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Livro Eletrônico Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital Carlos Xavier 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 1 117 Aula 18: Administração de cargos e salários. Visão sistêmica. Sumário 1. Palavras iniciais. .......................................................................................................... 2 2. Abordagem Sistêmica ................................................................................................. 3 3. Administração de cargos, carreiras, remuneração e benefícios. .................................. 8 4. Cargos: conceitos principais. ....................................................................................... 9 4.1. Empowerment ....................................................................................................................... 11 4.2. Descrição e análise de cargos. .............................................................................................. 13 5. Carreiras: conceitos principais. .................................................................................. 18 6. Remuneração e benefícios: conceitos principais. ...................................................... 21 6.1. Benefícios .............................................................................................................................. 27 7. Qualidade de vida no trabalho .................................................................................. 30 8. Resumo ..................................................................................................................... 36 9. Questões Comentadas. ............................................................................................. 45 10. Lista de Questões. .................................................................................................. 88 11. Gabarito. .............................................................................................................. 114 12. Bibliografia principal. ............................................................................................ 117 Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 127638 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 2 117 1. PALAVRAS INICIAIS. Oi! Finalmente chegamos na última aula do curso. O assunto previsto para hoje envolve dois pontos completamente desconectados: visão sistêmica e cargos e salários. Começarei com a visão sistêmica e depois partirei para os demais assuntos, não Wゲデヴ;ミエWマ ; SWゲIラミW┝?ラが ヮラキゲ ゲ?ラ ;ゲゲ┌ミデラゲ ケ┌W さゲラHヴ;ヴ;マざく O estudo de cargos e salários pode ser mais restrito ou mais abrangente. Considerando a tendência da FCC, resolvi fazer um estudo mais abrangente e incluir também carreiras e qualidade de vida no trabalho. Um abraço e muito sucesso!! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier www.youtube.com/profcarlosxavier Instagram: @Professorcarlosxavier Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. OBS.: não haverá resumo sobre さvisão ゲキゲデZマキI;ざ, uma vez que é preciso entender seus vários detalhes de maneira sistêmica! =) OBS2.: não há questões da FCC sobre さvisão sistêmicaざ pois esse assunto costuma ser cobrado em conjunto com outras teorias da administração, não pertinentes ao seu Edital. Por esta razão, trouxe apenas algumas questões do Cespe que encontrei sobre este tópico isolado, para que você possa praticar. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 3 117 2. ABORDAGEM SISTÊMICA Em primeiro lugar, gostaria que vocês soubessem que a concepção de ser humano por traz da visão sistêmica é a de homem funcional. Nela, o ser humano desempenha papéis no sistema em que se insere, sendo guiado por inventivos mistos. O homem funcional tem expectativas sobre os papeis das outras pessoas no sistema e busca deixar claras essas expectativas, reforçando ou modificando os papeis dos indivíduos. Neste sentido, a organização é um grande sistema de papéis, na qual os indivíduos desempenham suas partes. Considera-se ainda que os indivíduos possam ser incentivados por incentivos mistos. A abordagem sistêmica surge a partir da Teoria Geral dos Sistemas (TGS) de Ludwig von Bertalanffy. Esse sujeito questionou o seguinte: - Será que é possível criar uma teoria geral para proporcionar princípios básicos para todas as ciências, como a biologia, física, sociologia? - Pois bem, a resposta que ele mesmo deu foi: SIM! A partir dessa pergunta ele desenvolveu a TGS. Segundo a TGS, as ideias clássicas de reducionismo (decomposição do todo em cada detalhe), pensamento analítico (análise de cada detalhe) e mecanicismo não serviriam para a análise das ciências. O ideário deveria ser substituído pelo: Expansionismo ふラノエ;ヴ ラ さデラSラざが ミラ ケ┌;ノ ; ヮ;ヴデW ゲW キミゲWヴWぶく Pensamento sintético (sintetizar as coisas pelo papel que exercem no todo). Teleologia (a causa é uma condição necessária, mas nem sempre levará a uma dada consequência). Trata-se de uma verdadeira revolução na forma de pensar as coisas. O foco deveria estar não mais dentro da própria organização, mas na relação que as partes da organização tinham entre si e com o ambiente externo, sendo esta a primeira teoria que observa a organização como aberta ao ambiente. Além disso, as relações do tipo さ┌マ; I;┌ゲ; ェWヴ; ┌マ WaWキデラざが ゲ?ラ ;H;ミSラミ;S;ゲ, pois o que se sabe é que os efeitos terão causas, mas nunca se sabe o que acontecerá depois, ao se fazer alguma coisa agora. A TGS foi bastante influenciada pelo desenvolvimento da cibernética, que buscava ser uma ciência interdisciplinar, com foco na sinergia entre os conhecimentos científicos. A ideia central dessa abordagem aplicada à administração leva à conclusão de que a organização pode ser vista como um sistema que interage com o seu ambiente, ou seja, que recebe insumos (inputs), realiza o processamento desses insumos, e apresenta saídas (outputs) para o ambiente. Além disso, o próprio ambiente realimenta o sistema por meio de novos insumos, que gerarão novos processamentos e saídas. Percebe-se, desse modo, a existência de 5 componentes dos sistemas como um todo (inclusive o sistema organizacional): 1. Insumos ou entradas (inputs). 2. Processamento. 3. Saídas (outputs). 4. Retroação. 5. Ambiente que envolve o sistema. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 4 117 Nesse contexto, é importante saber também que, quando visualizamos o sistema dessa forma, a ヮ;ヴデW SW ヮヴラIWゲゲ;マWミデラ Y ┗キゲデ; Iラマラ ┌マ; さI;キ┝;-ヮヴWデ;ざが ラ┌ ゲWテ;がミWゲゲ; ;ミ=ノキゲWが ミ?ラ ゲW ゲ;HW ;ラ certo o que é executado dentro do processamento. Esse conceito é também chamado de Black Box. Perceba que, se resolvêssemos estudar o que acontece dentro desse processamento, poderíamos enxergar vários outros subsistemas operando um dentro do outro. Assim, a TGS se fundamenta em três premissas: 1. Os sistemas estão dentro de sistemas maiores. 2. Os sistemas são abertos e interagem com o ambiente. 3. As funções exercidas pelo sistema dependem da sua estruturação. Chiavenato (2011) nos lembra de que existem diversos conceitos para os sistemas. Como estamos diante de um concurso de uma banca que faz pensar, reproduzo os conceitos levantados por este autor: Sistema é um conjunto de elementos em interação recíproca. Sistema é um conjunto de partes reunidas que se relacionam entre si formando uma totalidade. Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado final é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada. Sistema é um conjunto de elementos interdependentes no sentido de alcançar um objetivo ou finalidade. Sistema é um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado cujas características são diferentes das características das unidades. Sistema é um todo organizado ou complexo; um conjunto ou combinação de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário orientado para uma finalidade. A visão organizacional a partir dos sistemas é que a empresa (ou organização) é um sistema aberto que interage com o ambiente para receber insumos de todas as naturezas e fornecer produtos ou serviços como resultado do seu processamento interno. As organizações enquanto sistemas abertos possuem as seguintes características: 1. Importação de insumos (entradas). A organização depende de entradas de energia vindas do ambiente, em qualquer de suas formas, como informações, materiais ou pessoal, por exemplo. Entradas Saídas Processamento Realimentação Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 5 117 2. Transformação (processamento interno). As organizações transformam os seus insumos em saídas para o ambiente no qual se insere. 3. Exportação (saída de produtos/serviços). Os insumos processados são exportados para fora da organização, sob a forma de produtos ou serviços. 4. Ciclos de eventos. As organizações importam e exportam constantemente para o ambiente, em uma atividade cíclica de entrada-processamento-saída-retroação-entrada-... 5. Entropia negativa (ou negentropia). A entropia é um processo de desorganização natural das coisas até sua morte. Associa ao seguinte: seria a entropia que nos envelhece e que leva à bagunça que pode se instalar no seu armário se você seguir usando sem cuidado. A entropia negativa é a força que o sistema usa para combater a entropia. Pode ser considerada também como o excesso de energia que o sistema importa do ambiente em relação ao que precisa gastar, utilizando-o para combater a entropia. É o reabastecimento de energias que a organização usa para manter sua estrutura organizacional com vigor. No armário de casa, a entropia negativa é o esforço para arrumá-lo de vez em quando, antes que ele se torne inutilizável. No nosso corpo, seria a possibilidade de vida eterna! 6. Retroação negativa (ou feedback negativo) e informação como insumo. Essa é uma característica igualmente interessante. Os sistemas abertos, assim como a organização, recebem informações não só sobre o ambiente externo, mas também sobre si mesmos, possibilitando o seu ajuste estrutural. O feedback negativo é a informação sobre a própria organização que mostra a inadequação de seu sistema interno ao ambiente. Quando retorna à organização, ele faz com que seus processos internos sejam modificados e melhorados. 7. Estado firme e homeostase dinâmica. Os sistemas mantêm o seu funcionamento estável a partir do que recebem e do que fornecem para o meio ambiente. Este equilíbrio é mantido por meio do processo de homeostase dinâmica. A homeostase é uma propriedade dos sistemas abertos de manter seu ambiente interno regulado para se ajustar dinamicamente aos acontecimentos do ambiente externo. Um dos exemplos mais comuns de homeostase no corpo humano é o fato da temperatura interna do corpo tender ao equilíbrio independentemente de a temperatura externa subir ou descer muito. O sistema biológico regula automaticamente a temperatura interna por meio da interação de seus diversos subsistemas para combater o frio (tremendo, arrepiando...) ou aliviar o calor (suando...). A organização faz o mesmo quando está constantemente buscando certa estabilidade interna apesar das constantes interações com o meio ambiente. 8. Diferenciação. Nas organizações enquanto sistemas abertos o sistema organizacional tende a se diferenciar internamente em funções especializadas, diferenciadas e estruturadas em hierarquia. 9. Equifinalidade. A organização enquanto sistema aberto pode atingir o fim que deseja, mesmo partindo de diferentes pontos de partida e passando por diferentes caminhos. A própria estabilidade do sistema organizacional pode ser atingida por mais de um meio diferente. 10. Fronteiras ou limites do sistema. Assim como nas fronteiras territoriais do Brasil, as fronteiras da organização enquanto sistema aberto separam o que é interno ao sistema daquilo que é de fora. Elas definem até onde o sistema pode atuar e qual o nível de abertura do sistema em relação ao ambiente. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 6 117 Uma frase que sintetiza muito bem o pensamento sistêmico, com a percepção da interação de todas as suas partes gerando algo maior que se relaciona com o ambiente é: さo todo é maior do que a soma das partesぁ ざ N; ┗WヴS;SWが ケ┌;ミSラ ゲW Sキ┣ さY マ;キラヴざが você deve entender que isso acontece devido ao bom funcionamento do sistema. Uma compreensão mais ampla considera que o todo sistêmico também pode ser um resultado menor do que a soma das partes. Isso acontece quando um sistema pode estar com seu funcionamento prejudicado, pois o que se busca no sistema é justamente que o todo seja maior que a soma das partes. 2.1.1. Perspectiva sociotécnica. A Perspectiva Sociotécnica foi proposta por pesquisadores do Instituto de Relações Humanas de Tavistok com base na teoria dos sistemas. Para ela, a organização é um sistema sociotécnico composto de dois subsistemas: Subsistema técnico: é a tecnologia utilizada, o território e o tempo, sendo responsável pela eficiência potencial da organização. Envolve aspectos como tarefas, instalações, equipamentos, operações, arranjo físico, etc. Subsistema social: são as pessoas e seus relacionamentos formais e informais no trabalho (inclusive por meio das exigências e demandas da organização). É ele que transforma a eficiência potencial em real. 2.1.2. Sistemas autopoiéticos. Importante destacar uma visão diferente sobre sistemas, que merece tratamento em separado: a da autopoiese. Se a banca estiver tratando de uma visão sistêmica de forma geral, sem se referir a esta visão, melhor não utilizá-la, pois isto pode gerar confusão na hora de responder! Use apenas se a banca falar especificamente! Para a autopoiese, presente na visão de Morgan sobre as organizações e com origem nas ideias de Maturana e Varela, os sistemas podem até terrelação com o ambiente, mas este tipo de relação é determinada internamente e apenas explicado por meio de um observador externo, que tenta fazer com que o sistema tenha sentido para o ambiente. A autopoiese de um sistema é justamente a características de que os sistemas seriam fechados, autocentrados e autorreprodutores. O objetivo dos sistemas, em última instância, é sua própria autorreprodução, inclusive no caso dos seres vivos. Vejam o que Misoczky (2003, p.6) diz sobre o assunto: Autopoiese, nessa concepção, se refere à constante autoprodução dos seres vivos e inclui a diferenciação entre organização e estrutura. Organização é o conjunto de relações que ocorrem entre os componentes; a estrutura compreende os componentes e relações que constituem uma unidade particular, realizando sua organização. Os sistemas vivos são, nessa concepção, organizações fechadas, sistemas autônomos de interação que fazem referência somente a si mesmo. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 7 117 Ainda nesta visão, as mudanças do sistema não decorrem do ambiente, mas sim de um padrão de interações entre os diferentes elementos do próprio sistema que se relacionam entre si independentemente da existência de eventuais causas. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 8 117 3. ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS, CARREIRAS, REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS. Neste tópico estudaremos a administração de cargos e salários に que é o que possibilita a adequada remuneração dos profissionais. A administração de cargos, carreiras e salários constitui uma importante função da área de gestão de pessoas de uma organização. O seu objetivo está ligado à melhor aplicação das pessoas ao seu trabalho e a distribuição de recompensas de maneira adequada para os funcionários, de modo que isso contribua como mais um fator a gerar satisfação do mesmo com a organização. O salário recebido está mais ligado à satisfação com a organização como um todo do que com o cargo exercido! A satisfação com o cargo vem dos fatores intrínsecos do cargo, ou seja, das tarefas realizadas! Como nossa discussão é aplicada ao seu concurso público, para facilitar a compreensão dos conceitos, resolvi separá-los em subtópicos: Cargos: conceitos principais Carreiras: conceitos principais Salários: conceitos principais Vamos estudá-los desta forma! Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 9 117 4. CARGOS: CONCEITOS PRINCIPAIS. PラSWマラゲ SWaキミキヴ さI;ヴェラざ Iラマラ ラ Iラミテ┌ミデラ SW SW┗WヴWゲ W ;デキ┗キS;SWゲ ヴWノ;Iキラミ;S;ゲ WミデヴW ゲキ Wマ ┌マ; unidade integrada que ocupa uma posição na hierarquia organizacional, sendo plural, uma vez que um determinado cargo (analista administrativo júnior, por exemplo) pode ser ocupado por diferentes pessoas na organização. Outras definições importantes incluem o conceito de tarefa e função. Tarefas são as atividades desempenhadas, enquanto função é o conjunto de tarefas exercidas pelo ocupante de um cargo. Note, então, que o ocupante de um cargo possui uma função desempenhada através de tarefas. Para que o cargo possa ter significado na organização é preciso, em primeiro lugar, realizar o desenho do cargo (job design), que consiste na organização das tarefas, atributos e procedimentos de um cargo, seus métodos e processos de trabalho (representando o como as atividades serão desempenhadas) e no correto posicionamento do mesmo na hierarquia organizacional. De forma ampla, Chiavenato (2007) afirma que o desenho dos cargos se fundamenta em dois aspectos centrais: a especialização do ocupante do cargo e a definição do cargo, especificando (p.260): 1. Especialização: relaciona-se ao grau de conhecimento e habilitação requerido pelo cargo. Geralmente, o grau de especialização do ocupante do cargo depende da tecnologia utilizada ou da administração. 2. Definição: refere-se à determinação das responsabilidades e às atribuições do ocupante do cargo em relação ao seu trabalho, a quem ele se reporta, os recursos e pessoas sobre os quais tem autoridade, o trabalho que se espera dele e as relações futuras com outros ocupantes de cargos. (...) Na linha de especificar em detalhes a definição dos aspectos do cargo, Chiavenato (2010, p201- 202) afirma que desenhar um cargo significa definir quatro condições básicas: 1. O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deve desempenhar (qual é o conteúdo do cargo). 2. Como as tarefas ou atribuições devem ser desempenhadas (quais são os métodos e processos de trabalho). 3. A quem o ocupante do cargo deve se reportar (responsabilidade), isto é, quem é o seu superior imediato. 4. Quem o ocupante do cargo deve supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é, quem são os seus subordinados ou pessoas que dele dependem para trabalhar. Os principais modelos de desenho de cargos definidos pela literatura especializada são: 1. Modelo clássico (tradicional): é o modelo utilizado pelos teóricos da administração científica com base na racionalização do trabalho e na definição de tempos e movimentos para a realização das tarefas. A pessoas eram tidas como apêndice da máquina, numa visão de homem econômico, com o trabalho fragmentado, o foco na eficiência, e uma presunção de estabilidade/permanência do desempenho das tarefas. É voltado para a clara definição das tarefas com base na tecnologia existente. Esse modelo busca as vantagens de redução de custos, padronização das atividades e apoio à tecnologia existente. Apesar disso, possui as Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 10 117 seguintes desvantagens e limitações: cargos simples e repetitivos são chatos e monótonos para os trabalhadores; o trabalhador fica desmotivado; o trabalho é individualizado e isolado; o contato profissional do trabalhador é monopolizado pela chefia (o funcionário não se relaciona com mais ninguém!); o modelo é inadequado à dinamicidade da era da informação. 2. Modelo humanístico: é o modelo adotado pela Escola das Relações Humanas, possuindo uma visão de homem social. Há uma grande preocupação com o contexto social do trabalho, e pouca preocupação com a definição do cargo em si. Assim, na prática, o desenho do cargo em si continua igual ao modelo clássico, mas com a incorporação de mais relacionamentos sociais ao trabalhador, que deve trabalhar em um grupo coeso e integrado. A liderança passa a ser considerada como um fenômeno importante para o exercício da chefia, e ela deve promover um clima positivo, cooperativo e amigável, com intervalos de lazer e descanso, e utilizar-se de recompensas sociais e simbólicas. A rotação de cargos similares deve ser incentivada, para estimular a interação com outraspessoas. Momentos de lazer são estimulados, principalmente fora do horário de trabalho. 3. Modelo contingencial: considera o desenho do cargo como resultado da interação entre três variáveis concomitantes に pessoas, tarefa e estrutura da organização. Diferentemente do modelo clássico e humanista que prescrevem o desenho do cargo de maneira permanente, o modelo contingencial baseia-se na contínua mudança e revisão do cargo, como resposta ao ambiente e suas variáveis. O ser humano interage com tudo isso em diferentes momentos da organização, havendo uma visão de tratar-ゲW SW ┌マ さエラマWマ IラマヮノW┝ラざく PヴWゲゲ┌ヮロW ; SWaキミキN?ラ Ionjunta do cargo pelo gerente e pelo funcionário, para que o cargo se torne um verdadeiro fator motivacional de trabalho. Os cargos devem possuir cinco dimensões essenciais: a) variedade; b) autonomia; c) tarefas com significado; d) tarefa ampla e integral (identidade com a tarefa com base nisso); e) retroação de informações para o ocupante do cargo. Não confunda o desenho do cargo com a descrição do cargo. Enquanto a descrição busca relacionar brevemente o que faz o cargo, o desenho vai além: estabelece as tarefas, a forma que elas devem ser desempenhadas, e as relações funcionais de hierarquia na organização - posicionando o cargo no organograma. Não tente misturar os conceitos, pois isso só fará você se confundir! Outro ponto importante sobre o gerenciamento de cargos é o enriquecimento de cargos (também chamado de enriquecimento de tarefas ou job enrichment). Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 11 117 Este conceito busca reorganizar as tarefas realizadas pelo ocupante de um cargo de modo a ampliar o conteúdo do próprio cargo, proporcionando um maior ajustamento entre as expectativas do ocupante e as tarefas realizadas, para que este possa encontrar maior motivação para o trabalho. O pressuposto central é que quanto mais satisfeita a pessoa estiver, mais produtividade ela terá. O enriquecimento de cargos pode ser de dois tipos: 1. Enriquecimento vertical: se dá quando são adicionadas tarefas com maior complexidade ao conteúdo do cargo ou novas tarefas administrativas ao mesmo tempo em que tarefas mais simples são transferidas para um cargo de nível inferior. Aumenta-se a complexidade das tarefas e as responsabilidades do cargo, de modo que o funcionário assuma maiores responsabilidade e autonomia. Com isso, espera-se mais satisfação no cargo. 2. Enriquecimento horizontal (também chamado de job enlargement ou expansão do cargo): também chamado de enriquecimento lateral, acontece quando se adicionam tarefas diferentes a um cargo, mas do mesmo nível de complexidade. A contrapartida é a transferência de algumas tarefas do cargo para outros cargos do mesmo nível. Neste caso, busca-se apenas variar as tarefas de um cargo, mantendo-se o mesmo nível de responsabilidades e complexidade das tarefas. Com isso, busca-se aumento da satisfação dos funcionários pela variação de tarefas no mesmo grau de autonomia, complexidade e responsabilidade. Ainda sobre cargos, vamos estudar em maior profundidade o empoderamento, no próximo tópico. 4.1. EMPOWERMENT O empowerment é uma metodologia utilizada pelas organizações para aumentar o comprometimento dos funcionários com a missão e objetivos da organização, tomando-se como base o maior empoderamento dos mesmos sobre suas tarefas. Segundo Chiavenato (2010), empowerment significa: transmitir responsabilidade e recursos para todas as pessoas, a fim de obter sua energia criativa e intelectual, de modo que possam mostrar verdadeira liderança dentro de próprias esferas individuais de competências e também, ao mesmo tempo, ajudar a enfrentar os desafios globais de toda a empresa. Em outras palavras, o empowerment consiste em uma verdadeira estratégia adotada por toda a organização no sentido de empoderar, ou seja, dar mais poder, responsabilidades e recursos para que as pessoas possam executar seus trabalhos com maior criatividade e autoeficácia. Mais do que isso, o empowerment busca que os funcionários se comprometam em contribuir com a organização para melhorar o seu desempenho e suas decisões. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 12 117 Isso se faz, principalmente, através da remoção das barreiras que impedem os funcionários de deterem um poder real sobre os seus trabalhos. Essas barreiras incluem o estilo de supervisão cerrada, a intolerância aos erros, etc. Muita gente por aí diz que o empowerment acontece quando um gerente passa mais responsabilidades e poder de decisão para um subordinado. Isso não é empowerment. É apenas a descentralização das competências e do poder de decisão. O empowerment só acontece quando for uma prática adotada por toda a organização. A utilização do empowerment leva à observação de diferentes consequências na organização: As pessoas deixam de agir como funcionários descompromissados e passam a ser verdadeiras parceiras da organização. Os funcionários passam a deter o controle sobre suas atividades. A autoestima das pessoas fica melhorada, melhorando também sua relação com o trabalho. A qualidade do trabalho é melhorada. O desempenho do profissional também melhora. Para implementar o empowerment, as organizações precisam estar atentas a diversos fatores. Não basta apenas adotar o discurso de compartilhamento de poder. Organizações que insistem em não compartilhar informações, por exemplo, não vão conseguir dar o verdadeiro poder aos a┌ミIキラミ=ヴキラゲが テ= ケ┌W WノWゲ Iラミデキミ┌;ヴ?ラ さミラ WゲI┌ヴラざ Wマ ヴWノ;N?ラ ;ラゲ a;デラゲ ケ┌W Wミ┗ラノ┗Wマ ラ ゲW┌ trabalho. Neste sentido, é possível mencionar diferentes requisitos para que o empowerment possa ser implementado nas organizações (Chiavenato, 2010): Deve ser dada a devida importância à competência e experiência dos funcionários. As informações devem ser abertas e compartilhadas. As recompensas organizacionais para os funcionários devem ser adequadas. As pessoas devem ter clareza quanto à missão da organização. Os erros devem ser tolerados, e não punidos. Deve ser criado um sentido para o trabalho das pessoas. A autoridade da hierarquia deve ser questionada. A organização deve se esforçar para convencer os funcionários quanto à desejabilidade de responsabilidades, criatividade e poder de decisão. A arbitrariedade deve ser eliminada. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 13 117 A alta direção deve utilizar o empoderamento como base do seu pensamento. Deve haver clareza sobre o que significa o empowerment. A organização deve proporcionar autonomia para os funcionários, dentro de certos limites. As equipes autogerenciadas devem ser preferidas. Como o empowerment enfoca o comprometimento do funcionário com uma melhoria da organização, é preciso entendermos também que existem dois tipos básicos de comprometimento, sendo que apenas um se relaciona diretamente com o empowerment. No comprometimento externo, o funcionário não consegue controlar o seu destino. Nele, as atividades eos comportamentos que devem ser adotados pelo funcionário são definidos por outras pessoas. As metas e sua importância são definidas também desta forma. É típico das organizações que funcionam sob o modelo tradicional de obediência-autoridade. No comprometimento interno, conceito relacionado com as organizações pós-modernas, os funcionários possuem capacidade de decidir sobre seus próprios trabalhos. Nele, os próprios indivíduos é quem definem suas atividades e os comportamentos que deverão adotar. Eles se juntam aos gerentes para definir metas desafiantes e estabelecem sozinhos a importância dessas metas. Como você já deve ter notado, o comprometimento interno é que está diretamente ligado com a implementação do empowerment na organização, já que os funcionários passam a contar com uma maior autonomia em seu trabalho. Assim, é importante que a organização busque estimular este comprometimento interno para que o programa de empoderamento seja bem-sucedido. Ainda sobre cargos, é importante que você saiba distinguir a análise e a descrição de cargos, o que será feito no próximo tópico. 4.2. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CARGOS. A análise e descrição de cargos são processos de aplicação de pessoas na organização. Muitas vezes elas são tratadas como uma só coisa, mas representam dois conceitos distintos. Enquanto a descrição do cargo está ligada aos aspectos intrínsecos ao cargo, a análise está ligada aos aspectos extrínsecos ao cargo. Os aspectos intrínsecos tratados pela descrição de cargos são os métodos de trabalho adotados. Os aspectos extrínsecos, típicos da análise de cargos, dizem respeito às características individuais que os ocupantes dos cargos devem possuir para poder exercê-lo. Neste sentido, Boas e Andrade (2009) apontam como elementos que compõem a descrição e fatores que estão incluídos na análise dos cargos os seguintes: Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 14 117 Elementos da Descrição de Cargos: O que faz? Tarefas e atividades a executar. Quando faz? A periodicidade é diária, semanal, mensal, anual ou esporádica. Como faz? Através de pessoas, máquinas e equipamentos, materiais, dados e informação. Quem faz? Local e ambiente de trabalho. Por que faz? Objetivos do cargo. Metas e resultados a atingir. Elementos centrais da Análise de Cargos: Requisitos mentais: instrução necessária; experiência anterior; iniciativa e aptidões; competências e habilidades. Requisitos físicos: esforço físico; concentração visual e mental; destrezas ou habilidades, etc. Responsabilidades envolvidas: supervisão de pessoas; material, equipamentos e ferramentas; dinheiro, títulos e documentos; contratos internos e externos. Condições de trabalho: ambiente físico de trabalho; riscos de acidentes. A descrição do cargo apresenta o título do cargo, as atividades a serem desempenhadas, suas principais responsabilidades, etc. Chiavenato (2ヰヱヰぶ ;aキヴマ; ケ┌W Wノ; さヴWノ;Iキラミ; de maneira breve as デ;ヴWa;ゲが SW┗WヴWゲ W ;ゲ ヴWゲヮラミゲ;HキノキS;SWゲ Sラ I;ヴェラざく Percebe-se que, em outras palavras, a descrição do cargo é responsável por entender mais sobre o cargo em si, descrevendo-o e respondendo às perguntas: o quê? Quando? Como? Quem? e Por quê?. A análise do cargo, por sua vez, busca analisar o cargo em relação à pessoa que deverá ocupá-lo. Isso inclui os requisitos para ocupá-lo (mentais e físicos), as responsabilidades que o cargo impõe ao ocupante e as condições de trabalho às quais que o ocupante deverá se adequar. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 15 117 (CESPE/TRE-GO/AJAA/2015) A descrição dos cargos de uma empresa deve enfocar os requisitos exigidos pelos cargos e deixar de lado o que o ocupante do cargo sabe verdadeiramente fazer. Comentário: A descrição do cargo é voltada para os aspectos do cargo em si, e não as características do ocupante, por isso a questão está correta. GABARITO: Certo. (CESPE/FUB/Tecnólogo - RH/2015) A definição de perfis profissionais pelas organizações pode ser realizada com base na análise de cargos que especifica atividades, condições, responsabilidades e demais elementos necessários ao trabalho. Comentário: A análise de cargo realmente especifica as condições do ocupante do cargo, suas responsabilidades, etc. Numa visão mais ampla, a própria descrição do cargo seria apenas uma etapa da análise. É possível concluir, por interpretação, que a análise do cargo pode ser uma importante base para definição dos perfis profissionais! GABARITO: Certo Chiavenato (2010) apresenta um modelo adaptado de Ivancevich (1995), que afirma que são seis as etapas para a análise dos cargos: 1. Exame da estrutura organizacional total e de cada cargo. 2. Definição de quais as informações requeridas para análise dos cargos. 3. Seleção dos cargos a serem analisados. 4. Reunir os dados necessários para a análise dos cargos; 5. Preparar as descrições de cargos; 6. Preparar as especificações dos cargos. Para que se possa executar a análise e descrição dos cargos, é necessário que a pessoa responsável realize um levantamento de dados. Estes dados podem ser levantados basicamente por três meios: Entrevistas: neste caso podem ser entrevistados funcionários, grupos de funcionários ou supervisores sobre os diversos aspectos relacionados ao cargo. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 16 117 Questionários: são aplicados ao ocupante do cargo ou ao supervisor de quem o ocupa de modo a obter informações escritas. A vantagem principal sobre os outros métodos é que os questionários são de rápida aplicação e baixo custo. A principal desvantagem é que não é tão fácil quanto parece elaborar um questionário bem estruturado. Observação in loco: trata-se de uma terceira opção, na qual uma pessoa observa o trabalho do ocupante de um cargo para que possa entender este último. É mais aplicável a cargos simples e cujas tarefas são repetitivas, como os cargos no nível operacional da organização. É possível ainda que a organização opte por utilizar qualquer combinação metodológica possível entre os três métodos apresentados acima, o fundamental é que ela esteja buscando utilizar a metodologia que melhor se ajuste às suas necessidades em cada caso! Entendendo tudo isso, você precisa saber ainda que juntas, a descrição e análise do cargo formam a estruturação dos cargos na organização: uma tarefa contínua de definir e redefinir os cargos para que eles estejam sempre adequados às necessidades organizacionais. Para Boas e Andrade (2009), esta estruturação funciona seguindo as seguintes etapas: 1. Exame detalhado da estrutura organizacional, inclusive missão, visão, valores, objetivos e estratégia. 2. Definição das informações requeridas para proceder à análise e descrição dos cargos. 3. Seleção dos cargos que serão descritos e analisados. Se forem poucos, é recomendável que este processo seja aplicado a todos. 4. Confronto dos dados para elaborar a descrição e análise dos dados, evitando assim a sobreposiçãode tarefas. 5. Elaboração da descrição dos cargos. 6. Elaboração da análise dos cargos. 7. Montagem de um manual de cargos que contenha as fichas de descrição e análise de todos os cargos e disponibilização para que todos possam consultar sobre a estrutura de cargos da organização. - Carlos, já falamos de análise e descrição de cargos, o que são e como elas servem para a estruturação dos cargos da organização. Agora você poderia explicar para que fazer tudo isso? Para que serve a descrição e análise de cargos? - R: Claro! A análise e descrição de cargos servem de subsídio para diferentes atividades de recursos humanos dentro da organização. Elas orientam o trabalho do dia-a-dia, servem de base para resolução de conflitos interfuncionais, servem de base para o recrutamento e seleção de pessoal, etc. De uma forma mais estruturada, permito que Chiavenato (1996, apud Chiavenato, 2010) responda, já que a Banca poderá cobrar exatamente o que ele disse!!!!!: Os principais objetivos da análise e descrição de cargos são os seguintes: Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 17 117 1. Subsídios ao recrutamento. Definição do mercado de RH onde se deverão recrutar dados para a elaboração de anúncios ou técnicas de recrutamento. 2. Subsídios à seleção de pessoas. Perfil e características do ocupante do cargo, requisitos exigidos, definição da bateria de provas e testes de seleção etc. 3. Material para o treinamento. Conteúdo dos programas de treinamento, conhecimentos e habilidades exigidos ao ocupante e atitudes perante o cliente. 4. Base para a avaliação e classificação de cargos. Fatores de especificações para serem utilizados como fatores de avaliação de cargos, escolha de cargos referenciais para pesquisa de salários etc. 5. Avaliação do desempenho. Definição de critérios e padrões de desempenho para avaliar os ocupantes, metas e resultados a serem alcançados etc. 6. Base para programas de higiene e segurança. Informações sobre condições de insalubridade e periculosidade comuns a determinados cargos. 7. Guia para o gerente. Informações sobre o conteúdo dos cargos e desempenho dos ocupantes. Agora que entendemos os principais aspectos sobre os cargos, vamos entender como se estruturam as carreiras nas organizações. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 18 117 5. CARREIRAS: CONCEITOS PRINCIPAIS. Carreiras podem ser definidas como o conjunto de cargos ou funções ocupadas por um determinado indivíduo ao longo de sua vida profissional. Se, por um lado, os indivíduos buscam assumir o desenvolvimento de suas carreiras ocupando cargos e realizando tarefas de diferentes graus de complexidade em diferentes organizações, por outro, as organizações buscam disponibilizar carreiras a serem percorridas pelos seus funcionários como forma de mantê-los motivados para o trabalho e evitar sua saída, construindo também uma capacidade de substituição nos postos-chave no futuro, através do planejamento sucessório. Os planos de carreira são resultado do planejamento feito pela organização para que as competências necessárias para o futuro organizacional sejam desenvolvidas sendo, por isso, uma função estratégica de RH na organização para composição de seus quadros profissionais. Existem três tipos básicos de estruturas de carreira que a organização pode buscar desenvolver: 1. Estruturas em linha: são as estruturas verticais nas quais o individuo começa nos níveis mais baixos (como técnico, analista júnior, estagiário, etc.) e pode crescer verticalmente, ocupando posições hierárquicas superiores na mesma linha de autoridade. O ponto mais relevante aqui é que as pessoas não possuem alternativas ao progredirem nas carreiras, devendo crescer apenas verticalmente para exercer o cargo de seus chefes, na mesma área de atuação; 2. Estruturas em rede: são estruturas que possibilitam alternativas às pessoas no desenvolvimento de suas carreiras. O indivíduo pode crescer para cima, mas também para ocupar outras posições que não a do seu superior imediato. De qualquer forma, os requisitos para ocupar os cargos são pré-estabelecidos pela organização. Assim, há uma maior flexibilidade do que nas estruturas em linha, mas a liberdade de desenvolvimento na carreira não é total. 3. Estruturas paralelas: são as estruturas de carreira que se desenvolvem em paralelo, permitindo ao funcionário que se desenvolva através de uma das linhas paralelas, sendo que uma se refere a cargos de natureza mais técnica e outra a cargos de liderança, ou gerenciais. Deste modo, as pessoas podem se desenvolver enquanto técnicos ou enquanto gestores, podendo ocupar níveis similares em cada uma das linhas paralelas. O modelo de estrutura paralela mais comum é o de estrutura em é o de estrutura em Y, na qual a base é comum (o individuo entra na organização ocupando cargos na base da pirâmide) e conforme se desenvolve ele opta por seguir uma das duas trilhas do Y - ocupando cargos gerenciais ou cargos mais elevados de natureza técnica. Além de poder crescer para cargos superiores (por meio da mobilidade vertical), as pessoas também podem se desenvolver para ocupar cargos no mesmo nível que o atual, só que em outra área de trabalho (mobilidade horizontal). Importante destacar um conceito mais moderno que vai além da mobilidade vertical e horizontal: a mobilidade radial. Este último tem relação com a capacidade de o funcionário possuir mais ou menos influência nos processos decisórios da organização. Diz-se que quanto maior a influência do funcionário, maior sua expansão radial. Nada Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 19 117 disso deve ser confundido com os conceitos de promoção vertical e horizontal, os quais tratarei agora. A promoção vertical é aquela na qual o individuo é promovido para cargos de complexidade superior, recebendo aumento salarial como consequência. A promoção horizontal é aquela que acontece por mérito dentro do mesmo cargo. É quando o profissional passa a receber um salário maior no mesmo cargo que ocupa como consequência do seu desempenho. No serviço público, é comum falar-ゲW Wマ さヮヴラェヴWゲゲ?ラざ ふIラマラ ヮヴラマラN?ラ エラヴキ┣ラミデ;ノぶ W さヮヴラマラN?ラ ┗WヴデキI;ノざく (CESPE/TJDFT/Analista Judiciário - Psicologia/2015) A estruturação de planos de carreira deve considerar que a mobilidade dos funcionários se faz possível não apenas lateralmente ね entre diferentes áreas e funções ね e verticalmente ね por meio da ascensão na hierarquia organizacional ね, mas também radialmente ね a partir da aquisição de influência nas arenas decisórias das organizações. Comentário: É isso mesmo, pessoal! A tradicional mobilidade vertical e horizontal hoje se vê convivendo também com a capacidade radial do funcionário influenciar nas decisões organizacionais. GABARITO: Certo. (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015) Planos de carreira são resultados da função estratégica de administradores de RH nas organizações e visam à composição de melhores quadros profissionais nofuturo das empresas. Comentário: Planos de carreira de fato estabelecem o caminho para a construção de quadros profissionais para o futuro da organização, sendo função considerada estratégica no RH. GABARITO: Certo. É importante que cada pessoa assuma a responsabilidade pelo desenvolvimento de suas carreiras, através do processo de autogerenciamento de carreira. Com isso, o indivíduo pode direcionar o seu desenvolvimento para a realização de atividades e a busca de cargos futuros que lhe sejam interessantes. Apesar disso, é importante que a organização também ofereça um direcionamento para a carreira de seus funcionários, já que ela precisa realizar um planejamento da sucessão dos cargos da organização. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 20 117 Planejamento da sucessão, ou planejamento sucessório, nada mais é do que o conjunto de atividades desempenhadas pela gestão de pessoas no nível estratégico, buscando direcionar o desenvolvimento da carreira de seus funcionários de modo que as competências necessárias sejam desenvolvidas para que os funcionários possam ser utilizados na sucessão de profissionais de nível mais elevado, caso estes venham a se aposentar ou a sair da empresa por qualquer motivo. Uma vez estudado o planejamento de carreiras, vamos para o próximo tópico da aula! Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 21 117 6. REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS: CONCEITOS PRINCIPAIS. Inicialmente vamos entender o conceito mais amplo de remuneração para que possamos falar um pouco mais sobre salários. A remuneração total de um funcionário são as recompensas que ele recebe da organização em troca do trabalho que oferece para que a organização possa atingir seus objetivos. Essas recompensas podem ser divididas em três componentes gerais da remuneração de um funcionário: 1. Remuneração básica fixa: representa o salário fixo recebido pelo funcionário. Pode ser por dia de trabalho, por mês, etc. É componente da remuneração direta pelo trabalho. 2. Remuneração variável, flexível ou incentivos salariais: são os bônus, participação nos lucros, etc., que um funcionário recebe como forma de remuneração vinculada ao seu desempenho ou da organização e suas partes. Também é tido como parte da remuneração direta. Favorece o espírito empreendedor e incentiva a produtividade, mas quebra a isonomia de ganhos e transforma os custos fixos com salários em custos variáveis. 3. Remuneração indireta / benefícios: são os benefícios que os funcionários recebem para trabalhar na organização, como plano de saúde, auxílio-refeição, refeitórios subsidiados, seguro de vida, etc. Normalmente estão descritos no plano de serviços e benefícios sociais da organização, mas comumente são definidos por cláusulas de convenções coletivas de trabalho. Perceba que o salário básico é apenas parte da remuneração total! Uma remuneração pode ser paga de diferentes maneiras, como por exemplo: Apenas parcela fixa. Apenas variável. Remuneração mista (fixo+variável). Remuneração por tarefa executada. Remuneração por utilidade, ou in natura (baseada em bens e utilidades para recompensar o trabalhador). Sobre a administração dos salários, é importante saber que ela possui diferentes objetivos para a organização. Sobre este assunto, Chiavenato (2010, p.288) afirma que os principais objetivos desta administração são: Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 22 117 1. Atrair e reter talentos na organização. 2. Motivação e obtenção de engajamento comprometimento (sic) do pessoal. 3. Aumento da produtividade e qualidade no trabalho. 4. Controle de custos laborais. 5. Tratamento justo e equitativo às pessoas. 6. Cumprimento da legislação trabalhista. 7. Ajudar no alcance dos objetivos organizacionais. 8. Proporcionar um ambiente amigável e impulsionador de trabalho. Perceba que a administração dos salários pode parecer algo simples, mas envolve a organização como um todo e pode ser um importante ponto para que a mesma atinja os seus resultados. Na definição dos salários dos cargos da organização, é importante que o analista de cargos e salários tenha em conta como deseja equilibrar a política de remuneração interna e externamente para que não haja percepção de injustiça pelos funcionários, o que pode afetar a sua motivação. Vamos ver o que significam cada um dos conceitos que mencionei e que devem ser gerenciados: Equilíbrio interno: trata-se da comparação remuneratória entre funções e habilidades dentro de uma mesma organização, sejam ou não do mesmo nível hierárquico. É importante que a estrutura salarial esteja ajustada aos cargos e à sua complexidade. Não faz sentido, por exemplo, que um gerente geral receba remuneração inferior a um analista da mesma área. Equilíbrio externo: trata-se, neste caso, da comparação entre as remunerações oferecidas em relação a outras organizações. A competitividade com o mercado costuma ser bem- vinda para que os funcionários não percebam a situação como sendo injusta por conta de a organização oferecer remunerações diferentes do mercado. Milkovich e Boudreau (2000) afirmam que a remuneração deve levar em consideração quatro políticas principais: 1. Competitividade externa: remuneração considerada em relação a várias empresas. 2. Alinhamento interno: diz respeito às comparações entre funções ou habilidades dentro de uma organização. 3. Contribuições dos empregados: trata-se da ênfase dada ao desempenho e/ou antiguidade das pessoas que executam as mesmas tarefas ou possuem as mesmas habilidades. 4. Gerenciamento/implantação: trata-se da maneira como sistema de pagamentos será operacionalizado. A organização deve preparar o seu plano de remuneração, que é ligado ao plano de cargos, estabelecendo o valor relativo de cada cargo para a organização e para o mercado (trata-se do modelo tradicional de remuneração funcional). Chiavenato (2010, p.284-286) vê a existência de 9 critérios básicos para que um plano de remuneração seja bem construído: Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 23 117 1. Equilíbrio interno x equilíbrio externo: o equilíbrio interno obedece um modelo de justiça distributiva, enquanto o equilíbrio externo obedece um modelo de mercado de trabalho. É preciso balancear os dois tipos de equilíbrio para manter uma boa consistência salarial. 2. Remuneração fixa ou remuneração variável: o uso de salários fixos reduz os riscos para empregador e empregado. A remuneração variável, por sua vez, costuma ser uma opção para cargos elevados e para melhorar a parceria entre organização e funcionário. É uma forma de estimular o desempenhomutuamente benéfico. 3. Desempenho ou tempo de casa: o foco da remuneração na carreira pode estar ligado ao desempenho (seja do indivíduo ou do grupo) ou ao tempo de casa. A cultura organizacional é que costuma guiar a decisão. 4. Remuneração do cargo ou remuneração da pessoa: o sistema remuneratório pode ter como foco a contribuição do cargo para o sucesso organizacional ou a contribuição da pessoa para este sucesso. A remuneração com base no cargo costuma funcionar bem quando "os cargos não mudam, a tecnologia é estável, a rotatividade é baixa, os colaboradores recebem treinamento intensivo para aprender as tarefas, os cargos são padronizados no mercado e as pessoas desejam crescer através de promoções na carreira". A remuneração com base nas competências das pessoas, por sua vez, "é indicada quando a força de trabalho é educada e possui capacidade e vontade de aprender novas tarefas, a tecnologia e a estrutura organizacional mudam constantemente, as oportunidades para mobilidade vertical são limitadas, a participação e o espírito de equipe são encorajados na organização e os custos de rotatividade e absenteísmo em termos de perda de produção são elevados". 5. Igualitarismo ou elitismo: enquanto o igualitarismo é uma proposta para incluir o maior número de trabalhadores sob um mesmo sistema remuneratório, o elitismo propões que haja diferentes planos de remuneração para diferentes níveis hierárquicos ou grupos de funcionários. O elitismo é mais utilizado em organizações mais velhas, que valorizam a hierarquia. Atualmente, sistemas igualitários tendem a ser preferidos por incentivar cooperação e integração entre os vários níveis de cargos na organização. 6. Remuneração abaixo ou acima do mercado: essa escolha afeta os custos da organização e também o nível de satisfação dos empregados com sua remuneração. Organizações pequenas, jovens, promissoras, com muitos funcionários do sexo feminino ou minorias comumente decidem por uma remuneração abaixo do mercado. Já organizações que desejam reter e motivar seus colaboradores, minimizando seus custos de rotatividade e absenteísmo tendem a utilizar remuneração acima do mercado. 7. Prêmios monetários ou não monetários: os monetários reforçam o alcance individual de objetivos e os não monetários reforçam o compromisso com a organização. Os monetários são mais comuns em mercados mais dinâmicos onde o funcionário tem menos estabilidade no emprego e nas que valorizam maior quantidade de vendas e a competitividade entre os funcionários. Os não monetários costumam ser o foco em empresas que buscam o comprometimento do funcionário com o longo prazo da organização, valorizando a qualidade no atendimento ao cliente para o sucesso organizacional. Entre os prêmios não monetários incluem-se trabalho interessante, reconhecimento, desafios, ações da empresa, planos de aposentadoria, etc. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 24 117 8. Remuneração aberta ou confidencial: todos sabem o salário de todos ou cada um só sabe o seu? O salário aberto apresenta as seguintes vantagens: os gerentes não precisam ficar preocupados com vazamentos; as pessoas entendem o sistema remuneratório, não se sentindo sub-recompensadas (o que costuma acontecer quando não sabem quanto os colegas ganham). Apesar disso, o custo de decisões erradas dos gerentes sobre seu pessoal pode ter um custo social mais alto, por isso os gerentes terminam inovando menos. Remuneração aberta geralmente está ligada a uma cultura organizacional aberta e igualitária, promotora do compromisso de longo prazo. 9. Centralização ou descentralização das decisões salariais: quem decide sobre a remuneração: o gerente imediato ou um órgão central? Isso pode ser diferente em diferentes empresas. Quando a organização deseja que especialistas tomem essas decisões, é apropriada a centralização. Quando deseja dar maior autonomia a suas áreas, a descentralização é apropriada. Já Dessler (2005) fala em quatro fatores básicos para definir a remuneração dos colaboradores: Legais: são os fatores ligados às leis que determinam e regulam o valor a ser pago a cada funcionário. Sindicais: trata-se da influência do sindicato ao negociar direitos e valores coletivamente por meio de convenções e acordos. Políticos: são elementos políticos internos e externos que influenciam a remuneração. Equitativos: trata-se da busca do equilíbrio interno e externo. Além disso, a discussão teórica sobre salários também busca criar uma classificação para os salários pagos aos funcionários. Sobre este assunto há diferentes classificações, cabe conhecer as principais. Araújo e Garcia (2009, p.50) falam em quatro tipos de salários: Salário nominal (ou bruto): é o salário que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em todos os documentos legais. Note que este poderá ser expresso em hora, dia, semana, mês, ou outros, de acordo com o tipo de contratação existente. Salário efetivo (ou líquido / Observação minha: também chamado de "absoluto"): é o salário bruto descontadas as obrigações legais, tais como contribuição previdenciária, imposto de renda e outras, de acordo com o tipo de contratação, ou seja, é o valor que efetivamente a pessoa recebe, embora haja outros valores que você receberá por ocasião de alguns eventos, tais como o FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. (OBS. minha: Servidores públicos estatutários não regidos pela CLT não possuem FGTS). Salário complessivo: é o salário bruto complementado pelas parcelas adicionais, tais como hora extra, adicional noturno e outros. Salário profissional: é o salário expresso na lei destinado a algumas profissões, tais como médicos e engenheiros. Veja que o salário profissional não é necessariamente aquele que você recebe. É sim uma obrigação do empregador tê-lo como salário nominal, não impedindo que seja maior que o estabelecido em lei ou acordo sindical. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 25 117 Chiavenato (2010, p.282) afirma ainda que o salário pode ser de três diferentes tipos: por unidade de tempo, por resultado e o salário-tarefa. Vamos ver o que o referido autor diz a respeito deles: 1. O salário por unidade de tempo é pago de acordo com o tempo que a pessoa fica à disposição da empresa e a unidade de tempo pode ser dimensionada em uma hora, semana, quinzena ou mês. Por essa razão, as pessoas são denominadas horistas ou mensalistas. 2. O salário por resultado refere-se à quantidade ou número de peças ou obras produzidas pela pessoa. Abrange os sistemas de incentivos (comissões ou porcentagens) e prêmios de produção (gratificações pela produtividade alcançada ou pelos negócios efetuados). 3. O salário por tarefa é uma fusão dos dois tipos anteriores: a pessoa está sujeita a uma jornada de trabalho ao mesmo tempo que o salário é determinado pela quantidade de peças produzidas. - E como é que se estabelece a remuneração de um cargo?! - R.: Existem diversos métodos para isso! Vamos ver os métodos utilizados para a fixação da remuneração de cada cargo. Sobre este assunto, ele pode ser confuso para quem não lida com isso no dia-a-dia, por isso busque apenas memorizar os principais pontos da teoria, sem tentar entender com profundidade como isto seria aplicável na prática (nem a literatura de gestão de pessoas discuteisso - o que é encontrado apenas em livros superespecializados sobre remuneração). Isto posto, vamos conhecer a teoria dos métodos de fixação da remuneração: Métodos tradicionais não quantitativos: o Escalonamento: trata-se do método que consiste em escalonar os cargos de maneira crescente ou decrescente de acordo com algum critério para que uma hierarquia de cargos seja criada e a remuneração possa ser definida. Neste caso, comparam-se os cargos um a um, dando uma pontuação positiva ou negativa para um em comparação ao outro. Ao final, será possível somar os resultados e obter uma hierarquia, que permitirá o estabelecimento de salários inferiores para os cargos mais simples e salários superiores para os cargos mais avançados de acordo com o critério utilizado. Trata-se de um dos métodos mais fáceis de serem compreendidos pelos funcionários. (apenas memorize estes aspectos gerais. Para concursos, não é necessário saber utilizar o método na prática!). o Graus predeterminados: é uma variação do método anterior, também chamado de escalonamentos simultâneos. Ele requer a divisão dos cargos em categorias, para que cada categoria possua salários máximos e mínimos. Neste caso, após a divisão em categorias, aplica-se o método do escalonamento simples a cada uma delas. Métodos tradicionais quantitativos: o Avaliação por pontos: é um método muito popular para definição dos salários. Nele, são definidos critérios de avaliação dos cargos que recebem graduações, são ponderados e a cada um deles são atribuídos pontos, que servem como base para estabelecimento dos salários. o Comparação de fatores: proporciona a comparação dos cargos com os fatores de avaliação dos cargos, que são: Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 26 117 Requisitos mentais Habilidades requeridas Esforço físico Condições de trabalho Responsabilidades. Método não tradicional: o Sistema de pontos de Hay: utiliza três fatores para comparar o valor dos cargos: conhecimento, capacidade para resolução de problemas, e responsabilidade por resultados. No que diz respeito a remuneração variável que o indivíduo pode receber, pode-se também falar em diferentes métodos. Devo lembrar que esses métodos possuem foco na pessoa que executa um trabalho e não em um cargo. Podemos falar então em: Remuneração por habilidades: é a remuneração baseada na capacidade das pessoas de realizar suas tarefas e coordenar a aplicação de seus conhecimentos na prática organizacional. Assim, a remuneração pode ser vinculada ao conhecimento que se tem para realizar as tarefas ou no número e qualidade das capacidades detidas pelo profissional. Remuneração por competências: a remuneração deixa de ser paga simplesmente com uma parcela fixa mais uma parcela variável pelo esforço desempenhado. Neste caso, a remuneração vincula-se aos conhecimentos, habilidades e atitudes mobilizadas por um individuo de forma integrada para entregar resultados no seu trabalho. Ele será melhor remunerado quanto mais adequadas forem suas competências àquelas exigidas. Além disso, a parcela variável também considera as competências adquiridas dentro do escopo do plano de desenvolvimento de competências da organização. É comum a oferta de faixas amplas de salários (broadbands) associadas às competências utilizadas e mobilizadas, especialmente quando os cargos forem amplos e a estrutura organizacional estiver em transformação. Nesse modelo, os custos de remuneração ficam distribuídos mais adequadamente, com eficiência, transparência e menor subjetividade. Os funcionários passam a ter clareza quanto às competências necessárias, investindo na sua capacitação para alinhamento de suas competências àquelas requeridas pela organização. Trata-se de um modelo mais adotado com base na definição de cargos mais amplos, com ampliação do さWゲヮ;Nラ ラI┌ヮ;Iキラミ;ノざ, referindo-se ao agrupamento de cargos de complexidade semelhante. Na remuneração serão considerados ainda elementos como: novos conhecimentos adquiridos pelo funcionário de acordo com o plano de capacitação da organização, habilidades úteis para o sucesso, proatividade, valor agregado para a organização, resultados entregues, etc. Remuneração por resultados: é a remuneração que se vincula aos resultados que o individuo consegue dar para a organização. Como você deve ter percebido, vários dos conceitos relativos à remuneração são parecidos e se sobrepõem. Não cabe aqui buscarmos exemplos, pois apenas complicariam a compreensão deste tema. Como o foco é o concurso público, deve-se apenas memorizar as principais palavras chave Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 27 117 relacionadas a cada tema, então não se preocupe em diferenciá-los neste momento, já que a própria literatura de gestão de pessoas que serve de referência não é tão clara ao diferenciar os conceitos nem menciona exemplos mais claros! 6.1. BENEFÍCIOS Para finalizar este assunto, é bom trazer ainda algumas informações adicionais sobre benefícios. Como mencionei antes, benefícios constituem a remuneração indireta recebida pelo colaborador da organização. Para concedê-los, a organização estipula um plano de benefícios com o objetivo de melhorar o bem-estar geral dos funcionários e evitar sua insatisfação com o trabalho, possibilitando que haja um ambiente mais propício à motivação. Com isso, é de se esperar uma menor rotatividade do pessoal e redução do absenteísmo. Os benefícios podem ser classificados de diferentes maneiras. Quanto à sua natureza, podem ser monetários (financeiros) ou não monetários: Exemplo de benefícios monetários: adicional de férias, gratificações, gorjetas, complementação salarial, etc. Exemplo de benefícios não monetários: refeitório, assistência médico-hospitalar e odontológica, horário flexível, dias de folga adicionais à exigência legal, etc. Quanto à sua exigibilidade legal, os benefícios podem ser: Benefícios legais: são exigidos por legislação trabalhista, previdenciária ou convenção coletiva entre sindicatos. Alguns são pagos pela organização e outros por órgãos previdenciários. Exemplos: o Remuneração maior para prestação de hora extra; o Remuneração maior a título de trabalho noturno urbano; o 13o salário; o Férias remuneradas de 30 dias, com adicional financeiro; o Reserva financeira por meio do FGTS; o Vale transporte para o trajeto casa-trabalho-casa, realizando os descontos legais na remuneração do trabalhador; o Licença para tratamento de saúde; o Repouso semanal remunerado; o Faltas justificadas, conforme disposição legal; o Salário família; o Licença maternidade; o Licença paternidade; o etc. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 28 117 Benefícios espontâneos: são concedidos por decisão da própria empresa. São também chamados de benefícios marginais (fringe benefits). Eles geralmente incluem: o Gratificações e bonificações; o Refeições subsidiadas; o Transporte subsidiado; o Seguro de vida; o Condições preferenciais de compra de produtos; o Condiçõespreferenciais de crédito; o Assistência médico-hospitalar; o Planos de aposentadoria complementar; o Horário flexível de trabalho; o Reembolso de cursos; o Auxílio funeral; o Áreas de lazer; o etc. Quanto aos seus objetivos, os benefícios podem ser: Benefícios assistenciais: são aqueles que buscam apoiar o funcionário e sua família em momentos de emergência ou imprevistos. Geralmente os eventos cobertos são fora de controle da vontade individual. Os benefícios incluem: o Assistência médico-hospitalar e odontológica; o Complementação de salário; o Creches para os filhos; o Seguro de vida / acidentes; o Empréstimos para assistência financeira; o etc. Benefícios recreativos: dão opções de repouso, diversão e lazer para o funcionário e sua família. Incluem: o Clubes e associações; o Música no local de trabalho; o Passeios e excursões; o Jardins e área verde no trabalho. Benefícios supletivos: buscam oferecer facilidades aos funcionários para que tenham uma melhor qualidade de vida. Incluem: o Vagas de estacionamento exclusivas para funcionários; o Agência bancária no local de trabalho; o Transporte para o trabalho; o Flexibilidade de horário de trabalho; o Teletrabalho; Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 29 117 o etc. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 30 117 7. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Os benefícios, higiene e segurança no trabalho são importantes fatores para que o funcionário não fique desmotivado com o seu trabalho. Os benefícios oferecidos são aspectos que compõem uma remuneração indireta para o funcionário. Eles geralmente incluem planos de saúde, assistência-alimentação e auxílio transporte. Assim como os benefícios, a higiene e a segurança no trabalho proporcionam uma maior satisfação do funcionário com o seu ambiente de trabalho, fazendo com que ele possua as condições ideais para desempenhas suas tarefas. A qualidade de vida no trabalho (QVT), por sua vez, é um conceito bastante amplo, que se refere aos diversos aspectos da experiência que as pessoas têm no seu trabalho, buscando equilibrar dois pontos potencialmente antagônicos: o bem-estar do funcionário e sua produtividade. Busca-se tornar os cargos mais satisfatórios para os funcionários, de modo que eles se identifiquem com o conteúdo do cargo e possam, desta forma, atuar de forma mais produtiva, aumentando a eficiência do seu trabalho e contribuindo para a obtenção de resultados positivos para a organização. Assim, a QVT pode ser medida pelo grau de satisfação ou insatisfação do funcionário no exercício do cargo. Percebe-se, deste modo, que a QVT envolve aspectos da motivação do funcionário com o cargo em si juntamente com aspectos de sua satisfação com o ambiente de trabalho. Ter uma boa QVT é importante para que a organização possa manter os seus funcionários, evitando que eles solicitem desligamento por conta de descontentamentos com o trabalho atual. Isso acontece porque a vida pessoal do funcionário também pode ser afetada pela QVT. Imaginem, por exemplo, um funcionário muito insatisfeito com o seu trabalho. Seu estado emocional fica negativamente afetado tanto dentro quanto fora da organização, e ele termina sentindo necessidade de sair daquele ambiente na esperança de ter uma vida melhor, no seu todo. A QVT inclui fatores como a liberdade de atuação, desenvolvimento da capacidade humana, clima organizacional, remuneração justa, ambiente seguro e saudável, a segurança no emprego, etc. Ela é sistêmica, envolvendo toda a organização. Suas práticas se relacionam tanto com a gestão estratégica quanto com nível gerencial-tático e com a administração operacional. O estudo da QVT reflete uma crescente preocupação com o bem-estar geral dos colaboradores na organização, envolvendo tanto os aspectos mais tangíveis do ambiente físico de trabalho (iluminação, ergonomia, layout, etc.) quanto os aspectos psicológicos sentidos pelo colaborador no local do trabalho (clima favorável, sentimentos de realização, etc.). Importante lembrar que as práticas de QVT vêm sendo cada vez mais utilizadas na Administração Pública brasileira para promover um melhor entrosamento do funcionário com o trabalho. Além disso, a qualidade de vida no trabalho engloba tanto a importância que os funcionários dão ao seu bem-estar, quanto os impactos que este bem-estar gera sobre os resultados organizacionais - que é o foco da organização. O que se espera, por meio da aplicação de técnicas de QVT nas organizações, é que aconteçam transformações positivas no que se refere às condições de vida na organização, tanto coletiva quanto individualmente. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos Específicos (Parte de Administração) p/ SEAD-AP (Analista Administrativo) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 98796054204 - Luiz Fernando Prof. Carlos Xavier Aula 18 Conhecimentos específicos (Parte de administração) p/ SEAD-AP (Analista に Administração) www.estrategiaconcursos.com.br 31 117 Podemos considerar a existência de duas abordagens gerais para as práticas de qualidade de vida nas organizações: 1. Abordagem hegemônica: é a abordagem predominante nas organizações, possuindo um viés assistencialista para compensar os funcionários por conta do seu desgaste físico e psicológico. Nesta abordagem, a QVT é meramente paliativa em relação aos elementos do trabalho que causam impacto sobre o trabalhador. Segundo Ferreira (2008, apud Todeschini, Ferreira, 2013, p.242) esta perspectiva tem como fundamentos principais: (a) os trabalhadores são as variáveis de ajustes das mudanças propostas; (b) as atividades dos programas de QVT são de natureza paliativa e de caráter compensatório dos desgastes vivenciados pelos trabalhadores nos ambientes de trabalho; e (c) a etiologia do distresse laboral e dos riscos para a saúde e a segurança no trabalho não são objeto de intervenção. 2. As práticas hegemônicas incluem, entre outras, os programas de ginástica laboral, massagens, corais, programas antitabagismo e contra o sedentarismo, etc. 3. Abordagem contra-hegemônica: trata-se de uma abordagem de QVT centrada na prevenção de problemas através da identificação das causas do bem-estar e do mal-estar dos trabalhadores com o trabalho, buscando prevenir contra uma qualidade de vida no trabalho negativa. Trata-se de assunto muito ligado ao estudo de ergonomia. Trata-se de enfoque que possui como referência central os trabalhos do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ergonomia Aplicada ao Setor Público da Universidade de Brasília. Inclui práticas como a melhor ergonomia e a prevenção de riscos e acidentes. Outra forma de categorizar os programas de QVT propõe sua organização em três tipos de enquadramento: 1. Legalista に trata-se do cumprimento de normas legais e outras obrigações assumidas, como por exemplo com normas de qualidade específicas, padronizações, requisitos impostos por clientes, etc. 2. Paternalista に são as práticas de QVT que buscam fazer com que os indivíduos se sintam bem no ambiente de trabalho. 3. Estratégica に programas de qualidade de vida estruturados para dar suporte à estratégia geral da organização. Reconhecendo a natureza multifacetada da QVT, Chiavenato (2010) afirma que a qualidade
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