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1 PETIÇÃO INICIAL CIVIL - USUCAPIÃO

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AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DE LONDRINA – PR.
JOÃO, brasileiro, união estável, trabalhador rural, RG, CPF, e-mail, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, nº 100, Londrina/PR, neste ato representado por seu Advogado que abaixo subscreve, com fulcro nos art. 191 da Constituição Federal/88 e art. 1.239 do Código Civil/2002, propor a presente
AÇÂO DE USOCAPIÃO RURAL PRO LABORE
sob imóvel localizado na cidade de Londrina/PR, em face de JULIÃO, brasileiro, casado, profissão, RG, CPF, e-mail, e sua companheira RUTH, brasileira, profissão, RG, CPF, e-mail, residentes e domiciliados em (endereço), pelos motivos e fundamentos legais a seguir expostos: 
1. DOS FATOS
O requerente vive a cerca 09 (nove) anos em união estável com Marcos, portanto, equiparando-se ao casamento, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, no tocante aos direitos e deveres de ambos os nubentes.
O autor tem a posse, mansa e pacífica, desde mês/ano do imóvel Rural de 35 hectares, localizado a Rua das Bromélias, n. 100, Londrina-PR, de propriedade do Sr. Julião e Ruth, casados, e que possuem os direitos de proprietário.
O imóvel é local de residência e de onde o requerente retira sua subsistência e de sua família, de onde laboram e retiram todo seu sustento como agricultor, dando finalidade a terra a tornando produtiva, além de ser o único imóvel do possuidor, conforme pode ser verificado nos cartórios de registros de imóveis. Desde que tomaram posse da terra, os requerentes ali residem como se próprio dono fosse (animus domini).
Insta salientar que o imóvel supra, faz divisa com outras duas propriedades rurais: a Fazenda da Paz Ltda., com personalidade jurídica, e a propriedade de Francisco e Rosa, o qual os autores mantém desde o início relacionamento de amizade, a ser comprovado pelos próprios em audiência, demonstrando o animus dos requerentes.
Durante os 09 (nove) anos em que o autor reside no imóvel, nunca houve registro de que o proprietário manifestasse interesse em recuperar a posse do bem. Há de se destacar que desde o início, os possuidores efetuam o pagamento dos carnês de IPTU (anexo).
Portanto, verifica-se o direito do possuidor na conversão do título da propriedade ao casal autor. No intuito de regularizar tal situação, e resguardar os direitos da família, o requerente propõe a presente demanda.
2. DOS DIREITOS
Consta no art. 1.239, do Código Civil:
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Verifica-se ainda no caput art. 191 da CF/88:
 Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
A jurisprudência também deixa claro os requisitos da usucapião especial rural, conforme julgado do TJ/MG:
 DIREITO CIVIL - USUCAPIÃO PRO LABORE - REQUISITOS - ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - MORADIA E TRABALHO - SUSTENTO DA FAMÍLIA - AUSÊNCIA - Para que se adquira a propriedade pela usucapião pro labore, senhor que se preencham os seguintes requisitos: [1] - posse usucapi nem; [2] - imóvel rural de no máximo cinquenta hectares; [3] - ser o imóvel explorado pela família, servindo-lhe de moradia; [4] - não ser o requerente proprietário de outro imóvel. - Não demonstrando o requerente que necessita do imóvel usucapindo para moradia e sustento seu e de sua família, não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal, que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5 anos. Número do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1.    Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data do acordão: 17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004
 
 E também é clara quanto à apreciação do animus domini, conforme decisão do TJ/MG: 
USUCAPIÃO - ANIMUS DOMINI - AUSÊNCIA. Não sendo a posse exercida com animus domini, não há que se falar em prescrição aquisitiva de imóvel por usucapião especial rural. (Número do processo: 2.0000.00.469064-6/000 1. Relator: JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA. Data do acordão: 05/10/2005. Data da publicação: 12/11/2005)
Trata-se da usucapião especial na forma de aquisição da propriedade, pois não existe a transmissão da propriedade do antigo proprietário para o usucapiente.
Portanto, resta evidente que o requerente possui todos os requisitos elencados nos artigos e jurisprudências supra, fazendo, assim, jus ao direito requerido.
3. DAS PROVAS
Pretendem o Requerente provar seus argumentos, por toda e qualquer forma de prova permitida legalmente, apresentando, desde já, os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requerem o que V. Exa. se digne a julgar PROCEDENTE o pedido da presente ação, declarando-se em favor do requerente a propriedade do imóvel situada na Rua Bromélias, n° 100, Londrina-PR, por usucapião na modalidade pró-labore, bem como:
· Que seja citado o réu proprietário do imóvel litigioso para responder a presente ação, bem como, requerer a designação de audiência de conciliação postal dos proprietários, Julião e Ruth (endereço); a citação postal dos confrontantes nos termos do art. 246, § 3º, do CPC;
· Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa.
· A intimação do MP, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito.
· Que sejam citados todos os confinantes, conforme as especificações já citadas.
· Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
· O reconhecimento ao requerente dos benefícios da assistência judiciária gratuita, por ser pobre na acepção jurídica do termo e não poder arcar com custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento, declaração que fazem por seus procuradores na forma e sob as penas da Lei.
· Seja o réu condenado ao pagamento de custas processual e honorário advocatício.
Atribui-se à causa o valor de R$ XXXXX (VALOR DO BEM), nos termos do art. 292, IV do CPC/2015.
Nestes termos, pede deferimento.
LONDRINA-PR, data.
Advogado, OAB

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