Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Termodinâmica Aplicada Profa Dra. Simoni M. Gheno simoni.gheno@docente.unip.br Aula 6 mailto:Simoni.gheno@docente.unip.br Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica A eficiência isentrópica é um parâmetro que expressa quantitativamente a eficiência na qual um dispositivo real se aproxima de um dispositivo idealizado. Engenheiros utilizam essa informação para resolver problemas atribuídos a equipamentos de instalações industriais Permite correlacionar o desempenho real de um equipamento em relação ao desempenho do modelo idealizado operando nas mesmas condições. Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica em Turbinas Simplificação: Diagrama hs mostrando a expansão através da turbina Fonte: Autor ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 = ℎ1 − ℎ2 Conhecidos: Dados de entrada Psaída da turbina O valor máximo do trabalho gerado pela turbina corresponde ao mínimo valor da entalpia específica na saída da turbina: ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 = ℎ1 − ℎ2𝑠 Expansão real: h2>h2s Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica em Turbinas Diagrama hs mostrando a expansão através da turbina Fonte: Autor 𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 = 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 ηturbina = ሶWvc ሶm ሶWvc ሶm s = h1 − h2 h1 − h2s ൗ𝑊𝑇 ሶ𝑚 = trabalho real desenvolvido por unidade de massa ൗ𝑊𝑇 ሶ𝑚 𝑠 = trabalho ideal desenvolvido por unidade de massa Exemplo 1 Vapor de água entra em uma turbina adiabática em regime permanente a 3MPa e 400ºC e sai a 50kPa e 100ºC. Se a potência produzida pela turbina for de 2MW, determine a eficiência isentrópica da turbina e (b) a vazão mássica de vapor de água que escoa através da turbina. Profa. Dra. Simoni M. Gheno Solução: Vapor escoa em regime permanente Variações de energia cinética e potencial são desprezadas. Determinar dos valores de entalpia e entropia (Tabelas Termodinâmicas) Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 Os valores de entalpia e entropia podem ser retirados das tabelas termodinâmicas a partir dos respectivos estados termodinâmicos. Estado 1: P1=3MPa e T1=400ºC h1=3231,7 kJ/kg s1=6,9235 kJ/kgK Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 h2=2682,4 kJ/kg s2=7,6953 kJ/kgK Estado 2: P2=50kPa (0,05MPa), T2=100ºC O que falta determinar? h2s Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 Estado 2s: P2=50kPa e s1=s2s está na região bifásica e portanto tem título Usaremos a tabela A.5 h2sL=340,54 kJ/kg h2sv=2645,2 kJ/kg s2sL=1,0912 kJ/kgK s2sv=7,5931 kJ/kgK Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 Utilizando da informação s1=s2s calcularemos o título no estado 2s s2sL=1,0912 kJ/kgK s2sv=7,5931 kJ/kgK s2s=s1=6,9235 kJ/kgK 𝑠2𝑠 = 𝑠2𝑠𝐿 + 𝑥2𝑠(𝑠2𝑠𝑣 − 𝑠2𝑠𝐿) 𝑥2𝑠 = 𝑠2𝑠 − 𝑠2𝑠𝐿 (𝑠2𝑠𝑣 − 𝑠2𝑠𝐿) Reorganizando a equação 𝑥2𝑠 = 6,9235 − 1,0912 (7,5931 − 1,0912) 𝑥2𝑠 = 0,897 O que falta determinar? h2s Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 h2sL=340,54 kJ/kg h2sv=2645,2 kJ/kg ℎ2𝑠 = ℎ2𝑠𝐿 + 𝑥2𝑠(ℎ2𝑠𝑣 − ℎ2𝑠𝐿) Acabou? ℎ2𝑠 = 340,54 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 𝑥2𝑠(2645,2 − 340,54) 𝑘𝐽 𝑘𝑔 ℎ2𝑠 = 2407,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 Não!!!! Ainda temos alguns cálculos finais Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 ηturbina = ሶWvc ሶm ሶWvc ሶm s = h1 − h2 h1 − h2s h1=3231,7 kJ/kg h2=2682,4 kJ/kg h2s=2407,9 kJ/kg ηturbina = 3231,7 − 2682,4 3231,7 − 2407,9 𝛈𝐭𝐮𝐫𝐛𝐢𝐧𝐚 = 𝟎, 𝟔𝟔𝟕 (𝟔𝟔, 𝟕%) (a) Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.50, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 1 ሶ𝐸𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = ሶ𝐸𝑠𝑎𝑖 Aplicando um balanço de massa e energia na turbina: ሶ𝑚ℎ1 = ሶ𝑊𝑠𝑎𝑖 + ሶ𝑚ℎ2 Turbina é adiabática: Qviz=0 ሶWsai = ሶWTurbina 2 MW 1000 kJ s 1 MW = ሶm 3231,7 − 2682,4 kJ kg ሶWTurbina = ሶm h1 − h2 ሶ𝐦 = 𝟑, 𝟔𝟒𝒌𝒈/𝒔 (b) ሶ𝐦 = 𝟏𝟑, 𝟏𝒕𝒐𝒏/𝒉𝒔 Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica em Bombas e Compressores O compressor recebe trabalho líquido negativo e transfere energia para o fluido de trabalho. Diagrama hs mostrando a compressão Fonte: Autor ▪ Parte do trabalho se perde, ou seja, o consumo real de trabalho é maior que o consumo de trabalho num processo isentrópico equivalente. − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 = ℎ2 − ℎ1 Simplificação: Conhecidos: Dados de entrada e Psaída − ൗ 𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 = trabalho real (necessário) Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica em Bombas e Compressores Diagrama hs mostrando a compressão Fonte: Autor − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 = ℎ2𝑠 − ℎ1 Compressores: 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 Bombas: 𝜂𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 − ൗ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 = trabalho mínimo (ideal): menor valor possível para a entalpia específica de descarga para o compressor Exemplo 2 Profa. Dra. Simoni M. Gheno Solução: Ar escoa em regime permanente Variações de energia cinética e potencial são desprezadas. Ar é comprimido por um compressor adiabático de 100kPa e 12ºC até uma pressão de 800kPa à vazão constante de 0,2kg/s. Determine: (a) eficiência isentrópica do compressor, (b) potência entregue ao compressor. Dados: h1=285,14 kJ/kg, h2=575,03 kJ/kg, h2s=517,05 kJ/kg Fonte: Figura 7.53, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 2 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 𝑠 − ሶ𝑊𝑣𝑐 ሶ𝑚 = ℎ2𝑠 − ℎ1 ℎ2 − ℎ1 A eficiência isentrópica do compressor é determinada por: 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = 517,05 − 285,14 575,03 − 285,14 h1=285,14 kJ/kg, h2=575,03 kJ/kg, h2s=517,05 kJ/kg 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = 517,05 − 285,14 575,03 − 285,14 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = 0,8 (80%) (a) Fonte: Figura 7.53, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno Fonte: Figura 7.53, Çengel, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 2 A potência entregue ao compressor pode ser determinada a partir do balanço de massa e energia: (b) ሶ𝐸𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = ሶ𝐸𝑠𝑎𝑖 ሶ𝑚ℎ1 + ሶ𝑊𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = ሶ𝑚ℎ2 Compressor é adiabático: Qviz=0 ሶWentrada = ሶWcompressor ሶWcompressor = ሶm h2 − h1 ሶWcompressor = 0,2 𝑘𝑔 𝑠 575,03 − 285,14 𝑘𝐽 𝑘𝑔 h1=285,14 kJ/kg, h2=575,03 kJ/kg ሶ𝐖𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫 = 𝟓𝟖𝒌𝑾 Profa. Dra. Simoni M. Gheno Eficiência Isentrópica em Bocais A eficiência isentrópica dos bocais operando em regime permanente é semelhante ao modelo apresentado no caso das turbinas e é definida como a razão entre a energia cinética específica da saída do bocal (v2 2/2) e a energia cinética na descarga do bocal que seria atingida em uma expansão isentrópica entre o mesmo estado de admissão e a mesma pressão de descarga (v2 2/2)s 𝜂𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 = 𝑣2 2 2 𝑣2 2 2 𝑠 𝜂𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 ≅ ℎ1 − ℎ2 ℎ1 − ℎ2𝑠 Exemplo 3 Profa. Dra. Simoni M. Gheno Solução: Vapor escoa em regime permanente Variações de energia potencial são desprezadas. Dados: h1=3093,9 kJ/kg, h22823,9 kJ/kg, h2s=2813,3 kJ/kg O vapor entra em um bocal a pressão de 1,0 MPa e temperatura de 320º C com uma velocidade de 30 m/s. A pressão e temperatura na saída são 0,3 MPa e 180ºC. Não há transferência de calor significativa entre o bocal e vizinhanças. Despreze variações de energia potencial entre a entrada e a saída. Determine: (a) a máxima velocidade na saída do bocal, (b) velocidade real de saída de vapor, (c) eficiência do bocal. Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Aplicamos um balanço de massa e energia: ሶ𝐸𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = ሶ𝐸𝑠𝑎𝑖 ሶ𝑚ℎ1 +𝑚 𝑣1 2 2 = ሶ𝑚ℎ2𝑠 +𝑚 𝑣2𝑠 2 2 Fonte: Figura E6.13,Shapiro, 5 ed. ℎ1 + 𝑣1 2 2 = ℎ2𝑠 + 𝑣2𝑠 2 2 3093,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + ( 30𝑚 𝑠 )2 2 = 2813,3 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 𝑣2𝑠 2 2 h1=3093,9 kJ/kg, h2s=2813,3 kJ/kg 3093,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 450 𝑚2 𝑠2 = 2813,3 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 𝑣2𝑠 2 2 3093,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2813,3 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 𝑣2𝑠 2 2 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Vamos trabalhar as unidades??? Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. 𝑘𝐽 𝑘𝑔 𝑚2 𝑠2 + E agora? Posso somar as duas? Da forma como estão NÃO Precisamos escolher uma das unidades a ser mantida. Como estamos trabalhando com a velocidade manteremos a 2ª e transformaremos a 1ª. 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 1000𝐽 𝑘𝑔 = 1000 (𝑁.𝑚) 𝑘𝑔 = 1000( 𝑘𝑔.𝑚 𝑠2 𝑚) 𝑘𝑔 = 1000 𝑚2 𝑠2 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 1000 𝑚2 𝑠2 Voltamos então ao nosso problema 3093,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2813,3 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 𝑣2𝑠 2 2 3093,9 1000 𝑚2 𝑠2 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2813,3 1000 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2𝑠 2 2 3093,9 1000 𝑚2 𝑠2 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2813,3 1000 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2𝑠 2 2 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. 3093,9 1000 𝑚2 𝑠2 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2813,3 1000 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2𝑠 2 2 281050 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2𝑠 2 2 𝑣2𝑠 2 = 2 × 281050 𝑚2 𝑠2 𝑣2𝑠 = 2 × 281050 𝑚2 𝑠2 𝒗𝟐𝒔 = 𝟓𝟐𝟎, 𝟏𝟒𝒎/𝒔 (a) Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. O Cálculo da velocidade real: ℎ1 + 𝑣1 2 2 = ℎ2 + 𝑣2 2 2 h1=3093,9 kJ/kg, h2=2823,9 kJ/kg 3093,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2823,9 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 𝑣2 2 2 3093,9 1000 𝑚2 𝑠2 + 450 𝑚2 𝑠2 − 2823,9 1000 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2 2 2 270450 𝑚2 𝑠2 = 𝑣2 2 2 𝑣2 = 2 × 270450 𝑚2 𝑠2 𝒗𝟐 = 𝟕𝟑𝟓𝒎/𝒔 (b) Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno … continuação do exemplo 3 Fonte: Figura E6.13, Shapiro, 5 ed. Agora vamos ao cálculo da eficiência do bocal: 𝜂𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 = 𝑣2 2 2 𝑣2 2 2 𝑠 𝜂𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 = 270450 𝑚2 𝑠2 281050 𝑚2 𝑠2 𝜂𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 = 0,962 (96,2%) 26Profa. Dra. Simoni M. Gheno
Compartilhar