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1 Planejamento de Negócios e Ações de Marketing Unidade I Profa. Kellyn Telles Cunha Sobre a autora A Profa. Kellyn Telles Cunha é mestre em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, pós-graduada em Recursos Humanos, Master Coaching e Master em PNL pelo Centro Nacional de Coaching (Cenacoaching), Humanistic Master Coach, certificada pela The International Humanistic Coaching Society (IHCOS) e membro da Associação de Neurometria Funcional Computadorizada. Há 13 anos, é professora de graduação em Gestão de RH e pós-graduação em Recursos Humanos, Psicologia Organizacional, Gestão Estratégica de Pessoas, na Universidade Paulista-UNIP, e diretora e consultora em RH/DP e Qualidade da Empresa KTC – Capacitação Gerencial, Coach Individual e Equipes, aplicadora do treinamento de Neurometria Funcional Computadorizada, palestrante em instituições e organizações. Como supervisora técnica e administrativa, atuou em grandes laboratórios (Delboni, Lavoisier, Rhesus, Bioquímico) como líder administrativa e, posteriormente, como gerente de RH, responsável pela implantação e treinamento da ISO 9001, Seis Sigmas, ISO 10015 e auditora interna, com responsabilidade de reestruturar o RH e apoiar o setor da qualidade. Como gerente de RH, foi responsável por subsistemas (contratação, integração, treinamento, monitoração, avaliação de desempenho e implantação de cargos e salários) nas organizações. Você poderá ter mais informações acessando o link: http://lattes.cnpq.br/5560716835642323. SUMÁRIO 1. BREVE CONCEITO .......................................................................................... 5 2. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA .................................................................. 6 3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................. 7 4. EMPREENDEDORISMO .................................................................................. 9 4.1 Características do empreendedor de sucesso ................................................ 10 4.2 Os impactos na vida pessoal e profissional do empreendedor ....................... 14 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 4 INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos estudar conceitos importantes sobre estratégias, planejamento e empreendedorismo. Conhecer estratégias e planejar suas ideias faz parte do processo de criatividade, inovação e empreendedorismo. Para que a inovação exista, os administradores e empreendedores, gerentes, coordenadores e equipes precisam ser ágeis nas tomadas de decisão e otimização de processos. É necessário que exista um planejamento estratégico que contenha informações operacionais e financeiras, conduzindo a empresa a um caminho de menores riscos. Logicamente não existe uma fórmula milagrosa para evitar que os problemas do trabalho afetem a esfera pessoal, uma vez que o dinheiro e o status social são parte da vida pessoal, mas investir em equilíbrio emocional, por meio de palestras, cursos, livros, dicas, e também por experiência, permite que as frustrações sejam menores. 5 1. BREVE CONCEITO Segundo Marques (2017), o conceito de planejamento consiste no ato de criar e planejar antecipadamente uma ação, desenvolvendo, assim, estratégias programadas para atingir determinado objetivo. Funciona como uma forma de identificar um alvo específico, com a intenção de organizar e aplicar as melhores maneiras para atingi-lo. Muitos profissionais e empresas ainda subestimam a sua importância, porém sem um planejamento estratégico efetivo, dificilmente suas metas e objetivos serão alcançados do modo esperado. Com isso, os indivíduos administram, erroneamente, sua carreira e finanças e as organizações sofrem com a má gestão de pessoas, produtos e serviços. Isso ocorre porque sem planejamento, ambos tomam decisões erradas e prejudiciais ao seu futuro. Por isso, planejar é a melhor forma de visualizar o estado desejado, sair do estado atual e estimular o desenvolvimento. Essa ação é fundamental para compreender quais são os nossos pontos de melhoria ou mesmo aqueles aspectos que podem ser potencializados. Deste modo, conseguimos definir, com mais assertividade, quais estratégias adotar e quais os melhores caminhos a seguir em determinada situação. Segundo Sahlman (1998), importante professor da Harvard Business School, poucas áreas têm atraído tanto interesse e atenção dos homens de negócios nos Estados Unidos como os planos de negócios. Esse tema tem gerado, nos Estados Unidos, inúmeras publicações. No Brasil, começa também a aparecer devido ao advento da internet e pela importância que as universidades estão dando ao assunto, ao colocar em sua grade curricular disciplinas voltadas ao empreendedorismo empresarial. 6 2. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Pesquisando dados da história foi possível conhecer que, na década de 1980, presenciou-se o ingresso da palavra “estratégia” no vocabulário popular com o espírito comercial, já que, em meados dos anos 1990, sindicalistas, funcionários públicos ou jornalistas formularam seus discursos em volta das palavras “estratégia” ou “estratégico”. O propósito era mostrar a importância da estratégia e o status elevado de seus desejos, além de oferecer uma direção de pensamentos e de planejamentos convincentes aliados ao termo estratégico. O termo convencia muito, como foi declarado na citação de Lyles (1990 apud CLEGG; HARDY; NORD, 2004, p. 231) aos acadêmicos: “O termo estratégico difundiu-se em todas as disciplinas como uma tentativa de reforçar a importância do seu trabalho”. Schendel e Cool (1988 apud CLEGG; HARDY; NORD, 2004, p. 231) ressalta que “observam que houve pouco uso da palavra no contexto gerencial antes de 1979”. É certo que o uso artificialmente comum da palavra estratégia e de suas formações mascara as diversas construções e os variados significados ao longo do tempo. Conforme Certo e Peter (1993), a administração estratégica busca manter a organização integrada com seu meio ambiente por meio de um processo contínuo e interativo. Os autores prezam que ela deva ser desempenhada em uma série de etapas, as quais são: análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes da organização, formulação e implementação da estratégia e controle estratégico. Segundo os autores, a administração estratégica, se praticada apropriadamente, pode aumentar a lucratividade da organização. Já para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003) o processo de administração estratégica, envolve todos os compromissos, decisões e ações que se tornam necessárias para que uma organização alcance um alto nível de competitividade um retorno acima da média. Conforme afirmam os autores, a eficácia da formulação e implementação de um bom plano estratégico está diretamente ligada às informações extraídas da análise dos ambientes interno e externo. A administração estratégica é aplicada para combinar as condições de um mercado que está em constantes mudanças com as fontes de insumos estratégicos da empresa – que são os recursos, capacidades e competências também em constante evolução. 7 3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Planejar é criar um plano para que o futuro aconteça a gosto de quem o cria, diferentemente de agir ao acaso, no improviso. O planejamento busca estabelecer objetivos e ações alternativas, buscando escolher sempre as melhores ações para atingir o sucesso da organização (CASAROTTO FILHO, 2002). Segundo Cunha (apud CASAROTTO FILHO, 2002, p. 34), planejamento estratégico “é um processo que consiste na análise sistemática da situação atual e das ameaças e oportunidades futuras, e a consequente formulação de estratégias, objetivos e ações”. Eis outro conceito inserido na história da humanidade, mais amplo e novamente aplicado à áreabélica, pois os exércitos precisavam de planejamento para o deslocamento dos seus recursos, de onde seriam as melhores posições para se aquartelarem, para se defenderem e para atacarem. É sabido que as legiões romanas não se deslocavam antes de identificar quais seriam as melhores rotas, onde teriam abastecimento de água potável e pastos para seus rebanhos e cavalos, pois um forte exército poderia ser, fácil e rapidamente, derrotado se não tivesse ou se fosse cortada sua fonte de recursos. Conforme Biagio e Batocchio (2012, p. 33), “o planejamento estratégico é um esforço para evitar que o negócio seja prejudicado caso ocorra uma mudança nas condições ambientais”. Nele devem ser analisadas as ameaças oriundas de fatores internos e externos à organização, bem como os pontos fortes e fracos da empresa. Esta análise permite nortear o futuro do mercado, estipulando metas e objetivos que vão de encontro com as oscilações do mesmo, e, assim, antecipar problemas e reagir mais rapidamente, como também estipular previamente alternativas para as consequências (BIAGIO; BATOCCHIO, 2012). Rezende (2008) traz planejamento estratégico com um processo dinâmico e sistêmico, com total envolvimento de pessoas capacitadas, realizado continuamente para determinar os objetivos, as estratégias e as ações da organização. O autor coloca que, para obter sucesso no planejamento estratégico, é preciso que a missão e a visão, junto com a estratégia, consigam motivar seu meio ambiente, tanto interno como externo, que seus objetivos sejam possíveis de ser alcançados e que seus colaboradores estejam comprometidos no desempenho de suas funções. O planejamento é uma das quatro funções básicas do administrador, compondo o chamado “processo administrativo”: planejamento, organização, direção e controle. Para que se possa conceber a sua relevância, é importante analisar o quadro: 8 Tabela 1: Processo administrativo Planejamento • Definir missão. • Formular objetivos. • Definir os planos para alcançá-los. • Programar as atividades. Organização • Dividir o trabalho. • Designar as atividades. • Agrupar as atividades em órgãos e cargos. • Alocar recursos. • Definir autoridade e responsabilidade. Direção • Designar as pessoas. • Coordenar os esforços. • Comunicar. • Motivar. • Liderar. • Orientar. Controle • Definir padrões. • Monitorar o desempenho. • Avaliar o desempenho. • Realizar ação corretiva. Fonte: CHIAVENATO, 2003, p. 168. No entendimento de Chiavenato (2003), o planejamento figura como a primeira função administrativa, por ser aquela que serve de base para as demais funções. O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos a serem atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Pare e pense: Considera-se o planejamento como um conjunto de providências adotadas, pelo nível estratégico da empresa, em um cenário futuro que tende a ser diferente do passado e geralmente realizado nos meses de novembro e dezembro. O planejamento estratégico tem um papel muito importante nos processos de mudanças: desenvolvimento de novos produtos/serviços, retenção do capital humano, expansão de mercado, novas tecnologias etc. 9 4. EMPREENDEDORISMO Falar sobre empreender na era da globalização está cada vez mais difícil, inovar é questão de sobrevivência e, para que isso aconteça, os administradores e empreendedores, gerentes, coordenadores e equipes precisam ser ágeis em sua tomada de decisão e otimização de processos, precisam contar com um planejamento estratégico que contenha informações operacionais e financeiras, conduzindo a empresa a um caminho de menos riscos. No Brasil existem muitas iniciativas aliadas ao processo de consolidação de projetos na área de empreendedorismo, pois o país apresenta um forte contingente de instituições e profissionais com capacidade de alavancar incentivos para criação de micro e pequenos negócios, a partir do sistema de incubação de empresas, ajudando no processo de disseminação da cultura empreendedora. Pare e pense Em tempos em que a tecnologia e a comunicação evoluem em questão de segundos, inovar é questão de sobrevivência e aprendizado! No Brasil, existem muitas iniciativas aliadas ao processo de consolidação de projetos na área de empreendedorismo, pois […] o país apresenta um forte contingente de instituições e profissionais com capacidade de alavancar incentivos para criação de micro e pequenos negócios, a partir do sistema de incubação de empresas, ajudando no processo de disseminação da cultura empreendedora (BEZERRA, 2011, p.). O empreendedorismo é marcado pelas oportunidades. Segundo Longenecker et al. (2011), as oportunidades empreendedoras se definem como uma inovação ou oportunidade que gera valores aos compradores e usuários finais que, por ela, despertam interesse. Ressalta também que determinada oportunidade não é igualmente percebida entre os indivíduos, devido às diferentes experiências e perspectivas de cada um deles. Os empreendedores são “indivíduos que descobrem as necessidades do mercado e abrem novas empresas para satisfazer essas necessidades” (LONGENECKER et al., 2011, p. 7). Já para Maximiniano (2011, p. 1), empreendedor é “a pessoa que assume o risco de começar uma empresa”. O autor traz a ideia de espírito empreendedor associada às pessoas realizadoras, as quais se arriscam e mobilizam recursos para começar uma organização de negócio. Os traços comportamentais dos empreendedores variam e se manifestam com diferente grau de intensidade de uma pessoa à outra, conforme explica o autor, esses traços integram as competências que todo o empreendedor deve possuir, tais como: criatividade e capacidade de implementação; disposição para assumir riscos; perseverança e otimismo; senso de independência. 10 Chiavenato (2004) complementa a ideia de empreendedor considerando além do indivíduo que cria novos negócios, o cita como uma energia da economia, uma alavanca de recursos, o impulso de talentos e a dinâmica de ideias. Conforme explica o autor, é o empreendedor quem descobre oportunidades e rapidamente as aproveita, antes que outros o façam, assumindo riscos e responsabilidades e inovando constantemente. Sobre uma perspectiva comportamental, Maximiniano (2011) apresenta quatro traços que integram as competências do empreender. Expõe a ideia de que o empreendedor deve possui capacidade de implementação e ser criativo, deve estar disposto a assumir riscos, ser perseverante e otimista e ter senso de independência. Explica que o empreendedor deve possui capacidades combinadas, de idealização e realização de algo novo, criando um cenário rico em incertezas e riscos. Assim devem ter coragem para enfrentar as possibilidades de insucesso ou perda, pois sua sobrevivência depende da persistência de seus esforços perante riscos e dificuldades, tendo em sua mente a visão do sucesso ao invés do fracasso. Gudim (2017) cita que o empreendedor precisa ser sonhador, acima de tudo. O autor descreve três pontos fundamentais para o empreendedorismo: Ter um propósito: Qualquer ideia que você tiver precisa ter um objetivo. Do contrário dificilmente conseguirá fazer com que ela avance. Pense no que você quer ao se tornar um empreendedor: ganhar mais dinheiro, resolver um problema da comunidade onde vive, realizar um sonho pessoal? Não importa o que te leve a isso e sim a razão que vai te mover e sustentar todas as suas decisões. Em outras palavras, encontre aquilo que vai te dar forças nos momentos de crise. Ferramentas: Tanto no processo de idealizar o projeto quanto na sua execução prática é importante contar com o máximo de ferramentas. Investigue o que é possível aplicar logo de início (modelo de negócio, sistemas de gestão, softwares para otimizar o processo etc.) e use. Se optar por deixar de lado as ferramentas e canais quea tecnologia oferece, começará atrasado e dificilmente conseguirá se estabelecer de maneira sólida em comparação com outros que empreenderam na mesma área. Aprender a aprender: Lembra quando disse que o mundo hoje é veloz? Pois bem, leve em consideração que vai precisar aprender sempre. As tecnologias mudam e por isso, aquilo que você aprendeu a usar há cinco anos talvez já esteja ultrapassado hoje. Via de regra é importante nunca se acomodar. 4.1 Características do empreendedor de sucesso Para uma tarefa simples como falar sobre um empreendedor de sucesso no Brasil, é preciso possuir algumas características e habilidades essenciais. O empreendedor de “sucesso” são pessoas que planejam e tomam ações ao invés de ficar esperando que a sorte venha lhe bater na porta, fazem a sorte acontecer e usam as crises para um novo crescimento. Numa visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza 11 antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação (POMBO, sd). Faz parte do senso comum descrever os empreendedores como “talentosos por natureza”, ou como “privilegiados pelo sistema econômico”, uma vez que, em muitas situações, ter o seu próprio negócio quer dizer dívidas de centenas de milhares de reais com bancos, cartões de créditos empresariais repletos de fornecedores ansiosos para receber, colaboradores a serem pagos e poucos clientes para permitir um fluxo de caixa que faça com que as contas fechem no “azul”. Dornelas (2005) diz que as características de um empreendedor de sucesso são: Visionários: eles têm a visão de como será o futuro para o seu negócio e a sua vida, e o mais importante: eles têm a habilidade de implementar seus sonhos. Sabem tomar decisões: Eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator-chave para o seu sucesso. E mais: além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente. São indivíduos que fazem a diferença: Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade (KAO, 1989 apud DORNELAS, 2005; VRIES, 1997 apud DORNELAS, 2005). Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. Sabem explorar ao máximo as oportunidades: Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou por acaso. Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidades, por meio de dados e informação. Para Schumpeter (1949 apud Dornelas, 2005), é aquele que quebra a ordem correta e inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. Para Kirzner (1973 apud Dornelas, 2005), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porém, ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento à informação, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. Determinados e dinâmicos: eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina. Dedicados: eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio. Comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho. Otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantém cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso. Independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes em vez de empregados; querem criar algo novo e determinar 12 os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser os próprios patrões e gerar empregos. Ficam ricos: ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios. Líderes e formadores de equipe: os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessorá-los nos campos onde não detêm o melhor conhecimento. Bem relacionados (networking): são organizados, os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxilia no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de forma racional, procurando o melhor desempenho do negócio. Planejam, planejam, planejam: os empreendedores de sucesso planejam cada passo do seu negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócio até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio etc., sempre tendo como base a forte visão do negócio que possuem. Possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que, quanto maior o domínio sobre o ramo do negócio, maior é sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos, ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes. Assumem riscos calculados: talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E, para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora. Criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em buscar soluções para melhorar a vida das pessoas. 13 Pare e pense Ser o seu próprio “chefe” tem diversos riscos. É necessário estar aberto a mudanças, assumir responsabilidades e sofrer pressões da sociedade, dos órgãos governamentais e dos empregados. A dedicação ao trabalho aumenta significativamente: muitas vezes trabalha-se mais de 8 horas por dia, sem salário fixo garantido no final do mês, sem férias, décimo terceiro, fundo de garantia e mesmo uma aposentaria, caso a pessoa não opte por fazer uma contribuição ao INSS ou para a aposentadoria privada (KROICH, sd). Apesar dos riscos e desafios, empreender é a forma crucial que um país tem para gerar riquezas. O objetivo desta unidade não é amedrontar, muito menos desencorajar a atitude inovadora, mas guiar o capital emocional para um caminho mais seguro, onde as raízes e objetivos da organização estejam claros desde o início. Note que podemos fazer uma lista com centenas de habilidades, características ou posturas de que um empreendedor necessita. Isso acontece porque o empreendedor precisa estar em constante aprimoramento, evolução e aprendizado técnico e emocional.O mundo corporativo é dinâmico. Então, nossos empreendedores precisam se reinventar juntamente com os produtos e serviços que oferecem. Explore JACK Ma: Dicas para jovens empreendedores (legendado). Parte I. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=saiggTj2HRg. 14 Jack Ma: Dicas para jovens empreendedores (legendado). Parte II. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a7HqwqwC2DQ. 4.2 Os impactos na vida pessoal e profissional do empreendedor Sempre ouvimos a seguinte pergunta: “como conciliar a carreira com a vida pessoal?”. Para um empreendedor, isso não é diferente. Contudo, ainda mais desafiador, uma vez que sua vida pessoal, muitas vezes, faz parte da vida profissional. O empreendedor está, o tempo todo, em trabalho, mesmo fora de seu negócio. Sua mente está focada em trazer soluções para os problemas e desafios diários do mercado, que vão desde lidar com os concorrentes a até fundamentar uma sólida cultura empresarial. Afundar-se no trabalho é como todo e qualquer escapismo, apenas uma forma de fugir dos problemas da vida cotidiana e do mundo que nos cerca. Por isso, elaborei algumas dicas para conciliar a vida pessoal e profissional: evite levar problemas para casa; ao trabalhar em casa, crie um espaço onde seu trabalho é desenvolvido, impedindo que ele tome toda a sua vida; estabeleça objetivos que permitam que você tenha tempo para descansar e para desfrutar o lazer; ao ter um companheiro ou companheira, seja sincero sobre suas ambições e a razão do seu esforço no trabalho; permita-se tirar férias em épocas nas quais o negócio é mais “calmo”. Assim, você não se sentirá culpado; tenha sempre um ou mais colaboradores de confiança que possam lidar com os desafios da empresa na sua ausência; jamais projete seu negócio como o seu único objetivo de vida. Caso contrário, as frustrações lhe roubarão a motivação; não aceite trabalhar mais de 12 horas por dia, 7 dias por semana, como algo normal. Se isso acontece, você está perdendo a capacidade de delegar as funções; o dinheiro é o objetivo do empreendimento, mas isso não pode custar a sua saúde; ter um tempo para a família não é um luxo, e sim um direito; embora contatos sejam importantes, não transforme todas as suas relações pessoais em possíveis “negócios”; meditação, leitura e exercícios são aliados da mente saudável do empreendedor; pense nos estudos como investimento e não como obrigação; os filhos só crescem uma vez. Lembre-se disso; tenha orgulho do seu legado, independentemente do tamanho dele; https://www.youtube.com/watch?v=a7HqwqwC2DQ 15 saiba separar as amizades dos negócios; um colaborador eficiente é mais importante do que apadrinhar um amigo ou parente; ao trabalhar com a família, saiba estabelecer hierarquia; empresas não são eternas, assim como a nossa vida. Essas dicas abordam tópicos cruciais que podem ajudar o empreendedor a viver em equilíbrio com a vida pessoal e profissional. Pare e pense O empreendedor trabalha para o lucro, mas o corpo e a mente destruídos pela imprudência geram apenas gastos, sejam financeiros, sejam ligados à própria vida. 16 REFERÊNCIAS BIAGIO, Luiz Arnaldo; BATOCCHIO, Antônio. Plano de negócios: estratégia para micro e pequenas empresas. 2. ed. Barueri: Manole, 2012. BRASILEIRO, Silvio. Características do Comportamento Empreendedor (CCE) para o sucesso. 2010. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/ccecaracteristicasdocomportam entoempreendedorparaosucesso/47246/. CASAROTTO FILHO, Nelson. Projeto de negócio: estratégias e estudos de viabilidade. São Paulo: Atlas, 2002. CERTO, Samuel; PETER, J. Paul. Administração estratégica: planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1993. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2004. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Transformando ideias em negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DORNELAS, José. Estudo sobre as características dos empreendedores de sucesso. 2017. Disponível em: https://www.empreenderegerir.com.br/2017/11/estudo-sobre-as-caracteristicas- dos.html. GUDIM, Yanick. O que é ser empreendedor nos dias de hoje? 2017. Disponível em: https://abstartups.com.br/2017/12/05/oqueeserempreendedornosdiasdehoje/?gclid= EAIaIQobChMIpMWT2OGJ4QIVjIKRCh0-7AIMEAAYASAAEgIwxvD_BwE. Acesso em: 08 ago. 2019. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica: competitividade e globalização. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003. KROICH, P. Ser ou não ser empreendedor? Eis as [sic] questão. Sebrae/SC, sd. Disponível em: http://ricardoverissimo.com.br/ser-ou-nao-ser-empreendedor-eis-as- questao/. Acesso em: 08 ago. 19. 17 LONGENECKER, Justin G. et al. Administração de pequenas empresas. 13. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. MARQUES, José Roberto. Conceito de planejamento: o que é e como funciona? 2017. Disponível em: https://www.jrmcoaching.com.br/blog/conceito-de- planejamento-o-que-e-e-como-funciona/. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. POMBO, Adriane Alvarenga da Rocha. O que é ser empreendedor? Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/A2EE EAD6407D759003256D520059B1F8/$File/NT00001D9A.pdf. Acesso em: 08 ago. 19. REZENDE, Denis Alcides. Planejamento estratégico para organizações privadas e públicas: guia prático para elaboração do projeto de plano de negócios. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. SAHLMAN, W. A. 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