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FARMACOLOGIA pptx AULA 4

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FARMACOLOGIA
Prof. Matheus Prates.
1
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO.
O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma divisão do sistema nervoso periférico que controla a musculatura lisa e as glândulas e, portanto, influencia a função dos órgãos internos. Trata-se de um sistema de controle que atua inconscientemente e regula funções corporais em geral, como a frequência cardíaca, a digestão, a frequência respiratória, a resposta pupilar, a micção e a excitação sexual. No sistema nervoso central é o hipotálamo que coordena o SNA.
2
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO.
O SNA é dividido em dois subsistemas: o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático. O sistema nervoso simpático é muitas vezes considerado o sistema de “luta ou fuga”, enquanto o sistema nervoso parassimpático, nesse caso, pode ser considerado o sistema de “descanso e digestão” (ou vegetativo). Em muitas circunstâncias, os sistemas têm ações “opostas”: enquanto um ativa uma resposta fisiológica, o outro a inibe.
Uma simplificação antiga, tachando os sistemas nervoso simpático e parassimpático de “excitório” e “inibitório”, respectivamente, foi derrubada devido às muitas exceções encontradas. Uma caracterização mais moderna retrata o sistema nervoso simpático como um “sistema de mobilização de resposta rápida” e o parassimpático como um “sistema de amortecimento mais lentamente ativado”. Recentemente, um terceiro subsistema do SNA foi descoberto, recebendo a denominação de entérico (por controlar, particularmente, o intestino).
3
Sistema nervoso simpático
• Sistema nervoso simpático: promove uma resposta de luta ou fuga e está relacionado à excitação, à geração de energia e à inibição da digestão. A seguir estão algumas das funções desempenhadas pelo sistema nervoso simpático.
— Desvia o fluxo sanguíneo do trato gastrointestinal (TGI) e da pele através da vasoconstrição (o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos é aumentado em até 1.200%).
— Dilata os bronquíolos do pulmão através da adrenalina circulante, o que permite maior troca de oxigênio alveolar.
— Aumenta a frequência cardíaca e a contratilidade das células cardíacas (miócitos), proporcionando, assim, um mecanismo para o aumento do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos.
— Dilata as pupilas e relaxa o músculo ciliar nos olhos, permitindo que mais luz entre no olho e melhorando a visão distante.
— Fornece vasodilatação para os vasos coronários do coração.
— Contrai todos os esfíncteres intestinais e o esfíncter urinário.
— Inibe o peristaltismo.
— Estimula o orgasmo.
Sistema nervoso simpático
Sistema nervoso parassimpático
Sistema nervoso parassimpático: promove tanto a resposta vegetativa “descanso” quanto as respostas regulares do organismo, além de melhorar a digestão. A seguir estão algumas das funções desempenhadas pelo sistema nervoso parassimpático.
— Dilatação dos vasos sanguíneos que levam ao TGI, aumentando o fluxo sanguíneo (isso é importante após o consumo de alimentos, devido à maior exigência metabólica).
— Contração dos bronquíolos pulmonares (pois a necessidade de oxigênio está reduzida).
— Diminuição da frequência cardíaca por estimulação do nervo vago.
— Constrição da pupila e contração dos músculos ciliares, facilitando a acomodação visual e permitindo uma visão mais próxima.
— Estimulação da secreção das glândulas salivares e aceleração do peristaltismo, mediando a digestão dos alimentos e, indiretamente, a absorção de nutrientes.
— Estimulação sexual (promovendo a ereção).
7
8
Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos
Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo parassimpático são chamados de colinérgicos ou anticolinérgicos, pois agem em receptores de acetilcolina. A acetilcolina é um neurotransmissor que é liberado quando ocorre a estimulação dos neurônios parassimpáticos e também é usada na junção neuromuscular - em outras palavras, é a substância química que os neurônios motores do sistema nervoso liberam para ativar os músculos. Essa propriedade significa que os fármacos que agem sobre os sistemas colinérgicos podem ter efeitos muito perigosos, desde paralisia até convulsões. No cérebro, a acetilcolina funciona como neurotransmissor e como neuromodulador: o cérebro contém várias áreas colinérgicas, cada uma com funções distintas e desempenhando um papel importante na excitação, atenção, memória e motivação.
Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos
Em parte em razão de sua função de ativação muscular e em parte em razão de suas funções no sistema nervoso autônomo e no cérebro, um grande número de fármacos importantes exerce os seus efeitos alterando a transmissão colinérgica. Inúmeros venenos e toxinas produzidos por plantas, animais e bactérias, bem como agentes químicos nervosos como o sarin, causam dano ao inativar ou hiperativar os músculos através de suas influências na junção neuromuscular. Drogas que agem sobre receptores de acetilcolina muscarínicos, como atropina, podem ser venenosas em grandes quantidades, mas, em doses menores, podem ser usadas para tratar certas condições cardíacas e problemas oculares. A escopolamina, que atua principalmente nos receptores muscarínicos no cérebro, pode causar delírio e amnésia. As qualidades viciantes da nicotina derivam de seus efeitos sobre os receptores nicotínicos de acetilcolina no cérebro.
Receptores muscarínicos
Os receptores de acetilcolina muscarínicos possuem um mecanismo de sinalização complexo e afetam as céulas-alvo ao longo de um período de tempo mais longo. Em mamíferos, foram identificados cinco subtipos de receptores muscarínicos, chamados de M1 a M5. Todos eles funcionam como receptores acoplados à proteína G, o que significa que eles exercem seus efeitos através de segundos mensageiros intracelulares. Somente os receptores M1, M2 e M3 têm importância clínica e já foram funcionalmente caracterizados; eles se localizam em gânglios do sistema nervoso periférico e nos órgãos efetores do sistema nervoso autônomo parassimpático (como coração, músculos lisos, cérebro e glândulas exócrinas). Os receptores M1 são encontrados nas células parietais gástricas, os receptores M2 são encontrados nas células cardíacas e no músculo liso, e os receptores M3 estão presentes na bexiga, nas glândulas exócrinas e no músculo liso.
Receptores nicotínicos
Esses receptores são canais iônicos capazes de se ligar à acetilcolina e à nicotina. A ligação de duas moléculas de acetilcolina promove sua abertura, permitindo a entrada de Na+ e resultando na despolarização da célula efetora. Os receptores nicotínicos estão localizados no sistema nervoso central, na glândula suprarrenal, nos gânglios do sistema nervoso autônomo e na junção neuromuscular. Os receptores nícotínicos encontrados na junção neuromuscular são designados como Nm, e os outros nicotínicos, de Nn. Os receptores nicotínicos ganglionares são diferentes dos receptores nicotínicos da junção neuromuscular: os receptores nicotínicos ganglionares, por exemplo, apresentam cinco subunidades proteicas, enquanto os receptores nicotínicos da junção neuromuscular apresentam quatro dessas subunidades.
Fármacos colinérgicos
Os fármacos colinérgicos são divididos em três classes terapêuticas: os agonistas de ação direta, os agonistas de ação indireta reversíveis e os agonistas de ação indireta irreversíveis.
Agonistas colinérgicos de ação direta
• Betanecol: 1 – Mecanismo de ação: agonista muscarínico; 2 – Indicação: por atuar como
agonista muscarínico, age no relaxamento dos esfíncteres da bexiga, aumentando a pressão
de micção e causando a expulsão da urina. É indicado nos casos de retenção urinária não
obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório; 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica
generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor
abdominal, diarreia e broncoespasmos).
• Pilocarpina: 1 – Mecanismo de ação: agonista muscarínico; 2 – Indicação: a pilocarpina, quando
administrada nos olhos, promoverápida miose e contração do músculo ciliar, sendo, portanto,
indicada para tratamento de glaucomas; 3 – Efeitos adversos: por ter efeito central, pode causar
distúrbios cerebrais.
Agonistas colinérgicos de ação indireta reversíveis
A enzima acetilcolinesterase é responsável por degradar a acetilcolina quando esta é liberada nas fendas sinápticas. Dessa forma, fármacos que inibem ou bloqueiam essa enzima aumentarão a sobrevida da acetilcolina nas sinapses, prolongando ou potencializando os efeitos colinérgicos. Os
fármacos inibidores de acetilcolina são também chamados de agonistas colinérgicos de ação indireta, já que indiretamente aumentam os níveis desse neurotransmissor. O fato de o fármaco se ligar reversivelmente a acetilcolinesterase o torna relativamente mais seguro do que os fármacos que se ligam irreversivelmente a essa enzima. Os efeitos colinérgicos são sentidos em todos os receptores de acetilcolina (muscarínicos e nicotínicos). A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
Agonistas colinérgicos de ação indireta reversíveis
Neostigmina: 1 – Mecanismo de ação: inibidor de acetilcolinesterase; 2 – Indicação: miastenia grave, estimulante da bexiga e do TGI; 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos).
• Tacrina, donepezila, rivastigmina e galantamina: 1 – Mecanismo de ação: inibidores de acetilcolinesterase de ação central; 2 – Indicação: esses fármacos são indicados para tratamento da doença de Alzheimer, pois nessa patologia há perda de neurônios colinérgicos no sistema
nervoso central; 3 – Efeitos adversos: distúrbios do TGI, entre outros.
Agonistas colinérgicos de ação indireta irreversível
Esses fármacos são também conhecidos como organofosforados e apresentam a propriedade de se ligar irreversivelmente à acetilcolinesterase. Muitos deles são extremamente tóxicos: o paration, por exemplo, é usado como inseticida.
Agonistas colinérgicos de ação indireta irreversível
• Ecotiofato: 1 – Mecanismo de ação: inibidor irreversível da acetilcolinesterase; 2 – Indicação: tratamento do glaucoma (por estimular intensa miose); 3 – Efeitos adversos: estimulação colinérgica generalizada, paralisia da função motora e convulsões.
Fármacos anticolinérgicos
Os antagonistas colinérgicos (ou bloqueadores colinérgicos ou, ainda, parassimpatolíticos) ligam‑se aos receptores colinérgicos bloqueando-os e impedindo a ligação da acetilcolina. Os efeitos da estimulação parassimpática são interrompidos e as ações da estimulação simpática
ficam sem oposição. Esses fármacos podem ser seletivos para os receptores nicotínicos ou seletivos para os receptores muscarínicos.
Fármacos antimuscarínicos
São fármacos capazes de bloquear seletivamente os receptores muscarínicos, causando a inibição de todas as funções muscarínicas, incluindo os receptores que estão nas glândulas salivares e sudoríparas. A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
Fármacos antimuscarínicos
• Atropina: 1 – Mecanismo de ação: antagonista muscarínico; 2 – Indicação: antiespasmódico
do TGI (hiosciamina), antissecretor para cirurgias (saliva e suor) e para causar midríase (pupila
dilatada) em exames oftalmológicos; 3 – Efeitos adversos: xerostomia, visão borrada, taquicardia
e constipação.
• Escopolamina: 1 – Mecanismo de ação: antagonista muscarínico; 2 – Indicação: anticinestósico
(bloqueia as doenças do movimento, como a cólica), bloqueio da memória de curta duração; 3 –
Efeitos adversos: semelhantes aos da atropina.
• Ipratrópio e tiotrópio: 1 – Mecanismo de ação: antagonista muscarínico inalado; 2 – Indicação:
tratamento de manutenção do broncoespasmo associado com a doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC), bronquites crônicas, enfisema e asma; 3 – Efeitos adversos: esses fármacos são
pouco absorvidos e causam poucas reações adversas.
• Oxibutinina: 1 – Mecanismo de ação: antagonista muscarínico M3; 2 – Indicação: doença da bexiga
superativa (diminui a pressão intravesicular e aumenta a capacidade vesical, enfraquecendo a
frequência de contração da bexiga; 3 – Efeitos adversos: xerostomia, visão borrada e constipação.
Fármacos que atuam na junção neuromuscular
Os fármacos que atuam na junção neuromuscular geralmente são bloqueadores dessa transmissão colinérgica. São análogos à acetilcolina e atuam como antagonistas nicotínicos (não despolarizantes) ou agonistas nicotínicos (despolarizantes) na placa motora da junção neuromuscular. Esses fármacos são bastante utilizados para se obter uma paralisia muscular durante um procedimento cirúrgico ou para facilitar a intubação na traqueia.
Fármacos que atuam na junção neuromuscular
A tubocurarina foi o primeiro fármaco capaz de bloquear a junção neuromuscular e foi isolada do curare (componente do veneno da pele de sapos da região amazônica). A seguir estão listados os principais fármacos desta classe.
• Pancurônio, atracúrio, vecurônio, rocurônio, cisatracúrio: 1 – Mecanismo de ação: bloqueadores neuromusculares não despolarizantes antagonistas de receptores nicotínicos; 2 – Indicação: são utilizados como adjuvantes de anestesia durante a cirurgia para relaxar os músculos esqueléticos e em cirurgias ortopédicas; 3 – Efeitos adversos: em geral apresentam boa segurança, mas eventualmente podem aumentar a frequência cardíaca.
• Succinilcolina: 1 – Mecanismo de ação: bloqueador neuromuscular despolarizante agonista
de receptores nicotínicos (isso se deve ao fato de esse fármaco ter efeito semelhante ao da
acetilcolina porém não ser degradado pela acetilcolinesterase, permanecendo, portanto, na junção neuromuscular); 2 – Indicação: intubação endotraqueal rápida; 3 – Efeitos adversos: hipertermia, apneia e hiperpotassemia.
Fármacos adrenérgicos e antiadrenérgicos 
Os fármacos adrenérgicos e antiadrenérgicos atuam em receptores que são estimulados pela noradrenalina (norepinefrina) ou pela adrenalina (epinefrina). Os neurônios adrenérgicos liberam noradrenalina como neurotransmissor primário. Esses neurônios são encontrados no sistema nervoso central e no sistema nervoso simpático, onde servem de ligação entre os gânglios e os órgãos efetores.
Receptores adrenérgicos
Os receptores adrenérgicos (ou adrenoceptores) são uma classe de receptores acoplados a proteínas G que são alvos das catecolaminas, especialmente a norepinefrina (noradrenalina) e a epinefrina (adrenalina). Muitas células possuem esses receptores, e a ligação de uma catecolamina ao receptor irá geralmente estimular o sistema nervoso simpático. Como vimos anteriormente, o sistema nervoso simpático é responsável pela resposta de luta ou fuga, que inclui dilatação das pupilas, aumento da frequência cardíaca, mobilização de energia e desvio do fluxo sanguíneo de órgãos não essenciais para
o músculo esquelético.
Receptores adrenérgicos
São divididos em dois grupos principais de receptores: α (alfa) e β (beta), com vários subtipos. Os receptores alfa têm os subtipos alfa-1 (um receptor acoplado Gq) e alfa-2 (um receptor acoplado Gi). Os receptores beta têm os subtipos beta-1, beta-2 e beta-3. Todos três estão ligados a proteínas G, que, por sua vez, estão ligadas à adenilato ciclase. A ligação agonista origina, assim, um aumento na concentração intracelular do segundo cAMP de mensageiro. Os efetores a jusante de AMPc incluem a proteína quinase dependente de AMPc (PKA), que medeia alguns dos eventos intracelulares após a ligação hormonal.
Receptor alfa-1-adrenérgico
Os receptores alfa-1-adrenérgicos são membros da superfamília do receptor acoplado à proteína Gq. Após a ativação, há o aumento do conteúdo de cálcio numa célula. As ações específicas do alfa-1 envolvem principalmente a contração do músculo liso. Esse receptor causa vasoconstrição em muitos vasos sanguíneos, incluindo os da pele, do sistema gastrointestinal, do rim (artéria renal) e do cérebro. Outras áreas de contração do músculo liso são: ureter, vasosdeferentes, cabelo (músculo eretor dos pelos), útero (quando grávida), esfíncter uretral, bronquíolos (embora menores em relação ao efeito relaxante do receptor beta-2 nos bronquíolos), vasos sanguíneos do corpo ciliar (a estimulação causa midríase). Os efeitos sobre o metabolismo incluem glicogenólise e gliconeogênese do tecido adiposo e do fígado, bem como secreção de glândulas sudoríparas e reabsorção de Na+ nos rins.
Receptor alfa-2-adrenérgico
O receptor alfa-2-adrenérgico é acoplado à proteína Gi. É um receptor pré-sináptico, causando feedback negativo sobre, por exemplo, a liberação de noradrenalina (NA). Quando a NA é liberada na sinapse, age no receptor alfa-2, diminuindo a liberação de NA do neurônio pré-sináptico, o que reduz o efeito de NA. Existem também receptores alfa-2 na membrana terminal nervosa do neurônio adrenérgico pós-sináptico. As ações específicas do receptor alfa-2 incluem: inibição da liberação de insulina no pâncreas, indução da liberação de glucagon do pâncreas, contração de esfíncteres do trato gastrointestinal, feedback negativo nas sinapses neuronais (inibição pré-sináptica da liberação da NA no sistema nervoso central, aumento da agregação de trombócitos).
Receptor beta-1-adrenérgico
As ações específicas do receptor beta-1 incluem: ampliar o débito cardíaco aumentando a frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo), a velocidade de condução (efeito cromotrópico positivo) e o volume sistólico (aumentando o efeito inotrópico positivo da contratilidade), ampliar a secreção de renina de células justaglomerulares do rim e aumentar a secreção de grelina do estômago.
Receptor beta-2-adrenérgico
Os receptores beta-2-adrenérgicos estimulam as células a aumentar a produção de energia, além de promover a utilização dessa energia. As ações específicas do receptor beta- 2 incluem: o relaxamento do músculo liso causando também relaxamento nos brônquios; no trato gastrointestinal, a diminuição da motilidade e a vasodilatação dos vasos sanguíneos, especialmente no músculo esquelético; a lipólise no tecido adiposo; anabolismo no músculo esquelético; relaxamento uterino; relaxamento do músculo urinário e do detrusor da parede da bexiga; dilatação das artérias do músculo esquelético, glicogenólise e gliconeogênese; estimulação da secreção de insulina; secreção das glândulas salivares; inibição da liberação de histamina dos mastócitos; aumento da secreção de renina do rim; e relaxamento de bronquíolos.
Agonistas adrenérgicos
Os fármacos agonistas adrenérgicos são divididos em três categorias: agonistas de ação direta, agonistas de ação indireta e agonistas de ação mista.
Agonistas adrenérgicos de ação direta
Esses fármacos se ligam aos receptores adrenérgicos sem interagir com o neurônio pré-sináptico. 
• Epinefrina: 1 – Mecanismo de ação: é um neurotransmissor natural do organismo e age diretamente em todos os receptores adrenérgicos; 2 – Indicação: emergência envolvendo asma aguda (broncodilatadora), choque anafilático, parada cardíaca (cronotropismo positivo), coadjuvante em anestesias locais (aumenta o tempo do anestésico por promover vasoconstrição);3 – Efeitos adversos: os principais efeitos adversos incluem distúrbios no sistema nervoso central, hemorragia, arritmias cardíacas e edema pulmonar.
• Norepinefrina: 1 – Mecanismo de ação: é um neurotransmissor dos nervos adrenérgicos e, teoricamente, deveria estimular todos os receptores adrenérgicos; contudo, em doses terapêuticas, a noradrenalina/norepinefrina age preferencialmente nos receptores alfaadrenérgicos; – Indicação: choques; 3 – Efeitos adversos: são similares aos efeitos adversos da epinefrina.
• Dopamina: 1 – Mecanismo de ação: é estimulante do sistema simpático; exerce efeito inotrópico positivo em doses baixas e promove vasodilatação cerebral, renal e mesentérica, com aumento do débito urinário. Em doses altas promove aumento do tônus vascular e da pressão venosa central, semelhante ao efeito da noradrenalina (melhora a pressão arterial e aumenta o trabalho do miocárdio). 2 – Indicação: casos de hipotensão aguda, choque, descompensação cardíaca, como a encontrada na insuficiência cardíaca congestiva crônica ou insuficiência cardíaca aguda. 3 – Efeitos adversos: estão descritos distúrbios no sistema nervoso central, hemorragia, arritmias cardíacas e edema pulmonar.
Dobutamina: 1 – Mecanismo de ação: agonista beta-1 seletivo; 2 – Indicação: insuficiência cardíaca congestiva (amplia o débito cardíaco); 3 – Efeitos adversos: aumenta a condução atrioventricular.
• Fenilefrina: 1 – Mecanismo de ação: agonista alfa-1 seletivo; 2 – Indicação: congestão nasal (produz vasoconstrição prolongada); 3 – Efeitos adversos: cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas.
• Clonidina: 1 – Mecanismo de ação: agonista alfa-2 seletivo; 2 – Indicação: hipertensão essencial (inibe centros vasomotores simpáticos, diminuindo a estimulação simpática periférica); 3 – Efeitos adversos: letargia, sedação, constipação e xerostomia.
• Terbutalina: 1 – Mecanismo de ação: agonista beta-2 seletivo de ação curta; 2 – Indicação: broncodilatadores e relaxante uterino para evitar partos prematuros; 3 – Efeitos adversos: tremores nas mãos, intranquilidade, apreensão e ansiedade.
• Salmeterol e formoterol: 1 – Mecanismo de ação: agonista beta-2 seletivos de ação prolongada; 2 – Indicação: broncodilatador, agindo melhor em monoterapia (sem concomitância de glicocorticoides); 3 – Efeitos adversos: esses fármacos não devem ser usados em excesso, pois hárelatos de mortes por conta do uso exagerado.
Agonistas adrenérgicos de ação indireta
Esses fármacos promovem a liberação de noradrenalina dos terminais pré-sinápticos ou inibem a captação de noradrenalina. Agem potencializando os efeitos da noradrenalina endógena, mas não diretamente sobre os receptores adrenérgicos. Entre os exemplos de fármacos agonistas de ação indireta temos: as anfetaminas (recentemente proibidas no Brasil), a tiramina e a cocaína (droga ilícita).
Agonistas adrenérgicos de ação mista
Os agonistas adrenérgicos de ação mista induzem a liberação de noradrenalina dos terminais pre‑sinapticos, agindo também diretamente sobre os receptores adrenérgicos. Entre os fármacos dessa categoria, podem-se citar as efedrinas e a pseudoefedrina, sendo a utilização de ambas bem restrita no país.
Antagonistas adrenérgicos
Os fármacos antagonistas adrenérgicos (bloqueadores adrenérgicos ou simpatolíticos) ligam-se aos receptores adrenérgicos, mas não produzem efeitos, porém evitam a ativação desses receptores pela noradrenalina endógena. Assim como os agonistas, os antagonistas adrenérgicos são classificados de acordo com suas afinidades pelos receptores alfa e beta no sistema nervoso periférico. Numerosos fármacos desse tipo são utilizados na clínica, principalmente devido aos seus efeitos sobre o sistema cardiovascular.
Bloqueadores alfa-adrenérgicos
Os fármacos que bloqueiam os receptores alfa interferem drasticamente na pressão arterial, uma vez que o controle do tônus vascular é feito pelo sistema simpático em receptores alfa. Porém, esse bloqueio leva à redução do tônus, o que resulta em menor resistência vascular periférica com taquicardia reflexa. Tais efeitos são sentidos principalmente com usuários em pé, sendo menos frequentes quando o paciente se encontra sentado ou deitado. A seguir estão listados os principais fármacos desta classe.
• Fenoxibenzamina: 1 – Mecanismo de ação: antagonista alfa não seletivo (bloqueio do alfa-1 do alfa-2); 2 – Indicação: tratamento do feocromocitoma (tumor na glândula suprarrenal); 3 – Efeitos adversos: hipotensão postural, congestão nasal, taquicardia reflexa, náuseas e êmese.
• Prazosina, terazosina, doxazosina, tansulosina: 1 – Mecanismo de ação: são bloqueadores competitivos dos receptores alfa-1; 2 – Indicação: esses fármacos podem ser indicados para hipertensão arterial e hipertrofia prostática benigna; 3 – Efeitos adversos: para tratamento de hipertensão, a primeira dose do fármaco pode levarà hipotensão ortostática e à síncope (desmaio), tontura, falta de energia, congestão nasal, cefaleia ou sonolência.
Bloqueadores beta-adrenérgicos
Os betabloqueadores, também escrito como β-bloqueadores, são antagonistas competitivos que bloqueiam os locais receptores das catecolaminas endógenas epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina) nos receptores beta-adrenérgicos do sistema nervoso simpático. Alguns bloqueiam a ativação de todos os tipos de receptores β-adrenérgicos e outros são seletivos para um dos três tipos conhecidos de receptores beta (designados receptores β1, β2 e β3). Os receptores β1-adrenérgicos estão localizados principalmente no coração; os receptores β2‑adrenergicos estão presentes principalmente nos pulmões, no trato gastrointestinal, no fígado, no útero, no músculo liso vascular e no músculo esquelético; por fim, os receptores β3‑adrenergicos estão localizados em células adiposas.
Bloqueadores beta-adrenérgicos
Os bloqueadores beta representam uma classe de medicamentos que particularmente utilizada para controlar arritmias cardíacas e proteger o coração de um segundo ataque cardíaco (infarto do miocárdio) após um primeiro ataque cardíaco (prevenção secundária). Eles também são amplamente utilizados para tratar a hipertensão, embora já não sejam a primeira escolha para o tratamento inicial da maioria dos pacientes.
• Propranolol: 1 – Mecanismo de ação: betabloqueador não seletivo (beta-1 e beta-2) que promove diminuição do débito cardíaco, vasocontrição periférica, broncoconstrição, aumento na retenção de Na+ e distúrbios no metabolismo da glicose; 2 – Indicação: é indicado principalmente para hipertensão arterial sistêmica (redução do débito cardíaco), enxaqueca, hipertireoidismo (principalmente, no hipertireoidismo agudo, na prevenção dos efeitos da tempestade tireóidea), angina pectoris (diminui a necessidade de oxigênio no coração) e infarto do miocárdio; 3 – Efeitos adversos: broncoconstrição (contraindicado para asmáticos), arritmias, comprometimento sexual, distúrbios metabólicos, depressão, tonturas, letargia, fadiga e fraqueza.
• Timolol: 1 – Mecanismo de ação: betabloqueador não seletivo (beta-1 e beta-2) mais potente que o propranolol; 2 – Indicação: tratamento de glaucoma (diminui a pressão intraocular e a produção de humor aquoso nos olhos); 3 – Efeitos adversos: como a administração é tópica, os efeitos adversos são reduzidos.
• Atenolol, metoprolol, bisoprolol, betaxolol, nebivolol: 1 – Mecanismo de ação: são betabloqueadores beta-1 seletivos, agem na redução da pressão arterial em hipertensos e aumentam a tolerância ao exercício na angina; 2 – Indicação: hipertensão arterial sistêmica, inclusive para pacientes com função respiratória comprometida ou pacientes diabéticos que usam insulina ou hipoglicemiantes orais; 3 – Efeitos adversos: frio nas extremidades, entre outros.
• Labetalol e carvedilol: 1 – Mecanismo de ação: são betabloqueadores seletivos beta-1 e antagonistas de receptores alfa-1 concomitantemente, promovem vasodilatação periférica, reduzindo a pressão arterial e diminuindo o espessamento da parede vascular; 2 – Indicação: hipertensão arterial sistêmica quando se deseja promover concomitantemente vasodilatação periférica (os demais betabloqueadores induzem vasoconstrição periférica como efeito indesejado); também para insuficiência cardíaca e pré-eclâmpsia (labetalol); 3 – Efeitos adversos: hipotensão ortostática e tonturas.

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