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ANOTAÇÕES DE AULA 5 TEORIA DO DIREITO

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ANOTAÇÕES DE AULA 5 TEORIA DO DIREITO
ESTA AULA:
DIVISÃO DO DIREITO EM PÚBLICO E PRIVADO
>HISTÓRICO E CRITÉRIOS DA DIVISÃO DO DIREITO EM PÚBLICO E PRIVADO; 
>RAMOS DO DIREITO PÚBLICO;
>RAMOS DO DIREITO PRIVADO.
DIVISÃO DO DIREITO EM PÚBLICO E PRIVADO
Histórico e critérios da divisão do direito em público e privado
Desde o direito romano é conhecida a divisão do Direito em Público e Privado. 
No Digesto, Ulpiano ensina: "No estudo do Direito, dois são as aspectos: o público e o privado. O Direito Público diz respeito às coisas do Estado, o Privado, à utilidade dos Particulares".
Essa divisão é clássica e acompanhou a evolução [história] do direito.
>O critério romano era o da utilidade, ou INTERESSE, visado pela norma. 
Seria de Direito Público a regra que se referisse ao interesse do Estado, ou Interesse da sociedade representada pelo Estado; de Direito Privado, a que se orientasse no sentido do interesse dos indivíduos.
CRÍTICAS: 
- em inúmeros casos não se pode determinar se o interesse protegido é do Estado, ou dos particulares; 
- inúmeras regras em que é visado o interesse geral pertencem tradicionalmente ao Direito Privado, como várias disposições do direito de família.
Procurou-se responder à crítica acrescentando o adjetivo "preponderante" ao critério da utilidade/interesse. 
>Será de Direito Público a regra que visa o INTERESSE PREPONDERANTE do Estado, ainda que vise também ao interesse particular será de Direito Privado; a que visar, preponderantemente, ao interesse particular. 
CRÍTICA:
- pouco acrescenta ao critério romano clássico. 
>Outro critério foi proposto por Jellineck em sua Teoria Geral do Estado. Observa ele que o cerne da questão está em que o Direito Público regula relações em que está presente o PODER DE IMPERIUM. 
Nessas relações, umas da partes comanda e outra é subordinada. Já o Direito Privado regula relações onde se encontram indivíduos em pé de igualdade, há desse modo certa coordenação e não subordinação. 
CRÍTICAS: 
- há muitas relações de subordinação, como o poder de direção do patrão sobre o empregado, do pai sobre o filho, e outras que pertencem ao direito privado. 
- o direito internacional público coordena Estados entre si. Estados que se apresentam em pé de igualdade, não subordinados ao poder de império de um governo superior.
>Outro critério é proposto por Khan, que atribui CONTEÚDO PATRIMONIAL ao Direito Privado Conteúdo e não patrimonial ao Direito Público. 
CRÍTICAS: 
- há normas de Direito Público com caráter patrimonial, como as relativas a impostos, orçamentos, desapropriações; 
- há normas de Direito Privado que não possuem caráter patrimonial, como as relativas ao nome, a muitos dos impedimentos para o casamento e inúmeros deveres de família, poder familiar.
OBSERVAÇÃO: notar o caráter prático e histórico dessa divisão, que acompanha desde Roma a evolução do Direito. 
Dentre os critérios possíveis, TITULAR e INTERESSE
Direito Público regula as relações ou situações jurídicas em que o Estado é parte, com a competência dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, a elaboração do orçamento, a fixação dos impostos, o processo de punição dos criminosos pelo Estado, na tutela do bem comum em razão de seu poder soberano.
Direito Privado regula as relações jurídicas entre particulares, como a compra e venda, a locação, o empréstimo e os contratos em geral, o casamento, a herança, com interesses de ordem privada.
- DIREITO PÚBLICO: 
Interno: 
Direito Constitucional 
Direito Administrativo
Direito Financeiro
Direito Tributário
Direito Processual
Direito Penal 
*Direito Internacional Privado - DIPri 
Externo: 
Direito Internacional Público - DIP 
*Direito Internacional Privado 
- DIREITO PRIVADO: 
Comum: 
Direito Civil 
Especial:
Direito Empresarial 
*Direito do Trabalho
Direito do Consumidor 
*Direito Internacional Privado 
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO
Direito Constitucional 
Direito Constitucional, Direito do Estado, Direito Político, Direito Público Orgânico são as principais denominações que tem recebido o ramo básico e fundamental do Direito Público. 
Direito Constitucional é a denominação hoje consagrada. Liga-se ao vocábulo constituição que pode significar: 
a) em sentido amplo, a estrutura de qualquer realidade: a constituição de uma rocha, de um vegetal, um homem ou de um Estado;
b) em sentido estrito, o conjunto de normas escritas ou costumeiras, que fixam a estrutura fundamental de um Estado: a Constituição brasileira, americana ou inglesa. 
Conceito: Direito Constitucional é o ramo fundamental do direito público, que tem por objeto regular a estrutura básica do Estado. 
Esse objeto desdobra-se em três problemas fundamentais, que devem ser resolvidos ou regulados pela Constituição de cada país: 
- A FORMA DO ESTADO, 
- A COMPETÊNCIA DE SEUS ÓRGÃOS E 
- OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS CIDADÃOS. 
A FORMA DO ESTADO E SEU REGIME POLÍTICO
Estado unitário ou federativo, republicano ou monárquico, parlamentarista ou presidencialista, governo representativo ou direto.
O art. 1.° da Constituição brasileira declara: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito...".
E o art. 76 define o regime como presidencialista: 
"O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado" (que são nomeados e exonerados pelo Presidente, art. 84, I). 
A ORGANIZAÇÃO DOS PODERES DO ESTADO E SUA COMPETÊNCIA
O art. 44 e seguintes da CF dispõem sobre a organização, funcionamento e atribuições do Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; o art. 76 e seguintes regulam a constituição e atribuições do Poder Executivo, exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros; e o art. 92 e seguintes fixam a organização e a competência do Poder Judiciário, exercido pelos seguintes órgãos: 
- Supremo Tribunal Federal; 
- Superior Tribunal de Justiça; 
- Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
- Tribunais e Juízes do Trabalho; 
- Tribunais e Juízes Eleitorais; 
- Tribunais e Juízes Militares; 
- Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
A DEFINIÇÃO DE DIREITOS INDIVIDUAIS E SOCIAIS BÁSICOS QUE É NA REALIDADE UMA LIMITAÇÃO IMPOSTA AOS PODERES DO ESTADO: 
- os direitos e garantias individuais estão definidos fundamentalmente no art. 5.°: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:", com incisos até o LXXVIII; 
- os direitos sociais são definidos no art. 6.° e seguintes, destacando-se entre eles os direitos do trabalho previstos no art. 7.° (que contém 34 incisos); 
- os direitos à educação (art. 215 e ss.) e cultura (arts. 215 a 216); à saúde (art. 196 e ss.) e 
- os direitos políticos (art. 14 e ss.). 
As normas constitucionais possuem posição hierárquica superior a das demais normas jurídicas: leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias. Quando alguma dessas normas contraria um preceito constitucional, ela perde sua validade. Ocorre então a figura da inconstitucionalidade da norma que pode ser:
 
a) alegada pela parte em sua defesa, quando lhe é exigido o cumprimento de uma norma contrária à Constituição, ou, 
b) declarada pelo Supremo Tribunal Federal, ao qual compete processar e julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, I, a).
Direito Administrativo
O Direito Administrativo é de formação relativamente recente. Seu desenvolvimento pode ser atribuído a alguns fatos característicos do mundo moderno, como o Estado de Direito, que impõe normas cada vez mais definidas às prerrogativas dos governantes em relação aos governados e, de outra parte, à crescente expansão das atividades doEstado, que exige, paralelamente, uma regulamentação sempre mais ampla dessa atividade. 
QUAL O OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO?
AS CORRENTES SUBJETIVISTAS partem de uma rígida concepção da divisão dos Poderes: o Legislativo legisla, o Judiciário julga, o Executivo administra. Dentro desse quadro, o Direito Administrativo é o ramo do Direito Público Interno que regula a atividade do Poder Executivo; assim como o Direito Judiciário regula a atuação do Poder Judiciário, considerado em si mesmo e em suas relações com os particulares; e o Direito Parlamentar, a atividade do Legislativo.
Caracterizam o Direito Administrativo pela entidade ou “sujeito” que pratica o ato administrativo e não pelo ato em si mesmo.
Os atos administrativos - como admissão de servidores ou a sua promoção, a compra de material, ordens de serviço - praticados por outros Poderes, Legislativo ou Judiciário, estariam fora do âmbito do Direito Administrativo. Essa posição por seu artificialismo é, cada vez mais, rejeitada pelos publicistas. 
AS CORRENTES OBJETIVISTAS, que hoje predominam, representadas no Brasil, por Mário Masagão, Bandeira de Mello, Helly Meirelles conceituam o Direito Administrativo considerando não a qualidade do agente, mas a natureza da atividade. 
Distinguem a atividade tipicamente "administrativa", representada pelos serviços públicos em geral, da atividade "legislativa" - estabelecimento de leis - e "judiciária" - julgamento de casos submetidos à decisão da Justiça. 
E como não apenas o Poder Executivo, mas também o Legislativo praticam, muitas vezes, atos tipicamente administrativos,' tais correntes definem o Direito Administrativo como o ramo do Direito que regula o exercício de atos administrativos, praticados por qualquer dos Poderes do Estado. 
Tito Prates da Fonseca define o Direito Administrativo como "a disciplina jurídica reguladora da atividade do Estado, exceto no que se refere aos atos legislativos e jurisdicionais". 
Themístocles Cavalcanti define como "ramo do Direito Público que regula a estrutura e o funcionamento da administração pública, bem como dos organismos criados para executar os serviços públicos". 
O Direito Administrativo se desdobra em diversos setores: 
a) normas de organização administrativa, cujo objetivo é estruturar e disciplinar as atividades dos órgãos da Administração Pública, Federal, Estadual e Municipal, direta ou descentralizada: autarquias, entidades paraestatais, empresas públicas etc.; 
b) normas relativas aos serviços públicos e aos de utilidade pública: regulamentação, fiscalização, permissão ou concessão de serviço público, convênios, consórcios administrativos etc.; 
c) regulamentação das leis, que compete ao Executivo - federal, estadual e municipal - por preceito da Constituição; no poder de administrar, diz Meireles Teixeira, está implícito o de regulamentar, que pode ser definido como: "a faculdade de que dispõem os chefes do Executivo de explicitar a lei para sua correta execução ou de expedir decretos normativos autônomos sobre matéria de sua competência, ainda não regulada por lei"; 
d) poder de polícia que abrange não só os aspectos estritamente "policiais", mas todas as prerrogativas asseguradas à Administração Pública para "assegurar às pessoas a vida, a integridade, a saúde, a comodidade, a segurança e a propriedade"; inclui a chamada "polícia judiciária" - destinada à repressão dos crimes ou contravenções e à apresentação dos infratores à Justiça - e a "polícia administrativa", em seus diversos setores representados pela polícia de costumes, polícia sanitária, polícia de contravenções, polícia de trânsito, polícia de preços etc.; 
e) domínio público, que se estende à soma de poderes do Estado sobre os bens situados em seu território: bens públicos, limitações ao direito sobre bens particulares, águas, florestas, jazidas, patrimônio histórico etc.; 
f) regulamentação dos direitos e deveres dos servidores públicos, representada hoje no Brasil, principalmente, pelos Estatutos dos Funcionários Públicos da União, dos Estados e dos Municípios; 
g) ação do Estado no campo econômico, que se amplia continuamente, através da intervenção direta ou da fixação de normas, abrangendo setores da agricultura, indústria, comércio interno e internacional, energia, transportes, comunicação, mercado de capitais, e que constitui, no seu conjunto, o ramo novo do Direito Econômico ou do Direito Público Econômico.
Direito Financeiro e Tributário 
O Direito Fiscal ou Financeiro era um ramo do Direito Administrativo que, por sua importância e desenvolvimento, constituiu-se como disciplina jurídica autônoma. 
Tem por objeto regular as despesas do Estado e a receita, constituída de impostos, taxas, rendas patrimoniais, empréstimos. 
Seu instrumento fundamental é o orçamento, cujas diretrizes estão fixadas na Constituição Federal, que estabelece os seguintes preceitos: 
a) a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (art. 165, § 8.°); 
b) a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta (art. 165, § 5.°, I); 
c) a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (art. 165, 5.°, II e III); 
d) os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. Eles deverão ser enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9.° (art. 166, caput e § 6.°); 
e) é de competência exclusiva do Congresso Nacional: julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX); 
f) os orçamentos previstos no § 5.°, I e II, do art. 165, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional (art. 165, § 7.°). 
A parte substancial da receita é representada pelos impostos, taxas e outros tributos que podem ser instituídos pela União, Estados e Municípios, conforme as respectivas competências, fixadas pela Constituição no capítulo relativo ao Sistema Tributário. 
O Direito Tributário é um setor do Direito Financeiro. Mas, em virtude de seus aspectos técnicos especiais e de sua crescente importância, passou a constituir um setor autônomo na vida do direito.
A Constituição, no art. 145 e seguintes, estabeleceu o Sistema Tributário Nacional que tem como princípios gerais, entre outros, os seguintes: 
"A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: impostos; taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos" (art. 145, caput, 1, II, III, §§ 1.° e 2.°). 
"A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. 
Direito Judiciário ou Processual 
Direito Judiciário ou Direito Processual é o ramo do Direito Público que regula "a atividade do Poder Judiciário e dos que a ele requerem ou perante ele litigam na Administração da Justiça". 
JURISDIÇÃO - AÇÃO - PROCESSO
Com destaque ao duplo objeto desse direito: 
a) as normas de organização judiciária, que regulam, nos diversos tribunais, as condições de investidura, exercício e competência dos Juízes, do Ministério Público e dos demais auxiliares da Justiça: escrivães, tabeliães, oficiais de justiça.; 
b) as normas de processo, que regulam os atos sucessivos no desenvolvimento da ação, seja ela civil, penal, trabalhista ou de outra natureza.
Com espécies de jurisdição: 
1. a jurisdição graciosa, em que o Juiz limita-se a homologar os pedidos feitos, como no processo de inventário, partilha.; 
2. a jurisdição contenciosa, que se realiza quando há controvérsia entre as partes e cabe ao Juiz decidir o litígio.
Divide-se tradicionalmente o Direito Processual em dois ramos fundamentais: Civil e Penal. 
O Direito Processual Civil regula a estruturação dos órgãos da Justiça e o processo em matéria civil e comercial. 
No Brasil, essa matéria está disciplinada, fundamentalmente, pelo Código de Processo Civil (Lei n° 13.105, de 16-3-2015), que contém: 
a) disposições sobre os atos, prazos e despesas judiciais, sobres as partes e seus procuradores, juiz e os auxiliares da Justiça, e a determinação do juízo competente para o julgamento das ações; 
b) a regulamentação do processo civil, em geral, desde a petição inicial, a citação, a contestação e as provas, até a audiência de instrução e julgamento e a sentença; 
c) a regulamentação do processo ordinário e dos processos especiais, como a ação de despejo, mandado de segurança, usucapião, inventário e partilha, ação possessória, ação divisória e demarcatória; 
d) a regulamentação dos processos acessórios, como as vistorias e inquirições ad perpetuam rei memoriam, os protestos, interpelações, e dos processos de competência originária dos Tribunais, como a homologação de sentença estrangeira, os conflitos de jurisdição; 
e) a regulamentação dos recursos, como a apelação, os embargos, agravos e o recurso extraordinário; 
f) as disposições relativas à execução de sentença e seus incidentes. 
As normas relativas ao Direito Processual, em matéria trabalhista, estão reguladas nos Títulos VIII, IX e X da Consolidação das Leis do Trabalho, que dispõem respectivamente sobre a justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e o Processo Judiciário do Trabalho. 
Nos casos omissos, o direito processual civil é fonte subsidiária do direito processual do trabalho (art. 769 da CLT - Decreto-Lei n° 5.452, de 1°-5-1943). 
O Direito Judiciário Penal ou Processual Penal regula a estruturação dos órgãos judicantes em matéria penal a ser observado na aplicação das leis penais, inclusive as atividades persecutórias da Polícia Judiciária.
Essa matéria está regulada, fundamentalmente, pelo Código de Processo Penal (Dec.-lei 3.693, de 03.10.1941), que dispõe sobre: 
a) o processo penal em geral: o inquérito policial, a ação penal, a competência para o julgamento, as provas (perícias, interrogatórios, reconhecimentos, documentos, indícios), o Juiz, o Ministério Público, o acusado e seu defensor, os assistentes, os funcionários de justiça, a prisão em flagrante e a preventiva, as citações e intimações, a sentença; 
b) os processos em espécie, seja o processo comum, sejam os processos especiais, como os relativos à falência fraudulenta ou culposa, aos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, aos crimes contra a propriedade imaterial, às contravenções; 
c) os processos de competência do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Justiça; 
d) as nulidades e os recursos em geral: a apelação, o protesto por novo júri, os embargos, a revisão criminal, o recurso extraordinário, a carta testemunhável, o habeas corpus; 
e) a execução da sentença e os incidentes de execução, como a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a graça, o indulto, a anistia e a reabilitação; as medidas de segurança.
Direito Penal 
Várias são as denominações usadas para indicar esse ramo do Direito: Direito Penal, Direito Criminal e, mais raramente, Direito Repressivo. 
A expressão Direito Penal, vinculada à ideia de pena, tem sido criticada por não abranger um dos dois grandes grupos de providências de combate à’ criminalidade - o das medidas de segurança, cuja natureza preventiva as distingue das penas, de finalidade primordialmente repressiva. Pretende-se que seria mais apropriado dizer Direito Criminal, porquanto as mencionadas medidas visam evitar os crimes e pressupõem, em regra, que o seu destinatário tenha praticado algum.
Temos um Código Penal e outro de Processo Penal. 
A razão dessa preferência é o caráter mais objetivo com que a pena aparece no tratamento da criminalidade. 
O Direito Penal pode ser definido como o ramo do Direito Público que regula a atividade repressiva do Estado, definindo os crimes e determinando as penas e medidas de segurança aplicáveis. 
"Hoje o Direito Penal é unanimemente considerado um ramo do Direito Público, pois o crime tem valor de ofensa à sociedade e a pena o sentido de reparação ou retribuição no interesse social", diz Maggiore.
Em segundo lugar, empregando a palavra "crime" em sentido amplo, dizem que o Direito Penal define os crimes, isto é, as infrações penais graves (ou crimes, em sentido estrito) e as infrações penais leves (ou contravenções). 
O Código Penal brasileiro assim classifica os crimes: 
a) crimes contra a pessoa: homicídio, lesão corporal, calúnia, difamação, injúria, sequestro, violação de domicílio, de correspondência, de segredo, de intimidade e outros; 
b) crimes contra o patrimônio: furto, roubo, extorsão, usurpação, dano, apropriação indébita, estelionato e outras fraudes, usura, receptação; 
c) crimes contra a propriedade imaterial: violação de direito autoral, de nome, de patente de invenção, desenho ou modelo industrial, marcas de indústria e de comércio, denominação etc.; 
d) crimes contra a liberdade ou organização do trabalho, tais como o atentado contra a liberdade de trabalho ou a liberdade de contrato de trabalho, a boicotagem e a greve violentas, a frustração de direito assegurado por lei trabalhista, omissão de medidas de higiene e segurança devidas pelo empregador etc.; 
e) crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, como o insulto por motivo de religião, o impedimento ou perturbação de culto, a violação de sepultura etc.; 
f) crimes contra os costumes, como o estupro, o atentado ao pudor, o lenocínio; 
g) os crimes contra a família: bigamia, simulação de casamento, falsidade quanto à filiação, abandono material ou moral e outros; 
h) crimes contra a incolumidade pública: como provocar incêndio, explosão, desastre, inundação, difusão de doença ou praga florestal, emprego de gás tóxico ou asfixiante, abuso de radiação, embriaguês no volante, fuga do local do acidente com abandono da vítima e, especialmente, os crimes contra a saúde pública, tais como causar epidemia, poluição de água, praia ou atmosfera, falsificação de alimento ou remédio, ação ligada a entorpecentes, curandeirismo etc.; 
i) crimes contra a paz pública, como a incitação a atos criminosos, a quadrilha ou bando; 
j) crimes contra a fé pública: moeda falsa, falsificação de selos e documentos, cheque sem fundo, falsidade ideológica; 
k) crimes contra a Administração Pública: peculato, concussão, corrupção, prevaricação, contrabando, violação de sigilo, desacato, denunciação caluniosa, abuso de poder etc. 
O crime é uma infração penal grave. A contravenção é uma infração mais leve; é o mínimo de infração à lei que o Estado considera punível. 
As contravenções, disciplinadas na Lei das Contravenções Penais, têmcomo penas principais a multa e a prisão simples, de alguns dias ou meses. São contravenções exercício ilegal de profissão, jogo de azar, vadiagem, mendicância. 
Ao lado da definição dos crimes, o Direito Penal, como vimos, disciplina a aplicação das penas e das medidas de segurança. 
CP, art. 32. As penas são: 
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Medidas de segurança são providências determinadas pelo juiz na sentença de condenação ou absolvição e impostas a quem praticou fato previsto como crime, revelando periculosidade. 
Espécies de medidas de segurança
Art. 96. As medidas de segurança são:  
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; 
II - sujeição a tratamento ambulatorial.  
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.  
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
Prazo
>>>>>>>§ 1º A internação, ou tratamento ambulatorial, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.  
Pelo respeito devido à liberdade, como direito fundamental da pessoa humana, todo o Direito Penal está subordinado ao princípio da legalidade: Nullum crimen sine lege. Nulla poena sine lege. 
Esse princípio está no art. 1° do Código Penal: 
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Direito internacional público 
"Direito Internacional Público" é a designação introduzida por Jeremias Bentham, que a empregou pela primeira vez em sua obra Principies of Internacional Law, publicada em 1789. 
Hoje, esse ramo do direito tem por objeto não apenas relações entre Estados, mas também entre entidades ou organismos internacionais, cuja importância é cada vez maior, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Corte Internacional de Justiça, em Haia, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a OIT. (Organização Internacional do Trabalho), a OMS (Organização Mundial de Saúde), a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e outras. 
O Direito Internacional Público é suscetível de inúmeras definições.
Para Oppenheim, o "Direito Internacional Público é um corpo de regras costumeiras e convencionais, consideradas legalmente obrigatórias pelos Estados, em suas relações recíprocas". 
Devemos acrescentar: "Direito Internacional Público é um corpo de regras não só aplicadas pelos Estados em suas relações, mas, também, pelas organizações internacionais em suas relações recíprocas e com os Estados". 
Segundo Accioly, "o Direito Internacional Público vem a ser o conjunto de princípios ou regras destinadas a reger os direitos e deveres internacionais, tanto dos Estados ou outros organismos análogos, quanto dos indivíduos".
O Direito Internacional Público, como qualquer outro ramo do direito, é uma regra de vida social, aplicável à comunidade ou sociedade internacional. Seu fim Finalidade e é o bem comum dessa mesma comunidade ou, importância como diz Le Fur: "A manutenção da ordem social que deve reinar na comunidade internacional". 
Sua importância cresce, à medida que se ampliam as relações internacionais e deriva da necessidade, cada vez maior, de definição e garantia dos direitos na vida das nações. 
Após a criação de organizações como a "Liga das Nações", substituída posteriormente pela ONU (Organização das Nações Unidas), Unesco (Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), OIT (Organização Internacional do Trabalho), FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura) etc., às quais foi reconhecida personalidade internacional, o objeto do Direito Internacional foi sendo ampliado, para tratar das relações entre Estados, das relações entre Estados e Organizações Internacionais e das relações entre essas Organizações. 
Constituem matéria do Direito Internacional Público: 
a) normas sobre os órgãos destinados às relações internacionais: Ministério do Exterior, Embaixadas, Consulados etc. e, de outra parte Organizações Internacionais, como ONU, Unesco, FAO etc.; 
b) regras concernentes à diplomacia e aos agentes diplomáticos, especialmente os direitos e deveres dos diplomatas no território estrangeiro; 
c) regras para a solução pacífica das pendências; 
d) direito de guerra, que visa à humanização da guerra e regula o regime dos prisioneiros e a intervenção pacificadora dos neutros; 
e) defesa dos interesses dos particulares, perante governos estrangeiros; 
f) Direito Marítimo, amplamente desenvolvido por ter sido o primeiro a se constituir; 
g) Direito Aéreo, constituído, inicialmente, pela extensão de regras do Direito Marítimo às aeronaves e, posteriormente, ampliado com normas peculiares à aviação internacional.
RAMOS DO DIREITO PRIVADO: 
DIREITO CIVIL, 
DIREITO EMPRESARIAL, 
DIREITO DO CONSUMIDOR, 
DIREITO DO TRABALHO E 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
Direito civil 
Direito Civil é o Direito Privado comum, que disciplina o estado e a capacidade das pessoas e suas relações, de caráter privado, atinentes às obrigações, às coisas, à família e à transmissão hereditária dos patrimônios.
É "Direito Privado comum" porque disciplina as relações jurídicas ou os direitos e deveres de todas as pessoas, enquanto pessoas, e não na condição especial de empresário, consumidor, empregado, empregador, estrangeiro, nacional. 
E essas relações ou direitos, comuns a todos os homens, se reduzem a três categorias fundamentais: 
relações puramente pessoais, como são as relativas ao estado e capacidade das pessoas; 
Relações representadas pelas obrigações de valor econômico; 
relações de família ou parentesco, decorrentes do vínculo familiar;
relações patrimoniais, representadas pelos direitos reais, como a propriedade, e pela sucessão hereditária. 
Compõe-se o Código Civil brasileiro de duas partes: uma Parte Geral e outra Especial. 
A Parte Geral do Código Civil contém preceitos comuns, isto é, aplicáveis aos diversos institutos disciplinados na Parte Especial e se divide em três livros: 
Livro I trata das pessoas como sujeitos das relações jurídicas. 
Livro II cuida da classificação e definição dos bens como objeto das relações jurídicas. 
Livro III trata dos fatos jurídicos. 
A Parte Especial do Código Civil se divide em livros: Direito das Obrigações, [Direito de Empresa], Direito das Coisas, Direito de Família e Direito das Sucessões. 
Direito das Obrigações compreende as relações jurídicas de caráter transitório, estabelecidas entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação Direito das pessoal positiva ou negativa, de valor econômico, obrigações devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio. 
DIREITO DE EMPRESA
Direito das Coisas é o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. O Direito das Coisas, de um modo geral, compreende tão somente bens materiais, isto é, a propriedade e seus desmembramentos. 
Direito de Família, segundo definição de Clóvis Beviláqua, "é o complexo dos princípios que regulam a celebração do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela, da curatela.
Direito das Sucessões disciplina a transferência da herança ou do legado, por morte de alguém, ao herdeiro ou legatário, seja por força de lei, ou em virtude de testamento. 
Direito comercial/empresarial 
O Direito Civil foi o tronco comum de onde se desmembraram diversos ramos especializados do Direito Privado. É o caso do Direito Empresarialque, por apresentar caracteres próprios, destacou-se como ramo especial. 
Seu objeto foi, desde o início, fixar normas concernentes às relações que se estabeleciam entre empresários, ou entre estes e seus clientes, e que, devido a celeridade imprescindível aos negócios e da necessária dispensa de formalidades complexas, requeiram uma disciplinação diferente. Daí a formação do Direito Empresarial, como ramo especializado do Direito Privado. Entretanto, a separação entre o Direito Empresarial e o Civil não é completa. Por isso, foi incorporado ao Código Civil, como em uma unificação do Direito Privado. 
O Direito Empresarial regula a empresa.
Antes chamado de Direito Comercial, tratava de disciplina jurídica reguladora dos atos de comércio e, ao mesmo tempo, dos direitos e obrigações das pessoas que os exercem profissionalmente e dos seus auxiliares.
Fundo de comércio e atos de comércio no antigo Código Comercial de 1850.
Hoje, no Código Civil trata da teoria da empresa.
Cabe ao Direito Empresarial/Comercial disciplinar todas as relações jurídicas relativas aos atos de comércio. Mas lhe compete, também, fixar os direitos e obrigações das pessoas seus auxiliares que profissionalmente exercem essa atividade, isto é, os comerciantes e seus auxiliares. 
Direito do consumidor 
O Direito do Consumidor nasceu no Brasil com a promulgação da Constituição em 05.10.1988. Inserido no capítulo das garantias individuais e coletivas (art. Defesa do 5.°, XXXII), bem como no que trata da ordem econômica (art. 170, V), o Código de Defesa do Consumidor foi a primeira legislação codificada instituída pelo Congresso Nacional, após a vigência da Constituição de 1988.
O Código de Defesa do Consumidor, Lei Federal 8.078 de 11.09.1990, entrou em vigor em 11.03.1991 (180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União). 
Como consequência da revolução industrial e principalmente tecnológica do século XX, e com o surgimento dos processos de industrialização e consumo de massa.
O Código atinge as relações jurídicas existentes entre o consumidor e o fornecedor, revogando a legislação Consumidor e anterior que cuidava da matéria de forma esparsa. 
Consumidor, para o Código, é "toda pessoa física ou jurídica que adquire e utiliza produto ou serviço como destinatário final" (art. 2.°) e fornecedor é "toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços" (art. 3.°). 
As relações dos fornecedores entre si continuam regidas pela legislação já existente (Código Civil, Comercial, Penal). 
Não estão abrangidas no Código também a prestação de serviço oferecida a título gratuito, bem como as de caráter trabalhista, que continuam regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Direito do trabalho 
Do Direito Civil desprendeu-se outro ramo especial que passou a constituir disciplina autônoma. É o Direito do Trabalho. 
Trata-se de um direito novo, que se desmembrou do Direito Civil, onde era simples capítulo, relativo aos "contratos de locação de serviços" (arts. 1.216 a 1.236 do Código Civil brasileiro de 1916). 
Sua origem liga-se à revolução industrial ocorrida a partir do século XVIII e aos problemas decorrentes da concepção jurídica dominante, o individualismo liberal, fundado na soberania do contrato e autonomia da vontade individual. 
A "legislação" do trabalho, em meio século transformou-se em "Direito do Trabalho", com finalidades, princípios e institutos próprios, propondo-se a compensar, com uma superioridade jurídica, a inferioridade econômica do trabalhador. 
Das denominações inicialmente propostas: "Legislação Trabalhista", "Legislação Social- Trabalhista", "Legislação Industrial", "Legislação Operária", "Direito Corporativo", "Direito Social" e outras, acabou por prevalecer a expressão "Direito do Trabalho". 
existem no Direito do Trabalho elementos de direito público e privado e que suas disposições são em regra de ordem pública, isto é, não podem ser modificadas pela vontade das partes. O que, aliás, ocorre também com as normas do direito de família e outras disposições do Direito Civil, Empresarial e do Consumidor. 
Mas, se conceituarmos objetivamente o Direito Privado como o que regula as relações entre particulares, teremos de incluir entre seus ramos o Direito do Trabalho, que disciplina, fundamentalmente, a relação de trabalho que se estabelece entre dois particulares: o empregado e o empregador. 
Podemos conceituar o Direito do Trabalho como o ramo do Direito que regula as relações individuais e coletivas de trabalho e a condição social dos trabalhadores. 
Relação de trabalho é a que se estabelece entre empregado e empregador, assim definidos pela Consolidação das Leis do Trabalho: 
empregador é a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (art. 2.°); 
empregado é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (art. 3.°). 
Além de disciplinar as relações individuais e coletivas de trabalho - salário mínimo, descanso semanal, acordo coletivo, greve etc. -, o Direito do Trabalho regula, também, a condição social do trabalhador, especialmente através da previdência e da seguridade social. 
Desse conceito decorrem as principais divisões do Direito do Trabalho: 
a) o Direito Individual do Trabalho, que regula as relações entre o empregado, considerado individualmente, e o empregador; compreende as normas relativas ao contrato individual de trabalho (celebração, alteração, rescisão, aviso prévio, estabilidade, fundo de garantia), salário mínimo, duração do trabalho, férias etc.; 
b) o Direito Coletivo do Trabalho, que se ocupa das convenções e acordos coletivos de trabalho, organização sindical, direito de greve etc.; 
c) o Direito Processual do Trabalho, que inclui as normas sobre a organização judiciária do trabalho - Justiça do Trabalho e processo trabalhista; 
d) o Direito Previdenciário, que assegura aos trabalhadores, através de órgãos próprios, benefícios como auxílio-doença, auxílio-maternidade, aposentadoria, assistência médica, pensão às viúvas e órfãos, proteção aos acidentes do trabalho.
Direito internacional privado 
Existe ampla controvérsia sobre a natureza jurídica do Direito Internacional Privado. Apontam-se três correntes divergentes: 
a) uma corrente sustenta ser o Direito Internacional Privado um ramo do Direito Público, porque, apesar de suas normas regulamentarem relações de direito privado, são imperativas, de ordem pública, inderrogáveis pelas partes; o Juiz deve aplicá-las ex officio, independentemente da vontade dos interessados; 
b) afirma outra corrente tratar-se de um ramo do Direito Privado, já que o Direito Internacional Privado tem por objeto regular relações entre particulares no plano internacional; 
c) um terceiro grupo de autores prefere situá-lo à parte, como um terceiro gênero, alegando a existência de traços de Direito Público e de Direito Privado, em suas normas. 
Podemos defini-lo, com Clóvis Beviláqua, como o direito privado da sociedade internacional" ou como o conjunto de normas jurídicas que rege as relações privadas no seio da sociedade internacional. 
Tem por objeto específico os "conflitos de lei" no espaço, compreendidos aí os "conflitos de jurisdição". Por exemplo, no caso da dissolução do casamento de um argentino, casado com brasileira, qual a lei a ser aplicada? Qual o tribunal com jurisdição competente? 
Esses conflitos podem decorrer: 
a) da nacionalidade ou domicílio da pessoa; 
b) da situação da coisa; 
c) do lugar em que foi realizado o ato. 
A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Dec.-lei 4.657, de 04.09.1942), que é, na realidade, a lei geral de aplicação das normas jurídicas,fixou sobre o assunto os seguintes princípios fundamentais: 
PESSOA E FAMÍLIA:
Art. 7°  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1°  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2° O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.                 
§ 3°  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4°  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5° O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6°  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.  
§ 7°  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8°  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
BENS:
Art. 8°  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. LEX REI SITAE
§ 1°  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2°  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
OBRIGAÇÕES:
Art. 9°  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1°  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2°  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. - CC, art. 435
SUCESSÕES:
Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1° A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.    
§ 2°  A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
OBS.: COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1° Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
EXTRATERRITORIALIDADE: 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Princípio da não ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes.
EXECUÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA:
Conforme o art. 15 da LINDB, as sentenças estrangeiras para serem executadas no Brasil necessitam dos seguintes requisitos: 
a)haver sido proferida por juiz competente; 
b)terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c)ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
d)estar traduzida por intérprete autorizado; 
*e)ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

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