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Aula 3 - Inquérito policial Persecução penal do Estado - Policia Judiciária

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06/08/2019 Disciplina Portal
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Direito Processual Penal
Aplicado
Aula 3 - Inquérito policial – Persecução penal
do Estado - Policia Judiciária
INTRODUÇÃO
A persecução penal é o caminho percorrido pelo Estado-Administração para que seja aplicada uma pena ou medida de
segurança àquele que cometeu uma infração penal, consubstanciando-se em três fases: a investigação preliminar,
ação penal e execução penal.
Nesta aula, iremos abordar a primeira dessas fases que é a investigação preliminar (inquérito policial), sendo
necessária quando o autor da ação penal não dispuser de elementos mínimos para propô-la – a efetiva prova da
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existência da infração penal e os indícios de que a perpetrou. Assim, a �nalidade precípua da investigação é coletar a
prova da existência da infração e os indícios de quem seja seu provável autor.
A petição inicial (denúncia ou queixa) pode ser oferecida sem que haja inquérito policial, sendo este dispensável. Para
tanto, basta que o autor da ação penal detenha elementos que comprovem a materialidade (existência) e indiquem a
autoria da infração penal. Muito embora a fase investigatória da persecução possa ser realizada por diversos meios, o
instrumento usualmente adotado, na investigação pré-processual, é o inquérito policial, procedimento conduzido pela
polícia, no exercício da função judiciária e presidido por uma autoridade policial, o delegado de polícia, funcionário
público integrante de carreira.
OBJETIVOS
Reconhecer a 1ª fase da persecução penal do Estado. O Inquérito Policial, sua Natureza Jurídica, suas características.
Identi�car as formas de Instauração do Inquérito policial. A instauração do inquérito policial através do auto de prisão
em �agrante. As hipóteses de �agrante delito. Os procedimentos investigativos.
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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Constituição Federal – art. 144, CRFB: §1º, IV e § 4º – confere à polícia judiciária a atribuição para investigar infrações
penais, que é exercida pela Polícia Federal e Polícia Civil.
NATUREZA JURÍDICA:
Trata-se de um procedimento administrativo presidido pela autoridade policial que tem por �nalidade apurar a
existência de um crime e indícios de autoria.
, , Nunca é demais lembrar que o Inquérito Policial é um procedimento preparatório, informativo que
não se assemelha a um processo, até porque nele não existe contraditório. Tem natureza jurídica de
procedimento administrativo.
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AÇÃO PENAL PÚBLICA:
Art. 5º, I, CP (de ofício): por portaria da autoridade policial. Dá-se a instauração em vista da notitia criminis (notícia do
crime), que pode ser de conhecimento direto ou através de petição ou delatio criminis por parte da vítima do fato em
tese delituoso; determinará a instauração do inquérito através de portaria, que se trata de peça singela com resumo da
notitia criminis, circunstâncias do fato e classi�cação penal do mesmo, elencando desde já as primeiras diligências a
serem realizadas.
Espécies:
Notitia criminis de cognição imediata (direta)
Notitia criminis de cognição imediata (direta): ocorre quando a Autoridade Policial em seu
gabinete toma conhecimento de fato aparentemente criminoso por meio de suas atividades
rotineiras, através de revistas, jornais, televisão, BO, rádio, pela vítima que comparece na
Delegacia e deseja assinar o termo de representação ou por meio da delatio criminis (que é
a comunicação verbal ou por escrito feita por qualquer do povo em crimes de ação penal
pública incondicionada). Neste caso o IP se inicia por PORTARIA.
Notitia criminis de cognição mediata (indireta)
Notitia criminis de cognição mediata (indireta): ocorre quando a Autoridade Policial sabe do
fato por meio de requerimento da vítima ou de quem possa representá-la (acompanhada de
eventual representação, se o crime for de Ação Penal Pública Condicionada a representação
do ofendido ou seu representante legal), requisição da Autoridade Judiciária ou do órgão do
MP. Nesta hipótese, o IP se inicia com requisição do juiz; requisição do MP ou requerimento
do ofendido ou de seu representante legal.
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Diferença entre requerimento e requisição: o requerimento da vítima pode ser indeferido
quando o fato punível encontra algum obstáculo jurídico (fato atípico, prescrição, fato irreal,
fato impunível etc.). Já a requisição do juiz ou do Ministério Público não pode ser indeferida
pela autoridade policial. Quando houver algum obstáculo jurídico (requisição desarrazoada,
infundada etc.) cabe à autoridade policial pedir mais informações ao requisitante.
Notitia criminis coercitiva
Notitia criminis coercitiva: ocorre no caso de prisão em �agrante, onde a notícia do crime se
dá com a apresentação do autor. Nesse caso, o IP se inicia com o auto de prisão em
�agrante delito.
Em todos os casos citados, exceto na cognição mediata por requerimento da parte, a
Autoridade Policial é obrigada a instaurar o IP, sob pena de crime de prevaricação (corrente
majoritária), crime de desobediência às requisições do MP ou da Autoridade Judicial
(corrente minoritária) e por �m, responsabilização administrativa. Isso se justi�ca por causa
dos princípios da legalidade e o�ciosidade do IP. No que concerne a qualquer espécie de
infração penal, o inquérito poderá ser instaurado mediante o auto de prisão em �agrante
(CPP, art. 8º). Exceções a esta regra: art. 69 da Lei 9.099/95 (juizados criminais — nas
infrações de menor potencial ofensivo não se imporá prisão em �agrante [leia-se: não se
lavrará o auto de prisão em �agrante], salvo se o capturado não quiser assumir o
compromisso de ir a juízo), a nova lei de drogas, para usuários e dependentes (Lei
11.343/06).
Ex: art. 66, I e II, LCP; art. 45 da Lei 6.538/78; art. 4º da Lei 6.368/76 (diretor de escola que presencia
trá�co nas suas dependências); art. 269 do CP (médico que é obrigado a delatar doença contagiosa);
Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03, arts. 3º; 4º, § 1º; 5º; 6º e 19.
Quando a delatio criminis é levada ao conhecimento da Autoridade Policial, o IP será iniciado por
portaria.
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A denúncia anônima deve ser recebida com reservas, pois pode acontecer que uma pessoa
inescrupulosa delate outra por sentimento de ódio, raiva ou inveja, devendo a Autoridade Policial, em
caso de duvida da informação, realizar algumas diligências prévias.
No mundo atual, inclusive com aparelhos bina, essa forma de delatio criminis tem surtido muito efeito
na esfera policial que usa o sistema do “Disque-Denúncia”, principalmente no caso de trá�co de
entorpecentes, onde o medo impera.
De qualquer forma, sendo inverídica a notícia ou delação apresentada, o nosso CP pune a falsa
comunicação de crime ou contravenção, no seu art. 340, devendo a Autoridade Policial, por meio do
bina, identi�car o falsário; do contrário, deve preservar a fonte, se não houver outra forma de apurar o
crime.
ART. 5º, II, CP (REQUISIÇÃO DO MP OU REQUERIMENTO DA PARTE OU
DE SEU REPRESENTANTE LEGAL):
Requisição é diferente de requerimento. Requerimento é um pedido (que pode ser acolhido ou
indeferido), requisição é uma determinação (o delegado não faz juízo de valor). Se o requerimento for
indeferido, cabe recurso administrativoao Chefe de Polícia conforme dispõe o art. 5º, § 2º, CPP.
Segundo o art. 5º, § 1º, do CPP, o requerimento conterá, sempre que possível:
→ O art. 5º, § 2º, do Código de Processo Penal dispõe que:
Tal requerimento pode ser indeferido pela autoridade e que, do despacho de indeferimento, cabe recurso para o chefe
de polícia (para alguns, o delegado-geral e, para outros, o secretário de segurança pública). Havendo deferimento,
estará instaurado o inquérito, sem a necessidade de a autoridade baixar portaria.
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O requerimento, para instauração de inquérito policial, pode ser feito em crimes de ação pública ou privada. No último
caso, o requerimento não interrompe o curso do prazo decadencial, de modo que a vítima deve �car atenta a este
aspecto.
→ Estabelece expressamente o art. 5º, § 4º, do CPP, que:
Nos crimes em que a ação pública depender de representação, o inquérito não poderá sem ela ser iniciado, ou seja, é
necessária a prévia existência da representação para a instauração do inquérito.
→ De acordo com o art. 5º, § 5º, do CPP:
Nos crimes de ação penal privada, o inquérito só poderá ser instaurado se existir requerimento de quem tenha a
titularidade da ação (ofendido ou seu representante legal, ou, em caso de morte, o cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão).
A hipótese abrange tanto os casos em que o ofendido apresenta petição à autoridade requerendo
formalmente a instauração do inquérito como aqueles em que a vítima comparece ao distrito policial
para noticiar o fato (elaborar boletim de ocorrência) e solicitar providências, hipótese em que a
autoridade baixa portaria para apurar o crime de ação privada.
O texto legal não exige que esse requerimento seja feito por meio de advogado — ao contrário do que ocorre com o
oferecimento de queixa-crime que exige procuração com poderes especiais, nos termos do art. 44 do CPP. É evidente,
contudo, que o requerimento também pode ser feito por meio de advogado contratado ou defensor público.
Lembre-se, ademais, que se tiver sido nomeado defensor público (para o ofendido que se declarou pobre, nos termos
do art. 32 do CPP), o requerimento de instauração de inquérito, por parte do defensor, pressupõe a juntada de
procuração, nos termos do art. 16, parágrafo único, b, da Lei n. 1.060/50.
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF):
É uma modalidade de prisão provisória, também chamada de prisão cautelar
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AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA:
Estabelece expressamente o art. 5º, § 4º, do CPP, que, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, o inquérito não poderá sem ela ser iniciado, ou seja, é necessária a prévia existência da
representação para a instauração do inquérito (art. 39, CPP).
AÇÃO PENAL PRIVADA:
De acordo com o art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação penal privada o inquérito só poderá ser instaurado se existir
requerimento de quem tenha a titularidade da ação (ofendido ou seu representante legal, ou, em caso de morte, o
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão).
A hipótese abrange tanto os casos em que o ofendido apresenta petição à autoridade requerendo formalmente a
instauração do inquérito como aqueles em que a vítima comparece ao distrito policial para noticiar o fato (elaborar
boletim de ocorrência) e solicitar providências, hipótese em que a autoridade baixa portaria para apurar o crime de
ação privada.
O texto legal não exige que esse requerimento seja feito por meio de advogado — ao contrário do que ocorre com o
oferecimento de queixa-crime que exige procuração com poderes especiais, nos termos do art. 44 do CPP. É evidente,
contudo, que o requerimento também pode ser feito por meio de advogado contratado ou defensor público.
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“PROCEDIMENTO” DA INVESTIGAÇÃO (ART. 6º, CPP)
O art. 6º do CPP descreve uma série de atividades que a autoridade policial deve realizar no curso da
investigação. Entretanto, não existe uma ordem a ser seguida pelo delegado de polícia, que por força
do art. 14, do CPP, tem toda discricionariedade na condução do inquérito policial.
Entretanto, o fato de não existir um procedimento próprio previsto em lei não autoriza ao delegado
�car eternamente na investigação, inoperante, até porque o art. 10, do CPP, prevê um prazo para
encerramento do I.P., que é de 10 dias para o indiciado preso e de 30 dias para o solto.
Nunca é demais lembrar que a legislação extravagante prevê outros prazos para o término do I.P.
Por exemplo: art. 51 da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06).
Os prazos para a conclusão do inquérito policial encontram algumas exceções importantes em
legislações especiais:
O art. 51, caput, da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas)
Estipula que, para os crimes de trá�co, o prazo será de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, se estiver
solto. Tais prazos, ademais, poderão ser duplicados pelo juiz mediante pedido justi�cado da autoridade policial, ouvido
o Ministério Público (art. 51, parágrafo único).
O art. 66 da Lei n. 5.010/66
Nos crimes de competência da Justiça Federal, o prazo é de 15 dias, prorrogáveis por mais 15. Veja-se, todavia, que o
trá�co internacional de entorpecentes, apesar de competir à Justiça Federal, segue o prazo mencionado no tópico
anterior, uma vez que a Lei de Tóxicos é especial e posterior.
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O inquérito policial e a Lei nº 9.099/95:ler art. 61 da Lei nº 9.099/95. Trata-se do termo
circunstanciado (art. 69 da Lei).
O inquérito policial é instaurado para apurar infrações penais que tenham pena superior a 2 anos, já
que, no caso das infrações de menor potencial ofensivo, determina o art. 69, da Lei n. 9.099/95, a
mera lavratura de termo circunstanciado.
As infrações de menor potencial ofensivo são os crimes com pena máxima não superior a 2 anos e as
contravenções penais (art. 61 da Lei n. 9.099/95).
De ver-se, todavia, que, se a infração de menor potencial ofensivo cometida revestir-se de alguma
complexidade, inviabilizando sua apuração mediante termo circunstanciado, será, excepcionalmente,
instaurado inquérito policial que, posteriormente, será encaminhado ao Juizado Especial Criminal.
Além disso, nos termos do art. 41, da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), todas as infrações que
envolvam violência doméstica ou familiar contra a mulher se apuram mediante inquérito policial, ainda
que a pena máxima não seja superior a 2 anos, assim como não se aplica a lei 9.99/95. Ver súmula
536 e 542 do STJ.
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O inquérito policial e a Lei nº 9.099/95: é o juiz quem ordena o arquivamento, através de uma decisão.
A autoridade policial não pode arquivar e nem requerer o arquivamento do Inquérito Policial (art. 17,
CPP).
Somente o Ministério Público é que tem legitimidade para pedir o seu arquivamento, mas somente o
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juiz é quem manda arquivar.
Tecnicamente, este ato do juiz é uma decisão e, conforme o fundamento para o arquivamento transita
em julgado, fazendo coisa julgada. Ex.: Fato atípico faz coisa julgada material.
Se o juiz discordar do Ministério Público, ele enviará os autos ao Procurador Geral da Justiça que no
caso oferecerá a denúncia, designa um promotor para fazê-lo ou insiste no arquivamento, o qual
vincula o juiz a fazê-lo.
Por �m, de acordo com o art. 18, do Código de Processo Penal, mesmo após ter sido determinado o
arquivamento do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial pode realizar novas
diligências a �m de obterprovas novas, se da existência delas tiver notícia.
Caso efetivamente sejam obtidas provas novas relevantes, a ação penal poderá ser proposta com
fundamento nelas, desarquivando-se o inquérito policial. Nesse sentido, a Súmula n. 524, do Supremo
Tribunal Federal: “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de
justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”.
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O inquérito policial e a Lei nº 9.099/95: Há controvérsia sobre a possibilidade de realização de
investigação criminal diretamente pelo Ministério Público.
Os opositores da tese argumentam que o disposto no art. 144, § 1º, IV, e § 4º, da Constituição Federal
teria deferido às polícias federal e civil a exclusividade da titularidade da tarefa investigatória.
A correta análise do conteúdo do dispositivo em questão e, sobretudo, seu cotejo com outras regras
constitucionais, no entanto, revelam o equívoco dessa interpretação.
Ressalte-se que o legislador constituinte fez clara distinção entre as atividades de apuração de
infrações penais (art. 144, § 1º, I, da CF) e as de exercício de funções de polícia judiciária (art. 144, §
1º, IV, da CF), atribuindo exclusividade à polícia federal somente no que se refere ao segundo caso.
A suposta exclusividade para realização de investigação criminal advinda do dispositivo, por outro
lado, jamais poderia se estender às polícias civis, já que, em relação a elas, não há menção, no texto
constitucional, ao termo exclusividade (art. 144, § 4º, da CF).
A interpretação sistemática das regras constitucionais, por sua vez, revelam que, ao conferir
exclusividade à Polícia Federal para o exercício das funções de polícia judiciária da União, pretendia o
constituinte, tão somente, interditar a outras polícias a realização de investigações penais
mencionadas no art. 109, incisos IV, V, VI, IX e X, da Constituição Federal.
Averbe-se que a faculdade de realizar investigações criminais decorre, logicamente, da titularidade
exclusiva da ação penal pública conferida ao Ministério Público (art. 129, I, da CF).
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No plano infraconstitucional, além da autorização genérica para que outras autoridades procedam a
investigações, estampada no art. 4º, parágrafo único, do CPP, há diversos dispositivos legais que
preveem, expressamente, a possibilidade de o Ministério Público conduzir, diretamente,
procedimentos investigatórios:
O Conselho Nacional do Ministério Público, por sua vez, editou a Resolução 13/2006, que disciplina a instauração e a
tramitação de procedimento investigatório criminal presidido por membro do Ministério Público.
ATIVIDADES
1 - Maria E�gênia descobre que seu vizinho José Filomeno está mantendo relação sexual com sua �lha Angélica, moça
com 19 anos de idade, mediante grave ameaça. Angustiada, comparece à Delegacia de Polícia mais próxima no
sentido de noticiar tal situação.
Considerando tal situação crime previsto no art. 213, do Código Penal, e que o crime é de ação penal pública
condicionada à representação, diga se a autoridade policial pode instaurar o procedimento investigatório baseada na
notícia crime efetuada por Maria E�gênia.
Resposta Correta
2 - Rosa é uma conhecida escritora de livros de auto ajuda, consolidada no mercado já há mais de 20 anos, com vendas
que alcançam vários milhares de reais. Há cerca de 2 meses, Rosa descobriu a existência de um sistema que oferece
ao público, mediante �bra ótica, a possibilidade do usuário realizar a seleção de uma obra sobre a qual recaem seus
(de Rosa) direitos de autor, para recebê -la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a
demanda.
O sistema também indica um telefone de contato caso o usuário tenha problemas na execução do sistema. O marido
de Rosa, Lírio Cravo, instala no telefone um identi�cador de chamadas e descobre o número do autor do sistema que
permitia a violação dos direitos autorais de Rosa. De posse dessa informação, Lírio Cravo vai à Delegacia de Polícia
registrar a ocorrência de suposta prática do crime previsto no artigo 184, parágrafo 3º, do Código Penal (violação de
direitos autorais).
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O delegado instaura o inquérito e de fato consegue identi�car o autor do crime. Considerando a narrativa apresentada,
assinale a alternativa correta:
a) O delegado agiu incorretamente. A instauração do inquérito, nesse caso, depende de representação da ofendida, não
podendo ser suprida por requerimento de seu marido.
b) O delegado agiu incorretamente. O marido da ofendida não poderia ter obtido o número do telefone do autor das ameaças
sem prévia autorização judicial, pois tal informação é sigilosa.
c) O delegado agiu corretamente. Encerrado o inquérito policial, deve entregar os autos à vítima, mediante recibo, para que a
mesma possa oferecer queixa crime.
d) O delegado agiu corretamente. Encerrado o inquérito policial, deve encaminhá- lo ao Ministério Público para que adote as
providências cabíveis.
e) O delegado agiu incorretamente. A instauração do inquérito policial, nesse caso, depende de requisição do Ministério
Público, pois a interceptação telefônica é imprescindível à apuração dos fatos.
Justi�cativa
3 - Tendo em vista o enunciado da súmula vinculante n. 14, do Supremo Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquérito
policial, é correto a�rmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado:
a) Do indiciado que esteja atuando com procuração, o acesso aos depoimentos prestados pelas vítimas, se entender
pertinente.
b) O acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento investigatório.
c) A vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
d) A vista dos autos, sempre que entender pertinente.
Justi�cativa
4 - Sobre o arquivamento do inquérito policial, a decisão cabe:
a) Ao Ministério Público, se a decisão for tomada antes da remessa do inquérito ao Poder Judiciário.
b) Ao Ministério Público, se concordar com o pedido de arquivamento formulado pela Autoridade Judiciária.
c) À Autoridade Policial, se a decisão for tomada antes da remessa do inquérito ao Poder Judiciário.
d) Ao juiz, se concordar com o pedido de arquivamento formulado pelo Ministério Público.
e) À Autoridade Policial, a qualquer tempo, por ser a responsável pelo inquérito policial.
Justi�cativa
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