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Imunologia 
ABBAS 9º EDIÇÃO – cap. 1 
Respostas imunes 
Historicamente, imunidade significa proteção 
contra doença e, mais especificamente, doença 
infecciosa. 
As células e moléculas responsáveis pela 
imunidade constituem o sistema imune, e sua 
resposta coletiva e coordenada à entrada de 
substâncias estranhas é denominada resposta 
imune. 
Função fisiológica do sistema imune é a defesa 
contra microrganismos infecciosos; entretanto, 
mesmo substâncias estranhas não infecciosas e 
produtos de células danificadas podem elicitar 
respostas imunes. 
Resposta imune é uma reação aos 
microrganismos, assim como às moléculas, que 
são reconhecidas como estranhas, 
independentemente da consequência 
fisiológica ou patológica de tal reação. Sob 
certas situações, mesmo moléculas próprias 
podem elicitar respostas imunes (as chamadas 
doenças autoimunes). 
Os historiadores frequentemente se referem a 
Tucídides, no século V a.C., em Atenas, como 
sendo a primeira pessoa a mencionar a 
imunidade contra uma infecção por ele 
denominada praga. 
O primeiro exemplo claro dessa manipulação, foi 
a vacinação bem-sucedida realizada por Edward 
Jenner contra a varíola. Percebeu que 
ordenhadoras que tinham se recuperado da 
varíola bovina nunca contraíam a varíola 
humana, forma mais grave da doença. Com base 
nessa observação, ele injetou o material de uma 
pústula de varíola bovina no braço de um 
menino de 8 anos. Quando esse menino foi 
posteriormente inoculado com a varíola 
humana, a doença não se desenvolveu. 
O tratado de Jenner, um marco sobre vacinação 
(do latim vaccinus, ou derivado de vacas), 
publicado em 1798, levou à aceitação geral 
desse método para a indução da imunidade 
contra doenças infecciosas, e a vacinação 
permanece o método mais efetivo para a 
prevenção de infecções. 
 
Imunidade Inata e Adaptativa 
A defesa contra microrganismos é mediada por 
respostas sequenciais e coordenadas que são 
denominadas: 
1. IMUNIDADE INATA (também chamada de 
imunidade natural, nativa ou inespecífica), 
essencial para a defesa contra 
microrganismos nas primeiras horas ou dias 
após a infecção, antes que as respostas 
imunes adaptativas tenham se 
desenvolvido. Mediada por mecanismos 
que já existem antes da ocorrência de uma 
infeção e que facilitam rápidas respostas 
contra microrganismos invasores; 
 
• responde quase imediatamente a 
microrganismos e células lesadas, e 
repetidas exposições invocam 
respostas imunes inatas praticamente 
idênticas; 
• receptores são específicos para 
estruturas comuns a grupos de 
microrganismos relacionados e não 
distinguem pequenas diferenças entre 
microrganismos; 
• principais componentes: barreiras 
físicas e químicas, células fagocíticas 
(neutrófilos, macrófagos), células 
dendríticas, mastócitos, células natural 
killer e outras células linfoides inatas; e 
proteínas sanguíneas, incluindo 
componentes do sistema 
complemento e outros mediadores da 
inflamação; 
 
• combate microrganismos por duas 
reações principais: recrutamento de 
fagócitos e outros leucócitos (destroem os 
microrganismos, no processo de 
inflamação); e bloqueio da replicação viral 
ou killing de células infectadas por vírus 
(sem a necessidade de uma reação 
inflamatória) 
 
2. IMUNIDADE ADAPTATIVA (também 
chamada imunidade específica ou 
imunidade adquirida), estimuladas pela 
exposição a agentes infecciosos e que 
aumentam em magnitude e capacidades 
defensivas após cada exposição sucessiva a 
um microrganismo em particular. Uma vez 
que se desenvolve em resposta à infecção 
ela se adapta, mais fortes e mais 
especializadas. 
Reconhece e reage a um grande número de 
substâncias microbianas e não microbianas 
chamadas antígenos; 
 
• mediada por células chamadas linfócitos 
e seus produtos. Linfócitos B e linfócitos 
T, os quais medeiam diferentes tipos de 
respostas imunes adaptativas. 
• propriedades fundamentais: 
especificidade e diversidade, memória, 
(cada exposição a um antígeno gera 
células de memória de vida longa 
específicas para o antígeno); não 
reatividade ao próprio (auto tolerância) 
• dois tipos de respostas adaptativas: 
imunidade humoral (mediada por 
moléculas no sangue e em secreções 
mucosas, denominadas anticorpos, os 
quais são produzidos pelos linfócitos B, 
principal mecanismo de defesa contra os 
microrganismos e suas toxinas, 
localizados fora das células) e imunidade 
mediada por células ou celular ( mediada 
pelos linfócitos T, promove a destruição 
de microrganismos dentro dos fagócitos 
e a morte das células infectadas para 
eliminar os reservatórios da infecção). 
 
 
A resposta inata aos microrganismos fornece os 
primeiros sinais de perigo que estimulam as 
respostas adaptativas, e estas trabalham 
intensificando os mecanismos protetores da 
imunidade inata, tornando-os mais capazes de 
combater efetivamente os microrganismos. 
Em decorrência da capacidade de linfócitos e de 
outras células imunes em circular pelos tecidos, 
a imunidade é sistêmica. Uma resposta imune 
iniciada em um local poderá conferir proteção 
em locais distantes, essencial para o sucesso da 
vacinação. 
As respostas imunes são reguladas por um 
sistema de alças de feedback positivo que 
amplificam a reação e por mecanismos de 
controle que previnem reações inapropriadas 
ou patológicas. 
Os linfócitos, quando ativados, disparam 
mecanismos que aumentam ainda mais a 
magnitude da resposta, capacita pequeno 
número de linfócitos específicos para qualquer 
microrganismo, a gerarem a ampla resposta 
necessária à erradicação da infecção. Muitos 
mecanismos de controle se tornam ativos e 
previnem a ativação excessiva dos linfócitos, o 
que poderia causar dano colateral aos tecidos 
normais, e prevenir respostas contra os 
autoantígenos. 
A imunidade protetora contra um 
microrganismo normalmente pode ser 
fornecida tanto pela resposta do hospedeiro ao 
microrganismo (imunidade ativa) quanto pela 
transferência de anticorpos que defendem 
contra o microrganismo (imunidade passiva) 
• Indivíduos e linfócitos que nunca 
encontraram um antígeno particular são 
considerados naive, implicando que ambos 
são imunologicamente inexperientes. 
• Indivíduos que responderam a um antígeno 
microbiano e estão protegidos de exposições 
subsequentes àquele microrganismo são 
ditos imunes. 
A maioria dos microrganismos e outros 
antígenos entram no organismo através das 
barreiras epiteliais, e as respostas imunes 
adaptativas a esses antígenos se desenvolvem 
em órgãos linfoides periféricos (secundários). 
 
Células apresentadoras de antígeno (APCs) 
capturam os antígenos e expõe aos linfócitos 
específicos (mais especializadas são as células 
dendríticas) 
Expansão clonal: A ativação dos linfócitos naive 
(nunca responderam a antígeno) pelo antígeno 
leva à proliferação dessas células, resultando 
em um aumento no número de clones antígeno-
específicos. Em seguida linfócitos ativados 
diferenciam-se em células capazes de eliminar o 
antígeno (células efetoras), que medeiam o 
efeito final da resposta imune, e em células de 
memória, que sobrevivem por longos períodos 
e montam fortes respostas após encontros 
repetidos com o antígeno. 
Uma vez que a resposta imune adaptativa tenha 
erradicado a infecção, o estímulo para a 
ativação dos linfócitos se dissipa e a maior parte 
das células efetoras morrem, resultando no 
declínio da resposta. As células de memória 
permanecem, prontas para responder 
vigorosamente se a mesma infecção se repetir. 
 
Citocinas: amplo grupo de proteínas secretadas 
com diversas estruturas e funções, as quais 
regulam e coordenam muitas atividades das 
células da imunidade inata e adaptativa (ex.: 
promoção de crescimento e diferenciação das 
células imunes, ativação das funções efetoras 
de linfócitos e fagócitos, e estimulação de 
movimento direcionado das células imunes a 
partir do sangue para os tecidos e dentro dos 
tecidos) 
• Quimiocinas: regulam a migração e o 
movimento celular. 
Imunidade Humoral: Linfócitos Breconhecem 
antígenos, proliferam e se diferenciam em 
plasmócitos que secretam diferentes classes de 
anticorpos com funções distintas. 
A resposta das células B aos antígenos proteicos 
requer sinais de ativação (auxílio) das células T 
CD4 + (células auxiliares). Porém podem 
responder a vários antígenos não proteicos sem 
a participação de células T auxiliares. 
Células B (humoral): Cada plasmócito secreta 
anticorpos que têm o mesmo sítio de ligação ao 
antígeno, é o receptor antigênico da superfície 
celular que primeiro reconheceu o antígeno; 
• Polissacarídeos e lipídeos estimulam a 
secreção principalmente do anticorpo da 
classe imunoglobulina M (IgM); 
• Antígenos proteicos induzem a produção de 
anticorpos de diferentes classes (IgG, IgA, 
IgE) a partir de um único clone de células B; 
• A neutralização mediada por anticorpos é o 
único mecanismo da imunidade adaptativa 
que detém uma infecção antes que ela se 
estabeleça; 
• O sistema complemento é ativado por IgM e 
IgG e os produtos do complemento 
promovem a fagocitose e a destruição dos 
microrganismos; 
• Anticorpos IgG recobrem os microrganismos 
e os marcam para a fagocitose, porque os 
fagócitos (neutrófilos e macrófagos) 
expressam receptores para partes das 
moléculas de IgG; 
• A IgA é secretada pelo epitélio da mucosa e 
neutraliza microrganismos no lúmen dos 
tecidos de mucosa (tratos respiratório e 
gastrintestinal) prevenindo que os 
microrganismos inalados e ingeridos 
infectem o hospedeiro; 
• A IgG materna é ativamente transportada 
através da placenta e protege o recém-
nascido até que o sistema imune se torne 
maduro. 
• A maior parte dos anticorpos IgG tem meia-
vida na circulação de aproximadamente 3 
semanas, enquanto outras classes de 
anticorpos têm meias-vidas de apenas 
poucos dias. 
Células T (celular): Os linfócitos T reconhecem os 
antígenos dos microrganismos associados às 
células e diferentes tipos de células T auxiliam os 
fagócitos a destruir esses microrganismos ou 
matar as células infectadas, e não produzem 
moléculas de anticorpo; 
• Os linfócitos T têm especificidade restrita para 
antígenos; eles reconhecem peptídeos 
derivados das proteínas estranhas que estão 
ligadas às proteínas do hospedeiro (complexo 
principal de histocompatibilidade - MHC), que 
são expressas nas superfícies de outras células. 
Reconhecem e respondem aos antígenos 
associados à superfície celular, mas não aos 
antígenos solúveis; 
• Linfócitos T consistem em células T auxiliares 
(mediadas principalmente pela secreção de 
citocinas) e os citotóxicos ou citolíticos 
(produzem moléculas que matam outras 
células); 
• Células T reguladoras, atuam principalmente 
na inibição das respostas imunes. 
• Linfócitos se diferem pela expressão de 
proteínas de superfície celular, tais como CD4 
ou CD8. 
• Após a ativação nos órgãos linfoides 
secundários, os linfócitos T naive se 
diferenciam em células efetoras e muitas 
destas migram para os sítios de infecção. 
Quando essas células T efetoras encontram 
novamente os microrganismos associados a 
células, são ativadas e realizam as funções 
responsáveis pela eliminação dos 
microrganismos; 
 
• Células T auxiliares CD4 + secretam citocinas 
que recrutam leucócitos e estimulam a 
produção de substâncias microbicidas nos 
fagócitos, auxiliam a matar os patógenos 
infecciosos. Também secretam citocinas que 
ajudam as células B a produzir anticorpo IgE e 
ativam leucócitos chamados eosinófilos, que 
são capazes de matar parasitas grandes 
demais para serem fagocitados (defesa contra 
microrganismos extracelulares). Estas células 
permanecem nos órgãos linfoides e estimulam 
respostas de células B; 
 
• Células T citotóxicas CD8 + matam as células 
que abrigam microrganismos no citoplasma 
(patógenos intracelulares). Podem ser vírus 
que infectam muitos tipos celulares ou 
bactérias que são ingeridas pelos macrófagos, 
mas escapam das vesículas fagocíticas no 
citoplasma. Também matam as células 
tumorais que expressam antígenos 
reconhecidos como estranhos.

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