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Com base no Livro DOS DELITOS E DAS PENAS de Cesare Beccaria, responda as questões abaixo: 1) “As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente entre todos os membros. Entretanto, numa reunião de homens, percebe-se a tendência contínua de concentrar no menor número os privilégios, o poder e a felicidade, e só deixar à maioria miséria e debilidade. Apenas com boas leis se podem impedir esses abusos. ” Como resolver isso, se são justamente os privilegiados que fazem as leis? RESPOSTA: Beccaria apontava que a sociedade da sua época, desprezava aos de classe baixa. Muito o inquietava a respeito da concentração de riqueza e muitos privilégios nas mãos da minoria, ou seja, dos poderosos. Em virtude desses fatos, uma possível solução seria, que não houvesse uma segunda reeleição de um mesmo candidato. Dessa forma, iria variar, ou seja, seria possível ter o conhecimento do novo, sendo possível assim a elaboração de leis vigentes e novas. 2) “Ainda que a atrocidade das penas não fosse reprovada pela filosofia, que é a mãe das virtudes benéficas e, por esse motivo, esclarecida, que prefere governar homens felizes e livres a dominar covardemente um rebanho de tímidos escravos; ainda que os castigos cruéis não se opusessem diretamente ao bem público e à finalidade que se lhe atribui, a de obstar os crimes, será suficiente provar que essa crueldade é inútil, para considerá-la então odiosa, revoltante, em desacordo com a justiça e com a natureza mesma do contrato social.” Na visão do autor penas cruéis são odiosas, porém, uma grande parcela da nossa sociedade gostaria de ver penas como: de morte, castração química, etc. Nossa sociedade está retrocedendo? RESPOSTA: Na minha opinião a sociedade não está retrocedendo, estamos caminhando em passos curtos. A pena de morte, castração química entre outras, deixaria os criminosos mais relutantes em relação a cometer delitos, pois não seria mais só pagar uma fiança e ter direito à liberdade novamente. Dessa forma acredito que diminuiria a quantidade de crimes. 3) “Se a arbitrária interpretação das leis constitui um mal, a sua obscuridade o é igualmente, pois precisam ser interpretadas. Tal inconveniente ainda é maior quando as leis não são escritas em língua comum.” O povo realmente é capaz de compreender as leis? RESPOSTA: Beccaria fala da importância de conhecer e interpretar a lei, para que assim o cidadão tenha total convicção das consequências das ações. Dessa maneira, evitariam os delitos e crimes, pois premeditariam o resultado de suas ações. Ele frisa também a importância de ter leis claras, de fácil entendimento para se alcançar a estabilidade política para que o poder esteja somente sobre pessoas. Para Beccaria as leis deverias ser divulgadas, tornando-se como revistas, livros entre outros. Desse modo os cidadãos teriam total conhecimento das leis, fazendo com que eles não venham a cometer certos atos. Dito isso, acho que o povo não tem tanta facilidade da compreensão das leis, mesmo sendo de fácil acesso para a leitura. Pois elas possuem entendimento elaborado específicos para a área jurídica. 4) “Somente a necessidade obriga os homens a ceder uma parcela de sua liberdade; disso advém que cada qual apenas concorda em colocar no depósito comum a menor porção possível dela. A reunião de todas essas pequenas parcelas de liberdade constitui o fundamento do direito de punir. Todo exercício do poder que deste fundamento se afastar constitui abuso e não justiça; é um poder de fato e não de direito, constitui usurpação e jamais um poder legítimo. As penas que vão além da necessidade de manter o depósito da salvação pública são injustas por sua natureza. ” Penas brandas conseguem manter o controle social, ou passam sensação de impunidade e não são cumpridas? RESPOSTA: Para Rousseau o homem nascia livre, bom, no entanto, a sociedade o deteriorava, devido aos valores de vaidade, ou seja ele se tornaria escravo do mundo de aparências. O mesmo também afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social. Beccaria dizia que as punições devem ser de acordo com o ato ilícito cometido. Na minha opinião penas baixas não mantem o controle social, pois o criminoso perde o medo de cometer delitos, sabendo que sua punição poderá ser somente uma pena branda. 5) “A proporção que as penas forem mais suaves, quando as prisões deixarem de ser a horrível mansão do desespero e da fome, quando a piedade e a humanidade adentrarem as celas, quando, finalmente, os executores implacáveis dos rigores da justiça abrirem o coração à compaixão, as leis poderão satisfazer-se com provas mais fracas para pedir a prisão.” Nosso sistema prisional tal qual é hoje, é capaz de ressocializar o agente? RESPOSTA: No Brasil a vários tipos de sistema prisional, então devemos cuidar de cada um com um olhar especifico. No entanto, a maior parte dos presídios são falhos, eles acabam piorando o comportamento do infrator, dessa forma e visto que ele não se ressocializara na sociedade com a intenção de recomeçar, pois o sistema penitenciário brasileiro é um ambiente degradante, acarretando no pior desenvolvimento do presidiário. Além disso a superlotação e a precariedade contribuem com a ação violenta dos detentos. 6) “É uma barbárie consagrada pelo uso na maioria dos governos aplicar a tortura a um acusado enquanto se faz o processo, seja para que ele confesse a autoria do crime, seja para esclarecer as contradições em que tenha caído, seja para descobrir os cúmplices ou outros crimes de que não é acusado, porém dos quais poderia ser culpado, seja finalmente porque sofistas incompreensíveis pretenderam que a tortura purgava a infâmia. ” É possível extrair a verdade do interrogado sem o uso da força física? RESPOSTA: Para Beccaria, nenhuma confissão dita através da força física (tortura) é válida, devido ao fato, que o indivíduo pode mentir ou confessar um crime que não cometeu, pois não quer sofrer. Então acredito que sim, é possível, pois não há risco do julgado se culpar por algo que não fez. 7) “Diante do espetáculo dessa imensidade de tormentos que jamais tornaram melhores os homens, desejo examinar se a pena de morte é realmente útil e se é justa em um governo sábio. Quem poderia ter concedido a homens o direito de fazer degolar seus iguais? Tal direito não tem por certo a mesma origem que as leis que protegem.” A pena de morte é útil ou justa em alguma sociedade? RESPOSTA: Beccaria questionava a existência de penas de morte, pois a “prática indica que os criminosos não são amedrontados por ela. Se a lei condena o homicídio e o declara hediondo, não deveria praticar morticínios públicos.”. A pena de morte tira o que há mais precioso. Devido a isso, acredito que ela não seja útil e muito menos justa, pois, o que adianta tirar a vida de uma pessoa, ela não pagaria pelo próprio crime. E como no caso do livro “exploradores de caverna”, eles são condenados a morte por se alimentarem de um dos amigos, que aceitou o jogo e foi servido de alimento, no entanto, do que adiantou a morte de Roger se os outros cujo ele foi servido de alimento para salvar a vida, também foram sentenciados a morte, ou seja, Roger morreu em vão. Dessa forma não vejo a pena de morte como algo útil e justa em sociedade alguma. 8) “Das simples considerações das verdades até aqui expressas advém a evidências de que a finalidade das penalidades não é torturar e afligir um ser sensível, nem desfazer um crime que já está praticado. Como pode um organismo político que, em lugar de se dar às paixões, deve ocupar-se exclusivamente em colocar um freio nos particulares, exercer crueldades inócuas e utilizar o instrumento do furor, do fanatismo e da covardia dos tiranos? Poderão os gritos de um desgraçado nastorturas tirar do seio do passado, que não volta mais, uma ação já praticada? ” As penas no Brasil são proporcionais aos delitos praticados? RESPOSTA: Beccaria dizia que (“a intensidade da sanção deve ser proporcional à infração cometida, tendo em vista o grau de prejuízo ao bem público. A distribuição desigual de penas produz contradições, tendo em vista que o homem é motivado, em suas ações, a agir com vistas à recompensa ou a evitar castigo. Daí, um criminoso sempre se inclinará a praticar crimes com menores penas. Portanto, é necessário que o legislador estabeleça divisões principais na distribuição das penas proporcionadas aos delitos e que, sobretudo, não aplique os menores castigos aos maiores crimes.”) ou seja, caso as penas sejam menores que o crime, isso induz ao criminoso a cometer delitos, por isso ela precisa ser proporcional ao ato cometido. Com um olhar crítico, elaborado por mim, as penas no Brasil não são proporcionais aos delitos praticados, principalmente negociar a liberdade por pagamento da fiança, e por vidas que foram tiradas terem somente como punição 6 a 20 anos de prisão.
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