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COVID - 19 Manejo Clínico em Adultos e Cuidados com o Paciente Crítico Leonardo A. Coelho • Médico Graduado na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre/RS com Graduação-sanduíche em Biomedical Sciences na Cardiff Metropolitan University/Reino Unido; • Médico Residente em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Materno Infantil de Brasília-SES/DF; • Médico Staff em Medicina de Emergência no Pronto Socorro Adulto do Hospital Regional do Gama-SES/DF; Advanced Trauma Life Support – Universidade de São Paulo/SP Advanced Cardiovascular Life Support – Instituto Dante Pazzanese/SP Urgência e Emergência Adulto com Simulação Realística – Hospital Israelita Albert Einstein/SP Hospital Regional do Gama – SES/DF 01/Maio, 2020 “Anchoring” SARS-CoV 2 / 2019-nCoV Credit: CDC/Dr. Fred Murphy Representative structure (Electron micrograph) of Coronaviruses (crown-like shape) Credit: NIAID-RML Definição de Caso Suspeito (Plano de Contingência Coronavírus SES-DF / Versão 5 (03/04/20) Home care – Acompanhamento Ambulatorial • Febre (>37,8 ºc), Tosse, Anosmia e Disgeusia/Ageusia. • Ausência de Dispneia (Falta de Ar) • Atentar para fatores de risco para progressão grave da doença: • Idade (>65 anos); • Diabetes mellitus; • Doenças Cardiovasculares; • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; • Obesidade Grau III (IMC > OU = 40); • Doenças e condições Imunossupressoras (Câncer; Quimio/Radioterapia; HIV). • Não há necessidade de Internação Hospitalar; • Por enquanto, não há indicação de notificação e/ou de coleta de Swab; • Avaliar Profissionais de Saúde e Grupos de Risco • Avaliar indicação de Oseltamivir se necessário conforme Fluxograma para Síndrome Gripal do Ministério da Saúde Manejo Clínico na Internação Hospitalar • Fluxograma Síndrome Gripal do Ministério da Saúde • Definição de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave): • SpO2 < 95% em ar ambiente; • Dispneia e/ou desconforto respiratório (FR > 30irpm); • Exacerbação de comorbidades clínicas de base; • Hipotensão (PAs <90mmHg // PAd <60mmHg); • Insuficiência Respiratória Aguda • “Indivíduo de qualquer idade, internado com SG e que apresente dispneia ou saturação de O2 < 95% ou desconforto respiratório ou que evoluiu para óbito por SRAG independente de internação.” - Plano de Contingência Coronavírus SES-DF / Versão 5 (03/04/20) • Notificação compulsória e imediata > Acionar a Vigilância Epidemiológica do Hospital e coletar Swab Nasofaríngeo (Influenza + SARS-CoV 2); • Suporte Clínico + Exames Laboratoriais (Hemograma Completo + PCR + Creatinina + Ureia + LDH + Troponina + Ferritina + CPK + Sódio + Potássio + Coagulograma Completo + D-dímeros + Sorologias [Hep B e C; HIV e VDRL]) + ECG + Radiografia de Tórax + Oseltamivir (até excluir Influenza) + Considerar antibioticoterapia (Macrolídeo + Betalactâmico> Ex: Ceftriaxona + Azitromicina) + Profilaxia para Tromboembolismo Venoso (Ex: Enoxaparina 40mg,SC, 1x/dia) Manejo Clínico na Internação Hospitalar • Dar preferência ao Paracetamol como medicação anti-pirética; • Evitar terapias por meio da nebulização • Não há Terapia Antiviral específica; • Não utilizar corticoesteróides de rotina, considerar para indicações habituais: • Broncoespasmo Grave; • Sepse Grave com hipotensão a despeito do uso de drogas vasoativas ou que necessitam constantemente de aumento da dose para manutenção de PAM > 65mmHg. • Sugestão: Hidrocortisona 50mg, EV, 6/6h. • Em conformidade com o American College of Radiology a Tomografia Computadorizada NÃO deve ser usada como screening ou como teste de primeira escolha para diagnóstico de COVID-19. Tendo em vista que uma tomografia normal não exclui o diagnóstico, assim como uma tomografia anormal não tem elevada especificidade para COVID-19, a decisão pela realização do exame deve ser cuidadosa pois o transporte do paciente ao setor de Radiologia também traz riscos para o paciente, equipe assistente e o ambiente hospitalar. Apresentação Clínica em Pacientes Críticos • Taxa de Progressão • Início da dispneia, em média, 6.5 dias desde o início dos sintomas; • Progressão para SDRA (Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo), em média, 2.5 dias desde o início da dispneia. • Achados Clínicos • Intensa falência respiratória aguda hipoxêmica decorrente da SDRA é o achado mais prevalente; • Amplo espectro clínico; • Encefalite é raro; • Necessidade de ventilação mecânica varia entre 42-100% dos pacientes. Apresentação Clínica em Pacientes Críticos • Complicações • Insuficiência Renal Aguda (29%); • Elevação de transaminases hepáticas (29%); • Cardiomiopatia(23-33%): miocardite, pericardite, derrame pericárdico, arritmias e morte súbita. • Sepse, Choque e falência múltipla de órgãos ocorre mas em menor proporção quando comparadas às situações que geram SDRA não relacionadas à COVID-19. Entretanto, uma proporção significativa dos pacientes necessitará de drogas vasoativas para suporte à hipotensão (provavelmente causada por consequência da sedação ou disfunção cardíaca); • Dados sobre risco de pneumonia bacteriana secundária são limitados, contudo não parece ser um achado frequente. Apresentação Clínica em Pacientes Críticos • Achados Laboratoriais: • Leucopenia / Leucocitose / Linfopenia; • Elevação de D-Dímeros; • Elevação de DHL; • Elevação de Ferritina e PCR; • Elevação de Troponina e CPK • Achados Radiológicos: • Dissociação clínico-radiológica; • Clássica: Opacificação em “Vidro-Fosco” com/sem anormalidades consolidativas, consistente com Pneumonia Viral, com pouco ou nenhum derrame pleural associado; • Avaliar risco-benefício para outros pacientes e para a equipe assistente quando considerar a TC como ferramenta diagnóstica, tendo em vista o transporte do paciente e o tempo de permanência no Dpto de Radiologia. Cuidado Respiratório ao Paciente NÃO- Intubado • Internação precoce, se possível, na UTI para pacientes que desenvolvem progressão muito rápida dos sintomas; • Avaliar a potencial dificuldade para Laringoscopia/Intubação na admissão do paciente por meio de Escores e/ou mnemônicos como o MACOCHA ou LEMON; • Manter o paciente na posição prona o máximo de tempo possível enquanto estiver recebendo oxigenioterapia; • Oxigênio-Alvo • A OMS recomenda uma SpO2 Periférica alvo > ou = 90%; • Para pacientes críticos, utilizar a menor FiO2 possível para uma SpO2 entre 90-96%; • Considerar que pacientes com DPOC necessitam de uma SpO2 alvo MENOR enquanto pacientes gestantes podem necessitar uma SpO2 alvo MAIOR. Cuidado Respiratório ao Paciente NÃO- Intubado • Oxigênio em BAIXO FLUXO: • Suplementação com oxigênio em baixo fluxo via cânula nasal (< ou = 6L/min) é apropriado; • Alguns especialistas recomendam a colocação de uma máscara cirúrgica no paciente com cânula nasal para reduzir a dispersão de partículas, contudo não há evidência científica que suporte ou contraindique tal conduta. • Oxigênio em ALTO FLUXO: • A máscara não-reinalante com bolsa-reservatório é uma opção, lembrando que quanto maior o fluxo maior a dispersão e maiores os riscos de contaminação do ambiente; • A decisão de utilizar Cateter Nasal de Alto Fluxo e Ventilação Não-Invasiva (VNI) em pacientes COVID-19 atualmente é bastante controversa e é um debate que está em andamento. Seu uso tem variado ao longo do mundo nesses pacientes e não há dados que descrevem se houve sucesso em evitar a intubação ao realizar tais modalidades de suporte respiratório; • *A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Nota Técnica n.º 4/2020, contraindica o uso de ventilação mecânica não invasiva (VNI) e cateter nasal de alto fluxo (Cnaf). Cuidado Respiratório ao Paciente NÃO- Intubado • Medicações via Nebulização: • A nebulização deve ser evitada! • Nebulizadores são associados com aerossolização e aumento potencial no risco de transmissão do SARS-CoV 2; • Utilização de medicações em formato de Inaladores Spray (Suspensão aerossol pressurizada) Individual com Espaçador deve ser preconizado como terapia broncodilatadora;• Minimizar a fisioterapia respiratória; • Minimizar aspiração oral e de via aérea; • Evitar indução do escarro; • Evitar Broncoscopia A Decisão de Intubação (Via Aérea Definitiva) • Timing • Retardar a intubação até que o paciente descompense de forma aguda é potencialmente perigoso ao paciente e à equipe e, portanto, é contraindicado; • Para pacientes que requeiram níveis crescentes de oferta de O2, deve-se monitorar parâmetros clínicos e de troca gasosa (Gasometria Arterial) a cada 1-2h e admitir um limite baixo para intubação nos pacientes que apresentem: • Rebaixamento do nível de consciência; • Rápida progressão em horas; • Falta de melhora após oferta de O2 em Alto Fluxo com FiO2 mínima de 60%; • Frequência Respiratória > 28 incursões por minuto; • Hipercapnia progressiva (PaCO2 >50mmHg e/ou pH < 7,25); • Instabilidade hemodinâmica ou falência múltipla de órgãos • Ministério da Saúde do Brasil: • “Caso esses pacientes necesssitem de O2 via cateter nasal maior que 5 litros/minuto para sustentar SpO2 > 93% e/ou tenham frequência respiratória > 28 irpm ou retenção de CO2 (PaCO2 > 50 mmHg e/ou pH < 7,25) devem ser intubados e ventilados mecanicamente imediatamente.” Recomendações para Intubação Orotraqueal em pacientes portadores de COVID-19 Versão N.3 /2020. Disponível em: http://abramede.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Recomendacoes-IOT-FINAL-REVISAO-100420.pdf George L Anesi, MD, MSCE, MBE. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Critical care issues. UpToDate (Apr, 2020). Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-critical-care-issues SAES. Dpto de Atenção Hosp., Domiciliar e de Urgência. Protocolo de manejo clínico da Covid-19 na Atenção Especializada 1.ed.rev. Brasília,Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/14/Protocolo-de-Manejo-Cl--nico-para-o-Covid-19.pdf http://abramede.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Recomendacoes-IOT-FINAL-REVISAO-100420.pdf https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-critical-care-issues https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/14/Protocolo-de-Manejo-Cl--nico-para-o-Covid-19.pdf Intubação em Sequência Rápida Intubação em Sequência Rápida • Realizar os sete “Ps”: • Preparação • Pré-Oxigenação • Pré-Tratamento • Paralisia após indução • Posicionamento • Passagem do TOT • Pós-Intubação • Sugestão de Medicamentos: • Fentanil (Analgesia) + Lidocaína (Pré-Medicação) > Etomidato (Indução) + Succinilcolina (Bloq Neuromuscular) >>> Infusão contínua em BIC Midazolan + Fentanil (Sedação + Analgesia) • Bloqueador Neuromuscular na VM • Rocurônio ou Cisatracúrio em infusão contínua. Fentanil 50mcg/ml – EV em bolus sem diluir. 40kg - 1 ml 50kg - 1 ml 60kg - 1,5 ml 70kg - 1,5 ml 80kg – 1,5 ml 90kg – 1,5 ml 100kg - 2 ml Lidocaína 2% s/ Vasoconstritor - EV em bolus sem diluir. 40kg - 3 ml 50kg - 3 ml 60kg – 4,5ml 70kg - 5 ml 80kg – 5 ml 90kg – 6 ml 100kg - 6 ml Etomidato – Diluir 01 amp. para 10ml de AD. 40kg - 12 ml 50kg - 15 ml 60kg - 18 ml 70kg - 20 ml 80kg – 20 ml 90kg – 20 ml 100kg - 20 ml Succinilcolina – Diluir 01 frasco (100mg) para 10 ml de AD. 40kg - 4 ml 50kg - 5 ml 60kg - 6 ml 70kg - 7 ml 80kg – 8 ml 90kg – 9 ml 100kg - 10 ml Paciente Estável Contraindicações (Succinil): HIPERCALEMIA, Hipertermia maligna, miopatias músculo- esqueléticas. Sugere-se realizar a administração dos medicamentos na seguinte sequência: - Fentanil + Lidocaína, associados e simultaneamente como Pré-Medicação; - Aguardar 2-3min; - Etomidato + Succinilcolina, um imediatamente após o outro como Indutor Hipnótico e Bloqueador Neuromuscular; - Aguardar 20-30seg (observar fasciculações); - Proceder à Intubação Orotraqueal A Instabilidade Hemodinâmica caracteriza-se classicamente por: - PAs < 90mmHg e/ou; - ↓ PA > 40mmHg e/ou; - Freq. Cardíaca > 100bpm e/ou; - Alteração de nível de consciência e/ou; - Pele fria e pegajosa e/ou; - TEC > 5seg Fentanil 50mcg/ml – EV em bolus sem diluir. 40kg - 0,5 ml 50kg - 0,5 ml 60kg - 1 ml 70kg - 1 ml 80kg – 1 ml 90kg – 1,5 ml 100kg - 1,5 ml Lidocaína 2% s/ Vasoconstritor - EV em bolus sem diluir. 40kg - 3 ml 50kg - 3 ml 60kg – 4,5ml 70kg - 5 ml 80kg – 5 ml 90kg – 6 ml 100kg - 6 ml Etomidato – Diluir 01 amp. para 10ml de AD. 40kg - 8 ml 50kg - 12 ml 60kg - 15 ml 70kg - 17 ml 80kg – 17 ml 90kg – 17 ml 100kg - 18 ml Succinilcolina – Diluir 01 frasco (100mg) para 10 ml de AD. 40kg - 4 ml 50kg - 5 ml 60kg - 6 ml 70kg - 7 ml 80kg – 8 ml 90kg – 9 ml 100kg - 10 ml Paciente Instável Contraindicações (Succinil): HIPERCALEMIA, Hipertermia maligna, miopatias músculo- esqueléticas. A Instabilidade Hemodinâmica caracteriza-se classicamente por: - PAs < 90mmHg e/ou; - ↓ PA > 40mmHg e/ou; - Freq. Cardíaca > 100bpm e/ou; - Alteração de nível de consciência e/ou; - Pele fria e pegajosa e/ou; - TEC > 5seg Sugere-se realizar a administração dos medicamentos na seguinte sequência: - Fentanil + Lidocaína, associados e simultaneamente como Pré-Medicação; - Aguardar 2-3min; - Etomidato + Succinilcolina, um imediatamente após o outro como Indutor Hipnótico e Bloqueador Neuromuscular; - Aguardar 20-30seg (observar fasciculações); - Proceder à Intubação Orotraqueal Rocurônio (10mg/ml) – EV em bolus sem diluir. 40kg - 5 ml 50kg - 6 ml 60kg - 7 ml 70kg - 8 ml 80kg – 9,5 ml 90kg – 10,5 ml 100kg - 12 ml Se Contraindicações à Succinilcolina Cuidados Imediatos após Intubação e acoplamento na VM: • Manter FiO2 em 100% o menor tempo possível; • Utilizar parâmetros de Ventilação Protetora; • Sugere-se, após intubação orotraqueal do paciente e acoplamento ao Ventilador Mecânico, a manutenção do paciente em RASS -3 ou menor, com alto nível de sedação e analgesia, associando sempre que possível o bloqueador neuromuscular; • Sugere-se a administração combinada de Fentanil + Midazolan de forma contínua (Ex. 3 amp [10ml] de Midazolan 5mg/ml + 2 amp [10ml] de Fentanil 0,05mg/ml diluídos em 200ml de SF 0,9%); • Sugere-se como bloqueador neuromuscular de administração contínua o Rocurônio (0,3-0,6mg/kg/hr) ou Cisatracúrio (1- 4mcg/kg/min); • Em caso de PAM < 60-65mmHg mesmo após reposição volêmica adequada (30ml/Kg na 1ª hora), sugere-se a introdução de droga vasoativa. Noradrenalina permanece como primeira escolha. App: InfusiCalc® Calculadora Virtual (Emergência Rules): https://emergenciarules.com/wp-content/uploads/2020/03/covid.html Ressuscitação Cardio-Pulmonar nos pacientes com COVID-19 • Todas as medidas apropriadas para garantir a proteção individual (EPI), da equipe e do ambiente devem ser prioritárias no atendimento à PCR (Parada Cardiorrespiratória). Ainda que possa ocorrer atraso no início das compressões torácicas, a segurança da equipe assistente é preeminente. Dessa forma, a equipe deve dispor de pronta- disponibilidade dos EPIs para promover menores efeitos deletérios no atendimento de tais pacientes. • O reconhecimento da PCR segue as recomendações da AHA/ILCOR: Ausência de pulso em vaso central e ausência de respiração efetiva; • O acesso invasivo da via aérea definitiva deve ser priorizado; • Deve-se evitar o uso de ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara; • A instalação de filtros obrigatórios (HEPA) não deve ser esquecida; • Se disponível, a intubação por meio de videolaringoscopia deve ser a primeira escolha; • Quando a PCR ocorrer em pacientes sob ventilação mecânica, deve-se manter o paciente conectado ao ventilador em circuito de ventilação fechado, com FiO2 de 100%, modo assíncrono, FR 10-12irpm, PEEP de ZERO, sensibilidade no valor máximo permitido e Alarme de Ppico 60cmH2O. • Atentar-se para as causas reversíveis (5 “Hs” e 5 “Ts”) de PCR antes de decidir por interromper os esforços na RCP. Cuidado Respiratório ao Paciente Intubado (SDRA– Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo) • Classificação • Leve > Relação PaO2/FiO2 de 200-300mmHg • Moderada > Relação PaO2/FiO2 de 100-200mmHg • Grave > Relação PaO2/FiO2 menor que 100mmHg • * SpO2/FiO2 <ou= 315 sugere SDRA (inclusive em pacientes não ventilados) • Utilizar Parâmetros de Ventilação Protetora • Modo VCV • Vt = 6ml/Kg de Peso IDEAL • Fluxo de 30-60L/min • FR inicial de 25irpm • PEEP inicial = 10 cmH2O • Bloqueio Neuromuscular • Alvo de SpO2 permanece similar ao de pacientes não-intubados: 90-96% • Ajustar PEEP e FiO2 rapidamente (30seg-1min) até oxigenação-alvo; • Oxigenação no alvo > Coletar Gaso Arterial após 30min; • Realizar ajustes conforme pH e pCO2; • Manter sempre VM protetora (Vt 4-6ml/Kg) e FR até 35irpm • Tolerar hipercapnia para pH > 7,16 • Reavaliar a cada 2/2h Disponível em: https://eephcfmusp.org.br/portal/coronavirus https://eephcfmusp.org.br/portal/coronavirus • Critérios (ao menos 1) • Vt necessário > 6ml/Kg • Pplatô > ou = 30cmH2O • pH <7,15 ou FR >35irpm • PEEP > ou = 12 cmH2O • PaO2/FiO2 < 150 • Sugestão: • Posição Prona (12-16h/dia ; Equipe Treinada ; Avaliar contraindicações) • Manobras de Recrutamento Alveolar • ECMO (Oxigenação por Membrana Extra-corpórea) Cuidado Respiratório ao Paciente Intubado (SDRA) em que NÃO há sucesso na VM Protetora Nota Informativa Nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS de 27/03/2020, Portaria Nº237 da SES/DF de 13/04/2020 e Parecer CFM Nº4/2020 de 16/04/2020 “Art. 1º A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal disponibilizará a Cloroquina 150 mg fornecida pelo Ministério da Saúde aos hospitais do Distrito Federal para os pacientes hospitalizados com forma grave e com caso crítico de COVID-19, conforme estabelecido pelo órgão.” • Hidroxicloroquina e Cloroquina; • Hidroxicloroquina + Azitromicina; • Heparina (Não fracionada e de baixo peso molecular); • Inibidores da IL-6; • Plasma convalescente; • Óxido Nítrico; • Remdesivir; • Lopinavir/Ritonavir; • Favipiravir; • Niclosamida; • Ivermectina; • Nitazoxanida; • Imunomoduladores; • 7 Vacinas com Clinical Trial e 70 com avaliação Pré-Clínica em andamento. Suporte Clínico em Pacientes Críticos • Não há terapia antiviral específica; • Prevenção de Tromboembolismo Venoso • Enoxaparina 40mg, SC, 1x/dia • Sedação + Analgesia; • Suporte Nutricional; • Controle Glicêmico; • Profilaxia Úlcera de Estresse; • Pantoprazol 40mg, EV, 1x/dia • Monitorização Hemodinâmica contínua; • Manejo da Temperatura; • Manejo de Fluídos e Eletrólitos; • Preferir uma estratégia conservadora • Corticoesteróides • Não devem ser administrados de rotina em pacientes com COVID-19; • Considerar o uso se há condição separada com indicação baseada em evidências, por exemplo: • Broncoespasmo Grave; • Sepse Grave com hipotensão a despeito do uso de drogas vasoativas ou que necessitam constantemente de aumento da dose para manutenção de PAM > 65mmHg. • Sugestão: Hidrocortisona 50mg, EV, 6/6h ou Dexametasona 20mg, EV, 1x/dia Critérios para descontinuação das medidas de Precaução Center for Disease Control and Prevention Avaliar caso a caso e, preferencialmente, com equipe do CCIH. Considerar que a estratégia “test-based”, proposta abaixo, ainda não possui alta confiabilidade em definir transmissibilidade e infecciosidade dos pacientes; • Presença dos TRÊS CRITÉRIOS ABAIXO OBRIGATORIAMENTE: Ausência de Febre (sem administração de anti-piréticos) e; Melhora dos sintomas respiratórios e; DOIS testes NEGATIVOS sequenciais de RT-PCR para SARS-CoV2 coletados da Nasofaringe com, pelo menos, 24h de intervalo entre eles. Como alternativa à estratégia "test-based" do CDC, foi criada uma Força Tarefa no Brasil composta pelas Sociedade Brasileira de Infectologia, Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Colégio Brasileiro de Radiologia; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Instituto de Medicina Tropical USP; Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e Sociedade Brasileiro de Nefrologia, que sugeriu entre outras coisas, a seguinte estratégia de alta do isolamento na ausência de teste: Ausência de Febre nas últimas 72 (sem administração de anti-piréticos) e; Melhora dos sintomas respiratórios considerando o período de isolamento respiratório de 14 dias após o início dos sintomas. Referências bibliográficas • Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência. Protocolo de manejo clínico da Covid-19 na Atenção Especializada [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência. – 1. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/14/Protocolo-de-Manejo-Cl-- nico-para-o-Covid-19.pdf • Diretrizes RCP 2019 American Heart Association. Disponível em : https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2019/11/2019- Focused-Updates_Highlights_PTBR.pdf; • Resuscitation Council UK. Guidance for the resuscitation od COVID19 patients in Hospital. Disponivel em : http://resus.org.uk ; • Recomendações para Intubação Orotraqueal em pacientes portadores de COVID-19 Versão N.3 /2020. Disponível em: http://abramede.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Recomendacoes-IOT-FINAL-REVISAO-100420.pdf; • American Heart Association. Coronavirus (COVID-19) Resources for CPR Training. 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