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Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo parassimpático são chamados de colinérgicos ou anticolinérgicos, pois agem em receptores de acetilcolina. A acetilcolina é um neurotransmissor que é liberado quando ocorre a estimulação dos neurônios parassimpáticos e também é usada na junção neuromuscular - em outras palavras, é a substância química que os neurônios motores do sistema nervoso liberam para ativar os músculos. Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos Essa propriedade significa que os fármacos que agem sobre os sistemas colinérgicos podem ter efeitos muito perigosos, desde paralisia até convulsões. No cérebro, a acetilcolina funciona como neurotransmissor e como neuromodulador: o cérebro contém várias áreas colinérgicas, cada uma com funções distintas e desempenhando um papel importante na excitação, atenção, memória e motivação. Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos Drogas que agem sobre receptores de acetilcolina muscarínicos, como atropina, podem ser venenosas em grandes quantidades, mas, em doses menores, podem ser usadas para tratar certas condições cardíacas e problemas oculares. A escopolamina, que atua principalmente nos receptores muscarínicos no cérebro, pode causar delírio e amnésia. As qualidades viciantes da nicotina derivam de seus efeitos sobre os receptores nicotínicos de acetilcolina no cérebro. Atropina Esse medicamento é um estimulante do sistema nervoso parassimpático e age inibindo a atividade do neurotransmissor acetilcolina. É muito utilizado na medicina para combater arritmias e para o Mal de Parkinson. Escopolamina A escopolamina é um fármaco antagonista dos receptores muscarínicos, também conhecido como uma substância anticolinérgica. Atua impedindo a passagem de determinados impulsos nervosos para o sistema nervoso central pela inibição da ação do neurotransmissor acetilcolina. É utilizada como antiespasmódico, principalmente em casos de úlcerado estômago, úlcera duodenal e cólica. Receptores muscarínicos Os receptores de acetilcolina muscarínicos possuem um mecanismo de sinalização complexo e afetam as céulas-alvo ao longo de um período de tempo mais longo. Somente os receptores M1, M2 e M3 têm importância clínica e já foram funcionalmente caracterizados; eles se localizam em gânglios do sistema nervoso periférico e nos órgãos efetores do sistema nervoso autônomo parassimpático (como coração, músculos lisos, cérebro e glândulas exócrinas). Os receptores M1 são encontrados nas células parietais gástricas, os receptores M2 são encontrados nas células cardíacas e no músculo liso, e os receptores M3 estão presentes na bexiga, nas glândulas exócrinas e no músculo liso. Receptores nicotínicos Esses receptores são canais iônicos capazes de se ligar à acetilcolina e à nicotina. A ligação de duas moléculas de acetilcolina promove sua abertura, permitindo a entrada de Na+ e resultando na despolarização da célula efetora. Os receptores nícotínicos encontrados na junção neuromuscular são designados como Nm, e os outros nicotínicos, de Nn. Os receptores nicotínicos ganglionares são diferentes dos receptores nicotínicos da junção neuromuscular: os receptores nicotínicos ganglionares, por exemplo, apresentam cinco subunidades proteicas, enquanto os receptores nicotínicos da junção neuromuscular apresentam quatro dessas subunidades. Fármacos colinérgicos Os fármacos colinérgicos são divididos em três classes terapêuticas: os agonistas de ação direta, os agonistas de ação indireta reversíveis e os agonistas de ação indireta irreversíveis. Agonistas colinérgicos de ação direta Esses fármacos são também conhecidos como parassimpatomiméticos, pois seus efeitos mimetizam (se assemelham) os causados pela acetilcolina, sendo, porém, mais prolongados. Agonistas colinérgicos de ação direta EXEMPLO: Betanecol: 1 – Mecanismo de ação: agonista muscarínico; 2 – Indicação: por atuar como agonista muscarínico, age no relaxamento dos esfíncteres da bexiga, aumentando a pressão de micção e causando a expulsão da urina. É indicado nos casos de retenção urinária não obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório; Agonistas colinérgicos de ação direta 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos). Agonistas colinérgicos de ação indireta reversíveis Neostigmina: 1 – Mecanismo de ação: inibidor de acetilcolinesterase; 2 – Indicação: miastenia grave, estimulante da bexiga e do TGI; 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos). Usos clínicos É usada para aumentar o tônus muscular em pessoas com miastenia gravis e rotineiramente, na recuperação pós-anestésica para reverter o efeito dos bloqueadores musculares não-despolarizantes como rocurônio e vecurônio. Seu uso na pós-anestesia é acompanhado com a administração conjunta de Atropina, para reverter os efeitos da estimulação do sistema nervoso parassimpático causado pelo agonismo dos receptores muscarínicos. Pode ser usada para a retenção urinária, causada pela anestesia geral. Agonistas colinérgicos de ação indireta irreversível Esses fármacos são também conhecidos como organofosforados e apresentam a propriedade de se ligar irreversivelmente à acetilcolinesterase. Muitos deles são extremamente tóxicos: o paration, por exemplo, é usado como inseticida. Agonistas colinérgicos de ação indireta irreversível Ecotiofato: 1 – Mecanismo de ação: inibidor irreversível da acetilcolinesterase; 2 – Indicação: tratamento do glaucoma (por estimular intensa miose); 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica generalizada, paralisia da função motora e convulsões. Parei na 108 noite 2
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