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Seminário - 01 - Casa - IBET

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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por 
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
SEMINÁRIO DE CASA 
 
SEMINÁRIO I – DIREITO TRIBUTÁRIO E O CONCEITO DE “TRIBUTO” 
 
Leitura básica 
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo I e 
itens 1 (acepções do vocábulo “tributo”) e 2 (a definição do art. 3º do CTN) do Capítulo II. 
• CARVALHO. Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, 
Item 2.2.2. (conceito de tributo) do Capítulo 2 da segunda parte. 
Leitura complementar 
• CARVALHO. Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 10ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015, Itens 1 (texto e contexto) a 6 (normas primárias e secundárias) do Capítulo I. 
• SOUZA, Priscila de. “Intertextualidade na linguagem jurídica: conceito e aplicação”. In CARVALHO, P. 
B (Coord). Constructivismo Lógico-Semântico. Vol. I. São Paulo: Noeses, 2014. 
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito (o constructivismo lógico-semântico). 
São Paulo: Noeses, 2016, Capítulos III e VIII do livro, de Aurora Tomazini de Carvalho. 
• FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo: Quartier Latin, Capítulo IV. 
• CARVALHO. Paulo de Barros. “Breves considerações sobre a função descritiva do direito tributário”. 
In CARVALHO, P. B; LINS, R. M. (Coord.). Ensaios sobre jurisdição federal. São Paulo: Noeses, 2014 . 
Questões 
 
1. Que é Direito? Há diferença entre direito positivo e Ciência do Direito? Explique. 
R: O Direito reside na ideia das ações humanas de vida social, estabelecido por um conjunto 
de normas, sendo esta a lei e a ordem. É um conjunto de regras obrigatórias para garntir o 
convívio social. De outro lado, o direito positivo é o complexo de normas jurídicas válidos 
num dado país. Cabe a esta ciência, descrever o enredo normativo, ordenando-o e 
sistematizando. É um modo de expressão. É resultado do comportamento humano, do 
convívio social, de forma que, aparece como um norte para as relações interpessoais. É o 
complexo de normas jurídicas válidos num dado país. Cabe a esta ciência, descrever o enredo 
normativo, ordenando-o e sistematizando. É um modo de expressão resultado do 
comportamento humano, do convívio social, de forma que, aparece como um norte para as 
relações interpessoais. A ciência do direito, por outro lado, é a parte do direito que tem como 
função descrever o direito positivo com um tipo de linguagem científica não admitindo 
contradições. Busca analisar o direito de forma descritiva. 
 
 
 
 
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2. Que é tributo (vide anexo I)? Com base na sua definição de tributo, quais dessas 
hipóteses são consideradas tributos? Fundamente sua resposta: (i) valor cobrado pela 
União a título de ressarcimento de despesas com selos de controle de IPI fabricado pela 
Casa da Moeda (anexo II); (ii) contribuição sindical (considerar as alterações da lei 
13.467/17) (anexo III); (iii) tributo instituído por meio de decreto (inconstitucional – 
vide anexo IV); (iv) o tributo inserido na base de cálculo de outro tributo. 
R: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
(i) Pode ser considerada tributo tendo em vista que foi instituída para o exercício do 
poder de polícia e preenche todos requisitos do art. 3º do CTN. 
(ii) Contribuição sindical não é tributo pois não é imposto, taxa ou contribuição 
social. Além disso, o Sindicato é uma instituição privada que não sofre regulação 
de nenhum Tribunal de Contas, razão pela qual, não há mais a compulsoriedade 
da obrigação. 
(iii) É tributo porém é um tributo que viola o princípio da legalidade, de forma que, 
será inconstitucional. 
(iv) É tributo porém existe uma grande problemática sobre este tema, tendo em vista 
que nossa Constituição Federal veda que um tributo não pode servir de base de 
outro tributo. 
 
 
3. Que é norma jurídica? E norma jurídica completa? Há que se falar em norma jurídica sem 
sanção? Justifique. 
R: Norma jurídica é a significação que obtemos a partir da leitura dos textos do direito 
positivo. É algo que se produz em nossa mente como resultado do mundo exterior. 
Norma jurídica completa é aquela compota pela norma primária (fato social ligado a uma 
consequência) e secundária (sanção). E pode se ter norma jurídica sem sanção. 
 
4. Há diferença entre documento normativo, enunciado prescritivo, proposição e norma 
jurídica? Explique estabelecendo a diferença entre o conceito de norma em sentido 
amplo e norma em sentido estrito. 
R: Há diferença. Documento normativo é o suporte material onde temos a linguagem 
registrada a partir de um aspecto física. Enunciado prescritivo é a semântica da 
linguagem dos documentos normativos. Proposição é a significação mental que damos a 
partir da interação com o documento e análise do que foi exposto. Norma jurídica, nas 
palavras de Paulo de Barros Carvalho (2012, p. 42) é uma “unidade irredutível de 
manifestação do deôntico”.1 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 9 ed. São 
Paulo: Editora Saraiva: 2012. 
 
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5. Com base em sua resposta dada na questão 2, responda: 
a) O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito 
é uma utilização do tributo como “sanção de ato ilícito”? 
R: O desconto do IPVA aludido pelo enunciado não se refere a uma hipótese de sanção; muito pelo 
contrário, se destina a incentivar uma conduta específica. De outro lado, restaria configurada a 
hipótese de sanção pela prática de ato ilícito caso houvesse um acréscimo na cobrança aos 
contribuintes que incorreram em infrações de trânsito. O referido desconto, assim, não se configura 
como qualquer majoração do tributo. 
 
b) E a progressividade do IPTU e do ITR em razão da função social da propriedade? Responda 
fundamentadamente e considere para sua resposta as seguintes afirmações do autor Fernando 
Favacho: “a definição conotativa do art. 3º do CTN conflita com a definição denotativa do art. 
182 da CF. Em suma, a Constituição traz um tributo (IPTU sancionatório progressivo) que, para 
o CTN, não é tributo”2 e “o IPTU sancionatório progressivo é tributo, a par do mandamento do 
CTN”3. 
R: Partindo da concepção de que a destinação improdutiva no imóvel não configura, no 
ordenamento jurídico, qualquer ato ilícito, o incremento do valor do recolhimento tendo como 
baliza a função social da propriedade não se relacionaria com uma infração, tendo a 
progressividade, nesse aspecto, natureza extrafiscal. Assim, a progressividade em razão da 
função social da propriedade não pode ser analisada como sanção de ato ilícito – é uma mera 
característica extrafiscal, concedida ao IPTU e ao ITR. 
 
6. Que é direito tributário? Sob as luzes da matéria estudada, efetuar crítica à seguinte 
sentença: “Direito tributário é o ramo do Direito público positivo que estuda as relaçõesjurídicas entre o Fisco e os contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e 
fiscalização de tributos”, e propor definição para “direito tributário”. 
R: Direito Tributário é o ramo autônomo do direito, integrado pelo conjunto de 
proposição jurídico-normativas, que correspondam, direta ou indiretamente, à 
instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. Ao analisar a assertiva acima, 
podemos dizer que está equivocada, tendo em vista que, não analisa somente a relação 
entre fisco e contribuintes. O direito tributário vai além desta relação, como, por 
exemplo, na análise do Direito Financeiro e Administrativo. 
 
7. Dada a seguinte lei (exemplo fictício): 
Estado de Minas Gerais, Lei Estadual nº 2.017, de 10/10/2017 
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais Decretou e eu sanciono 
a seguinte lei: 
Art. 1º Esta Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização de Atividades 
de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos, que 
tem como fato gerador o exercício do poder de polícia do Estado sobre 
estas atividades. 
Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é a receita bruta obtida com a 
 
2 FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo, 2010. p. 33. 
3 Idem. Loc. cit. 
 
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comercialização de mercadorias ou de serviços que utilizem recursos 
hídricos. 
Art. 3o. A alíquota é de 3%. 
Art. 4º Contribuinte é Pessoa, física ou jurídica, que utilize recursos 
hídricos com a finalidade de exploração ou aproveitamento econômico. 
Art. 5º A taxa será apurada mensalmente e recolhida, mediante 
preenchimento da guia de recolhimento, até o último dia útil do mês 
seguinte ao da exploração ou do aproveitamento do recurso hídrico, sob 
pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido. 
Art. 6º Na ausência de apuração e recolhimento da taxa pelo 
contribuinte,a autoridade fiscal competente deverá lavrar “Auto de 
Infração e Imposição de Multa”, aplicando multa de 50% sobre o valor da 
taxa devida. 
Art. 7º É isenta do pagamento da taxa a utilização de recurso hídrico na 
captação e consumo destinados à atividade agropecuária 
(...) 
Pergunta-se: 
a) Quantas normas há nessa lei? Identifique-as. 
R: Foram identificadas 07 (sete) normas. São elas: regra matriz (arts. 1º ao 4º); norma de 
pagamento (art. 5º); norma de dever instrumental (art. 5º); norma sancionatória (art. 5º); norma 
administrativa (art. 6º); norma sancionatória (art. 6º); norma de isenção (art. 7º). 
b) Qual dessas normas institui tributo? 
R: A norma referente à regra matriz de incidência tributária (arts. 1º ao 4º). 
c) Qual dessas normas é estudada pela Ciência do Direito Tributário? Justificar. 
R: Todas, vez que se tratam de normas positivadas. 
d) O texto legal, acima transcrito, é Ciência do Direito? Justificar. 
R: Não, pois tratam-se de prescrições legais, ao passo em que a Ciência do Direito se destina 
às descrições. 
Sugestão para pesquisa suplementar 
• Capítulos I, II, V e item 6 do Capítulo VII do livro Curso de teoria geral do direito (o constructivismo 
lógico-semântico), de Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: Noeses. 
• Capítulo I (definição de tributo), art. 3º e art. 4º do livro Comentários ao Código Tributário Nacional, de 
Rubens Gomes de Sousa, Geraldo Ataliba e Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Quartier Latin . 
• Capítulo II do livro Lançamento tributário, de Eurico M. Diniz de Santi. São Paulo: Max Limonad. 
• Capítulo I do livro A prova no direito tributário, de Fabiana Del Padre Tomé, São Paulo: Noeses. 
• Capítulo I, itens I.2 a I.4 do livro Presunções no direito tributário, de Maria Rita Ferragut. São Paulo: 
Quartier Latin. 
• Capítulo II item 2.4 do livro Contribuições: regime jurídico, destinação e controle, de Paulo Ayres 
Barreto. São Paulo: Noeses. 
• Capítulo I do livro Estruturas lógicas e o sistema do direito positivo, de Lourival Vilanova. São Paulo: 
 
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Noeses . 
• Hipótese de incidência tributária, primeira parte: “Noções introdutórias”, e terceira parte: 
“Classificação jurídica dos tributos”, de Geraldo Ataliba. São Paulo: Malheiros . 
• Itens: 3. (Sistema dos fundamentos óbvios), 10. (O maior equívoco), 11. (Diagnóstico da demência e 
a terapêutica), 12. (A doutrina do direito tributário a des raisons que la raison ne conntaît pas), 16. 
(Ciência do Direito), 17. (Lei científica e lei jurídica – Ser e dever ser – Causação e normatividade), 
18. (Crítica aos críticos da teoria normativa do direito – Kelsen) e 19. (Direito é instrumento), do 
livro Teoria geral do direito tributário, de Alfredo Augusto Becker. São Paulo: Noeses . 
Anexo I 
ADI n. 447 (Delimitação do conceito de tributo 
adotado pelo STF) 
DJ 05/03/1993 
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário 
brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos, 
encontra definição no art. 3º do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no constituir 
ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa importância em dinheiro ao 
Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da vontade das partes, 
assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denominadas obrigações ex lege podem 
ser encontradas tanto no direito público quanto no direito privado. A obrigação tributária, 
obrigação ex lege, a mais importante do direito público, ‘nasce de um fato qualquer da vida 
concreta, que antes havia sido qualificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento.’ 
(Geraldo Ataliba, ‘Hermenêutica e Sistema Constitucional Tributário’, in ‘Diritto e pratica 
tributaria’, volume L, Padova, Cedam, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela 
hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os 
impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as 
contribuições, que são c.l) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que, por sua 
vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195, CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário educação 
(CF, art. 212, § 5º) e c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e 
c.3.2) de interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). Constituem, ainda, 
espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).” ADI 447, Rel. Min. Octavio 
Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, Plenário, DJ de 5-3-1993. 
Anexo II 
REsp 1.448.096 
DJe 14/10/2015 
TRIBUTÁRIO. SISTEMA DE CONTROLE DE PRODUÇÃO DE BEBIDAS - SICOBE. ART. 58-T DA 
LEI 10.833/03 (REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.827/08). 
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR OS CUSTOS SUPORTADOS PELA CASA DA 
MOEDA COM A FISCALIZAÇÃO DA ATIVIDADE. ART. 28 DA LEI 11.488/07. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
PRINCIPAL. TRIBUTO. TAXA PELO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA E 
 
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BASE DE CÁLCULO DO RESSARCIMENTO POR ATO DA RECEITA FEDERAL. ATO DECLARATÓRIO DO 
EXECUTIVO RFB 61/08. VIOLAÇÃO AO ART. 97, INCISO IV DO CTN, RESERVA LEGAL. 
PROPORCIONALIDADE À CAPACIDADE PRODUTIVA IMPOSTA PELA LEI. NÃO OBSERVÂNCIA PELO 
ATO INFRALEGAL. FIXAÇÃO DE VALOR ÚNICO. AFRONTA AO ART.28, § 4o. DA LEI 11.488/07. 
PREJUDICADA A MULTA PELO INADIMPLEMENTO DO RESSARCIMENTO. RECURSO ESPECIAL 
CONHECIDO E PROVIDO. 
1. O art. 58-T da Lei 10.833/03 (redação dada pela Lei 11.827/08) criou para as pessoas 
jurídicas que importam ou industrializam refrigerante, cerveja, água e refresco a obrigação de 
instalar equipamentos contadores de produção a fim de viabilizar a fiscalização da cobrança de 
PIS/COFINS e IPI. Ao regulamentar o dispositivo, a Instrução Normativa RFB 869/08 estabeleceu 
que o monitoramento da contagem seria feito por meio do Sistema de Controle de Produção de 
Bebidas (SICOBE). 
2. O dever de adotar o SICOBE qualifica-se como obrigação acessória, de que cuida o art. 
113, § 2o. do CTN. 
3. O art. 28, §§ 2o. e 3o. da Lei 11.488/07 impôs ao estabelecimento industrial o dever de 
ressarcir (entregar dinheiro) a Casa da Moeda do Brasil por possibilitar o funcionamento do 
SICOBE. 
4. Avulta a necessidade de distinguir a natureza das duas obrigações tributárias distintas, 
circunscritas ao SICOBE: (i) o dever de implementá-lo, de natureza acessória; e (ii) o dever de 
ressarcir à Casa da Moeda do Brasil os custos ou despesas da fiscalização da atividade, de natureza 
principal. Precedente: REsp. 1.069.924/PR, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe 26.2.2009. 
5. A diferença fundamental entre obrigação tributária principal e obrigação tributária 
acessória é a natureza da prestação devida ao Estado. Consoante ensina a Professora REGINA 
HELENA COSTA, Ministra do STJ, enquanto a primeira consubstancia entrega de dinheiro, a 
segunda tem natureza prestacional (fazer, não fazer, tolerar). Isto não significa, todavia, que das 
obrigações acessórias não resultem dispêndios aos contribuintes, muito pelo contrário. 
6. Parte da doutrina e da jurisprudência defende que o fato de as obrigações acessórias 
implicarem gastos aos contribuintes possibilita ao Estado criá-las, responsabilizá-los por seu 
implemento e, desde logo, cobrar por estes inevitáveis gastos, sem desnaturá-las. Olvida-se, 
entretanto, que a partir do momento em que nasce o dever de pagar quantia ao Estado, de forma 
compulsória, tem vida a obrigação tributária principal. 
7. Os arts. 58-T da Lei 10.833/03 c/c 28 da Lei 11.488/07 impuseram obrigação pecuniária 
compulsória, em moeda, fruto de ato lícito. Assim, a despeito de ter sido intitulada de 
ressarcimento, a cobrança se enquadra no conceito legal de tributo, nos termos do art. 3o. do 
CTN. 
8. Os valores exigidos, à guisa de ressarcimento, originam-se do exercício de poderes 
fiscalizatórios por parte da Fazenda Nacional, para evitar que as empresas produtoras de bebidas 
incidam em evasão fiscal. Tais atos fiscalizatórios são ínsitos ao poder de polícia de que está 
investida a União Federal, cuja remuneração pode ser perpetrada por meio da chamada taxa de 
polícia. Até aqui, mal algum há na conduta do Estado, pois lhe é amplamente permitido criar novas 
taxas através de lei. 
9. O vício surge na forma como se estabeleceu o valor da taxa, por meio do Ato Declaratório do 
Executivo RFB 61/08. É que o art. 97, inciso IV do CTN estatui que somente a lei pode estabelecer a 
fixação de alíquota e da base de cálculo dos tributos e o art. 28, § 4o. da Lei 11.488/07 não previu o 
 
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quantum deveria ser repassado à Casa da Moeda do Brasil, apenas atribuiu à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil a competência para fazê-lo. 
10. Ademais, o Ato Declaratório do Executivo RFB 61/08, quando definiu o valor cobrado a 
título de ressarcimento em número fixo por unidade de produto, não respeitou o contido no 
próprio dispositivo que lhe outorgou esta competência. O art. 28, § 4o. da Lei 11.488/07 
estabeleceu a premissa segundo a qual os valores do ressarcimento deveriam ser proporcionais 
à capacidade produtiva do estabelecimento industrial, mas a Secretaria da Receita Federal do 
Brasil não se preocupou com este importante aspecto, cobrando igual montante de todos os 
produtores, indistintamente. 
11. Desta forma, há violação ao art. 97, IV do CTN e ao 28, § 4º da Lei 11.488/07, de modo a 
contaminar todo substrato vinculada ao ressarcimento, sobretudo a penalidade por seu 
inadimplemento. 
12. Neste contexto, os questionamentos em torno da multa pelo não pagamento do 
ressarcimento restaram prejudicados com o entendimento que ora se firma da impossibilidade 
de cobrança do próprio ressarcimento, cuja alíquota e base de cálculo foram previstas em 
afronta ao art. 97, IV do CTN e 28, § 4o. da Lei 11.488/07. 
Insubsistente a obrigação de ressarcir, fixada no Ato Declaratório do Executivo RFB 61/08, 
também o é a multa decorrente de seu fictício inadimplemento. Por conseguinte, prejudicado 
está o conhecimento do dissídio jurisprudencial quanto à possibilidade de ato infralegal ampliar 
o conteúdo de punição tributária. 
13. Recurso Especial conhecido e provido. 
(REsp 1448096/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 01/10/2015, DJe 14/10/2015) 
Anexo III 
ADI 5794 
DJe 23/04/2019 
 
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. REFORMA TRABALHISTA. 
FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. CONSTITUCIONALIDADE. INEXIGÊNCIA DE 
LEI COMPLEMENTAR. DESNECESSIDADE DE LEI ESPECÍFICA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À 
ISONOMIA TRIBUTÁRIA (ART. 150, II, DA CRFB). COMPULSORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO 
SINDICAL NÃO PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO (ARTIGOS 8 º, IV, E 149 DA CRFB). NÃO 
VIOLAÇÃO À AUTONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS (ART. 8 º, I, DA CRFB). 
INOCORRÊNCIA DE RETROCESSO SOCIAL OU ATENTADO AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES 
(ARTIGOS 1 º, III E IV, 5 º, XXXV, LV E LXXIV, 6 º E 7 º DA CRFB). CORREÇÃO DA PROLIFERAÇÃO 
EXCESSIVA DE SINDICATOS NO BRASIL. REFORMA QUE VISA AO FORTALECIMENTO DA 
ATUAÇÃO SINDICAL. PROTEÇÃO ÀS LIBERDADES DE ASSOCIAÇÃO, SINDICALIZAÇÃO E DE 
EXPRESSÃO (ARTIGOS 5 º, INCISOS IV E XVII, E 8 º, CAPUT, DA CRFB). GARANTIA DA 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (ART. 5 º, IV, DA CRFB). AÇÕES DIRETAS DE 
INCONSTITUCIONALIDADE JULGADAS IMPROCEDENTES. AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
CONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. 
 
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1. À lei ordinária compete dispor sobre fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes 
quanto à espécie tributária das contribuições, não sendo exigível a edição de lei complementar 
para a temática, ex vi do art. 146, III, alínea ‘a’, da Constituição. 
2. A extinção de contribuição pode ser realizada por lei ordinária, em paralelismo à regra 
segundo a qual não é obrigatória a aprovação de lei complementar para a criação de 
contribuições, sendo certo que a Carta Magna apenas exige o veículo legislativo da lei 
complementar no caso das contribuições previdenciárias residuais, nos termos do art. 195, § 4º, 
da Constituição. Precedente (ADI 4697, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado 
em 06/10/2016). 
3. A instituição da facultatividade do pagamento de contribuições sindicais não demanda lei 
específica, porquanto o art. 150, § 6º, da Constituição trata apenas de “subsídio ou isenção, 
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão”, bem como 
porque a exigência de lei específica tem por finalidade evitar as chamadas “caudas legais” ou 
“contrabandos legislativos”, consistentes na inserção de benefícios fiscais em diplomas sobre 
matérias completamente distintas, como forma de chantagem e diminuição da transparência no 
debate público, o que não ocorreu na tramitação da reforma trabalhista de que trata a Lei nº 
13.467/2017. Precedentes (ADI 4033, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, 
julgadoem 15/09/2010; RE 550652 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda 
Turma, julgado em 17/12/2013). 
4. A Lei nº 13.467/2017 emprega critério homogêneo e igualitário ao exigir prévia e 
expressa anuência de todo e qualquer trabalhador para o desconto da contribuição sindical, ao 
mesmo tempo em que suprime a natureza tributária da contribuição, seja em relação aos 
sindicalizados, seja quanto aos demais, motivos pelos quais não há qualquer violação ao 
princípio da isonomia tributária (art. 150, II, da Constituição), até porque não há que se invocar 
uma limitação ao poder de tributar para prejudicar o contribuinte, expandindo o alcance do 
tributo, como suporte à pretensão de que os empregados não-sindicalizados sejam obrigados a 
pagar a contribuição sindical. 
5. A Carta Magna não contém qualquer comando impondo a compulsoriedade da 
contribuição sindical, na medida em que o art. 8º, IV, da Constituição remete à lei a tarefa de 
dispor sobre a referida contribuição e o art. 149 da Lei Maior, por sua vez, limita-se a conferir à 
União o poder de criar contribuições sociais, o que, evidentemente, inclui a prerrogativa de 
extinguir ou modificar a natureza de contribuições existentes. 
6. A supressão do caráter compulsório das contribuições sindicais não vulnera o princípio 
constitucional da autonomia da organização sindical, previsto no art. 8º, I, da Carta Magna, nem 
configura retrocesso social e violação aos direitos básicos de proteção ao trabalhador 
insculpidos nos artigos 1º, III e IV, 5º, XXXV, LV e LXXIV, 6º e 7º da Constituição. 
7. A legislação em apreço tem por objetivo combater o problema da proliferação excessiva 
de organizações sindicais no Brasil, tendo sido apontado na exposição de motivos do 
substitutivo ao Projeto de Lei nº 6.787/2016, que deu origem à lei ora impugnada, que o país 
possuía, até março de 2017, 11.326 sindicatos de trabalhadores e 5.186 sindicatos de 
empregadores, segundo dados obtidos no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do 
Ministério do Trabalho, sendo que, somente no ano de 2016, a arrecadação da contribuição 
sindical alcançou a cifra de R$ 3,96 bilhões de reais. 
8. O legislador democrático constatou que a contribuição compulsória gerava uma oferta 
 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
excessiva e artificial de organizações sindicais, configurando uma perda social em detrimento 
dos trabalhadores, porquanto não apenas uma parcela dos vencimentos dos empregados era 
transferida para entidades sobre as quais eles possuíam pouca ou nenhuma ingerência, como 
também o número estratosférico de sindicatos não se traduzia em um correspondente aumento 
do bem-estar da categoria. 
9. A garantia de uma fonte de custeio, independentemente de resultados, cria incentivos 
perversos para uma atuação dos sindicatos fraca e descompromissada com os anseios dos 
empregados, de modo que a Lei nº 13.467/2017 tem por escopo o fortalecimento e a eficiência 
das entidades sindicais, que passam a ser orientadas pela necessidade de perseguir os reais 
interesses dos trabalhadores, a fim de atraírem cada vez mais filiados. 
10. Esta Corte já reconheceu que normas afastando o pagamento obrigatório da 
contribuição sindical não configuram indevida interferência na autonomia dos sindicatos: ADI 
2522, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006. 
11. A Constituição consagra como direitos fundamentais as liberdades de associação, 
sindicalização e de expressão, consoante o disposto nos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, 
tendo o legislador democrático decidido que a contribuição sindical, criada no período 
autoritário do estado novo, tornava nula a liberdade de associar-se a sindicatos. 
12. O engajamento notório de entidades sindicais em atividades políticas, lançando e 
apoiando candidatos, conclamando protestos e mantendo estreitos laços com partidos políticos, 
faz com que a exigência de financiamento por indivíduos a atividades políticas com as quais não 
concordam, por meio de contribuições compulsórias a sindicatos, configure violação à garantia 
fundamental da liberdade de expressão, protegida pelo art. 5º, IV, da Constituição. Direito 
Comparado: Suprema Corte dos Estados Unidos, casos Janus v. American Federation of State, 
County, and Municipal Employees, Council 31 (2018) e Abood v. Detroit Board of Education 
(1977). 
13. A Lei nº 13.467/2017 não compromete a prestação de assistência judiciária gratuita 
perante a Justiça Trabalhista, realizada pelos sindicatos inclusive quanto a trabalhadores não 
associados, visto que os sindicatos ainda dispõem de múltiplas formas de custeio, incluindo a 
contribuição confederativa (art. 8º, IV, primeira parte, da Constituição), a contribuição 
assistencial (art. 513, alínea ‘e’, da CLT) e outras contribuições instituídas em assembleia da 
categoria ou constantes de negociação coletiva, bem assim porque a Lei n.º 13.467/2017 
ampliou as formas de financiamento da assistência jurídica prestada pelos sindicatos, passando 
a prever o direito dos advogados sindicais à percepção de honorários sucumbenciais (nova 
redação do art. 791-A, caput e § 1º, da CLT), e a própria Lei n.º 5.584/70, em seu art. 17, já 
dispunha que, ante a inexistência de sindicato, cumpre à Defensoria Pública a prestação de 
assistência judiciária no âmbito trabalhista. 
14. A autocontenção judicial requer o respeito à escolha democrática do legislador, à 
míngua de razões teóricas ou elementos empíricos que tornem inadmissível a sua opção, 
plasmada na reforma trabalhista sancionada pelo Presidente da República, em homenagem à 
presunção de constitucionalidade das leis e à luz dos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, da 
Constituição, os quais garantem as liberdades de expressão, de associação e de sindicalização. 
15. Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas improcedentes e Ação Declaratória de 
Constitucionalidade julgada procedente para assentar a compatibilidade da Lei n.º 13.467/2017 
com a Carta Magna. 
 
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Anexo IV 
AgRg no RESP n. 429.413/RJ 
DJ 13/10/2003 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO. PIS. COFINS. PRESCRIÇÃO. 
DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. CONTAGEM A PARTIR DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROVIMENTO NEGADO. 
A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora de um tributo altera a natureza 
jurídica dessa prestação pecuniária, que, retirada do âmbito tributário, passa a ser de indébito 
para com o Poder Público, e não de indébito tributário. Com efeito, a lei declarada inconstitucional 
desaparece do mundo jurídico, como se nunca tivesse existido. 
Afastada a contagem do prazo prescricional/ decadencial para repetição do indébito 
tributário previsto no Código Tributário Nacional, tendo em vista que a prestação pecuniária 
exigida por lei inconstitucional não é tributo, mas um indébito genérico contra a Fazenda Pública, 
aplica-se a regra geral de prescrição de indébito contra a Fazenda Pública, prevista no artigo 1º 
do Decreto 20.910/32. 
A declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal não elide a 
presunção de constitucionalidade das normas, razão pela qual não estava o contribuinte 
obrigado a suscitar a sua inconstitucionalidade sem o pronunciamento da Excelsa Corte, 
cabendo-lhe, pelo contrário, o dever de cumprir a determinação nela contida. 
A tese que fixa como termo a quo para a repetição do indébito o reconhecimento da 
inconstitucionalidade da lei que instituiu o tributo deverá prevalecer, pois, não é justo ou razoável 
permitir que ocontribuinte, até então desconhecedor da inconstitucionalidade da exação 
recolhida, seja lesado pelo Fisco. 
Ainda que não previsto expressamente em lei que o prazo prescricional/decadencial para a 
restituição de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal é contado 
após cinco anos do trânsito em julgado daquela decisão ,a interpretação sistemática do 
ordenamento jurídico pátrio leva a essa conclusão. 
Cabível a restituição do indébito contra a Fazenda, sendo o prazo de decadência/prescrição 
de cinco anos para pleitear a devolução, contado do trânsito em julgado da decisão do Supremo 
Tribunal Federal que declarou inconstitucional o suposto tributo. 
Agravo regimental a que se nega provimento.

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