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Legislação_Ambiental_Aplicada_RANIEL

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CIRCULAÇÃO INTERNA 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
APLICADA 
e 
PROBLEMAS AMBIENTAIS 
ATUAIS 
 
 
 
 
 
 
Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A base de toda a sustentabilidade é 
o desenvolvimento humano que 
deve contemplar um melhor 
relacionamento do homem com os 
semelhantes e a Natureza”. 
Nagib Anderáos Neto 
 
 
http://pensador.uol.com.br/autor/nagib_anderaos_neto/
Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Este material tem como objetivo apresentar pontos fundamentais da Legislação Ambiental 
Brasileira, além de discutir os Problemas Ambientais do século XXI, buscando colaborar para o 
entendimento das questões ambientais no país e do Planeta Terra numa visão holística. 
 Porém, não se pretende esgotar aqui todos os tópicos da legislação ou todos os 
problemas ambientais globais, mas sim disponibilizar ao leitor tópicos essenciais das principais 
legislações e discussões sobre a problemática ambiental global, além de algumas aplicações 
destas leis. São disponibilizados também, alguns exercícios sobre os assuntos tratados, a fim de 
fixar e complementar as informações dispostas ao longo do texto. 
Ao final existem as atividades avaliativas contemplando a temática problematizada. 
 
 
 Bons estudos! 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
Apresentação, 
Capítulo I – Política Nacional do Meio Ambiente, 04 
Exercício de Reflexão, 08 
Capítulo II - Política Nacional de Recursos Hídricos, 09 
Exercícios de Síntese, 14 
Capítulo III – Código Florestal Brasileiro, 15 
Exercício de Síntese, 19 
Capítulo IV – Licenciamento e o Gerenciamento dos Recursos Naturais, 20 
Exercício de Reflexão, 27 
Capítulo V – Recuperação de áreas degradadas, 28 
Exercício de Síntese, 33 
Capítulo VI – Protocolo de Quioto, 34 
Exercício de Síntese, 36 
Capítulo VII – Política Nacional de Resíduos Sólidos, 37 
Exercício de Reflexão, 39 
Capítulo VIII – O Programa Nacional de Florestas, 40 
Exercício de Síntese, 43 
Capítulo IX – Biodiversidade, 44 
Exercício de Síntese, 47 
Capítulo X – Sustentabilidade, 48 
Exercício de Síntese, 50 
Capítulo XI – Aquecimento Global e Mudanças Climáticas, 51 
Exercício de Síntese, 52 
Capítulo XII – Créditos de Carbono, 53 
Exercício de Síntese, 54 
Referências, 55 
Anexo I, 57 
Anexo II, 63 
Atividades Avaliativas, 89 
 
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CAPÍTULO I 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação estão 
dispostos na Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981, a qual se refere também à constituição do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. Tem-se que o 
estabelecimento desta Lei, representa um dos reflexos da Conferência de Estocolmo, ocorrida na Suécia 
em 1972. 
De modo geral, a Política Nacional do Meio Ambiente, apresenta como objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando a assegurar condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da 
vida humana, no Brasil, atendidos os seguintes princípios, de acordo com o disposto em seu Artigo 2°: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
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VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção 
dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
O Artigo 4° da Política Nacional do Meio Ambiente apresenta, de maneira mais específica, os 
objetivos dessa Política, que visa: 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do 
meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio 
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso 
e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de 
recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações 
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade 
ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e 
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos 
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
 De modo a efetivar o disposto na Política Nacional do Meio Ambiente, esta dispõe sobre a 
estruturação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), o qual é composto pelos órgãos e 
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as 
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. 
O Quadro 01, apresenta a estrutura do SISNAMA, conforme pode ser verificado na Lei nº 7.804, de 
1989, e na Lei nº 8.028, de 1990. 
 
 
 
 
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Quadro 01: Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 
ÓRGÃO DESCRIÇÃO COMPETÊNCIAS 
Conselho de 
Governo 
Órgão superior 
Função de assessorar o Presidente da 
República na formulação da política 
nacional e nas diretrizes governamentais 
para o meio ambiente e os recursos 
ambientais. 
Conselho Nacional 
do Meio Ambiente 
(CONAMA) 
Órgão consultivo e 
deliberativo 
Finalidade de assessorar, estudar e propor 
ao Conselho de Governo, diretrizes de 
políticas governamentais para o meio 
ambiente e os recursos naturais e deliberar, 
no âmbito de sua competência, sobre normas 
e padrões compatíveis com o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado e essencial à 
sadia qualidade de vida. 
Secretaria do Meio 
Ambiente da 
Presidência da 
República1 
Órgão central 
Finalidade de planejar, coordenar, 
supervisionar e controlar, como órgão 
federal, a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio 
ambiente. 
Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e 
dos Recursos 
Naturais Renováveis 
(IBAMA) 
Órgão executor 
Finalidade de executar e fazer executar, 
como órgão federal, a política e diretrizes 
governamentais fixadas para o meio 
ambiente. 
Órgãos Seccionais 
Órgãos ou entidades 
estaduais 
Responsáveis pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização de 
atividades capazes de provocar a degradação 
ambiental. 
Órgãos Locais 
Órgãos ou entidades 
municipais 
Responsáveis pelo controle e fiscalizaçãodessas atividades, nas suas respectivas 
jurisdições. 
 
São considerados como instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, conforme disposto 
em seu Artigo 9º: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
1 Ministério do Meio Ambiente. 
 
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III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, 
voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante 
interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual 
e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias 
à preservação ou correção da degradação ambiental; 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder 
Público a produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos 
recursos ambientais; 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e 
outros. 
Tem-se que as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente são formuladas em normas e 
planos, para orientar as ações dos governos da União, dos Estados e dos Municípios. 
Esta Política aponta que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos 
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem 
como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio 
licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em 
caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis, sendo este um ponto interessante a se 
destacar, uma vez que se refere à competência dos órgãos estaduais de fiscalização. 
Consta na Política Nacional do Meio Ambiente que, sem prejuízo das penalidades definidas pela 
legislação federal, estadual e municipal, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de 
culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade. 
Conforme disposto no Artigo 14 da Lei nº 6938/1981, o não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da 
qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
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I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 
1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência 
específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada 
pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios. 
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; 
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito; 
 IV - à suspensão de sua atividade. 
Por fim, apresentam-se as definições disponibilizadas na Política Nacional do Meio Ambiente, as 
quais são utilizadas para fins de aplicação das mediadas nela dispostas em seu Artigo 3°: 
 Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química 
e biológica, que permite, abrigam e regem a vida em todas as suas formas. 
 Degradação da qualidade ambiental: alteração adversa das características do meio ambiente. 
 Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
 Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. 
 Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, 
o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
 
01- Você acredita que por si só, a lei é capaz de proteger os recursos naturais? Por quê? _____________ 
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CAPÍTULO II 
POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS 
HÍDRICOS 
 
A Política Nacional dos Recursos Hídricos foi instituída pela LEI Nº 9.433, publicada em 1997, a 
qual cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Henkes (2003) aponta que a 
Política Nacional dos Recursos Hídricos não é apenas uma lei disciplinadora do uso e gestão 
dos recursos hídricos, mas sim um instrumento inovador destinado e apto a promover a sustentabilidade 
hídrica. 
Desde a Constituição Federal de 1988, inexiste no Brasil a propriedade privada de recursos 
naturais. Neste sentido, a Política Nacional de Recursos Hídricos não só ratificou o dispositivo 
constitucional como estabeleceu a gestão participativa e descentralizada das águas como um de seus 
fundamentos (HENKES, 2003). 
Os fundamentos da Política Nacional dos Recursos Hídricos conforme disposto no Artigo 1° são: 
 I - a água é um bem de domínio público; 
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; 
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a 
dessedentação de animais; 
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; 
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de 
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder 
Público, dos usuários e das comunidades. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.433-1997?OpenDocumentBiblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 
 
A adoção de uma gestão descentralizada e participativa enquanto um dos fundamentos da Política 
Nacional de Recursos Hídricos tem como intuito fomentar a participação popular com vistas ao sucesso 
na implantação da Política. Dizer que a gestão é descentralizada e participativa, deve-se ao fato desta 
gestão ser realizada em nível de bacia hidrográfica, através dos comitês de bacia, os quais são compostos 
por membros representantes dos usuários ou entidades civis de determinada bacia hidrográfica. 
Os comitês de bacia são órgãos colegiados com atribuições normativas, deliberativas e 
consultivas. Estes comitês são formados por 40% de representantes da União, Estados e 
Distrito Federal e Municípios, 20% de representantes das entidades civis e 40% de representantes dos 
usuários (HENKES, 2003). 
Conforme disposto no Artigo 38 da Política Nacional de Recursos Hídricos, as principais 
atribuições dos comitês são: 
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das 
entidades intervenientes; 
 II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; 
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; 
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências 
necessárias ao cumprimento de suas metas; 
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as 
acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da 
obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes; 
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a 
serem cobrados; 
VII - (VETADO) 
VIII - (VETADO) 
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse 
comum ou coletivo. 
Destaca-se que os comitês de bacia não podem adquirir direitos e contrair obrigações, assim 
sendo, as legislações hídricas criaram a figura das Agências de Água ou também denominadas de 
Agências de Bacia. Estas agências possuem função executiva, ou seja, são responsáveis por executar a 
cobrança pelo uso dos recursos hídricos e fornecer apoio técnico, financeiro e administrativo. Por outro 
lado, cabe aos comitês atividades normativa – legislativa (HENKES, 2003). 
Conforme disposto no Capítulo IV da Política Nacional de Recursos Hídricos, a criação das 
Agências de Água deve ser autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos 
Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica. 
Além disso, tem-se que a criação de uma Agência de Água é condicionada à prévia existência do 
respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica, além de depender da viabilidade financeira 
assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação. 
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Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação, conforme disposto no Artigo 
44°: 
I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação; 
II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos; 
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos; 
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos 
gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira 
responsável pela administração desses recursos; 
V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de 
recursos hídricos em sua área de atuação; 
VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação; 
VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas 
competências; 
VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos 
Comitês de Bacia Hidrográfica; 
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação; 
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia 
Hidrográfica; 
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica: 
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo 
Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes; 
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos; 
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; 
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo. 
No que se referem aos objetivos da Política, estes são apresentados no Artigo 2°, que assim os 
enumera: 
 I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de 
qualidade adequados aos respectivos usos; 
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com 
vistas ao desenvolvimento sustentável; 
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes 
do uso inadequado dos recursos naturais. 
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Quanto às diretrizes gerais de ação da Política Nacional de Recursos Hídricos, as quais devem ser 
observadas pelo Sistema Nacional de Recursos Hídricos, estas são estabelecidas no Artigo 3°, da 
seguinte forma: 
 I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e 
qualidade; 
 II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, 
econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País; 
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; 
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os 
planejamentos regional, estadual e nacional; 
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; 
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas 
costeiras. 
Quanto aos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estes estão apontados em seu 
Artigo 5° sendo eles: os planos de recursos hídricos, o enquadramento dos corpos de água em classes 
segundo os usos preponderantes, a outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos, a cobrança pelo uso 
dos recursos hídricos e o sistema de informações sobre recursos hídricos. 
A outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos é um ato administrativo pelo qual a autoridade 
outorgante concede ao outorgado o direito de uso do recurso hídrico, por prazo determinado e de acordo 
com os termos e condições expressas no ato (HENKES, 2003). De acordo com o Artigo 12, da Lei 
9.433/97 estão sujeitos à outorga os seguintes usos: 
 I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, 
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; 
II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo 
produtivo; 
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou 
não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; 
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; 
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo 
de água. 
Em seu parágrafo primeiro, o Artigo 12 aponta quais são os usos que independem de outorga pelo 
Poder Público, sendo eles: o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos 
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; as derivações, captações e lançamentos considerados 
insignificantes; as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.Quanto às infrações ao disposto sobre o uso dos recursos hídricos, a Lei 9433 as qualifica em seu 
Artigo 49°, da seguinte forma: 
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I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de 
direito de uso; 
II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a 
utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, 
quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes; 
III - (VETADO) 
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos 
em desacordo com as condições estabelecidas na outorga; 
V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização; 
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos 
medidos; 
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos, 
compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes; 
VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas 
funções. 
As penalidades a serem impostas aos infratores constituem-se em, conforme o disposto no Artigo 
50° da Política Nacional de Recursos Hídricos: 
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades; 
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 
10.000,00 (dez mil reais); 
III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao 
efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, 
controle, conservação e proteção dos recursos hídricos; 
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga. 
Tem-se que, após a promulgação desta Lei, começaram a se estruturar, em âmbito federal, órgãos 
com vistas à aplicação dos preceitos legais por ela estabelecidos. Em 1998, foi regulamentado o 
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), se constituindo enquanto principal fórum de 
discussão nacional sobre gestão de recursos hídricos, cujo objetivo consistiu em integrar e articular 
políticas públicas referentes à harmonização do gerenciamento de águas de diferentes domínios. 
Em 2000, foi instituída a Agência Nacional de Águas (ANA), que tem como finalidade 
implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
 
 
 
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01- De acordo com o Artigo 12, da Lei 9.433/97 quais usos estão sujeitos à outorga? _______________ 
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02- O que é outorga de água? ____________________________________________________________ 
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CAPÍTULO III 
CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO 
 
Em meio à forte expansão cafeeira, surgiu em 1934 o primeiro Código Florestal Brasileiro. 
Devido ao encarecimento da lenha, ocasionado pelo fato das florestas estarem situadas cada vez mais 
distantes das cidades. Principalmente no Sudeste, empurradas pelas plantações, as florestas ficavam cada 
vez mais distantes das cidades, dificultando e encarecendo o transporte de lenha. Esta legislação visava 
impedir os efeitos sociais e políticos negativos causados pelo aumento do preço, bem como pela falta da 
lenha. 
Diante das novas fontes de energia, aos poucos a lenha foi deixando progressivamente de ter 
importância econômica. Por outro lado, aumentavam-se a consciência acerca do papel do meio ambiente 
e das florestas. Sendo assim, em 1960, o Legislativo se mobilizou para alterar a lei de 1934. 
 Nesta perspectiva, instaurou-se em 15 de setembro de 1965, a Lei nº 4771, que se refere ao 
Código Florestal Brasileiro, este estabelece limites de uso da propriedade, o qual deve respeitar 
a vegetação existente na terra, considerada como bem de interesse comum a todos os habitantes do 
Brasil. 
Desde meados da década de 1990, várias discussões foram feitas acerca de uma proposta de 
reforma do então Código Florestal Brasileiro, instituído pela Lei n°4771. Em 2009, o deputadoAldo 
Rebelo do PCdoB foi designado relator do projeto, tendo emitido um relatório favorável à lei em 2010. 
Em 25 de maio de 2011, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto pela primeira vez, 
encaminhando-o ao Senado Federal, o qual no dia 6 de dezembro de 2011, aprovou por 59 votos contra 7 
o projeto de Aldo Rebelo. Em 25 de abril de 2012, a Câmara aprovou uma versão alterada da lei, ainda 
mais favorável aos ruralistas, que comemoraram. Em maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff vetou 
12 pontos da lei e propôs a alteração de 32 outros artigos. 
A seguir, apresentam-se as principais diferenças entre o Código Florestal (Lei nº 4.771, de 15 de 
setembro de 1965) e o projeto de Novo Código Florestal (relator Paulo Piau – PMDB/MG). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1990
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aldo_Rebelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aldo_Rebelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/PCdoB
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_dos_Deputados
http://pt.wikipedia.org/wiki/Senado_Federal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff
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 RESERVA LEGAL (RL) 
Código Florestal (1965) – Na Amazônia Legal (Amazônia livre para exploração): 80% em área 
de florestas, 35% em área de cerrado, 20% em demais regiões e biomas do país. Cálculo da reserva legal 
excetua APPs. Averbação da RL em cartório. 
Código Florestal (2012) – Na Amazônia Legal: 80% em área de florestas, 35% em área de 
cerrado, 20% em demais regiões e biomas do país. Cálculo da reserva incluia APPs. Imóveis de até 
quatro módulos fiscais não precisam recompor a RL. Fim da exigência de averbação da RL em cartório. 
Permissão de exploração econômica da RL com autorização do Sisnama. 
 
 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPs) 
Código Florestal (1965) – Proteção da vegetação nativa de margens de rios, lagos e nascentes, 
tendo como parâmetro o período de cheia. Várzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e 
áreas com altitude superior a 1800 metros não podem ser exploradas para atividades econômicas. 
Código Florestal (2012) - Proteção da vegetação nativa de margens de rios, lagos e nascentes, 
tendo como parâmetro o período de cheia. Várzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e 
áreas com altitude superior a 1800 metros não podem ser exploradas para atividades econômicas. 
 
 MATA CILIAR (Pertinente às APPs) 
Código Florestal (1965) – 30 metros para matas ciliares em rios até 10 metros de largura. 50 
metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de nascentes de qualquer 
dimensão. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 metros para rios entre 
200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior a 600 metros. 100 
metros nas bordas de chapadas. Exige autorização do Executivo federal para supressão de vegetação 
nativa em APP e para situações onde for necessária a execução de obras, planos, atividades ou projetos 
de utilidade pública ou interesse social. 
Código Florestal (2012) – 30 metros para matas ciliares em rios de até 10 metros de largura; 
quando houver área consolidada em APP de rio de até 10 metros de largura, reduz-se a largura mínima 
da mata para 15 metros. 50 metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de 
nascentes de qualquer dimensão. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 
metros para rios entre 200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior 
a 600 metros. 100 metros nas bordas de chapadas. Permite a supressão de vegetação em APPs e 
atividades consolidadas até 2008, desde que por utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto 
ambiental, incluídas atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural. Outras atividades em APPs 
podem ser permitidas pelos estados por meio de Programas de Regularização Ambiental (PRA). A 
supressão de vegetação nativa de nascentes, de dunas e restingas somente poderá se dar em caso de 
utilidade pública. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Ciliar
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 ÁREA RURAL CONSOLIDADA 
Código Florestal (1965) – Não contempla conceito de área consolidada. Recomposição, 
regeneração e compensação são obrigatórias. 
Código Florestal (2012) – Estabelece o conceito de áreas rurais consolidadas. Imóveis até quatro 
módulos fiscais não precisam recompor a vegetação nativa. 
No dia 25 de abril de 2012, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei de Novo Código 
Florestal do relator Paulo Piau. As sugestões de Piau foram aprovadas com 274 votos a favor, 184 contra 
e duas abstenções. As principais características desta última versão do Código estão relacionadas 
à flexibilização das leis de preservação ambiental, aproximando-a ainda mais dos interesses ruralistas. 
As mudanças foram: 
 Não há obrigatoriedade de recomposição de 30 metros de mata ao redor de olhos d'água nas 
áreas de preservação permanente (APPs) ocupadas por atividades rurais, consolidadas até 22 de julho de 
2008. 
 Sem obrigatoriedade de recompor a vegetação nativa em propriedades de agricultura familiar e 
naquelas áreas privadas que tenham entre quatro e 500 hectares em torno de rios com largura maior que 
10 metros. 
 Possibilidade de o Poder Público reduzir a reserva legal para até 50% em áreas de floresta na 
Amazônia Legal. Isso poderá acontecer nos casos em que a propriedade rural estiver situada em estado 
com mais de 65% do território já ocupado por unidades de conservação públicas ou terras indígenas. 
 Recomposição de uma faixa mínima de 15 metros de vegetação nas margens dos rios com até 10 
metros de largura. 
Várias organizações não governamentais, ambientalistas e membros da sociedade civil se 
organizaram para pressionar a presidente Dilma Rousseff a vetar na íntegra a lei, após a aprovação do 
projeto de Paulo Piau na Câmara dos Deputados. 
O governo federal anunciou no dia 25 de maio de 2012, o veto de 12 dos 84 artigos do Código 
proposto por Paulo Piau, além de efetuar 32 modificações no texto. Conforme publicado no Diário 
Oficial da União, a presidente Dilma Rousseff vetou totalmente os artigos 1º, 43, 61, 76 e 77, e fez vetos 
parciais em incisos dos artigos 3º, 4º, 5º e 26. Além disso, foi publicada também a Medida Provisória 
(MP) com mudanças ao código, visando preencher as lacunas deixadas pelos vetos. 
Os pontos vetados pela presidente foram: 
 Apresentação do Código Florestal: a presidenta vetou o artigo 1º do Código Florestal, que 
define a razão do estabelecimento da medida. Segundo ela, o texto não indica com precisão "os 
parâmetros que norteiam a interpretação e aplicação da lei". 
 Pousio dos solos: a presidenta vetou o inciso XI do artigo 3º, pois, segundo ela, "o conceito de 
pousio (descanso do solo) aprovado não estabelece limites temporais ou territoriais para sua prática". 
 Apicuns e salgados: a presidenta vetou o parágrafo 3 do artigo 4º do PL, pois ele "deixa os 
apicuns e salgados (planícies salinas próximas a mangues) sem qualquer proteção". A regra do texto 
aprovado pela Câmara não considerava apicuns e salgados como Áreas de Proteção Permanente (APPs). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_C%C3%B3digo_Florestal_Brasileiro%23cite_note-google.com.br-6
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_C%C3%B3digo_Florestal_Brasileiro%23cite_note-google.com.br-6
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_C%C3%B3digo_Florestal_Brasileiro%23cite_note-google.com.br-6
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_C%C3%B3digo_Florestal_Brasileiro%23cite_note-google.com.br-6
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_dos_Deputados
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff
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 Delimitação das áreas de inundação em rios nas cidades:a presidenta vetou os parágrafos 7 e 
8 do artigo 4°. No texto da Câmara, é estabelecido que a largura da faixa de inundação de qualquer curso 
de água que passe por áreas urbanas será determinada pelo plano diretor e leis municipais de uso do solo. 
A presidenta afirmou que a medida tratava-se de "grave retrocesso", porque não levava em conta os 
critérios mínimos de proteção dessas margens, que evitam desastres naturais e protegem a infraestrutura. 
 Bacias hidrográficas : Dilma vetou integralmente o artigo 43 do texto de Paulo Piau. Nele se 
estabelece que as empresas que prestam serviços como abastecimento de água e geração de energia 
hidrelétrica deverão investir na recuperação e na manutenção da vegetação nativa em APPs existentes 
em toda a bacia hidrográfica explorada. Segundo Dilma, o artigo prejudica o interesse público, uma vez 
que a recuperação de toda a bacia hidrográfica implicaria em um aumento do custo desses serviços, 
impactando no bolso do consumidor. 
 Recuperaçao de APPs: O artigo 61 do Código aprovado pela Câmara, que trata da recuperação 
das Áreas de Proteção Permanente (APPs) é, segundo a presidenta, impreciso e vago "contrariando o 
interesse público e causando grande insegurança jurídica". Ela afirmou ainda que o artigo "parece 
conceder ampla anistia" aos desmatadores, que exploraram as áreas a serem protegidas antes da 
legislação de 2008, que regula as APPs. 
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que reúne 163 
entidades, classificou como "retrocesso ambiental" a sanção do novo Código Florestal, com 12 vetos, e a 
edição de uma medida provisória. O Greenpeace listou as brechas da legislação ambiental sancionada 
por Dilma Rousseff: 
 Mantém definição de “área rural consolidada” para ocupações ilegais ocorridas até julho de 
2008. Conceito é utilizado como base para todas as ANISTIAS previstas na nova Lei. A última alteração 
na lei no que se refere às APPs foi em 1989 e RL (somente na Amazônia) em 1996 (e não em 2008); 
 Anistia de RL para desmatamentos ilegais em imóveis rurais baseado no tamanho das 
propriedades e não no modelo de produção familiar (Lei 11.326/06), (art. 67) ANISTIANDO mais de 
90% dos imóveis de todo país; 
 Anistia de recomposição de APPs (Matas ciliares) em até 80% em relação ao patamar até então 
vigente. Na Lei revogada recomposição de APP variava de 30 a 500m (na Lei 4.771/65). Na nova lei 
(+MP) a APP a ser recomposta será de 5m a 100metros; 
 Anistia total de recomposição de APP de topo de morro e encostas, mantendo inclusive pecuária 
(art. 63); 
 Anistia de recomposição de APP de nascentes, olhos d’água, lagos e lagoas naturais entre 80 e 
50% (art. 61- A, §5o e 6o); 
 Anistia OCUPAÇÕES em Manguezal ocupados até julho de 2008 e permite de novas ocupações 
em até 35% na Mata Atlântica e 10% na Amazônia (art. 11-A); 
 Redução de RL (na Amazônia), inclusive para novos desmatamentos, nos Estados com 65% de 
UC+TI ou Municípios com mais de 50% de UC+TI (§4o e 5o artigo 12). Esse dispositivo afeta 
imediatamente 80 municípios na Amazônia. Afeta imediatamente todos os municípios do 
Amapá. Pará está prestes a atingir 65% de UC+TI; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Medida_provis%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1
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 Anistia total de APPs. Nos poucos casos em que deverá haver algum tipo de recomposição em 
APP esta não será mais com espécies nativas (Art. 61-A, §13, IV); 
 Veto ao único incentivo positivo (econômico) concreto para recomposição de APPs 
(contribuição do setor elétrico) previsto na Lei aprovada pelo Congresso, sob justificativa de que tal 
medida contraria interesse nacional. – Art. 43 (Vetado); 
 Redução de APP de topo de morro, com mudança no método de definição da área a ser 
preservada como APP, reduzindo em até 90% em alguns casos (art.4). 
Nessa perspectiva, observa-se que a opinião pública se divide conforme os seus interesses, diante 
de um assunto polêmico, de caráter essencial para a preservação ambiental no país. 
 
01- Diferencie Área de Preservação Permanente de Área de Reserva Legal. ______________________ 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Anistia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Veto
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea
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CAPÍTULO IV 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E O 
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS 
NATURAIS 
 
De acordo com Sánchez (2006), o licenciamento ambiental no Brasil começou em alguns Estados, 
em meados da década de 1970, sendo incorporado à legislação brasileira por meio da Política Nacional 
do Meio Ambiente. No entanto, a necessidades de autorização para o exercício de atividades que geram 
impactosno meio ambiente se apresentam em momentos anteriores. Já em 1934, o Código Florestal 
apresentava a necessidade de uma autorização para a “derrubada de florestas em propriedades privadas”, 
“o aproveitamento de lenha para abastecimento de vapores e máquinas”, e a “caça e a pesca nas florestas 
protetoras e remanescentes.” 
Para o efetivo gerenciamento dos recursos naturais tem-se como relevante a realização do 
Licenciamento Ambiental, sendo este indispensável à fiscalização por parte dos órgãos de fiscalização, 
de modo a assegurar a regulamentação de ações que impactam o meio ambiente. 
A normatização do licenciamento ambiental na esfera federal é instituída pela Lei 6938, a qual 
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, 
dentre outras providências. Esta Lei, em seu Artigo 9°, institui o licenciamento e a revisão de atividades 
efetivas ou potencialmente poluidoras enquanto instrumento para efetivação da Política Nacional do 
Meio Ambiente. 
Desta forma, tem-se que o licenciamento ambiental adquire caráter obrigatório para todos os 
empreendimentos e atividades potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação ambiental. 
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A Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997, em seu Artigo1º, inciso I, apresenta 
o seguinte conceito de licenciamento ambiental: 
Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, 
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. 
Esta Resolução CONAMA n° 237, apresenta ainda, em seu Artigo 1°, inciso II, a definição da 
licença ambiental, a qual é definida da seguinte forma: 
Licença Ambiental é um ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as 
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, 
pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades 
utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, 
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
No que se refere à Constituição da República, esta não apresenta o termo “licenciamento 
ambiental”, porém, conforme disposto em seu Artigo 225, esta Constituição impõe o dever de exigir e 
dar publicidade ao estudo prévio de impactos ambientais, para a instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. 
Tem-se que a licença ambiental é uma autorização concedida ao empreendedor pelo órgão público 
competente, para que sejam exercidas as atividades de modo a atender as exigências estabelecidas na 
legislação vigente, visando garantir o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
O Licenciamento Ambiental é composto por três fases. A fase deflagratória consiste no momento 
no qual o interessado requer a licença, enquanto que a fase instrutória refere-se ao momento em que em 
que são realizadas as colheitas de elementos que irão subsidiar a decisão administrativa e por fim, tem-se 
a fase decisória, na qual a licença é deferida ou não. Existe uma licença para cada etapa do processo de 
licenciamento ambiental, sendo elas Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de 
Operação (LO). 
A LP deve ser requerida ainda na fase de avaliação da viabilidade do empreendimento, nesta etapa 
é aprovada a localização e a concepção do empreendimento, atestando a viabilidade ambiental da 
atividade. Destaca-se que o prazo de validade da LP será, no mínimo, igual ao estabelecido pelo 
cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, 
não podendo ser superior a cinco anos. Os procedimentos realizados na LP são: 
 Levantamento dos impactos ambientais e sociais prováveis do empreendimento, os quais serão 
avaliados no que tange à magnitude e abrangência; 
 Formulação de medidas capazes de eliminar ou atenuar os impactos; 
 Consulta aos órgãos ambientais das esferas competentes, em cujas áreas de atuação situam-se os 
empreendimentos; 
 Consulta à comunidade acerca dos impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras (em 
caso de audiência pública). 
 
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A LI autoriza a instalação do empreendimento ou atividade, com a concomitante aprovação dos 
detalhamentos e cronogramas de implementação dos planos e programas de controle ambiental, dando 
validade à estratégia proposta para o trato das questões ambientais durante a fase de construção. Tem-se 
que o prazo de validade da LI será, no mínimo, igual ao estabelecido pelo cronograma de instalação do 
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a seis anos. 
Ao conceder a LI, o órgão gestor do meio ambiente terá: 
 autorizado o empreendedor a iniciar as obras; 
 concordado com as especificações constantes nos planos, programas e projetos ambientais e seus 
respectivos cronogramas de implementação; 
 estabelecido medidas de controle ambiental, garantindo que a fase de implantação do 
empreendimento obedeça aos padrões de qualidade ambiental estabelecidos em lei; 
 fixado as condicionantes da licença (medidas mitigadoras); 
 determinado que, se as condicionantes não forem cumpridas na forma estabelecida, a licença 
poderá ser suspensa ou cancelada. 
Já a LO, autoriza o interessado a iniciar a operação do empreendimento. Tem por finalidade 
aprovar a forma proposta de convívio do empreendimento com o meio ambiente, durante um tempo 
finito, equivalente aos seus primeiros anos de instalação. O prazo de validade da LO deverá considerar 
os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, quatro anos e, no máximo, dez anos. A LO possui 
três características básicas: 
 É concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumprimento das 
condicionantes estabelecidas nas licenças anteriores (LP e LI); 
 Contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) que servirão de limite para o 
funcionamento do empreendimento ou atividade; 
 Especifica as condicionantes determinadas para a operação do empreendimento, cujo 
cumprimento é obrigatório, sob pena de suspensão ou cancelamento da operação. 
As consequências em caso de ausência de licenciamento ambiental são: 
 pena de detenção de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, aos 
empreendedores, na hipótese de construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer 
parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença 
ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares 
pertinentes (artigo 60 da Lei nº 9.605, de 1998); 
 agravamento de pena, no caso de abuso do direito obtido mediante o licenciamento ambiental 
(artigo 15, inciso II, alínea “o” e artigo 29, § 4º,inciso IV, da Lei nº 9.605, de 1998); 
 sujeição às seguintes sanções administrativas previstas no § 7º do artigo 72 da Lei de Crimes 
Ambientais, Lei nº 9.605, de 1998: suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou 
atividade; demolição de obra e suspensão parcial ou total de atividades;suspensão ou cancelamento da 
licença ambiental pelo órgão ambiental, nas hipóteses de (artigo 19 da Resolução Conama nº 237, de 
1997): 
- violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; 
- omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; 
- superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 paralisação de obra pública custeada, no todo ouem parte, com recursos federais, por ser essa 
prática considerada irregularidade grave (itens 9.2.3.1 e 9.2.3.2 do Acórdão nº 516/2003-TCU-Plenário); 
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 denúncia do empreendimento pelo Ministério Público, atuando na defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (caput do artigo 127 da CF), nos 
casos de verificação de ilegalidade no procedimento de licenciamento, ou na implementação de 
condicionantes. 
 
Destaca-se que além das consequências citadas, há possibilidade de prejuízos para o 
empreendedor nos seguintes casos: 
 licenciamento realizado, ou iniciado, em órgão ambiental que não tem competência originária 
para emitir a licença; interrupção do processo de licenciamento ou realização de novo licenciamento, 
com assunção da competência originária ou avocação da competência pelo órgão adequado; 
 realização de projeto básico ou projeto executivo, ou ambos, antes da expedição da licença 
prévia, caso a licença prévia imponha mudanças na localização ou na concepção do empreendimento. 
Nesse caso, haverá a necessidade de se confeccionar novo projeto básico, caracterizando prejuízo e 
indicando a má gestão; 
 paralisação de obra iniciada sem a competente licença de instalação, acarretando despesas com 
mobilização e outras; 
 ocorrência de desastre ambiental que cause a indisponibilidade de recursos naturais utilizados no 
processo produtivo do próprio empreendedor. Em caso de escassez ou de baixa renovabilidade desses 
recursos o empreendedor poderá ter que pagar mais caro por esses recursos no futuro. 
A Resolução CONAMA n°237, em seu Artigo 10°, apresenta as etapas a serem obedecidas no 
procedimento de licenciamento ambiental, sendo elas: 
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos 
documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento 
correspondente à licença a ser requerida; 
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, 
projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; 
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, 
projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; 
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, 
integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos 
ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os 
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; 
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; 
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, 
decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os 
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; 
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; 
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. 
No Quadro 02, estão dispostos os tipos de estudos ambientais previstos na legislação brasileira, 
enquanto no Quadro 03, estão enumeradas as Resoluções do CONAMA referentes ao licenciamento 
ambiental. 
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Quadro 02: Estudos ambientais previstos na legislação brasileira. 
DENOMINAÇÃO REFERÊNCIA LEGAL APLICAÇÃO 
Estudos 
Ambientais 
Res. Conama 237, de 
19/12/1997 
"são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados à localização, operação e 
ampliação de uma atividade ou empreendimento, 
apresentando como subsídio para a análise da licença 
requerida" (Art. 1°,III) 
Estudo prévio de 
impacto ambiental 
Constituição Federal, 
Art. 225, 1°, IV 
(1988) 
Instalação de obra ou atividade potencialmente causadora 
de significativa degradação ambiental. 
EIA - Estudo de 
Impacto Ambiental 
e RIMA - rel. de 
Impacto Ambiental 
Res. Conama 01, de 
23/01/1986 
Licenciamento de atividades modificadoras do meio 
ambiente exemplificadas no Art. 2° da Resolução. 
PBA - Projeto 
Básico Ambiental 
Res. Conama 6, de 
16/09/1987 
Obtenção de licença de instalação de empreendimentos do 
setor elétrico 
PRAD - Plano de 
Recuperação de 
Áreas Degradadas 
Decreto Federal n° 
97.632, de 
10/04/1989 
Obrigatoriedade de apresentação para todo 
empreendimento de mineração; deve ser incorporado ao 
EIA para novos projetos 
PCA - Plano de 
Controle 
Ambiental 
Res. Conama 9, de 
06/12/1990. Res. 
Conama 286, de 
20/08/2001. Res. 
Conama 23, de 
07/12/1994. 
Obtenção de licença de instalação de empreendimentos de 
mineração/Obtenção de licença de instalação de 
empreendimentos de irrigação./Obtenção de licença de 
operação para produção de petróleo e gás. 
RCA - Relatório de 
Controle 
Ambiental 
Res. Conama 10, de 
06/12/1990. Res. 
Conama23, de 
07/12/1994 
Obtenção de licença de instalação de empreendimentos de 
extração de bens minerais de uso imediato na construção 
civil./Obtenção de licença prévia para perfuração de 
poços de petróleo. 
EVA - Estudo de 
Viabilidade 
Ambiental 
Res. Conama 23, de 
07/12/1994 
Obtenção de licença prévia para pesquisa da viabilidade 
econômica e de um campo petrolífero. 
RAA - Relatório de 
Avaliação 
Ambiental 
Res. Conama 23, de 
07/12/1994 
Obtenção de licença de instalação para perfuração de 
poços de petróleo. 
EVQ - Estudo de 
Viabilidade de 
Queima 
Res. Conama 264, de 
20/03/2000. 
Licenciamento co-processamento de resíduos em fornos 
de cimento 
Plano de 
Encerramento 
Res. Conama 273, de 
29/11/2000 Desativação de postos de combustíveis. 
RAS - Relatório 
Ambiental 
Simplificado 
Res. Conama 279, de 
27/06/2001 
Obtenção de licença prévia de empreendimentos do setor 
elétrico de pequeno potencialde impacto ambiental 
Plano de 
Emergência 
Individual 
Res. Conama 293, de 
12/12/2001 
Licenciamento de portos organizados, instalações 
portuárias ou terminais, dutos, plataformas e instalações 
de apoio. 
Plano de 
Contingência/ 
Plano de 
Emergência/Plano 
de Desativação 
Res. Conama 316, de 
29/10/2002 
Licenciamento de unidades de tratamento térmico de 
resíduos./ Encerramento de atividades dos sistemas de 
tratamento térmico de resíduos 
 
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Quadro 03: Resoluções Conama referentes à licenciamento ambiental 
RESOLUÇÃO ASSUNTO 
6, de 16/09/1987 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos do setor elétrico 
9, de 06/12/1990 
Dispõe sobre procedimentos para o licenciamento de atividades de pesquisa 
mineral, lavra e beneficiamento de minérios 
10, de 06/12/1990 Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades de exploração de 
bens minerais de uso na construção civil 
13, de 06/12/1990 
Obrigatoriedade de licenciamento de qualquer atividade que possa afetar a 
biota, caso se situe em um raio de 10 km de uma unidade de conservação 
23, de 07/12/1994 Dispõe sobre licenciamento ambiental de atividades de exploração, 
perfuração e produção de petróleo e gás natural 
264, de 20/03/2000 
Dispõe sobre o licenciamento para co-processamento de resíduos em fornos 
rotativos de clínquer para fabricação de cimento 
273, de 29/11/2000 
Torna obrigatório o licenciamento ambiental de postos revendedores, 
postos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e postos 
flutuantes de derivados de petróleo e outros combustíveis 
279, de 27/01/2001 
Estabelece o procedimento simplificado para o licenciamento de 
empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica com 
pequeno potencial de impacto ambiental 
284, de 30/08/2001 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigação e os 
classifica em três categorias286, de 30/08/2001 
Obriga a realização de estudos epidemiológicos para o licenciamento de 
empreendimentos cujas atividades potencializem os fatores de risco para a 
malária em regiões endêmicas 
289, de 25/10/2001 
Estabelece diretrizes para o licenciamento ambiental de projetos de 
assentamentos de reforma agrária 
334, de 03/04/2003 Estabelece procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos 
destinados ao recebimento de embalagens vazias d agrotóxicos 
335, de 03/04/2003 Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios 
344,de 25/03/2004 Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos para a avaliação do 
material a ser dragado 
349, de 16/08/2004 
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos ferroviários 
de pequeno potencial de impacto ambiental e regularização dos 
empreendimentos em operação 
350, de 06/07/2004 
Dispõe sobre o licenciamento ambiental específico das atividades de 
aquisição de dados sísmicos marítimos e em zonas de transição 
 
Considerando-se que os estudos ambientais referentes ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ao 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), são os mais difundidos, optou-se por detalhá-los. 
Estudo de Impacto Ambiental 
 
 A Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, considera em seu Artigo 1° que 
impacto ambiental consiste em qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
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que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades 
sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos 
recursos ambientais. 
Estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à 
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como 
subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano de manejo, plano de 
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. 
O estudo de impacto ambiental (EIA) consiste na avaliação necessária para o licenciamento de 
empreendimentos com significativo impacto ambiental, devendo ser elaborado por equipe 
multidisciplinar e contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto. O EIA deve 
ser composto por quatro seções, sendo elas: 
 diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento: deve descrever e analisar as 
potencialidades dos meios físico, biológico e socioeconômico da área de influência do empreendimento, 
inferindo sobre a situação desses elementos antes e depois da implantação do projeto; 
 análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas: contempla a previsão da 
magnitude e a interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes do empreendimento, 
discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, mediatos e a 
médio e longo prazos, temporários e permanentes; o grau de reversibilidade desses impactos; suas 
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais; 
 medidas mitigadoras dos impactos negativos: devem ter a sua eficiência avaliada, a partir da 
implementação dos programas ambientais previstos para serem implementados durante a vigência da LI; 
 programa de acompanhamento e monitoramento: deve abranger os impactos positivos e 
negativos, indicando os padrões de qualidade a serem adotados como parâmetros. 
 
Relatório de Impacto Ambiental 
 
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) deve conter as informações essenciais, escritas em 
linguagem acessível, priorizando a compreensão do público em geral, não devendo consistir em apenas 
um resumo do EIA, mas sim permitir o conhecimento das vantagens e desvantagens do projeto e as 
consequências ambientais de sua implementação. De modo geral, pode-se afirmar que o EIA é um 
documento técnico, enquanto o RIMA se caracteriza como um relatório. 
O Artigo 9º da Resolução CONAMA 01, aponta que o RIMA refletirá as conclusões do estudo de 
impacto ambiental e conterá, no mínimo: 
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, 
planos e programas governamentais; 
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada 
um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e mão de obra, as 
fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de 
energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados; 
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do 
projeto; 
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IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, 
considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando 
os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; 
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as 
diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não 
realização; 
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos 
negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado; 
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; 
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem 
geral). 
Destaca-se que cabe ao empreendedor todos os custos originados no processo de licenciamento 
ambiental. Dentre as despesas com o processo de licenciamento ambiental, podem-se citar: 
 contratação da elaboração dos estudos ambientais (EIA, Rima, etc.); 
 contratação, se necessário, de empresa de consultoria, para interagir com o órgão ambiental, 
podendo ou não ser a mesma empresa que elaborou o EIA/Rima; 
 despesas relativas à realização de reuniões e/ou audiências públicas, caso necessárias; 
 despesas com publicações na imprensa de atos relacionados com processo de licenciamento; 
 pagamento da compensação ambiental; 
 pagamento das taxas (emissão das licenças e da análise dos estudos e projetos) cobradas pelo 
órgão licenciador; 
 despesas relativas à implementação dos programas ambientais (medidas mitigadoras). 
 
01- A concessão de licenças ambientais, não seria a concessão da destruição do meio ambiente? Por 
quê?________________________________________________________________________________
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CAPÍTULO V 
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente, em seu Artigo 3°, inciso II, define Degradação Ambiental 
como um sendo uma alteração adversa das características do meio ambiente, sendo esta definição 
considerada ampla para abranger todos os casos de degradação, conforme aponta Sánchez (2006). 
Este mesmo autor coloca que a degradação ambiental pode ser conceituada como qualquer 
alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou como uma alteração adversa da 
qualidade ambiental. Outra definição do que seria degradação ambiental é apresentada pelo Guia de 
Recuperação de Áreas Degradadas, publicado pela SABESP (2003, p. 4), o qual define degradação 
ambiental, como sendo “as modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando 
(degradando) as suas características físicas, químicas e biológicas, comprometendo, assim, a qualidade 
de vida dos seres humanos.”. 
A Constituição Federal, em seu Artigo 225, coloca que “todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações.”. 
A Política Nacional do Meio Ambiente, Lei n°6938, apresenta em o seu Artigo 2°, o objetivo da 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana. Considerando-se o atendimento ao princípio da recuperação de áreas 
degradadas, conforme disposto no inciso VIII, o Decreto n° 97632, de 10 de Abril de 1989, dispõe sobre 
sua regulamentação. 
O Decreto n° 97632, conforme apresenta em seu Artigo 2°, considera como degradação os 
processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas 
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propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. Este Decreto 
coloca que os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais deverão submeter o 
plano de recuperação de área degradada à aprovação do órgão ambiental competente, quando da 
apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório do Impacto Ambiental – RIMA. 
(Art. 1°). 
Além disso, o Decreto n° 97632 aponta em seu Artigo 3°, que a recuperação deverá ter por 
objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano 
preestabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. 
 
Formas e exemplos de áreas degradadas 
 
Áreas Urbanas 
 
No ano de 2007, pela primeira vez ao longo da história, a população urbana ultrapassou a rural em 
nível mundial, de acordo com Anna Tibaijuka, Subsecretária-geral e ex-diretora executiva Programa das 
Nações Unidas para Assentamentos Humanos, UN-Habitat. Espera-se que em 2030, 60% da população 
mundial, ou seja, 4,9 bilhões de habitantes vivam em cidades (United Nations, World Urbanization 
Prospects, the 2009 Revision, 2010). 
Entre 2009 e 2050 projeta-se que a população urbana passe de 3,4 bilhões para 6,3 bilhões (ONU, 
2009). Segundo este relatório, quanto mais desenvolvido é o país ou região, maior é o número de pessoas 
que vive em cidades. Os 3,4 bilhões de pessoas vivem em assentamentos urbanos com diferentes 
tamanhos. 
Os impactos ambientais urbanos começaram a ser reconhecidos e discutidos no mundo a partir da 
década de 1960, e estavam focados principalmente na relação entre o número de pessoas e os impactos 
potencialmente negativos causados na Terra (NEWMAN, 2006). 
Os impactos ambientais ocasionados pela ocupação cada vez mais célere do espaço urbano 
representam uma grande preocupação, principalmente no que se refere a problemas ambientais urbanos, 
os quais dificultam potencialmente a gestão ambiental nas cidades, além do fato de aumentar o 
contingente de áreas a serem desflorestadas para ocupação humana. 
Vários são os problemas ambientais que ocorrem no ambiente urbano. Os veículos movidos a 
combustíveis fósseis emitem gases poluentes, os quais interferem no ecossistema, além de representarem 
uma ameaça à saúde do ser humano e ainda favorecerem a formação de ácidos que contribuem para a 
ocorrência de chuvas ácidas, as quais alteram negativamente os ecossistemas aquáticos, prejudicando a 
agricultura e as florestas. 
Outro problema ambiental urbano que contribui para a degradação ambiental consiste na 
destinação dos resíduos. O modo de vida urbano tem favorecido o crescimento da produção de lixo, 
fomentando a inutilização e poluição de grandes áreas. Além deste problema, outro elemento 
preocupante quanto à poluição gerada nas cidades consiste no lançamento de esgotos domésticos e 
industriais, sendo esta a principal forma de poluição das águas. 
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Diante da ocupação acelerada e muitas vezes não acompanhada por um planejamento urbano 
adequado, potencializa a ocorrência de problemas ambientais nas cidades. A falta de áreas verdes, o alto 
índice de impermeabilização do solo e a canalização dos rios e córregos, são apontados como os 
principais causadores das inundações, representando assim um grande problema a ser pensado para 
minimização dos problemas ambientais urbanos. 
Indústrias 
A poluição ambiental por indústrias há tempos vem sendo tema de debates e discussões entre as 
mais variadas comunidades cientifica, econômica, política e sociais. Esta constitui uma questão 
complexa que exige análises profundas e atitudes conscientes, levando em consideração tudo e todos que 
estão envolvidos direta ou indiretamente na situação, seja de escala regional, nacional, continental ou 
global. 
A poluição dos solos propiciada pelos resíduos industriais é preocupante haja vista o impacto 
gerado ao meio ambiente, e também à saúde da população, além de tornar extensas áreas impróprias para 
a maior parte das atividades. Diante das exigências mundiais acerca do desenvolvimento, tem-se 
buscado reduzir o impacto das indústrias ao meio ambiente nos dias atuais. 
 
Agricultura 
A expansão da fronteira agrícola no Brasil, bem como a alteração no padrão tecnológico no meio 
rural ocorreram, principalmente, à partir da década de 1970, exercendo grande impacto ambiental, 
principalmente, no Cerrado brasileiro. Neste momento, o governo brasileiro buscava incentivar a 
ocupação de áreas até então não favoráveis à produção, fomentando assim programas, tais como o 
Programa de Cooperação nipo-brasileira para o Desenvolvimento do Cerrado (PRODECER) e o 
Programa de Desenvolvimento do Cerrado (POLOCENTRO). A tamanha degradação ambiental, 
potencializada à partir de então, pode ser exemplificada. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 33% da vegetação do Cerrado das nascentes do 
Rio Xingu e de seus afluentes já foram destruídas. Esta bacia atravessa dois importantes biomas 
brasileiros, o Cerrado e a Floresta Amazônica, com um território de 2,6 mil hectares e o principal vetor 
deste ritmo de degradação é o modelo de atividade agropecuária, implantado a partir da década de 1960. 
 
Erosão 
Os processos erosivos são, em grande parte, ocasionados por algum tipo de degradação ambiental. 
Tem-se que estes processos erosivos podem gerar, por si só, podem gerar outros processos de 
degradação ambiental, tais como assoreamento de rios e perda de área agrícola. 
Podem-se apontar como principais responsáveis pelos processos erosivos as

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