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P1 - RESUMO EMPRESARIAL

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RESUMO EMPRESARIAL – P1 
 
 INTRODUÇÃO: 
FALÊNCIAS E RECUPERAÇÃO DE EMPRESA 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
• Direito Romano o devedor, se não pudesse pagar sua dívida, tornava se escravo do 
credor. 
 Tinha sua banca quebrada, se não pagasse a dívida 
• Leis das XII Tábuas 
• Idade Média já havia regras para que recaísse a execução apenas sobre os bens do 
devedor. 
• Brasil Ordenações do Reino o comerciante devedor 
 Código Comercial de 1850 sob a influência do Código Francês de 1808 previa a 
punição do devedor insolvente. 
 Falliti sunt fraudatores (os falidos são fraudadores) 
 
 Decreto lei 7.661/1945 tratava da concordata e da falência vigorava o princípio 
do par conditio creditorum que significa dar aos credores de uma mesma 
categoria uma condição igualitária. 
 
 Lei 11 101 2005 além de manter o princípio do par conditio creditorum se busca 
a preservação da empresa, por meio da recuperação de empresas. 
 
 A falência da empresa traz prejuízo a toda a sociedade, e deve se destinar 
somente a empresas irrecuperáveis 
 
LEI PRINCIPAL QUE REGE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A LEI DE FALÊNCIAS 
LEI Nº 11.001/05 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm 
 
São procedimentos previstos pelo art 1 º (objeto da lei 11 101 2005). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm
 Recuperação Extrajudicial 
 Recuperação Judicial (Recuperação Especial) 
 Falência 
 
 São sujeitos (devedor) passivos da lei: 
 Empresário 
 Sociedade Empresária 
 
 A LEI 11.101/2005 NÃO SE APLICA: 
I - empresa pública (art 173 § 1 º, II,CF) e sociedade de economia mista. 
II- instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade 
de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 
APLICAÇÃO DA LEI DE RJ: 
Art. 192 - Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados 
anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto Lei 
nº 7.661 de 21 de junho de 1945. (LEMBRAR DA HISTÓRIA DA CONCORDATA DO CIANÊ 
QUE A PROFª CONTOU VÁRIAS VEZES) 
§ 4 º Esta Lei aplica se às falências decretadas em sua vigência resultantes de convolação 
de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais se aplica, até a decretação, 
o Decreto Lei nº 7 661 de 21 de junho de 1945 observado, na decisão que decretar a 
falência, o disposto no art 99 desta Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código Civil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SUJEITOS À LRE: 
 
 Pessoa menor de 18 anos (incapaz) → pode falir, nas condições previstas no art. 
974, CC (se estiver exercendo a empresa): 
- Através de representante legal; 
- Mediante autorização judicial; 
- Excluídos os bens de herança; 
 
 Sócio de responsabilidade ilimitada → falência é decretada junto com a 
sociedade empresária. 
 São eles (art. 81, caput): 
 – Sócio comanditado (capital + trabalho); 
 –Sócioda sociedade em comum (sociedade irregular ou de fato); 
 
• Empresário e sociedade empresária que baixaram seu registro a menos de 2 anos antes 
do pedido de falência → podem falir (art. 81, §1º) 
 
 Empresário Individual e sócio de responsabilidade ilimitada, mesmo falecidos: 
→ podem ter sua falência decretada se requerida até 1 ano após o óbito (polo passivo da 
falência estará o espólio do devedor falecido – art. 96, §1º). 
 Sociedades Anônimas que tiverem liquidado seu patrimônio não podem mais falir 
(art. 96, §1º) (QUANDO VENDE TODOS SEUS BENS, E NÃO HÁ MAIS NADA, NÃO 
HÁ O QUE VENDER, DESTE MODO NÃO HÁ COMO DECRETAR MAIS FALÊNCIA, 
POIS NÃO TERÁ BENS PARA PAGAR SEUS CREDORES) 
 
 Sócios de responsabilidade limitada e administradores e controladores 
da sociedade falida: 
 
 Não vão falir, mas poderão responder por Ação de 
Responsabilidade (art. 82, LRE). 
 Ação de rito ordinário que tramitará pelo juízo 
falimentar; 
 Independe de prova de insuficiência patrimonial; 
 Pode impor a indisponibilidade dos bens dos sócios, mesmo 
que haja patrimônio na sociedade; 
 Admite qualquer fundamento; 
 Prescreve 2 anos após a sentença de encerramento da falência; 
 Não são fundamentos: desconsideração da personalidade jurídica e excesso de 
mandato. 
Para esses casos, não é necessário ação de responsabilidade, incidentalmente pode ser 
alcançado o patrimônio pessoal dos sócios por esses motivos. 
 
 Se julgada procedente a falência → responsabilidade solidária dos sócios pelas 
dívidas da sociedade, mas estes não tem sua falência decretada. (SOCIEDADE É 
FALIDA E NÃO OS SÓCIOS) 
 
 Apenas seus bens são arrecadados para pagamento das dívidas da 
sociedade. 
 
 
NOÇÕES DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL: 
 
 Na Recuperação judicial e extrajudicial não têm polo passivo. 
 
 Os credores funcionam como julgadores, pois a concessão da recuperação e a 
homologação do PRJ estarão condicionadas à aprovação dos credores atingidos, 
tanto pelo silêncio do prazo para objeção ao plano quanto pela deliberação na 
AGC. 
 
 
 Destaca-se que TODOS OS CREDORES ao tempo do pedido são atingidos pela RJ, 
mesmo aqueles em que o crédito não esteja vencido (art. 49). 
 
 Os arts. 57 e 68 da LRE, exigem, antes da homologação do Plano de Recuperação 
Judicial, a apresentação de certidões negativas de débitos tributários ou o 
parcelamento de tal débito, portanto, os credores tributários não serão atingidos 
pela RJ. (TODOS OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS PRECISAM ESTAR QUITADOS OU 
PARCELADOS PARA QUE SEJA DEFERIDO O PLANO DE RJ) 
 
 Na Recuperação Extrajudicial, os credores são tratados como contratantes (não 
podem ser incluídos os credores trabalhistas, de acidente de trabalho e os 
tributários). O plano de recuperação é definido e aprovado, em regra, 
extrajudicialmente e em seguida, apresentado ao juiz para homologação. 
 
 Na Recuperação judicial especial para ME e EPP, os credores não serão 
consultados, apenas terão que se submeter ao plano, todavia podem se reunir e 
deliberar pela rejeição ao plano, o que implicaria em decretação da falência. 
(ELES NÃO SÃO CONSULTADOS POIS GERALMENTE SÃO EMPRESAS MUITO 
PEQUENAS: POR EXEMPLO UM FEIRANTE, LOGO OS CREDORES NÃO TERÃO 
CONHECIMENTO TÉCNICO PARA ACEITAR OU NÃO UMA RJ, - EXEMPLO DADO 
PELA PROFª EM AULA) 
 
 
 POSSO PEDIR RECUPERAÇÃO A QUALQUER MOMENTO? 
 
 O art. 48 - Exige o exercício regular da atividade empresarial há mais de 2 anos 
para concessão de qualquer das espécies de recuperação → registro na Junta 
Comercial. 
 
 PEDIDO DE FALÊNCIA: 
 
 O juiz não decreta falência de ofício. Deve haver um pedido autônomo ou 
incidental. 
 
 A falência terá origem em um pedido do próprio devedor, de seus 
sócios, ou de algum credor ou sucessor do devedor. 
 
 QUEM PODE REQUERER A FALÊNCIA? 
(Arts. 22, II, “b”, 97 e 105): 
a) O próprio devedor → arts. 105 a 107. 
b) O quotista do devedor, na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade 
c) O acionista do devedor, na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade 
d) O inventariante 
e) O cônjuge sobrevivente 
f) Qualquer herdeiro do devedor 
g) Qualquer credor 
h) O administrador judicial (art. 22, II, “b”) 
 
 AUTOFALÊNCIA: 
 
 Não é necessário que o devedor tenha registro na Junta Comercial, para que 
requeira sua falência. 
 
 Temos portanto, um sistema objetivo de qualificação do empresário, ou seja, a 
condição de empresário é atribuída ao titular de uma empresa, condição definida 
pelo exercício da atividade e não pela constituição formal do registro. 
 
 
 A ausência de registro permite a autofalência, mas não a recuperação judicial em 
qualquer de suas formas, que exige o exercício regular da atividade a mais de 2 
anos (arts. 48 e 161). O sócio de responsabilidade ilimitada tem legitimidade para o pedido também, 
pois podem ser citados para se defenderem (art. 81). 
 
 PEDIDO DE FALÊNCIA (QUOTISTA, ACIONISTA OU LIQUIDANTE): 
 
 O quotista, acionista ou liquidante, na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade podem requerer a falência. 
 
 Possibilidade remota em razão da possibilidade de dissolução parcial para o 
quotista e venda de ações para o acionista, ainda pela possibilidade de pedido 
pelo administrador (arts. 1.011 e 1.105, CC) ou pelos próprios sócios (1.071, CC) 
 
 PEDIDO DE FALÊNCIA: INVENTARIANTE, CÔ NJUGE, SOBREVIVENTE OU 
QUALQUER HERDEIRO 
 
 O inventariante tem legitimidade extraordinária para requerer autofalência 
(como representante do espólio), como para requerer a falência de empresário 
devedor do falecido. 
 Também tem legitimidade para requerer a autofalência o cônjuge sobrevivente e 
os herdeiros do devedor. 
 A falência do espólio somente poderá ser requerida até 1 ano após o falecimento 
do devedor empresário. 
 
 PEDIDO DE FALÊNCIA – QUALQUER CREDOR: 
 
 Os credores podem cobrar ordinariamente seus créditos de forma extrajudicial 
(protesto), judicialmente (cobrança, monitória e execução) ou pedir falência. 
 
 Se o credor do devedor empresário for também empresário, deve confirmar seu 
registro regular na Junta Comercial: incentivo à regularização da atividade 
empresarial. 
 
 
 O credor domiciliado no exterior terá que prestar caução ao juízo falimentar, 
como garantia de pagamento das custas do processo e de eventual pagamento 
de indenização ao devedor empresário, caso seja denegada a falência e 
reconhecido o dolo do autor. 
 
 A caução não será exigida de credores domiciliados na Argentina, no Paraguai e 
Uruguai (art. 4º, Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional firmado pelo 
Decreto n. 2.057/96) 
 
 
 O Decreto-lei n. 7.661/45 exigia que o credor com garantia real renunciasse sua 
garantia ou demonstrasse que era insuficiente, para requerer a falência. A Lei n. 
11.101/2005 não estabeleceu a mesma exigência, caso queira requerer a falência. 
 
 Com relação ao credor único, não há óbice algum para seu pedido de falência, 
desde que demonstrado que o devedor empresário está inserido em alguma das 
hipóteses previstas em lei. 
 
 Credor de crédito vincendo pode também requerer a falência (art. 94, III). São 
situações que reclamam atitude urgentes de qualquer credor. 
 
 
 Quanto ao credor fiscal, apesar da polêmica da minoria que o reconhece incluído 
na expressão “qualquer credor”, não teria interesse de agir no processo 
falimentar. 
 
Razões: continuidade do processo de execução fiscal durante o processo falimentar, bem 
como a não atração desse processo ao juízo falimentar (art. 6º, §7º e art. 76 da LRE; art. 
187 do CTN que estabelece que o crédito fiscal não se submete ao concurso de credores, 
Enunciado 56 da I Jornada de Direito Comercial). 
 
 
 ADMINISTRADOR JUDICIAL: 
 
 Tem legitimidade extraordinária (art. 22, II, “b”). 
 Não exerce funções administrativas na recuperação judicial. 
 Guardião do PRJ. (Artigo 73, IV – convolação da RJ em F) 
 
 IMPEDIMENTOS E INCOMPATIBILIDADES 
 
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial 
quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de 
membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou 
de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. 
(ADMINISTRADORES DESTITUIDOS) 
§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador 
judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o 
devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for 
amigo, inimigo ou dependente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SUBSTITUIÇÃO E DESTITUIÇÃO DO ADM JUDICIAL 
 
 Substituição: não tem caráter de pena. Vontade do administrador ou 
circunstancia alheias a sua vontade sem caracterizar desídia ou dolo. 
 
 Destituição: ocorrências graves. 
 
 
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, 
poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros 
do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, 
descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades 
do devedor ou a terceiros. 
§ 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os 
suplentes para recompor o Comitê. 
§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 10 (dez) 
dias, nos termos dos §§ 1º a 6º do art. 154 desta Lei. 
 
 REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
a) Valor, corresponde a 4 critérios: 
1. Capacidade: forças de pagamento do devedor; 
2. Complexidade: atos / horas trabalhadas; 
3. Mercado: valores praticados no mercado. 
4. Proporcionalidade: ao trabalho realizado. 
b) Limites: 
O valor não pode ultrapassar 5% do valor de venda dos bens na falência, ou na 
recuperação judicial, do total devido aos credores. 
No caso de ME e EPP – limite reduz a 2% 
c) Momento do pagamento: 
- 40% do valor devido: após a concluso da realização do ativo e do julgamento das 
contas da administração; 
- 60% podem ser pagos durante o curso da falência (compromisso – julgamento de 
suas contas. 
Possibilidade de salários provisórios tanto na recuperação judicial como na falência. 
 RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR JUDICIAL: 
 
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos 
causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o 
dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se 
da responsabilidade. 
 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS DO ADM JUDICIAL 
 
 São 3 momentos em que a lei obriga o administrador judicial a faze-lo: 
a) Deve presta-las ao final do processo, até 30 dias da conclusão do ativo; 
b) Em 10 dias da data do evento, se for substituído, destituído ou renunciar 
o cargo; 
c) Ao receber valores durante o exercício de sua administração, deverá apresentar 
conta demonstrativa. 
 
Se não cumprir, será intimado para cumprimento em até 5 dias, sob pena de 
desobediência, devendo ser destituído, perdendo direito à totalidade de sua 
remuneração. 
 
 LEGITIMIDADE ATIVA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
O art. 48 estabelece os pressupostos para a concessão da RECUPERAÇÃO JUDICIAL, que 
devem ser observados para a Recuperação Especial e para a Recuperação Extrajudicial. 
 Única condição imposta pelo art. 48 – ser empresário regular a mais de 2 anos 
(outras exigências são apenas impedimentos). 
– Aspecto real da exigência: exercício de fato de uma atividade. 
– Aspecto formal: arquivamento dos atos constitutivos no registro 
 
 EXCLUSÕES DO ÂMBITO DA LEI 
 
 Os empresários estão sujeitos à falência, à recuperação judicial e à recuperação 
extrajudicial (art. 1º). 
 O art. 2º exclui alguns agentes econômicos do âmbito da lei: 
– Justificativa: importância destas atividades para a economia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
 
OBS: ACHO QUE A PROFª NÃO VAI COMPRAR MUITO SOBRE ESSAS EMPRESAS. 
 
 Criadas por autorização legal e representam meios de atuação estatal para a 
prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas. 
 Casos de exclusão absoluta do âmbito da lei; art. 2º, I 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS 
 
 Pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado, com capital social 
exclusivamente público, sob qualquer forma empresarial, que servirão para 
cumprir certas funções estatais. 
 
 O único titular é o Estado. Sua falência lançaria suspeita sobre a saúde financeira 
do Estado. 
 Ex.: CEF,EMBRAPA, CONAB, etc. 
 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: 
 Caso de exclusão relativa. 
 São pessoas jurídicas públicas ou privadas, que se dedicam profissionalmente a 
operações de crédito (Lei nº 4.595/64, art. 17). 
 São os bancos, as distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, as 
casas de câmbio, as operadoras de leasing e as administradoras de consórcio (lei 
nº 11.795/2008, art. 39). 
 Submetem-se a regimes especiais: 
 Intervenção (Lei nº 6.024/74); 
 Liquidação Extrajudicial (Lei nº 6.024/74); 
 Regime de Administração Especial Temporária RAET 
(Decreto-lei nº 2.321/87). 
 
 O art. 197, ressalta a aplicação das leis especiais, com aplicação subsidiária da lei 
de falências e recuperação de empresas. Porém, nos termos das leis especiais, vê-
se que a exclusão é relativa e não absoluta 
 não tem acesso à recuperação judicial ou extrajudicial, prevalecendo os regimes 
especiais. 
 Entretanto, a legislação especial NÃO veda a falência e o pedido, por essa razão, 
pode ser feito por qualquer legitimado, desde que preenchidos os pressupostos 
da lei nº 11.101/2005. 
 No entanto, a competência para o pedido se houver sido decretado algum dos 
regimes especiais, passa a ser do interventor ou liquidante, em vez do credor, em 
todo caso, com autorização do Banco Central. 
 
 CASO DE AUTORIZAÇÃO DO PEDIDO DE FALÊNCIA NOS REGIMES ESPECIAIS: 
 
 Na intervenção: ativo insuficiente para cobrir metade do valor dos créditos 
quirografários, julgada inconveniente a liquidação extrajudicial ou quando a 
complexidade dos negócios ou gravidade dos fatos aconselharem a medida (art. 
12, d, Lei nº 6.024/74); 
 Na liquidação extrajudicial: ativo insuficiente para cobrir pelo menos a metade do 
valor dos créditos quirografários e indícios de crimes falimentares; 
 Regime de Administração Especial Temporária (RAET): não há possibilidade de 
pedido de falência. 
 
 
 SEGURADORAS: 
 Excluídas relativamente do âmbito da Lei nº 11.101/2005, por atuarem em 
mercado específico e com nível elevado de risco a terceiros. 
 Regidas por leis especiais (Decreto-lei nº 73/66): permitem sua submissão 
eventualmente à falência, mas NUNCA à recuperação judicial ou extrajudicial. 
Pode ser feito pedido de falência se, no curso da liquidação, ficar constatado que 
o ativo não é suficiente para o pagamento de pelo menos metade dos credores 
quirografários, ou fundados indícios da ocorrência de crime falimentar (Decreto-
lei nº 73/66, art. 26). 
 A entidade responsável pela intervenção ou medidas especiais de fiscalização é a 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
 
 SOCIEDADE DE CAPITALIZAÇÃO 
 
 A supervisão estatal (SUSEP) se dá desde a sua constituição e permanece durante 
todo o seu funcionamento. O regime de fiscalização é o mesmo das seguradoras 
(Decreto-lei nº 261/67). 
 Exclui-se completamente a recuperação judicial ou extrajudicial, mas admite-se a 
falência: 
 Se o ativo não for suficiente para pagamento de pelo menos a metade dos 
credores quirografários, ou quando houver fundados indícios de ocorrência de 
crime falimentar (Decreto-lei nº 73/66, art. 26). 
 
 OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE 
 Importância da saúde na vida social. Fiscalização realizada pela Agência Nacional 
de Saúde (ANS). 
 Pode ser determinado a alienação da carteira, o regime de direção fiscal ou 
técnica, por prazo não superior a 365 dias, ou a liquidação extrajudicial, conforme 
a gravidade do caso (Lei nº 9.656/98, art. 24). 
 NÃO se admite a recuperação judicial ou extrajudicial. 
 A Lei nº 9.656/98, admite a possibilidade da falência das operadoras de planos de 
saúde (exclusão relativa), desde que: 
 O ativo da liquidanda não seja suficiente para o pagamento de pelo menos 
metade dos créditos quirografários, ou 
 O ativo realizável da massa liquidanda não seja suficiente, sequer para o 
pagamento das despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular 
processamento da liquidação extrajudicial, ou 
 Fundados indícios de crime falimentar (Lei nº 9.656/98, art. 23). 
 
 
 
 ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: 
 São as entidades que se destinam a executar planos de benefício de caráter 
previdenciário, nos termos da LC nº 109/2001, a fim de complementar ou 
possibilitar uma renda àqueles que contribuíram. 
 Fiscalização: Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), 
admitindo-se a intervenção, a liquidação extrajudicial e inclusive a administração 
especial de planos de benefício (Lei nº 12.154/2009). 
 Podem ser abertas ou fechadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COMPETÊNCIA 
 
O art. 3º da Lei estabelece regra de dupla competência do Juízo falimentar, nacional ou 
estrangeira: 
 Art. 3° É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, 
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
 Em razão da matéria, é o juízo cível estadual o competente para apreciar as 
matérias não penais previstas na LRE. Em razão do território é o local onde se 
encontra o principal estabelecimento da empresa (art. 109, I, CF exclui 
expressamente a competência da Justiça Federal). 
 
 No que respeita à matéria criminal, a definição quanto ao território depende da 
identificação do juízo cível. Assim, serão competentes para processar e julgar os 
crimes falimentares os juízes criminais do local onde foi: 
– Decretada a falência; 
– Concedida a recuperação judicial; 
– Homologado o plano de recuperação extrajudicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 QUAL SERIA PRINCIPAL ESTABELECIMENTO PARA LEI? 
 
 
 
 
 
 
 
 
No caso de encerramento das atividades da empresa, o foro competente deverá ser o da 
última sede constante do registro, na medida em que esta seja uma fonte segura para 
fixar a competência (STJ – CC 29712/SP, Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Seção, 
julgado em 23/9/2000, DJ 25/9/2000, p. 62). 
 
 NATUREZA DA COMPETÊNCIA: 
 
Os dois critérios de fixação da competência estabelecidos pelo art 3 º, levam em conta 
aspectos territoriais, portanto a competência seria territorial e por conseguinte seria uma 
hipótese de competência relativa (envolve interesses exclusivamente privados)? 
 SEDE CONTRATUAL (Jorge pereira Andrade, Silva 
Pacheco, Júlio Kahan Mandel)
 
 MAIOR IMPORTÂNCIA ECONÔMICA (Oscar Barreto 
Filho, Fábio Ulhoa Coelho).
 
 COMANDO ADMINISTRATIVO DOS NEGÓCIOS 
(Ricardo Negrão, Sérgio Campinho, Rubens Requião).
• O STJ, entretanto, já afirmou que a competência para pedidos de falência é absoluta 
(envolve interesses públicos). Não se trata de hipótese de competência territorial, mas 
em razão da matéria específica. A incompetência pode ser reconhecida de ofício e não 
depende de exceção para ser alegada. Também não admite se prorrogação da 
competência. 
 
 JUÍZO UNIVERSAL: 
Art. 76 - O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações 
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e 
aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo 
 
 EXCEÇÕES JUÍZO UNIVERSAL: 
• Ações em que a massa falida seja autora ou litisconsorte ativo. 
• Reclamações trabalhista. 
 Pedido de reserva artigo 6º Lei Falimentar. 
 Não esta sujeito a impugnação no processo de habilitação. 
 Executivos Fiscais. (Também pelo artigo 187 CTN). 
 
 ÓRGÃOS 
 
MINISTÉRIO PUBLICO: 
 
Esta presente na Falência e na recuperação Judicial. Busca evitar que a falência e a 
recuperação judicia se transformem em um meio de exploração lucrativo. 
Embora no projeto fosse ilimitada o artigo 4º foi vetado, restringindo a atuação as 
seguintes hipóteses: 
• Possibilidade de impugnação de créditos (art. 8º). 
• Pedido de exclusão, reclassificação ou retificação de crédito já incluído noquadro geral de credores (art. 19). 
• Conhecimento do relatório do administrador judicial, caso haja a imputação 
de alguma responsabilidade penal (art. 22, § 4º). 
• Requerimento de substituição do administrador judicial (art. 30, § 2º). 
• Comunicação do despacho que defere o processamento da recuperação judicial (art. 
52, V). 
• Interposição de recurso contra decisão que concede a recuperação judicial (art. 59, § 
2º). 
 Comunicação de decretação de falência (art 100 XIII) 
 
 Recebimento de informações do falido (art 104 VI) 
 Propositura da ação revocatória (art 132) 
 Intimação em qualquer modalidade de alienação de bens (art 142 §7 º) 
 Impugnação à arrematação de bens (art 143) 
 Manifestação sobre as contas do administrador judicial (art 154 §3 º) 
 Titularidade da ação penal (art 184 
 
 COMITÊ DE CREDORES 
É facultativo. 
• Depende da complexidade da falência ou da recuperação judicial. 
• Na sua ausência, caberá ao administrador judicial ou juiz exercer suas atribuições. 
 
 ATRIBUIÇÕES DO COMITÊ NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E NA FALÊNCIA 
– ART. 27 
 
a) Fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial 
b) Zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei 
c) Comunicar ao juiz violação dos direitos ou prejuízo aos interesses 
d) Apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados 
e) Requerer ao juiz a convocação de assembleia geral de credores 
f) Manifestar se nas hipóteses da lei falimentar 
 
 ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES – ART. 35: 
Uma inovação da Lei 11.101/2005 
• Funções principais aprovar, rejeitar ou modificar o plano de recuperação judicial, 
constituir o Comitê de Credores. 
 
NA ASSEMBLÉIA: 
 
 Os credores podem ser substituídos por mandatário 24 horas antes 
 Empregados podem ser representados por Sindicatos 
 É presidida pelo administrador judicial 
 Para instalar em primeira convocação precisa de mais da metade dos créditos, em 
segunda convocação com qualquer número 
 
 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL – ART. 161: 
 
 Quando ocorre? 
 
 O devedor em dificuldade financeira pode tentar negociar suas dívidas com seus 
credores na seara privada, sem a intervenção do Poder Judiciário. 
 
 Às vezes basta uma dilação de prazo ou substituição de garantia para que o 
devedor se reequilibre. 
 
 Um plano de recuperação pode ser: 
 
 Facultativa: se o devedor conseguir a adesão de 100 dos credores da classe de 
créditos que deseja ter negociado, a homologação será facultativa, pois o próprio 
plano garante a eficácia das declarações de anuência feitas pelos credores em 
questão 
 
 Obrigatória: se o devedor não conseguir 100 de adesão dos credores da classe 
de créditos que deseja ter negociado, não é justo que seu plano não vá adiante por culpa 
de uma minoria. Nessa hipótese, se o devedor conseguir a adesão de pelo menos 3/5 de 
cada classe, deverá pedir a homologação judicial do seu plano de recuperação para que 
seus efeitos se estendam para aqueles que discordaram. 
 
 
 
 
CONDIÇÕES PARA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL: 
 
 exercer atividade há mais de 2 anos. 
 não ser falido, ou se o for, estarem extintas as obrigações. 
 não ter obtido recuperação há menos de 5 anos 
 não ter obtido recuperação especial há menos de 8 anos 
 não ter sido condenado por crime falimentar 
 
 
 CRÉDITOS EXCLUÍDOS DO PLANO: 
 
 Créditos de natureza tributária 
 
 Créditos de natureza trabalhista e decorrentes de acidente de trabalho 
 
 Fiduciário 
 
 Adiantamento de contrato de Câmbio Créditos dos arts. 49 § 3 e 86 II, caput, LF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pedido de Homologação de plano Requisitos do art. 48 da Lei 11.101/05: 
 
 
 A proposta deve ser assinada por todos os credores; ou por credores que 
representem 3/5 dos créditos. 
 
 Condições do pedido de homologação do plano: 
 
 
 Não poderá prever pagamento antecipado. 
 Não poderá sujeitar outros credores. 
 Não suspende ações ou execuções. 
 Não impossibilita pedido de falência. 
 Os credores que aderirem não podem desistir salvo se houver unanimidade. 
 
 Documentos do pedido de homologação do plano: 
 
 Justificativa do pedido. 
 Plano com os termos e condições assinado pelos credores. 
 Exposição da situação patrimonial. 
 demonstrações contábeis do último exercício e a especial. 
 Mandato com poderes de novar e transigir. 
 Relação nominal e completa dos credores 
 
 Despacho 
 
 Art. 164 - ordena a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande 
circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor. 
 
 
 Convocação todos os credores do devedor para apresentação de suas 
impugnações ao plano de recuperação extrajudicial. 
 
 Edital: 
 
 Carta para todos os credores enviada pelo devedor; 
 Prazo de 30 dias para impugnação; 
 Matéria: não preenchimento do percentual mínimo do art. 163; 
 Prática dos atos previstos no art. 94, III (atos de falência); 
 Prática de ato fraudulento (art. 130); 
• Descumprimento 
de exigências da LF; 
• Prazo de 5 dias para contestação do devedor; 
 
 Homologação 
 
 Se o plano não for homologado, o devedor poderá apresentar outro plano pode 
prever efeitos anteriores à sentença. 
 
 
 Se o plano não for homologado, os credores retomam a posição anterior. 
 
 A sentença de homologação é título executivo judicial (art. 161,§ 6). 
 
 A APELAÇÃO é recurso cabível da decisão que defere ou indefere o pedido de 
homologação. 
 
 
 É recebida apenas no efeito devolutivo (art. 164, pár . 7º, da Lei nº 11.101/05).

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