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Aula 1 - Responsabilização Penal

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Disciplina: Prática IV
Aula 1: Responsabilização Penal
Apresentação
A natureza precede ao próprio ser humano. O meio ambiente como patrimônio da
humanidade supera a concepção patrimonialista de cunho material. De acordo com
cálculos recentes, o universo tem 13,8 bilhões de anos. Renato Guimarães Júnior
afirma que o homem só conseguiu sair da Idade da Pedra para ingressar na Era das
Civilizações quando associou noções de Direito aos conhecimentos sobre Ecologia. A
Confissão Negativa, parte integrante do Livro dos Mortos, é o documento mais antigo
existente em que os povos da Antiguidade valorizavam suas terras.
A proteção jurídica do meio ambiente no Brasil pode ser dividida em três períodos: o
primeiro período começa com o descobrimento (1500) e vai até a chegada da Família
Real Portuguesa (1808). O segundo tem início com a Família Real no Brasil e vai até a
criação da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (1981). O terceiro começa com a
Lei 6938/81 (PNMA), que protege de maneira integral o meio ambiente.
Quando se pretende buscar a procedência de alguma coisa fala-se em fonte. Logo,
fonte indica de onde a norma emana. As fontes materiais do Direito Ambiental são,
por exemplo, esgarçamento da camada de ozônio, aquecimento global e mudanças
climáticas, resíduos, perda da biodiversidade, escassez de água no planeta, tragédias
ambientais. As fontes formais do Direito Ambiental são aquelas decorrentes do
ordenamento jurídico nacional, ou seja, Constituição Federal, leis infraconstitucionais,
convenções, pactos ou tratados internacionais, normas e resoluções administrativas
etc.
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo geral a preservação, melhoria
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional
e à da dignidade da vida humana. A efetividade da Política Nacional do Meio Ambiente
se confere por meios de determinados instrumentos, sendo certo que um desses
instrumentos é o Licenciamento Ambiental.
Objetivos
Analisar a tutela do bem jurídico ambiental;
Examinar o concurso de pessoas;
Discutir pessoa jurídica como sujeito ativo do crime ambiental.
Direito Ambiental
O Direito Ambiental é a ciência jurídica que estuda, analisa e discute as
questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano. Tem
como finalidade a proteção do meio ambiente, com status constitucional. A
doutrina congrega quatro componentes para classificar meio ambiente em
sentido amplo:
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de
terceira geração, tendo o Supremo Tribunal Federal já se manifestado nesse
sentido, conforme se verifica na decisão no Recurso Extraordinário nº
134.297 <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=207731> .
Os Direitos Fundamentais de terceira geração têm por peculiaridade a
titularidade difusa ou coletiva, vez que são concebidos para a proteção não do
homem isoladamente, mas de coletividade, de grupos. É o direito à
qualidade do meio ambiente.
Meio Ambiente
O meio ambiente é um bem ambiental de uso comum do povo e não está
circunscrito ao Direito Civil e ao Direito Administrativo. Nesse sentido, o meio
ambiente é um bem jurídico autônomo, difuso, indisponível e insuscetível de
apropriação.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
Conceitua-se meio ambiente como o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas.
1
Macrobem
É incorpóreo e imaterial e se configura como bem de uso comum do povo.
2
Microbem
Constitui a parte corpórea do meio ambiente e a titularidade desse bem
pode ser pública ou privada.
Bem jurídico tutelado nos crimes
ambientais
Direito Penal
O Direito Penal é dividido em:
Direito Penal Objetivo 
 
É conceituado como o conjunto de leis penais em vigência no País.
1
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/aula1.html
Direito Penal Subjetivo 
 
Tem relação com o direito de punir do Estado.
E também...
• É orientado pelo princípio da intervenção mínima — a criminalização de uma
conduta somente é legítima se constituir meio necessário para a proteção de
determinados bens jurídicos;
• Tem como uma de suas finalidades tutelar determinados bens jurídicos, ou
seja, proteger determinados bens — o objeto jurídico do crime é o bem que a
norma penal tutela.
Infração Penal
O conceito de Infração Penal (crime ou contravenção penal) pode variar
conforme o enfoque:
Ótica formal 
 
Sob a ótica formal, infração penal é aquilo que está rotulado em uma
norma penal incriminadora.
Ótica material 
 
Sob a ótica material, infração penal é comportamento humano
causador de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Uma infração penal pode ser constituída por fato típico, ilícito e/ou
culpável.
Entenda:
Tipicidade
Para que haja uma infração penal deve ocorrer fato típico, que tem como
elementos a conduta, o resultado, nexo de causalidade entre a conduta e
o resultado e a tipicidade.
Lícito ou ilícito
Ocorrendo fato típico, observa se o fato típico é lícito ou ilícito. O fato
típico pode ser lícito quando praticado acobertado por alguma causa que
exclui a ilicitude — quando praticado em estado de necessidade, legítima
defesa, em estrito cumprimento de um dever legal ou em exercício
regular de um direito.
Culpável
Havendo fato típico e ilícito observa-se se é culpável ou não. Haverá
culpabilidade quando preenchidos os elementos da culpabilidade —
ocorrendo imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e
exigibilidade de conduta diversa.
A Responsabilização Penal
Ambiental
A Constituição Federal dispõe:

Art 225 — Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§3º — As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
Leia na íntegra
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
.
Dez anos após a promulgação da Constituição Federal, surgiu a Lei 9.605/98
(Lei dos Crimes Ambientais), criminalizando determinadas condutas.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Importante registrar que nos crimes ambientais, os animais podem ser
classificados como “objeto material” do delito, mas não como “sujeito passivo”
da infração penal. Em determinados crimes na lei ambiental penal, o sujeito
passivo é a coletividade, como por exemplo no crime previsto no art. 29 da
Lei 9.605/98:

Art. 29 — Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida.

Atenção
O Supremo Tribunal Federal afirmou no Recurso Extraordinário nº
134.297 <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=207731> que o meio ambiente ecologicamente
equilibrado é um direito fundamental de terceira geração. Assim sendo, o
bem jurídico protegido nos crimes ambientais é o meio ambiente.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
Aplicabilidade do princípio da
insignificância nos crimes
ambientais
De acordo com o princípio da insignificância, o Direito Penal não deve se
preocupar com bagatelas. A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade
ao bem jurídico protegido. A aplicação do princípio da insignificância exclui a
tipicidade, porém a tipicidade em seu sentido material. A aplicação do
princípio da insignificância para o Supremo Tribunal Federal exige quatro
requisitos, ou seja:

[...] A mínimaofensividade da conduta do agente, a
nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido
grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica provocada. [...]
HC nº 84.412/SP, Segunda Turma, DJ de 19/11/04.
Em que pese o meio ambiente ser um bem transindividual e indivisível, a
jurisprudência tem admitido a aplicação do princípio da insignificância em
determinados crimes ambientais, como se verifica na decisão a seguir.
Download
2
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/aula1.html
Arquivo: Informativo 602, STJ, 6ª turma <galeria/aula1/anexo/1.pdf>
.
Sujeito do crime ambiental
Classificamos em dois tipos:
Sujeito ativo
Dispõe o art. 2º da Lei 9.605/98:
Lei 9605/98 — art. 2º
Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Ou seja, o sujeito ativo do crime é quem pratica o fato descrito na lei
penal. Quando o agente pratica o verbo descrito no tipo penal de forma
consciente e voluntária, em tese, pratica fato criminoso. O art. 2º da Lei
9.605/98 prevê o concurso de pessoas, previsto no art. 29 do Código
Penal. A forma para o concurso de pessoas é a coautoria e a
participação .
A Lei 9.605/98 prevê a possibilidade de punição pelo crime ambiental
tanto daquele que comete o fato descrito na norma penal, como daquele
que sabendo da conduta criminosa de outrem deixa de impedir sua
prática, quando podia agir para evitar, ou seja, haverá responsabilidade
pela conduta omissiva. Ocorre, assim, a participação no crime ambiental
pela omissão.
Sujeito passivo
3
4
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/galeria/aula1/anexo/1.pdf
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/aula1.html
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/aula1.html
Sujeito passivo da infração penal é a pessoa ou ente que sofre as
consequências penais. São sujeitos passivos do crime a pessoa física ou
jurídica ou até um ente despersonalizado, como família e a coletividade.
Nos crimes ambientais, a regra é que o sujeito passivo seja a
coletividade. Lembra que já discutimos que os animais não são
vítimas do crime, embora sejam objeto material da infração
penal?
Responsabilidade penal da pessoa
jurídica
A responsabilidade penal sempre recaiu no indivíduo, ou seja, somente o ser
humano possui capacidade para praticar condutas criminosas. O art. 3º da Lei
9.605/98 deu cumprimento ao mandamento constitucional e possibilitou a
responsabilização penal da pessoa jurídica:

Lei 9.605/98 — art. 3º: As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a
infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Em que pese discussão doutrinária a respeito da constitucionalidade ou não da
responsabilização criminal da pessoa jurídica, majoritariamente admite-se tal
responsabilização e na jurisprudência o tema está praticamente pacificado.
Portanto, é perfeitamente possível a responsabilização criminal da pessoa
jurídica.
Download
Arquivo: Jurisprudência do STJ, conforme decisão no REsp. 564.960
<galeria/aula1/anexo/2.pdf> .
O próprio art. 3º da Lei 9.605/98 dispõe sobre os requisitos dessa
responsabilização criminal da pessoa jurídica, ou seja, quando a infração
penal tiver sido cometida 1 - por decisão de seu representante legal ou
contratual e 2 - no interesse ou em benefício da pessoa jurídica.
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/pratica_IV__GON910/galeria/aula1/anexo/2.pdf
A jurisprudência do STJ era no sentido da teoria da dupla imputação, isto é,
responsabilização simultânea da pessoa jurídica com a pessoa física, tendo em
vista o Parágrafo Único do art. 3º da Lei 9.605/98. Entretanto, O sistema da
dupla imputação foi afastado pelo STF com o Recurso Extraordinário nº
548.181 e, após tal decisão, entendeu o STJ que:

[...] É possível a responsabilização penal da pessoa
jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante da pessoa física que
agia em seu nome.
RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe
13/8/2015.
Recomendação
Leia a íntegra da decisão do STJ:
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=207731>
Jurisprudência comentada
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731

O art. 225, § 3º, da CF não condiciona a
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes
ambientais à simultânea persecução penal da pessoa
física em tese responsável no âmbito da empresa. A
norma constitucional não impõe a necessária dupla
imputação. 
As organizações corporativas complexas da atualidade
se caracterizam pela descentralização e distribuição de
atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a
esta realidade, as dificuldades para imputar o fato
ilícito a uma pessoa concreta. Condicionar a aplicação
do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma concreta
imputação também a pessoa física implica indevida
restrição da norma constitucional, expressa a intenção
do constituinte originário não apenas de ampliar o
alcance das sanções penais, mas também de evitar a
impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas
dificuldades de individualização dos responsáveis
internamente às corporações, além de reforçar a tutela
do bem jurídico ambiental. 
A identificação dos setores e agentes internos da
empresa determinantes da produção do fato ilícito tem
relevância e deve ser buscada no caso concreto como
forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos
atuaram ou deliberaram no exercício regular de suas
atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar
se a atuação se deu no interesse ou em benefício da
entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para
fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica,
não se confunde, todavia, com subordinar a
responsabilização da pessoa jurídica à
responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas
físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as
responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas
ou parcializadas de tal modo que não permitirão a
imputação de responsabilidade penal individual.
[RE 548.181, rel. min. Rosa Weber, j. 6-8-2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014.]
Comentário do professor
A teoria da dupla imputação era amplamente aceita na jurisprudência do
Superior Tribunal de justiça. Essa teoria tinha como fundamento o
Parágrafo Único do art. 3º da Lei 9.605/98. Com base nessa teoria, era
possível punir apenas a pessoa física ou a pessoa física juntamente com
a pessoa jurídica, porém jamais haveria punição isolada somente da
pessoa jurídica. Nesse sentido, Habeas Corpus nº 93.867/GO - STJ:
"Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em
crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do
ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu
benefício, uma vez que "não se pode compreender a
responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma
pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" cf. Resp
nº 564960/SC, 5ª Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJ de
13/06/2005 (Precedentes)."
Entretanto, em 2013, o STF, por meio de sua 1ª Turma, decidiu no RExt.
nº 548.181, que é possível a responsabilização da pessoa jurídica de
forma isolada, isto é, sem a necessidade de imputação simultânea do
delito a qualquer pessoa física, afastando, assim, o sistema da dupla
imputação.
De acordo com tal precedente, o Superior Tribunal de Justiça passou a
afastar a Teoria da Dupla Imputação, conforme se verifica na decisão no
RMS 39.173/BA,veiculado no informativo de jurisprudência nº 566 do
STJ, in verbis: "É possível a responsabilização penal da pessoa
jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu
nome”. 
Conforme orientação da Primeira Turma do STF, "o art. 225, § 3º, da
Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da
pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução
penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da
empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla
imputação" (RE 548.181, Primeira Turma, DJe 29/10/2014).
Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de
modo a entender que é possível a responsabilização penal da pessoa
jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização
concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes
citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT,
Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe
29/10/2013. RMS 39.173-BA
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=207731> , Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
Atividades
1. O meio ambiente, de acordo com a orientação do Supremo Tribunal
Federal, é um Direito Fundamental. A visão dos direitos fundamentais em
termos de geração indica a evolução desses direitos no tempo. Sendo
assim, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um Direito de:
 a) Primeira geração.
 b) Segunda geração.
 c) Terceira geração.
 d) Quarta geração.
 e) Quinta geração.
2. São requisitos para a responsabilização criminal da pessoa jurídica:
 a) A infração penal deixar vestígios e o crime ser de menor potencial
ofensivo.
 b) A infração penal ter sido cometida por decisão de seu representante
legal ou contratual e no interesse ou em benefício da pessoa jurídica.
 c) O crime praticado ter proveito pessoal do dirigente da pessoa
jurídica e sem benefício da pessoa jurídica.
 d) Somente em infrações de menor potencial ofensivo e sem nenhum
benefício da pessoa jurídica.
 e) Nas infrações cometidas por qualquer funcionário e sem nenhum
nexo de causalidade.
3. Nos crimes ambientais e no que concerne ao concurso de pessoas é
correto afirmar que:
 a) Admite a coautoria e a participação.
 b) Admite somente a coautoria, não admitindo a participação.
 c) Admite somente a participação, não admitindo a coautoria.
 d) Inadmite participação e coautoria.
 e) Somente admite participação moral.
4. De acordo com o Texto Constitucional de 1988 é CORRETO afirmar
que:
 a) As pessoas jurídicas podem cometer infrações penais, mas as
pessoas físicas não.
 b) As pessoas jurídicas podem cometer infrações penais.
 c) As pessoas físicas não podem cometer infrações penais.
 d) As pessoas jurídicas não podem cometer infrações penais.
 e) Nenhuma das respostas acima.
5. De acordo com a Constituição Federal de 1988 (art. 225, §3º) as
pessoas jurídicas podem cometer infrações ambientais. Sendo assim, é
correto afirmar que as sanções para tais infrações podem ser:
 a) Administrativas e constitucionais.
 b) Penais e constitucionais.
 c) Somente administrativas.
 d) Somente penais.
 e) Penais e administrativas.
6. De acordo com o §3º do art. 225 da Constituição Federal é correto
afirmar que:
 a) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
 b) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
 c) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
 d) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
 e) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
Notas
Parte corpórea
Florestas, rios, fauna, sítio arqueológico.
Transindividual
Interesse de um grupo, coletividade.
1
2
Coautoria
Ocorre quando duas ou mais pessoas praticam o núcleo (verbo) descrito no tipo
penal.
Exemplo: duas pessoas desferindo golpes na cabeça de uma vítima que vem a
morrer. Neste caso, ambas são coautoras do crime de homicídio.
Participação
O agente não pratica o núcleo (verbo) descrito no tipo penal, mas concorre de algum
modo para o fato criminoso. Pode ocorrer de forma moral (induzimento ou instigação)
ou material (emprestar a arma do crime).
Exemplo: o agente que empresta a arma de fogo para o amigo matar o seu
desafeto. Neste caso, temos o agente que emprestou a arma de fogo como partícipe
do crime de homicídio e quem efetivamente matou a vítima como autor do crime de
homicídio.
Referências
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva, Vol. 4, 2017.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal — Parte Geral. 21. ed. São Paulo: Saraiva, Vol.
1, 1998.
PRADO, Luiz Regis. Direito Penal do Ambiente. 4. ed. São Paulo: RT, 2012.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Informativo de Jurisprudência.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Informativo de Jurisprudência.
Próximos Passos
• Aplicação da pena para pessoa física;
• Aplicação da pena para pessoa jurídica;
• Rol das penas restritivas de direitos.
Explore mais
3
4
Leia as decisões do STF.
STF HC 97484 <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=599284> / SP — SÃO PAULO. Acesso em: 28 mai. 2018.
STF — SL 933 AGR-SEGUNDO
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=TP&docID=13375610> / PA. Acesso em: 28 mai. 2018.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=599284
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13375610

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