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Virgílio de Melo Langoni Franco Michel Almeida Caixeta Eletrônica Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube Langoni, Virgílio de Melo. L267e Eletrônica / Virgílio de Melo Langoni, Franco Michel Almeida Caixeta. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2017. 192 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7777-693-1 1. Eletrônica. 2. Engenharia elétrica. I. Caixeta, Franco Michel Almeida. II. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. III. Título. CDD 621.381 © 2017 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Sobre os autores Virgílio de Melo Langoni Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de Uberlândia (2004). Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Uberlândia (2001). É docente na Universidade de Uberaba com ênfase em circuitos elétricos, magnéticos e eletrônicos. Franco Michel Almeida Caixeta Graduado em Engenharia de Computação pela Universidade de Uberaba (2008). Com experiência na área da docência como professor no Colégio Uberaba Técnico. Sumário Apresentação ................................................................................................ VII Capítulo 1 Dispositivos semicondutores: diodo de junção e transistor bipolar de junção ...........................................................................1 Diodos de junção: características gerais .............................................................................4 1.1 Construção e operação do diodo de junção ...............................................................4 1.1.1 Materiais extrínsecos dos tipos P e N ..................................................................4 1.1.2 O diodo semicondutor ..........................................................................................6 1.1.3 Equação de um diodo ........................................................................................10 1.1.4 Efeitos da temperatura .......................................................................................11 1.2 Valores de resistência ...............................................................................................12 1.2.1 Resistência CC ou estática ................................................................................13 1.2.2 Resistência CA ou dinâmica ...............................................................................15 1.2.3 Resistência CA média ........................................................................................17 1.3 Circuitos equivalentes do diodo ................................................................................18 1.3.1 Circuito equivalente linear por partes .................................................................18 1.3.2 Circuito equivalente simplificado ........................................................................19 1.3.3 Circuito equivalente ideal ...................................................................................20 1.4 Diodo zener e diodo emissor de luz (LED) ...............................................................21 1.4.1 Diodo zener ........................................................................................................21 1.4.2 Diodo emissor de luz (LED) ...............................................................................23 Aplicações do diodo de junção ..........................................................................................23 1.5 Análise por reta de carga ..........................................................................................24 1.6 Configurações em série, em paralelo e em série -paralelo de diodos com alimentação CC ...............................................................................................28 1.7 Retificadores monofásicos com carga resistiva ...........................................................31 1.7.1 Transformadores ................................................................................................31 1.7.2 Retificador monofásico de meia onda ................................................................33 1.7.3 Retificadores monofásicos de onda completa ....................................................36 1.8 Uso do filtro capacitivo em retificadores ...................................................................41 1.9 Exemplos do uso de diodos zener em circuitos CC .................................................45 1.9.1 Circuito com Vi e RL fixos ...................................................................................46 VI UNIUBE 1.9.2 Circuito com Vi fixo e RL variável ........................................................................48 1.9.3 Circuito com Vi variável e RL fixo ........................................................................50 Transistor bipolar de junção (TBJ) ....................................................................................52 1.10 Construção do transistor bipolar de junção ............................................................52 1.11 Operação do transistor bipolar de junção ................................................................53 Capítulo 2 Configurações, regiões de operação e circuitos de polarização dc do transistor bipolar de junção ................................................57 Configurações dos transistores bipolares de junção e regiões de operação ....................59 2.1 Configuração base -comum .......................................................................................59 2.2 Configuração emissor -comum ..................................................................................65 2.3 Configuração coletor -comum ....................................................................................71 2.4 Algumas características das configurações com relação à amplificação .................72 2.4.1 Configuração base -comum ................................................................................72 2.4.2 Configuração emissor -comum ...........................................................................72 2.4.3 Configuração coletor -comum .............................................................................73 Circuitos de polarização ....................................................................................................74 2.5 Circuito de polarização fixa .......................................................................................76 2.6 Circuito de polarização estável do emissor ..............................................................85 Capítulo 3 Circuitos de polarização dc do transistor bipolar de junção ........95 3.1 Circuito de chaveamento transistorizado ..................................................................96 3.2 Circuito de polarização por divisão de tensão ........................................................104 3.2.1 Análise exata ....................................................................................................1053.2.2 Análise aproximada ..........................................................................................115 3.3 Circuito de polarização dc com realimentação de tensão ......................................125 3.3.1 Outro circuito de polarização dc com realimentação de tensão .......................131 Capítulo 4 Transistores de efeito de campo (FETs) ....................................135 Transistor de unijunção ...................................................................................................137 4.1 Características básicas ...........................................................................................137 4.2 Construção e operação básica do transistor unijunção ..........................................138 Transistores de efeito de campo de junção .....................................................................147 4.3 Tipos de FETs .........................................................................................................147 4.4 Características dos FETs .......................................................................................148 4.5 Características dos MOSFETs ................................................................................152 Polarização dos FETs ......................................................................................................155 4.6 Circuito de polarização fixa .....................................................................................156 4.7 Circuito de polarização por divisor de tensão .........................................................165 Apresentação Caro(a) aluno(a), A eletrônica é um dos ramos da engenharia elétrica que compreende os circuitos constituídos por componentes elétricos e eletrônicos. Possui o objetivo geral de representação, captação, armazenamento e transmissão de informações, assim como o controle de processos. Neste sentido, temos como exemplos os circuitos internos dos computadores que possuem a função de armazenamento e proces- samento de informações; os sensores e transdutores, que possuem informações na forma de sinais elétricos; e, por fim, os sistemas de telecomunicações que, possuem a função de transmissão de informações. Com esses exemplos, acre- ditamos que você reconheça a importância dos conhecimentos de eletrônica na atuação profissional do engenheiro eletricista. Assim, organizamos este livro para orientá-lo em seus estudos acerca da temática exposta anteriormente. Ele consiste em quatro capítulos, cujo conteúdo programático está descrito a seguir: No primeiro capítulo, intitulado “Dispositivos semicondutores: diodo de junção e transistor bipolar de junção”, você iniciará seus estudos sobre importantes con- ceitos da eletrônica: diodo de junção e transistor. Verá as características gerais de uma junção PN, os conceitos de polarização direta e polarização reversa em um diodo de junção PN, a operação de um diodo a partir da análise de sua curva característica e da reta de carga de um circuito. Poderá compreender o funcio- namento do diodo quando aplicado a circuitos CC ou a circuitos CA, identificar as características construtivas de um transistor bipolar de junção e explicar a operação de um transistor bipolar de junção. O segundo capítulo, intitulado “Configurações, regiões de operação e circui- tos de polarização dc do transistor bipolar de junção”, dará continuidade aos VIII UNIUBE estudos aprofundando em às diversas configurações de transistores com suas características e distinções. No terceiro capítulo, intitulado “Circuitos de polarização DC do transistor bipolar de junção”, continuaremos em busca por um circuito de polarização que seja independente das variações em βCC. Neste sentido, você estudará o circuito de polarização por divisão de tensão e o circuito de polarização com realimentação de tensão, ambos pouco sensíveis às variações em βCC. No quarto capítulo, intitulado “Transistores de efeito de campo (FETs)”, você aprenderá como são construídos os transistores de efeito de campo, conhecidos mais comumente como FETs, e suas formas de utilização. Aprenderá também sobre os circuitos de segunda ordem, um pouco mais complexos que os de primeira ordem já vistos anteriormente, e que são de fundamental importância para nos dar uma base técnica e matemática para disciplinas futuras. Esperamos que os capítulos de estudos propostos o auxilie na construção de seus conhecimentos acadêmicos e profissionais. Bons estudos. Newton Gonçalves Garcia / Renata de Oliveira Introdução Iniciamos, aqui, parte fundamental da sua formação como professor de língua inglesa: a fonética. Porém, além de se dedicar ao estudo dessa importante faceta da língua, você deve se preparar para ensiná-la ao seu grupo de alunos. Você que já iniciou ou inicia agora seus estudos da língua inglesa certamente já teve dificuldades com a pronúncia desse idioma. Isso é algo esperado de ocorrer já que se trata de um idioma com origens na língua anglo-saxã, portanto, com características distintas de nosso idioma de origem latina. Apesar desse aspecto, por meio do estudo da fonética, é possível con- seguir uma pronúncia inteligível aos falantes nativos e não nativos do idioma, como frisa Underhill (200?, p.92) em: The aim of pronunciation teaching can no longer be to get stu- dents to sound [...] like native speakers, or more like the teacher […]. The primary aim must be to help learners to communicate successfully when they listen or speak in English, often with other non-native speakers. O objetivo do ensino da pronúncia não pode ser mais fazer com que os alunos soem como falantes nativos ou como seu professor. O obje- tivo primário deve ser ajudar os aprendizes a se comunicar com Fonética: a sonoridade da língua inglesa Capítulo 1 Dispositivos semicondutores: diodo de junção e transistor bipolar de junção Capítulo 1 Virgílio de Melo Langoni Introdução No século passado, pôde -se observar a imensa evolução ocorrida na física dos semicondutores. A “era do silício”, por alguns assim denomi- nada, proporcionou o surgimento de vários equipamentos e aparelhos eletrônicos como, por exemplo, os osciloscópios digitais e os celulares, sem esquecer, é claro, os computadores pessoais. O uso dos chamados dispositivos de estado sólido e a miniaturização dos componentes em pastilhas, chamados de circuitos integrados (CIs), dá a ideia de que não há limites para a eletrônica. Dois desses dispositivos de estado sólido merecem destaque, pois representam a base de toda a eletrônica hoje conhecida. São eles: o diodo de junção PN e o transistor bipolar de junção (TBJ). Neste capítulo, propõe -se o estudo desses dois dispositivos. O diodo é o dispositivo em estado sólido mais simples que existe e o seu uso é bastante amplo. Suas aplicações são as mais variadas como, por exemplo, em retificadores não controlados ou parcialmente controlados, conversores dc -dc, diodo de roda livre (elemento que fornece caminho para dissipação de energia) e várias outros. Existem hoje vários tipos de diodos no mercado, cada qual com suas características particulares de aplicação e funcionamento. No entanto, o estudo do diodo de junção irá proporcionar a base, caso seja necessário para estudar qualquer outro tipo de diodo. 2 UNIUBE Outro componente semicondutor de grande importância no estudo da eletrônica é o transistor bipolar de junção. Esse componente, inicial- mente concebido para ser o substituto das válvulas como elemento amplificador, ganhou outras aplicações como, por exemplo, o seu uso como chave de estado sólido. Após a sua invenção, vários outros tipos de transistores foram desenvolvidos, mas sua simplicidade tanto no que diz respeito à construção quanto à operação, faz do transistor bipolar de junção um estudo básico de transistores. Objetivos Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto(a) a: • explicar as características gerais de uma junção PN; • aplicaros conceitos de polarização direta e polarização reversa em um diodo de junção PN; • explicar a operação de um diodo a partir da análise de sua curva característica e da reta de carga de um circuito; • explicar o funcionamento do diodo quando aplicado a circuitos CC ou a circuitos CA; • apontar as características construtivas de um transistor bipolar de junção; • explicar a operação de um transistor bipolar de junção. Esquema Diodos de junção: características gerais 1.1 Construção e operação do diodo de junção 1.1.1 Materiais extrínsecos dos tipo P e N 1.1.2 O diodo semicondutor 1.1.3 Equação de um diodo 1.1.4 Efeitos da temperatura UNIUBE 3 1.2 Valores de resistência 1.2.1 Resistência CC ou estática 1.2.2 Resistência CA ou dinâmica 1.2.3 Resistência CA média 1.3 Circuitos equivalentes do diodo 1.3.1 Circuito equivalente linear por partes 1.3.2 Circuito equivalente simplificado 1.3.3 Circuito equivalente ideal 1.4 Diodo zener e diodo emissor de luz (LED) 1.4.1 Diodo zener 1.4.2 Diodo emissor de luz (LED) Aplicações do diodo de junção 1.5 Análise por reta de carga 1.6 Configurações em série, em paralelo e em série -paralelo de diodos com alimentação CC 1.7 Retificadores monofásicos com carga resistiva 1.7.1 Transformadores 1.7.2 Retificador monofásico de meia onda 1.7.3 Retificadores monofásicos de onda completa 1.7.3.1 Retificador monofásico de onda completa em ponte 1.7.3.2 Retificador monofásico de onda completa usando transformador com derivação central 1.8 Uso do filtro capacitivo em retificadores 1.9 Exemplos do uso de diodos zener em circuitos CC 1.9.1 Circuito com Vi e RL fixos 1.9.2 Circuito com Vi fixo e RL variável 1.9.3 Circuito com Vi variável e RL fixo Transistor bipolar de junção (TBJ) 1.10 Construção do transistor bipolar de junção 1.11 Operação do transistor bipolar de junção 4 UNIUBE Diodos de junção: características gerais Antes de estudar as aplicações dos diodos de junção, é importante compre- endermos alguns aspectos básicos quanto à construção e operação desses dispositivos. Isso facilitará a compreensão da funcionalidade de um diodo em um circuito. 1.1 Construção e operação do diodo de junção Como já citado anteriormente, o diodo é o dispositivo semicondutor mais simples que existe e isso se deve tanto às suas características construtivas quanto às suas características operacionais. Neste ponto, será feita uma breve revisão dos conceitos relacionados à física dos semicondutores. 1.1.1 Materiais extrínsecos dos tipos P e N Segundo Boylestad (2004, p. 3), “um semicondutor é, portanto, o material que tem um nível de condutividade entre os extremos de um isolante e de um condutor”. Pela descrição dada, os semicondutores apresentam características interme- diárias entre os isolantes e os condutores, sendo utilizados em benefício da eletrônica. No entanto, os materiais semicondutores não são utilizados da forma como são encontrados na natureza; precisam, antes, passar por processos industriais de purificação até que possam ser “transformados” em dispositivos eletrônicos como o diodo, por exemplo. Após o processo de purificação, os materiais semicondutores recebem a denominação de materiais intrínsecos. Na tabela periódica, pode -se observar que existem, na natureza, sete elementos semicondutores. Contudo, dois desses elementos merecem destaque pelo seu uso em dispositivos eletrônicos: o germânio e o silício. Quando comparados, o silício possui uma utilização mais ampla que o germânio, em virtude de os dispositivos de silício suportarem correntes maiores e também por operarem a temperaturas superiores às do germânio. Dessa forma, este estudo tomará o silício como elemento semicondutor padrão, salvo indicação contrária. UNIUBE 5 As características apresentadas pelos materiais semicondutores são de grande interesse na eletrônica. No entanto, para que tais características possam ser utilizadas, os materiais semicondutores precisam passar antes por um processo denominado dopagem, por meio do qual impurezas são adicionadas à rede cristalina dos materiais intrínsecos. Considerando que o silício possui em sua última camada de valência 4 elétrons, ou seja, o silício é um elemento tetravalente, podemos ter duas situações em relação à dopagem: 1. um elemento trivalente é adicionado à rede cristalina do silício, que através de uma ligação covalente com o átomo trivalente ficará com 7 elétrons e uma lacuna em sua última camada; 2. um elemento pentavalente é adicionado à rede cristalina do silício, que através de uma ligação covalente com o átomo pentavalente ficará com a sua última camada completa (8 elétrons). Para a primeira situação, a lacuna dará à rede uma característica positiva, de- vido à ausência de uma carga negativa, e irá aceitar um elétron livre. Por esse motivo, as impurezas trivalentes são chamadas de átomos aceitadores. Após o processo de dopagem do semicondutor com uma impureza aceitadora, o material passa a ser chamado de material tipo P. Devido à sua característica positiva. A Figura 1, a seguir, ilustra o material do tipo P. Figura 1: Material do tipo P. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Na segunda situação, o elétron excedente do processo de dopagem do semi- condutor com uma impureza pentavalente está fracamente ligado ao seu átomo 6 UNIUBE e possui certa mobilidade dentro da rede cristalina. Como há um excesso de elétrons, a rede terá uma característica negativa, daí o material passar a ser chamado de material tipo N. Como o átomo pentavalente cedeu um átomo à rede, tal átomo é chamado de doador. A Figura 2, a seguir, ilustra o material do tipo N. Figura 2: Material do tipo N. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Após o processo de dopagem, seja com átomos aceitadores ou com átomos doadores, o material passa a ter a denominação de extrínseco. Para o material do tipo P, como há um excesso de cargas positivas, diz -se que os portadores majoritários são as lacunas e os portadores minoritários são os elétrons. Já para o material do tipo N, há um excesso de elétrons e, portanto, os portadores majoritários são os elétrons e os portadores minoritários são as lacunas. 1.1.2 O diodo semicondutor O diodo semicondutor é formado pela união dos dois materiais extrínsecos apresentados, um do tipo P e o outro do tipo N, formados em uma mesma base, seja de silício ou de germânio. Uma vez que o diodo tenha sido construído, tem -se acesso aos materiais se- micondutores por meio de terminais externos que são ligados aos materiais extrínsecos. O comportamento do diodo, a partir de agora, será decorrente de como uma fonte de tensão externa será ligada a ele. Esse processo ganha o nome de polarização, sendo possíveis para o diodo três situações: 1. na primeira situação, nenhuma fonte externa é aplicada ao diodo, ou seja, o diodo está sem polarização. Nesse caso, em torno da junção, formar -se -á UNIUBE 7 uma região denominada de região de depleção, região esta formada pela combinação de elétrons e lacunas. O uso da palavra depleção é justificado, uma vez que faltam portadores livres próximos à região da junção. A Figura 3, a seguir, ilustra a condição de um diodo sem polarização; Região de depleção Figura 3: Diodo sem polarização externa. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). 2. na segunda situação, uma fonte externa é ligada ao diodo com o terminal positivo da fonte ligado ao material do tipo P e o terminal negativo ligado ao material do tipo N. Nessa condição, chamada de polarização direta, as lacunas no material P serão repelidas em direção à região de depleção, acontecendo o mesmo com os elétrons no material N. No lado P, as lacunas irão se recombinar com os íons negativos e, no lado N, os elétrons irão se recombinar com os íons positivos. Esse processo de recombinação em am- bos os lados fará com que a região de depleção diminua, permitindo que o fluxo de portadores majoritários aumente. Assim que a região de depleção diminui, as lacunas repelidas pelopotencial positivo ligado ao material P serão fortemente atraídas pelo potencial negativo ligado ao material N. O mesmo acontece com os elétrons no material N, que serão fortemente atraídos pelo potencial positivo no material P. Na medida em que a tensão de polarização aumenta, o fluxo de portadores majoritários aumenta de forma exponencial. Vale ressaltar que há um fluxo de cargas, contrário ao fluxo dos portadores majoritários, formado pelos porta- dores minoritários. Normalmente, esse fluxo é constante; e, para dispositivos 8 UNIUBE semicondutores de baixa potência, não supera os microampères. A esse fluxo de portadores minoritários, dá -se o nome de corrente de saturação reversa (IS). O fluxo resultante (ID) é a diferença entre o fluxo de portadores majoritários e o fluxo de portadores minoritários. A Figura 4 ilustra a situação de polarização direta; Região de depleção diminuída Figura 4: Diodo com polarização direta. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). 3. por fim, a última situação é o inverso da polarização direta, ou seja, é uma polarização reversa – ou inversa. Nesse caso, o terminal positivo da fonte estará ligado ao material do tipo N e o terminal negativo ligado ao material do tipo P. No material N, os elétrons serão atraídos para o terminal positivo da fonte, ocorrendo o mesmo com as lacunas no material P, atraídas pelo terminal negativo da fonte. O resultado será que, em cada material, haverá um aumento no número de íons não combinados próximos à região de de- pleção, fazendo com que a largura dessa região cresça, impedindo, assim, o fluxo de portadores majoritários. A Figura 5, a seguir, ilustra a situação de polarização reversa. UNIUBE 9 Região de depleção aumentada Figura 5: Diodo com polarização reversa. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Vale lembrar que na situação de polarização reversa ainda existirá um pequeno fluxo de portadores que conseguirão passar pela região de depleção, agora, ampliada. Esse fluxo é formado pelos portadores minoritários e é o mesmo fluxo citado na situação de polarização direta, sendo de pequena amplitude – alguns microampères, para dispositivos de baixa potência – podendo chegar a miliam- pères para dispositivos de alta potência. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 1 a) Quais os tipos de materiais extrínsecos que formam um diodo e quais são os seus portadores majoritários e minoritários? b) Explique como um diodo pode ser polarizado reversamente e qual a dinâmica das cargas nessa situação. c) Explique como um diodo pode ser polarizado diretamente e qual a dinâmica das cargas nessa situação. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 1 a) Quais os tipos de materiais extrínsecos que formam um diodo e quais são os seus portadores majoritários e minoritários? b) Explique como um diodo pode ser polarizado reversamente e qual a dinâmica das cargas nessa situação. c) Explique como um diodo pode ser polarizado diretamente e qual a dinâmica das cargas nessa situação. 10 UNIUBE 1.1.3 Equação de um diodo A equação que descreve as características de um diodo, tanto na condição de polarização direta quanto na condição de polarização reversa, é: 1 D K k V T D SI I e ⋅ = ⋅ − Equação I Em que: • ID é a corrente no diodo; • IS é a corrente de saturação reversa; • k é uma função do coeficiente de emissão (h) e vale 11600 h , com 1 2h≤ ≤ ; • TK é a temperatura em Kelvin (TK = TºC + 273º). O gráfico da Figura 6, a seguir, ilustra a equação I: Figura 6: Curva característica de um diodo de silício. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004, p. 12). UNIUBE 11 O diodo possui duas regiões de operação: a região de polarização direta e a região de polarização reversa. Na região de polarização direta pode ser observado que a curva característica cresce exponencialmente após atingir a região denominada de joelho da curva. Observe atentamente, que mesmo antes da tensão de joelho (aproximadamente 0,7V para diodos de silício e 0,3V para diodos de germânio) há corrente direta pelo diodo e que esta corrente cresce rapidamente após este valor de tensão. Na região de polarização reversa é observado, como citado anteriormente, que há uma pequena corrente que circula pelo diodo, denominada de corrente de saturação reversa. Essa corrente se mantém praticamente constante, à medida que a tensão reversa no diodo cresce. O diodo irá suportar uma tensão reversa até o ponto em que haverá uma diferença de potencial tão grande sobre ele que fará com que um processo denominado de avalanche ocorra. O processo de avalanche fará com que a corrente reversa cresça, mais rapidamente do que na polarização direta, o que irá danificar o dispositivo. A região onde o processo de avalanche ocorre é denominada de região de ruptura reversa ou região zener. 1.1.4 Efeitos da temperatura A seção anterior tratou da equação do diodo, que define as características nas condições de polarização direta e reversa. Essas características podem ser mo- dificadas pela variação da temperatura à qual o diodo é submetido. Por exemplo, segundo Boylestad (2004, p. 12), “a corrente de saturação reversa IS terá sua amplitude praticamente dobrada para cada aumento de 10ºC na temperatura.” O gráfico da Figura 7, a seguir, ilustra as variações que podem ocorrer nas curvas características dos diodos de silício e de germânio, quando há variação na temperatura. 12 UNIUBE Figura 7: Efeitos da temperatura na curva característica do diodo. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004, p. 12). Como pôde ser observado no gráfico, um aumento na temperatura irá causar um adiantamento na condução direta do diodo, ou seja, o diodo irá entrar em condu- ção a uma temperatura menor. Na polarização reversa, o que pode ser observado é que um aumento na temperatura fará com que o diodo conduza uma corrente reversa maior e atingirá a região de ruptura a uma tensão maior. Os efeitos con- trários podem ser observados quando há uma diminuição na temperatura. IMPORTANTE! Lembre -se de que o diodo é formado a partir de materiais semicondutores e que estes possuem coeficiente de temperatura positivo, ainda que os efeitos observados sejam com referência na curva característica na temperatura ambiente. 1.2 Valores de resistência Normalmente, o diodo é submetido a um de dois tipos de tensão: tensão CC ou tensão CA. Uma vez que a característica do diodo em condução direta é não linear (exponencial), à medida que o ponto de operação do diodo se move sobre IMPORTANTE! Lembre -se de que o diodo é formado a partir de materiais semicondutores e que estes possuem coeficiente de temperatura positivo, ainda que os efeitos observados sejam com referência na curva característica na temperatura ambiente. UNIUBE 13 a curva característica, a sua resistência irá variar. A variação no tempo do sinal aplicado ao diodo irá definir a variação do ponto de operação. Serão definidos três níveis de resistência para o diodo ao longo deste tópico: a resistência CC ou estática, a resistência CA ou dinâmica e a resistência CA média. Veja -os, a seguir. 1.2.1 Resistência CC ou estática A resistência CC ou estática é a resistência apresentada por um diodo quando este é submetido a uma tensão contínua VD, ou seja, cujo valor não se altera com o tempo. Uma vez que a tensão aplicada não varia com o tempo, o ponto de operação do diodo também não irá variar e, portanto, a resistência apresen- tada terá valor fixo. A tensão aplicada irá estabelecer uma corrente ID pelo diodo, corrente esta que também terá um valor fixo. Dessa forma, pode -se determinar o valor da resistência estática RD da seguinte forma: D D D VR I = A representação da curva característica, com o respectivo ponto de operação, pode ser observada na Figura 8, a seguir. Figura 8: Ponto de operação fixo sobre a curva determinando uma resistência estática. Fonte: Boylestad (2004, p. 15). 14 UNIUBEExemplo 1 Dado o gráfico da Figura 9, determine o valor de RD para os seguintes valores de VD. Figura 9: Resistência estática. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Resoluções a) VD = 0,5V Pelo gráfico, para uma tensão de 0,5V tem -se uma corrente de, aproximada- mente, 5mA, ou pouco acima de 5mA (≈5,5mA). Assim, tem ‑se: 0,5 91 5,5D VR mA = @ W b) VD = 0,8V Pelo gráfico, para uma tensão de 0,8V tem -se uma corrente de 40mA. Assim, tem -se: 0,8 20 40D VR mA = = W c) VD = -10V UNIUBE 15 Pelo gráfico, para uma tensão de -10V (onde o sinal negativo indica apenas polarização reversa) tem -se uma corrente de -1mA (onde o sinal negativo indica apenas corrente reversa). Assim, tem -se: 10 10 1D VR M Am − = = W − Observe que na polarização direta, à medida que a tensão de polarização cresce, a corrente aumenta e a resistência diminui, ambas de forma rápida. Já na polarização reversa, a resistência aumenta substancialmente. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 2 Com base no gráfico da figura 7, determine a resistência CC para uma tensão de 0,7V para as curvas características a 25ºC e a 100ºC. Faça o mesmo para VD = -30V. 1.2.2 Resistência CA ou dinâmica Ao contrário da resistência estática, quando um sinal de tensão alternado é aplicado ao diodo, haverá uma variação na amplitude da tensão aplicada e, portanto, uma variação da corrente que irá percorrer o diodo. Uma vez que há tanto variação de tensão quanto variação de corrente, a resistência será dinâmica e dependerá da variação das grandezas tensão e corrente. Observe a parte da curva característica mostrada na Figura 10, a seguir. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 2 Com base no gráfico da figura 7, determine a resistência CC para uma tensão de 0,7V para as curvas características a 25ºC e a 100ºC. Faça o mesmo para VD = -30V. 16 UNIUBE Ponto Q Característica do diodo Linha tangente Ponto Q (Operação cc) ∆Vd Figura 10: Características da resistência CA ou dinâmica. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004, p. 15). As variações que ocorrem na tensão e na corrente são finitas, por isso o uso do símbolo ∆ junto às grandezas. Observe que a variação da tensão é de baixa amplitude, tal que é possível traçar uma reta tangente ao ponto de operação Q (definido por um valor CC). Assim, pode -se determinar o valor da resistência CA (rd), como sendo: d d d Vr I ∆ = ∆ Exemplo 2 Considerando a curva característica da figura 7, para T = 25ºC, calcule a re- sistência CA do diodo para um ponto Q, situado em ID = 10mA, determinado em operação CC. Considere uma amplitude de 2mA, para cima e para baixo, escolhida de forma conveniente. Resolução Com base no gráfico, tem -se uma variação de tensão de, aproximadamente, 1,4V – 1,2V = 0,2V, e uma variação de corrente de 12mA – 8mA = 4mA, resultando em: 0, 2 50 4d Vr mA = = W UNIUBE 17 A resistência dinâmica foi determinada graficamente. Contudo, uma boa aproxima- ção para a resistência dinâmica é obtida a partir da equação do diodo. A equação I pode ser derivada em relação a VD e, após algumas operações básicas do cálculo diferencial e algumas considerações, a equação, a seguir, é determinada. , 26 d D Si Ge mVr I = A equação descrita é precisa somente na região de aumento vertical da curva característica do diodo e também foi calculada considerando a temperatura ambiente (25ºC). Não foram consideradas nem a resistência do material se- micondutor nem a resistência que há entre os contatos metálicos e o material semicondutor, ou seja, somente a resistência da junção foi considerada. Para uma resposta completa, deve -se acrescentar o que é denominada de resistên- cia de corpo (rB). 1.2.3 Resistência CA média O conceito da resistência CA média (rAV) é semelhante ao da resistência dinâ- mica, com a diferença de que a amplitude do sinal de tensão aplicado ao diodo agora é grande. Observe o gráfico da Figura 11 mostrado, a seguir. 20 15 10 5 0 ∆Vd 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 VD (V) ∆Id ID(mA) Figura 11: Exemplo de resistência CA média. Observe a variação ponto a ponto da corrente. Fonte: Boylestad (2004, p. 17). 18 UNIUBE Observe que, agora, tem -se uma variação maior da tensão, o que proporciona uma variação ainda maior da corrente, denominada de variação ponto a ponto. Uma de suas características é que não é possível traçar uma reta tangente de- vido à grande variação sofrida pela corrente. A resistência CA média pode ser calculada da seguinte forma: ponto a ponto d AV d Vr I ∆ = ∆ Para a figura 11, tem -se: 0,725 0,65 0,075 0,075 5 17 2 15 15 D AV D V V Vr I mA mA mA mA = − = → = = W= − = Nota: exemplo retirado de Boylestad (2004, p. 18). 1.3 Circuitos equivalentes do diodo Segundo Boylestad (2004, p. 18), “um circuito equivalente é uma combinação de elementos corretamente selecionados para melhor representar as características reais de um dispositivo, um sistema ou uma região específica de operação”. Dessa forma, pode -se afirmar que o circuito equivalente de um diodo irá pro- porcionar uma melhor compreensão de seu funcionamento em um circuito, facilitando o emprego de técnicas tradicionais de análise de circuitos. Deve -se ressaltar que, devido ao uso de circuitos equivalentes, a resposta obtida a par- tir de técnicas de análise de circuitos será uma resposta aproximada, que irá depender do circuito onde o dispositivo estiver inserido. 1.3.1 Circuito equivalente linear por partes O circuito equivalente linear por partes se propõe a aproximar a curva caracte- rística do diodo a partir do uso de segmentos de reta, daí seu nome, linear por partes. Esse circuito equivalente é uma primeira aproximação para o funciona- mento do dispositivo. Observe a Figura 12, a seguir. UNIUBE 19 Figura 12: Circuito equivalente linear por partes. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). As letras A e K representam, respectivamente, ânodo (P) e cátodo (N). Observe que pelo circuito equivalente linear por partes, o diodo é representado por uma fonte VT, contrária à polarização VD aplicada, representando a queda direta no diodo, uma resistência rAV responsável pela inclinação na curva do diodo e pelo símbolo do diodo ideal, indicando o sentido único de condução. Os três elementos citados foram corretamente selecionados e dispostos de modo a representar o funcionamento do diodo. Tenha em mente que se trata apenas de uma representação simbólica do dispositivo com o objetivo de análise, e não uma substituição real do dispositivo em um circuito. 1.3.2 Circuito equivalente simplificado Na maioria dos circuitos onde o diodo será empregado, a resistência média da junção do diodo será muito menor do que a resistência apresentada pelo restante do circuito, ou seja, pode -se, com uma boa precisão, desprezar a resistência média do diodo nos cálculos do circuito. Assim, a representação do diodo pelo seu circuito equivalente simplificado fica, segundo ilustrado na Figura 13 a seguir. 20 UNIUBE Figura 13: Circuito equivalente simplificado. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Observe que a curva característica, agora, é ilustrada como tendo rAV = 0W e, ainda, que, ao atingir a tensão VT, o diodo irá conduzir instantaneamente. Esse circuito equivalente é o mais utilizado nas análises de circuitos elétricos envol- vendo diodos. 1.3.3 Circuito equivalente ideal Por meio de uma análise semelhante à realizada com rAV, a queda de tensão apresentada pelo diodo na polarização direta também pode ser desprezada em aplicações em que as tensões envolvidas no circuito onde o diodo está inserido são muito maiores do que a queda de tensão direta VT. Dessa forma, assim que o diodo for polarizado diretamente, a condução de corrente será instantânea. A Figura 14, a seguir, ilustra o circuito equivalente ideal. UNIUBE 21 Figura 14: Circuito equivalente ideal. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). AGORA É ASUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 3 Explique quais as aproximações realizadas no circuito equivalente linear por partes, para se chegar ao circuito equivalente ideal. 1.4 Diodo zener e diodo emissor de luz (LED) Existem vários tipos de diodos utilizados nas mais diversas aplicações. Con- tudo, dois desses diodos merecem destaque na eletrônica: o diodo zener e o diodo emissor de luz (LED – do inglês Light ‑Emitting Diode). 1.4.1 Diodo zener Quando estudamos a curva característica do diodo, mencionamos que ao au- mentar o nível de tensão reversa aplicada ao diodo até certo ponto, uma corrente reversa muito alta surgiria no diodo, na direção contrária à da polarização direta. Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 3 Explique quais as aproximações realizadas no circuito equivalente linear por partes, para se chegar ao circuito equivalente ideal. 22 UNIUBE Por meio de uma manipulação (no caso, um aumento) no nível de dopagem dos materiais extrínsecos é possível fazer com que a curva da corrente reversa se aproxime do eixo vertical. A tensão, na qual a alta corrente reversa flui, é chamada de tensão zener e a região da curva onde o diodo passa a trabalhar é denominada de região zener. Dessa forma, os diodos do tipo zener são es- pecialmente projetados para trabalharem reversamente polarizados na região de ruptura (zener). Quando diretamente polarizados, o seu comportamento é idêntico ao de um diodo comum. A Figura 15, a seguir, ilustra a região de operação do diodo zener, assim como mostra o seu símbolo elétrico com polarização conveniente. Figura 15: Região zener e símbolo elétrico do diodo zener. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). A máxima corrente reversa suportada por um diodo zener deverá ser calculada com base na informação fornecida pelo fabricante sobre a máxima potência (PZM) que o zener poderá dissipar. Caso a corrente máxima (IZM) seja excedida, o zener poderá ser danificado permanentemente. Como pode ser observado pelo gráfico, como a curva da corrente reversa é praticamente paralela ao eixo vertical, significa que mesmo que a corrente pelo zener aumente, a tensão VZ será mantida constante. UNIUBE 23 1.4.2 Diodo emissor de luz (LED) Como explicado no início do estudo sobre diodos, ao longo de todo o material semicondutor, elétrons e lacunas estão constantemente recombinando -se, principalmente próximo à junção. Quando um elétron se recombina com uma lacuna, a energia que estava armazenada naquele elétron é liberada sob duas formas: na forma de calor e na forma de luz (fóton). Em materiais como o silício e o germânio, a principal forma como a energia é liberada é o calor, sendo a liberação de luz praticamente inexistente. Contudo, existem materiais cuja emissão de luz é bastante significante, sendo esta pro- priedade utilizada na fabricação de componentes sinalizadores. O LED é um exemplo desses componentes e seu uso é bastante difundido como, por exemplo, em televisores, monitores de computador, faróis de alguns carros (LEDs de alto brilho) e vários outros. A Figura 16, a seguir, ilustra o símbolo elétrico, assim como a polarização de um LED. Figura 16: Símbolo elétrico do LED e polarização direta. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Para que um LED emita luz, ele precisa ser polarizado diretamente, sendo que a corrente que irá percorrer o componente deverá ser limitada a um valor conve- niente, normalmente pela utilização de um resistor ligado em série com o LED. Aplicações do diodo de junção As características construtivas e operacionais do diodo foram apresentadas na primeira parte deste estudo e servirão de base para as análises que seguirão. 24 UNIUBE O diodo basicamente funciona como uma chave semicondutora que não pode ser controlada, ou seja, quando está polarizado diretamente é uma chave fechada e quando está reversamente polarizado, uma chave aberta. As afirmações feitas quanto à semelhança do diodo com uma chave são verdadeiras considerando o circuito equivalente ideal do diodo. A Figura 17, a seguir, ilustra as situações de chave fechada e chave aberta, respectivamente. Figura 17: Comparação do diodo operando como chave. Fonte: Boylestad (2004, p. 2). Antes de analisarmos algumas aplicações do diodo, faremos uma análise do ponto de operação do diodo em um circuito relativo à carga do circuito. Essa análise é denominada de análise por reta de carga. 1.5 Análise por reta de carga A operação de um diodo em um circuito é influenciada pela carga aplicada ao circuito, ou seja, o ponto de operação do diodo (leia -se coordenadas e Q QD D I V ) é alterado se a carga for alterada. Observe o circuito da Figura 18, a seguir. Figura 18: Circuito básico para análise por reta de carga. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). UNIUBE 25 A corrente ID que passa pelo diodo é a mesma que passa pela carga R. Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha, tem -se: 0D R D DE V V E V I R− − = → = + ⋅ Como para se traçar uma reta são necessários dois pontos, podemos adotar um ponto sobre o eixo de VD (ID = 0A) e outro sobre o eixo de ID (VD = 0V), ou seja: D 0 D 0 Para I 0 , tem-se: 0 Para V 0 , tem-se: 0 D D D D I A D D V V A E V R V E EV E I R I R = = = = + ⋅ → = = = + ⋅ → = Traçando a reta encontrada no mesmo gráfico da curva característica do diodo, tem -se o resultado ilustrado na Figura 19, a seguir. Figura 19: Reta de carga e ponto de operação. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004, p. 41). Pelo gráfico, pode -se observar que o ponto que marca a intersecção entre a reta de carga do circuito e a curva característica do diodo é justamente o ponto de operação (ponto Q) do diodo. Com o auxílio do gráfico, determinam -se os valores de ID e VD. O índice Q colocado junto às coordenadas do ponto de operação é justamente para indicar que os valores são relativos ao ponto Q. 26 UNIUBE Uma vez que para VD = 0V a corrente vale E/R, se o valor da carga do circuito for alterado, o ponto sobre o eixo de ID também será alterado, alterando conse- quentemente o ponto Q. Exemplo 3 Dado o circuito da Figura 20 e o gráfico da Figura 21, a seguir, determine os valores de , e Q QD D R V I V . Figura 20: Exemplo de análise por reta de carga. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Figura 21: Curva característica do diodo. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Resolução Primeiramente, serão determinados os dois pontos extremos da reta de carga. 1212 5 2,4D D D D EV E V V e I I mA R k = → = = → = = UNIUBE 27 Em segundo, a reta de carga é traçada, definindo o ponto Q na intersecção com a curva característica, permitindo que as leituras de e Q QD D I V , no gráfico, sejam realizadas. A Figura 22, a seguir, ilustra o procedimento descrito. Figura 22: Determinação do ponto Q, graficamente. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Assim, a corrente, tanto no diodo quanto na carga, vale, aproximadamente, 4,6mA. A tensão na carga vale: 12 0,9 11,1 4,6 2,4 11,04 QR D R V E V V ou V m k V= − = − = @ ⋅ = AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 4 Refaça o exemplo 3, agora, considerando que a carga dobrou, ou seja, é R = 4,8kW. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 4 Refaça o exemplo 3, agora, considerando que a carga dobrou, ou seja, é R = 4,8kW. 28 UNIUBE 1.6 Configurações em série, em paralelo e em série ‑paralelo de diodos com alimentação CC Para as análises seguintes, será utilizado o circuito equivalente simplificado do diodo, ou seja, tomando como base o diodo de silício, se diretamente polarizado com uma tensão de, pelo menos, 0,7V, o diodo entra imediatamente em con- dução e, se reversamente polarizado, o diodo opera como um circuito aberto. Como já mencionado, para que um diodo entre em condução direta é necessário que a tensão aplicada ao ânodo seja mais positiva do que a tensão aplicada ao cátodo. Nos circuitos em corrente contínua, emgeral, o diodo estará diretamente polarizado se o sentido de circulação da corrente convencional no circuito coin- cidir com a seta do símbolo do diodo. Exemplo 4 Determine o valor da corrente ID e da tensão VR no circuito da Figura 20. Con- sidere o diodo como sendo de silício. Resolução Como VD = 0,7V, tem -se: 12 0,712 0,7 2,4 4,71 2,4 12 0,7 11,3 4,71 2,4 11,3 D D D D R D R D D R D E V I R I k I mA k V E V V V E V I R V I R m k V − = + ⋅ → = + ⋅ → = @ = − = − = = − = ⋅ → = ⋅ = ⋅ @ Caso o diodo esteja invertido em relação ao sentido de circulação da corrente estabelecida pela fonte, configura-se uma situação de polarização reversa e o diodo irá operar como um circuito aberto. Para o caso de uma configuração série, como não há corrente circulando pelo circuito não haverá queda de tensão na carga e toda a tensão da fonte estará aplicada nos terminais do diodo. UNIUBE 29 Para configurações nas quais um diodo está ligado em paralelo com outro(s) diodo(s), ocorrerá uma divisão da corrente entre os diodos ligados em paralelo. Observe o exemplo 5, da Figura 23, a seguir. Exemplo 5 Determine o valor da tensão VO e das correntes ID1, ID2, I1 e I2 no circuito, a seguir. Figura 23: Exemplo de configuração em paralelo de diodos. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Resolução Uma vez que o diodo esteja diretamente polarizado, a tensão sobre ele será de 0,7V e, uma vez que VO é a tensão sobre o resistor R2, que está em paralelo com os diodos D1 e D2, VO também será igual a 0,7V. Assim, a corrente I2 pode ser calculada como segue: 2 2 0,7 0,7 700 1 OVI mA ou A R k m= = = Pelo circuito, vê -se que I1 é a corrente total do circuito e vale: 1 1 12 0,7 41,85 270 DE VI mA R − − = = = Uma vez que foi indicado que D1 e D2 são ambos de silício, será assumido que ID1 e ID2 serão iguais. Portanto: 1 2 41,85 0,7 20,57 2D D m mI I mA−= = @ 30 UNIUBE IMPORTANTE! Deve ficar claro que a suposição de que ID1 e ID2 são iguais é um caso ideal, visto que apenas diodos com curvas características idênticas terão a mesma corrente quando ligados em paralelo. Caso contrário, aquele diodo que possuir uma tensão de pola- rização direta menor irá conduzir uma corrente maior, fato comprovado através da análise da curva característica do diodo. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 5 Dado o circuito da Figura 24, a seguir, determine o valor de I e o valor de VO. Para a análise dos diodos, utilize o circuito equivalente simplificado. Figura 24: Diodos ligados em paralelo. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). IMPORTANTE! Deve ficar claro que a suposição de que ID1 e ID2 são iguais é um caso ideal, visto que apenas diodos com curvas características idênticas terão a mesma corrente quando ligados em paralelo. Caso contrário, aquele diodo que possuir uma tensão de pola- rização direta menor irá conduzir uma corrente maior, fato comprovado através da análise da curva característica do diodo. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 5 Dado o circuito da Figura 24, a seguir, determine o valor de I e o valor de VO. Para a análise dos diodos, utilize o circuito equivalente simplificado. Figura 24: Diodos ligados em paralelo. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). UNIUBE 31 1.7 Retificadores monofásicos com carga resistiva A palavra retificar significa “tornar reto, alinhar” e é justamente esta a ideia dos circuitos retificadores que serão estudados. A maioria das cargas industriais e uma parte das cargas residenciais necessitam de corrente alternada (CA) para funcionarem. Contudo, em algumas aplicações, uma corrente contínua (CC) é requerida e, nesse caso, o retificador é parte cons- tituinte de uma fonte de alimentação CC. Uma vez que a alimentação de tensão, seja na indústria ou na residência, é feita em corrente alternada, a maneira mais simples de se obter a corrente contínua é fazer uma conversão CA -CC. O uso de diodos como elementos retificadores talvez seja a aplicação mais co- nhecida desses componentes. Retificadores que utilizam apenas diodos como elementos de retificação são conhecidos como retificadores não controlados. Existem outros tipos de retificadores como os controlados, que empregam chaves semicondutoras controladas e os retificadores semicontrolados, que misturam diodos e chaves semicondutoras controladas. Na indústria, a maioria das cargas alimentadas por retificadores terá caracterís- tica indutiva, ou seja, serão cargas RL. Neste estudo, serão consideradas apenas cargas resistivas em sistemas monofásicos, ficando o estudo com cargas RL e o sistema trifásico a cargo da eletrônica de potência. Nas análises que seguem, o diodo será considerado ideal, ou seja, quando diretamente polarizado não há queda de tensão e reversamente polarizador, funciona como uma chave aberta, bloqueando totalmente a corrente reversa. Antes do estudo dos circuitos retificadores, será realizada uma breve explanação sobre transformadores. 1.7.1 Transformadores Os transformadores são elementos utilizados para adequar o nível de uma alimentação CA condizente com o nível desejado em um determinado circuito. Se tomado como referência o valor eficaz de uma tensão, sabe -se que esse 32 UNIUBE valor fornecido pela rede elétrica é fixo e pode ser aumentado, diminuído ou mesmo mantido igual para ser utilizado em um projeto por meio do uso de um transformador. Observe a ilustração da Figura 25, a seguir. Figura 25: Exemplo de um transformador simples. Em que: • V1 e V2 são, respectivamente, a tensão eficaz no primário e a tensão eficaz no secundário; • N1 e N2 são, respectivamente, o número de espiras no primário e o número de espiras no secundário; • I1 e I2 são, respectivamente, a corrente no primário e a corrente no secundário; Os parâmetros descritos se relacionam como mostrado, a seguir. 1 1 2 2 2 1 V N I V N I = = Assim, pode -se ajustar o nível de tensão desejado na saída do transformador através da relação de espiras. Observe o seguinte exemplo: Exemplo 6 Qual a tensão no secundário de um transformador simples sabendo que a tensão no primário é de 127V e que a relação de espiras é de, aproximadamente, 10,6:1? Resolução Tem -se que: 1 2 2 2 üüüüü 12 2 1 10,6 V N V V V N V = → = → = @ UNIUBE 33 Outro tipo de transformador é o com derivação central, ou, com tap central. A Figura 26, a seguir, ilustra tal transformador. Figura 26: Transformador de derivação central. Observe que este transformador possui, em seu secundário, uma derivação no centro do enrolamento. Isso faz com que a saída no secundário tenha duas tensões possíveis: V2, tomada da derivação até uma das extremidades, ou 2×V2, tomada de extremidade a extremidade. Ainda com relação ao transformador com derivação central, quando no primário há o semiciclo positivo ou o semiciclo negativo, o mesmo semiciclo aparecerá no secundário, entre a derivação e as extremidades. Esse fato será importante quando da análise do retificador que utiliza este transformador. 1.7.2 Retificador monofásico de meia‑onda O retificador de meia-onda é assim chamado por ter como característica princi- pal o fato de que apenas um semiciclo é retificado, ou seja, apenas metade da onda senoidal será aproveitada e, ainda, por utilizar apenas um diodo em seu circuito. Se for realizada uma análise energética, será constatado que o retifi- cador de meia-onda despreza metade da energia carregada pelo sinal senoidal em um período de condução. A Figura 27, a seguir, ilustra um circuito retificador de meia-onda. 34 UNIUBE Figura 27: Circuito retificador de meia onda. Durante o semiciclo positivo do primário, uma onda de mesma polaridade será induzida no secundário do transformador, polarizando diretamente o diodo D. Assim, a tensão V2 será aplicada à carga RL durante metade do período de condução. No semiciclo negativo, o diodo D estará reversamente polarizado, operando como uma chave aberta e, portanto,não circulará corrente pela carga e a tensão VO será igual a zero durante a outra metade do período de condução. Toda essa operação está ilustrada na Figura 28 a seguir, que mostra as formas de onda da entrada (primário) e sobre a carga (VO). Figura 28: Formas de onda no primário e sobre a carga em um retificador de meia-onda. UNIUBE 35 As tensões Vm1 e Vm2 são, respectivamente, a tensão de pico no primário e a tensão de pico no secundário. O diodo foi considerado ideal, devendo ser des- contada a queda de tensão direta no diodo, caso seja desejado um resultado mais preciso. Como pode ser observado, há tensão na carga apenas metade do período de condução, contudo, a frequência do sinal retificado permanece inalterada com relação à frequência do sinal no primário. Com a retificação, o valor médio da tensão na carga se torna diferente de zero, o que pode ser demonstrado pelo cálculo do valor médio. Para o sinal de tensão retificado, o valor médio da ten- são fica igual a: 2 20,318avg m O m VV V π = = ⋅ Considerando o circuito equivalente simplificado do diodo de silício: ( ) ( )2 2 0,7 0,318 0,7 avg m O m V V V π − = = ⋅ − AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, as atividades indicadas a seguir. Atividade 6 Demonstre que o valor médio da tensão retificada em meia-onda vale 0,318×Vm2. Atividade 7 Com base no circuito da Figura 27, desenhe a forma de onda no diodo D para dois períodos do sinal no primário. Um dado importante para projeto é conhecer a tensão de pico inversa (PIV – Peak Inverse Voltage) do diodo que será empregada no circuito retificador. Esse dado informa a máxima tensão reversa que o diodo poderá ser submetido sem AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, as atividades indicadas a seguir. Atividade 6 Demonstre que o valor médio da tensão retificada em meia-onda vale 0,318×Vm2. Atividade 7 Com base no circuito da Figura 27, desenhe a forma de onda no diodo D para dois períodos do sinal no primário. 36 UNIUBE que atinja a região de ruptura reversa (região zener). O diodo retificador deverá ter uma PIV ≥ Vm2 para que não corra o risco de ser danificado. A relação entre a PIV e Vm2 pode ser deduzida aplicando -se a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha do secundário do transformador, considerando o diodo rever- samente polarizado. 1.7.3 Retificadores monofásicos de onda completa Os retificadores de onda completa, como o próprio nome sugere, utilizam os dois semiciclos do sinal alternado, o que em comparação com os retificadores de meia-onda, representa um ganho energético. Os retificadores de onda com- pleta possuem dois circuitos básicos: o retificador de onda completa em ponte e o retificador de onda completa usando transformador com derivação central. As diferenças básicas entre os dois circuitos retificadores de onda completa são a estrutura apresentada por cada um e o número de diodos empregados na retificação. 1.7.3.1 Retificador monofásico de onda completa em ponte A estrutura de um retificador de onda completa em ponte é apresentada na Figura 29, a seguir. Figura 29: Estrutura do retificador de onda completa em ponte. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Como pode ser observado, o retificador de onda completa em ponte tem em sua estrutura quatro diodos retificadores. Durante a operação de retificação, em UNIUBE 37 cada semiciclo, apenas dois diodos estarão diretamente polarizados enquanto os outros dois estarão reversamente polarizados. A seguir, a Figura 30 ilustra, respectivamente, o semiciclo positivo e o semiciclo negativo. Figura 30: Etapas de retificação em um retificador de onda completa em ponte. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Uma vez que para os dois semiciclos o sentido de circulação de corrente na carga é o mesmo, as formas de onda terão a mesma polaridade. A Figura 31 mostra a forma de onda no primário e na carga. Figura 31: Formas de onda para um retificador de onda completa em ponte. 38 UNIUBE O período da onda retificada é a metade do período do sinal no primário, portanto, a frequência do sinal retificado é o dobro da frequência da onda no primário. Outra observação importante é em relação à PIV. Pode ser observado na Figura 30 que cada diodo reversamente polarizado está em paralelo com a carga R, sendo esta submetida a uma tensão máxima Vm2. Portanto, assim como no caso do retificador de meia‑onda, a PIV do diodo deve ser: PIV ≥ Vm2. Uma vez que os dois semiciclos foram retificados, deduz -se que a tensão média do sinal retificado será o dobro daquela obtida para o retificador de meia-onda, ou seja: 2 2 2 0,636 avg m O m VV V π ⋅ = = ⋅ Não esquecendo que, caso seja necessário considerar a queda de tensão direta no diodo, deverão ser considerados dois diodos, ou seja: ( )20,636 1,4avgO mV V= ⋅ − AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 8 Demonstre que o valor médio da tensão retificada em onda completa vale 0,636×Vm2. 1.7.3.2 Retifi cador monofásico de onda completa usando transformador com derivação central O retificador de onda completa usando transformador com derivação central (ou tap central) está ilustrado na Figura 32, a seguir. Observe que em sua estrutura são utilizados apenas dois diodos e, para este exemplo, a relação de espirais do transformador é de 1:2. Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 8 Demonstre que o valor médio da tensão retificada em onda completa vale 0,636×Vm2. UNIUBE 39 Figura 32: Estrutura de um retificador de onda completa usando transformador com derivação central. Uma vez que o transformador possui a relação de espirais de 1:2, caso seja medida a tensão total no secundário, leria-se 2×V1. Se a medição fosse feita a partir da derivação até uma das extremidades, leria-se apenas V1. Na Figura 33, estão ilustradas as etapas de retificação. Figura 33: Etapas de retificação em um retificador de onda completa usando transformador com derivação central. Observe que o diodo que fica reversamente polarizado, ilustrado como um circuito aberto, ficará submetido a todo o potencial do secundário e, portanto, deverá ter uma PIV ≥ 2×Vm2. Para este exemplo, Vm2 = Vm1 devido à relação de transformação. A forma de onda retificada será a mesma do retificador de onda completa em ponte, possuindo ainda, o mesmo valor médio. 40 UNIUBE Exemplo 7 Um sinal de tensão alternada senoidal foi retificado em onda e apresenta como saída a onda ilustrada na Figura 34, a seguir. Considere, nos cálculos, o circuito equivalente simplificado para o diodo. Figura 34: Onda retificada completa. Sabendo que a amplitude (valor de pico) do sinal antes de ser retificado é de 17V, determine o tipo de retificador de onda completa utilizado. Justifique a resposta. Resolução O tipo de retificador utilizado é o do tipo circuito retificador de onda completa em ponte. Informou -se que a amplitude do sinal, antes da retificação, é de 17V e que a queda de tensão direta no diodo é de 0,7V (circuito equivalente simplificado). Dessa forma, pelo gráfico, verifica -se que a amplitude da onda retificada é de, aproximadamente, 15,6V, o que dá uma diferença aproximada 1,4V do valor de pico da onda antes da retificação. O valor da diferença é exatamente a queda em dois diodos, portanto, conclui -se que o retificador é na estrutura em ponte. UNIUBE 41 AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 9 Com relação à Figura 34, responda: qual o valor da tensão média do sinal retificado? 1.8 Uso do fi ltro capacitivo em retifi cadores Como estudado no item anterior, a retificação visa converter um sinal alternado, no caso senoidal, em um sinal contínuo. No entanto, o sinal retificado ainda não é contínuo e, portanto, não pode ser aplicado a uma grande quantidade de circuitos como, por exemplo, os circuitos digitais. Uma forma de tornar o sinal retificado mais próximo de um sinal contínuo é por meio da utilização de um capacitor ligado em paralelo com a carga. Umavez que o sinal resultante da retificação possui apenas uma polaridade (a corrente percorre a carga em apenas um sentido), o capacitor eletrolítico é o utilizado em tais aplicações. Suponha o caso de um capacitor ser conectado em paralelo à resistência de carga do retificador de meia onda como ilustrado na Figura 35, a seguir. Figura 35: Retificador de meia onda usando filtro capacitivo. Quando o semiciclo positivo da tensão é aplicado, o diodo D ficará diretamente polarizado, o que quer dizer que sua resistência é muito pequena. Assim, o ca- pacitor será carregado na mesma “velocidade” com que a tensão no secundário do transformador cresce. Isto se deve ao fato de que o capacitor será carregado por meio da resistência do diodo (lembrando do estudo de circuitos elétricos AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 9 Com relação à Figura 34, responda: qual o valor da tensão média do sinal retificado? 42 UNIUBE que t = R×C). Assim que a tensão no secundário do transformador atingir seu valor máximo (Vm2), a tensão no capacitor também será Vm2. À medida que a tensão V2 começar a diminuir, o capacitor tentará descarregar sua energia na carga RL, contudo, a constante de tempo t agora será grande uma vez que RL >> rAV, fazendo com que o capacitor descarregue a energia bem devagar. Isso quer dizer que a tensão no ânodo do diodo ficará menor que a tensão do cátodo, o que resulta em um diodo reversamente polarizado. O circuito resul- tante está ilustrado na Figura 36, a seguir. Entenda que, com o diodo “aberto”, o capacitor irá descarregar sua energia na carga RL. A forma de onda resultante está ilustrada na Figura 37, logo mais adiante. Figura 36: Diodo aberto e capacitor descarregando sobre a carga. A energia armazenada no capacitor será descarregada na carga e cai exponen- cialmente com o tempo. Figura 37: Onda resultante do uso de filtro capacitivo em circuito retificador de meia onda. UNIUBE 43 Na simulação do circuito foi utilizado uma fonte com 17V de pico, um capacitor de 15mF e uma carga de 1kW. Observe as figuras 38 e 39, nas quais foram utilizados capacitores de 60mF e 1mF, respectivamente. Atente -se ao fato de que quanto maior o capacitor, se mantida a carga, menor a oscilação do sinal filtrado. Essa oscilação recebe o nome de ripple. Figura 38: Sinal filtrado com C = 60mF. Figura 39: Sinal filtrado com C = 1mF. 44 UNIUBE O mesmo filtro capacitivo pode ser utilizado em circuitos retificadores de onda completa. Uma vez que os dois semiciclos são aproveitados na retificação de onda completa, pode -se dizer que um filtro de menor capacitância terá um efeito melhor em um retificador de onda completa do que em um retificador de meia- -onda. A Figura 40 ilustra a onda resultante se o retificador de meia-onda utilizado até então fosse substituído por um retificador de onda completa em ponte. Um capacitor de 15mF foi utilizado. Figura 40: Onda completa após filtragem capacitiva. AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 10 Responda: quais são as vantagens do uso dos filtros capacitivos em retificadores? AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 10 Responda: quais são as vantagens do uso dos filtros capacitivos em retificadores? UNIUBE 45 1.9 Exemplos do uso de diodos zener em circuitos CC Nas análises de circuitos contendo diodos, realizadas até o momento, o primeiro passo dado foi a determinação do estado do diodo, ou seja, foi necessário de- terminar se o diodo estava diretamente polarizado (chave fechada) ou se estava reversamente polarizado (chave aberta). Nas análises que seguirão para os diodos zener, será adotada a mesma estratégia, ou seja, será necessário de- terminar se o diodo zener estará operando com a tensão fixa em VZ, se o diodo está aberto ou se o diodo está operando como um diodo comum. Como citado anteriormente, o diodo zener é projetado para operar na região zener e, para tanto, deve ser polarizado reversamente. Caso o nível de tensão reversa aplicada ao zener seja suficiente para fazer com que ele opere na re- gião zener (V ≥ VZ), o resultado será que o zener irá apresentar uma queda de tensão igual a VZ. Se a tensão reversa aplicada ao zener for menor do que VZ (V < Vz), o diodo não alcançará a região zener e, em uma boa aproximação, será considerado como um circuito aberto. Por fim, caso o zener seja diretamente polarizado, ele irá operar como um diodo comum, apresentando uma pequena queda direta de tensão. Dessa forma, é apresentado o circuito da Figura 41, a seguir, que servirá de base para o estudo do diodo zener em circuitos CC. Figura 41: Circuito para análise de diodo zener. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). 46 UNIUBE O resistor Rs é um resistor utilizado para limitar a corrente I, RL representa uma carga, sendo o diodo zener ligado em paralelo com a carga, em que VZ é a tensão zener e PZM é a máxima potência que o zener pode dissipar. Dividindo -se PZM por VZ determina -se IZM, que é a corrente máxima que pode circular pelo diodo zener. De acordo com o circuito da Figura 41, têm -se três possibilidades: Vi e RL são fixos, Vi é fixo e RL é variável ou Vi é variável e RL é fixo. 1.9.1 Circuito com Vi e RL fixos Para o caso de Vi e RL fixos, o circuito fica como mostrado na Figura 41 e o primeiro passo será determinar o estado do diodo zener. Para isso, será utili- zado o teorema de Thévenin para determinar a tensão entre os pontos a e b. Mentalmente, o diodo zener será desconectado do circuito e a tensão Vab será calculada como segue: L ab i L RV V Rs R = ⋅ + Perceba que a tensão Vab é a tensão sobre a resistência de carga que forma um divisor de tensão com Rs. Agora, existem duas possibilidades; ab z ab z V V zener desligado V V zener ligado < → ≥ → Se o zener estiver “desligado” (Vab < VZ), ele estará operando como uma chave aberta e não haverá corrente circulando por ele (IZ = 0A) e, como consequência, PZ = 0W. O circuito resultante será formado pela fonte Vi em série com Rs + RL. Contudo, se o zener estiver “ligado”, ele fixará a tensão em VZ, o que resultará em VL = VZ. Assim: L Z L L L V VI R R = = Do lado esquerdo de Rs, a tensão vale Vi e, do lado direito, VZ (pois o zener está ligado), o que resulta em uma diferença de potencial de Vi - VZ. Assim: Rs i zV V VI Rs Rs − = = UNIUBE 47 Dessa forma, determina -se a corrente IZ, como sendo: Z LI I I= − Deve -se comparar o valor de IZ encontrado com o valor de IZM, pois IZ deve ser menor ou igual a IZM. Exemplo 8 Para o circuito da Figura 41, determine VL, IZ e PZ. Dados: 12 , 100 , 1 , 9 500i L Z ZMV V Rs R k V V e P mW= = W = W = = Resolução Primeiramente, deve -se determinar o estado do diodo zener, ou seja, verificar se ele está ligado ou se está desligado. Para isso, determina -se a tensão entre os pontos a -b (tensão de Thévenin) e compara -se com separar a tensão VZ. 1 12 10,91 Portanto, o zener está ligado. 100 1 L ab i ab Z L R kV V V V V Rs R k = ⋅ = ⋅ @ → ≥ → + + Como o zener está ligado, ele irá fixar a tensão em 9V, que é a tensão zener. Como a carga está ligada em paralelo com o diodo zener, tem -se: 99 9 1 L Z L Z L L L L V VV V V I I mA R R k = = → = = → = = Para o resistor Rs, pode -se dizer que há uma diferença de potencial de Vi - VZ, ou seja, VRs = 3V. Assim, tem -se: 3 30 100 RsVI mA Rs = = = , o que resulta em: 30 9 21Z LI I I m m mA= − = − = A corrente máxima que pode circular pelo zener é calculada a partir de sua potência máxima, ou seja: 500 55,56 9 ZM ZM Z ZM Z ZM Z P mI mA I I P P V = = = → < → < Dessa forma, pode -se afirmar que o zener está operando dentro de seus limites. 48 UNIUBE 1.9.2 Circuito com Vi fixo e RL variável No primeiro caso, tanto Vi quanto RL eram fixos. Agora, será considerada uma carga variável. Este fato irá alterar o funcionamento do circuito uma vez que será necessário determinar uma faixa de valores os quais acarga poderá assumir, ou seja, será necessário determinar um RLmin e um RLmax. Deve -se considerar que dentro dessa faixa de RL, o zener está ligado e operando dentro de seus limites. No entanto, quais as implicações de RL assumir um valor fora do intervalo defi- nido? Pode -se imaginar que RL assuma um valor abaixo de RLmin. Nesse caso, deve -se observar que para se determinar o estado do diodo zener é necessário calcular a tensão Vab, que é justamente a tensão sobre a carga, quando o zener está desconectado do circuito. Caso RL seja muito baixo, a tensão Vab será menor do que VZ, não ligando o zener, ou seja, existe um valor mínimo que RL deve ter tal que o zener ligue para aquele valor (RLmin). Por outro lado, na medida em que RL cresce, supondo que o zener já esteja ligado, a tensão sobre a carga será fixa, mas como RL está crescendo, a corrente IL estará diminuindo. Uma vez que Vi, VZ e Rs são fixos, pode -se afirmar que I também será fixa. No entanto, IL está diminuindo, já que RL está crescendo. Para onde está indo o excesso de corrente? Para o diodo zener. Chega -se, portanto, à conclusão de que há um valor máximo que RL poderá assumir tal que, naquele valor (RLmax), a corrente circulando pelo zener será IZM. O circuito da Figura 42 ilustra o caso exposto e as equações que se seguem são as representações matemáticas das análises realizadas para RL variável. UNIUBE 49 Figura 42: Circuito com zener: Vi fixo e RL variável. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Para que o diodo zener esteja ligado: Lab Z ab i L RV V V V Rs R ≥ → = ⋅ + O zener irá ligar exatamente em RLmin, ou seja: min min L Z i L R V V Rs R = ⋅ + Note que Vab foi substituído por VZ, já que o cálculo está sendo realizado para RL = RLmin. Resolvendo para RLmin, tem -se: min Z L i Z VR Rs V V = ⋅ − Quando o zener acaba de ligar (RL = RLmin), considera -se que a corrente que passa pelo diodo é praticamente zero ou vale zero. Agora, para o cálculo de RLmax, deve -se considerar que a corrente que irá circular pelo zener, quando RL = RLmax, será IZM. Nesta situação, tem -se: L LminNeste caso, I pode ser chamada de I , o que resulta em:L ZMI I I= − → max min Z Z L L ZM V VR I I I = = − 50 UNIUBE AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 11 Para o circuito da Figura 42, determine a faixa de valores que RL poderá assumir, tal que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites. Dados: 12 , 100 , 9 50i Z ZMV V Rs V V e P mW= = W = = 1.9.3 Circuito com Vi variável e RL fi xo Como último caso, tem -se a tensão de entrada variável para uma carga fixa. O mesmo tipo de análise realizada para o caso anterior pode ser realizado aqui. Primeiramente, determina -se em qual situação o diodo estará ligado e então determina -se a condição máxima, quando IZ = IZM. A Figura 43 ilustra um circuito com Vi variável e RL fixo. Figura 43: Circuito com Vi variável e RL fixo. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 11 Para o circuito da Figura 42, determine a faixa de valores que RL poderá assumir, tal L poderá assumir, tal L que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites. Dados: 12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50i Z ZMV V Rs V V e P mWi Z ZM12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50= = W = =12 , 100 , 9 50= = W = =12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW= = W = =V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50= = W = =12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50i Z ZMV V Rs V V e P mWi Z ZM= = W = =i Z ZMV V Rs V V e P mWi Z ZM12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50= = W = =12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50V V Rs V V e P mW12 , 100 , 9 50i Z ZM12 , 100 , 9 50 UNIUBE 51 Se for considerada uma tensão Vi muito baixa, o diodo zener não estará ligado. Portanto, deve -se determinar uma tensão Vimin, tal que o zener ligue com essa tensão, ou seja: min L L ab i Z i L L R RV V V V Rs R Rs R = ⋅ → = ⋅ + + ( ) min L i Z L Rs R V V R + = ⋅ A partir do valor de Vimin, o diodo estará ligado. Uma vez que o diodo zener esteja ligado, a tensão aplicada à carga estará fixa em VZ e sendo RL fixo, a corrente IL também será fixa. Como Vi está aumentando, a diferença de potencial sobre Rs está aumentando. Uma vez que Rs é fixo, a corrente I está aumentando e fazendo com que IZ também aumente. Quando IZ atingir o seu valor máximo, IZM, aquele valor de Vi será também o máximo que a fonte poderá assumir, ou seja, Vimax. max max max :i Z i ZZ ZM ZM L i i i Z ZM L V V V VI Quando I I I I I V V I Rs Rs V VI I Rs − − = → = → = + → = → = − + = Quando: max max max :i Z i ZZ ZM ZM L i i i Z ZM L V V V VI Quando I I I I I V V I Rs Rs V VI I Rs − − = → = → = + → = → = − + = max max max :i Z i ZZ ZM ZM L i i i Z ZM L V V V VI Quando I I I I I V V I Rs Rs V VI I Rs − − = → = → = + → = → = − + = ( )maxi ZM L ZV I I Rs V= + ⋅ + AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 12 Para o circuito da Figura 43, determine a faixa de valores que Vi poderá assumir, tal que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites. Dados: 100 , 1 , 9 50L Z ZMRs R k V V e P mW= W = W = = e 100 , 1 , 9 50L Z ZMRs R k V V e P mW= W = W = = AGORA É A SUA VEZ Faça, agora, a atividade indicada a seguir. Atividade 12 Para o circuito da Figura 43, determine a faixa de valores que Vi poderá assumir, tal que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites. Dados: 100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW= W = W = =Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50= W = W = =100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50= W = W = =100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50e100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW= W = W = =Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50= W = W = =100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50= W = W = =100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50Rs R k V V e P mW100 , 1 , 9 50L Z ZM100 , 1 , 9 50 52 UNIUBE Transistor bipolar de junção (TBJ) Existem várias aplicações na eletrônica em que os sinais presentes são de baixa amplitude e precisam ser amplificados de tal forma que seu manuseio se torne mais fácil. Antes da década de 1950, a válvula era o dispositivo eletrônico mais utilizado quando se necessitava amplificar um sinal. Contudo, apresentava alguns inconvenientes como fragilidade, tamanho e alta dissipação de calor. No final do ano de 1947, Walter H. Brattain e John Bardeen demonstraram o funcionamento do transistor nos laboratórios da Bell Telephone. A partir desse momento, a eletrônica sofreria uma revolução. 1.10 Construção do transistor bipolar de junção O transistor foi desenvolvido a partir da tecnologia utilizada nos diodos de jun- ção PN, sendo adicionada uma terceira camada e mais um terminal, ou seja, o transistor é um dispositivo de três camadas e três terminais. Das três camadas, duas são iguais e uma é diferente, ou seja, tem -se um transistor com duas ca- madas N e uma P (NPN) ou um transistor com duas camadas P e uma N (PNP). A Figura 44, a seguir, ilustra os dois transistores. Figura 44: Tipos de Transistores Bipolares de Junção. Fonte: Adaptado de Boylestad (2004). Como podem ser observados,
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