Buscar

silo.tips_metodologia-para-elaboraao-do-projeto-do-canteiro-de-obras-de-edificios 2

Prévia do material em texto

METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO 
CANTEIRO DE OBRAS DE EDIFÍCIOS 
 
 
 
 
 
Emerson de Andrade Marques Ferreira 
Luiz Sérgio Franco 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho apresenta uma metodologia para elaboração do projeto do 
canteiro de obras através da integração do projeto do produto e da produção, 
abrangendo as etapas da definição do programa de necessidades, elaboração 
do estudo preliminar, desenvolvimento do anteprojeto e elaboração do projeto 
executivo. 
 
São discutidos os conceitos utilizados como referência para o desenvolvimento 
da metodologia, e os princípios de racionalização construtiva e da nova filosofia 
de produção de edifícios, incorporados como diretrizes para a elaboração do 
projeto do canteiro de obras. 
 
Conclui-se com uma análise crítica da metodologia, a partir da simulação da 
sua aplicação a uma das obras estudadas e as contribuições obtidas com a 
metodologia apresentada. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This paper presents a design methodology for construction site, by the 
integration of building design and production process design, including the 
briefing, the preliminary studies, the scheme design, and the definite design. 
 
It discuss the main concepts of this methodology, and the directives to develop 
a construction site design. 
 
The application of the design methodology in one site, is simulated, and the 
results are analyzed, comparing to real site conditions. The conclusion presents 
a critical analysis of this application. 
 
 
 
 
1
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A construção civil tem grande importância na economia do país, representada 
por sua expressiva participação no Produto Interno Bruto (PIB). Mudanças de 
cenário, implicaram em redução nesta participação, indicando a necessidade 
de mudanças no sistema de produção, em particular, do subsetor edificações. 
 
O estudo realizado pelo IPT (1988), sobre a construção habitacional, 
identificando alterações no cenário do setor, apresentou, como resultados, 
diretrizes para o desenvolvimento tecnológico, sugerindo, relativamente à 
modernização tecnológica da execução da edificação, os seguintes itens para 
pesquisa e desenvolvimento: 
 
→ modernização organizacional e gerencial da execução de obras; 
→ elaboração do projeto do canteiro de obras; 
→ racionalização do transporte, manuseio e armazenamento de materiais; 
→ racionalização do uso de equipamentos e ferramentas; 
→ melhoria das condições de trabalho; 
→ racionalização das técnicas de execução. 
 
O setor da construção civil tem sido influenciado pelas modificações ocorridas 
no cenário atual, inclusive, com a indução através do poder de compra do 
estado, para que o meio produtivo estabeleça programas setoriais da 
qualidade, a exemplo do Programa da Qualidade da Construção Habitacional 
do Estado de São Paulo - QUALIHAB, que tem como objetivos a otimização da 
qualidade dos materiais, componentes, sistemas construtivos, projetos e obras, 
além de exigências em relação à segurança e valorização do trabalhador 
(CDHU, 1996). 
 
A implantação da NR18 - Condições e meio ambiente do trabalho na indústria 
da construção (FUNDACENTRO, 1996), tornando obrigatório, para os 
estabelecimentos com vinte trabalhadores ou mais, a elaboração do Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
(PCMAT), que exige, entre outros documentos, o arranjo físico inicial do 
canteiro de obras, vem, juntamente com as exigências do mercado 
consumidor, incentivar as empresas a repensarem os seus sistemas de 
produção e, a organização dos seus canteiros de obras. 
 
O repensar do sistema de produção das empresas de construção civil, é uma 
preocupação que diversos pesquisadores têm demonstrado, procurando 
aproximar a forma de produção da edificação, de um sistema de manufatura 
com um maior nível de industrialização, existindo trabalhos relacionados à 
modulação de projetos, materiais e componentes, industrialização, 
racionalização, gestão da qualidade, e a aplicação de uma nova filosofia de 
produção, entre outros. 
 
Para atender às normas, e a um mercado mais competitivo, exigindo a 
melhoria da qualidade e da produtividade das construções, torna-se necessário 
 
 
2
a elaboração do projeto do canteiro de obras, como forma de, atender as 
exigências legais, e possibilitar a otimização das condições de trabalho e 
segurança nas obras, contribuindo para o funcionamento mais eficiente do 
sistema de produção. 
 
O trabalho se aplica, principalmente, ao subsetor edificações, particularmente, 
às obras de construção de edifícios residenciais, de múltiplos pavimentos, 
localizados em áreas urbanas, utilizando o processo construtivo tradicional, 
estrutura reticulada em concreto armado, alvenaria de vedação com blocos 
cerâmicos ou de concreto, e revestimentos cerâmicos e argamassados. 
 
2 PRINCÍPIOS PARA A MODERNIZAÇÃO DO SETOR DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL, MÉTODOS, PROCESSOS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS, E O 
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS. 
 
O canteiro de obras, tem como objetivo, propiciar a infra-estrutura necessária 
para a produção do edifício, com os recursos disponíveis, no momento 
necessário para sua utilização, podendo ser mais eficiente e eficaz em função 
do projeto do produto e da produção, e da forma de gerenciamento empresarial 
e operacional, influindo na produtividade da utilização dos recursos, em função 
da sua organização e do seu arranjo físico. 
 
O projeto do canteiro de obras, deve incorporar, os requisitos de produção, 
exigidos pelas inovações tecnológicas introduzidas, contribuindo assim, para a 
melhoria do processo de produção do edifício, através da organização e do 
adequado posicionamento dos elementos do canteiro, e dos recursos 
necessários para a produção. 
 
Para a definição do projeto de produção, devem ser analisados o processo 
global e os sub-processos específicos, dentro de uma visão holística do 
empreendimento, analisando os fluxos e os ciclos de produção, evitando a 
ocorrência de perdas, identificando as atividades que agregam e as que não 
agregam valor, em relação aos desejos e expectativas dos clientes internos e 
externos, atendendo às especificações que traduzem as necessidades dos 
clientes e incorporando a facilidade de serem executadas. 
 
A utilização de ferramentas para a melhoria da qualidade e da produtividade e, 
a incorporação de inovações tecnológicas ao processo de produção do edifício, 
são alguns dos princípios para a modernização do setor da construção, que 
podem ser aplicados ao desenvolvimento do projeto de produção, com vistas à 
identificação e análise de problemas, à definição das especificações e ao 
planejamento das diversas etapas, do projeto de produção e do projeto do 
canteiro de obras. 
 
A discussão sobre métodos, processos e sistemas construtivos, juntamente 
com os princípios de industrialização e racionalização, tem como objetivo 
apresentar referências e diretrizes para a definição do processo construtivo e 
para o desenvolvimento do projeto de produção integrado ao projeto do 
produto. 
 
 
3
 
O planejamento da produção de edifícios de acordo com a nova filosofia de 
produção e com os princípios de racionalização construtiva, é uma estratégia 
que deve ser devidamente incorporada ao processo de planejamento, com 
vistas à obtenção de melhores resultados durante a produção, através de uma 
análise holística do empreendimento, que contribua, para a elaboração de um 
projeto da produção e do canteiro de obras, evolutivo e integrado ao longo do 
tempo e entre todos os seus elementos. 
 
3 PROJETO DO CANTEIRO DE OBRAS 
 
O canteiro de obras é definido pela NR-18 (FUNDACENTRO, 1996), como: 
 
"área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações 
de apoio e execução de uma obra." 
 
A NB-1367 (ABNT, 1991), define canteiro de obras como: 
 
"áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da 
construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência." 
 
TOMMELEIN; LEVITT; HAYES-ROTH (1992a), consideramo processo de 
planejamento do canteiro de obras, como sendo: 
 
“identificar os recursos auxiliares necessários para as operações da 
construção, o tamanho e a forma, e posicioná-los com limites 
definidos... dependem do projeto, localização, organização e forma 
de produção...” 
 
Bons canteiros devem atender a múltiplos objetivos, classificados em de alto e 
baixo nível, segundo TOMMELEIN; LEVITT; HAYES-ROTH (1992a): 
 
“Alto nível: operações seguras e eficientes; 
 boa moral dos trabalhadores; 
 
Baixo nível: minimizar distâncias e tempo para movimentação de pessoal e 
 material; 
 reduzir tempo de movimentação de material; 
 aumentar tempo produtivo; 
 evitar obstrução da movimentação de material e equipamentos.” 
 
FRANCO (1992), considera importante que se dedique atenção especial à 
elaboração do projeto do canteiro, para conseguir atingir os resultados 
desejados de funcionamento: 
 
"para tanto, é essencial que o arranjo do canteiro de obra seja feito 
através de um projeto cuidadosamente elaborado que contemple a 
execução do empreendimento como um todo, prevendo as 
diferentes fases da obra e as necessidades e condicionantes para 
cada uma delas". 
 
 
4
 
A aplicação dos princípios, de racionalização construtiva, ao projeto e à 
construção do edifício, que incluem construtibilidade e organização entre 
outros, aliados à utilização das ferramentas da qualidade e ao gerenciamento 
por processos, seguindo os onze princípios propostos por KOSKELA (1992), 
relativos à nova filosofia de produção, são alguns dos pré-requisitos para a 
elaboração do projeto do canteiro. 
 
A partir das definições apresentadas pelas normas, e procurando incorporar os 
princípios mais importantes que devem ser observados no projeto do canteiro 
de obras, relativos à movimentação de materiais, ao projeto de produção, e às 
condições de trabalho, é adotada a seguinte definição: 
 
"O projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo 
de construção, responsável pela definição do tamanho, forma e 
localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de 
circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio 
e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e 
evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, 
oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos 
trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços." 
 
Analisando as diversas propostas existentes na literatura pesquisada, 
relacionadas ao canteiro de obras, pode-se identificar as principais 
características de cada uma. 
 
SANTOS (1995), recomenda para análise do arranjo físico, a utilização de um 
diagrama de fluxo, ou de um "mapofluxograma", que consiste no desenho das 
linhas de fluxo sobre a planta da obra, com vistas a identificar as circulações de 
materiais e pessoas, além da análise baseada em uma série de princípios. 
 
HANDA; LANG (1988) apresentam uma relação de elementos considerados 
necessários ao funcionamento do canteiro, e com base nestes elementos 
desenvolvem uma lista de verificação, para avaliação dos projetos dos 
canteiros de obras, contendo pesos para cada item a ser avaliado. 
 
SAURIN (1997), apresenta um método para diagnóstico, e diretrizes para 
planejamento de canteiros de obra de edificações, a partir do diagnóstico e 
avaliação das alternativas e planejamento do arranjo físico. 
 
A NEOLABOR (1996), apresenta um método para a organização do canteiro de 
obras chamado de "Método de arrumação e limpeza do canteiro - 5L", com as 
seguintes etapas: liberação de áreas; localização e arrumação; limpeza do 
canteiro; limpeza pessoal e saúde; e lista de verificação e reconhecimento. 
TOMMELEIN; LEVITT; HAYES-ROTH (1992b) apresentam um sistema 
especialista, "SightPlan", para elaboração do arranjo físico do canteiro de 
obras, baseado na identificação do espaço ocupado pelas instalações 
permanentes, posicionamento inicial das instalações temporárias, presentes 
durante toda a obra, e posteriormente as de curta duração, e posicionamento 
 
 
5
dos elementos maiores antes dos menores. 
 
A necessidade de alteração do projeto do canteiro de obras, ao longo da 
execução da obra, levou ao desenvolvimento de um sistema dinâmico para 
planejamento do arranjo físico, denominado "MovePlan", em que o espaço é 
considerado como um dos recursos necessários para a execução das 
atividades, sendo feita a sua alocação no canteiro de acordo com o 
cronograma da obra, (ZOUEIN; TOMMELEIN, 1992) e (TOMMELEIN; ZOUEIN, 
1993). 
 
CHENG; O'CONNOR (1996), apresentam o sistema, "ArcSite", para o 
desenvolvimento do arranjo físico do canteiro de obras, baseado na utilização 
de um sistema de informações geográficas (GIS), integrado com um sistema de 
banco de dados. 
 
YEH (1995), apresenta uma metodologia para o arranjo físico do canteiro de 
obras, baseado na utilização de redes neurais, para a otimização do arranjo de 
um conjunto de instalações preestabelecidas, em um conjunto de locais pré-
determinados no canteiro, satisfazendo um conjunto de requisitos e 
condicionantes. 
 
SOUZA (1993), apresenta diretrizes para o projeto e implantação do canteiro e 
SOUZA; FRANCO (1997a) apresentam um roteiro para o projeto do canteiro. 
SOUZA et al (1997), apresentam recomendações gerais quanto à localização e 
tamanho dos elementos do canteiro de obras, abrangendo: elementos ligados à 
produção; elementos de apoio à produção; outros elementos do canteiro; 
sistema de transporte; áreas de vivência; elementos de apoio técnico / 
administrativo; e elementos de complementação externa à obra. 
 
Com relação às áreas de vivência em canteiros de obras, devem ser seguidas 
as recomendações da NB-1367 - Áreas de vivência em canteiros de obras 
(ABNT, 1991), e da NR-18 - Condições e meio ambiente do trabalho na 
indústria da construção (FUNDACENTRO, 1996). 
 
MUTHER (1978), apresenta uma proposta bastante detalhada para o projeto 
do arranjo físico, que, apesar de não ser direcionada, especificamente, ao 
projeto do canteiro de obras, pode ser aplicada ao mesmo, constando das 
seguintes etapas gerais: localização, arranjo físico geral, arranjo físico 
detalhado e implantação. 
 
MUTHER (1978), considera como bases para o projeto de qualquer instalação 
a resposta a 5 questões, com informações sobre o produto: 
 
♦ O que será produzido ? 
♦ Quanto de cada item será produzido ? 
♦ Como serão produzidos os itens ? 
♦ Quais os serviços de apoio à produção que serão necessários ? 
♦ Quando os itens serão produzidos ? 
 
 
 
6
As diversas estratégias existentes para o planejamento do canteiro, se 
complementam em alguns casos, e se superpõem em outros, não existindo 
porém, uma integração do projeto do produto e da produção, como base para o 
desenvolvimento do planejamento do canteiro de obras, que consideramos 
fundamental para a obtenção de resultados mais eficientes e eficazes. 
 
A pesquisa de campo realizada, possibilitou a identificação de diferentes 
procedimentos, utilizados para o projeto e funcionamento dos canteiros de 
obras, muitas vezes em completo desacordo com as normas existentes, 
permitindo verificar que os aspectos relativos ao recebimento, armazenamento 
e movimentação de materiais, são os que mais problemas acarretam ao 
funcionamento eficiente dos canteiros. 
 
A discussão sobre as propostas existentes, relacionadas ao projeto do canteiro 
de obras, tem como objetivo o conhecimento de outras experiências e, a 
identificação dos principais aspectos recomendados por outros pesquisadores, 
de modo a enriquecer a metodologia apresentada neste trabalho, através da 
sua incorporação à metodologia, ou pela possibilidade de sua utilização como 
ferramenta complementar. 
 
O conhecimento da realidade existente nos canteiros de obras, desde a 
elaboração do projeto, até a sua implantação e operação, tem como objetivo a 
identificação dos procedimentos utilizados e das dificuldades e problemas para 
a o seu funcionamento, como forma de orientação ao desenvolvimentoda 
metodologia proposta, de modo que possa oferecer condições para a solução 
dos problemas existentes, através de um projeto adequado do canteiro de 
obras. 
 
4 METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO CANTEIRO 
DE OBRAS 
 
Apresenta-se, neste capítulo, a metodologia desenvolvida para elaboração do 
projeto do canteiro de obras, baseada no desenvolvimento simultâneo do 
projeto do produto e da produção. 
 
O projeto da produção compreende o projeto dos processos, o projeto do 
canteiro, a organização do empreendimento, o sistema de informações e o 
sistema de planejamento e controle (FRANCO, 1992). 
 
O projeto do canteiro de obras, como parte do projeto da produção, deve iniciar 
durante a definição do programa de necessidades (PN) e evoluir paralelamente 
ao desenvolvimento do projeto do produto, durante as etapas de elaboração do 
estudo preliminar (EP), anteprojeto (AP) e projeto executivo (PE). 
 
A Figura 4.1, apresenta a proposta para o desenvolvimento simultâneo do 
projeto do produto e da produção, a partir da proposta de MELHADO (1994). 
 
 
7
 
 
Figura 4.1 - Proposta para o desenvolvimento do projeto do produto e da 
produção 
 
A Tabela 4.1 apresenta os produtos das várias etapas do projeto, relacionando 
o projeto do produto, baseado em MELHADO(1994), com o projeto da 
produção, e o resumo das ações desenvolvidas em cada etapa, enfatizando as 
ações do projeto da produção relacionadas ao projeto do canteiro. A Figura 4.2 
apresenta a seqüência de atividades para elaboração do projeto do canteiro de 
obras, ao longo do desenvolvimento do projeto do produto. 
AP
PE
PN
EP
 Projeto do produto 
 
 Projeto da produção
Idealização
do
produto
Concepção
inicial e
viabilidade
Formalização
do
produto
Detalhamento
do produto
Planejamento
Estratégico
da produção
Planejamento 
Tático
da produção
Planejamento
Operacional
da produção
Detalhamento do
Planejamento
Operacional
da produção
 
 
 
 Tabela 4.1 - Produtos das etapas do projeto 
Etapas Projeto do Produto (Edificação) Projeto da Produção (Canteiro) 
 Idealização do produto Planejamento Estratégico da produção 
PN 
 
Conjunto de parâmetros e exigências a serem 
atendidas pela edificação. 
Conjunto das metas, requisitos e diretrizes, e condicionantes a serem atendidos 
pelo processo de produção. 
 Concepção inicial e viabilidade Planejamento Tático da produção 
EP 
 
Concepção e representação gráfica preliminar, 
atendendo aos parâmetros e exigências do programa 
de necessidades 
Definição do processo construtivo e do plano de ataque, com base nas metas, 
requisitos e diretrizes, e condicionantes previamente estabelecidos para a 
produção. 
 Formalização do produto Planejamento Operacional da produção 
AP Representação preliminar da solução adotada para o 
projeto, através de representação gráfica e 
especificações técnicas. 
Pré-dimensionamento estrutural. 
Concepção dos sistema de instalações prediais. 
 
Definição do cronograma e dos recursos necessários para produção (materiais e 
mão-de-obra). 
Definição das principais fases do canteiro, com base no plano de ataque e no 
cronograma dos recursos necessários. 
Avaliação das alternativas de transporte para as diversas fases do canteiro. 
Elaboração do Anteprojeto das fases do canteiro, com a representação 
preliminar da solução adotada em cada fase. 
Fornecimento da estimativa das necessidades do canteiro, para os projetos de 
arquitetura, estruturas, e sistemas prediais. 
 Detalhamento do produto Detalhamento do Planejamento Operacional da produção 
PE Representação final e completa da edificação e seu 
entorno, através de representação gráfica, 
especificações técnicas e memoriais descritivos. 
Revisão do cronograma e das necessidades de recursos. 
Revisão das definições das fases do canteiro, e da avaliação das alternativas de 
transporte. 
Revisão do anteprojeto das fases do canteiro. 
Avaliação e síntese das diversas fases em um único projeto evolutivo. 
Detalhamento dos elementos do canteiro. 
EXE Execução do projeto do produto Execução do projeto da produção, e revisão quando necessário, em função de 
alteração na velocidade ou na seqüência executiva da obra. 
Revisão dos fluxos dos processos e suas interferências, das técnicas utilizadas, 
da localização dos elementos no canteiro, e dos procedimentos para mobilização 
e desmobilização de equipamentos. 
 
 
9
 
 
 
Figura 4.2 – Diagrama de blocos com as etapas para elaboração do projeto 
do canteiro de obras 
 
Metas para
produção
Definição do
processo
construtivo
C
O
N
D
I
C
I
O
N
A
N
T
E
S
R
E
Q
U
I
S
I
T
O
S
E
D
I
R
E
T
R
I
Z
E
S
EP
AP
PE
PN
Plano de 
ataque
Cronograma e
Alocação de
recursos
Fases do
canteiro
Anteprojeto
das fases do
canteiro
Projeto 
global do
canteiro
Alternativas de
transporte
 
 
10
4.1. Programa de necessidades 
 
Nesta etapa é desenvolvido o programa de necessidades, para o produto e para 
a produção, definindo-se, o planejamento estratégico da produção, com a 
participação do representante do empreendedor, juntamente com o coordenador 
do projeto e o representante da equipe de projeto para produção. 
 
Em relação à definição do planejamento estratégico, deve-se pensar no 
atendimento a objetivos relacionados a prazos, custos, qualidade e 
produtividade, podendo-se tomar como referência, as recomendações 
constantes dos trabalhos: Sistemas da qualidade uso em empresas de 
construção de edifícios (PICCHI, 1993), Sistema de indicadores de qualidade e 
produtividade na construção civil (OLIVEIRA; LANTELME; FORMOSO, 1995), 
Metodologia para o desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão da 
qualidade em empresas construtoras de pequeno e médio porte (SOUZA,1997), 
entre outros. 
 
Devem ser definidas as metas para produção, os requisitos e diretrizes, e os 
condicionantes da produção do empreendimento. 
 
4.1.1. Metas para produção 
 
As metas para produção devem ser definidas, simultaneamente à idealização do 
produto. 
 
Estas metas devem procurar definir o início do processo e parâmetros de custo, 
preço e produção, contendo indicadores globais e por subsistemas, que poderão 
servir de orientação para o planejamento da produção, podendo ser consultado, 
entre outros, ROCHA LIMA Jr (1993). 
 
4.1.2. Requisitos e diretrizes da produção 
 
Para a definição dos requisitos e diretrizes da produção devem ser estabelecidas 
inicialmente, uma estratégia competitiva, e estratégias de produção associadas, 
de acordo com os objetivos e a cultura da empresa. 
 
O projeto da produção deve ser elaborado, de acordo com as estratégias de 
produção adotadas pela empresa, e em requisitos, definidos simultaneamente 
ao programa de necessidades do produto, que irão servir de diretrizes para o 
desenvolvimento de todos os trabalhos. 
 
4.1.3. Condicionantes da produção 
 
Durante a definição do programa de necessidades, são identificados os 
principais condicionantes que irão influenciar na produção da edificação, de 
modo que o projeto do produto e o projeto da produção, particularmente o 
projeto do canteiro, sejam permanentemente verificados, durante o seu 
desenvolvimento, em relação ao atendimento dos condicionantes existentes. 
 
 
 
11
 
4.2. Estudo preliminar 
 
Nesta etapa é realizado o estudo preliminar, para o produto e para a produção, 
com o desenvolvimento do planejamento tático da produção, devendo participar 
o representante do empreendedor, o coordenador do projeto, e os 
representantes das equipes de projeto para produção, de projeto de arquitetura, 
de projeto de estruturas, e de projeto de sistemas prediais. 
 
Devem ser definidos, o processo construtivo e o plano de ataque, com base nas 
metas, requisitos e diretrizes, e condicionantes da produção, simultaneamente à 
concepção inicial do produto e análise de viabilidade do empreendimento. 
 
4.2.1. Definição do processo construtivo 
 
A presente etapa consiste na definição do processo construtivo a seradotado, 
com os métodos, as técnicas e os materiais que serão utilizadas. 
 
A definição do processo construtivo deve ser feita com base nas metas, nos 
requisitos e diretrizes, e nos condicionantes da produção, simultaneamente ao 
estudo preliminar do produto. 
 
A definição do processo construtivo depende das características do projeto do 
edifício, do tempo para execução, das tecnologias existentes, do conhecimento 
das mesmas, e do balanço entre os recursos necessários e disponíveis 
(financeiros, materiais, mão-de-obra, equipamentos e espaço), entre outros 
fatores. 
 
4.2.2. Plano de ataque 
 
O plano de ataque consiste na estratégia de execução da obra, com a definição 
das etapas iniciais e da seqüência construtiva da obra. 
 
O plano de ataque depende das características do projeto do edifício, do prazo 
para execução, das tecnologias disponíveis e do conhecimento das mesmas, do 
balanço entre os recursos necessários e disponíveis (financeiros, materiais, 
mão-de-obra, equipamentos e espaço), das características do terreno (acessos 
e topografia), e das condições climáticas, entre outros. 
 
O plano de ataque deve ser estabelecido através da identificação das vantagens 
e desvantagens de cada alternativa em relação ao atendimento às metas, 
requisitos e diretrizes, condicionantes e ao processo construtivo definido para o 
empreendimento, devendo-se analisar, entre outros, os fatores prazo, custos, 
acesso e movimentação de pessoal e materiais, espaço necessário para 
produção, liberação de frentes de serviço, restrições construtivas e interferências 
entre os serviços. 
 
 
 
 
 
12
 
4.3. Anteprojeto 
 
Nesta etapa é desenvolvido o anteprojeto, para o produto e para a produção, 
com o desenvolvimento do planejamento operacional da produção, devendo 
participar o representante do empreendedor, o coordenador do projeto, e os 
representantes das equipes de projeto para produção, de projeto de arquitetura, 
de projeto de estruturas, e de projeto de sistemas prediais. 
 
Devem ser definidos o cronograma e a alocação dos recursos, as fases do 
canteiro, a alternativa de transporte, e o anteprojeto das fases do canteiro, com 
a representação da solução preliminar adotada, que atenda ao planejamento 
elaborado. 
 
São desenvolvidos, simultaneamente, o anteprojeto do produto e da produção, 
devendo ser seguidos os princípios de coordenação de projetos, procurando 
realizar a compatibilização entre os anteprojetos de arquitetura, estruturas, e 
sistemas prediais, e a integração com o projeto de produção. 
 
Podem ser fornecidas novas especificações, ou serem modificadas algumas das 
especificações existentes, durante a elaboração do projeto do produto, devido à 
identificação de necessidades da produção, que impliquem em alterações no 
projeto arquitetônico, estrutural ou de sistemas prediais, com vistas à otimização 
dos processos de produção. 
 
4.3.1. Cronograma e alocação de recursos 
 
Com base no plano de ataque, definido durante o estudo preliminar da produção, 
e de acordo com as metas, requisitos e diretrizes, condicionantes da produção, 
processo construtivo, e o anteprojeto do produto, é definida a programação de 
execução da obra, e elaborado o cronograma físico e a alocação dos recursos 
necessários para a produção. 
 
4.3.2. Fases do canteiro 
 
A definição das fases deverá ser feita de acordo com o anteprojeto arquitetônico, 
as metas, os requisitos e diretrizes, os condicionantes da produção, o processo 
construtivo, o plano de ataque, os cronogramas de materiais e mão-de-obra, e 
em função dos principais marcos existentes, que impliquem em alterações 
substantivas na alocação de espaço no canteiro, devido ao início de novos 
serviços, alteração nos processos de produção, chegada ou utilização de novos 
materiais e equipamentos, implantação de novas instalações, ou à necessidade 
de liberação de espaços para novas frentes de serviço, entre outros. 
 
Para cada fase da obra, devem ser definidos os meses críticos, com base na 
maior dificuldade de movimentação dos materiais, e em função dos quantitativos 
de mão-de-obra. 
 
 
 
 
13
 
4.3.3. Alternativas de transporte 
 
A avaliação e seleção das alternativas de transporte no canteiro de obras, 
deverá ser realizada, com base na definição das fases do canteiro, e no 
cronograma de materiais, de acordo com os requisitos e diretrizes, e com os 
condicionantes da produção, devendo ser analisadas as alternativas para os 
meses críticos de cada fase. 
 
A avaliação das alternativas deve ser feita com base em dois critérios, o primeiro 
em função da avaliação da capacidade do sistema atender à produção, e o 
segundo em função do custo das alternativas, podendo ser utilizado como 
referência a metodologia proposta por LICHTENSTEIN (1987), e os trabalhos 
desenvolvidos por SOUZA; FRANCO (1997a; 1997b). 
 
4.3.4. Anteprojeto das fases do canteiro 
 
O anteprojeto das fases do canteiro, deve ser desenvolvido a partir do 
anteprojeto arquitetônico, dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da 
produção, dos cronogramas de materiais e mão-de-obra, das fases do canteiro e 
da alternativa de transporte selecionada. 
 
O anteprojeto das fases do canteiro, consiste, basicamente, da definição dos 
elementos que devem estar presentes no canteiro e suas características, da 
análise das inter-relações dos elementos, do estudo dos fluxos dos processos, 
da priorização dos elementos, da análise da alocação dos elementos no 
canteiro, da elaboração do arranjo físico, e da avaliação do arranjo físico, para 
cada uma das fases definidas. 
 
Após a avaliação do arranjo físico do canteiro, caso o mesmo não seja 
considerado satisfatório, deve-se retornar à etapa de alocação dos elementos no 
canteiro, rever a análise realizada, e então desenvolver uma nova proposta de 
arranjo físico dos elementos no canteiro, refazendo o ciclo até a obtenção de 
uma solução satisfatória, utilizando o arranjo físico de cada fase como referência 
para o desenvolvimento do arranjo físico da fase posterior. 
 
O fluxograma com as etapas para elaboração do anteprojeto das fases do 
canteiro é apresentado na Figura 4.2 a seguir: 
 
 
 
 
 
14
 
 
Figura 4.2 - Fluxograma para elaboração do anteprojeto das fases do canteiro 
Priorização dos
elementos do
canteiro
Alocação dos
elementos no
canteiro
Arranjo físico
do
canteiro
Avaliação
ok ?
N
S
Inter-relações
dos elementos
do canteiro
Elementos do
canteiro
Fluxos dos
processos
Anteprojeto
 das fases do
canteiro
N
Nova fase
?
S
 
 
15
4.3.4.1. Elementos do canteiro 
 
A partir do anteprojeto arquitetônico, e dos requisitos e diretrizes, condicionantes 
da produção, cronogramas de materiais e mão-de-obra, das fases do canteiro, e 
da alternativa de transporte selecionada, devem ser identificados os elementos 
do canteiro e suas características, para a fase em estudo, com base nos dados 
do mês crítico. 
 
4.3.4.2. Inter-relações dos elementos do canteiro 
 
A partir dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da produção, e dos 
elementos do canteiro para a fase em estudo, devem ser verificadas as inter-
relações entre os elementos, com o objetivo de identificar as necessidades de 
proximidade entre eles. 
 
4.3.4.3. Fluxos dos processos 
 
A partir dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da produção, e dos 
elementos do canteiro para a fase em estudo, relacionados à movimentação de 
materiais, devem ser elaborados os fluxos para os principais processos, 
identificando as etapas, e as intensidades do fluxo em cada etapa. 
 
Os processos devem ser estudados de acordo com as estratégias de produção 
estabelecidas, seguindo os princípios da racionalização construtiva (FRANCO, 
1992), e da nova filosofia de produção (KOSKELA, 1992), tendo como objetivo a 
simplificação, e a redução ou eliminação de perdas e interferências. 
 
4.3.4.4. Priorização dos elementos do canteiro 
 
A partir dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da produção, das 
características dos elementosdo canteiro, das suas inter-relações, e dos fluxos 
dos processos, para a fase em estudo, e de acordo com critérios gerais 
preestabelecidos, devem ser definidas as prioridades para alocação dos 
elementos no canteiro, e, avaliados os espaços necessários e disponíveis, e as 
restrições à sua utilização. 
 
A priorização dos elementos do canteiro de obras deve ser feita com o objetivo 
de garantir que os elementos mais importantes para o processo de produção da 
edificação tenham condições de ser alocados em melhores condições, e os 
outros elementos ajustados às condições disponíveis, inclusive alteração das 
especificações de espaço, ou alocados em área fora do canteiro, se for o caso. 
 
4.3.4.5. Alocação dos elementos no canteiro 
 
A alocação dos elementos no canteiro de obras, deve ser feita com base no 
anteprojeto arquitetônico, nos requisitos e diretrizes, nos condicionantes da 
produção, nas características dos elementos do canteiro, nas suas inter-
relações, nos fluxos dos processos e na priorização para a fase em estudo. 
 
 
 
16
4.3.4.6. Arranjo físico do canteiro 
 
O arranjo físico do canteiro, deve ser elaborado, a partir do anteprojeto 
arquitetônico, dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da produção, das 
características dos elementos do canteiro, das suas inter-relações, dos fluxos 
dos processos, da priorização, e do estudo da alocação dos elementos, tendo 
como objetivo atender às necessidades da fase atual, utilizando porém, o arranjo 
físico da fase anterior como referência, para possibilitar o mínimo de alterações 
entre as fases. 
 
O estudo do arranjo físico do canteiro tem como objetivo otimizar o seu 
funcionamento global, em relação à capacidade e segurança das instalações e à 
produtividade das operações, através principalmente, da minimização do custo 
da movimentação dos materiais e da otimização das relações de proximidade, 
sendo procurado a melhor solução global para cada fase, ou pelo menos 
alternativas que atendam às condições estabelecidas, mesmo que 
individualmente a localização de algum elemento não seja tão boa quanto no 
momento em que foi estudada individualmente. 
 
4.3.4.7. Avaliação 
 
A partir do arranjo físico do canteiro para a fase em estudo, deve-se avaliar a 
solução obtida, com base na análise dos fatores para terrenos restritos e, 
através do cálculo do centro de gravidade quando o projeto for desenvolvido 
para grandes áreas livres. Para complementação da avaliação dos arranjos 
físicos, devem ser analisados os fluxos, através da sua representação em 
planta, com o objetivo de visualização de interferências entre os fluxos dos 
diferentes processos, e utilizadas listas de verificação para a avaliação do 
atendimento às outras exigências do canteiro, relativas à segurança do trabalho, 
higiene, limpeza, arrumação, e organização, entre outras, de acordo com as 
recomendações estabelecidas para o desenvolvimento do projeto. 
 
4.3.4.8. Anteprojeto das fases do canteiro 
 
Após a elaboração e avaliação dos arranjos físicos de todas as fases do 
canteiro, será apresentado o anteprojeto das fases do canteiro, com o conjunto 
de arranjos desenvolvidos. 
 
O anteprojeto deve conter desenhos, especificações para os elementos do 
canteiro, recomendações para a movimentação de materiais, e a definição dos 
equipamentos de transporte, alem dos fluxogramas dos processos para cada 
uma das fases do canteiro, fornecendo especificações para o anteprojeto 
arquitetônico, estrutural e de sistemas prediais, de forma a atender as 
necessidades de operação do canteiro. 
 
4.4. Projeto executivo 
 
Nesta etapa, simultaneamente ao detalhamento do produto, deve ser realizado o 
detalhamento do planejamento operacional da produção, com a elaboração do 
 
 
17
projeto global do canteiro, devendo participar o representante do empreendedor, 
o coordenador do projeto, os representantes das equipes de projeto para 
produção, de projeto de arquitetura, de projeto de estruturas, e de projeto de 
sistemas prediais, além da participação do engenheiro de produção, se o mesmo 
já estiver definido para a obra. 
 
4.4.1 Projeto global do canteiro 
 
O detalhamento do planejamento operacional da produção, deve ser realizado 
através do projeto global do canteiro, abrangendo a revisão do cronograma, das 
fases do canteiro, das alternativas de transporte, e do anteprojeto das fases do 
canteiro, buscando, através de uma síntese, compatibilizar o que foi otimizado 
no desenvolvimento das fases, e realizar o detalhamento dos elementos do 
canteiro. 
 
A compatibilização entre as fases do canteiro pode ser feita com a realização de 
ajustes de posicionamento dos elementos, ou alterações dos cronogramas, 
conforme ZOUEIN; TOMMELEIN (1994), com vistas a redução das alterações 
no arranjo físico. 
 
Após a definição do arranjo físico das diversas fases do canteiro, deve-se 
realizar o detalhamento dos elementos, com a divisão funcional dos ambientes e 
a localização de móveis, máquinas e equipamentos, seguindo os mesmos 
princípios do arranjo físico do canteiro. 
 
O projeto global do canteiro deve incluir o projeto evolutivo das fases do 
canteiro, os fluxos dos processos, especificações para recebimento, 
movimentação e armazenamento de materiais, recomendações para 
mobilização, desmobilização, operação e manutenção dos equipamentos, 
especificações dos diversos elementos do canteiro, e recomendações para 
comunicação, iluminação, sinalização e limpeza. 
 
O projeto global do canteiro, pode ser desenvolvido juntamente com o Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
(PCMAT), de forma a integrarem um conjunto de documentos, contendo, além 
dos documentos já especificados, os projetos de execução das proteções 
coletivas de todas as fases do canteiro, o estudo dos riscos de acidentes e de 
doenças do trabalho e suas medidas preventivas, a especificação técnica das 
proteções coletivas e individuais, e um programa de treinamento sobre os 
processos de produção e a segurança no trabalho, criando assim as condições 
para a execução das obras, com eficiência, qualidade, produtividade e 
segurança. 
 
5 SIMULAÇÃO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA 
 
A avaliação da aplicação da metodologia, consiste na comparação das 
características do projeto, desenvolvido com a metodologia proposta, em relação 
à realidade observada durante a pesquisa de campo, sendo avaliados 
qualitativamente em relação aos fatores: produção, fluxos, higiene e segurança, 
 
 
18
supervisão e controle, e ao relacionamento com os clientes, a comunidade e o 
meio ambiente, procurando identificar dificuldades para movimentação de 
materiais, liberação de frentes de serviço, interferências na execução dos 
serviços, tempo de utilização dos equipamentos, entre outros aspectos. 
 
A necessidade de se pensar a obra a cada momento, e criar soluções para os 
problemas após os mesmos aparecerem, implicando em soluções menos 
eficientes do que as soluções previstas, confirmam a necessidade da utilização 
de uma metodologia adequada para o desenvolvimento do projeto do canteiro. 
 
6 CONCLUSÕES 
 
As principais contribuições deste trabalho se referem ao desenvolvimento de 
uma metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras, com base na 
integração do projeto do produto e da produção, à proposição de ferramentas 
para avaliação do projeto do canteiro, e à incorporação dos princípios de 
racionalização construtiva e da nova filosofia da produção de edifícios, ao projeto 
do canteiro de obras. 
 
A metodologia desenvolvida além dos princípios já citados, procura atender a 
dois outros princípios estabelecidos para o seu desenvolvimento: ser uma 
metodologia "aberta" e de simples aplicação, de forma a possibilitar a sua 
utilização por qualquer empresa, não necessitando um especialista para sua 
aplicação, podendo ser utilizada por qualquer profissional de engenharia civil ou 
arquitetura, que esteja envolvido com o projeto de produção do 
empreendimento.Consideramos a aplicação desta metodologia, de fundamental importância para 
a elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria da Construção (PCMAT), de forma a não se desenvolver apenas, o 
arranjo físico inicial do canteiro de obras, mas sim, um projeto integrado para 
todas as fases da obra. 
 
A importância deste trabalho, do ponto de vista tecnológico, está relacionada ao 
preenchimento de uma lacuna na organização da produção no canteiro de 
obras. A metodologia possibilita a incorporação de princípios, que, poderão 
aumentar a eficiência dos canteiros de obras, aumentar os níveis de qualidade e 
produtividade, contribuir para a melhoria do resultado final do empreendimento e 
aumentar a competitividade das empresas, tornando-as mais capazes, para a 
participação em um mercado cada vez mais competitivo. 
 
Acreditamos que este trabalho se reveste também, de uma importância no setor 
social, ao tempo em que contribui para a redução de custos, que poderão ser 
repassados ao consumidor, possibilitando um maior acesso à casa própria, 
reduzindo o desperdício de materiais, contribuindo para a economia das 
empresas e, para a economia da nação e do meio ambiente, através da menor 
utilização dos recursos naturais, em função do menor desperdício e, contribuindo 
também, com melhores condições de trabalho para a mão-de-obra da 
construção civil. 
 
 
19
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Áreas de vivência em 
canteiros de obras – NB 1367. Rio de Janeiro, 1991. 
CHENG, M. Y.; O'CONNOR, J. T. ArcSite: enhanced GIS for construction site 
layout. Journal of Construction Engineering and Management, v.122, n.4, 
p.329-36, Dec., 1996. 
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO DO 
ESTADO DE SÃO PAULO. I Seminário informativo sobre o programa 
QUALIHAB - Qualidade na habitação popular da CDHU. São Paulo, 
CDHU, 1996. 
FRANCO, L. S. Aplicação de diretrizes de racionalização construtiva para a 
evolução tecnológica dos processos construtivos em alvenaria 
estrutural não armada. São Paulo, 1992. Tese (Doutorado) - Escola 
Politécnica, Universidade de São Paulo. 
FUNDACENTRO Condições e meio ambiente do trabalho na industria da 
construção – NR 18. São Paulo, 1996. 
HANDA, V.; LANG, B. Construction site planning. Construction Canada 
Magazine, v.30, n.3, p.43-9, May, 1988. 
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Programa de atualização 
tecnológica industrial - PATI: construção habitacional. São Paulo, IPT, 
1988. 
KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to 
construction. California, Stanford University - CIFE, 1992. (technical report 
72). 
LICHTENSTEIN, N. B. Formulação de modelo para o dimensionamento do 
sistema de transporte em canteiro de obras de edifícios de múltiplos 
andares. São Paulo, 1987. 268p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo. 
MELHADO, S. B. Qualidade do projeto na construção de edifícios: 
aplicação ao caso das empresas de incorporação e construção. São 
Paulo, 1994. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São 
Paulo. 
MUTHER, R. Planejamento do layout: sistema SLP. Trad. de Elisabeth 
Moura Veira, Jorge Aiub Hijjar e Miguel de Simoni. São Paulo, Edgard 
Blucher, 1978. 
NEOLABOR. Construindo o saber - método de arrumação e limpeza do 
canteiro - 5L. São Paulo, Neolabor, 1996. 
OLIVEIRA, M.; LANTELME, E.; FORMOSO, C. T. Sistema de indicadores de 
qualidade e produtividade para a construção civil: manual de utilização. 
Porto Alegre, SEBRAE, 1995. 
PICCHI, F. A. Sistemas da qualidade: uso em empresas de construção de 
edifícios. São Paulo, 1993. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo. 
ROCHA LIMA Jr., J. Planejamento do produto no mercado habitacional. São 
Paulo, EPUSP, 1993. 26p. (BT/PCC/110). 
 
 
20
SANTOS, A. Método de intervenção em obras de edificações, enfocando o 
sistema de movimentação e armazenamento de materiais. Porto Alegre, 
1995. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
SAURIN, T. A. Método para diagnóstico e diretrizes para planejamento de 
canteiros de obras de edificações. Porto Alegre, 1997. Dissertação 
(Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
SOUZA, R. Metodologia para o desenvolvimento e implantação de 
sistemas de gestão da qualidade em empresas construtoras de pequeno 
e médio porte. São Paulo, 1997. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo. 
SOUZA, U. E. L. O canteiro de obras. São Paulo, EPUSP/ITQC, 1993. 
(apostila do curso Qualidade e produtividade na construção civil). 
SOUZA, U. E. L. et al. Recomendações gerais quanto à localização e 
tamanho dos elementos do canteiro de obras. São Paulo, EPUSP, 1997. 
19p. (BT/PCC/178). 
SOUZA, U. E. L.; FRANCO, L. S. Definição do layout do canteiro de obras. 
São Paulo, EPUSP, 1997. 16p. (BT/PCC/177). 
________. Subsídios para a opção entre: elevador ou grua, andaime 
fachadeiro ou balancim, argamassa industrializada ou produzida em 
obra. São Paulo, EPUSP, 1997. 25p. (BT/PCC/176). 
TOMMELEIN, I. D.; LEVITT, R. E.; HAYES-ROTH, B. SightPlan model for site 
layout. Journal of Construction Engineering and Management, v.118, n.4, 
p.749-66, Dec., 1992. 
________. Site-layout modeling: how can artificial intelligence help ? Journal of 
Construction Engineering and Management, v.118, n.3, p.594-611, Sep., 
1992. 
TOMMELEIN, I. D.; ZOUEIN, P. P. Interactive dynamic layout planning. 
Journal of Construction Engineering and Management, v.119, n.2, p.266-
87, Jun., 1993. 
YEH, I. Construction-site layout using annealed neural network. Journal of 
Computing in Civil Engineering, v.9, n.3, p.201-208, Jul., 1995. 
ZOUEIN, P. P.; TOMMELEIN, I. D. MovePlan: allocating space during 
schedulling. In: CIB 92 WORLD BUILDING CONGRESS, Montreal, 1992. 
Proceedings. Montreal, CIB, 1992. 
________. Time-space tradeoff strategies for space-schedule construction. In: 
COMPUTING IN CIVIL ENGINEERING, n.1, Washington, 1994. 
Proceedings. New York, ASCE, 1994. p. 1180-187.

Continue navegando