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ESTADO MENTAL, DISTÚRBIOS DE FALA E SINAIS MENÍNGEOS - SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA

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Semiologia Neurológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Priscila Colavite 
 
• Nível de consciência: escala de Coma de Glasgow 
O quanto o paciente está acordado, qual o nível de alerta. Se está acordado, sonolento, obnubilado, em coma... 
 
• Conteúdo de consciência: funções cognitivas 
Cognição: são os diversos aspectos que compõe a inteligência: atenção, memória, linguagem, cálculo, 
orientação. 
Escala de Coma de Glasgow: 
 
Abertura ocular: 
Espontaneamente de olhos abertos: 4 
De olhos fechados, você o chama pelo nome e ele abre os olhos: 3 
Se não abre o olho a comando verbal, faz-se um estímulo doloroso no paciente (comprime região do esterno, 
comprime o leito ungueal, a mandíbula) esse estímulo precisa ser bastante doloroso para ter certeza que o paciente está 
responsivo: 2 
Mesmo com tudo isso ele não abre o olho: 1 
Resposta verbal: pergunta alguma coisa relacionada a orientação: quantos anos ele tem, se ele sabe onde está, se sabe 
o que aconteceu, qual hospital ele está (a pergunta deve ser feita se você souber a resposta verdadeira). 
Se responde certo, considera orientado: 5 
Confuso (por exemplo, responde a idade errada): 4 
Responde com palavras inapropriadas (via de regra é xingamento), indica que o estado neurológico está afundando: 3 
Se ele emitir um som incompreensível, palavra incompreensível: 2 
Nenhuma resposta verbal: 1 
Resposta motora: geralmente faz um comando simples – pede para o paciente apertar a mão forte, fechar os olhos 
bem apertados. 
Prova e contra-prova: pede para apertar a mão e depois para soltar (para saber se obedeceu um comando ou se foi um 
reflexo porque a mão está perto). Obedeceu os comandos: 6 
Se ele não obedecer, faz estímulo doloroso: a resposta mais esperada seria esse paciente localizar a dor (coloca a mão 
em cima do local que está doendo): 5 
Se ele faz movimento de retirada, se mexe, se incomoda, mas não consegue exatamente localizar a dor: 4 
Se ele fizer movimento de flexão anormal dos braços (movimento de decorticação), para o estímulo doloroso ele 
relaxa os braços: 3 
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Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Priscila Colavite 
 
O movimento de extensão anormal, com os punhos cerrados (movimento de descerebração):2 
Se após tudo isso, nenhuma resposta motora: 1 
8 pontos ou menos: nível de consciência já está muito rebaixado, e o controle respiratório pode ser afetado, por isso 
necessita intubação pela ausência de controle neurológico. 
• Conteúdo da consciência 
Orientação (tempo, espaço, auto-orientação). 
Percepção – gnosia (visual, tátil, faces). 
Linguagem e cálculo (fluência verbal, repetição, nomeação, escrita, leitura, compreensão). 
Memória (curto e longo prazo; procedural e declarativa). 
Execução – praxia (ideativa, vestimenta, construtiva). 
Funções executivas (raciocínio, planejamento e monitoramento). 
➢ Memória: classificação qualitativa: 
 
Memória declarativa: “autobiografia”. 
Memória não declarativa: memória motora; associada a movimentos automáticos. 
Classificação temporal: 
 
Memória imediata: é mais relacionada atenção (ex: alguém pergunta seu nome e você responde imediatamente). 
A memória imediata é importante para memória de trabalho (ex: alguém pede para guardar o número de telefone, 
guarda por alguns minutos e após utilizar, esquece). A memória de longo prazo é a memória que irá ficar consolidada. 
Todas essas memórias são passíveis de esquecimento. 
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Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Priscila Colavite 
 
Classificação anatômica: 
 
 
Paciente com Alzheimer – afeta primeiro memória de curto prazo, o hipocampo é o primeiro local que começa 
atrofiar. Com evolução, e atrofia do córtex se perde memórias de longo prazo. 
Paciente HM: descobriu-se que as memórias de curto prazo era armazenada no hipocampo. 
Memória declarativa de longa duração: 
Existe um procedimento na psiquatria chamando eletroconvulsoterapia, que consiste em aplicar com choque para 
paciente com depressão grave. 
Antigamente quando se descobriu ECT, não se sabia exatamente as repercussõs desse procedimento e então alguns 
pacientes passaram a perder memórias de longo prazo, assim descobriu-se que as memórias de longo prazo ficavam 
armazenadas em córtex cerebral. 
➢ Amnésia retrógrada: dificuldade em recordar eventos anteriores a um insulto neural. 
 
➢ Amnésia anterógrada: dificuldade em estabelecer novas memórias após um insulto neural. 
Essas amnésias podem ser de minutos, horas, dias ou semanas. Geralmente, ele vai recuperando com o passar do 
tempo, mas geralmente não volta 100%. 
 
• Afasia – perder uma linguagem que já foi adquirida. Comuns em AVCs. 
➢ Afasia motora (Broca): dificuldade de fluência verbal – falam pouco; tem consciência do seu déficit, 
compreensão pouco prejudicada. 
➢ Sensitiva (Wernicke): dificuldade de compreensão – pacientes falam abundantemente, mas com erros 
verbais e gramaticais; costumam repetir a mesma palavra para nomear objetos distintos; neologias; não 
percebem os próprios erros. 
➢ Mista/global: fluência e compreensão alteradas; não conseguem nomear objetos; leitura e escrita 
prejudicadas. A global perde todas funções de linguagem. 
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Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Priscila Colavite 
 
 
• Sinais Meníngeos 
➢ Rigidez de nunca: resistência à flexão passiva do pescoço. 
➢ Sinal de Brudzinski: flexão do pescoço gera flexão involuntária dos MMII. 
Coloca o paciente deitado no leito, coloca a mão embaixo da cabeça, pede para relaxar e observa se o 
queixo aproxima da região do tórax – se houver resistência que impede flexão do pescoço: rigidez de 
nuca. O sinal de Brudzkinski é a flexão involuntária dos MMII ao fletir o pescoço do paciente. 
➢ Sinal de Kerning: extensão dos MMII é impossível e dolorosa. 
Eleva membro inferior e tenta deixar a perna completamente estendida. Sinal de Kerning positivo é 
quando examinador não consegue deixar a perna totalmente estendida. 
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Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Priscila Colavite 
 
➢ Sinal de Laségue: dor ciática à elevação dos MMII entre 30 a 70°. 
Uma perna de cada vez, eleva passivamente a perna do paciente, quando chega 30 a 70°, o paciente sente 
dor na lombar. 
Indica uma irritabilidade radicular, pela meninge pegando as meninges da coluna espinhal. (Associada a 
sintomas como cefaleia, rigidez na nunca, vômitos em jato). 
Se paciente tem febre e cefaleia – TEM QUE TESTAR SINAIS MENÍNGEOS.

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