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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Escola de Direito - Teoria Geral do Direito Civil - Prof.ª Dra. Liane Tabarelli TRABALHO SOBRE BENS: Instruções: * Valor: 0,5 EXTRA para integrar a nota da 2ª Prova * Trabalho individual * A atividade deve ser confeccionada em CASA * Entrega: impressa (manuscrito ou digitado) diretamente para a professora em sala de aula * Data da entrega: 11.11.19 (segunda-feira) * A tarefa será corrigida em sala de aula oportunamente. * NÃO SERÃO ACEITOS TRABALHOS POR E-MAIL TAMPOUCO FORA DO PRAZO * Para auxiliar na confecção da tarefa disponibiliza-se aqui no Moodle roteiro sobre Bens do Prof. Pablo S. Gagliano. Recomenda-se também consulta obras de doutrina que constam na bibliografia no Plano de Aula da disciplina. * Atividade: A tarefa consiste em um trabalho dissertativo sobre Bens, no qual devem ser abordados os seguintes pontos: Os Bens. 1. Conceito. Patrimônio e esfera jurídica. 2. Classificação. Bens intrinsecamente considerados e reciprocamente considerados. Bens públicos. 3. Os atos do registro de imóveis. 4. O bem de família na legislação especial (Lei 8.009/90). Dica: No item 2, classificação dos bens, deve constar: BENS - ART. 79 A 103, CC Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica suscetíveis de apropriação bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis. Tem importância no que se refere à esfera jurídica nesse sentido seja, por ex., para garantir a subsistência humana, sanar suas necessidades, realizarem-se negócios e, em última instância, são utilizados como garantia de quitação de débitos. Bens intrinsecamente considerados: são os bens considerados em si mesmos. Bens reciprocamente considerados: classificados em bem principal e bem acessório. a) Corpóreos e incorpóreos Corpóreos – São os que têm existência física, material, e podem ser tangidos pelo homem. Incorpóreos – São os que têm existência abstrata, mas com valoração econômica – como, por exemplo, o direito autoral, crédito, sucessão aberta. b) Imóveis: - Por natureza - Por acessão natural - Por acessão artificial ou industrial - Por determinação legal Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Imóveis – As coisas que não podem ser removidas de um lugar para outro sem destruição. Podem ser por sua natureza (o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente, compreendendo as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo), por acessão física, industrial ou artificial (inclui tudo o que o homem incorpora definitivamente ao solo, como a semente, os edifícios, construções, de modo que não possam ser retirados sem destruição ou modificação em sua estrutura) e por acessão intelectual ou por destinação (são as coisas móveis que o titular mantêm no imóvel para a exploração de atividade econômica ou industrial ou para sua comodidade – tratores ou máquinas agrícolas, equipamentos e ornamentos) e por disposição legal, tal como o direito ao usufruto. c) Móveis e sua classificação Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Móveis – Podem ser transportados, suscetíveis de movimentação própria ou de locomoção por força alheia. Podem ser: por natureza (são os removíveis sem danos), por determinação legal (as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações) e por antecipação (são os incorporados ao solo mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móvel). d) Fungíveis e infungíveis Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Bens Fungíveis – São aqueles que podem ser substituídos por outro de mesmo gênero- espécie, quantidade e qualidade, sendo certo que tal classificação é típica de bens moveis como, por exemplo, o café, a soja, o dinheiro. Bens infungíveis – São aqueles não passíveis de substituição, encarados segundo suas qualidades individuais, vistos como de natureza insubstituíveis, por ex., uma obra de arte, o manuscrito original de um consagrado autor. e) Consumíveis e inconsumíveis Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Bens Consumíveis – Sãos os bens cujo uso importa a destruição instantânea da própria substância. De modo geral, são os que se destroem tão logo usados, bem como aqueles destinados à alienação. Subdividem-se em consumíveis de fato, como os alimentos, e consumíveis de direito, como o dinheiro. Bens Inconsumíveis – São os que permitem uso contínuo, sem prejuízo do seu perecimento ou destruição progressiva e natural de modo a permitir o aproveitamento de suas utilidades sem violação à sua integridade como um carro, por exemplo. A diferenciação entre bens consumíveis e inconsumíveis tem como norte a sua durabilidade. f) Divisíveis Indivisíveis: - Por natureza - Por determinação legal Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Bens Divisíveis – São os passiveis de divisão em frações homogêneas e distintas que guardam a qualidade de não se alterarem nem desvalorizarem a essência do todo. Segundo Maria Helena Diniz, “Deve cada parte ser autônoma, tendo a mesma qualidade e prestando as mesmas utilidades e serviços do todo. Por exemplo, se repartir um pacote de açúcar, cada metade conservará as qualidades do produto”. Bens Indivisíveis – São os desprovidos de caráter fracionário. A. Da própria natureza do bem, v. g., animal vivo; B. De determinação legal, v. g., a hipoteca, como direito real sobre coisa alheia; g) Singulares e coletivos Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. Bens singulares são aqueles avaliados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e por isso distinta de quaisquer outras (um lápis, um livro, uma árvore). Os bens singulares podem ser divididos em simples e compostos, estes são os que têm suas partes ligadas artificialmente pelo homem, enquanto que aqueles são os que compõem um todo homogêneo, cujas partes unidas pela natureza ou pelo engenho humano, nenhuma determinação especial reclamam da lei pois podem ser materiais (um cavalo, uma planta) ou imateriais (como um crédito). Os bens coletivos ou universalidades são aqueles que, sendo compostos de vários bens singulares, acabam por formar um todo homogêneo como, por exemplo, o rebanho ou uma biblioteca. Ademais, podem ser divididos em bens coletivos de fato e coletivos de direito. Os de fato são o conjunto de bens singulares (simples ou compostos) AGRUPADOS PELA VONTADE DA PESSOA, tendo destinação comum e permitindo a sua desconstituição pela mesma manifestação de vontade. Os coletivos de direito, entendidos como um complexo de direitos e obrigações, são dotados de valor econômico e reconhecidos pela lei como bens que têm caráter UNITÁRIO. h) Principal e acessório Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,aquele cuja existência supõe a do principal. Principal – é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente (A árvore em relação ao fruto). Acessório – é bem cuja existência depende da principal (fruto em relação à árvore). - Espécies de bens acessórios Ex.: benfeitorias, produtos e pertenças Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. i) Públicos e particulares Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. j) Bens fora do comércio São os que não se sujeitam a alienabilidade como os bens públicos e os gravados com cláusula de inalienabilidade. Os atos do registro de imóveis: PROPRIEDADE IMÓVEL - Da Aquisição pelo Registro do Título Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. O bem de família na legislação especial (Lei 8.009/90): Álvaro Villaça Azevedo: “o bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade”. Caio Mário da Silva Pereira: “é uma forma da afetação de bens a um destino especial que é ser a residência da família, e, enquanto for, é impenhorável por dívidas posteriores à sua constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio prédio”. Fonte consultada: http://www.civilize-se.com/2012/12/os-bens-e-sua-classificacao.html
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