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PEÇA agravo em execução

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA X - MG
Alberto Ramos, já qualificado nos em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, no prazo legal, interpor
AGRAVO EM EXECUÇÃO,
com fundamento no artigo 197 da Lei nº 7.210/84, tendo em vista a r. decisão que lhe negou o pedido de progressão de regime, apresentando, para tanto, as anexas razões recursais.
Caso Vossa Excelência entenda por bem manter a r. decisão recorrida, requer se digne a determinar o processamento do presente recurso e remetê-lo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data. Advogado OAB.
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
Autos XXX
Agravante: Alberto Ramos Agravada: Ministério Público
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Nobres Julgadores.
Por respeitável decisão de fls..., o M.M. Juízo a quo indeferiu pedido de progressão de regime formulado pelo agravante, ao argumento de que o crime por ele praticado, por ser considerado assemelhado a hediondo, deve se submeter às novas regras constantes do art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90.
Todavia, conforme restará demonstrado, a decisão ora hostilizada não merece prosperar.
I – DOS FATOS
O agravante foi denunciado, processado e ao final condenado como incurso no artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/06, tendo-lhe sido fixada a pena de 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa.
Na mesma ocasião, o magistrado sentenciante determinou o regime inicial fechado para desconto do título executório, tendo a r. sentença transitado em julgado.
Já no curso da execução da pena, o agravante, depois de cumprido mais de 1/6 (um sexto) da reprimenda imposta, contando, ainda, com bom comportamento carcerário, requereu ao Juízo das Execuções Criminais a progressão para regime mais benigno, qual seja, o semiaberto, o que foi indeferido, ao argumento de que a infração penal por ele praticada é equiparada a crime considerado hediondo, sendo insuficiente o cumprimento de apenas 1/6 (um sexto) do tempo total da pena imposta.
Com o devido respeito, tal decisão afronta, diretamente, o previsto na Lei de Execuções Penais, conforme restará sobejamente demonstrado a seguir.
II – DO DIREITO
A r. decisão ora agravada merece ser reformada. Com efeito, o artigo 5°, inciso XLVI, da Constituição Federal, prevê que “a lei regulará a individualização da pena”.
Referida “lei”, no caso presente, é a Lei de Execuções Penais, desrespeitada claramente pela decisão que indeferiu a progressão de regime ao agravante, que já satisfez os requisitos indispensáveis à concessão de referido pleito.
Muito embora o art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90, preveja que a progressão de regime penitenciário para os condenados por crimes hediondos e assemelhados exigirá o cumprimento de 2/5 (dois quintos) ou 3/5 (três quintos) da pena, neste último caso para os condenados reincidentes, as regras ora definidas decorrem da Lei 11.464, de 28 de março de 2007, que modificou a redação de diversos dispositivos da Lei dos Crimes Hediondos.
Sabido que até a edição de aludida lei, era previsto o regime integralmente fechado àqueles que praticassem crimes hediondos ou equiparados.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, no ano de 2006, ao julgar um habeas corpus, reconheceu, por maioria de votos, a inconstitucionalidade do regime integralmente fechado, por afronta ao princípio da individualização da pena (art. 5º, XLVI, da Constituição Federal).
Logo, cabível, desde então, a progressão de regime penitenciário, atentando- se aos requisitos previstos da Lei de Execuções Penais (LEP).
Assim, o artigo 112 da Lei nº 7.210/84 (LEP), em harmonia com a regra constitucional mencionada, preleciona que:
“a pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso cumprir ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário (...)”.
No caso em tela, verifica-se que o agravante cumpriu o requisito objetivo determinado pela legislação pertinente, qual seja, a permanência de mais de 1/6 (um sexto) do tempo total da reprimenda em regime mais rigoroso. Igualmente, satisfez o requisito subjetivo, vale dizer, demonstrou bom comportamento e aproveitamento carcerários.
Do somatório dos aludidos requisitos, o direito à progressão para regime mais benigno era cristalino. Porém, em sentido contrário, entendeu o magistrado a quo pelo descabimento do pedido, aplicando a nova redação conferida pela já citada Lei 11.464/07 ao art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), que, em comparação à Lei de Execuções Penais, é prejudicial e, portanto, irretroativa.
Em outras palavras, o crime praticado pelo agravante é anterior à nova redação dada à Lei dos Crimes Hediondos, razão pela qual é inaplicável, por constituir novatio legis in pejus, o quantum de pena atualmente previsto para fins de progressão de regime aos condenados por crimes hediondos ou equiparados, vale dizer, 2/5 (dois quintos) ou 3/5 (três quintos), em se tratando de condenado reincidente.
A injustiça, à evidência, é patente, devendo ser reparada por Vossas Excelências.
Assim, a irresignação do agravante é plenamente procedente.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, pelos argumentos ora trazidos, requer o agravante seja conhecido o presente recurso de Agravo em Execução para, quando analisado seu mérito, seja dado provimento e, via de consequência, lhe seja deferida a progressão de regime, com fundamento nos artigos 112 da Lei nº 7.210/84 e 33 do Código Penal, eis que satisfeitos os requisitos legais, como medida de inteira JUSTIÇA.
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data. Advogado OAB.

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