Prévia do material em texto
PSICOLOGIA GENÉTICA DE HENRI WALLON Noções Gerais • Para Henri Wallon, o desenvolvimento humano ocorre a partir de uma relação contínua entre pensamento, afetividade e movimento. • cada dimensão cria novas possibilidades, novos recursos motores, afetivos, cognitivos que se revelam em atividades que, ao mesmo tempo que convivem com as atividades adquiridas anteriormente, preparam uma mudança para o estádio seguinte Noções Gerais • Wallon defendia que nosso desenvolvimento é influenciado por fatores biológicos e fatores sociais. • Os fatores biológicos estão relacionados as nossas condições físicas e psíquicas., enquanto os fatores sociais são as influencias da cultura e valores sociais na forma como nos desenvolvemos. Campos Funcionais: Conjunto Motor • Para Wallon nosso desenvolvimento se inicia pelo movimento. • É o primeiro sinal de vida psíquica da criança, ainda no período pré-natal e se faz presente ao longo de toda nossa vida. • Há então, para ele, uma necessidade de liberdade dos movimentos para que seja possível aquisição do conhecimento. Ex. Fala – língua. Campos Funcionais: Conjunto Motor • O movimento terá duas dimensões distintas: • Dimensão Afetiva (expressiva): Diz respeito aos movimentos relacionados as expressões das emoções e tem intenção de causar impacto sobre o outro. • Dimensão cognitiva (instrumental): Movimento de ação direta sobre o meio físico. • A primeira função do movimento é afetiva e serve, principalmente, para se comunicar com o adulto próximo. Campos Funcionais: Conjunto Motor • O caráter cognitivo do movimento começa a surgir a partir dos gestos de pegar, empurrar, abrir e fechar. • O andar possibilita que a criança explore e reconheça o mundo ao seu redor. • A linguagem permite reforçar a identificação e significado dos objetos; Campos Funcionais: Conjunto Motor • Um importante conceito da teoria é o pensamento ideomotor, que consiste na construção de pensamento sustentado pela motricidade. • Os movimentos iniciam “largos” e descoordenados e, ao longo do desenvolvimento se tornam refinados, coordenados e, preferencialmente expressos por meio da linguagem. Criança com raiva X Adulto com raiva Campos Funcionais: Conjunto Motor • O ato mental projetado em atos motores, abre caminho para a representação dos objetos. • A imitação é o preludio da representação. Ao imitar a criança mostra como compreendeu a situação ou objeto. Campos Funcionais: Conjunto Afetivo • No conjunto afetivo encontramos as funções responsáveis pelas emoções, sentimentos e pela paixão. • A afetividade está relacionada a condição de ser afetado pelos mundos interno e externo, que nos estimulam tanto no movimento do corpo como no mental. • Quando o aspecto afetivo se entrelaça com o motor e o cognitivo é que a criança constituirá seus valores, interesses, necessidades e motivações. Campos Funcionais: Conjunto Afetivo • As emoções consistem essencialmente em sistemas de atitudes que respondem a uma determinada espécie de situação. • As emoções é o primeiro ponto de comunicação entre a criança e o meio envolvente. • Tem natureza biológica, mas também social. • Ao mesmo tempo que acontecem internamente, as emoções trazem consigo mudanças visíveis na expressões faciais, gestos e posturas Campos Funcionais: Conjunto Afetivo • “A razão nasce da emoção e vive de sua morte” (Dantas, 1990) • Quando a emoção prevalece, a razão se retrai, e vice-versa. • Emoção e razão possuem a mesma origem, mas se complementam e se opõem na constituição da pessoa. • Ao longo do desenvolvimento as manifestações iniciais são substituídas por novas exigências afetivas e, ao perceber e compreender essas mudanças, o ser humano passa a traçar um caminho eficiente para resolver boa parte dos conflitos que surgem na relação eu-outro. Campos Funcionais: Conjunto Cognitivo • No conjunto cognitivo encontramos as funções responsáveis pela aquisição, transformação e manutenção do conhecimento. • Estão relacionados a esse conjunto a linguagem, memória, atenção, imaginação, aprendizagem. • Para Wallon, a linguagem é suporte e instrumento para o progresso do pensamento e para a constituição do “eu” Campos Funcionais: Conjunto Cognitivo • Ao longo do nosso desenvolvimento vemos as expressões cognitivas das crianças se modificarem e evoluírem. • O que se inicia a partir de uma inteligência sensório-motora, com passar do tempo passa a ter o apoio da linguagem e, posteriormente se desenvolvem por meio da função simbólica e do pensamento abstrato. Estágios do desenvolvimento Estágios do desenvolvimento • O desenvolvimento avança de acordo com a sucessão de estágios, que se caracterizam pelo maior domínio dos conjuntos motor e cognitivo propiciado pela maturação e pelo meio social. • Afetividade e inteligência se alternam ao longo do desenvolvimento, se tornando predominante em cada um dos estágios. Estágios do desenvolvimento • Nos estágios que a afetividade predomina, o desenvolvimento faz a pessoa se voltar para dentro de si. • Nos estágios que a inteligência impera, a pessoa se volta para “fora”, ou seja, em direção aos outros, se dedica a descobrir e investigar o mundo exterior. • Predominância não significa exclusividade...quando uma área está predominando em um estágio a outra continua presente e se desenvolvendo, mas de forma mais coadjuvante. Estágio Impulsivo-emocional ( 0 a 1 anos) A etapa impulsiva prepara para a etapa emocional. A emoção é manifestada por meio da motricidade. O movimento atua sobre o meio como forma de comunicação. A emoção é o elo entre criança e o outro. A construção do eu, nessa fase, se pauta no processo de diferenciação do outro. Estágio Impulsivo-emocional • O estágio é dividido em dois momentos: • Impulsivo: dos 0 aos 3 meses, em que predomina as necessidades primárias e movimentos reflexos e descoordenados. A criança se comunica por meio de seus movimentos e impulsos. • Emocional: A criança começa a realizar expressões e comunicações coordenadas e intencionais, com características essencialmente afetivas. Estágio sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos) • Nessa fase a criança passa a explorar e manipular a realidade exterior, colocando-a em contato com o mundo físico e, consequentemente, com as questões intelectuais, voltadas aos aspectos mais subjetivos. • As capacidades de falar e andar, possibilita que a criança expanda o seu raio de acesso e exploração, bem como identifique e nomeie os objetos, aumento seu nível de conhecimento. Estágio sensório-motor e projetivo • Ao longo desta etapa há uma nova forma de utilizar as coisas, que deixam de ser apenas exploradas e manuseadas e se tornam significantes, passando a fazer sentido mesmo após o aqui e agora. Estágio do Personalismo (3 a 6 anos) • A criança volta novamente para si e busca enriquecer seu “eu”, além de desenvolver sua personalidade. • A criança ainda continua buscando se diferenciar do outro, no entanto, nessa fase essa diferença se torna mais sutil e subjetiva. • Para a construção de sua personalidade, a criança vive três momentos: oposição, sedução e imitação. Estágio do Personalismo • Oposição: A criança busca a afirmação de si e sente prazer em confrontar e contradizer as outras pessoas sua em sua volta. • Sedução: Isso a criança passa a ter a necessidade de ser admirada de sentir que agrada ao outro pois assim também poderá se admirar . • Imitação: A criança passa a cobiçar a qualidade dos outros pois as suas próprias qualidades já não são suficientes. Na imitação, a criança se apodera das qualidades e méritos dos outros e passar a ter em si mesmo. Estágio Categorial ( 6 a 11 anos) • Apesar de continuar a se desenvolver motora e afetivamente a criança nessa fase Estará voltada para o desenvolvimento intelectual • Aprender a se conhecer com uma pessoa em diferentes grupos com diferentes papéis além de tomar conhecimento de suas possibilidades para adquirir um conhecimento mais complexo. •O maior domínio do universo simbólico ermitirá que ela se dirija a objetos não necessariamente presentes, sobre os quais poderá pensar e operar, Adolescência • Nessa fase o aadolescente volta-se novamente para o mundo humano, modificada pelo caráter cognitivo da etapa anterior, distinguindo-se do outro pela diferenciação dos pontos de vista.