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LITERATURA BRASILEIRA 2

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LITERATURA BRASILEIRA 2
Apresentação: Vídeo do Coordenador
Curso não segue estrutura linear. Abrangência enorme, plural.
Poesia e eixo/cultura social. Literatura e sociedade vinculadas.
AULA 1: Gregório de Matos
Importância na formação da literatura brasileira.
“Boca do Inferno”: Teor satírico dos textos.
Não há evidências de que os textos sejam de Gregório. Muitos são assim considerados com base em testemunhos.
Barroco: período fértil de produção literária, pois uniu o teocentrismo medieval e o antropocentrismo quinhentista, ou seja, leva em consideração vestígios dos padrões culturais exercidos pela sociedade na Idade Média, mas também se abre a informações e experiências causadas pelos avanços propagados na Idade Moderna, com o predomínio das grandes navegações e invenções descobertas no campo da ciência.
Textos enfatizando moralismo e hipocrisia da sociedade da época.
Ironia, deboche, mas também melancolia, descrença.
A partir das elaborações de Hansen, você pode notar que a sátira barroca de Gregório de
Matos nos oferece um cenário crítico configurado pelas improbidades administrativas
vigentes na Colônia, assim como os hábitos e os costumes dos governantes. Esse pano de
fundo que fomenta o viés satírico de Gregório também é capaz de afigurar como um jornal
de época. O poeta chega a dizer: “E, pois, cronista eu sou”, tal era aferido à temporalidade
de seus textos com o que acontecia em sua época.
Criticas à hipocrisia e aos desvios morais dos poderosos.
Ideias de resistência e vivacidade em suas obras.
Embora não tenha texto autógrafo, há a oralidade
de seus textos que foram sendo passados e depoimentos que relatam a veracidade de sua
obra. E, portanto, trata-se de uma literatura com origem vertiginosa.
A persona satírica em Gregório de Matos é a forma em que o mesmo projetou ao
mundo seu descontentamento, muitas vezes carregando em suas sátiras ideias geralmente
similares a do povo no período do Brasil Colonial.
AULA 2: FICÇÃO E DESNUDAMENTO- SOBRE AS CARTAS CHILENAS DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Crítica satírica no período de formação da literatura brasileira.
Pseudônimos.
Cartas chilenas são consideradas inacabadas.
Uso de pseudônimos. 
Observação estilística como ferramenta para comprovar autoria.
Texto de cunho ficcional, mas com a ideia e necessidade de denúncia. as Cartas Chilenas relatavam no âmbito ficcional registros similares aos acontecimentos da Capitania de Minas Gerais.
Escritas em tom satírico e até com certa agressividade. (...) apesar de usar nomes fictícios, sobretudo referente à autoria de sua obra, sua produção é considerada caluniosa, e a atividade pública contra quem são dirigidas as cartas rendem a Tomás Antônio Gonzaga uma implicação na Inconfidência.
As cartas vêm mescladas do ritmo do verso.
Critilo tinha uma severa reprovação ao escrever sobre seus governantes, no entanto, essa motivação se agravava quando a construção fictícia denominada carta passava a expor também o lado pessoal remanescente do autor graças à motivação da escrita. Através de um engajamento, desnudava-se o eu a partir do desabafo diante da sociedade. Nesse certame, Gonzaga demonstrava seu interesse ao repercutir nas cartas desejos de reforma, assim como nota Candido ao expor a “experiência mineira” do poeta.
O que torna As cartas chilenas um fenômeno interessante é o cruzamento do campo literário com o campo não-literário, em especial com o âmbito político.
A carta de Critilo dirigida a Doroteu aproveita-se do pseudônimo para maldizer o governador, de uma maneira que seria pesada até mesmo nos dias atuais. Ressalta-se a capacidade de detalhar as feições do governador, desde “olhadura feia” ao “nariz grande”. Zombar era uma forma de se posicionar, agredindo o agressor através de palavras, ainda por cima sem se identificar, para evitar qualquer tipo de retaliação do mesmo.
A segunda carta de Critilo a Doroteu confirma uma característica dominante na obra poética de Gonzaga: o desprezo às riquezas, embora não custe lembrar seja ele autor de uma Carta sobre a usura. Da mesma forma que o seu alter ego, Dirceu, Critilo demonstratambém a sua indiferença pelo dinheiro, que as Devassas confirmaram ser verdadeira, pelo modesto patrimônio que lhe foi confiscado.Esta carta aponta o ciúme e o desprezo que se apossaram de Critilo a partir do momentoem que o Fanfarrão Minésio passa a intervir em todos os assuntos da capitania, em particular nos da Justiça, não respeitando as suas prerrogativas de magistrado.
A república do Chile é o “fictício” lugar para que o autor não fosse perseguido em sua própria terra natal, criando assim um dos principais registros críticos no cerne literário brasileiro.
AULA 3: O ROMANCE BRASILEIRO NO SÉCULO XIX- VISÃO PANORÂMICA
Associação do folhetim à trajetória do romance. Importante difusor da literatura. 
Enquanto o passado da epopeia é representado pela elaboração de personagens memoráveis, no romance, a representação do passado é 4 problematizada, em construção; suas personagens protagonistas não se apresentam na dimensão de heróis para serem imitados; são personagens conflituosas e em conflito com o meio no qual a inserção é um problema significativo, pois as personagens do romance estão num embate que é a própria matéria do enredo, muitas vezes.
Bakhtin: romance como gênero em devir. Mostra uma forma de convergência de vários discursos, gêneros e linguagens.
Uma grande motivação trazida pelo gênero é a de aproximação com seus leitores, ao focalizar situações definidas por sentimentos reconhecidos e a não requisitar um conhecimento tão específico e erudito quanto aquele imposto pelas formas clássicas. O romance já surge, desde o seu início, com marcas do que é moderno. Desde o século XVIII, na Europa, o romance sentimental consagrou heroínas, notáveis por sua beleza e sensibilidade.
AULA 4: JOSE DE ALENCAR E A NARRATIVA DE FUNDAÇÃO
Jose de Alencar: registro de identidade nacional.
Obras retratam desde tramas urbano-amorosas até a hipocrisia existente na corte, além de lendas e costumes indígenas e regionais.
Muitos o consideram o ‘patriarca do romantismo brasileiro’.
Século XIX- Brasil ainda vivendo o colonialismo. Latifundio e escravismo. A produção literária daqui, portanto, deve ser diferenciada daquela produzida na Europa. 
Literaturas europeias: longo processo, até sua maturidade. As do Novo Mundo, como a brasileira, houve imposição. Além de genocida, foi algo destruidor de formas culturais.
A do Brasil não nasceu aqui. Foi importada dos portugueses. Estes, por sua vez, derivam da tradição greco-latina.
Influencia francesa no cenário brasileiro: exemplo é a fundação da Academia de Belas Artes.
Visão de mundo romântica se dá através da subjetividade: expressão do ‘eu’.
Temática nacionalista no romantismo brasileiro.
Romance: forma narrativa moderna, surgiu como resposta a necessidades de expressão, da parte do escritor, e a determinadas aspirações, da parte do leitor.
Romance no Brasil : mais intensidade a partir dos anos 1830.
Martins Pena: comédia de costumes. Tom irônico.
Anos 1850- Tema indianista.
José de Alencar: diversas facetas, devido às múltiplas facetas de sua obra no que tange às diversas fases do romantismo brasileiro.
AULA 5: ROMANTISMO E LIBERDADE EM CASTRO ALVES
Fins do século XIX: sociedade desigual e injusta, na qual se desenvolve o Romantismo na literatura brasileira, com preocupação de valorizar uma cultura que se diferenciasse da metrópole e destacasse as características da ex-colônia. Nessa época aparece também o público leitor.
Romantismo: três fases: 1) nacionalista, indianista e religiosa; 2) valoriza a morte, o péssimos e tem uma estética macabra. 3) grupo condoreiro cria uma poesia comprometida com as lutas sociais e políticas. Poeta como porta voz das novas aspirações sociopolíticas da nascente sociedade democrática.
Castro Alves. Poesia com forte cunho social, mas também épica, erótica e lírica. Poesia para ser ouvida.
Poema Navio Negreiro.
Uso do ‘eu’ dá ao poeta o status de testemunha por excelência da verdadeira cena.
Pátria: tema caro aos
românticos.
Navio negreiro: confiança na República. (engodo, pois as consequências da escravidão estão presentes até hoje na sociedade brasileira.
Segundo Alfredo Bosi, Castro Alves é um dos maiores poetas brasileiros. Sua poesia participante representa o que há de melhor em crítica social além de contribuir para a existência de outros gestos abolicionistas. O poema “O navio negreiro” visto aqui ressalta as qualidades de um poeta romântico comprometido com as questões políticas e sociais. O poema também põe em relevo o estilo vibrante de Castro Alves, sua maestria em usar as metáforas, hipérboles e antíteses e sua opção em usar uma natureza magnificada para reforçar sua mensagem. A interpretação do poema “Vozes d’África” feita por Alfredo Bosi (1996), no texto citado “Sob o signo de Cam”, esmiúça as várias referências feitas pelo poema que indicam a erudição do jovem Castro Alves.
AULA 6: ALUISIO AZEVEDO E SUA OBRA
Prosa de ficção, inserção como intelectual na segunda metade do século XIX.
Aspectos do realismo e naturalismo em seus romances.
Aluisio Azevedo: personalidade eclética e múltiplos talentos: intelectual, desenhista, pintor, panfletista anticlerical e um grande escritor. Nos romances de Aluísio Azevedo o exagero predomina sobre a pretensão de uma representação nacional, não parece preocupá-lo a acusação de ser um escritor de sucesso, lido pelas massas. Esse foi um de seus melhores talentos.
Identifica-se com o ideário pós-romântico. ideário que marcará, decisivamente, as últimas décadas do século XIX: o Positivismo, de Augusto Comte; o Determinismo, de Hipólito Taine. Nas ciências, a liderança indiscutível é de Charles Darwin, sendo a teoria que sustenta o Evolucionismo uma das principais razões para as grandes transformações no modo de se pensar o aparecimento da vida e a importância da própria ciência.
Realismo: O que importa é a objetividade do retrato que dá lugar ao feio, ao sujo, ao imundo, ao disforme, procurando realçar a preferência por temas e figurações que rejeitam os valores do Classicismo.
O Mulato inicia o ciclo de romances realistas no Brasil, no entanto, como observa Lúcia Miguel Pereira, o título e a “glória pertenciam mais a Inglês de Sousa e ao seu Coronel Sangrado” (PEREIRA, 1988, p. 142), mas a crítica de modo quase uníssono procede como se este último não existisse.
O mulato: preconceito social, o abolicionismo como um inevitável desfecho, a mentalidade provinciana e tacanha que ainda imperava em determinados núcleos populacionais mais afastados do eixo do Sudeste. É notório no romance o modo como o autor enfatiza a falência dos sentimentos em face da realidade que norteia interesses, aceitação social e manutenção do status quo. O envolvimento político do projeto estético Realista dá-se principalmente pelo privilégio do meio social sobre os desejos das personagens.
Marcas do realismo: ênfase na realidade, predomínio da racionalidade (linguagem mais próxima da oral), objetividade, retrato fiel das personagens, etc.
Marcas do naturalismo: determinismo biológico, objetivismo cientifico, personagens vistas como temas de patologia social, lentidão nas sequencias narrativas, tendência de impessoalidade par tornar evidente o distanciamento entre o autor/narrador e matéria narrada. No Naturalismo, as personagens são destituídas de marcas próprias, tendendo então o romance a simplificar as personagens, consideradas no reduzido contexto dos fatores biológicos, históricos, sociais que determinariam suas ações, o que dá um lugar qualificado às ciências biológicas que então se estabeleciam no cenário científico.
Livro “O Homem”, de Aluisio Azevedo: tom naturalista. Carater biologicista. Questoes de sexualidade. Críticas à religião como destaque dos escritores naturalistas. O homem é um romance de seu tempo, mas não se encerra no passado, enfatiza o quanto o enredo fictício reapresenta ou torna legível a realidade social, científica e filosófica de uma época.

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