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188 Capítulo 12 – Exame do comportamento de uma função por meio da derivada Introdução A função derivada, f , está intimamente relacionada com a função f. Dizemos, por exemplo, que f é a derivada de f e que f uma função primitiva de f . Assim, podemos esperar que ter informações a respeito de f nos permite ter também informações sobre a função f . Muitas das aplicações que poderemos fazer do Cálculo dependerão de nossa capacidade de analisar a derivada f e, a partir das informações colhidas nessa análise, tirar conclusões sobre a função primitiva f . Neste capítulo, investigaremos como usar a derivada primeira e a derivada segunda para analisar o comportamento de uma função. 12.1 O que f nos diz a respeito de f A derivada f nos diz se a função primitiva f está crescendo ou decrescendo. Também nos diz em que ponto a função f para de crescer e começa a decrescer e vice-versa. Vamos observar os gráficos que estão na Figura 12.1 Figura 12.1 No gráfico da esquerda, A é um ponto crítico da função f ; antes de A , a inclinação do gráfico é negativa e, por isso, a função f é decrescente; depois de A, a inclinação do gráfico é positiva e, portanto, a função f é crescente. No ponto A, ocorre uma mudança brusca na inclinação do gráfico: ela pula de um valor muito grande para um valor próximo de zero; isso quer dizer que f A não está definida ou não existe. Podemos registrar essas observações, feitas no gráfico, por meio da Tabela 12.1. Tabela 12.1 De modo semelhante, no gráfico da direita, D é um ponto crítico da função f ; antes de D, a inclinação do gráfico é negativa, quer dizer que a função f é decrescente; depois de D, a 189 inclinação do gráfico é positiva, significa que a função f é crescente. No ponto D, a inclinação do gráfico é zero, ou seja, f D 0 . Podemos apresentar os resultados, colhidos nas observações feitas no gráfico, como indicado na Tabela 12.2. Tabela 12.2 Na Figura 12.2, estão duas outras funções. A análise de cada um desses gráficos nos leva a tirar conclusões a respeito do sinal das respectivas derivadas; por outro lado, conhecer o sinal das derivadas nos traz informações sobre o comportamento das funções primitivas. Figura 12.2 No gráfico da esquerda, o ponto B de abscissa Bx é um ponto crítico da função f; dizemos também que Bf (x ) é um valor crítico da função f. A inclinação do gráfico de f, à medida que x se aproxima de Bx , tende a ser arbitrariamente grande e a tangente à curva tende a ser uma reta vertical; isso faz com que Bf (x ) não exista. Para Bx x , a derivada f é positiva e, em consequência, a função f é crescente. Já, para Bx x , a derivada f é negativa e a primitiva f é decrescente. No ponto crítico B, a derivada passa de positiva para negativa; essa mudança de sinal da derivada, de + para , indica que B é um ponto de máximo da função f e que Bf (x ) é um valor máximo de f. De maneira semelhante, no gráfico da direita, o ponto C de abscissa Cx é um ponto crítico da função f e Cf (x ) é um valor crítico da função f. A derivada no ponto C vale zero, indicando que, nesse ponto, a tangente ao gráfico é uma reta horizontal; significa também que, em C, a função parou de crescer e começou a decrescer. Para Cx x , a derivada f é positiva e a função f é crescente. Se Cx x , a derivada f é negativa e a primitiva f é decrescente. No ponto crítico C, a derivada passa de positiva para negativa; quando o sinal da derivada f muda de + para em um ponto C, a função f tem um máximo e o valor desse máximo é Cf (x ) . Um resumo dessas informações está na Tabela 12.3. 190 Tabela 12.3 Exemplo 1 Determinar os pontos críticos de 3 2f x 2x 3x 12x 12 e investigar em que intervalos essa função é crescente ou decrescente. A seguir, esboçar o gráfico de f . Para achar os pontos críticos e em que intervalos f é crescente ou decrescente, usaremos sua derivada: 2f x 6x 6x 12 . a) Os pontos críticos são pontos em que f x 0 . 2 2 1 3 f x 6x 6x 12 0 x x 2 0 x x 1 ou x 2 2 Os valores críticos de f são f 1 19 e f 2 8 . a) Para saber em que intervalos f cresce ou decresce, determinamos a variação de sinal da derivada f . Para isso, depois de achar os zero da derivada ou os valores para os quais a derivada não existe, podemos montar uma tabela, como a mostrada a seguir: Tabela 12.4 Observação: Um modo simples de achar o sinal da derivada, nos intervalos em que seu domínio é separado pelos pontos críticos, é atribuir um valor a x em cada um desses intervalos e achar o valor de f nesse ponto. Por exemplo, já que f 2 12 , sabemos que f é positiva para x 1 e, portanto, f é crescente para x 1 . Do exame da variação de sinal, concluímos que a função 3 2f x 2x 3x 12x 12 é crescente nos intervalos 1 , e ,2 ; e que é decrescente em 21, . 191 b) Para esboçar o gráfico, é recomendável que se plotem alguns pontos da função. Em geral, escolhem-se os pontos de máximo ou de mínimo e, ainda, o ponto de interseção da curva com o eixo y. No caso que estamos estudando, temos: 1 2 3 P 1,f ( 1) ( 1, 19) ponto de máximo local. P 2, f (2) (2, 8) ponto de mínimo local. P 0, f (0) (0, 12) ponto de interseção com o eixo y. Na Figura 12.3, está um esboço do gráfico da função 3 2f x 2x 3x 12x 12 , feito no Winplot. Figura 12.3 Observação: A finalidade de se fazer o esboço do gráfico é visualizar o comportamento da função. Muitas vezes, para isso, precisaremos usar unidades diferentes sobre os eixos coordenados. Nesse exemplo, para poder ver os pontos de máximo e de mínimo, fixamos o domínio em 8 x 8 e a imagem em 40 y 40 . 12.2 O que nos diz f a respeito da derivada f e da primitiva f A derivada d f x f x dx é uma função e, por isso, podemos calcular a sua derivada indicada por d f x f x dx . Essa nova função f é a derivada segunda de f e a derivada primeira de f . (A leitura do símbolo f é: “f duas linhas”.) Se y f x , então y f x f f x . Usa-se também a notação 2 2 d y d dy y dx dx dx . (A leitura do símbolo 2 2 dx yd é: “d dois y, d x dois”; ou ainda “derivada segunda de y em relação a x”.) A derivada de uma função nos diz se a função está crescendo ou decrescendo. Com base nesse fato, podemos afirmar que f , que é a derivada de f , nos diz se f , a taxa de variação de f , está aumentando ou diminuindo. 192 Se f 0 em um intervalo, então f é crescente nesse intervalo. Se f 0 em um intervalo, então f é decrescente nesse intervalo. A Figura 12.4 apresenta o gráfico de uma função f . Analisando a variação de sinal de f , podemos obter informações a respeito de f . Figura 12.4 A inclinação do gráfico decresce da esquerda para a direita; antes de Cx é positiva, em Cx é nula e depois de Cx é negativa. Esse comportamento sugere que f é uma função decrescente e que, portanto, sua derivada f é negativa. Além disso, podemos observar que o gráfico de f é côncavo para baixo e também que C é um ponto de máximo. O gráfico da função f, representado na Figura 12.5, tem concavidade voltada para cima. Notamos que a derivada f é crescente (cresce da esquerda para a direita) e, por isso, sua derivada f é positiva. Figura 12.5 Ainda podemos observar que D é um ponto de mínimo. Em um ponto de mínimo, a derivada f muda de sinal: passa de negativa para positiva, indicando que, nesse ponto, a função f parou de decrescer e começou a crescer. Por sua vez, em um ponto de mínimo, a193 derivada segunda, f , é positiva. Abaixo, resumimos as informações que o sinal da derivada segunda nos fornece a respeito da forma do gráfico da função f, se é côncavo para cima ou para baixo. Se 0 xf em um intervalo, então o gráfico de f é côncavo para cima nesse intervalo. Se 0 xf em um intervalo, então o gráfico de f é côncavo para baixo nesse intervalo. Exemplo 2 Analisar o comportamento da função 3 2f x 2x 12x 18x 2 e esboçar seu gráfico. a) Usaremos a derivada primeira, para achar os pontos críticos e os intervalos de crescimento ou de decrescimento da função. 2f x 6x 24x 18 6 x 1 x 3 Os pontos críticos são os pontos em que f x 0 . A forma fatorada da derivada indica que x 1 e x 3 são os pontos críticos de f . Os valores críticos de f são 61 f e f 3 2 . A interseção com o eixo y é f 0 2 . Tabela 12.5 b) Usaremos a derivada segunda para determinar a concavidade e os pontos de inflexão do gráfico de f. f x 12x 24 12 x 2 Analisando o sinal da derivada segunda, obtemos informações a respeito da concavidade do gráfico de f . Nesse exemplo, f tem uma única raiz 2x . f é negativa para 2x e é positiva para 2x . Assim, o gráfico de f é côncavo para baixo à esquerda de 2x e é côncavo para cima à direita de 2x . O ponto 2x é um ponto de inflexão porque nele a curva muda de concavidade. 194 Tabela 12.6 c) A Figura 12.6 traz um esboço do gráfico de 218122 23 xxxxf . Figura 12.6 195 12.3 Gráfico de funções Uma das aplicações da derivada é o estudo dos aspectos qualitativos de uma função, tais como, por exemplo: os intervalos em que a função cresce ou decresce, em que pontos assumem um valor máximo ou mínimo, em que intervalos seu gráfico tem concavidade voltada para cima ou para baixo e quais seus pontos de inflexão. Neste item, são apresentados cinco estudos nos quais se retomam conceitos discutidos em capítulos anteriores e usa-se a derivada para analisar alguns aspectos de funções. Para isso, cumpriremos o roteiro a seguir descrito para o estudo de uma função y f (x) . A. Domínio da função Comece por determinar o conjunto de valores de x para os quais f(x) está definida. B. Interceptos O intercepto y é f(0) e nos diz onde a curva corta o eixo y. Para achar o intercepto y, faça x igual a zero na equação da função. O intercepto x é obtido fazendo f (x) 0 e resolvendo essa equação para x. Você pode omitir este cálculo se a equação for difícil de resolver. C. Assíntotas (i) Assíntotas horizontais: se x lim f (x) L ou x lim f (x) L , então a reta y L é uma assíntota horizontal da curva y f (x) . (ii) Assíntotas verticais: A reta x a é uma assíntota vertical da curva y f (x) se pelo menos uma das quatro afirmativas seguintes for verdadeira: x a lim f (x) ou x a lim f (x) ou x a lim f (x) ou x a lim f (x) . D. Intervalos de crescimento e decrescimento Para determinar esses intervalos, use o teste de crescimento e decrescimento de uma função. Calcule a derivada primeira e estude a variação de sinal de f : nos intervalos em que a derivada f é positiva, f é crescente e, nos intervalos nos quais f é negativa, f é decrescente. E. Valores máximos e mínimos Encontre os números críticos de f (os números c nos quais f (c) 0 ou f (c) não existe). Use então o teste da derivada primeira: se f mudar de positiva para negativa em um número crítico c, então f (c) é um máximo local; se f mudar de negativa para positiva em um número crítico c, então f (c) é um mínimo local. F. Concavidade e ponto de inflexão Calcule a derivada segunda, f , e use o teste da concavidade: a curva é côncava para cima se f (x) 0 , e é côncava para baixo se f (x) 0 . Os pontos de inflexão ocorrem quando a concavidade muda de sentido. 196 G. Esboço do gráfico Usando as informações obtidas nos itens A – F, esboce o gráfico da função y f (x) . Coloque as assíntotas como linhas tracejadas. Marque os interceptos, os pontos de máximo e de mínimo e os pontos de inflexão. Faça a curva passar por esses pontos, subindo ou descendo de acordo com o item D e com concavidade de acordo com o item F. Depois, se possível, use um aplicativo computacional para verificar se o gráfico que você traçou se assemelha ao traçado pela máquina. Exemplo 1 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 3 2f (x) x 9x 15x 50 . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, D . B. O intercepto y é 3 2f (0) 0 9 0 15 0 50 50 ; a curva corta o eixo y no ponto (0,50) . A equação f (x) 0 é do terceiro grau e de difícil solução; por isso não determinamos o intercepto x. C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2f (x) 3x 18x 15 . Resolvendo a equação 23x 18x 15 0 , obtemos as raízes x 1 e x 5 . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. Dado que f (x) 0 quando x 1 ou x 5 e que f (x) 0 para 1 x 5 , a função f é crescente nos intervalos ,1 e 5, , sendo decrescente no intervalo 1,5 . E. Valores máximos e mínimos Os números críticos são x 1 e x 5 . Como f muda de positiva para negativa em x 1 , 3 2f (1) 1 9 1 15 1 50 57 é um máximo local; por outro lado, já que f muda de negativa para positiva em x 5 , 3 2f (5) 5 9 5 15 5 50 25 é um mínimo local. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é f (x) 6x 18 . Resolvendo a equação 6x 18 0 , obtemos a raiz x 3 e podemos obter a variação de sinal da derivada segunda. 197 Como f (x) 0 para x 3 , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ,3 e como f (x) 0 para x 3 , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo 3, . O ponto x 3 é um ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 12.7 estão os gráficos da função 3 2f (x) x 9x 15x 50 e da sua derivada 2f (x) 3x 18x 15 , feitos no Graphmática. Figura 12.7 Exemplo 4 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 2f (x) x 10x 24 . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, D . B. O intercepto y é 2f (0) 0 10 0 24 24 ; a curva corta o eixo y no ponto (0,24) . Resolvendo a equação f (x) 0 , temos 2 10 14x 10x 24 0 x x 2 ou x 12 2 . Os interceptos x são os pontos ( 2,0) e (12,0) . C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. 198 D. Crescimento e decrescimento A derivada é f (x) 2x 10 . Resolvendo a equação f (x) 0 , obtemos 2x 10 0 x 5 . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. E. Dado que f (x) 0 quando x 5 e que f (x) 0 para x 5 , a função f é crescente nos intervalos ,5 e decrescente no intervalo 5, . F. Valores máximos e mínimos O único número crítico é x 5 . Como f muda de positiva para em x 5 , 2f (5) 5 10 5 24 49 é um máximo local. G. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é f (x) 2 . Como a derivada segunda é negativa para qualquer valor de x, a curva tem concavidade voltada para baixo. A derivada segunda não muda de sinal e por isso a função não tem ponto de inflexão.H. Esboço do gráfico Na Figura 12.8 estão os gráficos da função 2f (x) x 10x 24 e da sua derivada f (x) 2x 10 , feitos no Graphmática. Figura 12.8 199 Exemplo 5 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 2x f (x) x 1 . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais diferentes de 1, }1/{ xxD . B. O intercepto y é 2 0 f (0) 0 0 1 ; a curva corta o eixo y no ponto (0,0) . O intercepto x é x 0 . C. Assíntotas Como x x x 2x 2x lim lim lim 2 2 x 1 x , a reta y 2 é assíntota da curva 2x f (x) x 1 , à direita. Também x x x 2x 2x lim lim lim 2 2 x 1 x , o que indica que a reta y 2 é assíntota horizontal à esquerda. Como x 1 2x lim x 1 , a reta x 1 é assíntota vertical (quando x se aproxima de 1, pela direita, a função assume valores positivos arbitrariamente grandes); o x 1 2x lim x 1 indica que a reta vertical x 1 é uma assíntota da curva 2x f (x) x 1 e que, á medida que x se aproxima de 1 pela esquerda, a função assume valores negativos arbitrariamente grandes em módulo. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2 2 f (x) (x 1) . Como o denominador é um quadrado e o numerador é negativo, a derivada é negativa para todo x do domínio da função. Dado que f (x) 0 para todo x do domínio, a função f é sempre decrescente. E. Valores máximos e mínimos Não existe ponto crítico para esta função e, portanto, como seu domínio é a união de dois intervalos abertos, ela não tem pontos de Máximo e nem de mínimo. 200 F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 3 4 f (x) (x 1) . A variação de sinal da derivada segunda está no quadro abaixo. Como f (x) 0 para x 1 , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ,1 e como f (x) 0 para x 1 , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo 1, . A curva não tem ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 12.9 estão os gráficos da função 2x f (x) x 1 e da sua derivada 2 2 f (x) (x 1) , feitos no Graphmática. Figura 12.9 201 Exemplo 4 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 4 3f (x) 2x 8x 100 . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, D . B. O intercepto y é 4 3f (0) 2 0 8 0 100 100 ; a curva corta o eixo y no ponto (0,100) . A equação f (x) 0 é do quarto grau e de difícil solução; por isso não determinamos o intercepto x. (No gráfico que está no item G, pode-se observar que a curva não corta o eixo horizontal, logo, não existe intercepto x.) C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. D. Crescimento e decrescimento A derivada 3 2f (x) 8x 24x . Resolvendo a equação f (x) 0 , temos 3 2 28x 24x 0 8x (x 3) 0 x 0 ou x 3 . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. Dado que f (x) 0 quando x 3 e que f (x) 0 para x 3 (x 0) , a função f é crescente nos intervalos 3, e é decrescente no intervalo ,3 . E. Valores máximos e mínimos Os números críticos são x 0 e x 3 . Como f não muda de sinal em x 0 , 4 3f (0) 2 0 8 0 100 100 não é nem máximo e nem mínimo. Por outro lado, já que f muda de negativa para positiva em x 3 , 4 3f (3) 2 3 8 3 100 46 é um mínimo local. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 2f (x) 24x 48x . Resolvendo a equação 224x 48x 0 para x, obtemos 224x 48x 0 24x(x 2) 0 x 0 ou x 2 . Com essas raízes, podemos obter a variação de sinal da derivada segunda. 202 Como f (x) 0 para 0 x 2 , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo 0,2 e como f (x) 0 para x 0 ou x 2 , a curva tem concavidade voltada para cima nos intervalos ,0 e 2, . Os pontos x 0 e x 2 são pontos de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 12.10 estão os gráficos da função 4 3f (x) 2x 8x 100 e da sua derivada 3 2f (x) 8x 24x , feitos no Graphmática. Figura 12.10 Exemplo 5 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 1 3f (x) 9000x . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função potência com expoente fracionário de denominador ímpar, D . B. O intercepto y é 1 3f (0) 9000 0 0 ; a curva corta o eixo y no ponto (0,0) . A raiz da equação f (x) 0 é x 0 que é o intercepto x. C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função potência. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2 3 2 3 300 f (x) 300x x . A derivada f (0) não existe e, portanto, x 0 é um valor crítico da função. A variação de sinal da derivada e os intervalos de crescimento e decrescimento da função estão mostrados na tabela a seguir. 203 Dado que f (x) 0 para todo x 0 , a função f é sempre crescente. E. Valores máximos e mínimos O número crítico é x 0 . Como f não muda de sinal nesse valor de x, f (0) 0 não é nem máximo e nem mínimo da função f. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 5 3 5 3 200 f (x) 200 x x . A derivada segunda, como era de se esperar, não está definida para x 0 . A variação de sinal da derivada segunda e a concavidade da curva estão apresentadas na tabela a seguir. Como f (x) 0 para x 0 , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ,0 e como f (x) 0 para x 0 , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo 0, . O ponto x 0 é um ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 12.11 estão os gráficos da função 1 3f (x) 9000x e da sua derivada 2 3 300 f (x) x , feitos no Graphmática. Figura 12.11 204 Questionário 12 Estude em seu livro de Cálculo o assunto crescimento e decrescimento de uma função. Preste atenção nos exemplos resolvidos. Tente responder às questões que vêm a seguir. 1) O que são pontos críticos de uma função? Dê um exemplo. 2) O que é um ponto de máximo local? Dê um exemplo. 3) O que é um ponto de mínimo local? Dê um exemplo. 4) O que diz a derivada primeira f a respeito da função primitiva f ? Dê um exemplo. 5) O que diz a derivada segunda f a respeito do gráfico da função f ? Dê um exemplo. Exercícios 12 1. Decida, em cada caso, se a derivada f (x) é negativa, positiva ou nula. 2. Escreva o valor de 0f (x ) para cada uma das funções mostradas. 3. A partir do exame do gráfico, escreva, para cada intervalo i i 1x , x , escreva se a derivada é positiva, negativa ou nula e, em correspondência, se a função y f (x) é crescente, decrescente ou constante. 205 4. Faça corresponder, a cada gráfico, uma das frases: No intervalo I, a derivada f (x) é positiva e a função y f (x) é crescente. No intervalo I, a derivada f (x) é negativa e a função y f (x) é decrescente. No intervalo I, a derivada f (x) é nula e a função y f (x) é constante. 5. Em cada intervalo i i 1x , x , classifique a função apresentada como crescente, decrescente ou constante, e indique o sinal de sua respectiva derivada. 6. Em cada intervalo i i 1x , x , classifique a função apresentada como crescente, decrescente ou constante, e indique o sinal de sua respectiva derivada. 206 7. Para cada um dos números a, b, c, d, e, r, s, e t, estabeleça se a função cujográfico está abaixo tem um máximo ou um mínimo local, um máximo ou um mínimo absoluto, ou nem um máximo e nem um mínimo. 8. Use o gráfico da função derivada f , dado abaixo, para decidir: a) Em que intervalos a função f está crescendo ou decrescendo. b) Em que valores de x a função f tem um máximo ou um mínimo local. 9. Esboce o gráfico de cada uma das funções: 2 2 3 2 2 1 a)y x 2x b)y 2 x x c)y x x 1 d)y e)y x 3 x f )y 2x 3x 1 x x 10. Use um aplicativo computacional para traçar o gráfico de cada função e o gráfico de sua derivada. A partir da análise desses gráficos, determine: (i) os intervalos em que a função é crescente ou decrescente; (ii) os valores de máximo ou um mínimo locais. 207 11. Em cada um dos itens a seguir, esboce o gráfico de uma função com todas as propriedades enunciadas: