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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFG Disciplina: Hidrologia Docente: Luísa Magalhães Araújo Data: 02/06/2020 Semestre: 5° Discente: Jean dos Santos Alves Junior, Marcelo Santos Costa Filho, Víctor Breno de Amorim Ribeiro e Wellison Junior Macena Rocha. Estudo Dirigido OBS: textos iguais serão desconsiderados! 1. Conceitue evaporação, transpiração e evapotranspiração. Evaporação: é responsável pelo movimento da água para o ar a partir de fontes como o solo, dossel florestal e corpos d’água, como lagos, córregos, rios e mares. Evapotranspiração: é a soma destes dois fenômenos, fundamentais ao ciclo da água em todo o planeta. Transpiração: representa o movimento da água dentro de uma planta, e a conseqüente perda da mesma para a atmosfera. 2. Quais os fatores intervenientes na taxa de evapotranspiração? Explique- os. Fatores Climáticos: Radiação Solar: a energia necessária para o processo de evaporação tem como fonte primária o sol; a incidência de sua radiação varia com a latitude, clima e estação do ano. Tipos de radiação solar: Incidente, Refletida e Líquida. 𝑅𝑅𝐿𝐿 = 𝑅𝑅𝑖𝑖−𝑅𝑅𝑟𝑟 Onde: 𝑅𝑅𝐿𝐿 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅çã𝑜𝑜 𝑙𝑙í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑅𝑅𝑖𝑖 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅çã𝑜𝑜 𝑅𝑅𝑖𝑖𝑖𝑖𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑅𝑅𝑟𝑟 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅çã𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑖𝑖𝑟𝑟𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 Umidade Relativa: razão entre conteúdo de vapor d’água do ar e quantidade de vapor d’água que o ar pode reter naquela temperatura. Ar seco tem maior capacidade de absorver vapor d’água que o ar úmido. Quando o ar se aproxima da saturação, a taxa de evaporação diminui, tendendo a se anular. Temperatura: o aumento da temperatura influi favoravelmente na intensidade de evaporação porque torna maior a quantidade de vapor d’agua que pode estar presente no mesmo volume de ar, ao se atingir o grau de saturação do ar. Vento: desloca as parcelas de ar mais úmidas encontradas na camada limite superficial, substituindo-as por outras mais secas. Inexistindo o vento, o processo de evaporação cessaria logo que o ar atingisse a saturação, (esgotada sua capacidade de absorver vapor d’água). Fatores da Planta: Espécie: arquitetura foliar (distribuição espacial da folhagem), resistência interna da planta ao transporte de água, e outros aspectos morfológicos (nº, tamanho e distribuição dos estômatos), que exercem influência na ET. Altura da planta: plantas mais altas e mais rugosas interagem mais eficientemente com a atmosfera, extraindo mais energia do ar, aumentando a ET. Estágio de desenvolvimento (IAF): Maior IAF, maior a superfície transpirante. Coeficiente de reflexão (albedo): influencia na disponibilidade de radiação para o processo de ET. Quanto mais escura a vegetação, menor será a reflexão dos raios solares incidentes e maior será a radiação líquida - fonte de energia para ET. Espaçamento/densidade de plantio: Espaçamento menor: competição pela água, aprofundamento das raízes para aumentar o volume de água disponível. Espaçamento maior: sistema radicular mais superficial, mas permite mais aquecimento do solo e das plantas, e circulação mais livre do vento, aumentando a ET. 3. Como a evapotranspiração podem ser obtida? Evapotranspiração é processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera por evaporação da água do solo e por transpiração das plantas. Dependendo das condições da vegetação, do tamanho da área vegetada, e do suprimento de água pelo solo, define-se situações bem características, tais como, evapotranspiração potencial, real e de cultura: • Evapotranspiração potencial (ETP) é a quantidade de água que seria utilizada por uma extensa superfície vegetada com grama, com altura entre 8 e 15 cm, em crescimento ativo, cobrindo totalmente a superfície do solo, e sem restrição hídrica. • Evapotranspiração Real (ETR) é a quantidade que seria utilizada por uma extensa superfície vegetada com grama, com altura entre 8 e 15 cm, em crescimento ativo, cobrindo totalmente a superfície do solo, porém com ou sem restrição hídrica. A ETR é igual ou menor que a evapotranspiração potencial. • Evapotranspiração da Cultura (ETc) é a quantidade de água utilizada por uma cultura, em qualquer fase do seu desenvolvimento, quando não houver restrição hídrica. A ETc pode ser obtida a partir da ETP pela relação: 𝐸𝐸𝐸𝐸𝑖𝑖 = 𝐾𝐾𝑖𝑖 ∙ 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 Sendo Kc o coeficiente da cultura que varia com as fases de desenvolvimento da planta e também entre espécies e cultivares, sendo função do IAF (estágio de desenvolvimento). MEDIDA DIRETA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO A medida direta da evapotranspiração é uma medida difícil e onerosa, justificando sua utilização apenas em condições experimentais. Os equipamentos mais utilizados para esse fim são denominados Lisímetros, que são depósitos ou tanques enterrados, abertos na parte superior, os quais são preenchidos com o solo e a vegetação característicos dos quais se deseja medir a evapotranspiração. A ET é calculada por balanço hídrico, conhecendo-se as precipitações P do período, a drenagem correspondente Q e a variação ∆R da quantidade de água acumulada no lisímetro. 𝐸𝐸 = 𝐸𝐸 − 𝑄𝑄 + ∆𝑅𝑅 MEDIDA INDIRETA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL Os valores de ETP podem ser estimados a partir de elementos medidos nas estações meteorológicas, existindo vários métodos para tal estimativa, sendo os principais: • Método de Camargo - Para simplificar mais a estimativa de ETP, Camargo (1971) propôs a seguinte fórmula: 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = 0,01 ∙ 𝑄𝑄0 ∙ 𝐸𝐸 ∙ 𝑁𝑁𝑁𝑁 Sendo: Q0 = irradiância solar global extraterrestre (mm de evaporação equivalente por dia); T = temperatura média do ar (ºC) no período considerado; ND = número de dias do período considerado. Método do Tanque Classe A: O valor da evaporação obtido no tanque é exagerado em relação à perda efetiva de uma cultura, mesmo estando ela em condições ótimas de suprimento de água. O valor diário do tanque (ECA, mm/dia) precisa ser corrigido por um fator de ajuste, denominado coeficiente de tanque (Kp), para se ter a ET0 (ou ETP) correspondente: 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = 𝐾𝐾𝐾𝐾 .𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 Método de Thornthwaite: Equação muito utilizada para a estimativa da ETP quando se dispõe de poucos dados. Serve para calcular a ETP em intervalo de tempo mensal, a partir de dados de temperatura: ETPp = 16 �10 𝑇𝑇𝑖𝑖 𝐼𝐼 � 𝑎𝑎 𝐸𝐸𝑅𝑅 > 0 º𝐸𝐸 Ti = temperatura média mensal (ºC), o subscrito “i” representa determinado mês do ano; I e a = índices de calor da região. Nesse método precisa ser seguido alguns passos. Estes: PASSO 1: Calcular “I” pela Eq: 𝐼𝐼 = �(0,2𝐸𝐸𝑅𝑅)1,514 12 𝐼𝐼=1 𝐸𝐸𝑅𝑅 > 0 º𝐸𝐸 PASSO 2: Calcular “a” pela Eq: a = 6,75 × 10−7 ∙ 𝐼𝐼3 − 7,71 × 10−5 ∙ 𝐼𝐼2 + 1,7912 × 10−2 ∙ 𝐼𝐼 + 0,49239 PASSO 3: Calcular a ETp pela Eq: ETPp = 16 �10 𝐸𝐸𝑅𝑅 𝐼𝐼 � 𝑎𝑎 𝐸𝐸𝑅𝑅 > 0 º𝐸𝐸 PASSO 4: Calcular a correção mensal pela Eq: 𝐸𝐸𝐶𝐶𝑅𝑅 = � 𝑁𝑁𝑁𝑁 30 � ∗ � 𝑁𝑁 12 � Sendo ND = Número de dias do mês em questão, N = Fotoperíodo médio daquele mês. PASSO 5: Calcular a ETP mensal pela Eq: 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐾𝐾 ∗ 𝐸𝐸𝐶𝐶𝑅𝑅 Sendo ETP = Evapotranspiração do mês correspondente. Método de Hargreaves e Samani: Baseia-se na temperatura média do ar e na amplitude térmica. Tem como vantagem a sua aplicabilidade em climas áridos e semiáridos, como no nordeste do Brasil. Sua desvantagem é sua limitação de uso para condições de clima úmido, quando apresenta superestimativas. 𝐸𝐸𝐸𝐸𝑜𝑜 = 0,0023 ∙ 𝑄𝑄𝑜𝑜 ∙ (𝐸𝐸𝑚𝑚𝑎𝑎𝑚𝑚 − 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑖𝑖𝑚𝑚)0,5 ∙ (𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 + 17,8) ∙ 𝑁𝑁𝑁𝑁𝐸𝐸 Sendo: 𝑄𝑄𝑜𝑜 = Irradiância solar extraterrestre (𝑚𝑚𝑚𝑚/𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅); 𝐸𝐸𝑚𝑚á𝑚𝑚=temperatura máxima (ºC); 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑖𝑖𝑚𝑚 = temperatura mínima (ºC); 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = temperatura média diária (ºC); NDP = número de dias do período analisado. Método de Penman-Monteith: Considera que a ETP é proveniente dos termos energético e aerodinâmico, os quais são controlados pelas resistências ao transporte de vapor da superfície para a atmosfera. 𝐸𝐸𝐸𝐸𝑜𝑜 = 0,408 ∙ ∆ ∙ (𝑅𝑅𝑖𝑖 − 𝐺𝐺) + 𝛾𝛾 ∙ 900 ∙ 𝑈𝑈2 ∙ (𝑖𝑖𝑠𝑠−𝑖𝑖𝑎𝑎)𝐸𝐸 + 273 𝑠𝑠 + 𝛾𝛾 ∙ (1 + 0,34 ∙ 𝑈𝑈2) Sendo: • Rn = radiação líquida total diária (MJ/m2 .dia); • G = fluxo de calor no solo (MJ/m2 .dia); • γ = 0,063 kPa/ºC é a constante psicrométrica; • T = temperatura média do ar (ºC); • U2 = velocidade do vento a 2m de altura (m/s); • es = pressão de saturação de vapor (kPa); • ea = pressão atual de vapor (kPa); • s = declividade da curva de pressão de vapor na temperatura do ar, em kPa/ºC). Dessa forma temos: 𝑠𝑠 = 4089 �0,6108 ∙ 𝑖𝑖𝑒𝑒𝐾𝐾 � 17,27 ∙ 𝐸𝐸𝐸𝐸 + 237,3�� (𝐸𝐸 + 237,3)2 𝑖𝑖𝑠𝑠 = 0,6108 ∙ 𝑖𝑖𝑒𝑒𝐾𝐾 � 17,27 ∙ 𝐸𝐸 𝐸𝐸 + 237,3 � 𝑖𝑖𝑎𝑎 = � 𝑖𝑖𝑠𝑠 ∙ 𝑈𝑈𝑅𝑅 100 � 𝛾𝛾 = 0,665 × 10−3 ∙ 𝐸𝐸𝑅𝑅𝑖𝑖𝑚𝑚 Patm = 101,3 ∙ � 293 − 0,0062 ∙ ℎ 293 � 5,26 4. O que corresponde a precipitação efetiva? Corresponde em uma parcela da precipitação que infiltra no solo e permanece disponível para a planta. Essa informação é de grande importância para o planejamento e manejo da irrigação, mas é difícil de ser corretamente quantificada, principalmente, em virtude da grande variabilidade espacial e temporal da infiltração e da precipitação. A metodologia desenvolvida baseia-se na análise dos principais componentes envolvidos no processo, ou seja, intensidade de precipitação, interceptação e retenção da chuva pela cobertura vegetal, infiltração e percolação profunda. Ela aprimora as estimativas da precipitação efetiva em áreas agrícolas, uma vez que ela leva em consideração as características locais, contribuindo para a melhoria da eficiência de irrigação. 5. Quais as componentes que originam escoamento em corpos d’água? Existem quatro componentes que originam o escoamento dos cursos de água, nas quais são: Precipitação direta sobre a superficie do corpo d’água: onde a água irá escoar pelo solo. Escoamento superficial nas vertentes da bacia: são as águas livres vão escoar para os canais de drenagem, formando as águas sujeitas. Escoamento subsuperficial: ocorre quando o solo superficial está encharcado e o solo abaixo incia o trasporte. Escoamento subterrâneo: é o escoamento que armazena e abastece os mananciais no período da seca. 6. Cite e explique os fatores intervenientes no escoamento superficial. Climáticos • Intensidade: quanto maior a intensidade, mais rápido o solo irá atingir a sua capacidade de infiltração. Provocando um excesso de precipitção que escoará superficialmente. • Duração: chuvas de intenciade constante, haverá maior oportunidade de escoamento quanto maior for a duração. • Precipitação antecedente: uma precipitação que ocorre quando o solo está úmido devido a uma chuva anterior, terá maior facilidade de escoamento. Fisográficos • Área e forma da bacia: realiconada à maior ou menor quantidade de água que ela pode captar. • Relevo: como o escoamento ocorre pela ação da graviade, uma bacia com maiores declividades do terreno está sujeita a maiores cheias do que as mais planas. • Sistema de drenagem: rede de drenagem melhor distribuída espacialmente (mais ramidicadas e com menor “espaço” entre os cursos de água) facilita o escoamento superficial e aumenta a vazão de pico no exutório da bacia. • Permeabilidade do solo: quanto mais permeável for o solo, maior será a quantidade de água que ele pode absorver, diminuindo assim a ocorrencia de excesso de precipitação. • Vegetação: interceptação de parte da água precipitada, retardando o escoamento superficial, dando-lhe mais tempo para se infiltar, e protegendo o solo da erosão hídrica. As raízes tornam o solo permeável à infiltração da água. Uso e ocupação do solo • Áreas urbanas: apresentam praticamente toda a área coberta por superficies impermeáveis, fazendo com que quase todo o total precipitado escoe superficialmente. • Áreas rurais: uma parcela da precipitação infiltra no solo. Obras Hidraulicas • Barragem: acumulando a água em um reservatório, reduz as vazões máximas do escoamento superficial e retarda a sua propagação. • Retificação de um rio: aumenta a velociadade do escoamento superficial. 7. Qual a importância de se conhecer a altura do nível da água? Como que este pode ser medido? O conhecimento da profundidade do lençol freático e sua dinâmica são importantes não apenas na área da engenharia civil, mas na área agronômica e ambiental esta informação também é relevante. Onde se tem o nível freático elevado é impossível o uso de máquinas para realização das atividades agrícolas, além disso, a aeração do solo é deficiente, comprometendo o crescimento e desenvolvimento das plantas. Itens necessários para a medição: ajudante, mangueira de nível transparente, trena. A partir do ponto mais alto da queda, coloca-se uma extremidade da mangueira de nível a uma determinada altura desse ponto. Posiciona-se a outra extremidade da mangueira ao longo do percurso desejado. Mede-se a altura do chão até o nível d’água na mangueira nas duas extremidades simultaneamente. Registra-se então a diferença entre as medições do nível inferior e a do nível superior. Repete-se então o procedimento a partir desse segundo ponto, sucessivamente até o final do percurso. O desnível total será a soma das diferenças registradas. 8. Quais métodos podem ser utilizados para se medir a velocidade de cursos d’água. Explique como esta pode ser obtida. Flutuadores: Inicialmente deve-se escolher um trecho retilíneo do rio que tenha seção constante, marcar a distância de no mínimo 10 m, lançar o flutuador e contar o tempo para percorrer a distância demarcada. A velocidade média é calculada pela equação: 𝑈𝑈 = 𝑒𝑒 𝐸𝐸𝐾𝐾 Molinetes: No uso dos molinetes utiliza-se as medidas da velocidade de rotação de uma hélice ou conjunto de pás (conchas) móveis. O “conta-giros” envia um sinal ao operador a cada 5, 10 ou qualquer outro número de voltas realizadas. Assim é marcado o tempo entre alguns sinais e dessa forma determina-se o número de rotações por segundo (n). O equipamento possui uma curva calibrada e a velocidade é calculada da seguinte maneira: 𝑉𝑉 = 𝑖𝑖𝑅𝑅 + 𝑏𝑏 Sendo “a” e “b” as características do aparelho. Para o molinete existe 4 tipos de medição: • A VAU: Utiliza-se de medições com nível d’água não superior a 1,20 m e velocidade compatível com a segurança do operador. • SOBRE PONTE: Apesar de apresentar certa facilidade, a seção de uma ponte pode interferir na velocidade do escoamento. Ponte com pilares apoiados no leito do rio, o escoamento é alterado e pode provocar erosão no leito. Uma alternativa é afastar ao máximo o molinete da ponte através de suportes → medições numa seção menos influenciada. • COM TELEFÉRICO: No caso de não se dispor de pontes e o rio ser profundo, mas não muito largo, pode-se utilizar o recurso do teleférico para levantar o perfil de velocidades. • BARCO FIXO E BARCO MÓVEL: No fixo o barco é preso nas margens do rio através de cabos, já no barco móvel é quando a largura do rio torna a utilização de cabos inviável, nesse caso o barco se desloca com uma velocidade constante de uma margem a outra, com o molinete fixado num leme especial a uma profundidade constante. Normalmente, é utilizado quatro processos principais para a medição da velocidade do curso d’água: • PONTOS MÚLTIPLOS: medida no fundo (0,15 a 0,20 m do leito), na superfície (0,10 m de profundidade) e, entre os dois extremos, váriospontos que permitam um bom traçado da curva de velocidades em função da profundidade. • DOIS PONTOS: baseia-se na constatação experimental de que a Vm numa vertical se aproxima com boa precisão da média aritmética entre a velocidade a 0,2 e 0,8 m da profundidade (Não se aplica para pequena profundidade: < 1m). • UM PONTO: Para profundidade pequena utiliza-se o processo do ponto único, onde se aproxima a velocidade média pela medida a 0,6 da profundidade (contada a partir da superfície). 9. Explique como que a vazão de cursos d’água pode ser obtida. A medição de vazão em cursos d’água é realizada, normalmente, de forma indireta, a partir da medição de velocidade ou de nível. Os instrumentos mais comuns para medição de velocidade de água em rios são os molinetes, que são pequenos hélices que giram impulsionados pela passagem da água. Em situações de medições expeditas, ou de grande carência de recursos, as medições de velocidade podem ser feitas utilizando flutuadores, com resultados muito menos precisos. 10. Em que consiste a curva-chave? Explique em que situações é utilizada. Curva-chave é uma relação nível-vazão numa determinada seção de um rio. Dado o nível do rio na seção para a qual a expressão foi desenvolvida, obtém-se a vazão. Não é apenas o nível da água que influencia a vazão: a declividade do rio, a forma da seção (mais estreita ou mais larga) também alteram a vazão, ainda que o nível seja o mesmo. A curva chave é utilizada para relacionar a cota do escoamento fluvial com a vazão escoada. A série histórica de vazões é utilizada na determinação da curva de permanência de uma determinada estação fluviométrica. 11. Em que consiste o processo de regularização de vazão? Explique em que situações é utilizado? A regularização de vazão é um procedimento que visa a melhor utilização dos recursos hídricos superficiais. Para esse fim, é necessário promover-se o represamento das águas, através da construção de barragens em seções bem determinadas dos cursos d’água naturais. A regularização de vazão é utilizado em construções de barragens (formação de reservatório) visando atingir vários outros objetivos, destacando-se: o atendimento às necessidades do abastecimento urbano ou rural (irrigação); o aproveitamento hidroelétrico (geração de energia); a atenuação de cheias (combate às inundações); o controle de estiagens; o controle de sedimentos; a recreação; e, também, permitir a navegação fluvial. 12. Explique como a vazão de pico no ponto mais crítico de uma bacia hidrográfica pode ser obtida, e descreva quais parâmetros são necessários e como são obtidos. O método racional desenvolvido por Thomas Mulvaney em 1851, pode determinar a vazão de pico mais crítico da bacia hidrográfica e tambem em bueiros, vertedores e entre outros. Para determinar basta coletar as informações de intensidade da chuva, área da bacia e o coeficiente de escoamento superficial que é tabelado. O método é necessariamente baseado na estimativa de que a precipitação seja uniforme na duração da chuva, em toda a bacia, a intensidade constante da chuva e a outras suposições. O método racional é dada pela seguinte equação: 𝑄𝑄 = 𝐸𝐸 ∙ 𝑅𝑅 ∙ 𝐸𝐸 Onde: Q = vazão de pico, em 𝑚𝑚3/𝑠𝑠; C = coeficiente de escoamento superficial (runoff), tabelado; i = intensidade da chuva, em mm/min; A = ária de drenagem da bacia, em hectares (ha). CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFG Disciplina: Hidrologia Data: 02/06/2020 Docente: Luísa Magalhães Araújo Semestre: 5º Discentes: Jean dos Santos Alves Junior, Marcelo Santos Costa Filho, Víctor Breno de Amorim Ribeiro e Wellison Junior Macena Rocha. Métodos de Evapotranspiração Método de Thornthwaite O método de Thornthwaite é bastante utilizado para fins climáticos. Esse método foi desenvolvido para condições de clima úmido, já para regiões de clima seco apresenta um resultado aproximado para ETP (Evapotranspiração Potencial), tornando-se uma limitação. Foi baseado pela relação entre os dados de evapotranspiração média mensal e pela temperatura do ar. Sendo a primeira, com uma condição padrão de 12h de fotoperíodo, para um mês de 30 dias e a última como uma variável independente. O método de Thornthwaite é dada pela seguinte equação: ETPp = 16 �10 𝑇𝑇𝑇𝑇 𝐼𝐼 � 𝑎𝑎 𝑇𝑇𝑇𝑇 > 0 º𝐶𝐶 a = 6,75 × 10−7 ∙ 𝐼𝐼3 − 7,71 × 10−5 ∙ 𝐼𝐼2 + 1,7912 × 10−2 ∙ 𝐼𝐼 + 0,49239 𝐼𝐼 = �(0,2𝑇𝑇𝑇𝑇)1,514 12 𝐼𝐼=1 𝑇𝑇𝑇𝑇 > 0 º𝐶𝐶 Sendo: Ti = temperatura média mensal (ºC), o subscrito “i” representa determinado mês do ano; I e a = índices de calor da região. Para realizar uma estimativa da evapotranspiração potencial mensal (ETP, mm/ mês) para um mês qualquer é necessário aplicar um fator de correção, como pode se observar a seguir: 𝐸𝐸𝑇𝑇𝐸𝐸 = 𝐸𝐸𝑇𝑇𝐸𝐸𝐸𝐸 ∙ 𝑁𝑁 12 ∙ 𝑁𝑁𝑁𝑁 30 Sendo: N = fotoperíodo médio mensal; ND = número de dias do período analisado. Método de Hargreaves-Samani O método de Hargreaves-Samani foi desenvolvido para regiões de clima seco. Baseando-se na temperatura média do ar e na amplitude térmica, sendo seus dados obtidos por meio do lisímetro, com gramado. Uma de suas vantagens é que pode ser aplicado em regiões de clima áridos e semiáridos, como por exemplo no nordeste e sudeste. Esse método não se aplica no clima úmido. Hargreaves-Samani propôs na sua equação a estimativa de evapotranspiração em função da temperatura e da radiação extraterreste, como podemos ver na equação a seguir: 𝐸𝐸𝑇𝑇𝑜𝑜 = 0,0023 ∙ 𝑄𝑄𝑜𝑜 ∙ (𝑇𝑇𝑚𝑚𝑎𝑎𝑚𝑚 − 𝑇𝑇𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)0,5 ∙ (𝑇𝑇𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 + 17,8) ∙ 𝑁𝑁𝑁𝑁𝐸𝐸 Sendo: 𝑄𝑄𝑜𝑜 = Irradiância solar extraterrestre (𝑚𝑚𝑚𝑚/𝑑𝑑𝑇𝑇𝑑𝑑); 𝑇𝑇𝑚𝑚á𝑚𝑚= temperatura máxima (ºC); 𝑇𝑇𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = temperatura mínima (ºC); 𝑇𝑇𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = temperatura média diária (ºC); NDP = número de dias do período analisado. Já para regiões onde o Tmáx e Tmin são diretamente dependentes da altitude, Hargreaves-Samani propuseram que ETo, se desse pela seguinte equação: 𝐸𝐸𝑇𝑇𝑜𝑜 = 𝑄𝑄𝑜𝑜 ∙ [0,348 − 5 × 10−5 ∙ ℎ] ∙ [1 − 0,0002 ∙ ℎ]0,5 Onde h = é a altitude (m). Em locais próximos ao nível do mar, em que “h” é próximo de 0, a equação se reduz a 𝐸𝐸𝑇𝑇𝑜𝑜 = 0,348 ∙ 𝑄𝑄𝑜𝑜 . Em áreas onde o Tmáx e Tmin são constantes, eles propuseram um coeficiente (Kr) que varia com a altitude e com o total de chuva no período. Dada pela seguinte equação: 𝐸𝐸𝑇𝑇𝑜𝑜 = 𝐾𝐾𝑟𝑟 ∙ 𝑄𝑄𝑜𝑜 O coeficiente “Kr” sofre três variações de valores médios semanais: Kr = 0,36 (para semanas sem chuvas); Kr = 0,33 (para semanas com total de chuvas <50mm); Kr= 0,29 (para semanas com total de chuvas >50mm). Método de Penman-Monteith O método de Penman-Monteith é destaque, pois apresenta um melhor desempenho quando se aplica em distintos tipos de climas, em comparação aos outros métodos. Por este motivo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) recomenda sua utilização como modelo padrão para estimar a ETo, porém, para utilizar esse método é necessário ter conhecimento de várias variáveis meteorológicas, que nem sempre podemos encontrar em algumas localidades. Sendo assim se torna mais adequada por representar influência da componente do balanço de energia e da componente aerodinâmica, sendo representada pela seguinte equação: 𝐸𝐸𝑇𝑇𝑜𝑜 = 0,408 ∙ ∆ ∙ (𝑅𝑅𝑅𝑅 − 𝐺𝐺) + 𝛾𝛾 ∙ 900 ∙ 𝑈𝑈2 ∙ (𝑒𝑒𝑠𝑠−𝑒𝑒𝑎𝑎)𝑇𝑇 + 273 ∆ + 𝛾𝛾 ∙ (1 + 0,34 ∙ 𝑈𝑈2) ∆ = declividade da curva de pressão de vapor em relação à temperatura (kPaºC); Rn = é o saldo de radiação diário (𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚−2𝑑𝑑𝑇𝑇𝑑𝑑−1); G = é o fluxo total diário de calorno solo (𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚−2𝑑𝑑𝑇𝑇𝑑𝑑−1); 𝛾𝛾 = coeficiente psicrométrico (𝑘𝑘𝐸𝐸𝑑𝑑º𝐶𝐶−1); 𝑈𝑈2 = velocidade do vento a 2 m de altura (𝑚𝑚𝑚𝑚−1); 𝑒𝑒𝑠𝑠= pressão de saturação de vapor (kPa); 𝑒𝑒𝑎𝑎= pressão atual de vapor (kPa); T = temperatura média do ar (ºC). Quanto aos valores de "Rn", "G", "𝑈𝑈2" e "T" eles serão medidos na estação meteorológica, já os valores de "∆", "𝛾𝛾", "𝑒𝑒𝑠𝑠" e "𝑒𝑒𝑎𝑎" necessita-se calcular. Para se calcular "∆" é pela seguinte expressão: ∆ = 4089 �0,6108 ∙ 𝑒𝑒𝑒𝑒𝐸𝐸 � 17,27 ∙ 𝑇𝑇𝑇𝑇 + 237,3�� (𝑇𝑇 + 237,3)2 Sendo, exp à base do logaritmo natural “e” (2,71828) elevado ao valor que está entre parêntesis. O coeficiente "𝛾𝛾” é calculado pela expressão: 𝛾𝛾 = 0,665 × 10−3 ∙ 𝐸𝐸𝑑𝑑𝑃𝑃𝑚𝑚 Onde, Patm é a pressão atmosférica local (kPa) que, por sua vez, pode ser calculada com base na altitude do local (h) estudado: Patm = 101,3 ∙ � 293 − 0,0062 ∙ ℎ 293 � 5,26 Sendo, “h” a altitude do local (m). A variação entre "𝑒𝑒𝑠𝑠" e "𝑒𝑒𝑎𝑎" é chamado de déficit de saturação. Esses valores podem ser calculados da seguinte forma: 𝑒𝑒𝑠𝑠 = 0,6108 ∙ 𝑒𝑒𝑒𝑒𝐸𝐸 � 17,27 ∙ 𝑇𝑇 𝑇𝑇 + 237,3 � 𝑒𝑒𝑎𝑎 = � 𝑒𝑒𝑠𝑠 ∙ 𝑈𝑈𝑅𝑅 100 � Onde, UR é a umidade relativa média do ar (%), sendo fornecida pela estação meteorológica. Referências: Agroclimatologia, Evapotranspiração. 2011. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/68/o/aula8_Evapotranspiracao.pdf>. Acesso em: 05 de maio de 2020. CONCEIÇÃO, Marco Antônio Fonseca. Roteiro de cálculo da evapotranspiração de referência pelo método de Penman Monteith-FAO. 2006. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPUV/8815/1/cir065.pdf>. Acesso em 16 de maio de 2020. Estimativa da Evapotranspiração. 2016. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2196021/mod_resource/content/1/CA P11Estimativa%20da%20Evapotranspira%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 06 de maio de 2020. PORTO, Rubem La Laina, FILHO, Kamel Zahed. Evapotranspiração. 2003. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/400812465/ApostEvapot-pdf>. Acesso em: 13 de maio de 2020. SYPERRECK, Vera Lucia Greco, KLOSOWSKI, Elcio Silvério, GRECO, Marcelo, FURLANETTO, Cleber. Avaliação de desempenho de métodos para estimativas de evapotranspiração de referência para a região de Palotina, Estado do Paraná. 2008. Disponível em:< https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807- 86212008000500001>. Acesso em: 07 de maio de 2020. VALLORY, Natan Didoné. Avaliação comparativa da evapotranspiração de referência em três localidades no estado do Rio de Janeiro por meio de diferentes métodos empíricos. 2015. Disponivel em: <http://www.florestaemadeira.ufes.br/sites/florestaemadeira.ufes.br/files/field/an exo/tcc_natan_didone_vallory.pdf>. Acesso em 15 de maio de 2020. https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/68/o/aula8_Evapotranspiracao.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPUV/8815/1/cir065.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2196021/mod_resource/content/1/CAP11Estimativa%20da%20Evapotranspira%C3%A7%C3%A3o.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2196021/mod_resource/content/1/CAP11Estimativa%20da%20Evapotranspira%C3%A7%C3%A3o.pdf https://pt.scribd.com/document/400812465/ApostEvapot-pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-86212008000500001 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-86212008000500001 http://www.florestaemadeira.ufes.br/sites/florestaemadeira.ufes.br/files/field/anexo/tcc_natan_didone_vallory.pdf http://www.florestaemadeira.ufes.br/sites/florestaemadeira.ufes.br/files/field/anexo/tcc_natan_didone_vallory.pdf CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFG
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