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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
ADMINISTRAÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E 
ORÇAMENTO PÚBLICO
Orçamento Público
Livro Eletrônico
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Manuel Piñon
Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Apresentação .................................................................................................................4
Orçamento Público .........................................................................................................5
1. Orçamento Público ......................................................................................................5
1.1. Conceito ....................................................................................................................5
1.2. Dimensões do Orçamento Público ............................................................................ 7
2. Aprofundando sobre o Orçamento Público .................................................................9
2.1. Consolidando Definições ..........................................................................................9
2.2. Orçamento Autorizativo X Impositivo .................................................................... 10
2.3. Teto de Gastos – Novo Regime Fiscal .................................................................... 16
2.4. Natureza Jurídica do Orçamento ............................................................................17
2.5. Outros Aspectos Relevantes do Orçamento .......................................................... 19
3. Técnicas/Métodos/Espécies de Orçamento ..............................................................23
3.1. Orçamento Tradicional ou Clássico ........................................................................24
3.2. Orçamento Desempenho ou de Realizações ..........................................................25
3.3. Orçamento-programa ...........................................................................................25
3.4. Orçamento Base zero ............................................................................................29
3.5. Orçamento Participativo .......................................................................................32
3.6. Orçamento Incremental ........................................................................................33
3.7. Orçamento por Resultados ou Novo Orçamento Desempenho ..............................34
3.8. PART .....................................................................................................................35
4. Tipos de Orçamentos ...............................................................................................35
4.1. Orçamento Legislativo ...........................................................................................35
4.2. Orçamento Executivo ............................................................................................35
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Orçamento Público
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4.3. Orçamento Misto ...................................................................................................36
5. Funções do Orçamento Público ................................................................................37
5.1. Função Alocativa ....................................................................................................38
5.2. Função Distributiva ...............................................................................................39
5.3. Função Estabilizadora ...........................................................................................39
Resumo ........................................................................................................................ 41
Mapa Mental .................................................................................................................45
Questões Comentadas em Aula ....................................................................................46
Questões de Concurso ..................................................................................................49
Gabarito .......................................................................................................................63
Gabarito Comentado .....................................................................................................64
Referências .................................................................................................................. 91
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Orçamento Público
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ApresentAção
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O objetivo, nesta aula é, principalmente, avançar no conhecimento do orçamento público, 
aprofundando os conceitos das primeiras aulas.
Como disse Abraham Lincoln: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”!
Vamos fazer nossa parte e criar o nosso futuro! Espero que aproveite bem esta aula que pre-
parei com muito carinho. Se gostar, coloque na avaliação. Se não gostar, comente os motivos.
Bom proveito!
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Orçamento Público
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ORÇAMENTO PÚBLICO
1. orçAmento público
1.1. conceito
O orçamento público é um documento que prevê as quantias de moeda que, num período 
determinado (normalmente um ano), devem entrar, e fixa as despesas, com especificação de 
suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesas mais relevantes. As-
sim, o orçamento público é a conhecida Lei Orçamentária Anual (LOA).
Vamos conhecer o conceito doutrinário de orçamento público segundo autores renoma-
dos na matéria.
De acordo com os autores Abrúcio e Loureiro:
O orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas pú-
blicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos 
extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso 
ou força política. Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma ordem de-
mocrática como representação e accountability estão presentes. A Constituição de 1988 trouxe 
inegável avanço na estrutura institucional que organiza o processo orçamentário brasileiro. Ela não 
só introduziu o processo de planejamento no ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, 
mas, sobretudo, reforçou o Poder Legislativo.
Para o saudoso mestre Aliomar Baleeiro:
O orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por 
certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços pú-
blicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação 
das receitas já criadas em lei.
Finalmente, para Giacomoni:
De acordo com o modelode integração entre planejamento e orçamento, o orçamento anual cons-
titui-se em instrumento, de curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de 
médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão 
definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas.
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Orçamento Público
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Questão 1 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) O orçamento público, um instrumento fun-
damental de governo, constitui o principal documento de políticas públicas. A respeito desse 
assunto, julgue o seguinte item.
Com base no orçamento público, os governantes selecionam as prioridades e decidem como 
empregar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos 
sociais, conforme o peso ou a força política desses grupos.
Certo.
Veja a definição dos doutrinadores Ciro Biderman e Paulo Arvate, na obra Economia do setor 
público no Brasil:
O orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas pú-
blicas. Através dele, os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos 
extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou 
força política.
Em uma linguagem técnica, porém, mais simples, o que é orçamento na administra-
ção pública?
Simplificadamente, podemos dizer que orçamento é um processo contínuo, dinâmico e 
flexível, que traduz em termos financeiros, para determinado período (um ano), os planos e 
programas de trabalho do governo.
Com palavras um pouco mais técnicas, é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arreca-
dação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legis-
lativo lhe autoriza, por meio de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento 
da máquina administrativa.
De modo mais direto, podemos dizer que o orçamento do Estado é o ato contendo a apro-
vação prévia das receitas e despesas públicas para um período determinado.
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Orçamento Público
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Questão 2 (CESPE/MPE-PI/TÉCNICO/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao orçamento público.
O orçamento, importante instrumento de planejamento de qualquer entidade pública ou pri-
vada, representa o fluxo previsto de ingressos financeiros e a aplicação desses recursos em 
determinado período de tempo.
Certo.
Aproveite e confira a literalidade do Mcasp:
O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública 
ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações de recursos em determi-
nado período.
1.2. Dimensões Do orçAmento público
Na verdade, o orçamento público pode ser analisado sob diversos aspectos: político, eco-
nômico, social, administrativo, jurídico etc. De acordo com a evolução da sociedade e com a 
variação de suas necessidades, um ou outro aspecto surge como o mais importante do orça-
mento naquele momento.
Para parte da doutrina, o orçamento público apresenta três importantes dimensões, todas de 
interesse direto para a sociedade: dimensão jurídica, dimensão econômica e dimensão política.
Existe outra parte da doutrina que elenca outros dois aspectos: administrativo e técnico.
De acordo com a atuação jurídica, o orçamento tem caráter e força de lei e, enquanto tal, 
define limites a serem respeitados pelos governantes e agentes públicos no tocante à realiza-
ção de despesas e à arrecadação de receitas.
Seguindo a regra geral relativa à elaboração e à aprovação das leis em nosso país, tam-
bém o processo legislativo relativo ao orçamento público (PPA, LDO e LOA) passa obrigatoria-
mente pelas etapas de discussão e votações nas comissões e em Plenário, inclusive acerca 
de eventuais emendas e destaques, até a sanção presidencial.
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Já em relação ao seu aspecto administrativo o orçamento é visto como importante peça 
de planejamento. O Estado busca saber o quanto disporá em termos de recursos financeiros 
para aplicar em prol das necessidades coletivas.
Segundo o doutrinador Giacomoni, o orçamento auxilia os responsáveis pelas finanças 
públicas na consecução das diversas etapas do processo administrativo, tais como a progra-
mação, a execução e o controle.
Existe o aspecto técnico. Nesse quadrante, foram estabelecidos inúmeros mandamentos 
que visam disciplinar e dar uniformidade à estrutura da lei orçamentária no país, por meio da 
apresentação de demonstrativos, estimativa da receita, demonstração de resultados e conta-
bilização da execução orçamentária, dentre outros.
Note outra maneira de visualizar as dimensões do orçamento público:
• Jurídica: STF considera o orçamento uma lei formal;
• Econômica: plano de ação governamental, isto é, o poder de intervir na atividade eco-
nômica (emprego, renda);
• Financeira: fluxo de entrada e saída de recursos;
• Política: definição de prioridades, visando à inclusão e à realização de programas go-
vernamentais no plano de ação a ser executado;
• Técnica: formalidades técnicas e legais exigidas no processo orçamentário.
Em suma, podemos dizer que o orçamento, portanto, tem aspecto político, porque revela 
ações sociais e regionais na destinação das verbas. Tem também características econômi-
cas, porque manifesta a realidade da economia. É técnico, porque utiliza cálculos de receita e 
de despesa e tem, ainda, aspectos jurídicos, porque atende às normas da Constituição Fede-
ral e de leis infraconstitucionais.
Questão 3 (CESPE/IPHAN/AUXILIAR/2018) Em relação ao orçamento público e seus pre-
ceitos, julgue o item.
Orçamento é o plano contábil que expressa como as ações de governo serão executadas, por 
meio da aplicação de recursos (despesas) e suas formas de financiamento (receitas).
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Errado.
O orçamento não é apenas plano contábil, pois contempla uma multiplicidade de aspectos: 
político, jurídico, contábil, econômico, financeiro e administrativo.
2. AprofunDAnDo sobre o orçAmento público
2.1. consoliDAnDo Definições
Nosso objetivo, agora, é avançar no tema orçamento público, também chamado de “or-
çamentos anuais”, mas que, tecnicamente falando, de forma restritiva, é a Lei Orçamentária 
Anual(LOA).
Vamos pensar o orçamento como o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação 
de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe 
autoriza, por meio de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina 
administrativa.
Outra forma de vermos o orçamento é como um processo mais amplo, englobando tam-
bém o PPA e a LDO.
Há a ideia de orçamento público em sentido amplo quando se trata das leis orçamentárias:
• Plano Plurianual (PPA);
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO);
• Lei Orçamentária Anual (LOA).
O termo orçamento público também é usado em sentido estrito quando se refere especi-
ficamente à LOA, que é o orçamento público anual propriamente dito.
Além dos sentidos amplo e estrito, o termo orçamento público ainda pode ser usado em 
sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução das despe-
sas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos orçamen-
tários que para que se possa efetuar o gasto público.
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O Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza (há um sistema misto), por cer-
to período, e em pormenor, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos ser-
viços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a 
arrecadação das receitas já criadas em lei.
Podemos dizer que o orçamento do Estado é o ato contendo a aprovação prévia das recei-
tas e despesas públicas para um período determinado.
2.2. orçAmento AutorizAtivo X impositivo
No Brasil, o orçamento público é, em relação às despesas discricionárias, autorizativo, e 
não impositivo, ou seja, a fixação de despesas é uma mera sugestão ou previsão de gastos, 
sem que haja o dever legal de executá-los.
A realização de uma despesa pública (gasto público) está, portanto, condicionada à dis-
ponibilidade financeira de receitas arrecadadas durante o exercício financeiro (1º de janeiro a 
31 de dezembro, conforme art. 34 da Lei n. 4.320/1964).
Nossa Carta Magna determina que o Poder Executivo publique, até 30 dias após o encer-
ramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
Ainda de acordo com a CF/1988, art. 168, “os recursos correspondentes às dotações or-
çamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-
-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês”.
A fim de evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam ficar sem o 
correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da receita, anualmente, o 
presidente da República tem publicado um decreto de contingenciamento, bloqueando recur-
sos, que passam a não estar disponíveis para empenho até segunda ordem.
Com a entrada da Emenda Constitucional n. 86/2015, apelidada de “EC do Orçamen-
to Impositivo”, tornou-se obrigatória a execução da programação orçamentária relativas às 
emendas individuais à LOA por parte dos congressistas, sendo que tais emendas serão apro-
vadas até 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) prevista no projeto de LOA encaminhado ao 
Congresso Nacional.
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Orçamento Público
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Esse apelido não corresponde à realidade. Apenas uma pequena fatia da LOA passou a ser 
de execução obrigatória, divergindo, assim, do conceito doutrinário de orçamento impositivo, 
aquele em que a aprovação da lei obriga o Executivo a executar a LOA de forma mais amarrada.
Existem ainda alguns doutrinadores que entendem que, somente após a EC n. 100/2019 
(adiante comentada), o orçamento impositivo passou a ter vez no Brasil.
O que você deve levar para a prova é que, hoje em dia, algumas despesas consignadas no 
orçamento devem necessariamente ser executadas, ou seja, não podemos mais dizer que o 
orçamento brasileiro é plenamente autorizativo, sendo, em verdade, em sua maior parte ainda 
autorizativo, mas também impositivo para as situações previstas na própria CF/1988.
É preciso ter muito cuidado com a interpretação da assertiva no dia da prova. Veja duas 
questões muito sutis elaboradas de forma maldosa.
Questão 4 (CESPE/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/PROCURADOR/2018/ADAPTADA) Em re-
lação ao conceito, às espécies e à natureza jurídica do orçamento público, julgue o item a seguir.
De acordo com a jurisprudência do STF, o orçamento público, em regra, possui caráter auto-
rizativo, ou seja, o simples fato de uma despesa ser incluída no orçamento não gera direito 
subjetivo à sua realização.
Certo.
O STF já decidiu que “a previsão de despesa, em lei orçamentária, não gera direito subjetivo 
a ser assegurado por via judicial”. O simples fato de uma despesa ser incluída no orçamento 
não gera direito subjetivo à sua realização.
Questão 5 (CESPE/PREFEITURA DE SALVADOR/PROCURADOR/2015) Julgue o item a seguir.
A CF estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste a obriga-
toriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas diferentes dotações. 
Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a hipótese de orçamento impositivo.
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Errado.
A Emenda Constitucional n. 86/2015, apelidada de “EC do Orçamento Impositivo”, tornou obri-
gatória a execução da programação orçamentária relativa às emendas individuais à LOA por 
parte dos congressistas.
A EC n. 86/2015 tornou impositiva apenas emendas individuais dos parlamentares, mas não 
apresentou qualquer novidade em relação às chamadas emendas de bancadas, aquelas que são 
apresentadas, por exemplo, por parte de uma bancada de determinado estado da Federação.
Apenas com a promulgação da EC n. 100/2019 é que as emendas de bancada também passa-
ram a ser obrigatórias (limite para a execução de 0,8% em 2020 e, a partir de 2021, de 1% da 
RCL) e houve a revogação dos incisos I a IV do § 14, que tratavam das medidas a serem toma-
das em caso de impedimento de ordem técnica que inviabilizassem a execução das emendas.
Ainda de acordo com a nova redação de nossa Carta Magna feita pela EC n. 100/2019, quando 
as emendas impositivas resultarem em transferências obrigatórias a estados e municípios, os 
recursos transferidos não integram a Receita Corrente Líquida (RCL) dos entes destinatários.
Além dessas novidades, a EC n. 100/2019, no § 17 do art. 165, dispôs acerca dos restos a 
pagar no âmbito do orçamento impositivo, determinando que os restos a pagar provenientes 
das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 (emendas impositivas individuais 
e de bancada)poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira 
até o limite de 0,6% da RCL realizada no exercício anterior, para as programações das emen-
das individuais, e até o limite de 0,5%, para as programações das emendas de bancada.
Atente-se, portanto, ao fato de que metade das emendas impositivas (0,6% e 0,5%, respec-
tiva dos 1,2% para as emendas individuais e do 1% para as emendas de bancada) podem ser 
destinadas para o pagamento de restos a pagar.
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As emendas impositivas podem ser contingenciadas, de acordo com os ditames da Lei de 
Responsabilidade Fiscal.
O § 19 do art. 165 dispôs acerca do critério equitativo para execução das emendas, de-
finindo como equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe 
critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas 
apresentadas, independentemente da autoria.
Emendas individuais impositivas – apresentadas pela EC n. 85 – têm como limite para execu-
ção de 1,2% da RCL, e emendas de bancada impositivas – estabelecidas pela EC n. 100/2019 
– têm como limite para a execução de 1% da RCL a partir de 2021, sendo em 2020 esse limite 
de 0,8% da RCL.
Ainda falando das chamadas emendas impositivas, a partir do 3º ano da promulgação, ou 
seja, em 2022, até o último exercício de vigência do regime de teto de gastos públicos (EC n. 
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95), o limite para a execução das emendas impositivas de bancada será o montante do exer-
cício anterior corrigido pela inflação.
No dia 12/12/2019, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional n. 105/2019, 
acrescentando o art. 166-A na Carta Magna, tratando das emendas individuais impositivas.
O objetivo do art. 166-A é, resumidamente falando, autorizar a transferência direta de re-
cursos de emendas parlamentares para estados, ao DF e a municípios sem vinculação a uma 
finalidade específica, ou seja, o congressista e o ente que receber os recursos de sua emenda 
parlamentar passam a dispor de maior liberdade na aplicação dos recursos públicos.
Trocando em miúdos, o resultado da EC n. 105/2019 é que o acesso aos recursos das 
emendas parlamentares individuais ficará mais fácil já a partir do orçamento-geral da União 
de 2020, destinadas aos municípios, estados e Distrito Federal.
A CF/1988 determinava que as emendas individuais dos parlamentares fossem obrigato-
riamente executadas, embora sujeitas a bloqueios e metade do valor das emendas devia ser 
destinado à área de saúde.
Uma importante inovação feita pela EC n. 105/2019 é a previsão de que seja feita a transfe-
rência direta de recursos federais para os demais entes, sem a necessidade de convênio ou 
instrumento similar com um órgão público intermediário.
A ideia é que a descentralização dos recursos realizada dessa forma, com a liberação 
imediata da verba para os cofres dos estados, DF e municípios traga agilidade e melhoria nos 
serviços prestados ao cidadão, especialmente nos pequenos municípios.
Após a EC n. 105/2019, o parlamentar pode escolher se o dinheiro será transferido com 
vinculação a um objeto específico (transferência com finalidade definida) ou para uso livre 
(transferência especial) sob certas condições. Em outras palavras, há dois tipos de transferências: 
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a especial (no texto original era chamado de “doação”), que é quando o parlamentar encami-
nha recursos para o ente sem destinação específica; e a com finalidade definida, que é quan-
do a verba vai “carimbada” para um uso determinado.
A EC n. 105/2019 estabeleceu que 60% das transferências especiais realizadas no pri-
meiro ano de vigência da emenda constitucional devem ser executadas até o mês de junho 
e que 70% dos recursos oriundos das emendas parlamentares individuais terão que ser 
utilizados em investimentos.
DICA!
Esses recursos não podem ser usados para despesas com pes-
soal (ativos, inativos ou pensionistas) e para pagar encargos 
sociais e não poderão ser usados para pagar juros da dívida.
De acordo com esse novo artigo, os municípios, o Distrito Federal e estados poderão dei-
xar esses recursos de fora do cálculo de limites com despesas de pessoal, de endividamento 
e para repartição, no caso dos estados, para os municípios em seu território.
Guarde alguns aspectos presentes na EC n. 105/2019 podem aparecer em sua prova:
• Transferência especial: o dinheiro é repassado diretamente, sem necessidade de con-
vênio ou qualquer outro instrumento e pertencerá ao ente federado após concluído o 
repasse. Uma vez incorporado à receita do beneficiado, o recurso deverá ser aplicado 
em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo;
• Utilização dos recursos: deve ser respeitado o mínimo de 70% para despesas de capital, 
exceto encargos da dívida. Assim, 30% podem ser usados para despesas de custeio, 
como insumos, materiais de consumo, contas de serviços públicos, entre outras;
• Cooperação técnica: o município beneficiado pode firmar contratos de cooperação téc-
nica relacionados ao acompanhamento da execução orçamentária. Atualmente, esse 
serviço é prestado pela Caixa Econômica Federal.
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Manuel Piñon
Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
2.3. teto De GAstos – novo reGime fiscAl
A EC n. 95, também chamada de “PEC dos Gastos”, que estabeleceu o “Novo Regime Fis-
cal”, dispõe no art. 111 do ADCT da CF/1988:
Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do Novo Regime 
Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal cor-
responderão ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma es-
tabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
O que a “PEC dos Gastos” especificou foi que, a partir de 2018 até o fim do Novo Regime 
Fiscal, a aprovação e execução das emendas individuais de execução obrigatória terão como 
limite o valor do exercício anterior acrescido do IPCA de 12 meses.
O chamado Novo Regime Fiscal também inovou ao constitucionalizar os famosos “restos a 
pagar”, uma vez que, até então, os resíduos passivos relativosàs despesas empenhadas e ain-
da não pagas dentro do mesmo ano só tinham previsão em legislação infraconstitucional, de-
terminando que os restos a pagar podem ser considerados, até o limite de 0,6% da RCL do ano 
anterior, para fins de cumprimento da execução financeira obrigatória de emendas individuais.
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Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Questão 6 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Em relação às técnicas e aos princípios do 
orçamento público, julgue o item a seguir:
O orçamento base zero facilita o processo de revisão da decisão a respeito da alocação dos 
recursos públicos, sendo, por essa razão, adequado às situações em que as despesas públi-
cas são limitadas por um teto de gastos.
Certo.
Em função da nossa grave crise fiscal, com deficit elevados e crescentes, foi aprovada uma 
PEC para estabelecer um “teto” para os gastos públicos.
Nessa linha de raciocínio, torna-se razoável admitir que uma técnica como a do orçamento 
de base zero, a qual tem o poder de extinguir ou redimensionar programas desnecessários, 
possa ser utilizada com o fito de atingir o equilíbrio fiscal
Os órgãos governamentais terão que justificar, anualmente, na fase de elaboração da sua 
proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor 
inicial mínimo.
2.4. nAturezA JuríDicA Do orçAmento
O orçamento público, embora com formato de lei e sendo aprovado como tal, é entendido 
predominantemente no Brasil como lei apenas em sentido formal.
Para o famoso doutrinador Ricardo Lobo Torres:
A teoria de que o orçamento é lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza gastos, 
sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis financeiras e tributárias, é que melhor se adap-
ta ao Direito Constitucional Brasileiro.
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Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Em relação à sua natureza jurídica, é bom deixar registrado que o orçamento público, embora 
tenha formato de lei, sendo aprovado como tal, é considerado lei em sentido formal pela a 
doutrina dominante.
No que diz ao controle abstrato de constitucionalidade de uma lei orçamentária, o STF 
entende que é possível (ADIs n. 4048 e n. 4049). Embora normalmente só seja possível esse 
controle para leis consideradas em sentido material.
Quando mencionamos o sentido formal da LOA, é porque há uma lei que tem “cara”, ou 
“forma” de lei, sendo formalmente aprovada pelo Poder Legislativo.
A LOA pode ser chamada de lei de efeitos concretos, sendo apenas lei quanto à forma 
(aprovada pelo Legislativo), mas não quanto à matéria.
Lei em
sentido material
 Lei em sentido for
ma
l
Uma lei em sentido material é aquela norma que tem abstração e generalidade, sem des-
tinatário certo.
É um conjunto de hipóteses normativas abstratas, como, por exemplo, o Código Penal 
brasileiro, que tipifica o crime de furto, elenca explicitamente o tipo penal como “subtrair coi-
sa alheia móvel”, especificando as penalidades para quem comete o ilícito, não mencionando 
quem será penalizado. Qualquer pessoa, em regra, que subtrair coisa alheia móvel de terceiro, 
cometerá o crime, não tendo a lei destinatário certo. É uma norma genérica, portanto. Assim 
sendo, o Código Penal é uma lei em sentido material.
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Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Questão 7 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Julgue:
Prevalece no Brasil a compreensão de que o orçamento público é lei apenas em sentido for-
mal, visto que é aprovado pelo Poder Legislativo, mas é substancialmente ato de natureza 
político-administrativa, insuscetível de hospedar normas gerais ou abstratas próprias de lei 
em sentido material.
Errado.
Em regra, o entendimento que você deve levar para a prova é o de que o orçamento público é 
uma lei em sentido formal. Esse é o entendimento doutrinário predominante.
Entretanto, as bancas examinadoras costumam colocar “complicadores” em assertivas que 
tratam desse tema, ou seja, provavelmente não aparecerá em sua prova uma assertiva que 
apenas afirme ou negue esse aspecto.
A assertiva acima afirmou que é uma lei formal, mas botou uma casca de banana na parte 
final: “mas é substancialmente ato de natureza político-administrativa, insuscetível de hos-
pedar normas gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material”.
Nesse ponto, o entendimento do examinador, baseado nas ADIs n. 408 e n. 409 do STF, é de 
que o STF entendeu que a lei orçamentária pode ser objeto de controle em sede abstrata de 
constitucionalidade e, por tabela, a lei orçamentária pode hospedar normas gerais ou abstra-
tas próprias de lei em sentido material.
2.5. outros Aspectos relevAntes Do orçAmento
Quem elabora e executa o orçamento Público no Brasil? É apenas o Poder Executivo? O 
que você acha?
Na realidade, todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas propostas orçamen-
tárias, porém, quem executa a maior parte das despesas públicas é o Poder Executivo, mesmo 
porque essa é a sua principal função.
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Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
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Basicamente, em termos de elaboração da proposta orçamentária, genericamente falan-
do, há o seguinte: todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e mais o Ministério 
Público), e demais órgãos (unidades orçamentárias) elaboram as suas propostas orçamen-
tárias e encaminham para o Poder Executivo (Ministério da Economia que absorveu o antigo 
MPOG – Planejamento, Orçamento e Gestão), que faz a consolidação de todas as propostas 
e encaminha um projeto de lei de orçamento ao Congresso Nacional.
Nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada 
diretamente ao Congresso Nacional pelo órgão que elabora a sua proposta orçamentária. 
Essa competência é privativa do presidente da República (inciso XXIII do art. 84 da CF/1988).
O famoso doutrinador Alexandre de Moraes, agora ministro do STF, descreve que:
A iniciativa das leis orçamentárias é exclusiva e obrigatória para Estados e Municípios e ainda 
argumenta que se trata de iniciativa legislativa vinculada, uma vez que deverá ser remetida ao Con-
gresso Nacional no tempo estabelecido pela própria Constituição Federal (in Direito Constitucional, 
16ª edição, p. 594).
É até comum, em provas de concurso, perguntarem sobre quem tem competência paradispor 
sobre orçamento público no Brasil. Essa competência é exclusiva do Congresso Nacional.
DICA!
O termo “dispor” (na área orçamentária) significa votar, apre-
sentar e rejeitar emendas, manter ou derrubar vetos do presi-
dente da República, aprovar créditos adicionais, fiscalizar etc.
Caso o presidente da República se omita, deixando de encaminhar o projeto de lei de or-
çamento ao Congresso Nacional, pode, qualquer parlamentar, apresentar esse projeto de lei?
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Orçamento Público
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Não! Essa competência é exclusiva do chefe do Poder Executivo, função essa exercida 
pelo presidente da República. A proposta apresentada por parlamentar caracteriza inconsti-
tucionalidade formal.
Nessa mesma linha de pensamento, se o envio ao Congresso Nacional do projeto de Lei 
Orçamentária Anual é de competência privativa (art. 84, caput, XXIII) do chefe do Poder Exe-
cutivo e o parágrafo único do mesmo artigo não menciona explicitamente o inciso XXIII como 
possibilidade de delegação pelo presidente da República da matéria nele constante, significa 
dizer que a iniciativa do orçamento público é indelegável.
Assim, o Doutrinador Alexandre de Moraes, agora Ministro do STF, e, portanto, “produtor” 
de jurisprudência, prefere, portanto, chamá-la de competência exclusiva.
Essa distinção é feita em razão da existência de uma diferenciação entre a competência pri-
vativa e a competência exclusiva; esta indelegável, a primeira passível de delegação. Entre-
tanto, muitas vezes, existe confusão e trata-se os dois conceitos de forma indistinta. Registre 
que o fato de a iniciativa ser exclusiva do presidente da República, no caso da União, dentre 
outras características, faz com que a LOA seja uma lei ordinária especial.
A CF/1988 concede autonomia administrativa e financeira ao Poder Judiciário, ao Ministério 
Público, ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas da União para elaborarem suas próprias 
propostas orçamentárias, encaminhando-as ao Poder Executivo para consolidação final.
A partir dessa consolidação final, realizada no âmbito do Ministério da Economia (antes 
era no MPOG – Planejamento, Orçamento e Gestão), uma proposta consolidada de orçamen-
to da unidade da Federação é encaminhada ao Legislativo, que a apreciará.
Apesar de o Executivo receber inúmeras propostas setoriais de orçamento público, por 
força do princípio da unidade orçamentária (implícito no art. 165, § 5º, da CF/1988, combi-
nado com art. 2º, caput, da Lei n. 4.320/1964, onde está explícito), somente poderá haver um 
único projeto de LOA, para cada ente político, e em cada exercício financeiro, de sorte que o 
Congresso Nacional só recebe um PLOA.
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Orçamento Público
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Cuidado com essa pegadinha. Existem questões de concursos que alegam que seria possível 
um Poder enviar sua própria proposta orçamentária diretamente ao Poder Legislativo. Fique 
atento(a), não vacile, marque falsa! Só quem envia é o presidente da República!
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento público propriamente dito, devendo conter 
exclusivamente duas matérias: previsão de receita e fixação de despesa.
A receita orçamentária pode ser arrecadada acima do valor previsto no orçamento público 
por não existir teto para a receita! Se tratando da despesa, usamos a expressão “fixação”, por 
ser prevista com um limite até o qual poderá ser executada. A esse limite de autorização de 
gastos dá-se o nome de dotação orçamentária, que é a expressão monetária do crédito orça-
mentário, autorização discriminada para se gastar recursos.
Assim, no tocante às despesas, o orçamento público estabelece autorizações de gastos 
por meio dos chamados créditos orçamentários, limitados por suas respectivas dotações.
Destaque-se ainda que, de acordo com o art. 166 da Carta Magna, os projetos de lei relati-
vos ao PPA, à LDO, à LOA e aos créditos adicionais devem ser apreciados pelas duas Casas do 
Congresso Nacional, na forma do regimento comum, ou seja, devem ser analisados e votados 
pelo Poder Legislativo.
O próprio art. 167, VII, da CF/1988, estabelece a seguinte vedação orçamentária:
Art. 167. São vedados:
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Raciocine comigo: se é o Poder Legislativo que autoriza a LOA e, portanto, os créditos 
orçamentários com suas respectivas dotações, significa dizer que o Legislativo não poderá 
conceder um crédito ilimitado para o Poder Executivo gastar ilimitadamente. Concorda? Por 
essa razão existem limites de gastos preestabelecidos para cada crédito orçamentário.
Professor, na prática, como se elabora o orçamento público?
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Orçamento Público
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Essa tarefa é bastante complexa e é chamada de processo de elaboração da proposta 
orçamentária, entretanto, pode ser simplificadamente explicada da seguinte forma...
Pense no seu orçamento familiar, no qual são orçados os gastos do mês em função das 
receitas recebidas.
Na administração pública, funciona um pouco diferente, pois as receitas a serem arreca-
dadas já estão previstas em lei, e incumbe ao Poder Executivo prever o quanto será arreca-
dado no ano subsequente e a fixação das despesas em função dessas receitas, cabendo ao 
Congresso Nacional autorizar sua execução.
A previsão das receitas e a fixação das despesas é semelhante à ideia do seu orçamento 
familiar, só que com muito mais complexidade e burocracia.
Para atender o que determinam as normas atuais e as mais avançadas técnicas orça-
mentárias, no atual modelo orçamentário brasileiro deve existir estreita conexão entre pla-
nejamento e orçamento, formando, assim, o que poderíamos chamar de binômio inseparável.
Na verdade, a distribuição de recursos são políticas públicas. Para tanto, deve haver pla-
nejamento para o entrelaçamento entre planejamento, orçamento-programa e implementa-
ção das ações.
Esse inter-relacionamento, no caso brasileiro, teve seu marco inicial, pelo menos do ponto 
de vista legal, com o advento da Lei n. 4.320/1964, que pretendeu instituir o orçamento-pro-
grama, instrumento de alocação de recursos com ênfase não no objeto de gasto.
Você não precisa ser entendido(a) no assunto para saber que os principais problemas 
da economia brasileira têm sido a deficiência ou até mesmo a ausência de planejamento 
de longo prazo.
3. técnicAs/métoDos/espécies De orçAmento
Ao longo da história, o orçamento público evoluiu em termos de conceito, funções e téc-
nicas de elaboração, ganhando gradativa importância no sentido de uma ferramenta funda-
mental para a boa gestão de recursos por parte da administração pública.
Alguns autores chamam essa classificação de tipos de orçamento e a que vimos comoespécies de orçamento.
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Orçamento Público
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3.1. orçAmento trADicionAl ou clássico
Com o surgimento do Estado Liberal inglês no século XIX, houve alguns reflexos também na 
administração pública e em suas ferramentas de gestão, sendo destacada a criação do chamado 
“orçamento tradicional ou clássico”, cuja ideia principal era de permitir a manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro, com o fito de controlar eventuais aumentos dos gastos públicos.
Esse modelo orçamentário serviu também como uma ferramenta de controle político so-
bre o Poder Executivo. Deixava em segundo plano os seus demais aspectos, quais sejam: 
econômico, contábil, administrativo e jurídico.
De acordo com a metodologia clássica adotada na elaboração do orçamento, a admi-
nistração pública e seus respectivos órgãos e entidades recebiam dotações de recursos que 
seriam destinados ao pagamento dos funcionários e das compras de matérias e insumos do 
período, sem que qualquer vinculação entre esses recursos e o seu planejamento, seus pla-
nos detalhados de trabalho e seus objetivos de curto, médio e longo prazo.
O que era levado em consideração no que diz respeito à distribuição de recursos para 
determinado exercício era o valor gasto no ano anterior, sem considerar, portanto, as ações, 
planos e programas de trabalho previstos para o ano seguinte, sendo a falta de planejamento 
da ação governamental uma das principais características do orçamento tradicional.
Esse tipo de orçamentação pública ficou conhecido como “lei de meios”, pois focava nos 
meios e não nas metas e objetivos do Estado.
Vale destacar que não existiam ferramentas de controle adequadas para garantir a efe-
tividade do gasto público, sendo os únicos parâmetros a honestidade do agente público e a 
adequação do produto público às necessidades da população.
Classificações para instrumentalizar o controle das despesas: 
1. por unidades administrativas (órgãos responsáveis pelo gasto);
2. por objeto ou item da despesa.
Função: controle político
Por meio do controle contábil
Orçamento tradicional
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Orçamento Público
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No Brasil, as primeiras demandas para a implementação de orçamentos formais surgiram 
após a Independência, com a Constituição Federal de 1822.
Merece ser mencionada a primeira lei de orçamento no Brasil, a Carta de Lei de 15/12/1830, 
cujo objeto era orçar a receita e fixar a despesa para o período de 1831 a 1832.
3.2. orçAmento Desempenho ou De reAlizAções
A principal mudança da metodologia de orçamentação pública, ou melhor, a mais impor-
tante evolução do orçamento para o orçamento de desempenho ou de realizações foi mudar 
o foco de “com o que o Estado” gasta para “qual a finalidade do gasto”.
Orçamento desempenho – realizações
Preocupa-se em saber as
coisas que o Governo faz e
não as coisas que o 
Governo compra.
Gasto Resultado
Desvinculado a um planejamento centro das ações do governo.
O orçamento de desempenho é considerado o precursor do orçamento-programa e sua 
característica fundamental é trazer para o orçamento uma dimensão programática aliada 
com a explicação detalhada dos gastos de cada unidade, buscando atender à população com 
eficiência e economia, sem, entretanto, vincular os objetivos governamentais de longo prazo, 
ou seja, seu planejamento estratégico ao orçamento.
3.3. orçAmento-proGrAmA
Como tudo na vida, as técnicas orçamentárias evoluíram ao longo da história, desde o 
orçamento tradicional, com ênfase no gasto, passando pelo orçamento de desempenho, até o 
que denominamos hoje de orçamento-programa, com ênfase nas realizações.
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Orçamento Público
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O orçamento-programa deve ser visto como um plano de trabalho expresso por um con-
junto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários para a sua execução.
Fazendo um “link” entre os temas orçamento-programa e princípios orçamentários, pode-
mos dizer que, no orçamento-programa, estão embutidos dois princípios: o da programação 
e o da especificação ou discriminação.
O orçamento-programa explicita o princípio da programação ao apresentar os programas 
de cada órgão do governo, incluindo os objetivos a serem alcançados, determinando as ações 
que serão desenvolvidas para atingir esses objetivos, e calcular e consignar os recursos para 
efetivar essas ações.
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Orçamento Público
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O orçamento-programa também explicita o princípio da especificação ou da discrimina-
ção ao impedir que as dotações sejam feitas de forma globalizada, tanto no que se refere à 
arrecadação de receitas quanto para gastar recursos financeiros obtidos.
Desde a entrada em vigor da Lei n. 4.320/1964, o orçamento-programa vem sendo ado-
tado no Brasil.
Seu objetivo é fixar as despesas públicas a partir da identificação das necessidades públi-
cas sob a responsabilidade de determinado nível de governo e da sua organização, de acordo 
com as suas prioridades.
É notório que os seus aspectos administrativos e econômicos são privilegiados em detri-
mento do aspecto político.
Merece destaque também o Decreto-Lei n. 200/1967, que detalhou os aspectos opera-
cionais do orçamento-programa e orientou a administração pública federal de modo a esta-
belecer o orçamento-programa anual como um instrumento de planejamento, com a ideia de 
discriminar a despesa pública por objetivo.
O orçamento-programa tornou-se realidade com o Decreto n. 2.829/1998, que estabele-
ceu normas para elaboração e execução do Plano Plurianual e dos orçamentos da União.
A ideia do orçamento-programa é fazer com que o gasto público possa ser detalhado de 
modo a enfatizar a sua finalidade, identificando para cada gasto a respectiva a ação, definin-
do o responsável pela respectiva execução de cada ação, além de apresentar individualmente 
os resultados esperados para cada uma delas. Veja um exemplo hipotético na figura:
Secretaria de 
Educação R$50 milhões
Qual a finalidade?
Função educação
Sub-função educação fundamental
Quais as ações necessárias?
Programa de redução de analfabetismo
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Orçamento Público
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Como benefícios mais relevantes do orçamento-programa podemos citar a integração 
ente o planejamento e o orçamento, a quantificação dos objetivos e metas, a utilização das 
relações de insumo-produto e das diversas alternativas programáticas em seu processo de-
cisório, além de permitir o uso de ferramentas para medir os seus resultados.
Orçamento-programa prioriza atender aos objetivos, metas e prioridades definidos no plane-
jamento das ações do governo, integrando planejamento e orçamento.
Guarde algumas características positivas do orçamento-programa:
• permite melhor planejamento das ações do governo;
• facilita a identificação dos gastos e a realização por programas e sua comparação em 
termos absolutos e relativos;
• contribui para uma orçamentação mais precisa;
• inter-relação entre custo e programação vinculada a objetivos;
• permite maior possibilidade de redução de custos;
• torna mais fácil identificar funções duplas;
• foca no que a instituição realiza e não no que ela gasta;
• permite melhor controle e execução dos programas.
Questão 8 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) No que se refere ao sistema de planejamento 
e orçamento do governo federal, julgue o item subsequente.
Na elaboração do orçamento-programa, são considerados todos os custos dos programas 
subtraindo-se aqueles que extrapolem o exercício.
Errado.
Na elaboração do orçamento-programa, devem ser considerados todos os custos dos pro-
gramas, inclusive aqueles que extrapolem o exercício.
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Orçamento Público
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Outras espécies de orçamento podem ser usadas como apoio ao orçamento-programa. 
Veja, por exemplo, que a elaboração do orçamento de algumas ações pode ocorrer de maneira 
incremental. Assim, como o valor a ser pago, em condições normais, para as contas de ener-
gia elétrica e telefone, sofre pequena variação de um ano para outro, pode-se aplicar apenas 
a inflação acumulada, utilizando o método tradicional, acrescentando a inflação do período 
sobre o valor do orçamento dessa ação no ano anterior.
Um resumo comparativo entre as principais características dos orçamentos tradicional 
e programa.
ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO MODERNO
O processo orçamentário é dissociado dos pro-
cessos de planejamento e programação.
O orçamento é o elo entre o planejamento e as funções 
executivas da organização.
A alocação dos recursos visa à aquisição de meios.
A alocação de recursos visa à consecução de objeti-
vos e metas.
As decisões orçamentárias são tomadas tendo em 
vista as necessidades das unidades organizacionais.
As decisões orçamentárias são tomadas com base em 
avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. 
Na elaboração do orçamento, são consideradas as 
necessidades financeiras das unidades organizacionais.
Na elaboração do orçamento, são considerados todos 
os custos dos programas, inclusive os que extrapolam 
o exercício.
A estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos 
de gestão.
A estrutura do orçamento está voltada para os aspec-
tos administrativos e os de planejamento.
3.4. orçAmento bAse zero
Logo após a implementação do orçamento-programa no Brasil, apareceu nos Estados 
Unidos o chamado “orçamento base zero”.
Esse modelo de orçamentação foi criado por uma empresa privada, a Texas Instruments 
Co., que posteriormente ficou conhecida no mundo inteiro por suas excelentes calculadoras 
financeiras, e foi trazido do setor empresarial para o setor governamental.
A sua ideia-chave é fazer com que todas as despesas de todos os órgãos sejam justifica-
das detalhadamente, sem permitir que o simples fato de que uma despesa que já estivesse 
no orçamento do ano anterior fosse simplesmente repetida, tratando cada gasto demandado 
como um novo gasto.
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Orçamento Público
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
DICA!
A ideia é passar um pente fino em TODOS OS GASTOS!
Quando da elaboração da proposta orçamentária para o ano posterior, toda informação 
prévia relativa aos anos anteriores era desprezada, ou seja, a necessidade e a utilidades de 
cada despesa deveria ser vista como se fosse completamente nova.
O foco desse modelo de orçamentação era identificar gastos, programas, até em órgãos que 
não tinham utilidade prática para a administração pública.
Seguindo essa linha de raciocínio, para que um gasto fosse “aprovado”, deveria ser efi-
ciente e eficaz, não poderia ter ainda mais suas operações reduzidas ou eliminadas.
Conceito do orçamento base zero
OBZ Outros Orçamentos
Visão das contas por
pacotes e por áreas
Visão das contas por áreas
Incentiva revisão dos processos
Se baseiam no orçamento
do exercício anterior
Propõe priorização na
alocação de recursos
Tratam todos os
custos igualmente
Envolvimento de todos
os níveis da organização
A alta gestão tem menor
visão da parte operacional
Vamos agora ver um comparativo entre os orçamentos base zero (OBZ) e tradicional:
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Orçamento Público
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
ORÇAMENTO TRADICIONAL
O histórico serve como base, sendo necessário somente o 
acerto de alguns gastos.
Custos não são revistos e podem ocorrer desperdícios.
Autonomia baixa. Não demanda tomada de decisões.
Planejamento financeiro pode não estar alinhado à 
estratégia.
ORÇAMENTO BASE ZERO (OBZ)
Folha de papel em branco, ou seja, do zero.
Custos são detalhados e justificados. Devidamente 
alocados e alinhados aos objetivos.
Autonomia (alta) total do gestor para tomada de decisões.
Planejamento financeiro 100% orientado para atingir as 
metas.
Base
Custos
Autonomia
Metas
Questão 9 (CESPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO/2018) A respeito de orçamento público, 
julgue o item seguinte.
O orçamento-programa consiste no processo de elaboração de orçamento que exige dos 
gestores, a cada novo exercício, a justificativa detalhada dos recursos solicitados.
Errado.
A assertiva refere-se ao orçamento base zero, técnica que consiste na obrigação de que o ad-
ministrador justifique, a cada ano, todas as dotações solicitadas em seu orçamento, incluindo 
alternativas, análise de custo, finalidade, medidas de desempenho, e as consequências da 
não aprovação do orçamento. A ênfase é na eficiência, e não se preocupa com as classifica-
ções orçamentárias, mas com o porquê de se realizar determinada despesa.
O grande legado do orçamento base zero foi o combate à ideia, que existia até então, de 
gastos simplesmente repetidos de períodos anteriores, acrescentado a expectativade infla-
ção. Tudo tinha que ser revisto e novamente justificado!
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Orçamento Público
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Questão 10 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Acerca de administração financeira e orçamen-
tária e do orçamento público no Brasil, julgue o item.
Os programas executados de acordo com a técnica do orçamento-programa devem ser ze-
rados ao final do exercício financeiro, a fim de que os órgãos públicos sejam obrigados a 
demonstrar os custos e benefícios de cada programa, sob pena de descontinuidade dos pro-
gramas.
Errado.
Na verdade, é o orçamento base zero que deve ser zerado ao final do exercício. O orçamento-pro-
grama deve ser analisado ao final do exercício, e ajustado para o atendimento das metas do PPA.
3.5. orçAmento pArticipAtivo
O orçamento participativo é um instrumento que deve ser usado para colocar o cidadão co-
mum como parte da gestão pública, permitindo a participação da população nos processos de 
elaboração e alocação dos recursos públicos, levando em conta as suas demandas; usando, para 
isso diversos, canais de participação, seja por meio de lideranças ou via audiências públicas.
Ciclo do orçamento participativo
Debate de ideias
Execução Desenvolvimento
Votação pública Avaliação técnica 
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Orçamento Público
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O processo de orçamento participativo ainda não possui uma metodologia única, varian-
do entre os entes municipais e estaduais que começam a usá-lo.
Questão 11 (CESPE/MPE-PI/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo aos tipos de 
orçamentos públicos.
O orçamento participativo contempla a participação da população no processo decisório por 
meio de lideranças ou de audiências públicas.
Certo.
A modalidade de orçamento participativo contempla a participação da população na alocação 
de alguns recursos do orçamento, seja por meio da participação direta (audiências públicas) 
ou grupos organizados (lideranças), estimulando o exercício da cidadania, o compromisso 
da população com o bem público. É um importante espaço de debate e decisão político-par-
ticipativa. Nele, a população interessada decide as prioridades de investimentos em obras e 
serviços a serem realizados, a cada ano, com os recursos do orçamento.
Por meio dessa técnica orçamentária, a alocação de alguns recursos contidos no orçamento 
público é decidida com a participação direta da população, ou por meio de grupos organi-
zados da sociedade civil, como a associação de moradores. Entretanto, até o momento, sua 
aplicação em solo brasileiro restringe-se ao âmbito municipal.
3.6. orçAmento incrementAl
O orçamento incremental usa a base de dados gerada a partir de períodos anteriores. É 
um tipo de orçamento básico, mas rápido e fácil de elaborar. Em outras palavras, é um modelo 
orçamentário baseado na aplicação de ajustes marginais nos itens de receita e despesa.
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Orçamento Público
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Questão 12 (CESPE/STM/TÉCNICO/2018) Com relação a técnicas e princípios orçamentá-
rios, julgue o item seguinte.
O orçamento incremental tem como base as receitas e despesas ocorridas no período ante-
rior, sobre as quais são feitos ajustes marginais.
Certo.
O orçamento incremental funciona exatamente de modo inverso ao orçamento base zero, ou 
seja, é a técnica que se baseia nos quantitativos do orçamento do período anterior.
Pode-se dizer ainda que orçamento incremental é o orçamento feito por meio de ajustes mar-
ginais nos seus itens de receita e despesa, ou seja, a partir dos gastos atuais, propõe um 
aumento percentual para o ano seguinte, considerando apenas o aumento ou diminuição dos 
gastos, sem análise de alternativas possíveis.
Com o surgimento do chamado regime do teto de gastos (novo regime Fiscal) no âmbito das 
finanças públicas da União, e copiada por alguns estados, começam a existir debates no meio 
acadêmico acerca da utilização da técnica do orçamento incremental no Brasil.
A tese elaborada por quem defende essa ideia é que, como o regime do teto de gastos baseia-se 
na execução orçamentária do ano anterior com incremento apenas dos índices inflacionários, 
indiretamente, seria uma aplicação prática desse modelo orçamentário.
É interessante conhecer esses argumentos, mas não entremos nessa polêmica. Adote a ideia 
de que no Brasil usa-se o orçamento-programa.
3.7. orçAmento por resultADos ou novo orçAmento Desempenho
Há, atualmente, a tendência de se tentar melhorar o desempenho dos governos e, para 
isso, faz-se necessário dotar as decisões governamentais, no que diz respeito a orçamento, 
de ainda mais racionalidade.
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A principal mudança em relação ao orçamento desempenho é que, no novo, foca-se 
no resultado e na sua aferição por meio de indicadores no que diz respeito ao Sistema de 
Estrutura de Programa, ao Sistema de Mensuração de Desempenho e ao Sistema de De-
terminação de Custos.
3.8. pArt
Basicamente, leve para a prova que o PART, sigla em inglês para “Program Assessment 
Rating Tool”, usado nos Estados Unidos nos anos 2001 e 2002, funciona por meio de um 
questionário utilizado para avaliar o propósito, o desenho, o planejamento, a gestão, os re-
sultados e a prestação de contas, com o fito de verificar se um programa é realmente eficaz. 
Como resultado das avaliações efetuadas, o PART ainda fornece informações e sugestões 
para melhorar os resultados dos programas avaliados.
4. tipos De orçAmentos
Quando falamos em tipos de orçamento público, estamos relacionando esse tema ao regime 
político em que é elaborado o orçamento público combinado com o sistema de governo vigente. 
Aqui no Brasil, já tivemos a oportunidade de conviver com três tipos de orçamento público.
4.1. orçAmento leGislAtivo
É o tipo de orçamento público típico de países parlamentaristas, em que elaboração, a vo-
tação e o controle do orçamento são de competência do Poder Legislativo, cabendo ao Poder 
Executivo apenas a sua execução. Esse tipo vigorou, no Brasil, à época da CF/1891.
4.2. orçAmento eXecutivo
É o tipo de orçamento público típico de países ditatoriais, em que elaboração, a votação, a 
execução e o controle do orçamento são de competência do Poder Executivo. Esse tipo vigo-
rou no Brasil à época da CF/1937.
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4.3. orçAmento misto
É o tipo de orçamento público em que a votação e o controle do orçamento são de com-
petência do Poder Legislativo, enquanto a elaboração e a execução são de competência 
do Poder Executivo. Esse é o tipo que vigora no Brasil atual e está previsto na CF de 1988. 
Veja um exemplo:
ELABORAÇÃO
APROVAÇÃO
EXECUÇÃO
PODER EXECUTIVO
PREFEITURA
PODER LEGISLATIVO
CÂMARA DE VEREADORES
PODER EXECUTIVO
PREFEITURA
ORÇAMENTO MISTO - MUNICÍPIO
ORÇAMENTO PÚBLICO
Questão 13 (CESPE/TCU/AUDITOR/2015) Julgue o próximo item.
Considerando a evolução conceitual da terminologia usada em referência ao orçamento, o 
Brasil utilizou o orçamento legislativo, o executivo e o misto ao longo de sua história.
Certo.
Aqui no Brasil já tivemos a oportunidade de conviver com três tipos de orçamento público.
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O do tipo legislativo, aquele em que elaboração, a votação e o controle do orçamento são de 
competência do Poder Legislativo, cabendo ao Poder Executivo apenas a sua execução, vigo-
rou no Brasil à época da CF/1891.
O do tipo executivo, em que elaboração, a votação, a execução e o controle do orçamento são 
de competência do Poder Executivo, vigorou no Brasil à época da CF/1937.
E, finalmente, o do tipo misto, que vigora no Brasil atual e está previsto em nossa CF de 1988, 
em que a votação e o controle do orçamento são de competência do Poder Legislativo, en-
quanto a elaboração e a execução são de competência do Poder Executivo.
5. funções Do orçAmento público
Bem, é importante dizer que a ação econômica do setor público está vinculada às funções que 
promove junto à sociedade, dentre as quais: contribuir no fornecimento de bens públicos, melhorar 
a distribuição da renda, promover a estabilidade e impulsionar o crescimento econômico.
Basicamente, os objetivos da política orçamentária são corrigir as falhas de mercado e as 
distorções, visando manter a estabilidade, além de melhorar a distribuição de renda, e alocar 
recursos com mais eficiência nos gastos.
Para que o governo possa realizar políticas de alocação e de realocação de recursos escas-
sos, torna-se imprescindível a existência de fontes de arrecadação de recursos, necessárias ao 
pagamento do que chamamos de estrutura pública, responsável pelos estudos e aplicações de 
políticas econômicas objetivadas na equidade e no crescimento e distribuição da renda no país.
Nessa linha de raciocínio, para alcançar os objetivos das políticas públicas, a política or-
çamentária tem como objetivos, de modo amplo, fomentar o crescimento econômico, asse-
gurar o cumprimento das funções elementares do Estado, como justiça e segurança, melho-
rar a distribuição de renda, corrigir as imperfeições do mercado ou atenuar os seus efeitos e 
manter a estabilidade econômica e social e universalizar o acesso aos bens e serviços produ-
zidos pelo setor público ou pelo setor privado.
Os objetivos da política orçamentária são alcançados em razão da capacidade do Estado 
de influenciar na economia por meio da recombinação dos recursos arrecadados no momen-
to da realização da despesa pública.
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Orçamento Público
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Segundo a classificação de Richard Musgrave sobre as funções do setor público (Estado) 
e do orçamento, em economias de mercado, existem três funções exercidas pelo Estado.
Função Alocativa
Promoção de ajustamentos na 
alocação de recursos.
Função Distributiva
Promoção de ajustamento na 
distribuição de renda.
Função Estabilizadora
Manutenção da estabilidade 
econômica.
5.1. função AlocAtivA
A função alocativa do setor público está relacionada às ações empreendidas no forneci-
mento de bens e serviços não disponibilizados pela economia de mercado. O setor público 
disponibiliza bens e serviços para consumo coletivo e não exclusivo a esta ou aquela faixa da 
população. Em referência, cita-se como exemplo de bens públicos a segurança.
A ideia básica da função alocativa é de o setor público atuar onde a iniciativa privada, so-
zinha, não consegue ou não tem interesse de atuar.
Questão 14 (CESPE/SE-DF/ANALISTA/2017) Os Jogos Olímpicos transformaram o Rio de 
Janeiro, avalia o jornalista suíço Jean-Jacques Fontaine, que lançou recentemente o livro Rio 
de Janeiro e os Jogos Olímpicos, uma cidade reinventada. Para o jornalista suíço, foram os Jo-
gos que permitiram investimentos importantes na mobilidade urbana, na segurança, na saúde 
e na educação. Entre os projetos alavancados incluem-se a construção de quatro corredores 
de BRT e a expansão do metrô, embora tais projetos existissem desde a década de 60 do sé-
culo XX; o crescimento das unidades de polícia pacificadora (UPPs), apesar de agora a política 
de segurança estar em declínio; e a ampla reforma urbana na região portuária, que, no entanto, 
ainda não conseguiu decolar a maior parte dos investimentos imobiliários previstos no Porto 
Maravilha. Valor Econômico, 26/7/16. Internet: <http://www.valor.com.br> (com adaptações).
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Considerando as informações apresentadas, julgue o item a seguir, acerca das funções eco-
nômicas do Estado e de suas formas de atuação.
Por meio da implantação de UPPs em comunidades carentes dominadas pelo crime or-
ganizado, o Estado atuou no âmbito de sua função alocativa, garantindo a oferta do bem 
público segurança.
Certo.
Via sua função alocativa, o Estado realizou a oferta do bem público segurança que, no caso 
das UPPs, foca nas comunidades carentes dominadas pelo crime organizado.
5.2. função DistributivA
A função distributiva refere-se às ações de caráter redistributivo efetuadas por meio de 
medidas de transferência que o Estado executa em favor dos segmentos menos favorecidos 
na sociedade.
Ressalta-se, como exemplo, a implementação de estrutura tributária progressiva cujos 
valores arrecadados de impostos dos possuidores de riqueza sejam transferidos para pesso-
as de baixa renda, por meio da oferta de educação e saúde de qualidade.
O Bolsa Família talvez seja o exemplo mais emblemático da função distributiva (estilo 
Robin Wood), uma vez que o governo transfere, para os mais pobres, os valores arrecadados 
de toda a sociedade de acordo com a capacidade contributiva de cada

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