas de
governo.
Seria difícil para o avaliador identificar pontos importantes para um programa que não
fossem de fato já previstos pelo legislador ou por algum doutrinador.
Dessa forma, provavelmente, a questão é verdadeira.
ATENÇÃO!!
Outra forma de resolver essa questão é com aplicação do Princípio da prevenção ao
recurso.
A palavra “incluir”, que se encontra em destaque na questão, é uma forma implícita de dizer
“entre outros pontos”. O avaliador, portanto, cita pontos importantes, porém deixa claro que
há, ainda, outros.
Por que essa cautela?
Provavelmente, porque a questão seja verdadeira.
ATENÇÃO!!
O ditado já o diz: “toda regra tem exceção”.
Dessa forma, é preciso termos bastante cuidado quando o avaliador utilizar

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