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RELATORIO GNOSIA OFICIAL

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Universidade Federal do Ceará 
Centro de Ciências da Saúde 
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem – FFOE 
Farmacognosia I 
Profa.: Dra Luzia Kalyne A. M. Leal 
 
 
 
 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ANETOL NO ÓLEO ESSENCIAL DO 
FRUTO DO FUNCHO (Foeniculum vulgare Miller) POR MEIO DA 
HIDRODESTILAÇÃO/COOBAÇÃO E RECONHECIMENTO DE 
AUTENTICIDADE E PUREZA POR MEIO DE ANÁLISES 
QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS. 
 
Flávia Cavalcante Silva 
Celena de Lima Fernandes 
Lívia Pereira Moura Marinho 
 
 Fortaleza 
2018 
Sumário: 
1. Introdução 
1.1 Funcho (Foeniculum vulgare Miller.). 
2. Objetivos 
2.1 Objetivo Geral 
2.2 Objetivos Específicos 
3. Materiais e Métodos 
3.1 Teste de autenticidade 
3.2 Análise de Pureza 
3.3 Método extrativo 
3.4 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
4. Resultados e Discussões 
4.1 Testes de autenticidade 
4.2 Análises de Pureza 
4.3 Método Extrativo 
4.4 Cromatografia em Camada Delgada 
 5. Conclusão 
 6. Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
1.1 Funcho (Foeniculum vulgare Miller.). 
O funcho é uma planta herbácea perene, de caules erectos múltiplos, com até 
dois metros de altura (mas em geral com menos de 80 centímetros), de cor verde 
intenso, por vezes glauco, tornando-se azulada quando em locais expostos à 
secura e a intensa radiação solar. Popularmente conhecida como “funcho” ou 
“falsa erva doce” devido a constante confusão botânica causada pela semelhança 
de seu fruto com o fruto da espécie Pinmpinella anisum L. 
As folhas são longas (até 40 cm) e delgadas, finamente dissecadas, terminando 
em segmentos filiformes a aciculares (com cerca de 0,5 mm de diâmetro), muito 
flexíveis, mas que, quando expostos à secura, endurecem exteriormente para 
evitar a perda de água. 
Produz inflorescências terminais compostas, umbeliformes, com 5 a 15 cm de 
diâmetro, contendo 20 a 50 flores pediceladas inseridas num único ponto do 
ápice da inflorescência, sobre pedúnculos curtos. As flores são minúsculas têm 
de 2 a 5 mm de diâmetro, amarelo a amarelo-esverdeadas. 
O fruto é uma semente seca, fortemente aromática, ovóide, de 4 a 9 mm de 
comprimento e 2 a 4 mm de largura, achatada e com entalhes longitudinais 
simétricos em ambos os lados. 
A raiz é rizomatosa, esbranquiçada e muito suculenta, armazenado grande 
quantidade de água. 
O cheiro e sabor característicos (em geral designados por "anis" ou "erva-doce") 
resultam da presença de anetol, um composto fortemente aromatizante. 
O funcho é tradicionalmente utilizado como condimento para aromatização de 
alimentos, seu cheiro forte e aromático é devido ao seu óleo essencial anetol-
trans-1-metoxi-4-(prop-1-enil) benzeno que também é utilizado na produção de 
cosméticos. Além disso, a medicina popular o utiliza para tratamento de doenças 
digestivas, problemas menstruais e também como anti-inflamatório e analgésico. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Estrutura química do aneto l,% Fonte: 
http://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/6650/SILVA 
20DENISE%20DA.pdf 
 
 
 
Figura 2: funcho (Foeniculum vulgare Miller.). Fonte: Arquivo próprio. 
 
 
 
2. Objetivos: 
2.1 Objetivo geral: 
Obter o óleo essencial dos frutos do funcho (Foeniculum vulgare Mill) pelo 
método extrativo da hidrodestilação através da técnica da coobação e 
reconhecimento de autenticidade e pureza por meio de análises qualitativas e 
quantitativas. 
2.2 Objetivos específicos: 
 
2.2.1 Teste de Autenticidade: 
Analisar a autenticidade da amostra comercial do fruto de Foeniculum 
vulgare. 
2.2.2 Análise de Pureza 
 Verificar a análise da pureza do funcho com auxílio de métodos 
farmacopeicos. 
 
2.2.3 Método extrativo 
 
 Produzir o extrato do fruto do funcho empregando o método de 
hidrodestilação/coobação e suceder pesquisas do princípio ativo. 
 
2.2.4 Cromatografia em Camada Delgada 
 
 Identificar a presença de anetol no produto derivado obtido a partir do 
fruto do funcho através da Cromatografia em Camada Delgada (CCD). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Para qualificar e quantificar o anetol no fruto do funcho e produzir o óleo 
essencial, foram realizados os seguintes métodos: 
 
3.1 Teste de autenticidade 
 
O teste de autenticidade de uma amostra vegetal é dado pelos parâmetros de 
identidade botânica através de análises macroscópicas, microscópicas e 
organolépticas com o apoio em monografias a título de compração, podendo ser 
feita também através da análise dos constituintes químicos ativos. 
 
Amostra: fruto do funcho - Foeniculum vulgare. 
Materiais utilizados: 
 
 Amostra certificada comercial do fruto; 
 Lupa; 
 Microscópio; 
 Lâmina preparada com corte transversal do funcho. 
 Monografia do fruto presente em OLIVEIRA, Fernando de; AKISUE, 
Gokithi; AKISUE, Maria Kubota. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 
2007. 412 p. e a monogrfia presnete na farmacopeia. 
 
Metodologia 
O teste de autenticidade do funcho foi feito comparando a amostra coletada com 
a monografia do fruto presente em OLIVEIRA, et al, 2007. Por meio dos 
seguintes métodos: 
- Análise microscópica do fruto do funcho; 
- Análise macroscópica ; 
- Análise organoléptica; 
- Análise final da autenticidade de uma amostra. 
3.2) Análise de Pureza 
Os ensaios de pureza são responsáveis por fixar os limites das quantidades 
aceitáveis de impurezas presentes no material a ser avaliado. Para testarmos o 
nível de pureza do fruto do funcho (Foeniculum vulgare) foi utilizado a 
determinação de material estranho. 
 
Amostra: fruto de funcho - Foeniculum vulgare (embalagem comercial)que já 
foi entregue feito o quarteamento. 
 
Materiais utilizados: 
 
 Balança 
 Lupa 
 Placa de Petri; 
 Pinça; 
 Vidro de relógio; 
Metodologia: 
Inicialmente foi colocada 5,031 gramas de funcho sobre a placa de Petri no qual 
foi distribuído de forma homogênea na vidraria. Em seguida foram separados, 
por meio do uso de uma pinça, os materiais estranhos (flor, folhas, caule, 
insetos) tanto a olho nu quanto com o auxílio de uma lupa visando retirar com a 
pinça todas as impurezas menores. Todo material estranho foi colocado no vidro 
de relógio e pesado. 
Figura 3: Análise de Pureza. Fonte: 
Arquivo Próprio 
 
3.3 Método extrativo 
Amostra: fruto de funcho - Foeniculum vulgare 
Materiais: 
 
 Aparelho de Clevenger; 
 Manta aquecedora; 
 Balão de fundo redondo; 
 Água destilada. 
 
Metodologia: 
 
No início, foram colocados 150,6263 gramas de funcho no balão de fundo 
redondo com 500 ml de água destilada. Logo após, o material foi colocado em 
uma manta aquecedora. Utilizando o aparelho de Clevenger, a amostra foi 
imersa na água e o vapor d’água arrastava o óleo passando por um condensador. 
Foi observada, então, a ebulição da água por, aproximadamente, 50 minutos. Já 
que o óleo é menos denso que a água, eles se separam em uma escala 
volumétrica existente no aparelho. 
 
Figura 4:Início do Método Extrativo. Fonte: Arquivo Próprio 
 
 Figura 5: Água Destilada no Balão de Fundo Redondo. Fonte: Arquivo Próprio 
 
Figura 6: Aparelho de Clevenger com amostra de funcho. Fonte: Arquivo 
próprio. 
 
 
3.4 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
 
Amostra: extrato do fruto de funcho - Foeniculum vulgare obtido na extração. 
Materiais utilizados: 
 
 Cuba cromatográfica 
 Placa de sílica gel- fase fixa (polar) 
 Solvente - fase móvel (apolar): Etanol puro (acetona e acetato de etila 
50:50) 
 Capilar 
 Solução padrão de anetol 5% 
 Óleo essencial obtido pela hidrodestilação/coobação 
 
Metodologia: 
 
Foi marcado, sob a placa de sílica-gel, o limite superior, no qual o solvente 
deverá atingir. A amostra a ser analisada por CCD deveser aplicada a cerca de 1 
cm da base inferior da placa, com a ajuda de um capilar. Utilizando o capilar, 
foram aplicados dois spots em sobreposição, tanto da solução padrão quanto, do 
extrato oleoso com distância de 1,5 cm entre as amostras, depois desse processo, 
a placa é colocada na cuba cromatográfica, no qual o eluente sobe por 
capilaridade na placa até atingir o limite estabelecido, ao atingi-lo a placa é 
retirada da cuba cromatográfica e deve sofrer secagem. Como a maioria dos 
compostos orgânicos é incolor, foi necessário, depois do fim dessa etapa, a 
utilização de um processo de revelação com o intuito de obter melhor análise do 
resultado. Na etapa de revelação, foi utilizado o Iodo em uma câmara, obtendo a 
revelação através de pontos amarronzados. Através desses pontos, foi possível 
determinar o RF (fator de retenção) do padrão e da amostra e compará-los. 
 
 
 
Figura 7: marcação dos spots na placa de sílica. Fonte: acervo próprio. 
 
 
Figura 8: Placa de sílica em cuba cromatográfica. 
 
 
Figura 9: Marcação dos espaçamentos. Fonte: acervo próprio. 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
4.1 Testes de autenticidade 
 
No que se refere à descrição macroscópica os frutos apresentaram forma 
oblonga, quase cilíndrica com uma base arredondada e ápice estreito com um 
curto estilopódio bifurcado, simétrico, com arestas e valéculas paralelas ao se 
comprimento. Quanto às características organolépticas, o funcho apresentou 
coloração verde pardacenta, odor e sabor adocicado. Já na descrição 
microscópica, o epicarpo é constituído por uma camada de células poligonais, 
com cutículas lisas e estômatos, enquanto o mesocarpo é formado por um 
parênquima de células irregulares. Há também a presença de canais secretores 
abaixo das valécula, estilopódio bifurcado e arestas vasculares em feixes. 
A amostra do funcho (Foeniculum vulgare) se mostrou autêntica em todas as 
características organolépticas, macroscópicas e microscópicas. Foi condizente à 
monografia oficial. 
 
4.2 Análise de pureza 
 
De acordo com a Farmacopeia Brasileira 1º Volume, 5ª Edição, a porcentagem 
de elementos estranhos não deve ser superior a 2%m/m. Na amostra que foi 
analisada foram encontrados 0,062 g de materiais estranhos em 5,031g de 
amostra, o que equivale a 1,123% de impureza. A partir desse resultado pode-se 
afirmar que a amostra analisada é pura em relação à presença de materiais 
estranhos. 
 
4.3 Método extrativo 
 
A extração do óleo essencial do funcho foi feita utilizando a hidrodestilação por 
meio do método de coobação (recirculação de águas condensadas), utilizando o 
Aparelho de Clevenger (que se baseia na solubilização de óleos essenciais em 
água pelo aumento de temperatura ao ponto de ebulição e também na 
volatilidade desses óleos e de suas densidades). Sabendo que, com apoio em 
farmacopeias e monografias o valor esperado de extração de óleo essencial para 
o fruto do funcho em 100 g é de 3 ml e que foi utilizada uma amostra de 150 g, 
seria esperado um resultado de 4,5 ml. Entretanto, foi obtido apenas 1,2 ml de 
óleo essecial em conseqüência, provavelmente do pouco tempo utilizado na 
prática e também do fato de a torneira do Aparaelho de Clevenger ter ficado 
aberta por alguns minutos. (deixando escapar um pouco de óleo). Devido a isso, 
obteve-se como rendimento 26,6 %. 
 
4.4 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
 
Após todo o processo técnico da CCD realizado é possível então ir para o 
cálculo do RF, que é um parâmetro físico da substância e pode ser utilizados 
para sua identificação. A fórmula é a seguinte: 
 
 
 
 
 
 
O deslocamento do solvente foi 9,2cm. O padrão percorreu 5.8cm logo, com o 
cálculo, o seu rf foi 0,63. Já o extrato testado correu 6,0cm e o seu rf foi 0,65. 
O valor ideal do RF é entre 0,4 e 0,6. Os valores obtidos podem estar atrelados 
aos erros técnicos como excesso de fase móvel ou movimento realizado em cuba 
cromatográfica. Os desvios obtidos foram mínimos e por isso a amostra encaixa-
se no padrão de idealidade. 
 
 
Figura 10: placa de sílica após revelação. Fonte: Arquivo Próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Foi possível desenvolver e caracterizar o óleo essencial dos frutos do Funcho 
(Foeniculum vulgare Mill.) preparado pela hidrodestilação/coobação. Com isso, 
foi concluído que dada produção fez-se necessária para a aprendizagem e 
melhor entendimento das etapas de autenticidade referentes às drogas vegetais, e 
permitiu obter conhecimentos abrangentes sobre alguns métodos extrativos e 
principalmente do método mencionado nesse trabalho que foi a 
hidrodestilação/coobação. Além do melhor uso das farmacopeias para auxiliar 
no aprendizado. 
 
6. Referências 
 
 
 PAULA, J.; SOUSA R. A. et al. Univap, São José dos Campos-SP-Brasil, 
v. 19, n. 33, set.2013. ISSN 2237-1753. AVALIAÇÃO DA 
QUALIDADE DOS FRUTOS DE FUNCHO (Foeniculum vulgare 
Mill.) UTILIZADOS NO PREPARO DE CHÁS. Disponível em: 
http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/viewFile/112/143. 
Acessado em 10 de abril de 2018. 
 
 ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. 
Farmacopeia Brasileira, volume 1. 5ª Edição. Brasília, 2010b. 
 ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. 
Farmacopeia Brasileira, volume 2. 4ª Edição. Brasília, 2000. 
 RDC N°26, DE 13 DE MAIO DE 2014

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