Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
22/06/2020 CINÉTICA HETEROGÊNEA E CÁLCULO DE REATORES TURMA: EQU6BN-CMA PROF. GERALDO EUSTÁQUIO DA SILVA JUNIOR Catalisadores • Catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação química, mas que sai do processo sem modificação. • O aumento da velocidade da reação química pelo catalisador ocorre pois essa substância fornece um caminho alternativo para a reação que possui uma energia de ativação menor (quando comparado à reação ocorrendo sem a presença do catalisador). 2 Catalisadores • Catálise é o nome dado a ocorrência, estudo e o uso de catalisadores e processos catalíticos 3 Catalisadores • Catálise Homogênea: quando o catalisador encontra-se na mesma fase que a reação (por exemplo um catalisador em meio aquoso para uma reação em meio aquoso. • Exemplo: Catálise da decomposição da água oxigenada na presença de íons Brometo. • 2𝐻2𝑂2(𝑎𝑞) → 2𝐻2𝑂 𝑙 + 𝑂2 𝑔 (processo muito lento : Alta 𝐸𝑎) • Na presença de 𝐵𝑟− e em meio ácido: 2𝐵𝑟 𝑎𝑞 − +𝐻2𝑂2 𝑎𝑞 + 2𝐻 𝑎𝑞 + → 𝐵𝑟2 𝑎𝑞 + 2𝐻2𝑂 𝑙 𝐸𝑎1 𝐵𝑟2 𝑎𝑞 +𝐻2𝑂2 𝑎𝑞 → 2𝐵𝑟 𝑎𝑞 − + 2𝐻 𝑎𝑞 + + 𝑂2 𝑔 𝐸𝑎2 ____________________________________ 2𝐻2𝑂2 𝑎𝑞 → 2𝐻2𝑂 𝑙 + 𝑂2 𝑔 𝐸𝑎1 𝑒 𝐸𝑎2 ≪ 𝐸𝑎 4 Catalisadores • Catálise Heterogênea: quando o catalisador está em uma fase diferente do que a reação química. • Esse tipo de catálise tem maior interesse econômico (por isso é mais utilizada) devido ao fato de que a separação do catalisador dos produtos (e reagentes) é mais simples de ser realizada quando comparada aos catalisadores heterogêneos. • Ex: Reação em meio gasoso num reator de leito fixo (PBR) com catalisador sólido: Entrada e saída do reator são de espécies gasosas enquanto o catalisador permanece no leito do reator. 5 Catálise Heterogênea • Reagentes e produtos em fase fluida (gasosa ou líquida) • Catalisador em fase sólida. • A reação ocorre na interface sólido/fluido • Área superficial disponível para reação será um parâmetro fundamental • Quanto à estrutura, o catalisador normalmente se constitui de um sólido poroso: • Volume do poro deverá ser suficiente para permitir a ocorrência da reação; • Área superficial desse sólido é alta, devido à alta densidade de poros. 6 Catálise Heterogênea • Por vezes esses poros podem ser tão pequenos que apenas algumas moléculas podem penetrá-los/sair desses poros. Dessa maneira um catalisador poderá afetar não somente o rendimento da reação como também na seletividade da mesma. 7 Catálise Heterogênea • Tipos de catalisadores: • Catalisadores Mássicos: Catalisador é constituído de um material “puro” • Exemplo: Utilização de catalisadores metálicos (Pt, Co, Ni) em processos de hidrogenezação/desidrogenezação de compostos orgânicos • Suportados: Estrutura como de um material compósito. Matriz ou suporte com partículas do catalisador propriamente dito dispersos na superfície dessa matriz. 8 Catálise Heterogênea • A opção por catalisadores suportados é muitas vezes economicamente mais interessante pela possibilidade de se utilizar um suporte mais barato que o catalisador. • Além disso, como a catálise heterogênea é um processo que ocorre na superfície do catalisador, as partículas do interior de um catalisador mássico não participam do processo. • Exemplo de catalisadores suportados: • Catalisador de platina disperso na superfície de um suporte de alumina: utilizado na reforma de petróleo; 9 Etapas de uma reação catalítica: 1 • 1) Difusão Externa: Transferência de massa dos reagentes do seio do fluido até a superfície do catalisador; • 𝛿 é a espessura da camada limite; • 𝑈 é a velocidade do escoamento; • 𝐶𝐴𝑏 𝑒 𝐶𝐴𝑠 são respectivamente as concentrações da espécie A no seio do fluido e na superfície do catalisador. 10 A cinética dessa etapa é dada por: 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘𝐶 𝐶𝐴𝑏 − 𝐶𝐴𝑠 O coeficiente de transferência de massa 𝑘𝐶 é inversamente proporcional à espessura da camada limite e diretamente proporcional à difusividade (𝐷𝐴𝐵) 𝑘𝐶 = 𝐷𝐴𝐵 𝛿 Etapas de uma reação catalítica: 1 • A figura ao lado mostra o perfil de variação de concentração da espécie A na camada limite 11 Etapas de uma reação catalítica: 1 • Altos valores de Reynolds para o escoamento podem reduzir significativamente a espessura da camada limite, fazendo com que essa etapa não seja a etapa lenta (etapa de controle) do processo. • Para escoamento interno em um tubo de diâmetro 𝜙, tem-se 𝑅𝑒 = 𝜌𝑈𝜙 𝜇 ; ou seja, Re é proporcional à velocidade (U) do escoamento e inversamente proporcional à viscosidade \mu do fluido. • Questão para discussão: como podemos minimizar o efeito de difusão externa, de modo que esta não seja a etapa lenta (etapa de controle) da reação? 12 Etapas de uma reação catalítica: 2 • Difusão interna: Difusão do reagente pela entrada do poro, através do poro, até as vizinhanças da superfície catalítica interna: Catalisadores possuem sítios ativos no interior dos poros. Por isso é necessário que as moléculas de reagentes se difundam para o interior desses poros até chegar aos sítios ativos.13 Etapas de uma reação catalítica: 2 • Podem ser de 3 tipos: • i) Difusão molecular: ocorre em poros de diâmetro grande (1 – 10 μm) onde o livre percurso médio das moléculas é pequeno quando comparado com o diâmetro dos poros. 14 Etapas de uma reação catalítica: 2 • ii) Difusão de Knudsen: ocorre em poros de diâmetro médio (10 – 1000 Å) onde o transporte de massa se dá por choques entre as moléculas e as paredes dos poros: 15 Etapas de uma reação catalítica: 2 • iii) Difusão Configuracional: ocorre em poros com diâmetro de moléculas da mesma ordem de grandeza do diâmetro dos poros. • Como saber se os efeitos de difusão nos poros do catalisador controlam ou não a reação química? • Pode-se verificar a influencia do tamanho da partícula do catalisador (𝐷𝑃) na conversão atingida: várias experimentos com 𝐷𝑃 diferentes. Quando há influência difusional, a conversão aumenta quanto menor for o tamanho da partícula. Chega-se em uma situação onde o tamanho da partícula já não mais influencia a conversão. 16 Etapas de uma reação catalítica: 2 17 Etapas de uma reação catalítica: 2 • Uma outra maneira é avaliar a energia de ativação do processo: • As energias de ativação para fenômenos difusionais são consideravelmente menores do que aquelas para a reação química propriamente dita. 18 Etapas de uma reação catalítica: 3 • 3) Adsorção dos reagentes na superfície catalítica: • 3.1) Adsorção física (fisissorção): assemelha-se a um processo de condensação: forças de van der Walls entre as moléculas adsorvidas e a superfície. • E exotérmico: Com ∆𝐻𝑎𝑑𝑠𝑜𝑟çã𝑜 da ordem de – 1 a -15 Kcal/mol • É prejudicado com o aumento da temperatura 19 Etapas de uma reação catalítica: 3 • 3) Adsorção dos reagentes na superfície catalítica: • Adsorção química (quimissorção): possui grande influencia na velocidade da reação química. • Forças de interação são do mesmo tipo das forças interatômicas da molécula adsorvida • Isso provoca uma perturbação bastante significativa na estrutura eletrônica da molécula tornando-a mais instável e consequentemente a quebra das suas ligações é facilitada • Também é um processo exotérmico, porém o calor de reação é da ordem de grandeza de uma reação química (40 a 400 Kcal/mol) 20 Etapas de uma reação catalítica: 3 • A figura abaixo representa a adsorção da espécie A sobre a superfície do catalisador. Em vermelho estão os sítio catalíticos ativos. 21 Etapas de uma reação catalítica: 4 • 4) Reação química na superfície do catalisador 22 Etapas de uma reação catalítica: 5, 6 e 7 • As etapas seguintes são na sequência: • 5) Dessorção dos produtos da superfície do catalisador • 6) Difusão interna dos produtos dentro dos poros, até a superfície externa do catalisador• 7) Difusão externa dos produtos formados através da camada limite, da superfície externa para o seio do fluido. 23 Etapas de uma reação catalítica 24 Energia envolvida em processos catalíticos 25 Vida útil do catalisador: Envenenamento • Um veneno ou inibidor de um catalisador é uma substância que adsorve na superfície do mesmo através de uma força de interação muito forte. • O sítio ativo do catalisador fica se torna então inativo diminuindo a eficiência do processo. 26 Referências Bibliográficas • FOGLER, H. S.. Cálculo de Reatores: O essencial da Engenharia das reações químicas. Capítulo 1 – Balanços Molares. 1ª Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2014. • AGUIAR, L.. Reatores Químicos. Notas de Aula. Escola de Engenharia de Lorena. USP, 2014 • SCHMAL, M.. Cinética e Reatores: Aplicação na Engenharia Química. Editora Synergia, Rio de Janeiro, 2009. 27
Compartilhar