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18-25/09/2020 FARMACOLOGIA GERAL Aula 6 – Aletheia Cassio Farmacologia do SNA Simpático Muitos fármacos clinicamente importantes, como os utilizados em doenças cardiovasculares, respiratórias e psiquiátricas, interferem na função dos neurônios adrenérgicos. Alvos: o Receptores adrenérgicos – 𝛼 e 𝛽. o Transportadores das monoaminas (ex.:enzimas que metabolizam catecolaminas – adrenalina, dopamina e noradrenalina) o Enzimas que metabolizam catecolaminas As catecolaminas são compostos que contêm um núcleo catecol e uma cadeia lateral amina o Norepinefrina (noradrenalina), transmissor liberado pelas terminações nervosas simpáticas o Epinefrina (adrenalina), hormônio secretado pela medula da suprarrenal o Dopamina, precursor da NE e transmissor no SNC. *Dopa é o percursor da Dopamina. Vias de síntese, armazenamento, liberação e recaptação das catecolaminas o NE: norepinefrina TVMA ou VMAT: transportador vesicular de monoaminas o NET: transportador de NE o DOPGAL: 3,4-di- hidroxifenilglicaldeído IMAGEM: O precursor será a tirosina que entra através de um transportador no neurônio pré-sináptico, onde haverá sua conversão em vários compostos até chegar a dopamina que entra em vesículas pré-sinápticas e ocorrera a conversão da dopamina em noradrenalina que fica estocada nas vesículas. Quando chega um potencial de ação, faz com que os canais de cálcio dependente de voltagem na membrana pré-sináptica que se abrem ocorrendo seu influxo sendo a sinalização para que as vesículas se desloque e fusione na membrana ocorrendo o processo de exocitose na norepinefrina para a fenda, estando disponível para se ligar aos receptores das células pós-sinápticas. Quando se tem noradrenalina ligando no receptor alfa2-adrenergicos faz com que os canais de cálcio se fechem e diminui a exocitose ocorrendo uma inibição da neurotransmissão, podendo gerar receptação e gerando atividade inibitória. Classificação e localização dos receptores adrenérgicos 2 o Dois subtipos de receptores α (𝛼 1 e 𝛼 2), cada um compreendendo três subclasses (𝛼 1A, 𝛼 1, 𝛼 1D e 𝛼 2A, 𝛼 2B, 𝛼 2C) o Três subtipos de receptor β (β1, β2 e β3) Obs.: Todos são receptores acoplados à proteína G. Adrenalina/Noradrenalina Os receptores 𝜶1 estão presentes na membrana pós-sináptica dos órgãos efetores e intermedeiam vários dos efeitos clássicos, envolvendo contração de músculo liso. A ativação dos receptores 𝛼1 inicia uma serie de reação por meio da fosfolipase C ativada pela proteína G, resultando na formação do segundo mensageiro inositol-1,4,5-trifosfato (IP3) e de diacilglicerol (DAG). O IP3 inicia a liberação de Ca2+ do retículo endoplasmático para citosol, e o DAG ativa outras proteínas no interior da célula. Os receptores 𝜶2 estão localizados primariamente nas terminações de nervos simpáticos pré-sinápticos e controlam a liberação de norepinefrina. Quando um nervo simpático adrenérgico é estimulado, parte da norepinefrina liberada “retorna” e reage com os receptores 𝜶2 na membrana pré- snáptica. A estimulação dos receptores 𝜶2 promove retroalimentação inibitória e inibe liberação adicional de norepinefrina do neurÔnio adrenérgico estimulado. Essa aÇão inibitória serve como mecanismo local para modular a saída de norepinefrina quando há atividade simpática elevada. Receptores 𝜶2 também são encontrados em neurônios pré-sinápticos parassimpáticos. A norepinefrina liberada do neurônio simpático pré-sináptico pode difundir esses receptores e interagir com eles, inibindo a liberação de acetilcolina (ACh). Esse é outro mecanismo para modular a atividade autônoma em certas áreas. Em contraste com os receptores 𝜶2, os efeitos da ligação com os receptores 𝜶2 são mediados pela inibição da adenililciclase e pela redução nos níveis intracelulares de AMPc. As respostas dos receptores β diferem dos receptores α e são caracterizadas por uma intensa resposta ao isoproterenol, com pouca sensibilidade para epinefrina e norepinefrina. Para os receptores β, a ordem de potência é isoproterenol > epinefrina > norepinefrina. Os adrenoceptores β podem ser subdivididos em três principais subgrupos, β1, β2, e β3, com base nas suas afinidades por agonistas e antagonistas adrenérgicos. Os receptores β1 tem afinidade praticamente igual por epinefrina e norepinefrina, e os receptores β2 têm maior afinidade por epinefrina do que por norepinefrina. Assim, tecidos com predominância de receptores β2 (como os vasos dos músculos esqueléticos) são particularmente responsivos aos efeitos da epinefrina circulante, liberada pela medula da suprarrenal. Os receptores β3 estão envolvidos na lipólise e também em efeitos no músculo detrusor da bexiga. A ligação de um neurotransmissor a qualquer dos três receptores β resulta na ativação de adenililciclase e aumenta a concentração de AMPc no interior da célula. 3 Fármacos que agem sobre a transmissão noradrenérgica A atividade geral desses fármacos é ditada por sua afinidade, eficácia e seletividade com relação aos diferentes tipos de receptores adrenérgicos. - Ação direta: mediada por uma ligação em receptor adrenérgico. Estes fármacos atuam diretamente nos receptores ⍺ ou 𝛽, produzindo efeitos similares aos resultados na estimulação dos nervos simpáticos ou da liberação de epinefrina da medula suprarrenal. o Seletiva: há referencia maior por um tipo especifico de receptor. Não é exclusividade, depende do fármaco e da sua concentração, o Não seletiva: capaz de se ligar em qualquer um dos receptores, dependendo da dose, ele se liga em todos os receptores. - Ação indireta: mediada por outros mecanismos. Pode ser utilizada pelo aumento da liberação do agonista adrenérgico, diminui ou bloquear a captação ou aumento seu acumulo na fenda (inibindo a degradação e aumentando a quantidade de neurotransmissor nos versículos para que ele seja estocado). - Ação mista: atua em faz e beta, mas em determinados casos, tem uma pré- disposição maior em 𝛼1. Agonistas de Ação Direita Adrenalina (epinefrina) ↓ [ ]predomina 𝛽 ↑↑ [ ] 𝛼 Usos clínicos: o Choque anafilático - vasopressora mais potente o Asma (emergência) - relaxamento ML brônquico o Parada cardíaca - ↑ força de contração, DC e PA o Com anestésicos locais - vasoconstrição prolonga efeito • Ineficaz por via oral; • Rápida remoção pelos tecidos – MAO e COMT • T ½ - 2 min Efeitos adversos: o Hipertensão o Taquicardia ou bradicardia reflexa o Arritmias ventriculares o Tremores Noradrenalina (norepinefrina) (𝛼 1 = 𝛼 2; β1 >> β2) RVP por cinta de ação > em 𝛼1 ↑PA Usos clínicos: o Choque cardiogênico o ↑ ou mantém a PA em UTI Efeitos adversos e aspectos farmacocinéticos: Iguais aos da adrenalina. É o neurotransmissor dos nervos adrenérgicos. Ação Cardiovasculares: o vasoconstrição (aumento da pressão sintoloca e diastólica) o reflexo barroreceptor (aumenta a pressão arterial, estimulando os barroreceptores, induzindo ao aumento na atividade vagal. Esses aumentos na atividade vagal produzem bradicardia reflexa, que é suficiente para neutralizar as ações locais da norepinefrina no coração. Se a atropina, que bloqueia os efeitos da transmissão vagal, é administrada antes da orepinefrina, então o efeito estimulante no coração é evidenciado como taquicardia). Fenilefrina, Oximetazolina, Nafazolina Agonistas 𝜶 1 seletivo 4 Usos clínicos: o Descongestão nasal o Midriáticos em formulações oftálmicas o Fenilefrina injetável: profilaxia da hipotensão durante a anestesia geral inalatória e espinhal Efeitos adversos o Hipertensão o Palpitações o Bradicardia reflexa o Fluxo renal OXIMETAZOLINA - É um agonista adrenérgico sintético de ação direta. Ela está presente em vários descongestionantes nasais de açãocurta e venda livre, bem como em colírios para alívio da vermelhidão dos olhos associada com natação, resfriado ou lentes de contato. A oximetazolina estimula diretamente os receptores α nos vasos sanguíneos que suprem a mucosa nasal e a conjuntiva; dessa forma, produz vasoconstrição e diminui a congestão. Ela é absorvida independentemente da via de administração e pode causar nervosismo, cefaleia e sono agitado. Com a administração intranasal, podem ocorrer irritação local e espirros. Observa- se congestão rebote no uso prolongado. FENILEFRINA – é um fármaco adrenérgico sintético de ação direta. A fenilefrina é um vasoconstritor que aumenta as pressões sistólica e diastólica. Ela não tem efeito direto no coração, mas induz bradicardia reflexa quando administrada por via parenteral. É usada no tratamento da hipotensão em pacientes hospitaizados ou cirúrgicos. Doses elevadas podem causar cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas. A fenilefrina atua como descongestionante nasal quando aplicada topicamente ou ingerida por via oral. Ela substituiu a pseudoefedrina em vários descongestionantes orais, pois esta teve seu uso desvirtuado para fazer metanfetamina. A fenilefrina também é usada em soluções oftálmicas para midríase. Clonidina, Metildopa Agonistas 𝜶2 seletivos Usos clínicos: o Clonidina: - Emergências hipertensivas - Ação ansiolítica pré- operatória o Metildopa: hipertensão na gravidez Agonistas ⍺2 seletivos ⍺2 pré-sináptico inibitório Efeitos adversos o Sedação o Hipotensão ortostática o Bradicardia (↓ simpática ↑vagal) o Boca seca Usado no tratamento da hipertensão. Ela pode ser usada também para 5 minimizar os sintomas que acompanham a retirada dos opiáceos, do cigarro ou dos benzodiazepínicos. A clonidina atua centralmente em receptores 𝛼2 pré- sinápticos, produzindo inibição dos centros vasomotores simpáticos, diminuindo a estimulação simpática para a periferia. A interrupção abrupta da medicação deve ser evitada, para prevenir a hipertensão de rebote. Efedrina, Pseudoefedrina Agonistas mistos - 𝜶 1 > β1 Usos clínicos: o Pseudoefedrina: - descongestionante o Efedrina: Agonista direto e indireto (↑ liberação NE das vesículas) - Tratamento ou prevenção da hipotensão arterial associada à anestesia - Choque devido a sangramento Dobutamina Agonista β1 seletivo Efeito + inotrópico que cronotrópico = ↑ contratilidade, DC e volume sistólico Usos clínicos: o Descompensação cardíaca após cirurgia cardíaca ou vascular o Choque cardiogênico o Insuficiência cardíaca aguda Infusão intravenosa lenta e contínua Efeitos adversos: o Arritmias, extra-sístoles ventriculares É uma catecolamina sintética de ação direta. Ela aumenta a frequência e o débito cardíaco com poucos efeitos vasculares. A dobutamina é usada para aumentar o débito cardíaco na insuficiência cardíaca aguda, bem como para dar apoio inotrópico após cirurgia cardíaca. O fármaco aumenta o débito cardíaco e não eleva significativamente a demanda de oxigênio pelo miocárdio − sua principal vantagem sobre os outros sim- paticomiméticos. A dobutamina deve ser usada com cautela na fibrilação atrial, porque aumenta a condução AV. Os outros efeitos adversos são similares aos da epinefrina. Pode-se desenvolver tolerância com o uso prolongado. Salbutamol, Terbutalina Agosnista β2 seletivo Ação curta 3-4h Usos clínicos: o Asma o Broncoespasmo agudo (enfisema/bronquite/DPOC) o Emergência asmáticas o Prevenção do trabalho de parto prematuro Administração: aerossol, oral, injetavel Efeitos adversos: o Taquicardia o Arritmias o Tremores o Inquietação/ansiedade Salmeterol, Formoterol Agosnista β2 seletivo Ação longa >12h Usos clínicos: o Controle da asma, DPOC o Prevenção do broncoespasmo induzido por exercícios o Associados com glicocorticoides Efeitos adversos: o Taquicardia o Arritmias o Tremores 6 o Inquietação/ansiedade Uma dose única por um inalador dosável − por exemplo, um inalador de pó − provê broncodilatação por 12 horas; o salbutamol, por exemplo, provêmenos de 3 horas. Ao contrário do formoterol, o salmeterol tem um início lento de ação. Esses fármacos não são recomendados como monoterapia e são muito eficazes associados com um corticosteroide. O salmeterol e o formoterol são os fármacos de escolha para tratar a asma noturna em pacientes sintomáticos que usam outra medicação contra asma. Os β- agonistas de longa ação apresentam aumento do risco de morte associada à asma. Mirabegron Agonista β3 seletivo – faz relaxamento do detrusor e contração e esficter causando retenção urinária, aumentando a capacidade da bexiga. Usos clínicos: o Tratamento sintomático da urgência miccional e incontinência de urgência em adultos com síndrome da bexiga hiperativa o Pacientes com bexiga hiperativa. Efeitos adversos: o Taquicardia o Não deve ser utilizado em pacientes com hipertensão não controlada. Ele aumenta os níveis de digoxina e inibe a isoenzimas CYP2D6, podendo aumentar o efeito de outros medicamentos biotransformados por esta via (p.ex., metoprolol). Agonistas de Ação Indireta Anfetamina Efeitos o Vasoconstrição periférica e ↑PA o ↑ FC e força de contração do miocárdio Inibição da motilidade intestinal o ↓ Apetite o Estimulante do SNC (libera 5-HT e dopamina). Usos clínicos o Utilizado como estimulante do SNC na narcolepsia o Supressor do apetite - tratamento da obesidade Efeitos adversos o Hipertensão o Taquicardia, Arritmia o Boca seca o Insônia o Psicose aguda em caso de overdose o Desenvolvimento de tolerância, dependência Ações da Anfetamina o ↑ liberação de NE das vesículas o Inibição (fraca) da MAO o Inibição do NET (bloqueia receptação) IMAGEM: Quanto + anfetamina entra, sai NE pelo NET. Toda vez que a Anfetamina entra na vesícula sináptica, mais NE sai. Aumentando assim NE na fenda pós- sináptica ficando disponível para se ligar aos seus receptores pós-sinápticos. IMAGEM CONTI.: a andetamina entra na terminação nervosa através do transportador de norepinefrina (NET) e penetra nas vesículas sinápticas via transportador vesicular de monoaminas (VMAT), em troca com a NE, que se acumula no citosol. Parte da NE é degradada pela monoamino-oxidase (MAO) no interior da terminação nervosa, enquanto outra parte escapa, em troca com a anfetamina atrvés do transportador de norepinefrina, atuando então em receptores pós-sinápticos. A anfetamina também reduz a receptação de NE através de transportador, potencializando assim a ação da NE liberada. 7 Imipramina, Amitriptilina Ações o Inibe NET o ↓ receptação catecolaminas, principalmente NE e 5-HT Uso Clínico o Antidepressivo tricíclicos Efeitos Adversos o Taquicardia o Arritmias o Boca Seca Cocaína Ação: o Inibe/bloqueia o transporte de NET dependente de sódio-cloreto necessário para a captação celular de NET pelo neurônio adrenérgico; o ↓ receptação catecolaminas, principalmente dopamina Usos: o Anestésico local (raro) o Fármaco de abuso Efeitos adversos: o Hipertensão o Taquicardia o Cardiomiopatia hipertrófica (uso crônico) o Euforia e excitação o Redução da sensação de fadiga o Dependência psicológica Bloqueia o transporte de NET dependente de sódio-cloreto necessário para a captação celular de NET pelo neurônio adrenérgico. Em consequência, a norepinefrina se acumula na fenda sináptica, resultando em aumento da atividade simpática e potenciação das ações da epinefrina e da norepinefrina. Por isso, pequenas doses de catecolaminas produzem efeitos muito aumentados em indivíduos que usam cocaína. Além disso, a duração de ação da epinefrina e da norepinefrina fica prolongada. Semelhantemente às anfetaminas, a cocaína pode aumentar a pressão arterialpor ação α1-agonista e efeitos estimulantes β. Inibidores de MAO e COMT Ação: o Inibem a degradação enzimática das catecolaminas Inibidores da MAO: o Moclobemida (antidepressivo) o Selegilina (adjuvante no Parkinson) Inibidores da COMT: o Entacapona, Tolcapona (adjuvante no Parkinson) MAO (monoamino-oxidase): abundante nas terminações nervosas noradrenérgicas; também é encontrada no fígado, no epitélio intestinal e em outros tecidos. COMT (catecol-O-metiltransferase) está ausente nos neurônios noradrenérgicos, mas é encontrada na medula da suprarrenal e em muitas outras células e tecidos. 8 Antagonistas Adrenérgicos (Simpatolíticos) Na classe dos Antagonistas 𝜶 seletivos tem terminações ina. Já a classe dos antagonistas beta seletivos e não seletivos tem terminação lol. Fenoxibenzamina Antagonista 𝜶 não seletivo, irreversível (não desligada devido a sua ligação covalente ou sua grande afinidade dissocia lentamente); Bloqueia tanto 𝜶𝟏 liberando muito noradrenalina, essa noradrenalina não consegue se ligar ao seu receptores evitando a crise hipertensiva, mas pode gerar alguns efeitos adversos como vasodilatação gerando hipotensão, gera mecanismos que ligam Barorreceptores. Uso Clínico o Preparo pré-cirúrgico de pacientes com Feocromocitoma (tumor na supra adrenal) Efeitos Adversos o Hipotensão postural; o Taquicardia reflexa; o Congestão nasal. Fentolamina Antagonista 𝜶 não seletivo, competitivo Efeitos o Relaxamento da musculatura lisa trabecular cavernosa e dilatação das artérias penianas, (gerando a disfunção erétil). o Taquicardia (doses pequenas – bloqueio de 𝜶𝟐 pré-sináptica. o ↓PA consideravelmente (dose maioriores - 𝜶1) Uso Clínico o Disfunção erétil. A fentolamina pode ser usada no controle de curta duração da hipertensão em pacientes com feocromocitoma. A infusão rápida de fentolamina pode causar grave hipotensão, de modo que deve ser administrada cautelosamente. A fentolamina também pode ser útil para aliviar a pseudo-obstrução do intestino em pacientes com feocromocitoma. Esta condição pode resultar dos efeitos inibitórios das catecolaminas nos músculos lisos intestinais. A fentolamina é usada localmente para prevenir a necrose der- mal após o extravasamento inadvertido de um agonista a. Também pode ser útil no tratamento de crises hipertensivas que se seguem a retirada abrupta de clonidina ou que podem resultar da ingestão de alimentos contendo tiramina durante o uso de inibidores de MAO não seletivos. Pazosina, Doxazosina, Terazosina, Tansulosina Antagonista 𝜶1 seletivo Efeitos o ↓ tônus da bexiga, cápsula prostática e ureter; o ↓ PA (vasodilatação ↓ RVP e DC) o Relaxa esfíncter e contrai musculo detrusor - aumentando o fluxo urinário. Uso Clínico o Hipertensão, em combinação com outros fármacos; o Hiperplasia prostática benigna (+ finasterida ou dutasterida – diminui concentração do derivado da testosterona) = utiliza-se para diminuir o tônus da bexiga e ajudar na micção e diminui a proliferação do 9 muscula controlando o tamanho da próstata. o Prozosina: meia-vida curta – intervalo de administração menor; o Mais usado: Dexasosina, Terazosina (↑ t1/2) – meia-vida longa. o Tansulosina (𝜶1A): Essa seletividade pode favorecer o bloqueio dos receptores 𝜶1A na próstata. Age seletivamente no trato urogenital; Menor hipotensão postural Maior dificuldade de ejaculação. Efeitos adversos: o Hipotensão postural o Taquicardia reflexa o Incontinência de estresse o Impotência Loimbina Antagonista 𝜶2 seletivo – aumenta liberação de noradrenalina Alcaloide derivado da casca da Pausinystalia yohimbe e raíz da Rauwolfia – classe de substâncias naturais. Efeitos: o Aumenta PA e FC (ação pré- sináptica) o Vasodilatação periférica Usos: o Disfunção erétil – para prolongar o tempo de ereção o Tratamento da hipotensão postural – agindo como estimulante e de ação termogênica. Efeitos adversos: o Hipertensão o Taquicardia Propanolol, Timolol Antagonista 𝜷2 não seletivo Efeitos o ↓FC e DC, o ↓ liberação de renina o ↓ Broncoconstrição Uso o Hipertensão arterial e portal - + fria, sensação de fadiga o Angina pectoris o Arritmias cardíacas – pode ser administrado por via intravenosa para seu tratamento. Sendo potencialmente fatais ou a paciente sob anestesia. o Ansiedade (controle de tremor, palpitação e controle de tremor essencial) o Profilaxia da enxaqueca; o Glaucoma (Timolol) Efeitos Adversos o Broncoconstrição → contra- indicado em asmáticos o Extremidades corporais frias o Bradicardia o Hipoglicemia → cuidado com diabéticos o Fadiga o Piora da insuficiência cardíaca O propranolol é altamente lipofílico e sofre absorção quase completa após administração oral. Entretanto, grande parte é biotransformado pelo figado durante a primeira passagem pela circulação porta; em média, apenas cerca de 25% de uma dose alcançam a circulação sistêmica. Uma desvantagem clínica do propranolol consiste na possível necessidade de múltiplos aumentos da dose com o decorrer do tempo. O grau de extração hepática declina com o aumento da dose. A biodisponibilidade do propranolol pode ser aumentada pela ingestão concomitante de alimento, bem como durante a sua administração prolongada. O propranolol possui grande volume de distribuição e penetra facilmente no SNC. Cerca de 90% do fármaco na circulação estão ligados às proteínas plasmáticas. Ele é extensamente biotransformados, e a maior parte dos metabólitos aparece na urina. A depuração do propranolol pode varias de acordo com o fluxo sanguíneo hepático e a presença de hepatopatia; além disso, pode mudar durante a administração de outros fármacos que afetam o metabolismo hepático. Já o timolol não tem atividade simpaticomimética intrínseca, nem atividade estabilizadora da membrana. É utilizado no tratamento da hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, infarto agudo do miocárdio e profilaxia da enxaqueca. Em oftalmologia o timolol tem sido usado no tratamento do glaucoma de ângulo aberto e hipertensão intraocular. O mecanismo de ação no tratamento do glaucoma de ↓PA 10 ângulo aberto não é conhecido com precisão, mas parece que o timolol reduz a produção de humor aquoso bloqueando os receptores 𝜷 no epitélio ciliar. Metoprolol, Atenolol Antagonista 𝜷1 seletivo Efeitos o ↓FC e DC, ↓ PA o ↓ liberação de renina, angiotensina Usos o Hipertensão o Angina pectorisl o Arritmias (principalmente se induzidas por ativação simpática) o Tratamento de manutenção após IAM *Atenolol: maior meia vida Efeitos Adversos: o Bradicardia o Extremidades corporais frias o Fadiga o Piora da insuficiência cardiaca O Metaprolol sofre absorção quase completa após administração oral; todavia, a sua biodisponibilidade é relativamente baixa (cerca de 40%), devido à biotransformação de primeira passagem. As concentrações plasmáticas do fármaco variam amplamente (até 17 vezes), talvez em virtude de diferenças geneticamente determinadas na taxa de metabolismo. É extensamente metabolizado no fígado, onde a CYP2D6 é a principal enzima envolvida, apenas 10% do fármaco administrado são recuperados em forma inalterada na urina. A sua meia vida é de 3-4 horas, mas pode aumentar para 7-8 horas em indivíduos cujo metabolismo pela CYP2D6 seja deficiente. O metaprolol é muito utilizado para o tratamento da hipertensão essencial, angina de peito, taquicardia, insuficiência cardíaca, síncope vasovagal, com prevenção secundaria após infarto do miocárdio, como auxiliar no tratamento do hipertireoidismo e na profilaxia da enxaqueca. Já o atenolol é muito hidrofílico e parece entrar no SNC apenas em grau limitado. O atenolol sofre absorção incompleta (cerca de 50%), porém a maior parte da dose absorvidaalcança a circulação sistêmica. É excretado, em grande parte, de modo inalterado na urina, e a meia- vida de eliminação é de cerca de 5-8 horas. Acumula em pacientes com insuficiência renal, devendo-se ajustar a dose em pacientes cuja depuração de creatina é inferior a 35 mL/min. O atenolol pode ser usado para o tratamento hipertensão, doença coronariana, arritmias de peito e para tratar ou reduzir o risco de complicações cardíacas que seguem ao infarto do miocárdio. Também é utilizado para tratar a doença de Graves até que a medicação antitireóidea produza seu efeito. Foi constatado que o atenolol é eficaz se associando a um diurético, para pacientes idosos com hipertensão sistólica isolada. Também causa menos efeitos adversos no SNC (depressão, pesadelos) do que a maioria dos 𝜷-bloqueadores e poucas reações broncoespásticas devido ao perfil farmacológico e farmacocinético. Nebivolol Antagonista 𝜷2 seletivo Efeitos o ↓ RVP o ↑ Síntese de óxido nítrico o ↓ PA – mas mantém DC por um volume sistólico aumentado Usos Clínicos o Hipertensão o Insuficiência cardíaca diastólica Efeitos Adversos o Bradicardia o Hipotensão postural o Cefaleia Labetalol, Carvedilol Antagonista adrenérgico não seletivos (𝜷> 𝜶1). Efeitos o ↓FC e DC, ↓ PA o Vasoconstrição, ↓ RVP o Suprime sistema renina- angiotensina-aldosterona o Inibição de canais de cálcio Efeitos Adversos o Bradicardia o Hipotensão postural 11 Usos Clínico o Laberanol: hipertensão, angina pectoris com hipertensão coexistente. o Carvediol: insuficiência cardíaca, em pacientes bem compensados (diuréticos + inibidores de ECA). Diagrama geral de uma terminação nervosa noradrenérgica, mostrando os locais de ação de fármacos. EMT, transportador de monoaminas extraneuronais (extraneuronal monoamine transporter); MAO, monoamino-oxidase; MeNE, metilnorepinefrina; NE, norepinefrina; NET, transportador neuronal de norepinefrina. As ações do labetol sobre os receptores 𝛼1 e 𝛽 contribuem para a queda da pressão arterial observada em paciente com hipertensão. O bloqueio dos receptores 𝛼1 causa relaxamento do músculo liso arterial e vasodilatação, particularmente na posição ortostática. O bloqueio 𝛽1 também contribui para a queda da pressão arterial, em parte através da interrupção da estimulação simpática reflexa do coração. Além disso, a atividade simpaticomimética intrínseca do labetanol nos receptores 𝛽2 pode contribuir para a vasodilatação. O labetalol é um dos poucos antagonistas 𝛽-adrenérgicos recomendado para o tratamento da hipertensão aguda grave (emergência hipertensiva). A ação hipotensora inicia em 2-5 min após administração IV, alcançando seu pico em 5-15 min e durando entre 2 e 4 h. A frequência cardíaca se mantém ou diminui ligeiramente e o débido cardíaco se mantém. O labetalol reduz a resistência vascular sistêmica sem reduzir o fluxo sanguíneo periférico total. Os fluxos sanguíneo cerebral, renal e coronariano se mantêm. Pode ser empregado nos casos de crise hipertensiva induzida por parto, pois é pouco transferido através da placenta devido a sua escassa lipossolubilidade. Caso Clínico Homem, 66 anos, é acompanhado em ambulatório de hepatologia por quadro de insuficiência hepática e hipertensão portal, decorrente de cirrose por Hepatite B Crônica. O paciente relata o uso de propranolol (20 mg a cada 8 horas) desde a última consulta, período este em que houve uma piora do quadro asmático e o paciente fez uso de salbutamol inalado para controle das crises asmáticas. Apresenta, ultimamente, vários episódios de descompensação caracterizados por estados de variação do nível de consciência (sonolência alternada com agitação psicomotora) e alteração de comportamento (agressividade). Apesar de acompanhamento adequado e da aderência às orientações prescritas, o paciente vai a óbito, em casa, após um episódio de hematêmese maciça. É então encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos. Os achados macroscópicos mais evidentes na autópsia foram: emagrecimento e hipotrofia muscular generalizada, icterícia, telangiectasias, algumas equimoses e hematomas em membros, ascite e edema de membros inferiores, cirrose hepática com evidências de circulação colateral porto-caval, edema cerebral, grande quantidade de sangue em cavidade esôfago-gástrica e área de ulceração da mucosa esofágica suprajacente à uma veia tortuosa e congesta. Sobre esse caso, responda as questões a seguir. A) Considerando que o Propranolol possui taxa de ligação às proteínas plasmáticas de 90% e excreção predominantemente renal, discuta o impacto do quadro clínico do paciente sobre o processo de distribuição deste fármaco. R: albumina serve como reservatório. Hipoalbuminemia paciente está com poucas proteínas circulantes, não produz proteína esta mais de 10% livre. Muito aumento de fração livre em 12 consequência, fármaco fica mais propenso a ligar ao receptor e fazer efeito. Chance aumentada de efeito tóxico. Não metaboliza e excreta o fármaco e aumenta seu efeito do propranolol, 1/2vida aumentada (metabolização – demora para ser excretada pela disfunção renal). B) Como justificar a piora do quadro asmático relatada pelo paciente com o uso do Propranolol? R: Propanolol é um antagonista B não seletivo. Relaciona-se com a asma na medida em que antagoniza o receptor b2 responsável pela broncodilatação, tornado paciente asmático susceptível à broncoconstrição. C) Explique, com base no mecanismo de ação, o uso do salbutamol para tratar as crises asmáticas. R: O salbutamol é um agonista B2 seletivo que tem por efeito a broncodilatação e, por conseguinte, o combate à broncoconstrição ocasionado pela asma. Sua ação é restrita a um período de 3- 4 horas, sendo recomendado apenas para emergências asmáticas. Referencias - RADHAKRISHNAN, Rajan. Agonistas adrenérgicos. In: WHALEN, Karen. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Cap. 6. p. 77-94. - RANG, H.P. Transmissão noradrenérgica In. RITTER,J.M. Farmacologia. 8. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Cap. 14. P. 438-479. - WESTFALL, Thomas. Agonistas e antagonistas adrenérgicos. In Cap. 12. P. 277-
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