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AULAS 7 e 9 - TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO - PARTE III

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AULAS 7 e 9
- Terminação do contrato de trabalho - Justa causa (2ª parte).
- Homologação da terminação do contrato de trabalho: termo de quitação, prazo e efeitos.
RESOLUÇÃO CONTRATUAL – JUSTA CAUSA 2ª 
PARTE
2.2 INFRAÇÕES DO ART. 482 DA CLT:
a) Ato de improbidade (alínea “a”): Trata-se de conduta faltosa obreira que provoque dano ao
patrimônio empresarial ou de terceiro, em função de comportamento vinculado ao contrato de
trabalho, com o objetivo de alcançar vantagem para si ou para outrem. Ex.: furto de mercadoria.
b) Incontinência de conduta (alínea “b”, ab initio): Consiste na conduta culposa do empregado
que atinja a moral, sob o ponto de vista sexual, prejudicando o ambiente laborativo ou suas
obrigações contratuais. Ex.: manejo de material e conteúdo pornográfico, utilizando-se do
tempo destinado ao trabalho.
c.1) Mau procedimento (alínea “b”, in fine). Trata-se de conduta culposa do empregado que
atinja a moral, sob o ponto de vista geral, excluído o sexual, prejudicando o ambiente laborativo
ou as obrigações contratuais do obreiro. Ex.: dirigir veículo da empresa sem autorização e utilizar
drogas durante o horário de trabalho ou ali traficá-las.
- Considerando a possibilidade de interpretar este instituto jurídico de forma ampla, é
imprescindível a observância cautelosa dos requisitos para configuração da falta grave.
RESOLUÇÃO CONTRATUAL
c.2) Negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao
serviço (alínea “c”). Neste caso há dois tipos jurídicos diferentes.
c.2.1) concorrência desleal do empregado a seu patrão:
- Há cláusula expressa de exclusividade ou não concorrência no contrato entre as partes. Ex.: Técnico
de manutenção de ar refrigerado x empresa CELEST AR CONDICIONADO S.A. Pactuação de
fornecimento de serviço aos clientes do empregador a preço módico.
c.2.2) negociação habitual, sem permissão do empregador, quando for prejudicial ao serviço. Ex.:
vendedor informal.
d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena (alínea “d”).
- Art. 77 do CP.
- Prisão meramente provisória acarreta suspensão do contrato de trabalho: art. 472, caput, e § 1º,
combinado com art. 483, § 1º, ab initio, CLT
RESOLUÇÃO CONTRATUAL
e) Desídia no desempenho das respectivas funções (alínea “e”): desleixo contumaz com as
obrigações contratuais.
- Regra geral: comportamento negligente repetido e habitual. Punição com caráter pedagógico
punitivo, observando-se a gradação de penalidades.
f) Embriaguez habitual ou em serviço (alínea “f”).
- Falta grave somente ser houver influência maléfica ao cumprimento do contrato de trabalho.
- O alcoolismo é tipificado como “Síndrome da Dependência do Álcool”, pela OMS.
- Definição ampla do termo saúde pela Convenção 155 da OIT – art. 3º - ratificada pelo Brasil. 
Arts. 6º e 196 da CF/88.
- Motorista em estado de embriaguez em serviço situação mais grave. Dano à coletividade.
RESOLUÇÃO CONTRATUAL
g) Violação de segredo da empresa (alínea “g”): resguardar informações confidenciais do
empreendimento a que se vincula o obreiro, cuja divulgação a terceiros, especialmente
empresas concorrentes, pode causar significativo prejuízo ao empregador. Ex.: tirar fotos de
provas ministradas no curso de treinamento da empresa, violando a política de
confidencialidade vigente.
h) Ato de indisciplina ou de insubordinação (alínea “h”).
i) Abandono de emprego (alínea “i”).
- Elemento objetivo: súmula 32 do TST. Exceção: novo emprego.
- Elemento subjetivo: Prova – carta com AR.
RESOLUÇÃO CONTRATUAL
j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem (alínea
“j”).
- Injúria, calúnia ou difamação, ou agressão física, praticadas contra colegas ou terceiros.
- Limitação da infração ao ambiente laborativo do empregado.
K) Ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem (alínea “k”).
- Independentemente de se tratar ou não do próprio local de trabalho.
l) Prática constante de jogos de azar (alínea “k”): Regra geral, tem que afetar a prestação de
serviços sejam os jogos lícitos (loteria) ou ilícitos (jogos do bicho).
m)Atos atentatórios à segurança nacional (parágrafo único): Não recepcionado pela CF/88 -
art. 5º, LIII – inquérito administrativo”. Prisão somente por meio de intervenção do Poder Judiciário.
FORMALIDADES RESCISÓRIAS
DESNECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO DO TRCT PELO SINDICATO: 
- Leitura do art. 477 da CLT. * § 6º - 10 dias após a cessação da prestação de serviços.
- Na esteira das reformas do art. 477, foram expressamente revogados os §§ 1º, 3º e 7º, que obrigavam a
homologação sindical ou, na falta deste, por outros órgãos existentes no município, sempre a título gratuito. A
homologação aos poucos perdeu sua importância porque podia ser contestada sob diversos enfoques. O TST tentou
disciplinar a homologação, com maior ou menor rigor (Súmula 41, ora cancelada, e Súmula 330, que terá de ser
totalmente revista, modulada e talvez cancelada), mas não obteve o êxito desejado. Não houve consenso sobre a
natureza jurídica da homologação, nem mesmo entre as turmas do TST. Se a ideia do legislador era emprestar
eficácia liberatória geral ao ato de homologação sindical, a norma fracassou ao longo das sete décadas de
vigência.
- Para a reforma trabalhista de 2017, o desaparecimento da homologação era necessário não somente por razões
de desburocratização, mas também para deixar abertas as portas para a homologação do acordo extrajudicial
rescisório na Justiça do Trabalho, sob a forma de jurisdição voluntária.
- Explicar controvéria anterior acerca da necessidade de homologação do TRCT dentro do prazo para pagamento
das verbas rescisórias (art. 477, § 6º, da CLT).
- Necessidade de revisão da súmula 330 do TST.
Referências Bibliográficas:
 DELGADO. Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: 
LTR, 2017;
 MATEUS DA SILVA. Homero Batista. Comentários à Reforma Trabalhista. 1. ed. 
São Paulo: RT: 2017;
 CASSAR. Volia Bomfim. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: 
Método, 2015.

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