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ASSISTENCIA PRENATAL

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SUMÁRIO
1. Conceitos Fundamentais ........................................ 3
2. Avaliação do Risco .................................................... 4
3. Semiologia .................................................................... 5
4. Orientações gerais e Queixas Comuns ...........16
5. Oligoelementos .........................................................17
6. Exames complementares .....................................19
7. Vacinas .........................................................................26
Referências Bibliográficas ........................................28
3ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
1. CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS
A assistência pré-natal nada mais 
é do que um conjunto de cuidados 
destinados à mulher e, consequen-
temente ao feto, que visa oferecer o 
desenvolvimento saudável da ges-
tação permitindo o parto de um 
recém-nascido saudável sem im-
pacto para a saúde materna. Vale 
ressaltar, que a assistência pré-natal 
é muitas vezes a primeira oportuni-
dade que os serviços de saúde têm 
de abordar questões de saúde com a 
mulher, logo, os profissionais de saú-
de não devem deixar de estabelecer 
uma comunicação efetiva com esta 
mulher abordando questões fisioló-
gicas, biomédicas, comportamentais, 
sociais e psicológicas. 
CONCEITO! A assistência pré-natal é 
um conjunto de cuidados destinados à 
mulher e ao feto que tem por objetivo 
oferecer o desenvolvimento saudável da 
gestação e boa evolução do parto.
Os cuidados pré-natais podem salvar 
vidas, uma vez que seja implementa-
do oportunamente e baseado em prá-
ticas adequadas. Além disso, espera-
-se que tais cuidados promovam uma 
experiência positiva durante a gravi-
dez, o que consiste em: uma gravidez 
saudável para mãe e feto (incluindo 
prevenção e/ou tratamento de riscos, 
doenças e morte), transição eficaz 
para o trabalho de parto e construção 
de uma maternidade positiva. 
Apesar de alguns autores considera-
rem que a assistência pré-natal deve-
ria se iniciar ao final do 1º trimestre, 
o maior consenso entre os estudiosos 
da área é que a assistência pré-natal 
deve acontecer o mais breve possí-
vel diante do diagnóstico de gravidez, 
logo, recomenda-se o início precoce 
das consultas pré-natal. Isto por-
que, o quanto antes for realizada a 
estratificação do risco gestacional, a 
gestante poderá realizar as recomen-
dações necessárias diante de deter-
minado risco, podendo usufruir dos 
benefícios concedidos pela assistên-
cia pré-natal. 
O número mínimo de consultas é 6 
conforme recomendação da Organi-
zação Mundial da Saúde (OMS) e do 
Programa de Humanização no Pré-
-natal e Nascimento do Ministério da 
Saúde, devendo ser realizada 1 no 1º 
trimestre, 2 no 2º trimestre e 3 no 
3º trimestre. Já a Federação Brasilei-
ra das Associações de Ginecologia e 
Obstetrícia (FEBRASGO) recomenda 
realizar consultas mensais até as 28 
semanas, quinzenais entre 28 e 36 
semanas e semanais até o termo. 
Porém, conforme recomendação da 
desta última, a segunda consulta do 
pré-natal deve ser realizada no má-
ximo 15 dias após, pois será neces-
sário avaliar resultados de exames 
e adotar medidas necessárias. Vale 
ressaltar que, algumas gestantes irão 
4ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
demandar uma maior quantidade de 
consultas a depender de comorbida-
des associadas ou intercorrências. 
OMS
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre
1 2 3
FEBRASGO
Até 28 
semanas
28-36 
semanas
36-41 
semanas
mensais quinzenais semanais
SAIBA MAIS!
Aproximadamente 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à 
gestação ou ao parto em todo mundo. Destas mortes, 99% ocorrem em países em desen-
volvimento. Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, entre 2016 e 2030 
a meta é reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 para cada 100 
mil nascidos vivos. (OPAS Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde. Folha Informativa- 
Mortalidade Materna. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_con-
tent&view=article&id=5741:folha-informativa-mortalidade-materna&Itemid=820. Agosto, 
2018.)
2. AVALIAÇÃO DO RISCO
O risco gestacional deve ser avaliado 
desde a 1º consulta pré-natal de-
vendo ser reavaliado a cada retor-
no na tentativa de avaliar o quanto 
antes possíveis anormalidades clí-
nicas ou obstétricas. A caracteriza-
ção do risco gravídico inicia-se com 
anamnese e exame clínico, aliada aos 
exames complementares. Atenção 
especial deve ser direcionada às ges-
tantes que possuem critérios de risco, 
devendo as mesmas serem referen-
ciadas para uma Unidade que reali-
ze acompanhamento de pré-natal de 
alto risco. Porém, ainda assim a ges-
tante deve continuar tendo seu se-
guimento na unidade de saúde onde 
iniciou seu pré-natal. 
Inúmeros são os fatores de risco que 
podem indicar encaminhamento ao 
pré-natal de alto risco segundo o Mi-
nistério da Saúde, entre elas pode-
mos destacar: 
DOENÇAS SISTÊMICAS 
(HAS, DM, POR EXEMPLO)
ABORTAMENTO HABITUAL
MAU PASSADO OBSTÉTRICO
GEMELARIDADE
ACOMETIMENTO FETAL
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL III
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO DE REPETIÇÃO
Tabela 1.
5ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
SE LIGA! Alguns fatores de risco que 
indicam encaminhamento à Unidades 
de Urgência/Emergência como forma 
de abordar de forma rápida o problema 
e em seguida realizar a conduta devida: 
internamento, referência ao pré-natal 
de alto risco ou retorno para acompa-
nhamento de gestação de baixo risco. 
Dentre os fatores de risco que devem 
indicar tal encaminhamento para Uni-
dade de Urgência/Emergência, pode-se 
destacar: síndromes hemorrágicas, sus-
peita de eclâmpsia, crise hipertensiva 
(PA >160x110), aminiorrexe prematura, 
hemoglobina < 8, trabalho de parto pre-
maturo, suspeita/diagnóstico de abdo-
me agudo, cefaleia intensa e súbita. 
Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde. Se-
cretaria de Atenção à Saúde. Departa-
mento de Atenção Básica. Atenção ao 
pré-natal de baixo risco – Brasília : Edito-
ra do Ministério da Saúde, 2012. 318 p. 
3. SEMIOLOGIA
É de fundamental importância que 
a anamnese e exame físico realiza-
dos, sobretudo na 1ª consulta pré-
-natal, sejam detalhados e abran-
gendo o maior número possível de 
informações englobando desde uma 
boa identificação da paciente, ante-
cedentes (fisio e patológicos, gine-
cológicos, obstétricos), interrogatório 
sistemático, hábitos de vida e histó-
ria psicossocial. Porém, dentro desta 
anamnese é importante sempre re-
alizar o cálculo da idade gestacional 
(IG) e, já na 1ª consulta, calcular tam-
bém a data provável do parto (DPP). 
Tanto a IG, quanto a DPP podem ser 
calculadas por meio cálculos rápidos 
ou com auxílio de métodos comple-
mentares como a ultrassonografia 
(USG) no caso da IG. 
• Cálculo da IG:
A IG pode ser calculada pela regra de 
Nagele baseia-se na data da última 
menstruação (DUM), sendo realizada 
da seguinte maneira: somar o núme-
ro de dias corridos desde a DUM 
até o dia no qual está sendo avalia-
da a IG e dividir por 7. 
No caso do cálculo da IG por meio da 
USG, aquela que com base nos es-
tudos representa a melhor para este 
cálculo é a USG do 1º trimestre. 
Nº de dias da DUM até a consulta
7
• Cálculo da DPP:
Para este cálculo, soma-se 7 ao dia 
da DUM e 9 ao número referente ao 
mês em que a DUM ocorreu. Caso a 
DUM ocorra entre os meses de janei-
ro e março, é possível apenas subtrair 
3 do mês da DUM para encontrar o 
mês correspondente. 
Dia do parto: Dia da DUM + 7
Mês do parto: Mês da DUM + 9
6ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Ou (se a DUM ocorreu em Janeiro, 
Fevereiro ou Março):
Dia do parto: Dia da DUM + 7
Mês do parto: Mês da DUM - 3
O exame físico deve ser completo 
abrangendo dados vitais e todos os 
sistemas sendo enfatizado para a pa-
ciente aquelas alterações que são fi-
siológicas da gestação e as que ainda 
podem surgir no decorrer da mesma. 
No entanto, é preciso ressaltar algu-
mas particularidades que merecem 
atenção em se tratando de uma ges-
tante: cálculo do IMC e estimativa de 
ganho de peso, exame físico obstétri-
co e exame físicoginecológico.
• Cálculo do IMC e estimativa de 
ganho de peso: 
Esta etapa do exame físico é funda-
mental, pois servirá de base para fu-
turas orientações relacionadas a há-
bitos de vida da gestante. Isto porque 
apesar do ganho de peso habitual 
nas gestantes não é recomendado 
que este ganho saia dos parâme-
tros esperados por representar mais 
riscos à saúde da gestante e, con-
sequentemente, do feto. Para isso, 
recomenda-se saber o valor de IMC 
da mesma antes de engravidar para 
então estabelecer quanto espera-se 
que a mesma ganhe de peso dentro 
da gestação conforme tabela abaixo:
CLASSIFICAÇÃO
IMC 
PRÉ-GRAVÍDICO
GANHO DE 
PESO (KG)
Baixo <19,8 12,5 a 18,0
Normal 19,8 a 26,0 11,5 a 16,0
Elevado >26,0 a 29,0 7,0 a 11,5
Obeso >29,0 ≤ 7,0
Tabela 2. Classificação e limites de Índice de Massa 
Corporal (IMC), segundo ganho de peso considerado 
normal durante a gravidez (Fonte: FEBRASGO, 2014).
• Exame físico obstétrico: 
O exame obstétrico inicia-se com a 
inspeção do abdome o qual costuma 
ser globoso ou ovoide às custas de 
útero gravídico. É possível notar al-
terações na pele do abdome como o 
surgimento de estrias decorrente da 
distensão das fibras elásticas, bem 
como o surgimento da linha nigra de-
corrente da maior pigmentação da li-
nha alba em mulheres de pele mais 
escura. 
Passando para a palpação do abdome 
é possível realizar a palpação obsté-
trica a qual tem por objetivos: avaliar 
o útero e suas possíveis alterações 
de tônus (hipertonia – descolamento 
prematuro de placenta) e superfície 
(irregularidade – miomas), determinar 
apresentação/situação/posição/insi-
nuação fetal com auxílio das 4 ma-
nobras de Leopold- Zweifel. Situa-
ção fetal diz respeito à relação entre o 
maior diâmetro fetal e maior diâmetro 
7ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
materno, podendo, portanto, ser lon-
gitudinal ou transversa. A posição 
diz respeito ao lado do dorso fetal 
em relação ao lado direito ou esquer-
do materno. A apresentação indica o 
grau de penetração do feto na bacia, 
podendo o mesmo apresentar-se de 
maneira cefálica, pélvica ou córmica 
(feto na situação transversa). Já a in-
sinuação mostra o quanto o feto está 
preenchendo a pelve materna. Cada 
manobra de Leopold é realizada com 
base em uma técnica e com um obje-
tivo, conforme é possível ver a seguir.
4 manobras de 
Leopold-Zweifel
1. Situação: 
Longitudinal ou 
transversa
3. Apresentação Fetal:
Cefálica, pélvica 
ou cómica
2. Posição fetal: 
Diz respeito ao lado do 
dorso fetal em relação 
ao lado D ou E materno
4. Insinuação:
Mostra o quando o 
feto está preenchendo 
a pelve materna
Uma vez que sejam realizadas as ma-
nobras a seguir, torna-se mais fácil a 
ausculta dos batimentos cardiofe-
tais (BCF), pois o direcionamento dos 
parelhos de ausculta, sejam ele Pinard 
ou sonar, são mais bem escutados na 
região dorsal do feto sendo melhor 
guiar-se pela posição fetal. Os BCF 
são geralmente ouvidos entorno das 
12 semanas com o sonar e entorno 
das 20 semanas com o Pinard, sen-
do considerada normal a frequência 
entre 120-160 bpm. A presença dos 
BCF é um dos sinais de certeza da 
gestação e, sua ausência, indica in-
vestigação de óbito fetal inicialmente 
afastando condições que prejudicam 
a ausculta como obesidade materna 
e dificuldade em encontrar o dorso e, 
mantendo-se a ausência de BCF de-
ve-se investigar com auxílio da reali-
zação de um exame de USG. 
8ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Figura 1. Manobras de Leopold- Zweifel (Fonte: REZENDE, 2011)
1ª manobra: Avalia situação fetal 2ª manobra: Avalia posição fetal
3ª manobra: Avalia apresentação fetal 2ª manobra: Avalia insinuação fetal
9ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Em seguida, procede-se com a men-
suração da altura uterina, a qual 
tem por objetivo avaliar o crescimento 
fetal de acordo com a IG, diagnosti-
cando crescimentos acima ou abaixo 
do esperado para determinado perío-
do da gestação. Tal medida deve ser 
realizada seguido a seguinte técnica: 
posicionar a gestante em decúbito 
dorsal com abdome descoberto, de-
limitar a borda superior da sínfise pú-
bica e fixar a extremidade 0 cm da 
fita métrica na mesma, com a outra 
mão posiciona-se a fita entre os de-
dos indicador e médio procedendo a 
leitura da fita até a fossa cubital desta 
mão atingir o fundo uterino (conforme 
imagem abaixo).
Figura 2. Medida do fundo uterino (Fonte: FEBRASGO, 2014).
Vale lembrar que a medida verificada 
(em centímetros) deve ser anotada 
no cartão da gestante e colocada 
na curva de valores da altura uteri-
na. Além disso, é importante que a 
mesma técnica seja seguida em cada 
consulta para que não haja mensura-
ções equivocadas nas medidas. 
Existe uma correlação entre as me-
didas de altura uterina e a IG, o que 
não significa que tal medida deva 
ser referência para calcular IG, po-
rém, é possível avaliar se o cresci-
mento fetal está adequado quando 
relacionado a respectiva IG. 
10ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
IDADE 
GESTACIONAL 
ALTURA UTERINA
12 SEMANAS Sínfise púbica
16 SEMANAS
Entre s sínfise púbica e a 
cicatriz umbilical
20 SEMANAS Cicatriz umbilical
20 - 32 SEMANAS Crescimento de 1cm/ semana
> 32 SEMANAS
Crescimento de 0,5cm/
semana
Tabela 3.
Com isso, é possível diagnosticar al-
terações que desencadeiam aumen-
to da altura uterina: polidrâmnio, ge-
melaridade, macrossomia, etc. Bem 
como, uma reduzida correlação auxi-
lia no diagnóstico de patologias como: 
oligodrâmnio, restrição de crescimen-
to, óbito fetal, etc. 
Figura 3. Altura do fundo do útero durante o envolver da gestação (Fonte: REZENDE, 2011).
11ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Exame físico ginecológico
Assim como em toda mulher, toda 
gestante deve ter avaliado seu exame 
físico ginecológico, compreendendo 
todas as etapas do mesmo: mama, 
abdome ( já verificado no exame obs-
tétrico), inspeção da vulva, toque va-
ginal e exame especular. As consul-
tas de assistência pré-natal são uma 
grande oportunidade de cuidar da 
saúde dessa mulher que muitas ve-
zes não chega a acessar os serviços 
de saúde antes de estar grávida. 
Mamas: Na inspeção nota-se aumen-
to de volume em decorrência da hi-
pertrofia e outras alterações que vão 
ocorrendo na preparação da mama 
para a amamentação. Além disso, 
nota-se alguns sinais nas mamas, os 
quais são todos sinais de presunção 
de gravidez. Um destes sinais é o de 
sinal de Hunter ou aréola gravídi-
ca (imagem abaixo) que consiste no 
surgimento aréola secundária menos 
pigmentada e de limites imprecisos. 
Na aréola primitiva notam-se tubér-
culos de Montgomery decorrentes 
glândulas mamárias acessórias ou 
sebáceas hipertrofiadas. Além dis-
so é possível notar a rede de Haller 
a qual é a trama de vasos venosos 
da pele melhor percebida em decor-
rência de uma melhor circulação que 
acompanha o desenvolvimento des-
tas mamas. 
Figura 4. Alterações fisiológicas nas mamas (Fonte: https://www.studocu.com/pt-br/do-
cument/pontificia-universidade-catolica-de-campinas/ginecologia-e-obstetricia/resumos/
anamnese-obstetrica-resumo-baseado-em-livro-de-ginecologia-e-obstetricia/4692905/view).
12ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
A pelvimetria auxilia na compreensão 
do prognóstico de ter um parto nor-
mal, calculando os diâmetros da pel-
ve da gestante. É possível determinar 
a conjugata diagonal (aproximada-
mente 12 cm) da borda inferior da 
sínfise púbica até o promontório, tal 
conjugata é medida para ser possível 
encontrar a conjugata obstétrica (ou 
vera obstétrica) que representa esse 
diâmetro verdadeiro da pelve. Como 
a vera obstétrica tem como ponto de 
partida a borda interna da sínfise pú-
bica, para encontrar a mesma basta 
subtrair 1,5cm da conjugata diagonal, 
logo, a conjugata obstétrica costuma 
ter em média 10,5 cm. Caso não seja 
possível atingir o promontório da pa-
ciente, significa que a conjugata dia-
gonal é maior do que 12 cm, conse-
quentemente a obstétrica também 
é maior do que 10,5 cm o que não 
representa nenhuma preocupação 
uma vez que isto representa um bom 
prognóstico para o parto normal da 
respectiva gestante.Em caso de mamilos invertidos ou 
pouco desenvolvidos, é necessário 
orientar a paciente a exercitar a ex-
pressão dos mesmos na tentativa de 
facilitar o momento da amamentação. 
Uma vez que ao decorrer da palpação 
sejam notadas nodulações, é impor-
tante proceder com a investigação. 
SE LIGA! Em um grande número de ges-
tantes é possível notar um aumento da 
pigmentação da pele de áreas expostas 
à luz, como nariz e região zigomática, de 
tonalidade mais escura e fazendo uma 
mancha chamada de cloasma gravídi-
co. Essa hiperpigmentação da gestante 
parece ser consequência da hiperfunção 
do lobo anterior da hipófise que resulta 
na secreção do hormônio melanotrófico. 
Por este motivo, é fundamental sempre 
lembrar à gestante da importância do 
uso de filtro solar como forma de um au-
mento desta hiperpigmentação. 
Fonte: REZENDE, 2011. 
Toque vaginal: Esta etapa do exame 
é tão importante quanto as outras, 
devendo ser realizado apenas quan-
do necessário e, lembrando de expli-
car para a gestante que tanto o toque 
como o exame especular (a seguir) 
não representam riscos à saúde fetal. 
O toque vaginal tem alguns objetivos 
dentro do exame da assistência pré-
-natal: importante para o diagnóstico 
de gestação, analisar a pelvimetria in-
terna, analisar esvaecimento e dilata-
ção do colo uterino. 
13ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Figura 5. Determinação digital da conjugata diagonal (Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-705.html).
O menor diâmetro da pelve é aquele 
que corresponde à distância entre as 
duas espinhas isquiáticas da pacien-
te, que nada mais é do que o diâmetro 
pelo qual o bebê irá passar durante o 
parto. Esta costuma medir em torno 
de 10 cm. 
14ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Figura 6. Mensuração do diâmetro bituberoso. Para avaliação do estreito médio, é importante obter a medida de seu 
diâmetro transverso (bi-isquiático), que, clincamente, na maioria das vezes coincide com o diâmetro bituberoso e, 
portanto, pode ser inferido pela mensuração deste. Para se obter a medida do bituberoso, deve-se localizar a borda in-
terna das tuberosidades isquiáticas e medir a distância entre estas com fita métrica aplicada tangencialmente à borda 
superior do ânus. É importante ressaltar que as mensurações do bituberoso e do bi-isquiático não coincidem em todos 
os casos (Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-705.html).
Exame especular: Deve ser realizado 
na 1ª consulta e sempre que houver 
queixa de perda de líquido amniótico, 
leucorreia ou sangramento. Através 
deste é possível caracterizar a pare-
de vaginal e uterina, podendo perce-
ber conteúdo vaginal decorrente de 
infecções ginecológicas e, caso a pa-
ciente não tenha realizado preventivo 
(citologia oncótica) recentemente, fa-
z-se necessário a realização do mes-
mo com devido seguimento em caso 
de lesão cervical. 
15ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Antecedentes 
patológicos e familiares
Antecedentes 
obstétricos
Antecedentes 
ginecológicos/sexuais
Avaliação nutricional
Sinais vitais
EXAME 
OBSTÉTRICO
ANAMNESE
SOMATOSCOPIA
Orientar a gestante 
e os familiares
Avaliar o risco 
da gestaçãoNº mínimo: 6
CONSULTAS
Inspeção vulvar
Mamas GeralGinecológico
Toque vaginal
Exame especular
Inspeção, estática e dinâmica
Palpação
Expressão mamilar
EXAME FÍSICO
Acompanhar a 
gestação
Sintomas associados
Exame físico 
do abdome
Pesquisar edemas
SEGUIMENTO
Manobras de Leopold
Ausculta do BCF
Inspeção
A partir das 
12 semanas
Registro dos 
movimentos fetais
Altura uterina
Situação fetal
Apresentação fetal
Insinuação fetal
EXAME DO ABDOME 
GRAVÍDICO
16ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
4. ORIENTAÇÕES GERAIS 
E QUEIXAS COMUNS
Este momento da primeira consulta 
pré-natal é muito importante e pode 
se repetir nas consultas subsequen-
tes uma vez que a gestante necessite 
tirar dúvidas gerais sobre sua gravi-
dez. Como dito no início deste mó-
dulo, a assistência pré-natal é uma 
excelente oportunidade para dialogar 
com a mulher acerca de questões de 
saúde na sua perspectiva mais am-
pla, sendo inclusive fundamental um 
diálogo breve sobre no que consis-
te a gravidez no seu aspecto de al-
terações fisiológicas como forma de 
promover um melhor entendimento 
acerca de queixas comuns que cos-
tumam surgir no período. Além disso, 
o diálogo acerca de algumas orienta-
ções básicas sobre a gestação auxilia 
a mulher na adesão ao pré-natal. 
As queixas mais comuns são relati-
vas a: náuseas, azia, cãibras nas per-
nas, dores lombares e pélvicas, obs-
tipação, veias varicosas e edemas. A 
OMS, em sua recomendação sobre 
“Cuidados pré-natais para uma ex-
periência positiva na gravidez” lança 
uma série de intervenções para estes 
sintomas fisiológicos mais comuns, 
conforme tabela abaixo:
Náuseas e vômitos
Gengibre, camomila, vitamina B6 e/ou acupunctura são recomendados para 
aliviar as náuseas no início da gravidez, com base nas preferências da mulher 
e nas opções disponíveis.
Azia
Recomenda-se aconselhamento sobre dieta e estilo de vida para evitar e ali-
viar a azia na gravidez. Podem ser oferecidos preparados antiácidos às mu-
lheres com sintomas incómodos que não possam ser aliviados pela mudança 
de estilo de vida.
Cãibras nas pernas
Pode usar-se magnésio, cálcio ou opções de tratamento não farmacológico 
para alivio das cãibras nas pernas na gravidez, com base nas preferências da 
mulher e nas opções disponíveis.
Dores lombares e pélvicas
Recomenda-se exercício regular durante toda a gravidez, para evitar as do-
res lombares e pélvicas. Existem várias opções de tratamento que podem ser 
usadas, como a fisioterapia, cintas de suporte e acupunctura, com base nas 
preferências da mulher e nas opções disponíveis.
Obstipação
A sêmola de trigo ou outras podem ser usadas para aliviar a obstipação du-
rante a gravidez, se não houver resposta à modificação da dieta, com base nas 
preferências da mulher e nas opções disponíveis.
Veias varicosas e edema
Opções não farmacêuticas, como meias de descanso, elevação das pernas e 
imersão em água podem ser usadas para o tratamento das veias varicosas 
e edemas na gravidez, com base nas preferências da mulher e nas opções 
disponíveis.
Tabela 4. Fonte: OMS, 2016
17ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
É possível abordar algumas orienta-
ções gerais para as gestantes: evi-
tar duchas vaginais por aumentar as 
taxas de vaginose bacteriana, evitar 
esforço físico extenuante, evitar ra-
diação ionizante, ressaltar que não há 
restrição para atividade sexual, dro-
gas ilícitas/álcool/tabaco devem ser 
suspensos, assim como medicamen-
tos devem apenas ser utilizados sob 
prescrição médica. 
Uma orientação de extrema impor-
tância que deve ser feita é referente 
aos sinais de alarme, os quais essa 
gestante deve estar atenta para que 
na presença de qualquer um dos 
mesmos procure um serviço de saú-
de para que seja feita a devida avalia-
ção com encaminhamentos devidos 
subsequentes. 
SINAIS DE 
ALARME
PERDA DE LÍQUIDO
SANGRAMENTO 
GENITAL
REDUÇÃO DOS 
MOVIENTO FETAIS
5. OLIGOELEMENTOS
Dentro do campo de estímulo a boas 
práticas nutricionais e orientações 
quanto aos macronutrientes para as 
gestantes, é fundamental também 
inserir orientações e prescrição de 
suplementação do que tange os mi-
cronutrientes (ou oligoelementos) os 
quais contribuem para uma boa saú-
de tanto da gestante, quanto do feto. 
Aqui, abordaremos as mais reco-
mendadas suplementações desses 
oligoelementos. 
• Ferro: É recomendado o aumen-
to do consumo de ferro durante a 
gravidez, pois inúmeras revisões 
sistemáticas têm mostrado que a 
suplementação de ferro reduz em 
70% o risco de anemia na gesta-
ção e no puerpério. O Ministério 
da Saúde recomenda a ingesta 
de 40mg/dia de ferro elementar 
(200mg de sulfato ferroso) sempre 
1 hora antes das refeições devendo 
a mesma ser mantida por 3 me-
ses no pós-parto ou pós-aborto. 
• Ácido fólico (vitamina B9): Esta 
vitamina contribui para o fecha-
mento do tubo neural que acon-
tece na 6ª semana de gestação, 
sendo fundamento da prevençãode defeitos de fechamento de tubo 
neural como espinha bífida, me-
ningomielocele, acrania, anencefa-
lia, meningocele, encefalocele. Nas 
populações de baixo risco para tal 
patologia recomenda-se o uso de 
18ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
0,4-0,8mg/dia de ácido fólico 1 
mês antes da gravidez até a 12ª 
semana de gestação. Para aque-
las populações de alto risco reco-
menda-se a dose de 5mg/dia. 
• Cálcio: Recomenda-se a suple-
mentação deste oligoelemento 
em populações que possuem de-
ficiência do mesmo e, naquelas 
mulheres que tem risco de desen-
volver hipertensão e pré-eclâmp-
sia. A suplementação pode ser 
feita com 1,5-2g de cálcio diaria-
mente, ressaltando que a gestante 
precisa ter cerca de 30g de cálcio 
por dia para garantir uma boa for-
mação do esqueleto fetal. 
SUPLEMENTAÇÃO 
DE 
OLIGOELEMENTOS
CÁLCIO
Se deficiência: 1,5g/dia.
FERRO
ÁCIDO FÓLICO
40mg de ferro 
elementar, 1h antes do 
almoço, até 3 meses 
pós-parto/pós-aborto
Baixo risco Alto risco
5mg/dia0,4-0,8mg/dia de ácido 
fólico 1 mês antes 
da gravidez até a 12ª 
semana de gestação. 
19ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
6. EXAMES 
COMPLEMENTARES
A solicitação de exames complemen-
tares durante a gestação tem como 
objetivo proporcionar um nascimen-
to saudável do bebê sem risco para 
a mãe, pois quanto antes um proble-
ma for diagnosticado, maiores são as 
possibilidades de abordá-lo, alcan-
çando uma solução. Para isto, vamos 
sintetizar de forma simples os exames 
que devem ser pedidos no 1º, 2º e 3º 
trimestre de acordo com a FEBRAS-
GO (2014). Em seguida, será tratada 
da interpretação de cada um destes 
exames.
PRIMEIRO TRIMESTRE SEGUNDO TRIMESTRE TERCEIRO TRIMESTRE
• Tipagem sanguínea (ABO/Rh) 
e Teste de Coombs indireto se 
indicado;
• Hemograma completo;
• Glicemia de jejum;
• Urina I com urocultura/
antibiograma;
• Sorologias: rubéola, toxoplas-
mose, sífilis, citomegalovírus, 
hepatite B, hepatite C e HIV;
• TSH;
• Protoparasitológico de fezes 
(PPF);
• Colpocitologia oncológica;
• Ultrassonografia morfológica 
de 1º trimestre com perfil
• Bioquímico.
• Hemograma completo;
• Teste de tolerância oral à glico-
se (TTOG) de 75 g;
• Sorologias: toxoplasmose e 
sífilis;
• Ultrassonografia morfológica 
de 2º trimestre com Doppler-
fluxometria colorida das arté-
rias uterinas maternas e avalia-
ção do colo por via vaginal.
• Hemograma completo;
• Sorologias: sífilis, toxoplasmo-
se, hepatite B e HIV;
• Urina I com urocultura/
antibiograma.
• Cultura seletiva para estrep-
tococo hemolítico de introito 
vaginal e perianal;
• Ultrassonografia obstétri-
ca com Dopplerfluxometria 
colorida;
• Ecocardiografia fetal;
• Cardiotocografia basal.
Tabela 5. Exames subsidiários recomendados de acordo com o trimestre da gestação (Fonte: FEBRASGO, 2014). 
• Tipagem sanguínea (ABO e Rh): 
Este exame é de extrema impor-
tância para selecionar pacientes 
com risco de isoimunização Rh. Em 
gestantes Rh negativo com parcei-
ro Rh positivo, ou em se tratando 
de um casal que não sabe seu Rh, 
deve-se solicitar o Coombs indi-
reto. Uma vez que este resultado 
seja negativo, é necessário repetir 
o exame a partir de 20 semanas, 
caso seja positivo, a gestante 
deve ser encaminhada para o 
pré-natal de alto risco. 
20ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
SAIBA MAIS!
A imunoglobulina anti-D deve ser administrada entre 28 e 34 semanas de gravidez, em 
todas as mulheres com coombs indireto negativo e parceiros Rh positivo. Além disso, no 
puerpério até 72h após o parto, recomenda-se a profilaxia com imunoglobulina anti-Rh, 
na dose de 300 mcg, para aquelas Rh negativo que tiveram resultado de coombs indi-
reto negativo e recém-nascido Rh positivo. A imunoglobulina também está indicada dentro 
de 72h após: abortamento, gestação ectópica, gestação molar, sangramento vaginal ou após 
procedimentos invasivos.
Fonte: Apoio ao Tratamento, Núcleo de Telessaúde Espírito Santo: “Em que situações e momento da gestação 
uma mulher Rh negativo deve receber imunoglobulina anti-Rh?”. 10 de janeiro de 2017. Disponível em: https://
aps.bvs.br/aps/em-que-situacoes-e-momento-da-gestacao-uma-mulher-rh-negativo-deve-receber-imuno-
globulina-anti-rh/.
• Hemograma: Quanto ao eritrogra-
ma, considera-se normal valor de 
hemoglobina (Hb) ≥ 11g/dL, entre 
11 e 8 g/dL anemia leve a modera-
da e, Hb < 8 por ser anemia grave 
orienta-se o encaminhamento da 
gestante para o pré-natal de alto 
risco. O leucograma costuma ser 
aumentado na segunda metade da 
gravidez, enquanto as plaquetas 
apresentam tendência de queda. 
• Glicemia em jejum e Teste Oral 
de Tolerância à Glicose (75g): Na 
primeira consulta pré-natal deve 
ser solicitada a glicemia em jejum 
para todas as gestantes. Segue 
abaixo um fluxograma para melhor 
compreender o seguimento a ser 
dado para cada gestante, tomando 
como base o Consenso “Diabetes 
Gestacional” Atualização 2017:
21ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
rastreio 
negativos
Glicemia em jejum e TOTG (75g) Legenda: DG: Diabetes na Gravidez; DM prévio: Diabetes Mellitus prévio; 
DMG: Diabetes Mellitus Gestacional (Fonte: Consenso “Diabetes Gestacional”/ Atualização 2017. Organizado 
pela autora).
Glicemia 
em Jejum 
(solicitada na 
1ª consulta)
≥ 92 mg/dL e < 125 mg/dL ≥ 126 mg/dL< 92 mg/dL
Fazer TOTG com 
24-28 semanas DMG Repetir glicemia
Se na 2ª hora > 
200mg/dL TOTG (75g):
0h: < 92 mg/dL
1h: < 180 mg/dL
2h: < 153 mg/dL
(DM prévio)
≥ 126 mg/dL
DG
(DM prévio)
Um ou mais destes valores 
alterados diagnostica DMG.
• Urina tipo I e Urocultura: O Mi-
nistério da Saúde recomenda 
apenas a solicitação de urina 
tipo I no pré-natal de baixo ris-
co, resguardando a solicitação de 
urocultura apenas para situações 
de piúria, bacteriúria ou hematúria. 
No entanto, a FEBRASGO reco-
menda a solicitação da urocultura 
no intuito de rastrear bacteriú-
ria assintomática, a qual em 30% 
dos casos evolui para pilonefrite 
durante a gestação, podendo ser 
tratada. 
• Rubéola: Considerando a realida-
de brasileira em que não há um ras-
treio de rubéola nas mulheres em 
período reprodutivo, a orientação 
22ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
solicitar testes treponêmicos como 
FTA-Abs que confirma a infecção. 
• Citomegalovírus: Não há consen-
so para solicitação desta sorologia 
uma vez que o diagnóstico é difícil, 
bem como a maior parte das in-
fecções ocorre por reativação em 
mulheres previamente infectadas, 
além do fato de não haver trata-
mento que previna a infecção fetal. 
• Hepatites B e C: Deve-se realizar 
a dosagem de HBsAg que uma vez 
negativo deve ser repetido do 3º 
trimestre, mas se positivo devem 
ser pesquisados os outros antíge-
nos e anticorpos. O rastreio para o 
vírus C é reservado para gestante 
de risco: usuárias de drogas injetá-
veis, presidiárias, HIV positivas ou 
com parceiros HIV positivo, expos-
tas a hemoderivados ou que rece-
beram transfusão, gestantes com 
múltiplos parceiros, tatuadas ou 
com alteração da função hepática.
• HIV: O Ministério da Saúde reco-
menda rastreio apenas uma soro-
logia durante o pré-natal, porém a 
FEBRASGO considera a repetição 
da sorologia no final da gravidez 
por considerar que a mulher pode 
estar na “janela imunológica”.
• TSH: O diagnóstico clínico das do-
enças da tireoide é complicado por 
muito dos sintomas serem con-
fundidos com alterações comuns 
na gravidez, porém é importante 
é que o rastreio da imunidade da 
gestante para rubéola no início do 
pré-natal. Vale ressaltar, que o Mi-
nistério da Saúde não considera 
o rastreamento de rotina da ru-
béola durante a gravidez. Ges-
tantes com IgG positivo têm risco 
mínimo de transmissão vertical, no 
entanto, aquelas que possuem IgG 
negativo são suscetíveis devendo 
ser vacinadas após o parto. 
• Toxoplasmose: Gestantes com 
IgG e IgM negativos são suscetí-
veis, devendo ser orientadas quan-
to à prevenção, devendo repetir 
o exame trismestralmente. Caso 
seja IgG positiva e IgM negativa 
a paciente possui imunidade. Se 
IgG negativa e IgM positiva, pos-
sivelmente trata-se de uma infec-
ção recente, de modo que orienta--se repetir com 15 dias; se o IgG 
permanecer negativo fala-se em 
falso positivo, sendo ambos positi-
vos confirma-se a infecção aguda. 
Sendo IgG e IgM positivas, por se 
tratar de infecção aguda é impor-
tante solicitar teste de avidez para 
IgG, uma vez que este esteja alto 
trata-se de infecção antiga, sen-
do mais baixo fala-se em infecção 
recente. 
• Sífilis: O diagnóstico de sífilis no 
1º trimestre permite o tratamento 
até 30 dias antes do parto. O exa-
me mais utilizado para diagnóstico 
é o VDRL, assim como é possível 
23ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
buscar diagnosticar uma vez que 
muitas mulheres desenvolvem es-
sas doenças na sua fase reprodu-
tiva. Considera-se TSH < 2,0 nor-
mal durante a gravidez.
• Parasitológico de Fezes: De ser 
solicitados em pacientes com ane-
mia ou para aquelas que vivem em 
regiões onde a prevalência de pa-
rasitose é alta. 
• Cultura de Estreptococo do Gru-
po B (GBS): Este ponto merece 
atenção redobrada, pois apesar 
desta bactéria fazer parte da flora 
vaginal e intestinal a mesma está 
associada ao aumento de morbi-
mortalidade perinatal, podendo 
ser transmitida ao recém-nascido 
levando a pneumonia, septicemia 
e meningite. O exame deve ser 
realizado por volta das 35 sema-
nas coletando cultura do introito 
vaginal e perianal para que seja 
realizada a profilaxia adequada 
intraparto. Profilaxia é indicada 
nas seguintes situações:
Cultura 
positiva
RN prévio 
infectado pelo 
GBS
Infecção urinária 
pelo GBS
Parto ou 
amniorrexe 
com IG<37 
semanas
Bolsa rota > 
18h
Febre 
inexplicada 
durante o traba-
lho de parto
Tabela 6.
A antibioticoterapia de escolha é 
penicilina G cristalina dose de 
ataque 5 milhões de UI, EV, dose 
de manutenção 2,5 milhões UI, 
EV, 4/4h até o nascimento. Para 
pacientes alérgicas a penicilina, 
deve-se usar estearato de eritro-
micina 500mg 6/6h ou clindamici-
na 900mg 8/8h. 
• Rastreamento de cromossomo-
patia fetal: Este rastreio é feito 
através do teste de DNA livre fe-
tal, que corresponde a pesquisa de 
DNA fetal livre na corrente sanguí-
nea da mãe, devendo ser realizado 
com pacientes com 10 semanas 
de gestação ou mais. É possível 
por meio deste rastreio identificar 
as síndromes de: Down, Patau e 
Edwards, além de identificar alte-
rações nos cromossomos sexuais 
como nas síndromes de Turner e 
Kleinefelter. 
• Exames Ultrassonográficos: De 
acordo com o Ministério da Saúde, 
não existem estudos que compro-
vem benefícios que impactem na 
morbimortalidade da realização de 
exames ultrassonográficos de ro-
tina durante a gestação, de modo 
que a não realização dos mesmos 
não constitui uma omissão ou re-
duz a qualidade do pré-natal, não 
constituindo, portanto, um exa-
me obrigatório a ser realizado. 
Porém, ainda é possível perceber 
que este exame é solicitado com 
24ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
relativa frequência o que não traz 
prejuízo algum para a saúde da 
gestante e do feto. Inclusive, pode-
-se lançar mão deste exame em si-
tuações específicas para lidar com 
preocupações como restrição do 
crescimento fetal, investigação 
do bem-estar fetal e na avalia-
ção de complicações clínicas. Por 
isso, será abordado neste resumo 
alguns pontos relevantes quanto a 
realização deste exame. 
• USG inicial: Este, sobretudo quan-
do realizada no 1º trimestre é ex-
tremamente confiável para realizar 
a datação da gravidez, calculando 
a IG com maior precisão (estimada 
pelo comprimento da coroa-náde-
ga - CCN). Além disso, é impor-
tante para avaliar gestação múlti-
pla e viabilidade fetal. Esta USG é 
fundamental para a detecção pre-
coce e manejo oportuno das con-
dições que se apresentarem logo 
no início da gravidez. Quanto as 
gestações gemelares, quando te-
mos o sinal do T significa que tra-
ta-se de gestações gemelares de 
placenta única, enquanto que o si-
nal do Lambda significa gestação 
gemelar com duas placentas.
• USG 1º trimestre: Deve ser rea-
lizada entre a 11ª e 14ª semana, 
podendo realizar triagem de cro-
mossomopatias, com avaliação 
do osso nasal o que eleva o índi-
ce de detecção precoce de síndro-
me de Down em 88%; além disso, 
também é possível avaliar a trans-
lucência nucal e presença do ducto 
venoso inseridas na avaliação das 
cromossomopatias. 
Figura 7. Análise da translucência nucal (TN) e osso nasal (ON). À direita exame apresentando TN e ON normais, 
enquanto que à esquerda há aumento da TN e ausência de ON (Fonte: RAMALHO,2007). 
25ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
• USG 2º trimestre: Deve ser re-
alizada entre a 20ª e 24ª sema-
na, pois deste modo já e possível 
avaliar todos os sistemas do feto 
podendo perceber possíveis mal-
formações. O estudo do fluxo das 
artérias uterinas materna permi-
te identificar mulheres com risco 
de desenvolver pré-eclâmpsia, 
assim como permite identificar 
fetos que com maior risco de 
crescimento restrito. Neste mo-
mento, é possível também medir 
Avalia: osso nasal, 
translucência nucal e presença 
do ducto venoso. 
USG
1º TRIMESTRE:
2º TRIMESTRE: 3º TRIMESTRE:
Realizada entre 11ª e 14ª 
semana, podendo realizar 
triagem de cromossomopatias.
Avalia: fluxo das artérias 
uterinas materna, fetos que 
com maior risco de 
crescimento restrito, 
cervicometria (risco de parto 
prematuro se colo < 25mm).
Realizada entre 20ª e 24ª 
semana, pois deste modo já e 
possível avaliar malformações. 
Avalia: crescimento fetal, 
quantidade de líquido 
amniótico e a placenta.
Realizada entre 34 semanas.
o colo da paciente (cervicometria) 
como forma de estimar o risco de 
parto prematuro uma vez que um 
colo < 25mm tem 7,7 vezes mais 
risco de levar a um parto prema-
turo, havendo nestes casos indica-
ção de uso de progesterona até as 
36 semanas. 
• USG 3º trimestre (obstétrico): 
Deve ser realizada entre 34 sema-
nas, com objetivo de avaliar o cres-
cimento fetal, quantidade de líqui-
do amniótico e a placenta. 
26ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
SAIBA MAIS!
Pode-se oferecer às gestantes alguns testes de rastreio para cromossomopatias que aumen-
tam as chances de acerto na detecção destas doenças para além dos dados obtidos com 
a USG de 1º trimestre, sobretudo, para a Síndrome de Down. O teste duplo corresponde a 
dosagem livre de ẞHCG e da proteína plasmática associada à gravidez (PAPP-A) os quais 
podem ser feitos entre 11 e 13 semanas de gestação. O texto triplo contempla a alfafeto-
proteína (AFP), estriol e dosagem livre de ẞHCG o qual pode ser realizado no 2º trimestre. O 
teste quádruplo envolve os marcadores do teste triplo associados à dosagem da Inibina A, 
de modo que este tem maior chance de detecção das cromossomopatias quando associadas 
a USG de 1º trimestre. Vamos tentar usar mnemônico: toda gestante com rastreio positivo 
“toma um BAC”, ou seja, deve realizar um dos exames invasivos para confirmação da cromos-
somopatia Biópsia vilo corial, Amniocentese ou Cordocentese. 
Fonte: Aula SanarFlix e RAMALHO, C. Rastreio de Cromossomopatias: novas teorias e velhos conceitos II, Acta 
Obstet Ginecol Port 2007; 1 (3):134-148.
7. VACINAS
A vacinação como profilaxia para do-
enças infecciosas é indiscutível para 
todas as faixas etárias, sobretudo, 
para as gestantes. Porém, as vacinas 
que utilizam vírus vivos são contrain-
dicadas pelo risco de transmissão fe-
tal, já as de vírus inativado são consi-
deradas mais seguras após o 4º mês 
de gestação. Toxoides como a vacina 
antitetânica são permitidos e, inclusi-
ve a OMS recomenda tal vacina para 
todas as mulheres grávidas. No Bra-
sil, temos tanto a dT (difteria-tétano), 
como a DTPa (tríplice bacteriana: dif-
teria+ tétano+coqueluche) que fazem 
essa prevenção para tétano, mas que 
precisam de uma atenção durante a 
gestação quanto as doses das mes-
mas seguindo orientação do fluxo-
grama abaixo.
27ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Abaixo, segue quadro sistematizan-
do as vacinas recomendadas de 
01 dose de DTPa 
na 20ª semana de 
gestação
Esquema de 
vacinação 
da dT/DTPa
Paciente com esquema 
de dT completo e/ou 
receberam DTPa na 
gestação anterior 
Paciente que foivacinada com 
01 dose de dT
Pacientes com 
apenas 2 doses 
de dT na vida
Paciente que 
nunca foi vacinada 
contra difteria/ 
tétano/coqueluche 
01 dose de dT antes da 20ª 
semana de gestação seguida 
de 01 dose de DTPa 60 dias 
depois (esta preferencialmente 
após as 20 semanas de 
gestação)
Faz-se 02 doses de dT 
com intervalo de 60 dias 
entre ambas e 01 dose 
de DTPa após as 20ª 
semana de gestação
VACINAÇÃO DE ROTINA
Hepatite A
Hepatite B
Influenza (inativada)
dT (difteria+tétano)
DTPa (tríplice bacteriana: difteria+ tétano+coqueluche)
VACINAÇÃO ESPECIAL
Meningocócica
Raiva
Vacinas recomendadas para gestantes (Fonte: FEBRASGO, 2014- adaptado).
rotina ou para vacinação especial 
em gestantes:
28ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de 
assistência pré-natal / Sérgio Peixoto. 2ª. ed. – São Paulo, 2014.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção 
à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 
318 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
OMS, Organização Mundial da Saúde. Recomendações sobre atendimento pré-natal para 
uma experiência gestacional positiva. 2016. Disponível em: http://www.who.int/repro-
ductivehealth/publications/maternal_perinatal_health/anc-positive-pregnancy-experience/
en/. 
ALMEIDA, M. C. et al. Consenso “Diabetes Gestacional”: Atualizações 2017. Revista Portu-
guesa de Diabetes. 2017; 12 (1): 24-38. 
REZENDE. Obstetrícia Fundamental/ Carlos Antônio Barbosa Montenegro, Jorge de Re-
zende Filho. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
RAMALHO, C. Rastreio de Cromossomopatias: novas teorias e velhos conceitos II. Acta 
Obstet Ginecol Port 2007; 1 (3):134-148.
29ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL

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