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TREINAMENTO EM CUIDADOS CLÍNICOS NO CONTEXTO DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE(SRAG) HEALTH EMERGENCIES progra mme TRIAGEM E RECONHECIMENTO PRECOCE DE PACIENTES COM SRAG Traduzido para o português pelos Tradutores Sem Fronteiras de Clinical Care Training for Severe Acute Respiratory Infection (IRAS)., 2020. A OMS não se responsabiliza pelo conteúdo ou precisão desta tradução. No caso de existir alguma inconsistência entre a versão em inglês e a tradução em português, a versão em inglês deverá ser a versão obrigatória e autêntica AVISO LEGAL: Esta é uma tradução não-oficial da OMS destinada apenas para fins de aprendizagem. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM No final desta aula, será capazde: ▪ Descrever os princípios gerais da gestão do paciente crítico com síndrome respiratória aguda grave (SRAG). ▪ Descrever intervenções de PCIna triagem ▪ Descrever ferramentas de triagem. ▪ Reconhecer pacientes com doença semelhante à influenza (IRA) sem complicações que podem permanecer emcasa. ▪ Reconhecer pacientes com SRAG que precisam de cuidados imediatos e hospitalização (incluindo admissão naUTI). ▪ Coordenar atransferência segura de pacientes. PRINCÍPIOS DE ATENDIMENTO AO PACIENTE COM SRAG ▪ Aplique imediatamente as precauções apropriadas de PCI. ▪ Reconheça precocemente o estado crítico dopaciente. ▪ Trate a etiologia subjacente o mais rapidamente possível. ▪ Trate com terapias de suporte, baseadas nas evidências, o maisrapidamente possível. ▪ Monitorar-registrar-interpretar-responder. ▪ Prestar assistência de qualidade. Se houver suspeita de que um paciente tenha uma infecção viral nova ou emergente, notifique as autoridades de saúde o mais rápido possível. PERIGOS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO TRANSPORTE CENÁRIO: HISTÓRIA EPIDEMIOLÓGICA ▪ Suspeita de COVID- 19 em um paciente com SRAGque – Reside ou tenha viajado para países com infecção em curso, tantoem humanos como em animais – Exposição a animais vivos ou mortos (ou seja, pássaros, suínos,camelos). – Exposição próxima ao paciente com SRAG de etiologia poucoclara. Consulte o site da OMS para obter definições de casos atuais para infecção por COVID-19 em https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 http://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 APLIQUE PCI APROPRIADO NA TRIAGEM (QUALQUER IRA) ▪ Aplicar precauções degotículas ▪ Dê ao paciente suspeito de IRA uma máscaramédica ▪ Instrua o paciente a praticar a higiene respiratória ea higiene das mãos e a evitar movimentos dentro das instalações ▪ Coloque o paciente suspeito numa áreaseparada ▪ Mantenha pelo menos 1m de distância entre os pacientes © OMS/Tom Pietrasik Procure evitar a transmissão a outros pacientes e profissionais de saúde. Mas não adie tratamentos médicos SE SUSPEITAR COVID-19 , GRIPE AVIÁRIA, MERS-COV OU SARS-COV • Adicione medidas de precaução contra gotículas e decontato. – Os profissionais da saúde devem usar avental, luvas, máscaras e óculos de proteção ao examinarem o paciente. – Use equipamento dedicado ao paciente sempre que possível(como estetoscópios) ou lave e desinfete entre ospacientes. • Incorporar o protocolo de precaução para aerossóis se houvernecessidade urgente de intubação ou ressuscitaçãocardiopulmonar TRIAGEM (1/2) ▪ Realize a triagem no primeiro ponto de contato do paciente doente com o sistema de saúde. ▪ Atendimento pré-hospitalar: – ambulância – clínica. ▪ Atendimento do hospital: – enfermaria para internações – departamento ou área de emergência, departamento de acidentese emergência, área de acidentes – enfermaria geral. ▪ Priorizar e ordenar os pacientes que precisam de cuidados imediatos, com base na gravidade da doença. – Utilizar ferramentas padronizadas de triagem paragarantir confiabilidade e classificação válida dos pacientes – Evite "sub-triagem" e"super-triagem". – Identifique pacientes de alta prioridade que precisam decuidados imediatos. TRIAGEM (2/2) OMS-CRCI (Em Inglês – WHO-ICRC) Ferramenta de Triagem Integrada ≽ 12anos OMS-CRCI (Em Inglês – WHO-ICRC) Ferramenta de Triagem Integrada ≽ 12anos MANUAL DE ATENDIMENTO HOSPITALAR DA OMS ▪ Tratamentos de emergência para usoclínico ▪ Verificação Rápida IMAI ▪ Livro de bolso de Cuidados Hospitalares paracrianças ▪ Triagem de emergência da IMCI, avaliação etratamento. . FATORES DE RISCO PARA DOENÇA GRAVE (INFLUENZA) • Comorbidades – doença cardiovascular (insuficiência cardíaca) – doença pulmonar (asma e DPOC) – doença metabólica (diabetes) – doença renal – doença hepática – hemoglobinopatias – doenças neurológicas crônicas (distúrbios neuromusculares, neurocognitivos e convulsivos). • Extremos de idade – lactantes e crianças pequenas (<2 anos) – idosos (≥65). • Condições imunossupressoras – HIV, medicações imunossupressoras, malignidade. • Situações especiais – crianças a receber tratamento crónico com aspirina – gravidez (até 2 semanas após o parto). Grupos de alto risco devem ser considerados para hospitalização, mesmo com doença leve, para monitoramento rigoroso para detectar deterioração e tratamento AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM IRA (DURANTE A GRIPE SAZONAL) Febre ou histórico de febre (≥ 38 °C) + Tosse + Com início dos sintomas nos últimos 10 dias Sem complicação. Doença semelhante à influenza Paciente de baixo risco Dar alta com instruções para retornar caso piore ou não apresente nenhuma melhora Paciente de alto risco Tratar com antivirais e considerar a internação hospitalar *Complicações SRAG Pacientes de baixo risco com pneumonia leve, podem ser tratados em casa com antivirais. Se estiver gravemente doente, considere internação hospitalar ou UTI. Trate com cuidados de suporte, antivirais, antibióticos. HEALTH EMERGENCIES programme AVALIAR PACIENTES COM IRA (SUSPEITA DE COVID-19) Febre ou histórico de febre (≥ 38 °C) + Tosse + Vinculação epidemiológica Sem complicação Doença semelhante à influenza Paciente de baixo risco *Dar alta com instruções para retornar caso piore ou não apresente nenhuma melhora. Paciente de alto risco Hospitalização para acompanhamento rigoroso. *Complicações SRAG Se estiver gravemente doente, considere internação hospitalar ou UTI. Tratamento com cuidados de suporte, antibióticos. Inscreva- se em estudo clínico para terapêutica em investigação. *O atendimento domiciliar deve ser considerado em questão quando o sistema de saúde não consegue isolar pacientes em unidades de saúde. Use o guia da OMS para atendimento domiciliar: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/technical-guidance http://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/technical-guidance DOENÇA SEM COMPLICAÇÃO ▪ Os sintomas não são específicos: – febre e tosse dentro de 10dias – garganta inflamada, congestão nasal ou rinorreia – dores de cabeça, dores musculares oumal-estar – diarreia ou vómito. ▪ Idosos ou pacientes imunossuprimidos podem não ter febre e apresentar sintomas atípicos. ▪ Pacientes com doenças sem complicação não apresentamsinais de: – desidratação – falta de ar – Sepse. SINTOMAS CLÍNICOS SUGESTIVOS DE SRAG ▪ Diminuição da atividade, tontura, diminuição da produção deurina. ▪ Aumento de dificuldade respiratória, cianose, escarro sangrento oucolorido, dor no peito, respiraçãoruidosa. ▪ Confusão, letargia, coma, fraqueza, convulsões. ▪ Febre alta persistente e outros sintomas após 3 dias sem sinais deresolução. ▪ Crianças podem-se apresentar também com falta de apetite, diarreiaexcessiva e vômito. Educar os membros da comunidade para que, caso desenvolvam algum desses sintomas, procurem cuidados médicos. SINAIS CLÍNICOS SUGESTIVOS DE SRAG Os socorristas devem reconhecer estes sinais e sintomas, iniciar os cuidados de emergência disponíveis e encaminhar o doente para hospitalização. ▪ Dificuldade respiratória: – respiração rápida e curta com utilização dosmúsculos acessórios,cianose, grunhido, forte estiramento no peito, chiado,estridência. ▪ Instabilidade cardiovascular/circulatória – reabastecimento capilar atrasado, pulso fraco, extremidades frias,produção urinária reduzida, pressão arterial baixa. ▪ Instabilidade neurológica – alteração do estado mental, convulsões, irritabilidade, confusão,letargia. ▪ Desidratação severa, chiado – olhos fundos, palidez, incapacidade de beber, letargia. SÍNDROMES CLÍNICAS QUE NECESSITAM DE HOSPITALIZAÇÃO ▪ Pneumonia severa (próxima aula) ▪ Sepse (próxima aula) ▪ Crupe e traqueíte ▪ Desidratação grave ▪ Coinfecções bacterianas secundárias ▪ Exacerbações de doenças crônicas (como COPD, CHF, DM) © Dr. Harry Shulman http://chestatlas.com/cover.htm ,© Janet Fong http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Anatomy%20brain%20diagrams.htm, Sally Fong http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Hi%20res/Kidney%20cross%20section.jpg, © Kathy Mak http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Heart%20diagrams.htm © OMS Miocardite Sepse Lesãorenal aguda Encefalite Pneumonia grave http://chestatlas.com/cover.htm http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Anatomy%20brain%20diagrams.htm http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Hi%20res/Kidney%20cross%20section.jpg http://www.aic.cuhk.edu.hk/web8/Heart%20diagrams.htm CUIDAR DE PACIENTES COM SRAG EM AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR ▪ Aplicar intervenções de PCI, em todos os momentos. ▪ Fornecer cuidados de emergência disponíveis; pedir ajuda. ▪ Orientar para os protocolos do serviço de emergência médica local (Sigla em Inglês - EMS). ▪ Providenciar transferência segura para um hospital com capacidade de isolamento e UTI. CUIDAR DE UM PACIENTE COM SRAG NA ÁREA DE EMERGÊNCIA DO HOSPITAL ▪ Aplicar intervenções de PCI, em todo os momentos. ▪ Fornecer cuidados e emergência disponíveis, pedir ajuda. ▪ Consulte, quanto aos critérios de admissão, da enfermaria e da UTI. ▪ Providenciar admissão segura em enfermaria ou UTI. CUIDADOS DE EMERGÊNCIA ▪ Baseado em condições clínicas e recursosdisponíveis: – administrar oxigénio +/- suporte ventilatório avançado – inserir cateter periférico IV e iniciar fluidoterapia (se em choqueséptico) – administrar terapia antimicrobiana adequada antes datransferência – obter testes laboratoriais adequados (como swabs do trato respiratório, cultura sanguínea, radiografia torácica, CBC). NÃO atrase o tratamento que pode salvar vidas. O tratamento precoce reduz a mortalidade. INTERNAÇÃO EM UTI ▪ Cuidados intensivos para pacientes com doençascríticas – disfunção orgânica aguda iminente ou em curso, comrisco de vida – necessita monitoramento intensivo econtínuo – necessita terapia intensiva que não pode ser administrada em enfermaria geral (como oxigenioterapia, ventilaçãomecânica) – dependendo dos recursos no local, muitos pacientes com SRAG irão necessitar de internamento nasUTI. NÃO retarde internamento em UTI. O atraso está associado ao aumento da mortalidade. © OMS/Tom Pietrasik TRANSFERÊNCIA SEGURA DO PACIENTE ▪ Assegure-se de que asmedidas de PCIsão sempre aplicadas. ▪ Certifique-se de que diagnósticos apropriados e tratamentos de emergência são fornecidos e o paciente está estável e pronto para otransporte. ▪ Certifique-se de que todos os monitores e tratamento em curso, estão seguros e podem ser mantidos durante o transporte. ▪ Garanta adocumentação adequada e aentrega dos cuidados aos próximos médicos responsáveis. ▪ Certifique-se de que o profissional de saúde estápreparado. RESUMO ▪ Na triagem, identifique os pacientes com IRAs e aplique as precauções apropriadas de PCI, para evitar a disseminação da doença nos profissionais de saúde ou nos outros pacientes. ▪ Faça a triagem de todos os pacientes no primeiro ponto de contato com o local de assistência médica, com ferramentas de triagempadronizadas. ▪ Faça o reconhecimento dos pacientes com SRAG que necessitam de cuidados urgentes, inicie as intervenções de emergência e os preparativos para ahospitalização. ▪ Síndromes clínicas que necessitam hospitalização, incluem pneumonia severa, sepse, desidratação severa ou exacerbação de doença crônica. ▪ Paciente com SRAG que estão em estado crítico devem ser transferidos de forma segura e de maneira apropriada para uma UTI, para monitoramento intensivo e cuidados que não podem ser proporcionados em enfermaria geral. Colaboradores Dra. Janet V Diaz, consultora da OMS, San Francisco, USA Dr. T Eoin West, Universidade de Washington, Seattle, USA Dra. Hillary Cohen, Maimonides Medical Center, New York, USA Dr. Neill Adhikari, Sunnybrook University, Toronto, Canada Dra. Paula Lister, Great Ormond Street Hospital, London, UK Dr. Abdo Khoury, Franche-Compte Medical and Trauma Hospital, Besançon, France AGRADECIMENTOS