Principais idéias filosóficas de Michel Sandel

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· Principais idéias filosóficas de Michel Sandel:
Filósofo político norte-americano, integra a lista dos principais pensadores globais da revista Prospect. Reconhecido pela Associação Americana de Ciências Políticas pela excelência de sua carreira no ensino, foi como professor do curso Justiça, de Harvard, que se tornou mundialmente conhecido. Apontado pelo The Guardian como "o mestre das grandes questões da vida", suas aulas já somaram mais de 15 mil estudantes de todas as partes do mundo e discutem dilemas morais e éticos para analisar a justificativa das pessoas sobre suas posições e atitudes cotidianas.
"Uma coisa de que o mundo necessita desesperadamente é uma maneira melhor de conduzir nossos debates políticos. Precisamos redescobrir a arte abandonada da argumentação democrática".
Sandel defende que a filosofia não é algo distante, mas parte do cotidiano. Ele acredita que a melhor forma de manter a atenção dos jovens nas suas aulas é mostrar que as opiniões deles estão diretamente ligadas às ideias que os filósofos desenvolvem há séculos. Segundo ele, a dificuldade do curso está justamente no fato de que ele ensina o que muitas pessoas já sabem, porém a graduação tradicional funciona retirando essas questões de um ambiente "familiar" e tornando-as "estranhas". Dessa forma, o filósofo explica que o autoconhecimento permite uma nova forma de ver as coisas. O método é elogiado por especialistas, ao permitir a discussão de temas profundos de forma acessível.
· Nossas escolhas moldam nosso caráter:
É comum ver cenas onde a falta de ética é constante, como por exemplo, o caso de uma agente da operação Lei Seca que multou um juiz por excesso de velocidade e acabou sendo obrigada a pagar uma indenização no valor de R$ 5 mil ao juiz João Carlos de Souza Correa , como podemos ver a falta de ética do juiz em usar de forma inapropriada sua colocação profissional para não ter a necessidade de pagar a multa.
Há várias pessoas que não se importam com a ética, apenas se preocupam com si mesmas e em uma forma de conquistar algo, e neste processo muitos passam por cima de uma boa conduta. O simples fato de sonegar um imposto é visto como um ato antiético pela sociedade atual, mas passa como se não fosse, pois afinal tem-se a ideia de que se tal entidade faz isso, não tem problema se fizermos também (este processo pode ser definido como a naturalização de princípios antiéticos.) As disposições morais nascem a partir de atividades semelhantes a elas, ou seja, as suas ações estão sempre ligadas as atividades, podendo se impor sob as experiências que forjam o individuo dentro de padrões pré-estabelecidos pela cultura ao qual participa. Por esta razão deve-se atentar para a qualidade de suas atitudes e ações, pois correspondem às diferenças entre as atividades e, não será desprezível a diferença se, desde a infância, seja desta ou daquela maneira, ao contrario será decisivo para a formação do individuo. Michel Sandel substitui a ideia das tendências inatas pela dos hábitos, ou seja, ele reconhece na ação do individuo, caráter e eficácia eminentemente positivos e ativos, que consistem precisamente na relação dos hábitos que forma o próprio homem. Em certo sentido, o homem torna-se responsável por si mesmo, ou seja, responsável pelo que será do mesmo. Do próprio homem depende ser bom ou mau.
Em conclusão, ele é tanto pai e filho ao mesmo tempo de suas ações, as quais, depois de haver chegado a gerar hábitos, se convertem em manifestações ou aquilo provavelmente deles, em outras palavras, o homem gera o homem, e igualmente por seus atos se gera também a si mesmo, virtuoso ou viciado. Portanto, nossas escolhas são um conjunto das qualidades e defeitos, são elas que vão determinar a sua conduta, sua moralidade e a sua personalidade. É a maneira de um indivíduo agir e reagir perante ao outro, perante a sociedade em que vive.
O caráter, segundo a sabedoria dos antigos, é o resultado de um hábito interiorizado, aprendido através do exercício contínuo das virtudes ou dos vícios.
Então, você tem escolha. Mentir ou falar a verdade. Ser desonesto ou ser honesto, ainda que pagando um preço. Assumir responsabilidade por sua vida ou viver vitimizado. Agir com sabedoria ou reagir impulsivamente. Amar ou odiar. Perdoar ou guardar ressentimentos. Ser uma pessoa confiável ou falsa. Ser ético no falar ou ser fofoqueiro. 
Mediante o temperamento, a personalidade e o caráter, o indivíduo afirma sua autonomia e passa a ter consciência de si mesmo como ser humano e também que tipo de pessoa é. Esta descoberta existencial é um processo contínuo.
Bibliografia: Michel Sandel, Disponivel em: 21 de Maio de 2017.
<http://www.fronteiras.com/noticias/justica-como-fazer-a-coisa-certa-conheca-michael-sandel-1427124358> Acesso 21 de Maio de 2017.