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Cidade LONDRINA 2019 PEDRO PAULO JUSTINIANO DA SILVA BENEFICIOS DA FISIOTERAPIA NA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO Londrina 2019 BENEFICIOS DA FISIOTERAPIA NA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia. Orientador: Flávia Kobzinski PEDRO PAULO JUSTINIANO DA SILVA PEDRO PAULO JUSTINIANO DA SILVA BENEFICIOS DA FISIOTERAPIA NA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná Unopar, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Londrina, de dezembro de 2019 Dedico este trabalho а Deus, por ser essencial em minha vida, sendo meu guia e portador de todo discernimento, socorro presente na hora da angústia, ао meu pai Antônio, minha mãe Aparecida e minha avó Lucia. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiro a Deus por ser meu maior incentivador, por me proporcionar forca e muito discernimento durante este projeto de pesquisa, e muita saúde e forças para chegar até o final. Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida, aos meus pais Antônio Justiniano e Aparecida de Oliveira. Deixo um agradecimento especial a minha avó Lucia Boroff (in memoriam) pelo incentivo e por sua dedicação de toda sua vida por mim. Também quero agradecer aos meus amigos Lorena Balsa, Rafael Lopes, Mariana Beffa, Aline Echamend e Guilherme Schuster por estar comigo em toda caminhada acadêmica e desde a infância presenciar sempre minhas conquistas. E aos demais que estiveram comigo durante toda jornada. Aos meus amigos de faculdade, que me apoiaram e me deram suporte sempre, e meus professores acadêmicos. ‘’ Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.’’ (Proverbio oriental) SILVA, Pedro Paulo Justiniano. Benefícios da fisioterapia na lesão do ligamento cruzado anterior em atletas de alto rendimento. 2019. 32 paginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) –UNOPAR, Universidade Norte do Parana, Londrina, 2019. RESUMO A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é atualmente uma das lesões ortopédicas mais comuns e frequente em indivíduos atletas, devido a complexidade anatômica da articulação do joelho. A reabilitação funcional do joelho é um dos principais fatores que contribui para o sucesso da cirurgia de reconstrução do LCA. Diante da evolução das técnicas cirúrgicas houve um aprimoramento das técnicas fisioterápicas, tornando aceitável uma reabilitação mais precoce e segura que possibilita ao paciente um retorno mais rápido e eficiente às atividades esportivas, sem as complicações comumente associadas aos longos períodos de imobilização. O presente estudo tem como principal objetivo dar ênfase de quais as pré disposições para lesão e tratamento fisioterápico na lesão do LCA. Primeiramente, realizamos uma revisão sobre a anatomia do joelho. Nos capítulos posteriores, conceituamos a fisiologia e fisiopatologia e por último realizamos uma abordagem sobre a importância da fisioterapia no pós-operatório. Palavras-chave: Lesão; Ligamento Cruzado Anterior; Fisioterapia, Joelho, Reabilitação. SILVA, Pedro Paulo Justiniano. Benefícios da fisioterapia na lesão do ligamento cruzado anterior em atletas de alto rendimento. 2019. 32 paginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) –UNOPAR, Universidade Norte do Parana, Londrina, 2019. ABSTRACT Anterior cruciate ligament injury (CSF) is currently one of the most common and frequent orthopaedic lesions in athletes due to anatomical complexity of the knee joint. The functional rehabilitation of the knee is one of the main factors contributing to the success of the surgery of LCA reconstruction. In view of the evolution of the surgical techniques there was an improvement of the physiotherapeutic techniques, making acceptable an earlier and safer rehabilitation that allows the patient a faster and efficient return to the sports activities, without complications commonly associated with long periods of immobilization. The main objective of this study is to emphasize the pre-dispositions for injury and physiotherapy treatment in the lesion of the CSF. First, we performed a review of the anatomy of the knee. In the later chapters, we conceptualize the physiology and physiopathology and finally we have an approach about the importance of physiotherapy in the postoperative period. Key-words: Injury; Anterior cruciate ligament; Physiotherapy, knee, rehabilitation. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 2. ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO JOELHO .................................................... 13 2.1 MUSCULOS........................................................................................................15 2.2 MENISCOS.........................................................................................................15 2.3 LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR LCA........................................................16 3. MECANISMO DE LESÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR ............... 17 3.1 FATORES NEUROMUSCULARES....................................................................19 3.2 FATORES ANATOMICOS..................................................................................20 4. REABILITAÇÃO E TRATAMENTO ................................................................... 22 4.1 TRATAMENTO DE LCA.....................................................................................23 4.2 TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA LESAO DE LCA.............................................................................................24 4.3 TREINAMENTO PLIOMETRICO COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA LESAO DE LCA.........................................................................................................26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 29 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 1. INTRODUÇÃO O Ligamento Cruzado Anterior é um dos ligamentos mais lesionados no joelho e seu tratamento gera muita debate. No passado uma lesão LCA poderia conter com a carreira de um atleta ou era necessário se passar por uma cirurgia onde poderia ter uma reabilitação de um ano ou mais e todo esse tempo de inatividade fez dessa lesão um "castigo" para os atletas. A ruptura do LCA pode proceder em uma inabilidade significativa pois, impossibilita a movimentação, gera dor, instabilidade, falta de equilíbrio e a coordenação é problemática. E por isso a fisioterapia procuram dedicar- se muito mais na eficiência de um tratamento e atualmente a lesão do LCA passou a ser mais bem compreendida e mais bem tratada. A articulação do joelho é composta pelo fêmur, patela e a tíbia. A ligação desses ossos e de outrasestruturas anatômicas permite que o joelho concretize movimentos de flexão e extensão, podendo realizar a rotação, quando o joelho estiver flexionado. Essa articulação pode ser considerada como gínglimo ou em dobradiça, unindo dois ossos longos em superfícies articulares pouco côngruas, permanecendo vulnerável a diversas lesões traumáticas, sendo a mais comum as lesões do ligamento cruzado anterior (LCA). O ligamento cruzado anterior (LCA) tem grande importância na mecânica da articulação do joelho, pois, unido com as estruturas ativas, é o principal elemento passivo responsável pelo domínio da translação anterior da tíbia, chegando a absorver cerca de 86% das forças de deslocamento anterior. Passando por entre os côndilos do fêmur, o LCA se estende desde a face póstero-medial do côndilo lateral do fêmur até a espinha da tíbia. Muitas pesquisas, estudos que se relata uma incidência aumentada de lesões ao nível do LCA em mulheres em relação aos homens onde alguns autores indicam proporções de até oito casos em mulheres para cada homem, indicando ser este um sério caso de saúde coletiva. Além disso, mulheres que praticam esportes envolvendo a aterragem e o pivoteamento sofrem 4 a 6 vezes mais lesões que homens. O crescimento da atividade esportiva pelo mundo e a vasta quantidade de equipes, e atletas de alto rendimento, com inúmeras horas de treino e alta intensidade, favoreceu um aumento no número das lesões traumáticas graves, principalmente no joelho, sendo a rotura do ligamento cruzado anterior (LCA) uma das lesões mais reportadas na literatura que acontecem nessa articulação, por fadiga muscular, uso excessivo de uma mesma musculatura, períodos intensos e longos de competições. O tratamento de lesões deste tipo é de grande importância, de modo que o retorno do paciente ao seu nível prévio de atividade, ou seja o alto nível, preparada para grandes performances, seja objetivo principal da reabilitação. No que tange à reabilitação das lesões do joelho é indiscutível o papel da Fisioterapia. Para tanto, o profissional desta área do conhecimento deve ter um adequado repertório de conhecimentos sobre diagnóstico, que atualmente é realizado com base no exame clínico, pois uma avaliação detalhada é extremamente importante para que proponha futuras intervenções. Os métodos e recomendações de diagnóstico/reabilitação estão em permanente discussão no âmbito da Medicina e Fisioterapia. Dentre as estratégias de prevenção de lesões no LCA, e em pós um tratamento não conservador a fisioterapia vem atuar com objetivos que vão varias de acordo com a fase da reabilitação, segundo o protocolo de Kisner, traçando objetivos e condutas especificas para a reabilitação 100 % de cada atleta. Alguns tipos de treinamento de aterragem de saltos associado ao treinamento pliométrico, treinamento de força com especial atenção na interação entre o quadríceps e a musculatura posterior de coxa, treinamentos proprioceptivos e mecanismos de equilíbrio são usados dentro dessas condutas traçadas nesses períodos. Quais os principais motivos de lesão de ligamento cruzado anterior em atletas de alto rendimento, e qual a contribuição da fisioterapia na prevenção e reabilitação da lesão? Diante de tantos estudos de caso, e diversas literaturas, os maiores fatores de risco para lesão de LCA apresentam um grande leque de motivos dentre tais fatores, assumem maior importância as características anatômicas, neuromusculares, ambientais, hormonais e entre outras. Após um tratamento cirúrgico a fisioterapia entra com intuito de promover gradativamente a reabilitação do atleta, usando protocolos com objetivos e condutas específicos, desde o ganho de amplitude de movimento da articulação ao ganho de força para a musculatura e estabilidade articular. Diante do exposto o trabalho vai relatar os principais fatores de risco que levam a lesão de ligamento cruzado anterior em atletas de alto rendimento e a influência fisioterapêutica na prevenção e reabilitação. Para tanto, os objetivos específicos foram: analisar a anatomia e biomecânica do joelho, compreender o mecanismo da lesão do ligamento cruzado anterior e sua ligação com atletas de alto rendimento e indicar os benefícios da fisioterapia na prevenção e reabilitação do LCA em atletas de alto rendimento. A metodologia de pesquisa é uma revisão bibliográfica. Com artigos pesquisados, publicados nos últimos quinze anos. Tendo locais de busca e pesquisa, livros como: Reabilitação Física das Lesões Desportivas, Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e articulações, Fisioterapia em Movimento, Ortopedia e Traumatologia: Princípios e prática, Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas, principais artigos: Protocolo de reabilitação após reconstrução de ligamento cruzado anterior, Modelo biomecânico do joelho humano, Efeito da fadiga muscular local na propriocepção do joelho, sites de bancos de dados como SciELO e Google Acadêmico, revista: RBO Revista Brasileira de Ortopedia. As principais palavras chaves durante as pesquisas foram: Lesão, Ligamento cruzado anterior, atleta, reabilitação, fisioterapia, prevenção, anatomia, joelho. https://viacarreira.com/google-academico-como-encontrar-artigos-cientificos-101226/ https://viacarreira.com/google-academico-como-encontrar-artigos-cientificos-101226/ 2. ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO JOELHO A articulação do joelho é composta por três faces articulares, compõem duas articulações diferentes dentro de uma única cápsula, sendo elas patelofemoral e tibiofemoral. As duas articulações são próximas, porém a patelofemoral é considerado uma articulação independente. A articulação do joelho possui grande responsabilidade em relação a estabilidade e amplitude de movimentos do joelho. O fêmur é o maior osso do corpo humano, onde representa cerca de 25% da altura de um ser humano. No fêmur possui, em sua região distal, dois côndilos que são disjuntos por uma fossa intercondilar, onde o ligamento cruzado anterior é instalado junto com o ligamento cruzado posterior. (DUTTON, 2010). A articulação tibiofemural é formada pelas extremidades distal do fêmur e proximal da tíbia. As faces articulares são as superfícies dos côndilos medial e lateral do fêmur e os platôs medial e lateral da tíbia. Esta articulação exibe uma incongruência das superfícies articulares que não constata uma firmeza funcional adequada. Os côndilos femurais são convexos em todos os planos e são separados na parte posterior pela fossa intercondilar, o côndilo lateral e cavidade tibial lateral são menores e mais alinhados. (SACCO, 2008). A articulação patelofemural é avaliada como sinovial plana, formada pela patela que é um osso sesamóide assentando-se internamente a capsula da articulação para mover-se com as superfícies anterior e distal em forma de sela dos côndilos femorais. A superfície articular da patela contém uma crista vertical elevada separando as facetas articulares medial e lateral. (SMITH, 1997). A articulação de joelho proporciona mobilidade e estabilidade estendendo e encurtando o membro inferior afim de levantar e abaixar o corpo, ou movimentar o pé no espaço. Efetua a sustentação de carga quando o indivíduo está em ortostatismo simultaneamente com o quadril e tornozelo. Os movimentos fundamentais de joelho são extensão e flexão, entretanto pode suceder movimentos fisiológicos de rotação lateral e medial, abdução e adução (varo e valgo) e translação anterior e posterior. (CASTRO; VIEIRA, 2009). O joelho apresenta movimentos funcionais que são basicamente flexão, extensão e rotação medial e lateral. A flexão é de aproximadamente 160º, mas apresenta alterações para mais ou para menos, considerando o tunos muscular de de quadríceps do fêmur. Na extensão, 0º, mas alguns indivíduos podem apresentaralgum grau positivo; assim, irá exibir um padrão de recurvato fisiológico. A rotação medial normal é de 40º e lateral de 30º, ambos em flexão de joelho. Desta forma, o joelho torna-se completamente estável e não possui movimentos rotacionais de tíbia comparado com o fêmur, quando apresentado em extensão total. (MENEZES; CAMARGO, 2005). A biomecânica de joelho é crucial já que os movimentos conjugados normais e anormais de joelho, definem o estresse sobreposto a cartilagem articular, os meniscos e os ligamentos. O joelho trabalha em 6 graus de liberdade mostrando flexão e extensão, translação (de anterior para posterior, de medial para lateral e axial) rotação, adução e abdução. Os ligamentos atuam melhor no momento em que recebem carga na direção de sua fibra. A estrutura óssea e os meniscos funcionam em sintonia para colocar estresse ao curso das vias ligamentares. Na ocasião que a carga exceder a resistência máxima do ligamento este termina a se romper. (OLIVEIRA; CHIAPETA, 2018). Segundo Nicholas (2003), a classificação aplicada é usada para definir os estabilizadores de joelho: Complexo central: ligamento cruzado anterior (LCA) e posterior (LCP) menisco medial e lateral Complexo medial: ligamento colateral medial, capsula póstero medial, musculo semi membranoso, sartorio gracial e semitendineo. Complexo lateral: trato iliotibial, ligamento colateral, musculo poplíteo e musculo bíceps femoral. 2.1 MUSCULOS A articulação do joelho é movimentada e estabilizada pelos músculos que inserem esta articulação, sendo a origem na região superior acima do quadril e inferiormente sua inserção acima do joelho. O musculo quadríceps é conceituado o principal extensor do joelho, tendo o suprimento dos músculos isquiotibiais e sóleo quando empregado a cadeia cinética fechada. O quadríceps é constituido pelos músculos: Reto femoral, vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio, sendo esses os músculos anteriores do joelho. (SANTOS, 2015). Durante a prática da flexão de joelho, os músculos, isquiostibiais, gastrocnemio, plantar delgado e o poplíteo, são os músculos essenciais para esse movimento. Os músculos isquiostibiais são constituídos pelos músculos: bíceps femoral, semitendinoso e semimembranaceo. (PENTEADO, 2011). A tíbia é o osso localizado na perna, que se articula com a fíbula. Importante destacar que apenas a tíbia faz parte da articulação do joelho. A mesma é analisada um osso grande, com responsabilidade por suportar o peso da perna. Encontra-se na região ântero-medial da perna, paralelamente à fíbula. Faz articulação com o osso do fêmur, na região superior. A fíbula é um osso considerado largo e unicamente sua extremidade constitui a articulação do joelho. (SANTOS, 2015). 2.2 MENISCO Os meniscos tanto medial quanto lateral possuem formas de semicírculos. Há algumas diferenças anatômicas que caracterizam os dois meniscos. O menisco medial é avaliado maior com variações de 40.5 a 45.5mm de comprimento e 27mm de largura e possui o formato em forma de “C”, e possui ligações ligamentares ao ligamento colateral medial. Já o menisco lateral é em formato semicircular sendo mais esférico comparado ao menisco medial, seu corno anterior possui relação próxima a inserção do LCA na tíbia. (FERRARI, 2018). Os dois meniscos estão evidenciados na direção da região intercondilar. São densos perifericamente e mais finos no centro, apresentando concavidades onde os respectivos côndilos femorais se assentam. É apontado como um sistema biomecânico, com um papel importante no absorvimento de impactos, transição de carga, na propriocepção, no acréscimo da estabilidade e também na lubrificação. Porém, as mais importantes funções são conduzir cargas tibiofemorais e suavizar a pressão na cartilagem articular. Sua função é primeiramente mecânica, distribuindo o contato das superfícies articulares e ampliando a área de contato da articulação. (NORKIN, 2001). 2.3 LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR LCA Um dos fundamentais ligamentos que juntam o fêmur à tíbia é o LCA, impedindo que a tíbia realize o movimento de deslizamento anteriormente ao fêmur; além disso, ele garante uma estabilidade no movimento de rotação do joelho. Esses benefícios que o LCA proporciona à articulação do joelho podem ser cessados por lesões ou desgaste desse ligamento, podendo causar dor, fragilidade ou perda de função. (PINHEIRO; SOUSA, 2015). O LCA é composto por duas partes entrelaçadas e cruzadas: a ântero- medial que é tencionada durante a realização do movimento de flexão do joelho e o póstero- lateral, que é tencionado durante o movimento de extensão do joelho. Esse ligamento é fixado ao lado interno do côndilo lateral do fêmur tendo origem na fossa intercondiliana anterior da tíbia. (PENTEADO, 2011). A ativação muscular realiza uma resposta a sobrecarga articular que pode ser notada pelo mecanismo de feedback. Quando são aplicadas altas forças anteriores à tíbia, o ligamento cruzado anterior é alongado, fazendo com que seus receptores gerem um estímulo que resulta em contração dos músculos posteriores da coxa, que irão prevenir o deslocamento anterior excessivo da tíbia. (SANTOS; MEJIA, 2011). No decorrer da flexão do joelho entre 90° e 120°, as fibras anteroinferiores do LCA estão relaxadas e as postero superiores estão tensionadas. Em extensão total, o LCA está completamente tenso, estando, por isso, um dos “freios” da hiperextensão. Em movimentos de rotação, também tencionam o LCA. A rotação interna provoca uma conexão mútua entre os ligamentos cruzados que se envolvem, tencionando-se respectivamente. A começar do 15°- 20° de rotação externa o LCA inicia a tencionar- se cada vez mais, enrolando-se sobre a face axial do côndilo femoral externo, quando a rotação externa avança. (CARDOSO, 2011). 3. MECANISMO DE LESÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR As lesões nos ligamentos podem ser classificadas em três tipos, de acordo com a gravidade (PETERSON; RENSTROM, 2002): 1º Grau - leve estiramento, com pequena tumefação e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar; 2º Grau – o ligamento é estirado e na lesão parcial; 3º Grau - ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave. A lesão ligamentar do joelho pode acontecer por mecanismo direto, quando o joelho é atingido por um corpo externo, ou indireto, quando forcas ocasionadas a distancia da articulação são a eles imprimidas e dissipadas nos ligamentos. O mecanismo indireto e mais frequente deles e o trauma torcional. Nesse caso, o corpo gira para o lado oposto ao pé de apoio, originando uma rotação externa do membro inferior, seguido de um discreto valgismo do joelho. Esse mecanismo forcado, sob carga do peso do corpo determina a lesão. A hiperextensao do joelho sem apoio, chamado chute no ar, origina a lesão isolada do LCA, esse e outro mecanismo é relativamente frequente (HEBERT, 2003). O LCA é frequentemente rompido durante práticas desportivas, segurando bruscamente um movimento. É comparado vulgarmente como uma brecada, mudando repentinamente o corpo de direção, ao manter o pé cravado no chão. Com isso, o joelho alonga esse ligamento além do seu limite, acontecendo então a ruptura do LCA. O indivíduo, ao concretizar um salto e aterrissar com apenas um dos pés, também pode lesionar o LCA. No momento da lesão é possível que o indivíduo sinta e até escute um estalo forte no joelho. Com a lesão desse ligamento surge como consequência grande dor e inchaço da articulação do joelho, expondo instabilidade articular na posição em pé. (CARDOSO, 2011). De acordo com o mecanismo específico, as lesões no LCA podem ser subdivididas em come sem contato. As lesões sem contato são aquelas decorrentes de ações motoras onde a força de reação do solo é o único agente externo atuante (SHIMOKOCHI e SHULTZ, 2008). Quando qualquer outra força externa é aplicada, denomina-se lesão com contato. Dados epidemiológicos indicam que as lesões sem contato são mais frequentes (MIYASAKA et al., 1991; WRIGHT et al., 2010) e são comuns durante aterragens subsequentes a saltos (BODEN et al., 2000; GRIFFIN et al., 2006). Na grande maioria das vezes, resulta de uma combinação de movimentos articulares que levam a uma condição conhecida como “posição sem retorno”, esta englobando a flexão, adução e rotação interna do quadril, o valgo do joelho e a rotação externa da tíbia em relação ao fêmur. Uma vez assumida tal posição, a lesão parece ser inevitável (IRELAND, 1999; GRIFFIN et al., 2006; HEWETT et al., 2013). As lesões do ligamento cruzado anterior acontecem com mais constância em indivíduos jovens que praticam algum tipo de esporte, principalmente indivíduos do sexo masculino. A força causadora comumente é a hiperextensão com estresse forçando a rotação lateral na tíbia, estando o pé fixo. Após o trauma, na maioria das vezes leva algumas horas para haver derrame articular. Quando este ocorre, o movimento fica restrito. A articulação adquire uma posição de mínima sobrecarga, geralmente por volta de vinte e cinco graus de flexão. Se for testado antes do derrame articular, o paciente sente dor quando o ligamento lesado é tensionado. Se ocorrer uma ruptura completa, a instabilidade é detectada quando o ligamento rompido é testado. (KISNER,1998). Segundo Stewien (2005), o aumento da pratica futebolística produziu um aumento no numero das lesões traumáticas graves. O joelho, por sua categoria de articulação altamente solicitada e exposta a traumas, e frequentemente lesado, sendo a rotura do ligamento cruzado anterior uma das lesões mais comuns. A evolução natural das lesões ligamentares pode afetar a pratica do esporte competitivo e o correto diagnostico. O tratamento destas lesões pode, sem duvida, proporcionar um retorno do atleta ao seu nível prévio de atividade. Os saltos são os maiores causadores nas lesões do joelho nos voleibolistas (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). A fase de impulsão é a que mais esforço da musculatura do atleta de voleibol (COUTTS, 1982). Neste momento é que ocorrem a maioria das lesões das jogadoras, principalmente na cortada (LIAN et al., 1996). Para NYLAND et al. (1994) os atletas de voleibol se contundem na passagem da corrida horizontal para a elevação vertical. As lesões no joelho estão associados com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão (NYLAND et al.,1994). A fadiga dificulta o amortecimento do impacto, gerando maior sobrecarga nos membros inferiores (UGRINOWITSCH & BARBANTI, 1998). GERBERICH et al. (1987) também chama atenção que as lesões no joelho também são freqüentes após a queda do salto, proveniente do impacto e ocasionadas por torção do joelho. As principais lesões no joelho são as tendinites e as ligamentares (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). A síndrome do joelho do saltador caracteriza-se por uma tendinite patelar ou no tendão do quadríceps (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997). A maioria das contusões no joelho acontece em jogadores com 20 a 25 anos ou com 2 a 5 anos de prática no voleibol ou com mais de um turno de treinamento (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Segundo GERBERICH et al. (1987) os homens se lesionam mais a partir dos 30 a 39 anos e as mulheres dos 15 a 24 anos, correspondendo a 61% das contusões, a segunda contusão mais freqüente. "Perdendo" apenas para as lesões no tornozelo, 92% (GERBERICH et al., 1987). A lesão do ligamento cruzado anterior no voleibol é corriqueira no agachamento profundo do contra movimento do bloqueio ou do ataque. O desequilíbrio muscular dos membros inferiores podem gerar alto índice de lesões no joelho, pois o quadríceps é muito exigido no voleibol e os isquiotibiais comumente praticam um trabalho compensatório falta nas técnicas desportivas do voleibol. Esta instabilidade muscular predispõe ao voleibolista de ter contusões no ligamento cruzado anterior. (CHIAPPA, 2001) 3.1 FATORES NEUROMUSCULARES De uma forma abrangente, comparado com homens, mulheres concretizam aterragens e corridas com mudanças de direção com menor flexão do joelho e do quadril, maior rotação interna do quadril e maior rotação externa da tíbia em relação ao fêmur, valgismo do joelho mais pronunciado, ativação aumentada do quadríceps em relação às musculaturas posteriores de coxa e tônus muscular inadequado em volta do joelho(HUSTON, 2007). Alguns autores ainda sugerem que a fadiga muscular poderia reduzir o controle da extremidade inferior e, consequentemente, aumentar os riscos de lesão (CHAPPELL et al., 2005). Cargas muito agressivas geradas pela contração do quadríceps têm sido citadas como possíveis causas de lesões no LCA, especialmente para aqueles indivíduos nos quais esta atividade não é compensada pela ação da musculatura. Em pesquisas e de estudo em cadáveres, avaliaram o deslocamento da tíbia em relação ao fêmur durante a aplicação de forças com magnitude de 4500 N aplicadas pelo tendão do quadríceps. Segundo estes autores, tal sobrecarga foi escolhida por estar dentro do limite fisiológico desta musculatura. Os achados assinalaram deslocamento anterior médio da tíbia de 19,5 mm, 2,3º de valgismo e 5,5º de rotação interna da tíbia. Todos os joelhos abrangidos na pesquisa exibiram prejuízos ao LCA, a maioria com ruptura completa o que os fez concluir que a contração agressiva do quadríceps seria a fundamental força intrínseca pertinente à lesão deste ligamento. (DEMORAT 2004), 3.2 FATORES ANATOMICOS Parece ser consensual que o LCA é a estrutura mais vulnerável às lesões durante atividades que requerem mudanças repentinas na direção do movimento associadas a frenagens bruscas (OLSEN et al., 2005; SHULTZ, 2007). Como exposto anteriormente, as características anatômicas inerentes às mulheres vêm sendo apontadas como uma das possíveis causas para sua elevada taxa de lesões em relação aos homens (BODEN et al.,2000; HEWETT et al., 2005). Contudo, os dados vinculados às diferenças na anatomia de pélvis e membros inferiores ainda são insuficientes para relacionar diretamente tais características aos riscos de lesão no LCA (GRIFFIN et al., 2005), sugerindo que não se podem atestar riscos iminentes de lesão baseando-se apenas em fatores anatômicos em detrimento de outros fatores de risco como os biomecânicos e os neuromusculares (HEWETT et al., 2005). Uma característica anatômica volta e meia apontada como fator de risco para lesões no LCA é o alinhamento entre a pélvis e o membro inferior. As características mais analisadas e que são incluídas na definição do alinhamento da extremidade inferior abrangem o ângulo pélvico, a rotação interna do quadril, o ângulo entre o fêmur e a tíbia, o ângulo do quadríceps (ângulo Q), a pronação da articulação subtalar, entre outros (GRIFIN et al., 2006). Dê uma forma geral, estas características anatômicos tendem a ser mais confirmados em mulheres, especialmente em função da anteroversão aumentada e do desenho diferenciado da pélvis, mais larga em mulheres devido à função reprodutora Esta diferença morfológica da pélvis feminina pode transtornar o ângulo do fêmur e provocar alterações em toda a cadeia cinética da extremidade inferior. Entre tais alterações, pode-se citar o valgismo do joelho, apontado como um dos fundamentais fatores de risco para lesões no LCA (KAPANDJI, 2007). O ângulo Q é o angulo entre os segmentos de reta que ligam a espinha ilíaca anterossuperior ao ponto central da patela e a tuberosidade da tíbia ao mesmo ponto central da patela (LEVANGIE e NORKIN,2005). Alguns achados sugerem que mulheres apresentam ângulos Q maiores que homens (LIVINGSTON, 1998; MOUL,1998). Tal fato pode estar relacionado à maior dimensão da pélvis em relação aos indivíduos do sexo masculino, o que aumentaria o ângulo Q e acarretaria uma carga em valgo majorada (BODEN et al., 2000). O valgismo do joelho é outro fator mencionado como preponderante no que tange as lesões no LCA. No entanto, deve-se ter em mente a altercação entre o valgo anatômico do joelho e o valgo dinâmico desta articulação, muito comum em mulheres durante movimentos em cadeia cinética fechada, como a aterragem (FORD et al., 2005). O valgo anatômico está relacionado ao ângulo entre o fêmur e a tíbia e, normalmente, é mais marcante em mulheres em função do ângulo do fêmur em relação à pélvis. O valgo dinâmico está usualmente conexo à assunção de tal postura em função de uma combinação de toda a cadeia cinemática de membros inferiores. Neste sentido, o valgo dinâmico tem por muitas vezes sua origem nos movimentos de adução e rotação interna do quadril, muito corriqueiros em mulheres durante aterragens de saltos e movimentos com mudança de direção, ou seja, desta relação acometimento de lesão (HEWETT et al., 2013). 4. REABILITAÇÃO E TRATAMENTO Segundo Kisner (2005) apud Lima (2007) há apenas duas décadas, a reabilitação após reconstrução do LCA abrangia longos períodos de imobilização completa do joelho em uma posição de flexão e um período extenso (geralmente 6-8 semanas) de apoio de peso limitado. Com as evoluções nas técnicas cirúrgicas e uma compreensão melhor da regeneração dos tecidos, a mobilização pós-operatória e o apoio de pesos precoces têm-se tornado referência e padrão após uma reconstrução intraarticular no LCA. No ponto de vista da Canavan (2001) apud Lima (2007), a reabilitação do ligamento cruzado anterior (LCA) requer a recuperação da amplitude normal de movimento, da força e da capacidade funcional, simultaneamente que protege o enxerto. A resistência do enxerto depende da resistência da fixação durante as primeiras 4 a 6 semanas. Estudos indicam que o enxerto perde resistência e é mais fraco durante as semanas 4 a 12. O programa de reabilitação deve ministrar o nível de esforço apropriado para melhorar a cicatrização e a remodelação sem causar uma recessão. Reconstruções que usam enxerto do tendão patelar através de pinos ósseos oferecem um enxerto forte e uma fixação firme com cicatrização óssea, mas o terapeuta precisa estar consciente de que enxertos obtidos dos tendões dos músculos posteriores da coxa ou ilitibial podem também ser concretizados. Esses enxertos proveem resistência e meios de fixação diferentes, podem demandar alterações quanto ao momento oportuno e à progressão do protocolo de recuperação Segundo Andrews (2000), o tratamento após lesão do ligamento cruzado anterior permanece sendo um dos problemas mais controversos da medicina desportiva. Após sofrer lesão do ligamento cruzado anterior, deve ser prestada atenção urgente a hemartrose e ao processo inflamatório geral. O atleta carece a utilizar muletas, sendo instruído quanto à sustentação parcial do peso. A órtese é desnecessária, a não ser quando existem outras lesões associadas como uma entrose do ligamento colateral medial. Os exercícios de movimentação carecem ser iniciados imediatamente, concentrando-se na extensão passiva para ajudar a precaver fibrose rápida na chanfradura intercondiliana. No campo da reabilitação têm muitas discussões a respeito do protocolo proveito na reabilitação pós-operatório do ligamento cruzado anterior. Embora não haja um protocolo definitivo para a reabilitação da reconstrução do LCA a maioria dos autores preconiza os mesmos princípios, que são: iniciar mobilização e apoio precocemente, utilizar precocemente técnicas de controle de edema, evitar estresse excessivo no enxerto (evitar exercícios em Cadeia Cinética Aberta (CCA) que aumentam o estresse), iniciar precocemente exercícios de reforço muscular de isquiotibiais para promover estabilização dinâmica e diminuir a tensão no enxerto, incorporar exercícios em Cadeia Cinética Fechada (CCF), iniciar precocemente o recrutamento do quadríceps, realizar treinamento proprioceptivo e reeducação neuromuscular, treinar o gesto esportivo e realizar treinamento muscular (HEBERT, 2003). Conforme Shelbourne e Nitz (1990), no protocolo de reabilitação acelerado a Fisioterapia é começada já no primeiro dia pós-operatório, mesmo no ambiente hospitalar. Além disso, na sexta semana de pós-operatório é iniciado atividades de trote leve, pular corda, manobras de agilidade, musculação e bicicleta estacionário, isto, se o paciente tiver 70% de força do membro contralateral. Para obter os objetivos da reabilitação são usadas técnicas como: crioterapia, mobilizações articulares passivas e ativo-assistidas da articulação do joelho, exercícios isométricos da musculatura envolvida, atividades de reforço muscular, exercícios em cadeia cinética fechada, treino de marcha e treino de propriocepção, treino de retorno ao esporte e às atividades diárias. Além disso, a fisioterapia aquática é um procedimento que vem sendo muito utilizado devido aos importantes resultados que têm comprovado na reabilitação de pacientes submetidos à cirurgia de reconstrução de LCA (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001). O padrão temporal para a progressão na reabilitação do ligamento cruzado anterior é bastante variável; entretanto, existem áreas que devem ser enfatizadas antes de permitir a progressão do atleta, independentemente do fator tempo. Imediatamente após a cirurgia deve ser enfatizado o controle de inflamação, a manutenção de uma extensão passiva plena, a promoção da mobilidade patelar e o aumento do recrutamento quadriciptal ajudará a promover maior mobilidade patelar e a prevenir a síndrome infrapatelar. No inicio do processo de reabilitação, a área patelar pode ficar extremamente hipersensível, por causa da incisão do local. A estimulação elétrica pode ser extremamente valiosa e facilitar a contração do quadríceps o suficiente para permitir a mobilização superior da patela. Durante a estimulação elétrica destinada a ajudar na mobilidade patelar, o joelho deve ser colocado numa extensão confortável máxima. A estimulação elétrica de intensidade mínima a moderada com a finalidade de aprimorar a mobilidade patelar não deve ser usada ate que o atleta esteja próximo da extensão passiva plena, pois com o joelho em flexão e com limitações da ADM, poderá ser facilitada uma co-contraçao da musculatura da coxa, em vez de uma contração isolada do quadríceps (ANDREWS, 2000). 4.1 TRATAMENTO DE LCA Andrews (2000) sugere o seguinte protocolo para tratamento da lesão de ligamento cruzado anterior: 1 Semana Objetivos: controle de edema, derrame articular, controle da dor, controle de quadríceps, ADM = 90 graus Tratamentos: Crioterapia, exercícios de ADM passiva e ativa para flexão e hiperextensão, mobilização de patela, flexão e extensão de tornozelo ativa, contração isométrica de quadríceps, exercícios de controle de quadríceps, mini agachamentos e marcha com 2 muletas. 1 Mês Objetivos: ADM = 0 a 120 graus, atividades limitadas, prevenir derrame articular, padrão de marcha normal. Tratamentos: (A partir da segunda semana) Propriocepção da bola, elevação de perna com peso, bicicleta, treino de marcha, alongamentos. (A partir da terceira semana) Iniciar hidroterapia, esteira. (A partir da quarta semana) Propriocepção com apoio bipodal 5 a 8 semanas Objetivos: Mobilidade=membro oposto, controle do derrame articular e recuperar a força muscular. Tratamento: Propriocepção em apoio monopodal, exercícios de extensão terminal, exercícios em cadeia cinética fechada. 2 Meses Objetivos:Déficit de pico de toque = 35%, avaliação isocinética com velocidade angular de 180 graus. Tratamento: intensificar exercícios de força e alongamento, iniciar trote em linha reta, trote com mudança de direção e exercícios com bola. 3 Meses Objetivos: Recuperar força muscular, melhora da propriocepção. Tratamento: Iniciar musculação, intensificar exercícios proprioceptivos, intensificar exercícios específicos do esporte praticado. 4 Meses Objetivos: Avaliação isocinética com deficts de força muscular máxima de 25 a 35 %. Tratamento: retorno progresso ao esporte. 4.2 TREINO PROPRIOCEPTIVO COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA LESOES DE LCA A reabilitação proprioceptiva na lesão de LCA tem como alvo melhorar coordenação, agilidade e confiança pela vertente de crescimento das respostas de defesa e do equilíbrio articular. É imprescindível fortalecer o musculo isquiotibiais, trabalhando com uma excitação do quadríceps, adutores e abdutores. O treino proprioceptivo tem como intenção devolver a autonomia do indivíduo, melhorar o equilíbrio dinâmico da articulação do joelho e estimular a consciência postural do mesmo. (SILVA, 2015). Os treinos proprioceptivos colaboram para o controle postural, diminuindo a instabilidade articular e controle de sensações conscientes. Os proprioceptores podem ser encontrados nos músculos, ligamentos, capsulas articulares e tendões. (BRITO; SOARES; REBELO, 2009). Segundo Windmoller (2013), o exercício proprioceptivo é uma ferramenta que atua de maneira preventiva nas lesões de joelho, contendo efeitos positivos, melhorando o senso de posicionamento e diminuindo a instabilidade articular e pelo aumento de reflexos articulares protetores. Domingues (2008), assegura que o treino proprioceptivo realizado com a prancha de equilíbrio vem evidenciando resultados satisfatórios nas lesões do LCA. Porém o autor salienta que necessitam de mais pesquisas. Ribeiro e Oliveira (2017), defendem a fadiga muscular, na qual a mesma pode gerar alterações na propriocepção articular através do aumento do limite de descarga dos fusos musculares. Segundo Oliveira e Chiapeta (2018), o treino proprioceptivo tem como objetivo adquirir equilíbrio e coordenação articular, sendo indispensável em toda e qualquer recuperação funcional do indivíduo. Os protocolos de tratamento necessitam ser maleáveis e individualizados, com o intuito de atenuar as dores, edema e instabilidade articular. Devem ser aplicados poupando as capacidades do indivíduo e sua evolução, respeitando os limites do mesmo. Em um estudo feito por Mendelsohn, Overend e Petrella (2004), os treinos proprioceptivos são usados para aprimorar a estabilidade do joelho e proporcionar melhora dos níveis de atividades físicas. Neste estudo foram dispostos 26 indivíduos com lesões unilateral do LCA, sendo divididos em dois grupos; um dos grupos usando treino convencional com exercícios de resistência e aeróbicos, e o outro sendo realizados exercícios proprioceptivos, com skate, balancim e prancha de equilíbrio. Os resultados consistiram mais eficácia nos treinos proprioceptivos se comparados ao treino do primeiro grupo, tendo em vista que o treino proprioceptivo reduz o risco de lesões recorrentes e matem a funcionalidade do indivíduo por períodos demorados. Baldaço e colaboradores (2010), descrevem que os exercícios proprioceptivos vêm oferecendo uma grandiosa execução profilática, diminuindo a incidência de lesões, prevenindo futuras lesões, sendo a uma maneira mais competente para adquirir informações mais inerente a sensação de movimento e posição articular. O tratamento proprioceptivo foi realizado 3 vezes na semana, perto de 8 a 13 sessões, com tempo de 40 minutos cada sessão. Cada atendimento iniciava com alongamento e exercícios que aumentavam seus graus de dificuldade conforme a evolução do paciente. Variavam desde exercícios unipodal e bipodal com uso de equipamentos como balancin, disco e prancha de equilíbrio. Os saldos mostraram uma diminuição significativa na amplitude do centro de pressão pré e pós-intervenção, na direção médio-lateral e com olhos fechados, o que confirma que houve maior controle do equilíbrio corporal. Segundo verificado nota-se a seriedade dos exercícios proprioceptivos em pacientes que sofreram lesões do ligamento cruzado anterior. Constatando o ganho de equilíbrio estático e dinâmico, podendo notar a diminuição das dores articulares, reestabelecendo a função da articulação do joelho. 4.3 TREINO PLIOMETRICO COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA LESOES DE LCA O treinamento pliométrico abrange o ciclo de alongamento e encurtamento e faz uso das características elásticas e reflexas das musculaturas. As características elásticas permitem o armazenamento da energia, em forma de energia potencial elástica, durante a fase excêntrica. Ao mesmo tempo, ocorre uma contração reflexa deflagrada pelos órgãos tendinosos de Golgi e pelos fusos musculares, receptores sensoriais que controlam a tensão e estiramento muscular. A soma destas características comporta aumento da capacidade muscular de geração de força em um intervalo muito curto de tempo (MARKOVIC, 2007). Caraffa et al. (1996) treinaram atletas de futebol por um período de três temporadas seguidas. As atletas realizaram treinamentos pliométrico e de força. Foi relatado uma diminuição de 87% no acontecimento de lesões sem contato para o grupo submetido ao protocolo de exercícios. HEWETT et al., (1996) analisaram o efeito dos treinamentos pliométrico e contra a resistência aplicados durante seis semanas no comportamento cinemático, cinético e no torque de flexão e extensão de joelho de onze jogadoras de voleibol. O pico das forças de reação do solo e os torques em valgo e varo relativos à aterragem de um movimento de bloqueio reduziram significativamente após o treinamento. A razão entre os torques máximos de flexores e extensores do joelho aumentou significativamente para os dois membros inferiores. No entanto, a proporção dos progressos foi distinta e causou o equilíbrio bilateral. Relataram ainda incrementos na altura do salto vertical das atletas. Myer et al. (2005) usaram quarenta e uma atletas de voleibol, futebol e basquete à seis semanas de treinamento neuromuscular que continha os treinamentos contra a resistência, de força e equilíbrio específico para a região core, de velocidade e pliométrico. As adaptações das atletas foram conferidas com um grupo controle que não participou das atividades. O grupo treinado apresentou aumentos significativos nas sobrecargas relativas a uma repetição máxima dos exercícios agachamento livre e supino reto. Tal grupo expôs ainda melhoras significativas na distância do salto unilateral horizontal para os dois membros inferiores e na altura do salto vertical. A amplitude de flexão do joelho durante o salto vertical aumentou significativamente, enquanto os torques em valgo e varo vinculados à mesma tarefa motora diminuíram. Os autores relataram ainda incrementos na velocidade de deslocamento das atletas que passaram pelo treinamento. Lephart et al. (2005) analisaram os efeitos do treinamento contra resistência e do treinamento pliométrico na força das musculaturas de quadril e joelho, na mecânica da aterragem e na ativação de musculaturas destas mesmas articulações de jogadoras de futebol e basquete. Os dois grupos apresentaram aumentos significativos na força isocinética de extensores do joelho. Além disso, os ângulos máximos flexão de quadril e joelho, bem como no instante do contato, também foram ampliados. O pico de ativação prévia e a intensidade do recrutamento do glúteo médio tanto antes como após o contato, acentuaram-se para os dois grupos.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto é possível analisar as estruturas anatômicas da articulação do joelho. Os benefícios que essas estruturas proporcionam para a articulação em si e suas incumbências. Observou-se que o Ligamento Cruzado Anterior, é um dos ligamentos de maior importância da articulação do joelho, responsável por precaver movimentos anteriores excessivos da tíbia sob o fêmur. Explicando detalhadamente sobre como se ocorre a lesões do LCA, as fibras encontradas na articulação e quais os motivos mais plausíveis que podem acarretar lesões. A lesão do ligamento cruzado anterior, seu tratamento e sua reabilitação continuam sendo uma área de interesse aos clínicos e aos pesquisadores. Procedimentos cirúrgicos foram refinados, e programas de reabilitação são constantemente analisados e atualizados para diminuir morbidade e promover um retorno às atividades da vida diária ou esportivas seguramente. Além de apresentar a importância da reabilitação pós operatória, e a prevenção para que diminua as chances de lesão durante a vida do atleta e abranger pontos do tratamento, como as fases, objetivos e condutas para cada uma, assim melhorando e trabalhando com treinos e protocolos de propriocepção e pliometria, força e ganho de amplitude de movimento. Além do mais, a possibilidade da elaboração de programa de tratamento utilizando diferentes técnicas, objetos e ambientes, possibilita a adequação dos mesmos com diferentes déficits. Devido aos grandes casos de acometimentos de reconstrução do LCA, buscou- se uma reabilitação apropriada para que a função e atividades normais do indivíduo sejam reconquistadas, tendendo um rápido retorno as suas atividades de rotinas diárias. Concluiu-se perante desses fatos que é essencial que o tratamento a ser administrado seja fundamentado nos conhecimentos científicos aliados ao bom senso e ao entendimento de que não há um protocolo integral, até porque cada indivíduo é um ser único, dotado de particularidades físicas e psicológicas que, sem dúvida, influenciam no resultado e evolução de qualquer terapia, em especial a intervenção fisioterapêutica que de sobremaneira evidencia os resultados positivos. Através deste trabalho torna-se notório a importância do tratamento de prevenção e reabilitação nas lesões do LCA, possuindo resultados positivos ao treino. Contudo os estudos realizados e as literaturas achadas demostram resultados satisfatórios em protocolos de tratamento. REFERÊNCIAS ANDREWS, J.R.M.D.; HARRELSON, Gary L., WILK, P.T. Kevin E. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. ARAUJO, D.V.G., RODRIGUES, F.M. 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