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Relatório Farmacognosia I Infusão e Decocção

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM 
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA 
 
 
MÉTODOS EXTRATIVOS INFUSÃO E DECOCÇÃO / AMBURANA 
CEARENSIS – CUMARU 
 
 
FARMACOGNOSIA 1 
PROFESSORA: LUZIA KALYNE ALMEIDA MOREIRA LEAL 
ANA BEATRIZ CAVALCANTI FERNANDES GIRAO – 474033 
ANA PAULA VAZ CORDEIRO – 475544 
DANILO DE ANDRADE ALVES – 476347 
DAVID BRUNO DOMINGUES DE AMORIM – 471209 
EDVALDO DOURADO DA CUNHA JUNIOR – 476788 
ELLEN RABELO SILVA – 474085 
MARIA RAYANE LIMA DA SILVA – 474130 
RUTH PAULINO DOS ANJOS – 473045 
VITORIA JANAINA SOUSA DE ASSIS NUNES – 476025 
 
FORTALEZA / 2020 
1. INTRODUÇÃO 
Desde os primórdios da civilização, as plantas têm sido utilizadas pelos seres 
humanos para diversas finalidades, não só para objetivos terapêuticos, mas também para 
utilização das propriedades delas em rituais de natureza religiosa ou “mágica”. 
Hodiernamente, o uso de medicamentos fitoterápicos, que são produzidos a partir de 
vegetais com ação terapêutica, tem aumentado, o que contribui para a pesquisa e para o 
desenvolvimento de técnicas que aprimorem a identificação e extração de princípios 
ativos das plantas medicinais. 
Neste relatório de prática, no qual a planta a ser utilizada é a Amburana cearensis 
(Cumaru-nordestino), os métodos escolhidos para realizar a extração da planta foram os 
de infusão e decocção. Em geral, os processos de extração de plantas visam à obtenção 
de certos princípios ativos de uma determinada planta, utilizando-se de meios que sejam 
convenientes e preservadores do princípio ativo previamente selecionado. Portanto, os 
métodos escolhidos contribuem imensamente para esta finalidade, devido a grande 
rapidez e facilidade com que se podem ser realizados, sendo a infusão útil para a extração 
com plantas ricas em princípios ativos voláteis, aromas delicados e sensíveis ao calor 
prolongado. Por outro lado, a decocção é útil para plantas com princípios ativos termo-
estáveis, as quais necessitam de mais exposição a calor. Ademais, ao relacionar estes 
métodos com a planta Amburana cearensis - a qual é de extrema importância para a 
farmacognosia e farmacologia -, com princípios ativos de propriedades farmacológicas 
analgésicas, broncodilatadoras e anti-inflamatórias, os métodos de infusão e decocção 
contribuem para uma favorável extração destes, de maneira eficiente. Outra vantagem de 
se utilizar a planta citada, principalmente em se tratar do Ceará, é a sua abundância na 
caatinga e cerrado do nordeste brasileiro, facilitando a sua obtenção. Posteriormente à 
realização do extrato, este passará por etapas de controle de qualidade, padronização e 
pureza, como teor de umidade e granulometria. Além disso, qualificação e identificação 
da cumarina por cromatografia de camada delgada, quantificação de metabólicos do 
extrato por cromatografia líquida de alta eficiência e espectofotometria. - tudo como parte 
do controle de qualidade, afim de produzir um extrato padronizado. 
 
 
 
 
 
2. OBJETIVO GERAL 
 Analisar e produzir extratos por métodos extrativos diferentes da planta 
estudada, a Amburana cearensis. E utilizá-los em técnicas e análises quantitativas e qualitativas, 
a fim de obter a padronização do produto. 
 
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
a) Avaliar a autenticidade e determinar a pureza das amostras de cascas do caule de 
Amburana cearensis; 
b) Determinar a granulometria das partículas do pó da casca do caule do cumaru; 
c) Produzir extratos por meio de infusão e decocção pela casca do caule do cumaru; 
d) Detectar a presença de cumarina nos extratos produzidos de Amburana cearensis 
por Cromatografia em Camada Delgada; 
e) Determinar a concentração de fenóis totais nos extratos produzidos de Amburana 
cearensis por espectrofotometria; 
f) Preparar e analisar a curva de calibração e identificar o teor de cumarina nos 
extratos de Amburana cearensis por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. 
 
 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
4.1 Materiais utilizados para o método infusão: 
- Béquer 
- Chapa 
- Funil 
- Papel de filtro 
- Proveta 
- Vidro de relógio ou placa de Petri 
- Bastão de vidro 
- Amostra (casca do caule do Cumaru) 
- Água destilada 
 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=na9j3mW7Nqw&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
https://www.youtube.com/watch?v=na9j3mW7Nqw&ab_channel=FarmacognosiaUFC
 
4.2 Materiais utilizado para o método decocção: 
- Panela com tampa 
- Fogão 
- Funil 
- Papel de filtro 
- Proveta 
- Bastão de vidro 
- Amostra (casca do caule do Cumaru) 
- Água destilada 
Fonte: 
https://www.youtube.com/watch?v=aNwicOLvw6Q&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
MÉTODOS EXTRATIVOS 
Os métodos utilizados para a produção dos extratos foram a infusão e a 
decocção que têm como objetivo extrair princípios ativos da droga vegetal a partir do 
aquecimento. A infusão é um método empregado principalmente quando as partes da 
droga vegetal são menos rígidas como no caso das folhas, flores, frutos, e, também 
quando as substâncias ativas de interesse são termolábeis. Esse método consiste, 
basicamente, em verter a água potável fervente sobre a droga vegetal e deixar a água e a 
droga vegetal em um recipente abafado por algum tempo, depois coar e guardar o extrato 
em um frasco âmbar para, posteriormente, seguir com as análises. Já a decocção é 
empregada principalmente quando a parte da droga vegetal são mais rígidas como no caso 
das raízes, sementes, cascas, caules, folhas coriáceas e, ainda, quando as substâncias de 
interesse possuem baixa solubilidade em água. Esse método consiste, basicamente, em 
ferver a droga vegetal junto com a água em uma panela tampada por um determinado 
tempo. 
https://www.youtube.com/watch?v=aNwicOLvw6Q&ab_channel=FarmacognosiaUFC
 
 
Para que esses preparos pudessem ser realizados com o objetivo de 
determinarmos o teor de princípio ativo de interesse extraído, deve-se pesar a droga 
vegetal e medir a quantidade de água para se ter uma padronização do extrato vegetal, 
que nesse caso, deseja-se ter a relação droga vegetal : derivado vegetal p/v (10/50). Dessa 
forma, foram pesados 10g de casca do caule do Cumaru e medidos 100 mL de água 
destilada para serem usados em cada um dos métodos. Esses extratos foram evaporados 
até o volume de 50 mL, coados com o auxílio do papel de filtro e, posteriormente, 
guardados em frascos âmbar. 
 
 https://www.youtube.com/watch?v=na9j3mW7Nqw&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
 
 
DETERMINAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS 
4.3 Materiais necessários: 
 
 
- Padrão de ácido gálico (SE-AG) 
- Água 
- Reagente de Folin-Ciocauteau 
- Balão volumétrico de 10 ml 
- Pipetas graduadas 
- Pipetas pasteur 
- Carbonato de sódio 10% 
- Extratos de cumaru 
- Espectrofotômetro 
- Béquer 
 
https://www.youtube.com/watch?v=na9j3mW7Nqw&ab_channel=FarmacognosiaUFC
Os compostos fenólicos são amplamente conhecidos por sua característica 
antioxidante que tem se destacado por apresentar efeitos preventivos de doenças como o 
câncer, e outras doenças decorrentes de estresses oxidativos, por combaterem os radicais 
livres. Para a determinação dos fenóis totais dos extratos das cascas do caule de cumaru, 
realizou-se a pesquisa de marcadores por meio de espectrofotometria. 
A espectrofotometria é uma técnica analítica que nos permite medir 
concentrações de espécies químicas por meio da luz com base na absorção da energia 
eletromagnética por essas espécies, que varia de acordo com a concentração delas na 
solução e da estrutura química. A medição dessas concentrações só é possível devido à 
relação diretamente proporcional entre absorbância e concentração que é descrita pela Lei 
de Lambert Beer, que é representada pela seguinte fórmula: A = εbc, em que A é a 
absorbância, ε, a absortividade molar, b, a distância percorrida pela luz e, c, a 
concentração da solução. 
 Espectrofotômetro 
Fonte: https://youtu.be/6HvIzoaRkN8O espectrofotômetro, aparelho utilizado para esse fim, apresenta no 
display o valor da absorbância, que facilmente é relacionada à concentração por meio da 
utilização da equação da reta do padrão. Para a determinação da concentração da 
substância de interesse no extrato, utiliza-se a curva do padrão, pois o padrão por ter 
concentração conhecida pode gerar um gráfico que relaciona a relação entre a 
concentração e a absorbância num determinado comprimento de onda que será importante 
para a determinação dessa substância na amostra. É importante destacar que, para a 
escolha desse padrão, é necessário que este possua comportamento no espectro de 
absorção de luz idêntico ao da substância de interesse para que a equação da reta gerada 
possa ser extrapolada para a análise do extrato. 
 
 
 
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=6HvIzoaRkN8&feature=youtu.be 
Nessa prática foi-se utilizado como padrão o ácido gálico, devido à 
similaridade do comportamento diante do espectro de absorção de luz. Além disso, 
também foi utilizado o reagente Folin-Ciocalteau, como indicador de agentes redutores, 
pois este em contato com os polifenóis existentes na amostra forma uma solução 
cromófora que possui coloração mais intensa, azulada, quanto maior a concentração dos 
compostos fenólicos que são as substâncias de interesse nessa análise, permitindo ao 
espectrofotômetro detectar essa intensidade e assim, quantificá-la com relação à sua 
absorbância da luz da amostra analisada. 
 
Fonte: https://youtu.be/6HvIzoaRkN8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amostras com concentrações diferentes de 
padrão com adição de Folin-Ciocalteau 
 
Cromatografia em Camada Delgada 
4.4 Materiais 
- Acetato de etila PA 
- Béquer 
- Borrifador 
- Capilares 
- Cuba 
- Diclorometano PA 
- Funil 
- Hexano PA 
- Hidróxido de potássio PA 
- KOH 5% EtOH 
- Luz UV 
- Iodo PA 
- Cumarina (padrão) 
- Extrato de cumaru (amostra) 
- Papel filtro 
- Pinça 
- Placa de alumínio com sílica gel 60 
tamanho 20 x 20 cm 
- Proveta 
- Régua
Ainda para a caracterização do extrato de cumaru, foi empregada como técnica analítica 
para pesquisa de marcadores, a Cromatografia em Camada Delgada (CCD). A CCD é 
um método que consiste na separação e identificação de substâncias de uma amostra com 
base nas polaridades das substâncias constituintes da amostra. Esse método analítico é 
apenas qualitativo, não podendo ser utilizado para a quantificação das substâncias na 
amostra. Além disso, depende, de certa forma, da sensibilidade do analista, sendo assim, 
um método que deve ser feito com algumas atenções, mas apesar disso é amplamente 
utilizado pela sua replicabilidade, baixo custo, rapidez e confiabilidade se realizado da 
forma correta. 
 
 
 
Imagem representativa do funcionamento da corrida cromatográfica. Fonte: cempeqc 
 
O método da Cromatografia em Camada Delgada constitui-se de uma fase 
móvel, uma fase estacionária, padrão da substância que se deseja identificar na amostra, 
amostra a ser analisada e um revelador. A fase móvel trata-se de um reagente ou uma 
mistura de reagentes que variam de acordo com a polaridade das substâncias constituintes 
da amostra, de forma que, se a(s) substância(s) de interesse tiverem características 
polares, a fase móvel deve ser polar e a fase estacionária apolar, já se as substâncias de 
interesse tiverem características apolares, a fase móvel deve ser apolar e a fase 
estacionária deve ser polar. O padrão, por sua vez, tem o papel de fundamental 
importância, pois é por meio dele que é possível determinar o fator de retenção (Rf), uma 
propriedade física que permitirá a identificação da (s) substância(s) de interesse com base 
na distância percorrida pela(s) substância(s) na corrida cromatográfica. Essa propriedade 
pode ser calculada da seguinte forma: Rf = DA / DFM, onde DA é distância percorrida 
pela amostra e DFM é a Distância percorrida pela fase móvel. 
Na prática realizada, utilizamos como fase móvel Hexano:Acetato de etila 
(65:35), para fase estacionária, sílica gel fase normal e o padrão de cumarina. Além disso, 
foram utilizados como reveladores o KOH EtOH 5%, que foi borrifado sobre a 
cromatoplaca para tornar a cumarina apta a receber a luz UV e se tornar florescente e 
assim poder ser vista pelo analista. 
 Revelador (KOH EtOH) Luz UV 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=wsJhzXkIjSk&feature=youtu.be 
 
Determinação da granulometria de pós vegetais 
4.5 Materiais utilizados: 
- Agitador eletromagnético - Tamises 
- Balança analítica - Placa de petri 
- Espátula 
O objetivo é determinar as dimensões das partículas de pó da casca do caule 
do cumaru e suas respectivas porcentagens de ocorrência. Essas dimensões são expressas 
pela referência à abertura nominal da malha do tamis utilizado. O agitador 
eletromagnético é utilizado para agitar os tamises que consequentemente irá separar os 
pós de diferentes tamanhos. 
Além disso, os tamises são organizados no agitador eletromagnético de forma 
que o tamis superior seja o de maior abertura de malha e, sucessivamente de cima para 
baixo, a abertura diminui progressivamente. 
 
 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=hHSPRm5ykBQ&t=17s&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
https://www.youtube.com/watch?v=hHSPRm5ykBQ&t=17s&ab_channel=FarmacognosiaUFC
 
 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=hHSPRm5ykBQ&t=17s&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
 
Na análise realizada foram utilizados os seguintes tamises: 
Número do Tamis Orifício do Tamis 
10 2 mm 
25 710 μm 
45 350 μm 
60 250 μm 
80 180 μm 
120 125 μm 
 
Na descrição dos pós temos: 
- Pó grosso: partículas que passam em sua totalidade pelo tamis de abertura 
nominal de malha de 710 µm e, no máximo, 40% pelo tamis com abertura nominal de 
malha de 250 µm. 
- Pó semifino: partículas que passam em sua totalidade pelo tamis de abertura 
nominal de malha de 355 µm e, no máximo, 40% pelo tamis com abertura nominal de 
malha de 180 µm. 
- Pó fino: partículas que passam em sua totalidade pelo tamis de abertura nominal 
de malha de 180 µm. 
- Pó finíssimo: partículas que passam em sua totalidade pelo tamis de abertura 
nominal de malha de 125 µm. 
 
Para calcular o percentual retido em cada tamis utilizamos a seguinte equação: 
% 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑖𝑠 = 𝑃1 / 𝑃2 . 100 
Onde: 
P1: peso da amostra retida em cada tamis (em gramas); 
https://www.youtube.com/watch?v=hHSPRm5ykBQ&t=17s&ab_channel=FarmacognosiaUFC
P2 = soma dos pesos retidos em cada tamis e no coletor (em gramas); 
 
Análise de pureza de Matéria-Prima Vegetal: Determinação do teor de umidade 
4.6 Materiais utilizados: 
- Balança analítica - Placas de Petri 
- Balança infravermelho - Amostra (Amburana cearensis) 
 
Materiais vegetais que possuem um índice elevado de umidade estão mais 
propensos a sofrerem contaminações ou ativar sistemas enzimáticos que podem levar a 
uma degradação química da planta alterando o teor dos seus princípios ativos. 
Segundo a Farmacopéia Brasileira, 6ª edição, ANVISA, 2019, o teor de 
umidade em uma droga vegetal deve estar compreendido na faixa de 8% a 14%. 
 
 
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=S93g_K6w9SE&t=1215s&ab_channel=FarmacognosiaUFC 
A balança infravermelha foi ligada 30 minutos antes da análise e no seu 
interior foram colocados os 2 gramas pesados anteriormente em uma balança analítica. O 
equipamento foi programado para aquecimento até 105 °C durante 10 minutos. 
O seu funcionamento consiste na incidência de calor sobre a matéria prima 
que vai provocar a evaporação de toda a umidade e, ao final do tempo, no visor da balança 
constará o peso da amostra isento de umidade e a sua respectiva porcentagem de umidade. 
 
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) 
4.7 Materiais utilizados: 
- Acetonitrila(HPLC) - Clorofórmio PA 
- Água destilada - Etanol PA 
- Balão volumétrico 500mL - Filtro para seringa PTFE 0,45 um 
- Béquer - Kitassato 
- Bomba à vácuo - Membrana solvente orgânico 
- Metanol - Vial N9 Incolor Graduado 11,6x32mm-1,5mL 
- Placa de Petri 90x15mm - Proveta 
- Seringa - Sistema de filtração fase móvel 
- Sonicador 
 
É uma técnica de separação que consiste na distribuição dos componentes de 
uma mistura entre duas fases imiscíveis, a fase móvel, líquida, e a fase estacionária sólida. 
As separações são alcançadas por partição, adsorção, troca iônica, exclusão por tamanho 
ou interações estereoquímicas, dependendo do tipo de fase estacionária utilizada. Vários 
fatores químicos e físico-químicos influenciam na separação cromatográfica, os quais 
dependem da natureza química das substâncias a serem separadas, da composição e vazão 
da fase móvel e da composição e área superficial da fase estacionária. É uma técnica de 
separação mais precisa, porém mais cara devido ao uso de solventes específicos, além da 
manutenção periódica do equipamento. Farmacopéia Brasileira, 6ª edição, ANVISA, 
2019. 
O equipamento consiste em um reservatório que contém a fase móvel, uma 
bomba que empurra a fase móvel pelo sistema cromatográfico, um injetor para induzir a 
amostra no sistema, uma coluna cromatográfica, um detector e um dispositivo de captura 
de dados, como um software. Os sistemas que consistem de fases estacionárias polares e 
fases móveis apolares são definidos como cromatografia em fase normal, enquanto o 
oposto, fases móveis polares e fases estacionárias apolares, são denominadas de 
cromatografia em fase reversa. A afinidade de uma substância pela fase estacionária e, 
consequentemente, seu tempo de retenção na coluna, é controlado pela polaridade da fase 
móvel. 
Os detectores mais utilizados para a CLAE são os espectrofotométricos 
(UV/vis). Estes são utilizados para detectar substâncias com grupamento cromóforo. 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/Julai1991/mtodos-cromatogrficos 
 
 
 
 
 
Quanto ao método e os componentes utilizados temos: 
COMPONENTES CUMARINA ANETOL 
Coluna C18 C18 
Detector 259nm 259nm 
Fluxo 0,85mL/min 1mL/min 
Volume de Injeção 20uL 20uL 
Tempo de Corrida 10 minutos 10 minutos 
Fase móvel Acetonitrila:água(35:65) Metanol:água(85:15) 
Temperatura 37°C 37°C 
Diluente Fase móvel Fase móvel 
Eluição Isocrática Isocrática 
 
A preparação das amostras dos vários extratos de cumaru se deu da seguinte 
maneira: 1 mL do extrato do cumaru que foi completado em um balão volumétrico com 
volume final de 10mL, em seguida foi filtrado e colocado dentro do Vial, que foi levado 
para o HPLC onde, ao final da análise foi obtido o cromatograma. 
Para determinar qual a substância utilizando o método CLAE, calcula-se a 
área do pico da substância e em seguida, aplica-se o resultado na equação da reta de 
calibração obtida utilizando o padrão da substância (cumarina), esta é uma medida 
quantitativa. Paralelamente a isso, o tempo de eluição de cada substância na coluna 
cromatográfica consiste em uma medida qualitativa. 
 
5. RESULTADO E DISCUSSÃO 
 
5.1 Avaliação da autenticidade de plantas medicinais constituídas por flores 
e frutos e análise de pureza de matérias-primas vegetais: 
Considerando que a droga vegetal analisada tem como matéria-prima a espécie 
Amburana cearensis, que se caracteriza como não oficial mediante plataformas tal qual 
farmacopeias ou compêndios oficiais, é necessário que alguns critérios de identificação 
sejam estabelecidos para que assim, a autenticidade da espécie seja comprovada, visando 
a padronização do extrato gerado a partir da droga vegetal (ARARUNA, 2008). Desse 
modo a autenticidade requerida foi definida a partir do número de Exsicata obtida a partir 
de monografias, dissertações e produções acadêmicas. Para a espécie intitulada A. 
cearensis, os números de Exsicata colhidos e responsáveis pela identificação botânica da 
planta possuem como registro no herbário Prisco Bezerra da Universidade Federal do 
Ceará, sendo estes n° 837 e 847. 
Com base na certificação da identidade e autenticidade da espécie utilizada como 
matéria-prima vegetal, é possível avaliar como segundo parâmetro a pureza da droga 
vegetal constituída pela casca do caule do Cumaru (A. cearensis), visando compreender 
características da planta que podem indicar suscetibilidade a contaminações, 
prejudicando a análise e extração de determinados princípios ativos. Como resultado 
obtido a partir da análise do teor de umidade nas cascas do caule do Cumaru, a droga 
vegetal se mostrou oportuna para uso no ensaio, atingindo valores aproximados de 3,66%, 
conforme o estabelecido e indicado para evitar contaminações advindas de fungos, 
bactérias e atividade de enzimas capazes de comprometer constituintes químicos da 
planta (OLIVEIRA et al, 1998). 
 
5.2 Determinação da granulometria de pós-vegetais: 
Assim como a autenticidade e a pureza, a granulometria contribui diretamente 
para a padronização do extrato vegetal, fornecendo informações cruciais acerca da 
característica do pó vegetal no que diz respeito às suas dimensões, o que auxilia na 
escolha de solventes e a concentração destes, de maneira a fornecer condições ideais para 
a extração. Os dados obtidos através ensaio realizado para a determinação da 
granulometria do pó da casca do caule do Cumaru são apresentados na tabela abaixo. 
 
N° do tamis Peso retido (gramas) % de massa retida 
10 24,312 g 98,2% 
25 0,423 g 1,74% 
45 0 g 0,093% 
60 0 g 0% 
80 0 g 0% 
120 0 g 0% 
Fundo 0 g 0% 
 Tabela 1: dados referentes à análise de granulometria. 
 
Analisando os dados apresentados e utilizando como referência os números de 
tamis fornecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (1984), fica 
evidente que o pó analisado se caracteriza como pó grosso, aquele cujas partículas passam 
em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 1,70 mm e no máximo 
40% pelo tamis com abertura nominal de malha 355 µm (Farmacopeia, 2014). A seguir 
são apresentadas as especificações cedidas pela ABNT. 
 
*O número do tamis corresponde à classificação da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas — ABNT (1984), ISSO 33101: 2000. 
 
Por conseguinte, fica enfatizado que o pó da casca do caule do Cumaru (A. 
cearensis) se caracteriza como pó grosso, em conformidade com os critérios estabelecidos 
pela Farmacopéia Brasileira. Vale salientar que, um pó caracterizado como grosso 
apresenta dificuldades no que diz respeito a entrada do solvente na droga vegetal, 
comprometendo a capacidade extrativa do mesmo. 
 
5.3 Produção de extratos vegetais 
Já no que diz respeito a produção de extratos vegetais, será abordado o método da 
infusão e decocção para a extração da cumarina, a qual é princípio ativo do cumaru. 
 
5.3.1 Infusão 
Primeiramente, é válido ressaltar que as produções dos extratos aquosos devem 
ser a 20%, ou seja, proporção droga/solvente extrator sendo 10:50 (p/v). O primeiro 
resultado obtido foi um extrato aquoso de 54 ml, sendo necessário reduzir a 50 ml para 
obedecer a proporção, logo, um aquecimento foi feito e o resultado obtido passou a 
cumprir o previsto para o método. 
 
 5.3.2 Decocção 
Assim como na infusão, o método da decocção prevê o resultado a 20% na 
proporção 10:50 (p/v). Após o resfriamento do solvente na presença do extrato, foi 
medido um volume total de 56 ml, evidenciando a necessidade de reduzir a 50 ml para 
obedecer a proporção do método. Assim, por aquecimento, o volume foi reduzido a 50 
ml na proporção prevista. 
 
5.4 Cromatografia em camada delgada (CCD) 
Sobrea cromatografia em camada delgada (CCD), precisamos lembrar que diz 
respeito a uma análise qualitativa, ou seja, iremos abordar se há ou não a presença de 
cumarina, ou mais especificamente, marcadores bioativos, nos extratos de cumaru obtidos 
pela infusão e decocção. Isso é importante, pois, podemos tanto determinar a presença de 
algumas espécies tendo como fundamento a comparação com o padrão pré-determinado, 
assim como se o método extrativo atende as expectativas pelo o qual está sendo utilizado. 
Abaixo podemos visualizar a placa cromatográfica 
após a exposição à luz ultravioleta e a identificação 
das espécies contidas na fase estacionária pós eluição 
da fase móvel na cuba cromatográfica. A banda 
localizada à direita denominada como “P” consiste no 
padrão utilizado para Cumarina, já a banda 
identificada como “I” consiste na amostra referente 
ao extrato da casca do caule do Cumaru obtido por 
infusão e de forma análoga, a banda denominada “D” 
faz alusão ao extrato proveniente da casca do caule do 
Cumaru pelo método de decocção. 
Após a visualização da presença de Cumarina mesmo que fracamente obtida e 
demonstrada na placa ao lado, se fazem necessários cálculos para determinação de valores 
numérico através do valor de referência para o padrão e para substâncias identificadas na 
amostra. 
Vale salientar a importância do emprego do padrão para a CCD, visto que é apenas 
pela eluição do padrão que podemos assegurar a presença de cumarina e determinar os 
valores de referência (RF) que possibilitam a determinação do marcador ativo nas 
amostras. 
Como resultado nos cálculos para os métodos de infusão e decocção, que estão 
visualmente idênticos na altura de identificação das espécies analisadas, ambos possuem 
o mesmo valor de referência, determinado da seguinte maneira: 
RF = 𝑌 → RF = 6, 5 cm → RF = 0, 78 
 X 8, 3 cm 
 
De maneira análoga, o valor de referência do padrão utilizado também foi 
identificado como 0,78 tendo em vista a localização de ambas as amostras, determinando 
assim a presença de Cumarina nas amostras definidas como extratos aquosos 
provenientes dos métodos de infusão e decocção da casca do caule do Cumaru. 
 
5.5 Espectrofotometria 
No que tangencia o método empregado, duas maneiras de análise foram 
efetivadas, uma de cunho qualitativo e outra de quantitativo. A primeira evidencia a 
presença ou ausência de compostos fenólicos por meio da reação entre o reagente de 
Folin-Ciocalteu e fenóis, em contrapartida o ensaio quantitativo determina o teor de fenóis 
bioativos nos extratos da droga vegetal por meio do espectrofotômetro. 
Inicialmente é realizada a construção de uma curva de calibração utilizando como 
base o ácido gálico pré-definido como padrão, visando avaliar a linearidade do método 
espectrofotométrico. A segunda parte do processo é realizada, as amostras provenientes 
dos diferentes extratos obtidos a partir dos métodos discutidos anteriormente, são 
preparadas com o uso do reagente de Folin-Ciocalteu, sendo submetidos à um ensaio 
colorimétrico e em seguida se estabelece uma leitura da preparação. Posteriormente, é 
efetivado o uso da curva de calibração que possibilita a determinação do teor de fenóis 
totais nos extratos analisados, este resultado deve ser expresso em microgramas de ácido 
gálico por mililitro. Vale salientar que a curva foi construída levando em conta a 
absorvância em função da concentração de ácido gálico, além disso, durante a preparação 
das amostras referentes à curva de ácido gálico a amostra intitulada como branco não 
apresentou mudanças ou alterações de coloração, garantindo assim que nenhum dos 
reagentes utilizados durante a formulação das soluções é capaz de influenciar na 
identificação de compostos fenólicos. 
 
A análise acima é definida como análise de regressão linear e identifica um 
método como linear ou não. Os dados obtidos compõe o gráfico refenrente ao ensaio, 
identifica e determina a linearidade do método, isto por meio de uma análise de 
absorvâncias mediante as concentrações e pela percepção atingida ao plotar um gráfico e 
ter acesso à equação da reta que o mesmo dispõe, tal como o valor de seu R2, que quanto 
mais próximo de 1, indica maior precisão do método. A seguir são apresentados os valores 
quantificados através do espectrofotômetro que compõem os dados referentes às amostras 
de extratos aquosos obtidos pelos métodos de infusão e decocção. 
 
Métodos extrativos Absorvância 
Infusão 0,129 
Decocção 0,173 
 
Com o auxílio da equação da reta obtida na construção da curva de calibração do 
ácido gálico, é possível obter o teor de compostos fenólicos contidos em cada um dos 
extratos aquosos descritos acima. 
• Cálculo do teor de fenóis do extrato aquoso proveniente do método de 
infusão da droga vegetal composta pela casca do caule do Cumaru (Amburana cearensis) 
 
Equação da reta: Y = 0,1095x + 0,0074 
Como visualizado na tabela acima, a absorvância determinada para infusão foi de 
0,129 (Y), desta forma: 
 
0,129 = 0,1095x + 0,0074 
0
0,121
0,233
0,338
0,442
0,553
y = 0,1095x + 0,0074
R² = 0,9994
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 1 2 3 4 5 6
A
b
so
rv
ân
ic
a 
(A
)
Concentrações de Ácido gálico µg/mL
Absorvância x Concentrações de AG
X = 0,129 – 0,0074 → X = 1,17 µg EAG / ml 
 0,1095 
 
• Cálculo do teor de fenóis do extrato aquoso proveniente do método de 
decocção da droga vegetal composta pela casca do caule do Cumaru (Amburana 
cearensis) 
 
Equação da reta: Y = 0,1095x + 0,0074 
Como visualizado na tabela acima, a absorvância determinada para infusão foi de 
0,173 (Y), desta forma: 
 
0,173 = 0,1095x + 0,0074 
X = 0,173 – 0,0074 → X = 1,57 µg EAG / ml 
 0,1095 
 
 
Em conformidade com a tabela apresentada, pode-se afirmar a presença de 
compostos fenólicos, visto que, estes são os princípios ativos procurados no ensaio, é 
importante sempre frisar o porquê das diferenças nas concentrações de fenóis totais 
mediante os métodos extrativos adotado, salientando o ambiente e o sistema no qual o 
método extrativo utiliza, como o solvente, se em algum momento o sistema foi submetido 
ao aquecimento ou agitação, que são fatores determinantes na extração de alguns 
princípios ativos. 
 
5.6 Cromatografia Líquida de Alfa Eficiência (CLAE) 
No tocante a análise da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), 
ressaltamos a diferença em relação a cromatografia em camada delgada, sobretudo na 
quantificação do marcador ativo, no caso, a cumarina. Tal distinção pode ser justificada 
pela capacidade do sistema de gerar um cromatograma. Este, por sua vez, nos fornece 
tanto o parâmetro qualitativo, definido como tempo de retenção relacionado a cumarina, 
já o parâmetro quantitativo, é caracterizado pela área do pico fornecido durante análise. 
Vale ressaltar que o pico é gerado no momento de saída da cumarina da coluna até sua 
chegada ao detector, sendo válido tanto para os extratos como para o padrão. 
Na porção inicial da análise, foi construída uma curva de calibração da cumarina 
utilizando o sistema CLAE que visa a certificação do princípio de linearidade do método 
analítico, que tem como fundamento a proporcionalidade entre a concentração do 
marcador ativo e a área do pico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante do exposto acima, pode-se, primeiramente, concluir a legitimidade do 
método, uma vez que o R - quadrado é um valor próximo de 1 evidenciar a 
proporcionalidade da concentração de cumarina e da área do pico. 
Já no segundo momento, são abordados os cromatogramas, que ilustram não 
só os dados qualitativos, como também fornecem informações acerca dos dados 
quantitativos. Segue abaixo os cromatogramas da análise de cumarina do extrato padrão, 
de infusão e decocção, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método ExtrativoÁrea do Pico 
Infusão 71713 
Decocção 385397 
 
Para infusão: 
𝑌 = 5 ∗ 107𝑋 − 189025 
71713 = 5 ∗ 107 𝑋 − 189025 
𝑋 = 5,2 ∗ 10 ˉ³ mg / ml 
Para decocção: 
385397 = 5 ∗ 107𝑋 − 189025 
𝑋 = 0,0115 mg / ml 
Portanto, a concentração de cumarina na solução obtida pelo método de infusão 
corresponde à 5,2 * 10 ˉ³ mg / ml. E a concentração de cumarina obtida pelo método de 
decocção corresponde à 0,0115 mg / ml. 
Com isso, pode-se compreender que ambos os métodos são eficazes para 
obtenção dos compostos fenólicos como a cumarina , contudo, os resultados apontam o 
decocto aquoso como o método mais eficaz para extração de uma maior de tais 
compostos. Isso se dá, principalmente, pela decocção manter os metabólitos por um maior 
tempo submetidos a uma maior energia cinética devido à temperatura mais elevada e pela 
polaridade de água, pois essa se liga a compostos hidrofílicos que compõem a droga 
analisada. 
No que diz respeito às suas dessemelhanças, pode-se citar o fato de que na 
infusão o solvente é fervido antes de entrar em contato com a droga vegetal, ao contrário 
da decocção que a droga é aquecida juntamente da água. Nisto o tempo é outro fator que 
apresenta diferenças, a infusão demora em torno de 1 hora enquanto a decocção demora 
de 5 minutos, influenciando diretamente na capacidade extrativa dos métodos. Além 
disso, pode-se citar que uma é indicada para partes de drogas vegetais de consistência 
menos rígida, enquanto a outra é para drogas com consistências rígidas. Vale salientar 
que o fator agitação não se fez presente no procedimento, de maneira a não gerar efeitos 
positivos ou negativos na extração de compostos fenólicos. 
 
6. CONCLUSÃO 
Mediante o trabalho de conclusão das práticas de farmacognosia 1, na qual foi 
utilizada a droga vegetal proveniente da casca do caule da A. cearensis, que tem como 
principal marcador a cumarina, foi possível adquirir valores que, posteriormente, foram 
comparados a monografias, dissertações e produções acadêmicas. 
Foi realizado uma análise de umidade, na qual a amostra apresentou valores 
aproximados de 3,66% e com esse valor, foi aprovado segundo valores estabelecidos 
anteriormente. Após a realização da granulometria, foi constatado que o pó se caracteriza 
como grosso, conforme dados obtidos da Associação Brasileira de Normas Técnicas – 
ABNT. 
Depois da produção dos extratos pelos métodos de infusão e decocção e da 
padronização destes, foi usado como técnica analítica para pesquisa de marcadores a 
cromatografia em camada delgada (CCD). Obtendo-se como valor de referência 0,78, a 
análise dos cromatogramas indica a presença de cumarina pelo valor referencial e 
localização da amostra padrão utilizada na placa cromatográfica para detectar cumarina. 
Assim, podemos dizer que as amostra dos extratos aquosos possuem o princípio ativo e 
estão dentro do padrão adequado. 
Logo após a construção da curva de calibração, baseado no ácido gálico 
definido previamente como padrão, para a realização da espectrofotometria, a preparação 
de amostra foi realizada usando o reagente Folin-Ciocalteu. Após a análise da regressão 
linear, foi possível observar que o valor do R² estava muito próximo de 1, indicando que 
a curva de calibração poderia ser usada para calcular os resultados. Com o auxílio da 
equação da reta obtida, foi possível observar que no extrato aquoso obtido pela infusão 
havia uma concentração de fenóis total de 1,17 µg EAG / ml. Já no extrato obtido pela 
decocção, foi obtido um valor de 1,57 µg EAG / ml. 
Por último, foi realizado um estudo dos cromatogramas da Cromatografia 
Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Esse método analisa tanto indicadores qualitativos 
como quantitativos. Para isso, inicialmente foi construída uma curva de calibração e, 
como o R² obtido se mostrou muito próximo de 1, foi constatada a linearidade do método. 
No que diz respeito à análise dos cromatogramas, foi observado que o extrato obtido a 
partir da infusão apresentou uma área de pico de 71713. Já a área de pico do decocto 
aquoso obtida, foi de 385397. Com esses dados e com a equação da reta obtida, foi 
possível adquirir a concentração de cumarina dos dois extratos. O primeiro apresentou 
uma concentração que corresponde à 5,2 * 10 ˉ³ mg / ml. Já no segundo extrato, a 
concentração correspondia à 0,0115 mg / ml. 
Em virtude do que foi observado, é possível concluir que os dois métodos 
extrativos apresentados se mostraram satisfatórios na obtenção da cumarina, mas a 
decocção mostrou um maior aproveitamento na obtenção de compostos fenólicos. Como 
já foi dito anteriormente, a técnica mencionada é um método mais rigoroso e se mostra 
mais eficiente no preparo de extratos em que se usam cascas, raízes ou partes do caule. 
Tendo em vista que a droga vegetal utilizada é proveniente da casca do caule da A. 
Cearensis, pode-se destacar que esse foi um dos fatores que fez com que o decocto se 
mostrasse mais proveitoso. 
Por conseguinte, o estudo desses métodos se faz necessário para a 
compreensão da extração dos princípios ativos do cumaru, para que a técnica utilizada 
seja a mais eficiente e na busca de que cada etapa contribua na padronização do final do 
produto a fim de se manter o controle de qualidade, visto que cada processo irá promover 
uma melhora na eficácia e segurança da droga vegetal analisada, processo esse que se 
deve a função de cada prática. A análise de umidade, por exemplo, determina a presença 
de microrganismos que irão interferir a análise e extração de princípios ativos. A 
granulometria possibilita a melhor escolha de solventes e a quantidade adequada pra uma 
extração sustentável. O método de cromatografia em camada delgada possibilita a 
presença de marcadores bioativos e princípios ativos nas amostras analisadas, tendo como 
método a comparação de amostras com padrões já determinados. Na espectrofotometria 
podemos observar a presença ou ausência de compostos fenólicos por meio de reação 
com o reagente Folin-Ciocalteu ou por meio do espectrofotômetro e por último, com a 
Cromatografia Líquida de Alfa Eficiência (CLAE) conseguimos obter os valores de 
concentração dos princípios ativos devido a análises de cromatogramas. 
 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANVISA. Farmacopeia Brasileira. 6ª. ed. Brasília: ANVISA, v. I, 2019. 
ARARUNA, S. M. Desenvolvimento do extrato seco padronizado por spray drying 
de Amburana cearensis A.C. Smith (Cumaru): Otimização, caracterização e 
avaliação farmacológica. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 50, 114. 2013. 
CANUTO, Kirley Marques, et al. “Estudo fitoquímico de espécimens cultivados de 
cumaru (Amburana cearensis A. C. Smith)”. Química Nova, vol. 33, no 3, 2010, p. 
662–66. SciELO, doi:10.1590/S0100-40422010000300034 
OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia. 1. Ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 1996.

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