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VENDA DIRETA E O CONSUMO SUSTENTÁVEL: A FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO DE REVENDEDORAS DE PRODUTOS
GT 2: Direito e Consumo Sustentável
[footnoteRef:1] Angelita Aparecida Souza de Camargo [1: Acadêmica do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), contato: angelitacamargo8@gmail.com] 
[footnoteRef:2] Carolina Marin Leal [2: Acadêmica do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), contato: cmarinleal@gmail.com] 
RESUMO
Resumo: A pauta sobre o consumo sustentável está cada vez mais presente no cotidiano da sociedade, pois necessita-se de uma reestruturação nas práticas até então adotadas. Nesse contexto, tornam-se emergentes aspectos como o consumo sustentável, o qual pode ser entendido como o padrão de consumo resultante de inter-relações entre atores sociais direcionados para o consumo sustentável. O presente trabalho reflete sobre o processo de mudanças no mundo do trabalho na atualidade a partir das experiências vivenciadas por trabalhadoras por meio da venda direta de produtos. A pesquisa tem fontes tais como legislação trabalhista, regulamentações e doutrina. Busca-se identificar a forma com a qual a força de trabalho se relaciona com a venda por catálogos numa estrutura econômica capitalista. Bem como, analisar qual o tipo de relação entre as empresas e as práticas efetivamente concretizadas pelas vendedoras. Além de estudar o significado desse trabalho dentro do Direito em contraponto ao ponto de vista das empresas que descrevem tal ocupação como “autônoma”, denominando-as “revendedoras” ou “consultoras”, com o fim específico de descaracterizar qualquer tipo de relação de trabalho e vínculo empregatício. 
Palavras-chave: Consumo sustentável; Vendedoras diretas; Trabalho Precário e Informal.
INTRODUÇÃO 
Dentro do Sistema de Venda Diretas a exploração do trabalho das revendedoras de produtos, em sua maioria mulheres, é feita de forma precária e informal, não havendo sequer o reconhecimento de vínculo empregatício. Esse tipo de relação é reflexo da sociedade capitalista exploratória em que estamos inseridos, em que a informalidade é uma ferramenta de fragilização dos trabalhadores.
O caso das revendedoras de produtos é especialmente grave, já que a informalidade leva a uma invisibilização injusta da atividade desenvolvida, que não é vista como um trabalho, confundindo-se com outras atividades pessoais e imiscuindo-se em outros âmbitos. Assim, diante da necessidade de complementar a renda ou promover a subsistência, as revendedoras assumem tais condições, bem como riscos e os custos da operação.
O sistema de venda direta no Brasil é regulamentado pela Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta (ABEVD) uma associação criada com o objetivo de representar os interesses do setor no Brasil. A associação possui um código de conduta dos vendedores diretos e entre as empresas associadas, publicado de acordo com o modelo proposto pela World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA).[footnoteRef:3] [3: MORAES, Carolina. Mercado de trabalho informal feminino: Revenda de Cosméticos, no Município de Florianópolis-SC. Orientador: Helton Ricardo Ouriques. 2008. 76f. Monografia (Graduação em Ciências Econômicas) – Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia291886.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.] 
O vendedor direto atua na distribuição e venda de produtos, de uma empresa de venda direta, mas não possui vínculo empregatício com a empresa, nem exclusividade, local de trabalho ou horários definidos. Assim, caracterizam-se como revendedores autônomos, o que de acordo a Lei n.º 6.586/1978, confere a eles natureza jurídica de comerciantes.
OBJETIVOS
Identificar a forma com a qual a força de trabalho se relaciona com a venda por catálogos. Verificar qual o tipo de relação entre as empresas e as práticas efetivamente concretizadas pelas vendedoras. Estudar o significado desse trabalho dentro do Direito, bem como analisar a perspectiva das empresas que descrevem tal ocupação como “autônoma”, com o fim específico de descaracterizar qualquer tipo de relação de trabalho e vínculo empregatício. 
METODOLOGIA
A realização desta pesquisa contou com embasamento jurídico e doutrinário, tendo vista que foram analisadas categorias conceituais, bem como a legislação pertinente. Para tanto, utilizou-se do método dedutivo, pois partiu-se da análise de um contexto geral para a situação específica, qual seja, respectivamente, a venda direta de cosméticos e o enfoque dado pelo Direito a tal situação trabalhista. Já os métodos de procedimentos adotados foram o monográfico, uma vez que procuram obter generalizações sobre a análise dos casos das vendedoras, bem como a possibilidade de enquadramento das mesmas em alguma espécie de trabalho por meio de estudo doutrinário e legislativo, e o histórico, pois se busca investigar o significado da prática feita pelas vendedoras de cosméticos dentro do Direito brasileiro.
RESULTADOS
No tocante ao tipo de relação entre as empresas e as práticas efetivamente concretizadas pelas vendedoras foi verificado que o trabalho, em expansão por apropriar-se dos tempos de não trabalho, está em um novo estágio de subsunção ao capital. As empresas exigem produtividade em trabalhos de serviços, considerando que o trabalho é submisso ao sistema do capital e que se mantém através da geração de lucro para o capitalista. Entretanto, as consultoras não se encontram integralmente na esfera da circulação, conectado à produção. 
A exploração desse trabalho, portanto, ocorre do mesmo jeito, exceto pelo fato de a empresa economizar significativamente em custos de circulação. Em termos de exploração, trabalhos realizados na esfera da circulação – as consultoras podem estar até pagando pelo próprio trabalho. Multidões produtivas ou improdutivas, em sua maioria de mulheres em plena atividade, são centrais na acumulação para a empresa Natura, tanto na geração de valor, em sua realização, como na redução de custos.[footnoteRef:4] [4: SOARES, Jéssica Patrícia Rodrigues Silva de Freitas. O processo de significação do trabalho para revendedoras de venda direta: um estudo exploratório. Orientador: Pedro F. Bendassolli. 2017. 149f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/24538/1/JessicaPatriciaRodriguesSilvaDeFreitasSoares_DISSERT.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.] 
Abílio[footnoteRef:5] conclui que multidões produtivas ou improdutivas (de mulheres em plena atividade) são centrais na acumulação para a empresa Natura, tanto na geração de valor, em sua *realização, como na redução de custos. Por isso, o consumo sustentável, nessas condições de trabalho flexibilizado, não existe, de forma alguma, na prática. [5: ABÍLIO, 
] 
Nesse cenário, quando empresas como a Natura promovem um discurso de consumo sustentável, adotando uma posição de suposto incentivo ao empreendedorismo, na realidade são artifícios para beneficiar seus próprios interesses. Nesse sentido, convém às empresas enxergar tal ocupação como “autônoma”, atribuindo-lhe denominações como “revendedoras” ou “consultoras” com a finalidade de descaracterizar qualquer tipo de relação de trabalho e vínculo empregatício. 
CONCLUSÕES
 Conforme exposto, a perspectiva apresentada deriva de muitos fatores, entre eles o desmonte do trabalho regulado, que abre espaço a informalidade mascarada pelo discurso neoliberal e capitalista do empreendedorismo.
No Direito brasileiro, a legislação é inócua, ainda não atenta às mudanças de consumo 
REFERÊNCIAS
ABÍLIO, 
BRASIL. Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978. Classifica o comerciante ambulante 
para fins trabalhistas e previdenciários. Brasília, em 6 de novembro de 1978.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6586.htm. 
Acesso em: 12 out. 2019. 
FIOROTTI, Cíntia. Mudanças no mundo dos trabalhadores:um estudo sobre as vendedoras de produtos por catálogo Avon e Natura. Orientador: Prof. Dr. Antônio de Pádua Bosi. 2009. 241p. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon, 2009.
MORAES, Carolina. Mercado de trabalho informal feminino: Revenda de Cosméticos, no Município de Florianópolis-SC. Orientador: Helton Ricardo Ouriques. 2008. 76f. Monografia (Graduação em Ciências Econômicas) – Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia291886.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.
SOARES, Jéssica Patrícia Rodrigues Silva de Freitas. O processo de significação do trabalho para revendedoras de venda direta: um estudo exploratório. Orientador: Pedro F. Bendassolli. 2017. 149f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/24538/1/JessicaPatriciaRodriguesSilvaDeFreitasSoares_DISSERT.pdf. Acesso em: 10 out. 2019.

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