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TCC- Guarda compartilhada entre animais de estimação

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2
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAAT
TAYENNE SCUDELARI PEÇANHA
GUARDA COMPARTILHADA ENTRE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
ATIBAIA,SP
2019
TAYENNE SCUDELARI PEÇANHA
GUARDA COMPARTILHADA ENTRE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário UNIFAAT, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelada em Direito sob a orientação do professor Cristiano Pereira Moraes Garcia.
ATIBAIA,SP
2019
AGRADECIMENTOS.
O simples ato de agradecer não e capaz de expressar a gratidão sentida, mas por vezes tem o condão de despertar o poder de transformar o sentimento do emissor, no concreto reconhecimento pelo feito do destinatário.
Neste cenário, imperioso é iniciar meus singelos, porém essenciais agradecimentos àqueles que me geraram, que juntos superamos momentos difíceis que passamos em nossa vida, que me fez permitir acreditar nos propósitos para trilhar meu caminho, onde busco minhas forças a cada instante para renovar meu íntimo e moldar minha alma. Meus mais sinceros agradecimentos à minha mãe e meu pai, que sempre estiveram ao meu lado, que não mediram esforços para tornar essa jornada mais fácil e serena pra mim, que sempre me motivaram e não deixaram de acreditar em mim nem por um segundo, me apoiando em cada iniciativa, erguendo-me em cada queda e aplaudindo em cada vitória, que significou certeza de que eu não estava sozinha nessa caminhada, por me dar todo amor necessário para enfrentar os momentos difíceis da vida, que sempre repetia a importância, de superação e fé. 
Imprescindível igualmente, é meu agradecimento aos meus irmãos amados, por serem companheiros em todos os momentos da minha vida, que me ensinaram o significado de cumplicidade, por serem meus amigos de verdade e que diante de todos os desafios que passamos, me fizeram descobrir minha verdadeira força, fortalecendo meu caráter.
Agradeço aos meus avós maternos, por se preocuparem com a necessidade de uma postura ética, e serem meus maiores incentivadores desde o início, por não medirem esforços ao me conduzirem com um vastíssimo conhecimento, sempre demonstrando o melhor caminho a ser trilhado, com os sentimentos mais intensos e puros.
Meus sinceros agradecimentos a minha Tia Camile Scudelari, por fazer parte da minha vida e por sempre estar disponível, que nunca mediu esforços para me ajudar.
Ao meu namorado Murilo Bassi, por toda compreensão, carinho e amor, cuja dedicação e paciência serviram como pilares de sustentação ao longo de todo o projeto da minha monografia, que nunca se negou a compartilhar seus conhecimentos e por se tornar uma inspiração como um excelente profissional e futuro colega de profissão. 
E meu agradecimento, aos meus amados “filhos de 4 patas”, que me ensinam diariamente a sentir o amor puro e por tocar minha alma, me ensinando as lições mais importantes da vida, dando ênfase ao amor e benevolência. 
As minhas grandes amigas Fernanda Senne, Nair Anjos, Karine Dias e Nicole Godoi que fizeram parte desta caminhada e me acolheram, me ensinando os valores e princípios de pessoas do bem, que sempre me ajudaram e incentivaram meu sonho.
Também agradeço a todos meus colegas de curso, pela oportunidade do convívio e pela cooperação mútua durante esses anos. Preciso também agradecer a cada professor que contribuiu para a minha formação acadêmica, cada um deles foi de grande importância.
 No entanto, meu agradecimento em especial ao meu estimado Professor Mauricio Teixeira Silva, pelo apoio incondicional, por me manter motivada e por indicar a direção correta que o trabalho deveria tomar e que foram essenciais. Mais que um professor, um verdadeiro paradigma como profissional e como ser humano.
Agradeço toda dedicação ao meu orientador Professor Cristiano Pereira Moraes Garcia, excepcional professor de Direito Civil e quem me fez primeiro brotar a paixão pelo Direito Civil, que apesar da intensa rotina de sua vida aceitou me orientar nesta monografia, as suas valiosas indicações e contribuições ao longo dessa jornada fizeram toda a diferença, sempre transmitiu seu saber com muito profissionalismo.
Por fim, gostaria de agradecer aos funcionários da Universidade Unifaat, que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão deste trabalho. 
 “Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral.”
 Abraham Liconln,1860 
RESUMO
O presente trabalho monográfico tem como escopo aclarar as controvérsias, omissões e a pluralidade de entendimentos acerca da dissolução litigiosa e do vínculo conjugal, examinando a possibilidade de guarda compartilhada entre animais de estimação.
Demonstrando, através das principais conclusões como é perceptível o fato de relevância que os animais adquiriram e mantém na vida das pessoas. 
Nesse contexto, é usual nos depararmos com situações em que animais de estimação são considerados e tratados como membros da família, tendo inclusive, tratamento e apreço muito semelhantes aos membros humanos, diante do status de filho que lhe é atribuído na atualidade, vem sendo gradualmente precedido pela ideia a qual os animais são, na verdade, seres sencientes, capazes de sentir, possuir e despertar afeto em variadas dimensões, por isso assumem a ele direitos, com as respectivas responsabilidades de seus donos no fim da sociedade conjugal. A metodologia empregada foi o método dedutivo, em pesquisa teórica, pesquisa bibliográfica e documental, conforme solidifica em jurisprudências e projetos de lei em tramitação. 
Palavra chave: Guarda compartilhada. Animais de estimação. Ser sencientes. 
ABSTRACT
The present monographic work aims to clarify the controversies, omissions and the plurality of understandings about the litigation dissolution and the marital bond, examining the possibility of shared custody between pets. 
Demonstrating, through the main conclusions, it is noticeable the fact of relevance that animals acquired and maintains in people's lives. 
In this context, it is usual to encounter situations in which pets are considered and treated as family members, including treatment and appreciation very similar to human members, in view of their current child status, they are gradually being preceded by the idea that animals are, in fact, sentient beings, capable of feeling, possessing and arousing affection in various dimensions, they therefore assume rights to them, with the respective responsibilities of their owners at the end of conjugal society. The methodology used we use the deductive method the bibliographic and documentary research, as it solidifies in jurisprudence and bills in progress.
Keyword: Shared Guard. Pets. Be sentient.
2
1. 
2. 
3. 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	10
2. O DIREITO DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE	11
2.1 Evolução Histórica Da Família	12
2.2 Principio Da Igualdade Jurídica Dos Cônjuges E Companheiros	13
2.3 Afetividade Na Família E Pluralismo Familiar	13
3. ANIMAIS E O DIREITO	14
3.1 Evolução Histórica	17
3.2 ANIMAL É COISA?	18
4. DOS IMPACTOS DO DIVÓRCIO NAS RELAÇÕES COM OS “PETS”	20
5. DO INSTITUTO DAS GUARDAS: GUARDA DE “PET”	21
5.1 Os Animais e O Direito De Visita	27
5.2 Os Animais e o Direito a alimentos	29
6. PROJETO DE LEI SOBRE A GUARDA DE “PETS” NO BRASIL	30
6.1 Projeto Lei nº 1.058/11	30
6.2 Projeto Lei nº 1.365/15	32
5.3 Outras Decisões	33
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS	35
8. REFERÊNCIAS	37
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho será desenvolvido com ênfase ao estudo do tema proposto, qual seja, o reconhecimento sobre a guarda dos animais de estimação após o rompimento da sociedade conjugal ou da união estável.
Tal pesquisa tem como finalidade estudar o critério de inclusão dos animais e humanos que vêm ganhando grande percepção em relação ao regulamento da guarda durante o processo de divórcio, fundamentando a ideia de que os animais são seres singulares e vulneráveis, dotados de sensibilidade, com o objetivo de descaracterizar o tratamento dos animais como um simples bem,a ser equiparado a coisa móvel. Desta forma, tendo relação direta com o direito civil e não direito de família. 
Assim, os institutos a serem empregados deveram ser analisados através da evolução da sociedade. Preconizando entendimentos jurisprudenciais e projetos lei em tramitação, visando justamente demonstrar a importância que os animais têm para os humanos e assim possibilitar guarda compartilhada entre animais de estimação em casos de dissolução conjugal entre seus donos.
Para atingir o objetivo proposto, o primeiro capítulo irá tratar sobre o Direito da família multiespécie, onde muitas famílias tratam seus animais de estimação como um filho, mantendo uma relação afetiva e leal sendo uma nova modalidade a ser acolhida e conceituando a evolução familiar.
No segundo capítulo será abordado os animais e o Direito, descaracterizando os institutos apregoados aos animais de estimação, deixando de tratá-los na condição de um simples bem, a ser equiparado a coisa móvel. 
No terceiro capítulo tratará dos impactos do divórcio nas relações com os “pets”, ficando evidenciado que os animais obtêm os traços psicológicos que seu dono tem, como um legitimo membro da família.
No quarto capítulo será abordado os institutos das guardas dos “pets”, devendo ser tratados de forma adequada, verificando que são capazes de produzir respostas sistêmicas ao longo de sua convivência com seus donos e que os animais precisam ter sua dignidade reconhecida e não ser mais tratados como coisas pelo nosso judiciário, são estas características suficientes para os tornar relevantes para o direito fundamental, como a valoração que decorre desta capacidade de sentir prazer, devendo ser levado em consideração, em desfrutar determinados prazeres que naturalmente desfrutariam e não causar a privação destes animais em gozar de determinados bens da vida, como o afeto que foi gerado na relação entre o casal. 
Por fim, o quinto capítulo será averiguado os projetos de lei sobre a guarda de “pets” no Brasil, dispondo da finalidade de garantir aos animais não humanos sua defesa sobre os direitos fundamentais, definidos por leis, à proteção aos animais é uma necessidade. 
Ocorre que, como sabemos, sempre há o que solucionar, sempre há conflitos para se arrefecer, devendo, contudo, não ignorar a necessidade de maior proteção aos animais.
Na confecção deste trabalho, será utilizado o método dedutivo, em pesquisa teórica, pesquisa bibliográfica e documental, conforme solidifica em jurisprudências e projetos de lei em tramitação. 
2. O DIREITO DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE
A partir das novas modalidades de família que surgiram, não há impedimentos quanto a formação de novos arranjos familiares em busca da felicidade tão apregoada pelo Direito das famílias, havendo a necessidade de a doutrina e de a jurisprudência aterem-se a um novo modelo formado não só pelo casal e seus filhos, mas também por um membro que vem se tornando cada vez mais comum nos lares, formada pela interação humano-animal dentro de um lar, onde reconhecem os animais de estimação como verdadeiros membros da família, vislumbra-se, que a família não está aposta unicamente pelo afeto e convivência entre seres humanos, mas, de igual forma, entre o vínculo estabelecido entre humanos e animais
Assim, vindo a preencher o lugar de um filho, sendo tratados, muitas vezes, como um filho biológico, o convívio diário com eles, a relação entre homem e animais de estimação, vem fazendo com que estejamos mais apegados emocionalmente a eles, “como um legitimo membro da família, ele dorme na cama, ouve confidências, senta no sofá, assiste TV, joga bola e, não raramente, têm preferência sobre os outros familiares”.[footnoteRef:1] [1: NACONECY, Carlos Michelon. Ética & animais: um guia de argumentação filosófica. Porto Alegre: Edipucrs, 2006. p. 195. Disponível em: <https://we.riseup.net/assets/185819> Acesso em: 01. Out. 2019.] 
Nesses ambientes familiares, as pessoas além de apreciar a companhia do animal, valorizam a sua afeição recíproca, sendo assim necessário que haja entre o humano e o animal uma rotina familiar, onde ambos usufruam dos mesmos prazeres. 
2.1 Evolução Histórica Da Família
A família é tradicionalmente definida como um conjunto de pessoas unidas entre si por laços fundados sobre o casamento ou a filiação, com a formação de vínculos conjugal de parentesco e afinidade, compreendendo cônjuges, companheiros, filhos, parentes e etc.
Atual configuração da família, não está adstrita somente entre seres humanos, mas de forma equipolente, entre o vínculo estabelecido entre humanos e animais levados para o ambiente familiar, assistindo ao reconhecimento de outras formas de entidades familiares, por todo instante transmudar de acordo com a sociedade e com os fatos que nelas ocorrem, dando lugar a formação familiares unidas por laços afetivos, onde buscam seus alicerces no afeto e pela constante busca de felicidade como forma de realização de cada um de seus membros, não devendo ficar preso a preconceitos culturais.
A família e a base da sociedade é possui proteção do estado conforme prevê Constituição Federal da República Brasileira conceitua família em seu art. 226, a saber: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.
No entanto, ao longo dos anos, a realidade social trouxe uma nova concepção de família, sendo essa desvinculada de seus modelos originários baseados no casamento, sexo e procriação.
A nova concepção, tem se pautado em valores, como a afetividade, o amor e o carinho.
No dizer de Maria Berenice Diaz a “família é o primeiro agente socializador do ser humano. De muito deixou de ser uma célula do Estado, e é hoje encarada como uma célula da sociedade”. [footnoteRef:2] [2: DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias .4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.] 
2.2 Principio Da Igualdade Jurídica Dos Cônjuges E Companheiros
Na ambiência da sociedade, tem como propósito garantir a igualdade entre o casal, a igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges e companheiros consagradas no texto constitucional, nos arts. 5º, inciso I e 226 da Constituição Federal[footnoteRef:3], trata sobre a igualdade jurídica entre cônjuges e companheiros [3: Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988. 
Disponível em:> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> 
Acesso em:01 Out 2019.] 
Tendo por premissa, que as relações conjugais são construídas baseadas nos laços de afeto e respeito, compreendendo ser a base do princípio da Igualdade Jurídica, e é nessa perspectiva que os ditames sociais estão sendo construídos e com eles a evolução da legislação, com finalidade de dar suporte normativo para que todos vivam em par de igualdade.
Assim sendo, na relação entre o casal, se doam com objetivos pessoais e sentimentais, não existindo relação viciosa de diferença e subordinação, respeitando a premissa básica do estado de promover o bem comum e conforme exposto no livro IV, que trata do Direito das Famílias, logo no seu primeiro artigo, no Capítulo I[footnoteRef:4], das disposições gerais fica estabelecido “Art. 1.511 – O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.” [4: . Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código civil. 
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em:01 Out 2019.
] 
2 
2.2 
2.3 Afetividade Na Família E Pluralismo Familiar
	O afeto é o ponto central da família, é o elemento essencial de uma relação familiar.
	É cediço que, quando falamos em afetividade na família, é a de estarmos lidando com situações que demonstrem os valores humanos. Desta forma, se falam polidamente, se conduzem de forma moral, se amam e se respeitam, ajudam os que têm necessidade e se preocupam com o mundo que os circunda, há fortes indícios sobre o real significado do instituto família, sendo mais abrangente na busca de assegurar a felicidade.
Atualmente, perdeu-se a função meramente procriadora, tendo sido formada novos tiposde famílias, o afeto se tornou o fator principal para o reconhecimento de uma família, são muitas as consequências práticas que permeiam, maiores ainda quando no seio do lar conjugal há uma criança, fruto desse relacionamento, e não muito longe disso estamos quando ao invés de uma criança, encontra-se o animal dito de estimação, no que diz respeito a quaisquer espécies colocadas na relação de proximidade afetiva.
Explica Flávio Tartuce, sobre o princípio da afetividade no direito de família que: “Tornou-se comum, na doutrina contemporânea, afirmar que o afeto tem valor jurídico ou, mais do que isso, foi alçado à condição de verdadeiro princípio geral”. [footnoteRef:5] [5: TARTUCE, Flávio. O princípio da afetividade no direito de família. 2014. Disponível em:
<http://genjuridico.com.br/2014/12/12/o-principio-da-afetividade-no-direito-de-familia/>. Acesso em: 1 out.. 2019.] 
Assim, conseguimos consumar que nos dias atuais, podemos vislumbrar não só as famílias patriarcais, com o casamento entre homem e mulher, mas verifica-se mudanças, findados em novos modelos como preceitua Thereza Rodrigues Cardin Vieira: “O conceito de família tem sido recriado para abrigar novos arranjos que não mais cabem nos modelos tradicionais, surgindo novos moldes de famílias, como as homoafetivas e a multiespécie.”[footnoteRef:6], conforme aduz Maria Ravelly Martins Soares Dias: [6: VIEIRA, Tereza Rodrigues, CARDIN, Valeria Silva Galdino. Antrozoologia e direito: o afeto como fundamento da família multiespécie. Revista de Biodireito e direitos dos animais, Brasília, n. 1, jan./jun. 2017. v. 3. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/325221767_ANTROZOOLOGIA_E_DIREITO_O_AFETO_COMO_FUNDAMENTO_DA_FAMILIA_MULTIESPECIE> Acesso em: 03 Out.2019.] 
Existem diversos tipos de entidades familiares: famílias matrimoniais, decorrentes do casamento; famílias informais oriundas da união estável; famílias homo afetivas iniciadas a partir do elo afetivo entre pessoas do mesmo sexo; famílias monoparentais constituídas pelo vínculo afetivo entre um dos genitores com seus filhos; famílias anaparentais baseadas no vínculo existente entre irmãos diante da ausência dos pais; e ainda, a família multiespécie[...][footnoteRef:7] [7: DIAS, Maria Ravelly Martins Soares. Família multiespécie e direito de família: uma nova realidade. [S.I.]: [s.d.], 2018. Texto postado no site Jus.com.br, no hiperlink Artigos. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/67381/familia-multiespecie-e-direito-de-familia-uma-nova-realidade> Acesso em: 03 Out.. 2019.] 
3. ANIMAIS E O DIREITO
Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, por possuir incoerências da relação do ser humano com o animal. Observando, que nosso sistema jurídico possui prerrogativas e o dever de fazer, ponderando os conflitos entre os interesses dos animais.
Mesmo com a obtenção de que os animais, assim como os humanos, possuem sentimentos, o Código Civil Brasileiro ainda trata os animais como objetos e que, em assim sendo, são classificados como bens móveis, denominados como seres semoventes, pois são suscetíveis de movimento próprio, conforme preceitua o art. 82 do Código Civil[footnoteRef:8], sendo notável a falta de diferenciar o ser vivo de um ser inanimado. [8: Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em:03 Out.2019.] 
Por serem tratados como coisa, quando ocorre uma separação litigiosa, o judiciário vem enfrentado adversidades. O animal de estimação acaba perfazendo como parte do patrimônio do casal, sendo equiparado a uma casa ou até mesmo a um carro.
Entretanto em muitos casos, visto que, são considerados como membros da família, um bem que não pode ser fracionado pelos seus donos.
No campo legislativo o estatuto jurídico dos animais vem sendo modificado em países que adotam o sistema romano-germânico. É o caso, como visto:
Nos Códigos Civis austríaco (modificado em 1988); alemão (em 1990); suíço (em 2003); holandês (em 2011); francês (em 2015); e português (em 2016). Em 2017, foi a vez da Constituição do México ao reconhecer os animais como seres sencientes e reconhecidos com tratamento digno e respeito à vida, sendo sujeitos de consideração moral. O próximo país a caminhar para a reformulação do estatuto jurídico dos animais é a Espanha.[footnoteRef:9] [9: SOUZA, Fernando Speck e Rafael Speck de Souza. A Tutela Jurídica dos animais no direito Civil Contemporâneo. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2018-jun-04/tutela-juridica-animais-direito-civil-contemporaneo-parte> Acesso em: 13 Out. 2019] 
 No Brasil, atualmente despontam propostas legislativas, inclusive com efeitos diretos sobre o Código Civil, objetivando requalificar o ordenamento jurídico, redefinindo para maior proteção animal, visando demonstrar a necessidade de tirá-los do atual estado de coisas móveis. Com a finalidade de dirimir os problemas enfrentados pelo casal em caso de separação.
 Não havendo um acordo, precisam recorrer ao judiciário para solucionar esse conflito.
Finalmente, em razão da atualidade do tema, é interessante destacar que chegou ao Superior Tribunal de Justiça o debate reforçando a ideia de que os animais são capazes de sentir e, por isso merecem consideração. Em 2009, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, ficando determinado:
Não há como entender que seres, como cães e gatos, que possuem um sistema nervoso desenvolvido e que por isso sentem dor, que demonstram ter afeto, ou seja, que possuem vida biológica ou psicológica, possam ser considerados como coisas como objetos matérias desprovidos de sinais vitais. Essa característica dos animais mais desenvolvidos é a principal causa da crescente conscientização da humanidade contra a prática de atividades que possam ensejar maus-tratos e crueldade contra tais seres (RE nº1.115.916-MG- 2009/0005385-2).[footnoteRef:10] [10: BRASIL,Superior Tribunal Justiça. 2 turma. Recurso Especial n 11.115.916 MG. Administrativo e ambiental – centro de controle de zoonose- sacrifício de cães e gatos vadios apreendidos pelos agentes de administração- possibilidade quando indispensável á proteção da saúde humana- vedada utilização de meios cruéis. Disponível em:
<https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=5764421&num_registro=200900053852&data=20090918&tipo=91&formato=PDF> Acesso em: 03 de out. 2019.] 
Os animais como sujeito de direitos, são considerados como animais sencientes, podendo-se dizer que eles são capazes de distinguir, sentir e até mesmo vivenciar sentimentos igualáveis aos seres humanos, diante do exposto por Fernanda Haydeé Cardoso, sobre novos paradigmas:
Não se pode ver como coisa seres viventes, pois tais elementos mostram a existência de vida não apenas no plano moral e psíquico, mas também biológico, mecânico, como podem alguns preferir, e vice-versa. O conhecimento jurídico-dogmático hoje se encontra ultrapassado, não apenas em função de animais considerados inteligentes, mas sim em função de todos os seres sencientes, capazes de sentir, cada um a seu modo [...] [footnoteRef:11] [11: CARDOSO, Haydeé Fernanda. Os animais e o Direito: novos paradigmas. Revista Animal Brasileira de Direito (Brazilian Animal Rights Review), ano 2 – 2007. Disponível em: <http://www.animallaw.info/policy/pobraziljourindex.htm.> Acesso em: 03 de Out. 2019] 
Porém, ao relatar sobre o envolvimento emocional das partes com o animal, os juízes irão tratá-lo como um bem, ou seja, um objeto, considerando que, no âmbito federal, dois projetos de lei em tramitação e pretendem retificar o status dos animais no Brasil. Um deles, de autoria do senador Antonio Anastasia (PSDB), diz que os bichos não serão considerados coisas no Código Civil,sendo acatado pelo Senado e pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, o texto seguiria para sanção presidencial, mas um recurso no plenário da bancada ruralistaimpediu o prosseguimento. O texto aguarda deliberação da Mesa Diretora da Casa, possuindo[footnoteRef:12], outro texto, de autoria do deputado Ricardo Izar, também aprovado pela CCJ da Câmara e aguarda avaliação do Senado Federal.[footnoteRef:13]  [12: ANASTASIA, Antonio. Projeto de lei determinando que os animais, não sejam mais considerados coisas,2015. Disponível em:<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2055720>. Acesso em 12 de Out. 2019] [13: SENADO, Matéria sobre aprovação de projeto que cria natureza jurídica para os animais,2019. <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/08/07/senado-aprova-projeto-que-inclui-direitos-dos-animais-na-legislacao-nacional> Acesso em: 13 de Out. 2019] 
A proposta, objetiva considerar os animais não humanos como sujeitos de direito despersonificados, segundo Juliana Cipriani elucida que:
O Código Civil de hoje dá um tratamento aos bichos como objetos e o projeto proposto pelo Senador busca diferenciar os animais de coisas. O texto foi aceito pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que, segundo o relator Ricardo Trípoli (PSDB/SP) comentou, tal projeto é um passo muito importante para nosso cenário jurídico, principalmente nas relações entre o homem e o animal, na justificativa, os alegando que tal condição já foi reconhecida em países da Europa. “A Nova Zelândia e a França modificaram suas legislações conferindo aos animais o status de seres sencientes,ou seja, retirando-os definitivamente da condição de coisa. Alguns países como a Alemanha, Suíça e Áustria fazem constar em seus textos legais que animais não são objetos. [footnoteRef:14] [14: CIPRIANI, Juliana. Projeto de lei cria regras para guarda compartilhada de animais de estimação. 2016. Disponível em:
<https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/07/28/interna_politica,788578/projeto-de- lei-cria-regras-para-guarda-compartilhada-de-animais-de-est.shtml>.Acesso em: 04 Out.2019] 
As reformas legislativas, tem como visão a finalidade de melhor tutelar o animal, compreendendo sua natureza de ser sensível, devendo ser consideradas e abordadas como uma evolução do Direito, que passa a considerar o animal como um ser vivo sendo protegido mais do que uma simples coisa, sobre a necessidade de descaracterizar este adjetivo em razão do elo de afetividade conquistada entre o animal e os integrantes da família. 
3.1 Evolução Histórica
No decorrer do desenvolvimento social, uma gradual maior atenção dispensada ao tratamento dos animais pelos homens. Na antiguidade, a função primária dos animais sempre foi a de atender às necessidades, preferências e comodidades humanas.
No acume, da Idade Moderna, começava a dizimar a domesticação dos animais, posteriormente reconhecendo a afetividade entre eles. 
	A partir de então, paulatinamente os animais começaram a estar mais presentes no dia-a-dia dos homens, no desempenho de atividades laborais ou nos lares familiares.
Conforme, a evolução da sociedade, os animais de estimação começam se assemelhar com os homens, começando a ter percepção que os mesmos, são dotados de sesciência, tendo capacidade de ter percepções conscientes do lhe acontece e do que os rodeia.
 Se definiam os seres humanos pela capacidade de sentir, alegria, sofrimento, amizade, é possível estabelecer comparações. Pois os animais também demonstram ter afeto, ou seja, possuem vida biológica e psicológica, compartilhando conosco a capacidade de sentir, além de que proporcionam companhia e requerem cuidados e atenção. 
3 
3.1 
3.2 ANIMAL É COISA?
Os animais domésticos, que regularmente são cães e gatos, e habitual que dividam o lar com seus tutores e que entre eles se mantenha uma relação de afeto e amor. 
Neste cenário, são considerados como verdadeiros membros da família, tendo inclusive, em muitos casos, semelhante ao tratamento e consideração dispensados aos membros “humanos”.
É perceptível o fato da relevância, em que os animais são seres que possuem inteligência, sentem e suprem carência afetiva dos lares trazendo amor diariamente, ocupam um papel significante em nossas vidas, e como seres humanos, temos como dever rever nossas atitudes e nossa ética em respeito a dignidades dos animais.
3.1 
3.2 
A interação dos animais de estimação, proporcionam grande prazer ao dono, satisfazendo as necessidades básicas, além de oferecer uma parceria muito grande no que se relaciona a cuidados com doenças e solidão. Ainda segundo estudos, pessoas que tem animais se sentem menos solitários e tem maior autoestima, seguindo o entendimento de que o animal existe para salvar a vida dos seres humanos, diante de noticia publicada por Rachel Hauser Davis, os animais de estimação ajudam a lidar com depressão, ansiedade e estresse da pessoa humana. 
Sendo possível descobrir através de estudos que as pessoas que possuíam cães em casa eram menos propensas a sofrer depressão do que aqueles que não possuíam um animal de estimação, assim como têm menor pressão arterial em situações estressante, desse modo expondo que:
“Recentemente diversos estudos começaram a revelar cientificamente os benefícios do vínculo humano-animal. Por exemplo, a Associação Americana de Saúde do Coração recentemente ligou o convívio com os animais de estimação, especialmente cães, com o risco reduzido de doenças cardíacas e maior longevidade.[footnoteRef:15]” [15: DAVIS, Rachel Hauser. Animais de estimação ajudam a lidar com depressão, ansiedade e estresse. Texto postado no site Psiconlinews, no hiperlink Pesquisas. Disponível em: http://www.psiconlinews.com/2016/01/animais-de-estimacao-ajudam-lidar-com-depressao-ansiedade-e-estresse.html Acesso em: 06 de Out. 2019.] 
Em resumo, contudo, é um prazer ínfimo ter a companhia de um animal de estimação, sob a condição de domesticado, onde exercem companhia com grande influência sensorial e satisfação interior. 
É a acepção ampla de convivência, referindo-se que ao invés de procurar com rapidez uma felicidade fictícia e efêmera, que termina o sofrimento, cultivam em se doar a um animal, buscando a felicidade interior que não dependem de circunstâncias, nem de apoios externos, e sim na efetivação da relação de proximidade afetiva.
Diante dos aspectos psicológicos e afetivos dentro da relação entre animais e humanos, constata-se que a partir desta conexão, que os mesmos guardam semelhanças com os homens, são muito expressivos.
Utilizam sensações de dor e sofrimento para escapar de situações que ameaçam suas vidas, bem como sensações de prazer para perseguir situações que incrementam seu bem-estar.
Portanto, como nós humanos, os animais são também detentores de uma mente complexa, apesar de diferirem da mente humana pelo fato de ser uma mente menos complexa (do mesmo modo que a mente de uma criança é menos complexa do que a mente de um adulto humano), sob esse prisma, podemos citar a sesciência, a capacidade de experimentar prazer ou sofrer. Coren Stanley, faz uma reflexão: “É óbvio que não é possível sentar e ter uma conversa com um cachorro, mas assim como uma criança de 2 anos, eles mostram que podem entender palavras e gestos.”[footnoteRef:16] [16: SAKITA, Karina – Matéria sobre cachorros que detém inteligência de uma criança de 2 anos. Disponível em: <https://www.portaldodog.com.br/cachorros/curiosidades/cachorros-tem-inteligencia-de-uma-crianca-de-2-anos/> Acesso em: 10 de out. 2019.] 
Seguindo preceitos sobre pesquisas realizadas entorno da capacidade dos cachorros, Peter Singer sintetiza os resultados dessa comparação da seguinte forma:
“Os sentimentos e a intuição, as várias emoções e faculdades, tais como amor, memória, atenção e curiosidade, imitação e razão etc., das quais o homem se orgulha, podem ser encontradas em estado incipiente, ou mesmo, por vezes, numa condição bem desenvolvida, nos animais inferiores.”[footnoteRef:17] [17: SINGER,Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes,2010. p.300.] 
4. DOS IMPACTOS DO DIVÓRCIO NAS RELAÇÕES COM OS “PETS”
É notório, que quando nos deparamos com separação conjugal, aprimeira impressão e a de estarmos lidando com situações no mínimo desconfortáveis, ainda que não se faça presente a litigiosidade, são diversos os efeitos que permeiam, maiores ainda quando no núcleo familiar possui um animal dito de estimação.
Contudo, entende-se que, nos dias de hoje, os “pets” são considerados pela grande maioria como integrantes da família. Dito isso, sabe-se que estes vêm sendo reconhecidos, como indivíduos de direitos e tratados dentro do âmbito de Direito de Família, como se filhos fossem no momento das dissoluções conjugais.
Atualmente, os dados do IBGE realizada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, apontam que as famílias brasileiras já possuem mais cachorros e gatos do que crianças, sendo, em especial, os animais de estimação, parte da grande maioria dos lares brasileiros. Isto se deve ao fato de que os seres humanos têm estabelecido, cada vez mais, fortes laços afetivos com os animais de estimação. [footnoteRef:18] [18: PET,instituto,Censo PET,dados sobre a população de animais de estimação no território nacional, segundo pesquisa do IBGE
Disponível em:< https://www.editorastilo.com.br/censo-pet-1393-milhoes-de-animais-de-estimacao-no-brasil/> Acesso em:10 Out. 2019.] 
Nos casos de separação conjugal, se faz presente sentimentos e provável conflito de interesses do casal, ao ser designado seu tutor legal e estipulada guarda para este.
  Qualquer grande disrupção na rotina do “pet” ou ter que quebrar laços que estabeleceram os afetam muito, não pode olvidar que as relações afetivas se apresentam como um dos maiores sentimentos que desfrutam ao longo de sua vida.
Estes sentimentos estão intimamente ligados às questões de relação que reproduzem carinho, cuidado, de modo que se tornou um amor com condição de filhos, de netos, de irmãos.
Os animais, grosso modo, têm sentimentos semelhantes aos nossos, e isso explica porque tratamos os animais de companhia ou domesticados do modo como tratamos, representando compaixão, responsabilidade, lealdade. Diante dos impactos dessa mudança familiar através do divórcio, fica evidenciado e representado que os animais obtêm os traços psicológicos que seu dono tem, como um legitimo membro da família. 
Além disso, sem compreender a motivação do divórcio e as dificuldades que seus tutores vivem durante o relacionamento, ficam atentos às ações de seus responsáveis e gravam as atitudes que presenciaram. Sendo levado, em consideração de que mudanças bruscas de rotina, ausência dos próximos no convívio desencadeiam sintomas de depressão[footnoteRef:19], pois os tornam “vulneráveis ao estresse”. [19: Dog time,Matéria sobre depressão provocada por stress - Disponível em<http://www.dogtimes.com.br/depressao.htm> acesso em: 10 de out. de 2019] 
Neste caso, o animal cessa, quase totalmente, de se movimentar, chora durante horas, faz as necessidades debaixo de si mesmo e engole tudo o que encontrar nos seus escassos deslocamentos, as características de depressão canina são associadas ao comportamento de apego com seus donos, sendo essencial para a sobrevivência de animais sociais. [footnoteRef:20] [20: SEGATA, Jean – Os Cães com depressão e os seus humanos de estimação, 2012 Disponível em:<http://www.dan.unb.br/images/pdf/anuario_antropologico/Separatas%202011_II/Os%20caes.pdf> acesso em: 10 de out. de 2019.] 
Caso o animal fique muito dependente de seu dono, no caso de divórcio, podem desencadear esses comportamentos depressivos, sendo relacionado à ansiedade e acontece quando o animal é exposto a situações de estresse, passando a manifestar sinais de inabilidade em executar suas funções biológicas, apatia, inapetência e isolamento social.
5. DO INSTITUTO DAS GUARDAS: GUARDA DE “PET”
O animal, atualmente, é um dos seres vivos que detém a possibilidade de guarda compartilhada ou o direito a visita. Para o deferimento da guarda do animal de estimação, verifica-se as seguintes condições, incumbindo a parte oferecer, ambiente adequado para moradia do animal, disponibilidade de tempo, condições de trato, de zelo e sustento, o grau de afetividade entre o animal e a parte.
A guarda dos animais em caso de separação conjugal, que ainda instituído em expectativa e sanção de um projeto lei, começando a ser exposto na jurisprudência, mas que por inexistência de embasamento legal especifico, ainda vem sendo tratada por muitas vezes de forma arbitrária e descompromissadas pelos magistrados, como se pode notar no referido julgado extraído do Tribunal de Santa Catarina, que deve ser extinguido do nosso judiciário, conforme aduzido: 
 APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA. RECURSO DA RÉ. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. TENCIONADA A EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO PARA A EMPRESA DO AUTOR. ALEGADA UTILIZAÇÃO, PELO VARÃO, DE PROVA ILÍCITA QUE SERVIU DE FUNDAMENTAÇÃO PARA A LIMINAR EM CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA SENTENÇA DISSOLUTIVA DA UNIÃO ESTÁVEL. JULGAMENTO DA CAUTELAR POSTERIORMENTE À AÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. DESRESPEITO AO ART. 524, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO NO TÓPICO. MÉRITO. PARTILHA DE SEMOVENTES. PRETENDIDA A PARTIÇÃO DOS CACHORROS PERTENCENTES AO EX-CASAL DE FORMA DIVERSA DAQUELA ESTABELECIDA. VALOR AFETIVO DOS ANIMAIS. SENTENÇA QUE DETERMINOU A POSSE DOS CÃES EM FAVOR DO EX-COMPANHEIRO, COM RESSARCIMENTO DO VALOR CORRESPONDENTE. PRETENDIDA DIVISÃO DE UM CÃO PARA CADA PARTE. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO ECONÔMICO. ACOLHIMENTO DO PLEITO. Nada obstante a questão revelar as mazelas da crise da contemporaneidade, resulta cabível pela letra da lei a entrega de um animal de estimação para cada litigante, como forma de partilhar os semoventes. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA EXTENSÃO, PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 2014.045256-3, da Capital - Continente, rel. Des. Gerson Cherem II, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 28-05-2015).[footnoteRef:21] [21: SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Apelação Cível 2014.045256-3. Florianópolis, 2014. Disponível em: <http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/#resultado_ancora>. Acesso em: 10 out. 2019.] 
 O poder judiciário, no análise de processos já julgados, se depara em situações delicadas como a presente de decidir com quem fica o animal e quando o animal é colocado em uma situação desta o direito assume que este é um ser vivo, um ser senciente, que não é um objeto, onde possui uma vida que deve ser vivida de forma adequada, pois o direito a guarda são destinados a sujeitos de direito, aos seres humanos, criança e adolescente e não a um objeto, como o animal é classificado no ordenamento jurídico brasileiro.
A aplicação da guarda a um animal é semelhante à da criança e do adolescente, onde o juiz tem que escolher o melhor para o animal, pois o mesmo precisa de cuidados e proteção para que viva sua vida de forma saudável e digna, buscando a melhor solução possível.
Ademais, o entendimento supramencionado na decisão agravada no sentido que o animal é “coisa”, sujeitando se a partilha não estando de acordo com o novo conceito imposto nos dias atuais. Considerar os animais meras coisas, como desprovidas de vida e sentimentos, afronta a consciência ética da humanidade, conforme citado por DARWIN, “Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (...) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento”.[footnoteRef:22] [22: DARWIN, Charles – Citação- Disponível em: <https://citacoes.in/autores/charles-darwin/> Acesso em: 10 de Out. 2019.] 
O animal em disputa pelas partes não pode ser considerado como coisa, objeto de partilha, e ser preterido a uma decisão que divide entre as partes o patrimônio comum, como visto nesse sentido onde o desembargador Carlos Alberto Garbi, relator designado do recurso, o entendimento de que animal é “ coisa” sujeita a partilha, tem amparado importantes debates no meio cientifico e jurídico, dizendo a respeito do reconhecimentode que possuem personalidade jurídica, de modo que os princípios de igualdade e justiça não se aplicam somente aos seres humanos, mas a todos os sujeitos viventes[footnoteRef:23]. [23: Tribunal de Justiça de São Paulo – Autorização guarda alternada de animal de estimação. Disponível em:<https://tj-sp.jusbrasil.com.br/noticias/240369869/tjsp-autoriza-guarda-alternada-de-animal-de-estimacao> Acesso em: 10 de Out. 2019.
] 
Devendo ser levados, como seres sencientes, que estabelece que merecem igualdade e reconhecimento sobre seus direitos e interesses dignos, têm-se observado e considerado o status de senciência dos animais de estimação, que dotados de consciência são detentores de sentimentos e, por isso mesmo, a tutela jurisdicional acaba por considerar, ainda que de forma indireta, o bem-estar do animal e não somente o bem-estar do ser humano à própria redação esculpida no artigo 226 da Constituição Federal[footnoteRef:24], estabelece o afeto como sendo o elemento principal na formação familiar, garantindo, por conseguinte, o direito à dignidade da pessoa humana. Por razão, pode-se inferir que as regras do Direito de Família são sedimentadas em normas que visam efetivar o afeto. [24: Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em:10 Out.2019.
] 
Por outro lado, há julgamentos de ações onde magistrados e Tribunais, por meio da analogia, vem aplicando o Direito de Família, valendo-se das regras que disciplinam a guarda compartilhada das crianças, previstas nos artigos 1.583 a 1.590, do Código Civil, para ofertar a tutela jurisdicional. 
O acolhimento da sua pretensão atende aos interesses da agravante, de ter o animal em sua companhia e os interesses dignos do próprio animal, obtendo soluções justas e mais adequadas, dividindo a guarda entre a agravante e o agravado, atribuindo a cada um direito de ter a guarda do “pet.” 
Solucionando a problemática que acomete o Poder Judiciário, onde envolve a disputa dos animais de estimação pelo casal, ponderando pela busca e criação legislativa, com a finalidade de disciplinar esses litígios e norteando a elucidação dos fatos supramencionados.
E buscando a maior efetividade, através da guarda compartilhada que ocorrerá quando o exercício da posse responsável for concedido a ambas as partes, devendo ser adotada nas hipóteses em que se demonstre ser a melhor alternativa.
Dentro do instituto previsto no Código Civil brasileiro, estabelece que a guarda poderá ser unilateral ou compartilhada, frisando sobre o melhor interesse da criança e que deve sempre ser resguardado, e este tratamento deve se equiparar em relação aos animais. Ambas encontram amparo no ordenamento jurídico brasileiro:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
[...]
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
[...]
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.[footnoteRef:25] [25: Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em:11 Out.2019.] 
Deve se registrar por oportuno, que a guarda compartilhada terá influência na responsabilidade civil dos tutores por atos dos animais de estimação, quando o exercício da posse responsável for concedido a ambas as partes.
Em caso de guarda unilateral, responde somente o genitor que a tem, ou seja, concedida somente a uma só das partes, a qual deverá provar ser seu legítimo proprietário, por meio de documentação do registro idôneo onde conste seu nome, conforme citado em projeto Lei n. 7196/2010 ( Do Sr. Márcio França), que “dispõe sobre a guarda dos animais de estimação em caso de dissolução litigiosa da sociedade e do vínculo conjugal entre seus possuidores, e dá outras providências”[footnoteRef:26]. [26: BRASIL. Projeto de Lei nº 1.058/2011, de 13 de maio de 1990. Dispõe sobre a guarda dos animais de estimação nos casos de dissolução litigiosa da sociedade e do vínculo conjugal entre seus possuidores, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=498437>.
Acesso em: 11 Out.2019.] 
O animal incluído dentro de uma família traz felicidade, responsabilidade, lealdade e companheirismo, transbordando amor, ele é tão importante que acaba sendo disputado entre casais quando estes possuem um animal durante a relação, precisando entrar em acordo para decidir com quem ficará com o animal, pois ambos amam e tem afeto ao animal e ambos querem o animal por perto, e por consequência disto acabam optando pela guarda compartilhada ou pelo direito de visita e assim mostrando para o direito que o animal não é um objeto.
Importante saber que a guarda difere de posse, onde a posse apresenta uma ideia de que o animal é um objeto, uma coisa já a guarda diz respeito a responsabilidade de alguém assumir compromisso de proteção e auxilio ao animal.
Carlos Roberto Gonçalves alude que o conceito de posse é previsto no art. 1.196 do CC, assim expondo:
O conceito de posse, no direito positivo brasileiro, indiretamente nos é dado pelo art. 1,196 do Código Civil, ao considerar possuidor “todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade”.[footnoteRef:27] [27: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito das coisas. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v.5. p. 58] 
O autor ainda trata da obrigação do possuidor, onde se pode concluir que a posse vem de bens, de coisa inanimada, sendo assim não se pode falar em posse quando se trata dos animais, na explicação do autor ele traz que:
O titular da posse tem o interesse potencial em conservá-la e protege-la de qualquer tipo de moléstia que porventura venha a ser praticada por outrem, mantendo consigo o bem numa relação de normalidade capaz de atingir a sua efetiva função socioeconômica.[footnoteRef:28] [28: Ibid, p. 60] 
O instituto jurídico através do qual se atribui a uma pessoa, o guardião que ficará com o animal, será quem detenha condições para criar e, também com quem possuir maior intimidade com o animal de estimação e a outra parte terá direito a passeios e a visitas, ou seja, o “pet” não será tratado como um bem divisível, não podendo ser alvo, inclusive de qualquer modalidade de negociação dele por qualquer uma das partes, colocado sob responsabilidade em virtude de lei ou decisão judicial. 
Cumpre ressaltar, que a relação mantida entre homens e animais se desprende da concepção de companhia e afeto, e não de uso, mas sim de troca, de sentimentos, é necessário buscar saber o que irá prejudicar menos os envolvidos nesta dissolução, sempre levando em conta que os animais precisam ficar em um lar seguro, onde receberão proteção, carinho e amor, analisar quem possui melhores condições de espaço e de conforto para esse animal morar, observar quem possui condições financeiras de o sustentá-lo, disponibilidade de tempo e grau de afetividade com o animal, por conceituação, pertinentemente temos:
A definição da guarda de um animal de estimação que integrou uma família desfeita deve serencarada com seriedade e sem preconceitos. Não por tratar-se de uma questão cada vez mais recorrente a ser dirimida pelos operadores jurídicos no âmbito dos tribunais, mas por envolver sentimentos e interesses de animais humanos e não humanos capazes de sofrer.[footnoteRef:29] [29: ZWETSCH, Livia Borges. Guarda de animais de estimação nos casos de dissolução litigiosa da conjugalidade. Florianópolis: Empório do Direito, 2015.] 
O rompimento da sociedade conjugal é um momento difícil para qualquer casal, e se a situação do animal é controvertida a ponto de ser levado para que um terceiro sobre ela decida, o mínimo que se espera do magistrado é que ele seja objetivo e possua sensibilidade para perceber o quanto isso é importante para aqueles litigantes e para aquele animal, reduzindo a complexidade ao manterem o estatuto de coisa e compreender o fenômeno com um viés mais ampliado, compatibilizando o direito com a evolução social, assumindo a realidade fática e perseguindo a efetivação da justiça.
5.1 Os Animais e O Direito De Visita
Diante de situações de divórcio, quando se dá de forma amigável dentro da guarda unilateral, possui indícios de regulamentação de visitas, inclusive sobre o planejamento de férias e datas festivas, sendo imprescindível, analisar cada caso em concreto e se o animal não ficará mais angustiado com a alternância de lares e convívio.
 Poderá ainda, fiscalizar o exercício da posse da outra parte, em atendimento as necessidades do animal. Conforme, Camilo Henrique Silva dispõe, em sua obra sobre divórcio e consequências jurídicas, ressaltando:
Importa destacar que o estabelecimento da “guarda” é muito mais importante do que o estabelecimento de simples regime de convivência, vulgarmente chamado de regime de visitas, pois confere aos donos do animal a possibilidade de atuar, efetivamente, nos cuidados, como, por exemplo, na escolha do veterinário, da alimentação, da forma de realizar a higiene etc. O simples direito de visita não permite a intervenção em favor do animal em caso de maus tratos ou de comportamento desidioso daquele que efetivamente fica com a posse do animal. Os donos querem, de fato, participar dos cuidados do animal, da escolha do veterinário, dos remédios eventualmente necessários, da ração mais indicada, etc., possibilidade que o simples regime de convivência não lhes confere. Se ambos nutrem afeto pelo animal e o animal por eles, seja um gato, seja um cachorro, é preciso uma efetiva regulamentação da guarda.[footnoteRef:30] [30: SILVA, Camilo Henrique. Animais, divórcio e consequências jurídicas. Revista Internacional Interdisciplinar Interthesis. v. 12, n. 1, jan../jun. 2015. Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas – UFSC - Florianópolis – SC. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/viewFile/1807- 1384.2015v12n1p102/29617> Acesso em: 11 Out.2019
] 
Cabe ao poder judiciário, lidar e decidir situações de guarda e de regulamentação de visitas a animais de estimação, de forma equiparada em relação aos filhos menores do casal divorciando. 
Carlos Roberto Gonçalves, prescreve sobre o direito de visita como:
Entende-se por regime de visitas a forma pela qual os cônjuges ajustarão a permanência dos filhos em companhia daquele que não ficar com sua guarda, compreendendo encontros periódicos regularmente estabelecidos, repartição das férias escolares e dias festivos.[footnoteRef:31] [31: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6: direito de família. 10 ed. São Paulo: Saraiva,2013. P.301] 
É prudente ressaltar que a regulamentação de visitas tem por escopo principal atender aos interesses do animal de estimação, e não aos anseios dos adultos envolvidos, já que se destina a proporcionar aos infantes uma oportunidade de convivência que lhes assegure o bem-estar.
Acareamos acerca da pesquisa, o caso onde foi dado ao dono de um cão da raça cocker spaniel o direito de visitação do cachorro em finais de semana alternados, uma matéria que deve ser analisada com muito carinho, não existe legislação especifica para os animais (apesar da existência de alguns projetos), fazendo com que tais questões tenham de ser decididas com base em outros elementos, devendo ser legislada, só assim os animais deixarão de ser tratados como coisa nas dissoluções conjugais.
Neste caso, deve ter aplicação do bom senso, após a separação do casal, verificando-se que o animal de estimação acaba saindo do status jurídico de bem e se tornando um membro da família, como no caso mencionado na ementa abaixo, onde encontrava-se com a ex-esposa, e segundo o relator no julgado da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a qual presidiu a produção de provas, teve um entendimento amplo sobre as condições de decisão e equiparação ao Código Civil Brasileiro, regulamentando sobre o regime de visitas, havendo um tratamento digno aos animais e aos seus tutores assegurados, oficializando o direito de ter consigo a companhia do cão.
EMENTA:DIREITO CIVIL - RECONHECIMENTO/DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL - PARTILHA DE BENS DE SEMOVENTE - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL QUE DETERMINA A POSSE DO CÃO DE ESTIMAÇÃO PARA A EX- CONVIVENTE MULHER–
RECURSO QUE VERSA EXCLUSIVAMENTE SOBRE A POSSE DO ANIMAL
– RÉU APELANTE QUE SUSTENTA SER O REAL PROPRIETÁRIO – CONJUNTO PROBATÓRIO QUE EVIDENCIA QUE OS CUIDADOS COM O CÃO FICAVAM A CARGO DA RECORRIDA
DIREITO DO APELANTE/VARÃO EM TER O ANIMAL EM SUA COMPANHIA – ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO CUJO DESTINO, CASO DISSOLVIDA SOCIEDADE CONJUGAL É TEMA QUE DESAFIA O OPERADOR DO DIREITO –
SEMOVENTE QUE, POR SUA NATUREZA E FINALIDADE, NÃO PODE SER TRATADO COMO SIMPLES BEM, A SER HERMÉTICA E IRREFLETIDAMENTE PARTILHADO, ROMPENDO-SE ABRUPTAMENTE O CONVÍVIO ATÉ ENTÃO MANTIDO COM UM DOS INTEGRANTES DA FAMÍLIA –
CACHORRINHO “DULLY” QUE FORA PRESENTEADO PELO RECORRENTE À RECORRIDA, EM MOMENTO DE ESPECIAL DISSABOR ENFRENTADO PELOS CONVIVENTES, A SABER, ABORTO NATURAL SOFRIDO POR ESTA – VÍNCULOS EMOCIONAIS E AFETIVOS CONSTRUÍDOS EM TORNO DO ANIMAL, QUE DEVEM SER, NA MEDIDA DO POSSÍVEL, MANTIDOS – SOLUÇÃO QUE NÃO TEM O CONDÃO DE CONFERIR DIREITOS SUBJETIVOS AO ANIMAL, EXPRESSANDO-SE, POR OUTRO LADO, COMO MAIS UMA DAS VARIADAS E MULTIFÁRIAS MANIFESTAÇÕES DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, EM FAVOR DO RECORRENTE –
PARCIAL ACOLHIMENTO DA IRRESIGNAÇÃO PARA, A DESPEITO DA AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA REGENTE SOBRE O THEMA, MAS SOPESANDO TODOS OS VETORES ACIMA EVIDENCIADOS, AOS QUAIS SE SOMA O PRINCÍPIO QUE VEDA O NON LIQUET, PERMITIR AO RECORRENTE, CASO QUEIRA, TER CONSIGO A COMPANHIA DO CÃO DULLY, EXERCENDO A SUA POSSE PROVISÓRIA, FACULTANDO-LHE BUSCAR O CÃO EM FINS DE SEMANA ALTERNADOS, DAS 10:00 HS DE SÁBADO ÀS 17:00HS DO DOMINGO.
SENTENÇA QUE SE MANTÉM.[footnoteRef:32] [32: RIO DE JANEIRO. Tribunal de Justiça. 22 Câmara Cível. Apelação Cível n 0019757.2013.8.19.0208. Relator: Des. Marcelo Lima Buhatem. Rio de Janeiro. 
Disponível em:< https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/482205608/apelacao-apl-1696643620148190001-rio-de-janeiro-capital-44-vara-civel/inteiro-teor-482205628> Acesso em: 12 Out.2019.] 
5.2 Os Animais e o Direito a alimentos
Diante de uma separação os mesmos conquistam condição análoga aos direitos dos filhos, por isso possuem direitos até mesmo à pensão alimentícia, se tratando de uma obrigação, um direito fundamental e essencial para que o mesmo viva dignamente. Assim, os lares que dão tratamento aos animais de membros da família, devem zelar pelos mesmos, necessitando de cuidados.
Consiste em prestação devidas a fim de satisfazer as necessidades de subsistência, abrangendo tudo o que é indispensável para seu sustento, habitação, assistência veterinária, buscando-se uma fixação que guarde a proporcionalidade entre as necessidades dos animais e a possibilidade de serem suportadas pelos seus detentores, não importando se essa guarda e unilateral ou compartilhada. 
Com o entendimento estabelecido através de Thales Branco Gonçalves, trata-se do conceito que: 
Os casos de guarda compartilhada,as despesas devem ser dividas em uma proporção de 50% para cada parte, marcando-se pela reciprocidade, já nos casos de guarda unilateral, mesmo que um dos ex-cônjuges fique unicamente responsável pela guarda o outro deve ajudar na mantença e os gastos que o animal possui.[footnoteRef:33] [33: GONÇALVES, Thales Branco. Senciência, guarda e pensão alimentícia: a proteção dos animais de estimação após o término do relacionamento dos respectivos donos. 2016.
Disponível em:<https://thbrancs.jusbrasil.com.br/artigos/381423990/senciencia-guarda-e-pensao-alimenticia-a-protecao-dos-animais-de-estimacao-apos-o-termino-do-relacionamento-dos-respectivos-donos>. Acesso em: 12 Out.2019;
] 
6. PROJETO DE LEI SOBRE A GUARDA DE “PETS” NO BRASIL
No que tange a percepção acerca do projeto lei, para parodiar a defesa dos direitos dos animais, sendo legitimamente estendido, com dever de zelar o princípio básico da igualdade a animais não humanos, buscando com maior efetividade descaracterizar, o tratamento aos bichos como objetos. 
Os projetos propostos, visam diferenciar os animais de “coisa”, pois a singularidade dos casos demanda certa precaução, havendo sensibilidade entre as partes envolvidas. A realidade tratada acerca da relação entre homens e animais se desprende das concepções arcaicas, objetivando reconhecer as mudanças necessárias, aludindo sobre a custódia compartilhada dos animais de estimação nos casos de dissolução do casamento ou da união estável e traz a justificativa e o espaço que os animais ocupam em famílias brasileiras, pelo fato de não possuir previsão normativa e da importância em aderir uma postura proativa em prol da defesa dos animais.
6.1 Projeto Lei nº 1.058/11
O referido, projeto Lei nº 1.058/11, de autoria do Deputado Federal Dr. Ubiali, do PSB/SP, tem como finalidade buscar a regulamentação a guarda de animais em caso de separação conjugal. Este projeto se insere no contexto do direito dos animais e tenta promover uma maior conscientização sobre o tema, dado o relevante avanço de litígios e sobre a afetividade em relação aos homens e animais, tratando de forma especifica.
Constatando, cada vez mais que os animais são “sencientes”, e que o homem é o único ser dotado de consciência suficiente para protege-los, tendo uma responsabilidade moral em relação a eles, mencionando que o projeto estabelece as obrigações de cada parte em relação ao animal, quem fica responsável, o tempo de visita, assim como todos os outros assuntos pertinentes ao animal inserido a sua vida, aduzindo que:
Condições do projeto: considera animal de estimação todos os pertencentes às espécies da fauna silvestre, exótica, doméstica ou domesticada, mantidos em cativeiro pelo homem, para entretenimento próprio ou de terceiros, capazes de estabelecer o convívio e a coabitação. De acordo com o texto, o juiz deverá também observar as seguintes condições: ambiente adequado para a morada do animal; disponibilidade de tempo para os cuidados com ele; condições de trato, de zelo e de sustento; grau de afinidade e afetividade entre o animal e a parte; e demais condições que considerar imprescindíveis para a sobrevivência do animal. Nesses casos, o animal doméstico é atualmente incluído no rol dos bens a serem partilhados, de acordo com o que ditar o regime de bens do casal. A visão atual dos juízes é que esse animal é um bem e, como tal, deve ser tratado como um objeto. Nós sabemos que os animais são tidos com muita afetividade, até como se fossem filhos. Portanto, este projeto de lei vai permitir que na separação ficasse bem clara a posição de cada um na relação com o animal, tempo de visita, com quem fica.[footnoteRef:34] [34: GARCIA, Francilene de Oliveira. Guarda Compartilhada de animais domésticos na separação conjugal.2017. Disponível em: <http://repositorio.saolucas.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/2118/Francilene de Oliveira Garcia - Guarda compartilhada de animais domésticos na separação conjugal.pdf?sequence=1>. Acesso em: 12 Out. 2019.
] 
Neste sentindo, por se tratar de um problema amplo, devendo identificar a relevância dos animais. Procurando soluções, implementando politicas públicas de governo, começando a educar a sociedade e conscientizando diariamente a importância dos animais, condenando os maus tratos, e inserindo medidas protetivas para os mesmos.
De forma Jurídica, não temos parâmetros e previsões estabelecidas sobre a partilha de animais de estimação, levando em consideração apenas o afeto que persiste nas relações entre o dono e o seu “pet.”
Ficando arguido, que a guarda do animal ficará sempre com que tiver o registro da posse do animal em seu nome. 
Caso o animal não possua essa documentação, o detentor da guarda unilateral, prevalecerá a quem tiver maior condições de arcar com as despesas do animal e tempo hábil para cuidar. Se for o caso de guarda compartilhada, onde ambos demonstram interesse e condições, pode-se realizar um acordo, onde ficará estabelecido com quem irá ficar o animal de estimação, caso o casal venha a se separar. 
O acolhimento das pretensões, atende aos interesses essencialmente da agravante, mas tutela também, de forma reflexiva, os interesses dignos de consideração dos próprios animais. 
O projeto de Lei encontra-se arquivado em virtude do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, porém o mesmo se ajusta, enquanto não aprovado se-utiliza como base e parâmetro em alguns julgados, atribuindo de certa maneira a cada um o direito de ter a guarda do animal.
6.2 Projeto Lei nº 1.365/115
O projeto de Lei nº 1.365/115, de autoria do Deputado Ricardo Tripoli, tem findado na busca de resguardar a qualidade de vida do animal tanto nos aspectos físicos e financeiros, quanto nos aspectos emocionais quando ocorre a ruptura matrimonial de um casal que possui um ou mais animais de estimação. 
Descaracterizando, que o animal não deve ser tratado como objeto, garantindo-lhes direitos, verificando quem tem o maior vínculo com o animal na antiga relação, estabelecendo a guarda unilateral, dando a uma das partes o exercício de exercer a posse responsável e dando direito a quem não ficar com o “pet”, fiscalizar como animal está sendo tratado e podendo realizar visitas de forma acordada, com horários e datas estabelecidas. Ficando estabelecido também a modalidade da guarda compartilhada, estabelecendo que ambos os cônjuges ficam responsáveis pelo animal. Cabe salientar Salles, sobre o assunto:
Sabendo que os animais são seres sencientes, a convivência com os seus tutores é um direito pertinente a eles, por isso em disputas judiciais, o cônjuge sem a guarda, mas que estime o seu bichinho pode solicitar ao magistrado a concessão de visitas, tudo em nome do bem-estar animal.[footnoteRef:35] [35: SALLES, Carolina. "Filhos" no divórcio: os animais de estimação. 2017. Disponível em:<https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/460688943/filhos-no-divorcio-os-animais-de- estimacao>. Acesso em: 12 Out. 2019.
] 
Evidenciando, sobre a responsabilidade que os tutores dos animais detêm, independentemente da guarda. E necessário ter percepção e sensibilidade ao tratar da proteção dos animais, reconhecendo a relevância da relação entre os seres humanos e seus animais, sendo de amor, uma amizade sincera e reciproca, o melhor caminho a ser traçado e buscar de forma compreensiva o melhor interesse do animal.
Os animais não podem autonomamente, perseguir a efetivação dos seus direitos, cabendo a nós seres dotados de reconhecimento dos direitos fundamentais, exercer sobre nossos direitos basilares com a finalidade de buscar justiça. A necessidade de uma legislação faz-se necessária, principalmente em casos de divórcio. 
O projeto estabelece também, que as partes devem tomar todas as decisões relevantes de forma conjunta.
5.3 Outras Decisões
Constata-se algumas decisões acerca da regulamentação de visitas e das modalidades de guarda após a dissolução conjugal. 
Através de uma decisão no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que proferiu a sentença e deferiu a guarda sobre o cachorro comsua dona, demonstrado através de provas documentais que constava o nome da mesma como proprietária:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO. BUSCA E APREENSÃO DE ANIMAL DE ESTIMAÇÃO.
Mantém-se o cachorro com a mulher quando não comprovada a propriedade exclusiva do varão e demonstrado que os cuidados com o animal ficavam a cargo da convivente. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70064744048, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 12/05/2015).
O marido sustentava que o cachorro foi um presente do pai e por isso teria direito à guarda. Os desembargadores disseram que não. “Ao contrário, na caderneta de vacinação consta o nome da mulher como proprietária, o que permite inferir que ‘Julinho’ ficava sob seus cuidados, devendo permanecer com a mulher. 
Por isso, para os desembargadores, “mantém-se o cachorro com a mulher quando não comprovada a propriedade exclusiva do varão e demonstrado que os cuidados com o animal ficavam a cargo da convivente.”[footnoteRef:36] [36: RIBEIRO, Liselena Schifino Robles -Agravo de instrumento-Al70064744048 RS- Orgão Julgador (Sétima Câmara Cível)
Disponível em:<https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/188897781/agravo-de-instrumento-ai-70064744048-rs> Acesso em: 12 Out. 2019] 
Podendo citar também, o caso que ocorreu na 2ª Vara da Família e Sucessões de Jacareí: 
O juiz Fernando Henrique Pinto, da 2ª Vara da Família e Sucessões de Jacareí, interior de São Paulo, determinou, por meio de liminar, a guarda compartilhada de um cão entre seus donos, que estão em processo de separação judicial. Pela decisão, o cão passará uma semana na casa de cada um.
O magistrado comparou a questão à decisão sobre a guarda de um humano incapaz. No despacho, Pinto cita estudos científicos sobre o comportamento animal e alega que o cão não pode ser vendido para que a renda seja repartida igualmente entre o casal.
Citando leis relacionadas ao tema, ele afirmou: “Diante da realidade científica, normativa e jurisprudencial, não se poderá resolver a ‘partilha’ de um animal doméstico, por exemplo, por alienação judicial e posterior divisão do produto da venda, porque ele não é mera ‘coisa’. Como demonstrado, para dirimir lides relacionadas à ‘posse’ ou ‘tutela’ de tais seres terrenos, é possível e necessário juridicamente, além de ético, se utilizar, por analogia, as disposições referentes à guarda de humano incapaz”. A ação tramita em segredo de Justiça por se tratar de Direito de Família.[footnoteRef:37] [37: PINTO,Fernando Henrique Robles -Determinação guarda compartilhada de cão durante processo de divórcio,2016.
Disponível em:< https://www.conjur.com.br/2016-fev-11/juiz-determina-guarda-compartilhada-cao-processo-divorcio > Acesso em: 12 Out. 2019] 
Contudo, conseguimos verificar um grande avanço diante dos assuntos, porém a legislação existente não consegue atender a vulnerabilidade dos animais, mas os tribunais, ao estarem diante de tal situação, verificam que precisam realizar um debate extremamente fundamentado para chegar ao melhor resultado.
 Estamos sendo direcionadas para novas perspectivas, novos entendimentos, novas decisões em constante mudanças, as decisões mencionadas e as propostas de lei indicam uma direção, e validam a valoração moral e jurídica dos animais de estimação, sendo assim protegido e garantido condições adequadas ao bem-estar do animal. 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante o exposto, conclusivamente, conseguimos observar-se que o direito de família brasileiro vem passando por várias transformações, e o conceito de família está em constante evolução para conseguir incluir nos dias atuais, suas diversas vertentes. 
Ficando exposto a possibilidade da guarda compartilhada entre animais de estimação com reconhecimento jurídico legal, após o rompimento da sociedade conjugal ou da união estável, devendo ser aplicada essa modalidade compartilhada quando for a melhor opção, se trata de uma das mais novas questões que vem sendo abordadas, cuja separação, sendo litigiosa, são submetidas ao Poder Judiciário abrangendo decisões sobre as matérias em que não haja consenso. Devendo ser estipulados critérios objetivos sobre a guarda, visando que o animais mediante o jurídico, se utiliza de disposições referentes à guarda dos absolutamente incapazes e recém-nascidos que, apesar de não serem agentes morais livres, não deixam de ser sujeitos de direito, tendo os animais de estimação seus direitos fundamentais reconhecidos. 
Observou ao longo desta pesquisa a complexidade na realização com um tema que envolve uma realidade que é objeto das discussões e com grande relevância para o nosso ordenamento jurídico onde constata-se a ausência de tipificação legal, carência de atenção da sociedade ao tema discutido e absentismo do aprofundamento dos magistrados que muitas vezes são omissos ao regular situações fáticas.
 Não obstante a decisões judiciais os tribunais ainda dispõem uma visão tradicional, ainda os trata como verificado, na condição de pertencerem a bens móveis. Assim nossos Tribunais, e principalmente nossa legislação, devem se adaptar frente as mudanças nas concepções do surgimento de diferentes tipos de família. A afetividade é um princípio que já está evoluindo para melhor tratar dos casos concretos, para definir a família multiespécie, uma nova modalidade a ser acolhida.
Desta forma, o mais adequado seria enquadrar a doutrina, a jurisprudência, as leis e ser concedido a aprovação de projetos de lei em tramitação, formando um todo uno e harmônico, possibilitando o uso do instituto da guarda e suas diversas modalidades.
Conclui-se assim, que a guarda do animal de estimação pode ser reconhecida fundamentando-se nos princípios, ou seja, se adaptar aos retratos da sociedade frente a realidade evidenciada, que refletem, de certa maneira, um anseio social por uma maior consideração moral e jurídica, especialmente aos animais do nosso convívio mais direto e íntimo, 
8. REFERÊNCIAS 
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