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Estudo Dirigido de Direito Civil I - Parte 2

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Estudo Dirigido - Direito Civil I 
 
1. Quais os três planos distintos que o negócio jurídico apresenta no artigo 104 do CC? 
 
Resp: 
 agente capaz; 
 objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
 forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
2. Se o negócio jurídico for realizado por incapaz, pode ele invocar incapacidade para eximir-se da obrigação se, no 
mesmo momento que praticou o ato ocultou sua idade? 
 
Resp: A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem 
aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação 
comum (art. 105) 
 
3. Após breve leitura dos arts.115 à 120 descreva como se opera o instituto da representação no ordenamento civil 
brasileiro. 
 
Resp: A representação se dá por lei ou pelo interessado (art. 115), ações ou omissões do representante, nos 
limites dos seus poderes, produz efeito no ao representado (art. 116). É anulável o negócio jurídico que o 
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo, salvo se permitir a lei ou o 
representado (art. 117). O representante é obrigado a provar as pessoas, quando tratar em nome do 
representado, suas qualidades e seus poderes, sob pena de responder por atos que excedam seus poderes (art. 
118). É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato 
deveria ser de conhecimento dos envolvidos. É de 180 dias, a contar da conclusão do negócio, o prazo para 
solicitar a anulação deste (art. 119). Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas 
normas respectivas (art. 120). 
 
4. Aponte quais os elementos acidentais do negócio jurídico, conceituando-os. 
 
Resp.: 
 Condição: 
o Elemento acessório, inexo, futuro e incerto, que condiciona a produção dos efeitos do negócio 
jurídico (art. 121, CC/2002). A incerteza e a futuridade têm que ser tomadas de forma objetiva. 
Considera-se condição a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e 
incerto. 
o Requisitos: 
 Voluntariedade; 
 Incerteza do evento; 
 Futuridade do evento. 
 Por serem inexas, as condições devem seguir os mesmos requisitos de validade do 
negócio jurídico, ressaltando-se, aqui, a licitude e a possibilidade da condição. 
 O Código Civil de 2002 (art. 121) inovou ao reduzir a abrangência da licitude das 
condições, considerando ilícitas as condições que forem contrárias à lei, à ordem 
pública ou aos bons costumes 
o Classificação 
 Quanto ao conteúdo: causais; simplesmente potestativas; mistas; puramente 
potestativas; Perplexas. 
 Quanto à eficácia: suspensivas; Resolutivas. 
 Quanto à possibilidade: Condições possíveis; Condições impossíveis; Condições 
mistas. 
 Quanto à natureza (ou fonte): Condições causais; Condições potestativas 
 
 
 Termo: 
o Elemento acidental que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e certo. Traduz-
se em um limite temporal, em um prazo estipulado, podendo este prazo ser determinado ou 
indeterminado. 
o Características: 
 Futuridade; 
 Certeza do evento. 
o Classificação: 
 Quanto à eficácia: 
 Inicial, dilatório, suspensivo ou dies a quo: determina o início da produção 
dos efeitos do negócio jurídico. 
 Final, resolutivo, peremptório ou dies ad quem: determina o final da 
produção dos efeitos do negócio jurídico. 
 Quanto ao momento de sua ocorrência: 
 Determinado: prazo certo. 
 Indeterminado: prazo incerto. 
 Quanto ao modo de seu nascimento: 
 Convencional: nasce da vontade das partes; 
 Legal ou de direito: decorre da lei; 
 Judicial ou de graça: imposto por decisão do juiz. 
 Encargo: 
o É uma cláusula que é aposta aos negócios jurídicos gratuitos e que, sem impedir a aquisição ou 
o exercício do direito, impõe ao beneficiário uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, sem que 
tal obrigação caracterize uma contraprestação. Traduz-se em uma limitação da liberdade que 
cria um vínculo obrigacional que pode ser exigido pelo autor da liberalidade. O encargo que 
impede a aquisição e o exercício do direito deve vir expressamente imposto como condição 
suspensiva. O encargo é anexo e, por isso, sua invalidade não atinge a validade do negócio 
jurídico a que foi aposto. Porém, o encargo ilícito ou impossível colocado como motivo 
determinante da liberalidade, é inexo e invalida o próprio negócio. 
 
5. Apresente dois exemplos de negócios jurídicos que não estão sujeitos aos elementos acidentais. 
 
Resp: Emancipação e casamento 
 
6. Estabeleça um paralelo entre a condição suspensiva e resolutiva. 
 
Resp: As condições suspensivas suspendem a eficácia do negócio jurídico até o advento do evento futuro e incerto 
aposto voluntariamente. Enquanto não for implementada a condição, o direito não terá sido adquirido, mas 
aquele que possui o direito condicional, durante o período de pendente conditione, pode tomar medidas 
acautelatórias para a proteção de seu direito. Há uma proteção ao credor condicional (arts. 126 e 130). 
 As condições resolutivas não impedem a aquisição do direito. Porém, vindouro o evento condicional, provoca 
sua extinção, resolvendo o negócio jurídico. A proteção ao credor condicional também abrange os negócios 
submetidos à condição resolutiva (art. 130). 
 
7. Estabeleça um estudo comparativo entre caso fortuito e força maior. 
 
Resp: O caso fortuito e a força maior, se caracterizam pela presença de dois requisitos: o primeiro é objetivo, que 
se configura na inevitabilidade do evento; e o segundo é o subjetivo, que é a ausência de culpa ou a 
imprevisibilidade do acontecimento. 
Na força maior conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois se trata de um fato da natureza, como o raio, 
que provoca incêndio, a inundação, que danifica produtos. No caso fortuito, acidente que gera o dano, advém de 
causa desconhecida, como o cabo elétrico aéreo que se rompe e cai sobre fios telefônicos, causando incêndio. 
 
 
 
8. Apresente o conceito de ato-fato informando um exemplo. 
 
Resp: O Ato-Fato Jurídico é um fato jurídico qualificado pela atuação humana. É um ato humano, com substancia 
de fato jurídico, não sendo relevante para norma se houve, ou não, intenção de praticá-lo. É um "fato humano", 
onde a relevância é atribuída à consequência do ato e não a vontade humana 
 
9. O que significa reserva mental para o direito civil? 
 
Resp: A reserva mental espécie de divergência intencional entre a vontade interna e a vontade declarada através 
da qual o declarante emana vontade que não pretende cumprir no intuito de ludibriar o declaratário, que, no ato 
da celebração do negócio, em regra desconhece a real intenção (reservada) da outra parte 
 
10. Caio foi submetido a uma cirurgia de alto risco em decorrência de graves problemas de saúde. Durante a realização 
da cirurgia, o médico informa à esposa de Caio a respeito da necessidade de realização de outros procedimentos 
imprescindíveis à manutenção da vida de seu marido, não cobertos pela apólice. Diante da necessidade de 
adaptação à nova cobertura, a esposa de Caio assina, durante a cirurgia de seu marido, aditivo contratual com o 
plano de saúde (que sabia da grave situação de Caio), cujas prestações eram excessivamente onerosas. Em face 
dessa situação, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. A) O negócio jurídico firmado entre a esposa 
de Caio e o plano de saúde é inquinado por um vício de consentimento. Qual seria esse vício? B) O vício presente 
no negócio jurídico acima descrito faz com que o ato firmado se torne nulo ou anulável? Justifique 
 
Resp: 
A) A hipótese trata de estado de perigo, conforme descrito no Art. 156, do CC. 
B) O estado de perigo gera anulabilidade do negócio jurídico, conforme preconiza o Art. 171 II ou o Art. 178, II do 
CC. 
 
11. Sobre o dolo, como defeito do negócio jurídico, responda: a) Qual a diferença entre dolo e erro? b) o que é dolo de 
terceiro? Explique suas consequências.Resp: 
 
A) Erro ou ignorância: neste ninguém induz o sujeito a erro, é ele quem tem na realidade uma noção falsa sobre 
determinado objeto. Esta falsa noção é o que chamamos de ignorância, ou seja, o completo 
desconhecimento acerca de determinado objeto. O erro é dividido em: acidental erro sobre qualidade 
secundária da pessoa ou objeto, que não vicia o ato jurídico, pois não incide sobre a declaração de vontade; 
essencial ou substancial refere-se à natureza do próprio ato e incide sobre as circunstâncias e os aspectos 
principais do negócio jurídico; este erro enseja a anulação do negócio, vez que se desconhecido o negócio 
não teria sido realizado. 
Dolo é o meio empregado para enganar alguém. Ocorre dolo quando o sujeito é induzido por outra pessoa a 
erro 
 
B) Se refere ao terceiro que nada tem a ver com o negócio jurídico, mas que dá a sua opinião sobre ele. Para 
que se configure há necessidade de conhecimento de uma das partes contratantes. Só assim, anula o negócio 
jurídico. Exemplo: agente que pretende adquirir uma joia a creditando ser ela de ouro, o vendedor sabendo 
que não é de ouro nada diz a respeito, se cala e um terceiro que nada tem a ver com a relação jurídica, emite 
opinião sobre a coisa, encarecendo que ela é de ouro. (art. 148) 
 
 
12. Estabeleça a distinção entre lesão e estado de perigo. 
 
Resp: Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua 
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. (art 156). 
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. (art 157). 
13. Angelo Moreira Alves comprou de Sebastião dos Palmares, em 27 de maio de 2015, um FOOD TRUCK adaptado 
para venda de massas (comida italiana), no valor de R$ 52.000,00, ano do veículo 2011. Sebastião ficou de 
entregar a Angelo o FOOD TRUCK em 27 de julho de 2015. Angelo ficou de depositar o pagamento na conta 
corrente de Sebastião em 25 de julho de 2015. Pergunta-se: A) As datas de entrega do FOOD TRUCK e do depósito 
do pagamento são exemplos de ENCARGO? Justifique sua resposta. B) O fogão do FOOD TRUCK é um exemplo de 
benfeitoria voluptuária? Justifique sua resposta. C) Os bancos de plásticos, colocados na rua para os consumidores 
do FOOD TRUCK consumirem sentados, são exemplos de benfeitoria necessária? Justifique sua resposta. D) A 
compra do FOOD TRUCK realizada por Angelo é um exemplo típico de ato jurídico em sentido estrito? Justifique 
sua resposta. 
 
14. João, 38 anos, solteiro e sem filhos, possui um patrimônio de cinco milhões de reais. Preocupado com o 
desenvolvimento da cultura no Brasil, resolve, por meio de escritura pública, destinar 50% de todos os seus bens 
à promoção das Artes Plásticas no país, constituindo a Fundação Pintando o Sete que, 120 dias depois, é 
devidamente registrada, sendo a ela transferidos os bens. Ocorre, todavia, que João era devedor em mora de três 
milhões e quinhentos mil reais a diversos credores, dentre eles o Banco Lucro S/A, a quem devia um milhão e 
quinhentos mil reais em virtude de empréstimo contraído com garantia hipotecária de um imóvel avaliado em 
dois milhões de reais. Outros credores de João, preocupados com a constituição da referida Fundação, o procuram 
para aconselhamento jurídico. Considerando os fatos narrados como verdadeiros, responda: O ato de destinação 
de 50% dos bens de João para a criação da Fundação pode ser invalidado? 
 
Resp: A doação de 50% do patrimônio de João para a constituição da Fundação pode ser anulada por fraude 
contra credores, defeito do negócio jurídico previsto nos artigos 158 e 159, do Código Civil, buscando a 
disponibilização aos credores do patrimônio transferido à Fundação, segundo o Art. 165 do Código Civil. Protege 
-se assim o interesse de seus credores, desde que quirografários ou aqueles cuja garantia se revele insuficiente 
(Art. 158, c/c § 1º, do CC/2002). Contudo, o Banco Lucro S/A é um credor hipotecário com garantia real 
suficiente à satisfação de seu crédito, não estando legitimado, portanto, a mover ação anulatória do negócio 
jurídico conhecida por “ação pauliana”. 
 
15. Rafael, vítima de lesão, foi levado assim, por necessidade, a firmar um contrato escrito de compra e venda com 
seu agressor, cujas prestações eram consideravelmente desproporcionais. Por força da avença viciada, ele fora 
induzido, ainda, a prestar um sinal de R$15.000 (quinze mil reais). Diante à narrativa supra, responda 
justificadamente às perguntas abaixo: 
 
a) O contrato firmado por Rafael existiu? O contrato firmado foi válido? Por quê? 
b) O Ministério Público, tomando ciência do fato, poderia pedir a anulação do contrato? Por quê? 
c) Se o contrato for anulado, Rafael terá direito à restituição do sinal e das prestações pagas? Justifique. 
 
Resp: 
A) O contrato existiu, mas se torna inválido porque foi firmado através de coação como versa o art 151 
B) Sim, o art 168 prevê a ação do MP quando de nulidades por coação 
C) Sim, Rafael terá direito a restituição dos valores gastos de acordo com o artigo art 182 (Anulado o negócio 
jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-
las, serão indenizadas com o equivalente.) 
 
16. Messias decide doar três imóveis para Carol, presidente de uma ONG, mas determina que eles sejam utilizados 
exclusivamente em atividades de ensino para crianças com necessidades especiais. Carol assume o 
compromisso de cumprir tal destinação, mas, meses depois, os utiliza para a implantação de uma rede de 
padarias. 
a) A doação feita por Messias possui qual elemento acidental? Justifique e conceitue. 
b) Pode haver revogação dessa doação? Fundamente a resposta. 
 
Resp: 
A) Elemento de Condição, uma vez que os imóveis doados só deveriam ser utilizados para determinado fim 
(Classificação quanto à possibilidade) 
B) Sim. O art 121 (“Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, 
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.”) garante o efeito jurídico 
 
17. Aurélio pretendendo reaver um bem perdido pelo filho Juninho, coloca anúncio em jornal local oferecendo 
recompensa. Em seu íntimo, não deseja reavê-lo o que comenta com seu vizinho Mário. Nessa situação, se 
Mário encontrar o bem perdido fará jus à recompensa? Por quê? 
 
Resp: Os artigos 854 (“Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a 
quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido”) e 
855 (“Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que 
não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada”) versam sobre a recompensa, e o art 
140 diz que “O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.”, 
assim Mario faz jús a recompensa.

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