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TEXTO DE APOIO DE DIDÁCTICA DE EDUCAÇÃO E EXPRESSÃO PLÁSTICA ARMANDO DOMINGOS 2018

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Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 TEXTO DE APOIO DE DIDÁCTICA DE EDUCAÇÃO E EXPRESSÃO PLÁSTICA 
Autor: Armando Domingos 
Lugar: Beira 
Ano:2018 
 
1. Origem e conceitos de expressão plástica 
 
Como refere Sousa apud De Sousa( 2016:25) “o termo «Expressão Plástica» foi adotado pela educação pela arte portuguesa, para designar o modo 
de expressão-criação através do manuseamento e modificação de materiais plásticos”. A falta de reconhecimento pela sociedade e pela própria 
comunidade educativa acerca da importância educativa da Arte não manifesta alterações significativas. 
 Para Leite e Malpique Apud Miranda (2013:16) a expressão representa a forma como desde muito novas as crianças conseguem libertar as suas energias, 
ainda Stern citado por Gonçalves Apud Miranda (2013:16) indica que expressão é “ Um vulcão, algo que brota espontaneamente, algo que vem do 
interior, das entranhas, do mais profundo do ser. Exprimir-se é tornar-se vulcão(…) Exprimir-se significa realizar um ato, que não é ditado, nem controlado 
pela razão” 
No entendimento de Sousa apud De Sousa( 2016:25): 
 “a Expressão Plástica é essencialmente uma atitude pedagógica diferente, não centrada na produção de obras de arte, mas na criança, no 
desenvolvimento das suas capacidades e na satisfação das suas necessidades. As artes plásticas ao serviço da criança e não esta ao serviço das artes 
plásticas.” Tratando-se de uma manifestação/expressão plástica realizada por parte da criança, esta deverá ser livre, livre de juízos de valor por parte 
do adulto. As motivações de uma criança são infindáveis e, portanto, os juízos de valor ou sugestões realizadas pelo mesmo, poderão inibir o momento 
de expressão-criação da criança. Tal como evidenciado por Sousa, coloca-se a questão acerca do processo avaliativo, aquando influenciado por juízos 
de valor, “e quais são os critérios com que esse trabalho é avaliado? Geralmente são os critérios estéticos do adulto e o grau de perfeição da execução 
da obra em si. Raramente é a expressividade da criança e a sua originalidade criativa.”, 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
“a Expressão Plástica é essencialmente uma atividade natural, livre e espontânea da criança.” (…) “o seu principal objetivo é a expressão das 
emoções e sentimentos através da criação com materiais plásticos. Não se pretende a produção de obras de arte nem a formação de artistas, mas 
apenas a satisfação das necessidades de expressão e de criação da criança” Sousa apud De Sousa( 2016). Para Gardnerapud De Sousa( 2016) 
“as crianças estão a ser expropriadas quando não são expostas a estas formas de pensamento sobre as artes. De facto, se deixarmos que as crianças 
adquiram entendimento por conta própria, todo o domínio das artes pode permanecer para elas tão distante quanto uma estrela, tão misterioso como 
um falante de uma língua morta”. 
Indubitavelmente, a Expressão Plástica, “proporciona à criança um campo de expressão de emergências psicológicas que por outras vias seriam 
mais difíceis de exteriorizar” (SOUSA apud DE SOUSA( 2016:25). 
 
1.2. Técnicas da Educação e Expressão Plástica param Ensino Básico 
Sousa (2014), as técnicas de educação e expressão plástica para Ensino Básico são: 
 O desenho, 
 A pintura, 
 A modelagem, 
 O recorte, 
 A colagem e 
 A dobragem. 
Nesta ordem de ideias, passaremos a especificar cada uma das técnicas já supramencionadas anteriormente. 
O desenho, segundo Sousa (2014), é a arte visual de representar algo em um meio bi ou tridimensional através de diversas ferramentas ou métodos. 
O desenho convencional é realizado a lápis, caneta, grafite, mas existem inúmeras técnicas e possibilidades associadas ao desenho. 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
A Pintura. “A pintura é uma forma de arte em que o artista concebe a decoração de uma superfície com pigmentos coloridos e com o auxílio de 
processos técnicos diversos” Nesta linha de ideias, a pintura é uma técnica que proporciona à criança como ao adulto, transpor a sua imaginação, 
a sua criatividade. Todas as pinturas são diferentes, porque cada indivíduo tem o seu próprio toque pessoal, os seus gostos, os seus interesses. A 
pintura é “uma linguagem plástica expressiva que é acessível a todos os homens, independentemente da sua idade e da sua cultura” (opcit). 
Esta técnica é importante para o desenvolvimento artístico da criança, pois “a espontaneidade da pintura infantil manifesta-se antes da aquisição 
de uma técnica, ou, por outras palavras, conduz à necessidade de descobrir a técnica, que melhor se adapta ao desenvolvimento desse tipo de 
expressão imediata” (Gonçalves apud SOUSA,2014). De facto, não importa se a criança tem jeito ou não para pintar. Importa, sim, dar oportunidade 
à criança para exprimir aquilo que está a sentir no momento e que sinta prazer em fazê-lo. 
Para se desenvolver este tipo de técnica com as crianças, o educador/professor pode recorrer a diversas técnicas, como por exemplo, a digipintura, 
a aguarela, o guache, a pintura a cera, a pintura em tecido, a pintura acrílica, o vitral, o pastel, entre outros. 
A modelagem. Esta técnica é entendida por Sousa (2014) que entende-a como “o acto de dar forma a qualquer matéria plástica, isto é, qualquer 
matéria que mantenha a forma que se lhe dá” 
O recurso à modelagem permite que as crianças se expressem e criem formas através dos materiais moldáveis. “Através da modelagem a criança 
encontra um espaço formativo em que através da acção das suas mãos lhe proporciona uma inesgotável fonte de experimentações e descobertas” 
A este respeito, Barbosa apud Sousa (2014) encara a modelagem como “uma actividade que proporciona a livre expressão de pensamento, além 
de garantir um óptimo treino de coordenação motora, muscular e da coordenação visual, compreende alguns elementos visuais como a estrutura, a 
forma e o volume: desenvolve a noção de espaço e o jogo imaginativo” 
Modelar só é possível se trabalharmos com materiais com plasticidade, como a plasticina, o papel de estanho, a massa pão, a massa de farinha, a 
pasta de papel, o barro, a cerâmica, entre outros. Para se desenvolver a modelagem, as salas de aulas devem ser amplas e dispor de mesas de 
trabalho, para as crianças experimentarem livremente os diferentes materiais utilizados no ato de modelar. 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
Recorte e colagem, é de mencionar que ambas estão associadas ao papel. “Os recortes são uma técnica extremamente simples, mas muito do 
agrado das crianças, podendo dar livre vazão às suas capacidades criativas, usando diferentes tipos de papel, de diferentes cores” (SOUSA, 2014). 
De facto, esta técnica pode ser efetuada usando simplesmente as mãos, ou seja, rasgando papéis ou, através do corte, com o auxílio da tesoura. 
Embora se note nas crianças do Pré-Escolar, existir alguma dificuldade em utilizar a tesoura, como também em crianças de outras faixas etárias 
superiores, é crucial aprender e utilizá-la. 
Nesta linha depensamento, Morris apud Sousa (2014) comenta que: 
“Uma competência motora que os adultos consideram normal é a utilização da tesoura para cortar. Não é uma capacidade natural às crianças pequenas 
e tem de ser aprendida e aperfeiçoada”. Neste contexto, e segundo o mesmo autor, “cortar com a tesoura pode ser aprendido logo aos 2 anos, quando 
a criança começa a ser capaz de cortar as extremidades de uma folha de papel. Aos 3 anos, deve ser capaz de cortar uma linha marcada no papel. Aos 
4 anos deve conseguir recortar um círculo e aos 5 um quadrado desenhado no papel, mantendo as pontas aguçadas” (opcit). Ora, seguindo esta lógica 
de ideias, o educador/ professor pode começar por trabalhar com as suas crianças o recorte de materiais mais grossos até conseguirem aperfeiçoar 
esta técnica, alcançando o recorte em material mais fino, como o papel. 
Infelizmente verifica-se que muitos docentes apresentam algum receio em dar às suas crianças, principalmenteno Pré-Escolar, uma tesoura para 
as mãos. Mas, na realidade, existem vantagens para as crianças quando estas usam a tesoura. A saber: 
a) Abrir e fechar a tesoura ajuda a criança a fortalecer os músculos da palma da mão. Esses músculos são também usados em outras actividades do 
quotidiano, como segurar uma colher, um garfo; por isso todas estas actividades beneficiam do exercício; 
b) Cortar também ajuda a melhorar a coordenação mão-olho. Este tipo de acção exige que o cérebro trabalhe com dois sistemas ao mesmo tempo 
– visual e manual. Esta capacidade também tem muitas outras aplicações, como apanhar a bola, apertar um fecho; 
c) Cortar implica o desenvolvimento da coordenação bilateral. Por exemplo, ao cortar um círculo, uma mão roda o papel enquanto a outra corta 
com a tesoura. As mãos trabalham ao mesmo tempo, mas com diferentes acções manuais (MORRIS Apud SOUSA (2014)). 
 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
Por sua vez, a colagem é entendida como “a livre associação de imagens e de fragmentos de imagens, recortadas em jornais e revistas, permite 
conceber colagens, que exploram o humor e o insólito” (Gonçalves apud Sousa, 2014)). Na opinião deste autor, esta técnica, “visa a grande 
simplificação formal e provoca a imaginação criadora, ao propor estranhas relações de imagens, aparentemente contraditórias, quando deslocadas 
do seu contexto habitual” (opcit). 
A dobragem de papel. Esta consiste na utilização apenas dos dedos para dobrar e vincar as dobras dafolha de papel com o auxílio das unhas. Este 
tipo de arte é bastante variada e a mais conhecida é a do Origami (arte do papel), que tem como propósito fazer com que a criança “experimente, 
invente e crie, em vez de aprender o que foi criado por outros. Assim, não se ensina como dobrar o papel para se fazer diferentes formas, mas pede-
se à criança para criar diferentes formas, inventando ela própria os modos de o dobrar” (SOUSA, 2014). 
 
Após a apresentação das várias técnicas de exploração de Expressão Plástica adiantamos, em jeito de síntese, que é uma mais-valia para a 
aprendizagem das crianças, os docentes recorrerem a este leque diversificado de “formas de fazer arte”, permitindo-lhes dar asas à sua imaginação 
e criatividade e explorar os seus sentimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
 
1.3. Tipos de Cores 
As cores fazem parte do nosso dia a dia impregnadas de simbologia e significados. Na natureza estão distribuídas harmoniosamente inspirando o 
homem na hora de sua aplicação nas artes, na moda, publicidade, etc. Para melhor dominar o seu uso enquanto pigmento, identifique suas 
características, efeitos, harmonia e temperatura1. 
Círculo Cromático As cores que estudaremos a seguir são baseadas nas demonstradas no círculo cromático disponível ao lado. 1 
 
 Veja o código das cores de acordo com os números: 
1ª = primárias 
2ª = secundárias 
3ª = terciárias 
_________________ 
1www.decorapintando.com.br, (Consultado no dia 26/09/2019 pelas 20:57minutos) 
http://www.decorapintando.com.br/
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
Cores Primárias 
O amarelo, o azul e o vermelho são cores primárias. Ou seja, elas são puras, sem mistura. É a partir delas que são feitas as outras cores.1 
 
 
 Amarelo 
 
 Azul Vermelho 
 Cores Secundárias 
O verde, o laranja e o roxo são cores secundárias. Cada uma delas é formada pela mistura de duas primárias.1 
 
(Amarelo + Azul) (Amarelo + Vermelho ) (Azul + Vermelho) 
 
 Verde Laranja Roxo 
 
_________________ 
1www.decorapintando.com.br, (Consultado no dia 26/09/2019 pelas 20:57minutos) 
 
http://www.decorapintando.com.br/
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
Cores Terciárias 
As cores terciárias são resultantes da mistura de cores primárias com secundárias como exemplificado nas misturas abaixo.1 
 
(Vermelho + Roxo) (Vermelho + Laranja) (Azul + roxo) 
Vermelho arroxeado Vermelho alaranjado Azul arroxeado 
 
 
 
(Amarelo + Laranja) (Amarelo + Verde) (Azul + verde) 
Amarelo alaranjado Amarelo esverdeado Azul esverdeado 
 
 
_________________ 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
1www.decorapintando.com.br, (Consultado no dia 26/09/2019 pelas 20:57minutos) 
 
Cores Neutras 
O preto o branco e o cinza, em todas as suas tonalidades, claras ou escuras formam as cores neutras. As demais cores, quando perdem o seu colorido 
pela excessiva mistura com o preto, o branco ou o cinza, também se tornam cores neutras. As mais comuns são o marrom e o bege.1 
 
Temperatura das Cores 
Cores quentes: 
São as cores que transmitem calor, alegria e luz, a exemplo do 
amarelo, laranja e vermelho1 
Cores frias: 
Caracteriza-se pelas cores menos vibrantes, melancólicas, calmas 
comum do verde, roxo e azul 
 
 
 
http://www.decorapintando.com.br/
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
1.4. Etapas do Desenvolvimento Cognitivo Infantil 
Segundo Seifert apud Guerra (2013) “Avaliar a cognição nas crianças muito pequenas é como a velha história do cego a apalpar o elefante: Aquilo 
que o animal “é” depende da parte que se apalpa, e com que finalidade”. 
De acordo com Guerra (2013): 
No processo educativo, as atividades deverão ser estruturadas e programadas, tendo em conta o desenvolvimento das crianças, as suas capacidades, 
bem como o estádio em que se encontram. Esta forma de estruturar a prática pedagógica, implica uma dupla atenção, por parte do educador: o 
conhecimento teórico desse processo de desenvolvimento, e simultaneamente, o conhecimento individualizado de cada criança. Para que determinados 
conteúdos sejam explorados e assimilados com sucesso, é necessário que a criança se situe num determinado nível de desenvolvimento. No entanto, 
será importante que o educador, tenha sempre presente a chamada “janela de oportunidade”, referida ao nível das neurociências, bem como a “zona 
de desenvolvimento próximal”, de que nos fala Vygotsky (1896-1934). O adulto não deverá adotar, nem uma atitude passiva, esperando pelo próximo 
estádio de desenvolvimento, nem programar atividades, sem ter em conta o desenvolvimento da criança. 
 A seguinte transcrição de Bruner citado por Tavares e Alarcão apud Gerra (2013) poderá ilustrar o que acaba de ser referido:“ ...o desenvolvimento intelectual da criança não é uma sequência cronometrada de acontecimentos; também responde a influências do meio 
envolvente. Deste modo, a educação em ideias científicas, mesmo num nível elementar, não precisa seguir cegamente o curso natural do 
desenvolvimento cognitivo, devendo fornecer oportunidades desafiadoras mas facilitadoras à progressão do desenvolvimento da criança. A 
experiência tem demonstrado que vale a pena o esforço de proporcionar à criança em crescimento problemas que a desafiem a entrar em novas fases 
de desenvolvimento.” 
 
1.4.1- Etapas do Desenvolvimento segundo Piaget 
Para Piaget apud Guerra (2013), 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
O desenvolvimento cognitivo é construído numa interação entre o sujeito e o mundo que o rodeia, processando-se em estádios de desenvolvimento. 
Procura um modelo explicativo da génese dos processos cognitivos, a sua estrutura e as suas transformações. “Como biólogo, define a inteligência 
como capacidade de adaptação, em termos biológicos. Como epistemólogo caracteriza, em termos lógicos, a sua estrutura. Neste contexto, a 
inteligência, à semelhança da vida, é concebida como uma capacidade de adaptação que, para o efeito, utiliza os mecanismos da 
assimilação/acomodação/equilibração. 
Para Piaget apud Guerra (2013), são quatro os estádios, os quais se definem em função do sistema de pensamento e idade das crianças: Estádio 
sensório-motor (0/2 anos), estádio pré-operatório (2/7 anos), estádio da operações concretas (7/11 anos), estádio das operações formais (11/16 
anos). 
Estádio sensório-motor (0/2 anos): 
 Experiência imediata e interação com o meio, através dos sentidos; 
 A atividade intelectual é uma atividade prática; 
 É lento e concreto, ligado à experiência imediata; 
 As respostas das crianças são determinadas pela situação; 
 A organização mental está em estado bruto - a qualidade das experiências nem sempre é significativa; 
 
 O que a criança aprende e a forma como o faz permanecerá uma experiência imediata; 
 A aprendizagem, neste estádio, é uma experiência em auge contínuo, isto é, é como viver cada dia com o se fosse o primeiro dia; 
 Um meio sensorial rico e estimulante é a melhor forma de desenvolver a inteligência das crianças pequenas; 
 A qualidade das experiências, durante este primeiro estádio, prepara as crianças para a passagem para o estádio seguinte; 
 
Estádio pré-operatório (2/7 anos): 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
Segundo Piaget, a principal característica deste estádio é a capacidade crescente da criança usar representações simbólicas. É o período da 
inteligência representativa: 
 O pensamento sofre uma transformação qualitativa; 
 Verifica-se um aumento da capacidade de armazenar imagens mentais; 
 O ensino é quase desnecessário porque as crianças são capazes de livres associações, fantasias e significados únicos: 
- fingem que os bonecos são reais; 
- têm amigos imaginários; 
- Contam histórias mirabolantes; 
- têm conversas consigo próprias ou com objectos inanimados; 
 As crianças falam às outras pessoas e não com as outras pessoas (monologo colectivo – padrão egocêntrico de linguagem); 
 As crianças têm uma compreensão qualitativamente diferente do adulto; 
 As estruturas mentais são intuitivas, livres e altamente imaginativas; 
 - a nível do desenvolvimento da criatividade, a intuição e a livre associação são aspetos importantes na resolução de problemas de uma 
forma criativa e original. -Há um gradual reconhecimento da realidade, isto é, a criança começa a distinguir o real do imaginário; 
 A aprendizagem pré-operatória é rápida, flexível, as ideias substituem a experiência concreta; 
Segundo Guerra (2013): 
As teorias de Piaget acerca do desenvolvimento cognitivo, têm um impacto na prática pedagógica. Assim, partindo do pressuposto piagetiano de que 
a criança não é um recetor passivo de informação, mas sim um construtor ativo da sua inteligência e conhecimento, torna-se necessário que o educador 
a veja como sendo o centro do processo educativo. Partindo do seu estádio atual, o adulto apoia a sua passagem para o estádio seguinte. As atividades 
específicas, baseadas no nível de desenvolvimento, devem ser parte integrante do currículo. Deve existir espaço para a iniciativa da criança, onde ela 
se confronta com a realidade, confronto esse que lhe permitirá construir o pensamento e o conhecimento. 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
1.5. Linhas orientadoras do que os educadores devem fazer em relação à atividade de expressão plástica 
Sousa apud De Sousa (2016:26), torna-se evidente que, para a Educação, não existam “receitas” e, por conseguinte, enaltecem-se, seguidamente, 
algumas linhas orientadoras, relativamente ao que os professores devem fazer em relação à atividade de Expressão Plástica do aluno. Logo, devem: 
 Considerar a atividade de Expressão Plástica do aluno como uma projeção da sua identidade individual; 
 Estimular no aluno as suas relações com o contexto cultural e artístico; 
 Reconhecer os trabalhos artísticos do aluno tendo em conta os seus próprios méritos; 
 Disponibilizar ao aluno um local apropriado onde possa desenvolver as suas produções artísticas; 
 Fomentar no aluno o respeito pelas manifestações de arte de outros colegas; 
 Dar resposta às necessidades naturais do aluno; 
 Proporcionar um clima de tolerância em sala de aula, facilitador da espontaneidade expressivo-criativa; 
 
De Sousa (2016:26), a valorização dos saberes académicos torna-se excessiva, quando normalmente, são adquiridos por memorização e repetição, 
em grande parte. Não demonstrando o desenvolvimento de capacidades como questionar, indagar, de pensar novamente e restruturar ou reformular 
e, encontrar outras relações. O sistema educativo deve considerar a Educação Artística, nomeadamente a Expressão Plástica, como parte integrante 
do processo educativo, atingindo o seu desenvolvimento integral, verificando-se nas competências ao nível da criatividade, sensibilidade, 
transformação do conhecimento e socialização. 
Segundo Fróis apud De Sousa (2016:26), apresenta, considera-se que todas as instituições de ensino deveriam ser um lugar de respeito mútuo, onde 
se emancipa cultura e arte entre outros. Contudo, não são raras as vezes em que as Expressões Artísticas, particularmente, a Expressão Plástica é 
designada como “uma área marginal dos currículos escolares, desvalorizando-se a sua importância (…)” Segundo Fróis, apud De Sousa (2016:26), 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
como estratégia de ocupação de tempos livres, particularmente, no Natal e, entre outros dias festivos, o que, por vezes, não explora as competências 
da mesma. Claramente, “não basta colocar à disposição das crianças materiais e um clima favorável ao desenvolvimento artístico nesta área. São 
necessárias acções educativas intencionais, estruturadas de acordo com objectivos concretos” o autor acima alerta para uma formação de docentes 
adequada e da reorganização curricular pelas instituições de ensino. 
Concomitantemente, Eisner e Stern como referido por Gonçalves, apud De Sousa (2016:26), enaltecem os potenciais das atividades artísticas, tanto 
ao nível do desenvolvimento de competências da autoestima, autoconfiança, autonomia, capacidade reflexiva e de tomada de decisão, bem como, 
na promoção da flexibilidade e autenticidade do pensamento. Através do desenvolver destas competências nas crianças, potencia-se a capacidade 
para ultrapassar situações adversas com que se deparem ao longo da vida “e mais capazes de vencer os obstáculos que a sociedade diariamente 
lhes apresenta” 
De acordo com o Roteiro para a Educação Artística – Desenvolver as Capacidades Criativas para o Século XXI, – criado a partir da I Conferência 
Mundial de Educação Artística, organizada pela UNESCO e realizada em Lisboa, em 2006 apud De Sousa ( 2016:26) os contributos daEducação 
Artística encontram-se, impreterivelmente, ao nível da capacidade de iniciativa, da imaginação e da inteligência emocional, do desenvolvimento 
moral e cognitivo, da capacidade de reflexão critica, do sentido de autonomia bem como da liberdade de pensamento e de ação. Similarmente, 
Zabalza apud De Sousa( 2016:26), considera o desenvolvimento da criança como um todo e não como “sectorizável”, fazendo a analogia do mesmo 
com o desenvolvimento de um projeto que parte de um conjunto de necessidades específicas evidenciadas, que se vai construindo com base na 
relação e articulação da especificidade de cada sujeito, com os padrões de funcionamento do meio envolvente. 
1.5.1. O papel do professor na conceção de práticas no domínio da Expressão Plástica 
 Na perspectiva de Walsh como referido por Serra apud De Sousa ( 2016:28). “(…) ensinar é uma arte. Apesar de haver muitas competências inerentes 
ao acto de ensinar, tal como muitas competências estão nos esforços dos artistas, as decisões que se devem tomar sobre quando e como combinar 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
tais competências, o saber como fazer esta combinação, não é um saber técnico. Não há dúvida que pode ser aprendido, mas também vem das 
crenças subjacentes e paixões (…) sobre as crianças e o mundo” 
“Promove, de forma integrada, o desenvolvimento das expressões artísticas e das competências criativas e utiliza estratégias que integrem os 
processos artísticos em outras experiências de aprendizagem curricular; desenvolve a aprendizagem de competências artísticas essenciais e de 
processos de pensamento criativo, utilizando os materiais, instrumentos e técnicas envolvidos na educação artística, no âmbito do currículo do 1.º 
ciclo; desenvolve nos alunos a capacidade de apreciar as artes e de compreender a sua função na sociedade, valorizando o património artístico e 
ambiental da humanidade” (opcit:28) 
De Sousa ( 2016:28), salienta que, tendo por base os pressupostos teóricos que se têm vindo a analisar ao longo do enquadramento teórico, procurar-
se-á identificar algumas linhas de orientação que suportem uma ação pedagógica de qualidade no âmbito da Expressão Plástica. as estratégias 
planificadas devem permitir ao aluno, individualmente ou grupo, desenvolver competências básicas de implicação nas ações promotoras do seu 
desenvolvimento. 
 Para tal, o docente, deverá criar oportunidades para que a criança se envolva ativamente na criação e desenvolvimento de atividades e projetos, 
bem como na tomada de decisão de outros aspetos, inerentes ao seu próprio processo de desenvolvimento. 
“A exploração livre dos meios de expressão gráfica e plástica não só contribui para despertar a imaginação e a criatividade dos alunos, como lhes 
possibilita o desenvolvimento da destreza manual e a descoberta e organização progressiva e volumes e superfícies. A possibilidade de a criança se 
exprimir de forma pessoal e o prazer que manifesta nas múltiplas experiências que vai realizando, são mais importantes do que as apreciações feitas 
segundo moldes estereotipados ou de representação realista. Apesar da sala de aula ser o local privilegiado para a vivência das actividades de expressão 
plástica, o contacto com a natureza, o conhecimento da região, as visitas a exposições e a artesãos locais, são outras tantas oportunidades de enriquecer 
e alargar a experiência dos alunos e desenvolver a sua sensibilidade estética” (M.E.- DEB, apud De SOUSA( 
, 2016:28). 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
O docente deve saber, previamente, o que pretende desenvolver, sustentando as suas ações no conhecimento da turma e no currículo, definindo, 
claramente, os conteúdos e desenvolvendo atividades pertinentes. Rodrigues apud De Sousa ( 2016:28). refere, ainda, a relevância do jogo no 
processo de aprendizagem da criança, revendo nas atividades que envolvem a Expressão Plástica, a oportunidade de o aluno desenvolver as 
capacidades físicas e intelectuais. Nesta perspetiva, partindo do prazer lúdico natural da criança de brincar, o docente deverá criar momentos 
mediados de jogo e aprendizagem enriquecedoras e facilitadoras de um desenvolvimento holístico no aluno. 
 
Segundo Sousa (2014) na Expressão plástica: 
 «As crianças exploram espontaneamente diversos materiais e instrumentos de expressão plástica (…) [isto] implica um controlo da motricidade fina 
que a relaciona com a expressão motora (…).Valorizar o processo de exploração e descoberta de diferentes possibilidades e materiais supõe que o 
educador estimule construtivamente o desejo de aperfeiçoar e fazer melhor. O desenho, pintura, digitinta bem como a rasgagem, recorte e colagem 
são técnicas de expressão plástica comuns na. A expressão plástica enquanto meio de representação e comunicação, pode ser da iniciativa da criança 
ou proposta pelo educador, partindo das vivências individuais ou de grupo» 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: dr. Armando Domingos 
1.6. A realidade da educação e expressão plástica em Moçambique 
Ao longo da história da humanidade, sucederam-se vários estilos artísticos e, a acompanhar, várias teorias procuram explicar o significado e a 
finalidade da arte ao longo de séculos, as técnicas e os materiais de produção artística predominantes em cada época histórica. Sendo assim, 
podemos concluir que Arte é a expressão do Homem através de diferentes manifestações que representam ou interpretam um determinado fenómeno 
ou situações reais, ou imaginárias, que incidem na sensibilidade humana. 2 
1.6.1. Arte Rupestre 
Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, são termos dados às mais antigas representações artísticas conhecidas, as mais antigas 
datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos, ou também em superfícies 
rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos, normalmente datando de épocas pré-históricas.2 
1.6.2. Arte Moçambicana 
A necessidade de sobrevivência levou o homem a usar a inteligência e as suas mãos para transformar a natureza, criando instrumentos de trabalho, 
utensílios domésticos, armas e posteriormente criou instrumentos de dança ritual, mascaras, esculturas e outras [pecas que eram usadas na evocação 
dos deuses. 2 
___________________________________ 
2www.wikipedia.wiki/arquitectura+urbana+mocambicana 26 ESCOLA SECUNDÁRIA GERAL 25 DE SETEMBRO – QUELIMANE/MOÇAMBIQUE - 2013 
Trabalho Científico Apresentado na Disciplina de Educação Visual-2013 Alberto F. Traquinho Saué – http://www.powerofsentences.blogspot.com (Consultado no 
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Elaborado por: dr. Armando Domingos 
 
Actualmente existe pouca literatura acerca da história da arte moçambicana, apesar da sua vastidão e riqueza, sendo de destacar as obras que têm, 
ao longo dos anos, o património artístico nacional, assim sendo, a pintura, a escultura, a cerâmica e a cestaria são algumas das manifestações 
artísticas que integram o universo cultural moçambicano. 
Algumas contribuições que cada um de nós pode dar ao nível do património podem ser Acções de sensibilização sobre o valor do património, 
ajudando a identificar elementos do nosso património ainda desconhecidos participando na sua inventariação e em acções de restauro e conservação. 
Nos últimos tempos, a actuação do Homem, com o aumento do número de indústrias, o aparecimento de meios de transporte motorizados e a 
guerra, tem vindo a afectar e a provocar alterações ou até mesmo a destruir este legado, pondo, desta forma, em perigo o património. 
1.6.3. Percurso de alguns artistas moçambicanos 
O colonialismo continuava a procurar adaptar-se aos novos tempos. O pensamento imperial cedeu lugar à Nação pluricontinental e multirracial. 
Com o objectivo de materializar esta política e de alargar a base social de apoio, alguns colonizados, vivendo e trabalhando nas cidades e exercendo 
asprofissões que o colonialismo lhes destinava, foram encorajados pelo governo colonial a receber lições de arte, a aprender técnicas europeias, a 
tornar-se artistas. 
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Jacob Estevão, Elias Estêvão (1937-1960), Vasco Campira (n.1933), Agostinho Mutemba tiveram aulas com Frederico Ayres, um pintor 
naturalista que se destacou na pintura de paisagem e na pintura de história. Realizaram exposições em Moçambique e na metrópole, para dar 
visibilidade à acção civilizadora’ exercida, mas o seu trabalho não foi nunca apreciado de forma independente. Olhados como derivativos e 
imitativos foi-lhes negada a possibilidade de explorarem individualmente esta experiência. É de notar a influência que exerceram junto de jovens 
do seu tempo para quem o seu exemplo foi decisivo na escolha que, alguns, mais tarde fizeram embora tenham sido muito poucos os que seguiram 
o seu género de pintura. 
Jacob Estêvão (1933-2008) é quem melhor representa o que acabamos de referir. Agostinho Mutemba (n. 1937), menos mediatizado, foi capaz 
de estabelecer uma relação diferente com o contexto cultural envolvente e prossegue calmamente, ainda hoje, um estilo próprio que tem 
apreciadores e seguidores. O seu trabalho, embora escapando a esta percepção dominante. 
Malangatana (1936-2011), um outro jovem colonizado que ambicionava ser artista, começou a desenhar e a pintar nesta mesma época. Preferiu, 
como me disse, ter lições de arte no Núcleo de Arte onde ensinava João Ayres, um artista moderno que apreciava, e onde se encontravam pessoas 
que admirava. Pouco depois, no Núcleo de Arte, conheceu Pancho Guedes. 
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Foi um encontro que mudou a sua vida e sobre o qual já muito se escreveu. Malangatana abandonará algum tempo depois o Núcleo de Arte, por 
conselho do arquitecto, para encontrar um caminho tanto quanto possível livre de influências e a sua carreira seguiu, fruto do seu esforço pessoal 
e de condicionalismos históricos, um rumo completamente diferente nos anos seguintes. 
 A sua primeira exposição individual aconteceu em 1961. O seu nome passou a ser associado a uma expressão moderna ‘puramente’ africana. Foi 
considerado ‘um dos primeiros pintores de África’, ‘um pintor natural, autêntico, verdadeiro e sincero’, um pintor em cujo trabalho ‘a composição 
e a harmonia de cores aconteciam tão naturalmente como as histórias e as visões’. Malangatana estava interessado em ‘mostrar as coisas dos antigos 
pois era possível ser civilizado sem deixar o que era seu/nosso’. 
Na mesma época, um outro jovem, Abdias (n.1940), pintor de automóveis durante o dia, à noite estudante na Escola Industrial, tinha a mesma 
ambição que Malangatana. Tal como ele expressava-se livremente sobre as suas experiências de vida e sobre a situação que se vivia em 
Moçambique. Pancho Guedes seleccionou trabalhos dos dois (e de outros três jovens, Mitine Macie, Augusto Naftal e Alberto Mati) para a 
exposição de arte africana contemporânea integrada no Congresso Internacional de Cultura Africana realizado em Salisbury (actual Harare no 
Zimbabwe), na então Rodésia do Sul, em 1962. 
Ntaluma: nasceu em Nanhagaia, na província de Cabo Delgado. Em 1992 criou, em Maputo, juntamente com um grupo de amigos, a “Favana 
Grupo de Escultores Makondes”. Começa, em 1994, a ensinar a sua arte e, hoje, a sua reputação espalha-se já pelos quatro cantos do globo. 
Silva Dunduro: é outro dos grandes pintores de Moçambique, que se detém a retratar os marginalizados como deficientes, velhos, prostitutas, etc. 
os seus quadros, de cores vibrantes e de formas vigorosas, reflectem a sua preocupação com a sociedade moçambicana. 
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1.6.4. Tipos de artes plasticas realizados em Moçambicaque 
1.6.4.1. Pintura 
A pintura é a representação que resulta da aplicação de tinta numa superfície. A realização da pintura requer sempre a presença de um suporte de 
tinta e, se possível, de fixador. Todo o trabalho de pintura caracteriza-se pela presença de cor. 
O conceito de pintura vai sendo aperfeiçoado a medida que os tempos passam e de acordo com os ideais. Inicialmente, a pintura estava relacionada 
com a aplicação ou uso de pigmentos em forma liquida a uma superfície de modo a colori-la. Com o desenvolvimento tecnológico permitiu a 
elaboração de obras de pintura no computador, sem no entanto recorrer o uso de pigmento em forma líquida. 
Ao longo dos tempos, a pintura à óleo algumas das mais importantes obras de pintura, a mesma que também é usada por muitos pintores 
moçambicanos. 
Toda pintura é formada por um meio líquido, chamado médium ou aglutinante, que tem o poder de fixar os pigmentos (meio sólido e indivisível) 
sobre um suporte. 
A escolha dos materiais e técnica adequadas está directamente ligada ao resultado desejado para o trabalho e como se pretende que ele seja 
entendido. Desta forma, a análise de qualquer obra artística passa pela identificação do suporte e da técnica utilizadas. 
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A pintura em Moçambique passou por várias fases, das quais mencionamos: 
a) Fase pré-histórica (pinturas rupestres em vários pontos do país): 
 Pintura rupestre em Manica; 
 Conjunto pictográfico rupestre da serra de Chicolone e Chifumbazi; 
 Os de Riane na província de Nampula. 
b) Fase colonial (anterior a independência): vários artistas abordavam assuntos relacionados com a emergência de uma consciência nacional, como 
é o caso da pintura de grandes representantes como Malangatana, Chichorro e outros. 
c) Fase da independência: criou-se grandes retratos e murais abordando o contexto social e político. Neste momento surgiram muitos artistas 
pintando paredes com expressões revolucionárias que estavam espalhadas por todas as paredes, nos locais públicos. 
Um dos maiores pintores da época contemporânea é Malangatana Valente Guenha, que alem de pintor, cantava, dançava, escrevia poemas, 
participava nas pecas teatrais, trabalhava com a cerâmica, a escultura entre outras actividades, passando assim a ser considerado o embondeiro das 
Artes plásticas de Moçambique. 
 
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1.6.4.2. Região de Moçambique 
A pintura como obra de arte, em Moçambique, é relativamente nova em relação a escultura, pois esta durante muito tempo esteve ligada à pintura 
corporal, isto é, tinha como suporte ou superfície o corpo humano. As pessoas pintavam o seu corpo com fins rituais ou estéticos - basta lembrar o 
rosto pintado de mussiro – e assim se representava a pintura que podia incluir todo o corpo. 
A pintura como obra de arte começa a enraizar-se em Moçambique de forma pronunciada a partir do século XX, com a imigração de alguns pintores 
ou descendentes de colonos vindo da Europa (Portugal) ou Ásia (India) 
Portuguesa-Goa), mas é com fundação do Núcleo de Arte da antiga Lourenço Marques, atual Maputo, que se vai popularizar esta arte, chegando a 
ganhar mais destaque com a entrada de pintores como Malangatana Ngwenya, Jacob e outros. 
1.6.5. Arquitectura Moçambicana 
Arquitectura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para 
determinada finalidade e visando a determinada intenção. Ou, arquitectura é uma actividade que esta virada para a criação de espaços onde o 
Homem pode realizar as suas actividades em condições ambientais e visuais adequadas. 
A arquitectura é arte porque usa edifícios para transmitir sensações estéticas para além do carácter utilitário que esta desempenha na nossa vida. 
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Como em qualquer forma visual, a forma arquitectónica é composta por: 
 Superfície, estruturas, textura, cor, materiais, massa que contribuem para marcar e caracterizar um lugar, uma rua, um jardim, uma cidade. A 
presença da forma arquitectónica num determinado espaço conduz o nosso olhar, procurando percepcionar e sentir o espaço. 
Em Moçambique o urbano e o rural são dois países com evoluções próprias, paralelas ou confluentes, mas ainda muito distantes (ou mesmo em 
distanciamento progressivo...) em termos da expressão de formas diversas de habitar. O camponês, herdeiro das tradições técnicas ancestrais que 
lhe permitem viver em equilíbrio com o meio ambiente, vai, paulatinamente, integrando nos seus saberes e necessidades outras exigências e outras 
possibilidades. Mas está ainda longe das mutações culturais que, um dia, o farão urbanizado. 
1.6.5.1. Características da arquitectura tradicional ou popular moçambicana 
A arquitectura tradicional ou popular é de estrutura simples, de material natural geralmente existentes nas comunidades rurais. 
O conhecimento técnico desta arte obedece os princípios culturais de formação dos seus construtores baseados na transmissão de geração em 
geração, o que as habilidades e capacidades para construções, são transmitidos de avo para o pai, para filho até às gerações posteriores. 
 
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A arquitectura tradicional moçambicana existe ao longo do território nacional de modo particular no campo, por outras palavras, podemos afirmar 
que esta arquitectura é tipicamente campestre pôs com o desenvolvimento industrial as matérias naturais (palha, capim, barro, madeira, etc) 
anteriormente usados, foram sendo substituídos pelas matérias industrialmente produzidas . (cimento, azulejos, tijolos, chapas de zinco, etc.) dando 
lugar ao surgimento das cidades no nosso país. 
Esta arquitectura possui várias características das quais se destacam as seguintes: 
 Planta circular de cobertura cónica; 
 Planta quadrangular de cobertura piramidal a quatro águas. 
 Planta rectangular com cobertura a uma ou duas águas. 
A técnica de construção usada e mais conhecida é a técnica tradicional mas podemos também chamar a técnica de pau-a-pique, aquela que implica 
uma construção à base de material natural (bambu) ou varas entrecruzadas, posteriormente “maticadas” o que significa cobertas de barro ou com 
arreia, para se compor as paredes da casa. 
 
 
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1.6.5.2. Arquitectura urbana e suas características 
Arquitectura Urbana caracteriza-se por integrar áreas tradicionais da Arquitectura, mas de uma forma geral não praticada em conjunto: 
Planejamento, Avaliação e Controle, Gestão Pública, Desenho Urbano, Transporte, Geotécnica, Saneamento e Meio Ambiente, procurando 
acompanhar o avanço tecnológico e incorporando novas técnicas e procedimentos operacionais de Planejamento, Concepção e Produção, ao 
controle da qualidade ambiental das cidades e territórios, no Máximo possível usando a sinergia da dinâmica do desenvolvimento na produção e 
registo da cidade, apoiando e se beneficiando da economia de mercado para a produção da infra-estrutura social. 
 
Em nossa forma de actuação, procura mos desenvolver e criar opções criativas, não convencionais, aos conceitos de cada empreendimento s 
públicos ou privados em seu aspecto institucional e técnico, normalmente com soluções inovadoras. Em significativas oportunidades, nossa 
participação se iniciou no apoio ao cliente, na procura de soluções alternativas a estudos e projectos, muitos dos quais, em fase adiantada de 
desenvolvimento, quando por nossa analise e sugestões , trocou-se de partido para um mais interessante e a custos menores, obtendo melhor retorno 
social e económico. 
 
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1.6.6. Escultura 
1.6.6.1. Escultura Ntaluma 
Escultura é uma expressão artística que se fundamenta na criação de objectos tridimensionais. Alargando o campo estético da pintura, que tem um 
carácter eminentemente visual (embora, durante a última centúria tenha conhecido notável incremento das dimensões sensoriais), a escultura 
adiciona a percepção táctil e as sensações de matéria, volume, peso e espaço. Estas características permitem aproximá-la da arquitectura, 
verificando-se que em muitas culturas era corrente a associação de esculturas com as estruturas arquitectónicas. 
A escultura tradicional pode classificar-se de exenta (quando tem a forma de estátua de vulto redondo) e de relevo (adossada a um plano de suporte) 
- neste caso com as subclassificações de baixo-relevo ou alto-relevo. Pode elaborar-se aplicando vários processos. 
 Entalhe tambémdesignado por cinzelado, um processo subtractivo que se baseia na eliminação de matéria a um bloco de maneira a obter-
se a forma pretendida. 
 Michelangelo constitui um dos expoentes máximos desta técnica de trabalho. 
Embora seja mais frequente o uso de pedra, nomeadamente do mármore, é também possível o emprego de madeira ou de outros materiais mais 
raros, como o marfim. Tanto as esculturas em madeira como as de pedra são muitas vezes policromadas. 
 
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 O modelado, feito com materiais brandos como cera ou argila. Devido à fragilidade do resultado, o modelado usa-se sobretudo para 
esbocetos e estudos preliminares ou ainda como base de criação de moldes para estátuas executadas com metais fundidos. A fundição de 
esculturas, com utilização de moldes remonta à pré-história. 
 
1.6.6.2. Escultura Maconde 
É um tipo de arte escultórica surgido na província de Cabo Delgado, em Moçambique, que ao longo dos tempos se estendeu por todo o território 
nacional. Esta cultura revela grande domínio da técnica do trabalho em madeira mas também grande poder de criação artística, representando 
animais e seres humanos, normalmente em actividades do dia-a-dia da sociedade. Em muitas das suas criações, embora procurando partida 
configuração de tronco de arvore, compõe outras formas fazendo a combinação de cores da parte interna e externa do tronco escolhido. 
Na escultura maconde existe dois estilos mais usados, que são: 
 Shetani: aquela que apresenta figuras fantásticas ou do mundo imaginário. 
 Ujamaa: aquela que apresenta esculturas com rigor técnico de representação anatómica, isto é, respeita as formas naturais para representar 
os seres humanos, assim como os seres animais. 
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Referências bibliográficas 
DE SOUSA, Catarina, Pereira , A importância da Expressão Plástica no 1.º Ciclo do Ensino Básico, Portugal, 2016. 
GUERRA, Cecília Maria das Neves Leal, A arte/expressão plástica numa inter-relação com a matemática/geometria : Um Projeto no Jardim de 
Infância, LISBOA, 2013. 
MIRANDA,Catarina Fernandes Do Carmo, A Expressão Plástica , Seturbal, 2013. 
SOUSA, Raquel Patrícia dos Santos, A Expressão Plástica na Prática Pedagógica: Olhares de Educadores e Professores do 1.º Ciclo do Ensino 
Básico , Ponta Delgada, 2014. 
www.decorapintando.com.br, (Consultado no dia 26/09/2019 pelas 20:57minutos) . 
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