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9 TRABALHO E FORMAÇÃO DOCENTE: TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO! Cátia Marlize dos Reis Miriam Maciel Tavare Ritiéli Rosa da Sieira Vitória Daitx dos Santos¹ Daiane Russo Veronezi² RESUMO Neste trabalho falaremos sobre a importância da formação continuada dos profissionais docentes, abordaremos desde os Jesuítas, que foram os primeiros a exercer o papel de professor, até a Reforma Pombalina, citando ainda a Família Real de Portugal. O qual neste período o ensino era voltado somente para a elite, veio a surgir as primeiras disciplinas individuais, chegando a última mudança, a Proclamação da República em que o ensino tornou-se público e gratuito. Serão apresentadas aqui a importância da formação continuada em que visa estar possibilitando ao professor ser um facilitador, reflexivo e crítico e não apenas um transmissor de informações. Nosso trabalho enfatiza o ofício de ser um educador, devendo este estar, buscando, pesquisando, aperfeiçoando suas práticas pedagógicas, para então, elevar o grau de conhecimento de ensino-aprendizagem aos seus alunos. Evidenciamos que a instituição escolar, juntamente com os professores e a comunidade, cumprem um papel importante para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade e excelência. Palavras-chave: Formação continuada, autonomia, qualidade. 1. INTRODUÇÃO A Formação Continuada de um profissional tem como objetivo principal, realizar uma auto avaliação na prática pedagógica de cada um, ou seja, permitir que novos conhecimentos adrente sua caminhada educacional. É uma forma de reformular suas competências e permitir a troca de saberes. Diante dos resultados que a sociedade vem nos apresentando, torna-se impossível para qualquer profissional, não saber ou não se inteirar dos fatos ocorridos. A Formação Continuada para os professores das redes públicas e privadas torna-se extremamente necessária, quando estamos inseridos em um mundo cada dia mais tecnológico. O objetivo principal deste trabalho, é mostrar que o docente não deve se acomodar, deve sempre sair da rotina, da zona de conforto e ir atrás de novos desafios e novos conceitos, pois, apenas deste modo, conseguirá fazer a diferença na hora de ensinar e assim obterá excelentes retornos. 2. CONCEITO: A Formação Continuada dos professores é o processo de aperfeiçoamento de saberes necessários à atividade docente, que se realiza ao longo da vida profissional. Isso sempre existiu, porém, nas últimas décadas cresceu a necessidade, continuar a busca por conhecimentos novos se tornou obrigatório entre os professores, porque em uma instituição de ensino é necessário saber lidar com novas gerações, interativos, inquietos e principalmente, tecnológicos. Menga Lüdke (2001, p.5), tratando sobre o tema da formação de professores, afirma que:O desenvolvimento profissional só poderá acontecer no contexto de um processo que articule intimamente teoria e prática educativas, num diálogo estreito com os sujeitos e as circunstâncias concretas de cada processo educacional e tendo em vista o aprimoramento da sociedade no seu conjunto. O conceito de formação continuada entrou em vigor em 1996, quando foi implementada a lei de Diretrizes e Bases da Educação. Esta lei visa valorizar e orientar a formação do profissional da educação. Mas para que a formação continuada atinja seu objetivo, precisa ser significativa para o profissional, e segundo algumas pesquisas, isso não vem acontecendo, ou seja, os educadores estão insatisfeitos com algumas deficiências nos programas, e perceberam que certas atividades não contribuem em nada em seu trajeto educacional. De acordo com Perrenoud (2002, p.12): “A formação, inicial e contínua, embora não seja o único vetor de uma profissionalização progressiva do ofício do professor, continua sendo um dos propulsores que permitem elevar o nível de competência dos profissionais. “ Alguns gestores dizem que o segredo de um bom programa de formação continuada se resume em três fatores, que são: Partir da necessidade real do cotidiano do professor; Valorizar o seu saber e a sua experiência; Integrar de forma eficaz, teoria e prática. Este processo pode ser muito valioso, se conseguirem juntar os pressupostos teóricos e de práticas pedagógicas, e se os mesmos andarem sempre unidos, tudo dará certo, pois a teoria ajuda compreender melhor a prática, e juntas chegarão ao sucesso! Segundo Nóvoa (2003, p.23): “O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente”. A Formação Continuada também é uma troca de experiência, pois o professor também aprende com seus estudantes. Por meio da Formação Continuada, os professores, e os gestores de uma instituição, tornam-se mais capacitados para as tomadas de decisões sobre todos os aspectos pedagógicos e, para além deles, propor estratégias com a finalidade de sanar as dificuldades e instalar mudanças expressivas em toda a comunidade escolar. 3. CONTEXTO HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A educação chega ao Brasil, através dos jesuítas que se instalaram no litoral e a partir daí entraram nas aldeias indígenas e foram erguendo colégios e conventos com a intenção de catequizar os índios e também oferecer uma educação diferenciada para a elite. Desde então, já se havia uma certa preocupação com a instrução dos educadores da época (1500), por esse motivo, criaram um modelo que durasse anos e servisse para todos. Vale destacar, que neste contexto, eram os jesuítas que eram responsáveis por toda a organização escolar, desde ambientes até o currículo educacional. Após a expulsão dos jesuítas, iniciou a reforma pombalina, que era liderada por Marquês de Pombal, que era uma visão iluminista, onde a formação de professores era voltada para a elite e para atender tais interesses, então a qualidade do estudo era melhor dependendo da classe social em que os alunos estavam inseridos. A próxima mudança na formação de professores se dá com a chegada da família real ao Brasil, no momento Portugal passava por dificuldades financeiras e sobrecarregava sua colônia cobrando altos impostos, já que a atividade de extração mineral no Brasil estava em alta. Aqui, a educação era voltada para o ensino da corte. Foi nesta fase, que surgiu as disciplinas serem ministradas individuais, um professor para cada uma. E a última mudança, foi com a Proclamação da República, que surgiu a proposta do ensino se tornar público e gratuito e assim permanecemos até os dias de hoje. 4. APROFUNDANDO OS ESTUDOS SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA A Formação Continuada é uma exigência da LDB 9394/96. Os professores necessitam conhecer as leis que regem seus direitos e deveres, para que, assim, possam cobrar mais das autoridades competentes, sejam elas entidades públicas ou privadas. Em relação aos direitos recorremos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394/96, no Artigo 13, que destaca: Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade (BRASIL, 1996, p. 6). A LDB está aí para mostrar o quão importante é o papel do professor no ensino aprendizagem do aluno. Na maioria das vezes, infelizmente alguns profissionais não conseguem se dedicar o tanto necessário nas melhorias da sua pratica docente, pois a rotina diária tem se tornado muito corrida e assim não conseguem tirar um tempinho para se qualificar. Mas não podemos deixar que as preocupações e problemas do cotidiano atrapalhem o ser cidadão e o ser formador de cidadãos. Os professoresnão podem desistir jamais, pois são eles que encaminham a escolha da vida profissional de cada um de seus estudantes, e escolher ser professor não é para qualquer um, esta profissão não é das mais fáceis, mas a que exige mais respeito e valorização. O pior que ainda temos pouco ou nenhum investimento na vida profissional do educador, há um grande desaso com pessoas desta área, infelizmente, ainda não é vista como a profissão mais importante da sociedade atual. Para melhor compreendermos essa questão, falaremos agora sobre os quatro pilares da educação: ⁕Aprender a conhecer está relacionado a compreensão do mundo que rodeia a pessoa, e quem aprende a conhecer, aprende a aprender. ⁕Aprender a fazer está ligado à formação profissional e ao preparo para o mundo do trabalho, ou seja, colocar em prática os conhecimentos e adaptar a educação ao futuro trabalho. ⁕Aprender a viver juntos, para que este pilar aconteça é preciso promover o conhecimento do outro e de si mesmo, entrar em contato com a diversidade cultural, étnica, religiosa e, descobrir as semelhanças e a interdependência entre as pessoas. ⁕Aprender a ser considera que a educação deve contribuir para o desenvolvimento integral da pessoa que se inicia com o conhecimento de si e do outro de tal forma que possa pensar e agir autonomamente. Analisando os pilares citados acima, notamos novamente a importância desses profissionais sempre irem atrás do novo, aumentando assim suas competências e tornando seu trabalho mais simples e mais alegre, garantindo o sucesso de seus alunos. 5. ATUALIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO No mundo em que vivemos, notamos o quão as informações chegam a todos de maneira muito rápida, de modo que se manter inteirado de tudo se torna uma prática indispensável na vida de qualquer profissional, seja qual for a área. Cabe a escola proporcionar conhecimento aos alunos, pois a internet dispõe apenas de informações, e para melhor compreender as mesmas é muito importante haver um embasamento teórico, e para isso ocorrer bem, é responsabilidade da instituição investir em seu pessoal, para que assim desenvolvam um trabalho de qualidade. Segundo Romanowski (2010, p. 17) “[…] todos sabemos que o professor é aquele que ensina, que educa. Mas outras pessoas que ensinam e educam e que não são professores, como, os pais e os religiosos”. Pois, o professor é um profissional formado para ensinar e auxiliar na construção do conhecimento, mas quando chega à escola encontra situações que o faz mudar de função, como acalmar, educar e ser psicólogo. O professor que está sempre estudando, sempre em busca do novo, amplia seus horizontes, toma consciência de seu verdadeiro papel na educação dos discentes, ele deve ser um mediador e um facilitador da questão da interpretação de cada assunto, é o mesmo que por sua vez, ajuda o aluno a entender melhor a sociedade ao qual está inserido, tendo como objetivo maior, a aprendizagem de soluções para resolverem problemas que a vida lhes apresentará. Libâneo (1994, p.28) nos passa a mensagem que:“Muitas pessoas acreditam que o desempenho satisfatório do professor na sala de aula depende de vocação natural ou somente da experiência pratica, descartando-se a teoria. É verdade que muitos professores manifestam especial tendência e gosto pela profissão, assim como se sabe que mais tempo de experiência ajuda no desempenho profissional. Entretanto, o domínio das bases teórico-cientificas e técnicas, e sua articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior segurança profissional, de modo que o docente ganhe base para pensar sua pratica e aprimore sempre mais a qualidade de seu trabalho.” Deste modo, deve saber usufruir da sala de aula, transformá-la em um espaço não apenas de reprodução de determinados conhecimentos, e sim de transformação, ensiná-los a serem pessoas críticos-reflexivos. O profissional que colocar isso em prática, estará saindo dos modelos tradicionais e introduzindo na sociedade, um novo olhar para as coisas, um novo modelo de pensamentos. Segundo o professor Carlos Rodrigues Brandão (1981, p.36): O agente que pesquisa é um agente que serve. Pesquisador e pesquisados são sujeitos de um mesmo trabalho comum, ainda que com situações e tarefas diferentes. Neste encaminhamento os sujeitos envolvidos aprendem a escrever a história através da sua própria história, porque conhecem a sua realidade, participam da produção do conhecimento e tomam posse dele. “Motivar e instrumentalizar através da experiência quotidiana de vida e de trabalho como fonte de conhecimento e de ação transformadora é o objetivo da pesquisa-ação numa perspectiva emancipadora. E para que possamos mudar alguma coisa, precisamos ir atrás de conhecimento, e quem trabalha na área educacional, é fundamental tanto a escola, como o educador, investir nos estudos, após a graduação, e a formação continuada é um direito para qualquer pessoa que leciona em qualquer instituição, serve para agregar mais valor à sua trajetória. Estão disponíveis na internet, diversos tipos de cursos a distância, sempre atualizados com o que o mercado de trabalho exige. 6. MANTER-SE ATUALIZADO Luísa França nos apresenta em seu artigo a seguinte frase: “No âmbito escolar, o educador atualizado e em formação interrupta, se torna um facilitador e não apenas um transmissor de informação”, entende-se por ela, que o profissional atualizado passa a ter um referencial em relação à aqueles que não buscam se inteirar dos acontecimentos, pois, estes se destacam em meio a sala de aula. Os alunos se esforçam mais, pois se sentem parte importante da aula, facilitando assim o processo de ensino-aprendizado. A formação continuada contribui para a inserção de um processo de ensino muito mais dinâmico, tornando o professor um facilitador em prol do aprendizado e não apenas que repassa conhecimento. Nos dias atuais é impossível negar que as tecnologias são cada vez mais nossas aliadas, pois facilitam extensão de cursos online, trazendo um universo muito amplo e produtivo. A formação continuada deve propiciar atualizações, aprofundamento das temáticas educacionais e apoia-se numa reflexão sobre a prática educativa, promovendo um processo constante de auto avaliação que oriente a construção contínua de competências profissionais. Porém, um processo reflexivo exige predisposição a um questionamento crítico da intervenção educativa e uma análise da prática na perspectiva de seus pressupostos. Isso supõe que a formação continuada estenda-se às capacidades e atitudes e problematize os valores e as concepções de cada professor e da equipe. (BRASIL, 1999, p. 70). A continuidade de estudos de um docente ativo, torna-o reflexivo e crítico. A busca constante de informação levam a um educador pesquisador, ao qual está em constante evolução de sua vida docente. Desta forma, a aprendizagem se torna eficaz e permanente. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em virtude dos fator mencionados no presente trabalho, percebemos que atingimos nossos objetivos, pois notamos o quão importante é aquele profissional que está sempre buscando algo diferente e inovador para levar para dentro de sala de aula. Dessa forma, o educador acaba por receber atenção merecida de seus discentes, pois os mesmos também gostam e querem conhecer e aprender coisas novas. A Formação Continuada nada mais é que a ampliação do âmbito de trabalho, é a busca de novos desafios, é a troca de ideias, pois, é ensinado que se aprende também. Nunca será tarde para aprendermos novos métodos. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, C. M.; SILVA, E. M. Formação continuada de professores: tendências emergentes na década de 1990. Educação, Porto Alegre, v. 32, n. 3, p. 326-330, set./dez. 2009. BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. BREYNNER, R. Oliveira; ADRIANA, M. Tonini. Gestão Escolar e formação Continuada de Professores, Juiz de Fora: Editar, 2004. FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org).Formação continuada e Gestão da educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HYPOLITTO, Dinéia. Repensando a Formação Continuada. A essência na formação contínua é a construção coletiva do saber e a discussão crítica ...br.geocities.com/dineia.hypolitto/arquivos/artigos/RepensandoAFormacaoContinuada. IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para mudança e a incerteza. 6ed. (Coleção Questões da nossa época, v.77). São Paulo: Cortez, 2000. LIBÃNEO, José Carlos. Didática. 32 ed. São Paulo: Cortez, 1994. MOREIRA, Carlos Eduardo. Formação continuada de professores: entre o improviso e a profissionalização. Florianópolis: Insular, 2002. NÓVOA, Antonio. Formação de professores e trabalho pedagógico. 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