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TCC - Kamila de Araújo Silva

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO - 
UNDB 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
KAMILA DE ARAÚJO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
REQUALIFICAÇÃO DA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA E SEU ENTORNO: um 
estudo de viabilidade de espaços públicos, feiras e mercados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2018 
KAMILA DE ARAÚJO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REQUALIFICAÇÃO DA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA E SEU ENTORNO: um 
estudo de viabilidade de espaços públicos, feiras e mercados. 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado ao Centro Universitário Unidade de 
Ensino Superior Dom Bosco como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel (a) em 
Arquitetura e Urbanismo. 
Orientador (a): Raoni Muniz Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, Kamila de Araújo 
 
 Requalificação da feira da Cidade Operária e seu entorno: um estudo de 
viabilidade de espaços públicos, feiras e mercados. / Kamila de Araújo 
Silva__ São Luís, 2018. 
 85f. 
 Orientador (a): Raoni Muniz Pinto. 
 Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Curso de 
Arquitetura e Urbanismo – Centro Universitário Unidade de Ensino Superior 
Dom Bosco – UNDB, 2018. 
 l. Requalificação – feira. 2. Viabilidade. 3. Espaços públicos. 4. Cidade 
Operária. 5. São Luís 
 I. Título. 
 
CDU 711.163(812.1) 
 
 
 
 
KAMILA DE ARAÚJO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REQUALIFICAÇÃO DA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA E SEU ENTORNO: um 
estudo de viabilidade de espaços públicos, feiras e mercados. 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado ao Centro Universitário Unidade de 
Ensino Superior Dom Bosco como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel (a) em 
Arquitetura e Urbanismo. 
 
Orientador: Raoni Muniz Pinto 
 
 
 
Aprovada em ____/____/2018. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Raoni Muniz Pinto (Orientador) 
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB 
 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Raissa Muniz Pinto 
EXAMINADOR(A) 
 
 
 
_________________________________________________ 
Convidado (a) 
EXAMINADOR(A) 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente а Deus que iluminou 
о meu caminho durante esta caminhada, a minha família 
e amigos pelo incentivo е pelo apoio constante. 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus por ter iluminado todo meu caminho 
durante esta longa jornada e pela sua proteção divina. Agradeço aos meus pais 
Lucilene e Edvaldo por todo apoio e ao meu irmão Paulo Henrique por acreditar 
nos meus sonhos e meus objetivos. Agradeço também a todos aos meus familiares 
que torceram por mim. 
Aos meus professores por todo conhecimento compartilhado, 
especialmente ao professor Raoni Muniz pelo incentivo e dedicação durante as 
orientações deste trabalho. 
Agradeço também ao arquiteto Ulysses Costa pela oportunidade de 
estagiar no seu escritório, que além de um ótimo chefe, foi um excelente professor 
fora da faculdade a qual compartilhou vários dos seus conhecimentos e conselhos 
que fizeram com que eu aprendesse a profissão na prática, obrigada pela 
dedicação e por me apresentar tão bem essa profissão que fizeram só aumentar 
minha paixão pela arquitetura e de ter a absoluta certeza no caminho que quero 
seguir. Agradeço também à arquiteta Laura Kzam por todo ensinamento 
compartilhado, pelos conselhos e pela paciência, foi uma excelente profissional a 
qual admiro muito. 
Sou grata pelas amizades que conquistei durante estes cinco anos de 
formação, dedico parte desta conquista a Cleo Barros, Karla Josefa, Brunna 
Gabriela e Bruna Lima, vocês foram incríveis, obrigada por tornar essa longa 
caminhada mais leve e descontraída, agradeço por todos os momentos que 
passamos juntas entre risadas e desesperos em vésperas de entrega de projeto e 
por todo conhecimento compartilhado, inclusive na “recapitulação” da matéria nos 
dez minutos antes das provas. Levarei vocês por toda a minha vida, tenho um 
imenso carinho por cada uma de vocês. 
Agradeço também a todas a pessoas que contribuíram de forma direta e 
indireta na formação deste trabalho, e claro, principalmente aos feirantes da feira 
da Cidade Operária que disponibilizaram um pouco do seu tempo e atenção para 
ajudar na pesquisa. 
Finalizo este ciclo na sensação de dever cumprido, mas com muitos 
outros a serem conquistados. 
RESUMO 
 
 
Presente trabalho tem como objetivo um estudo de viabilidade da feira da Cidade 
Operária na cidade de São Luís do Maranhão. A feira está situada na principal 
avenida do bairro entre a Avenida Principal 203 e Avenida Esteban 103. O que se 
pretende neste estudo é a análise da atual situação em que a feira da Cidade 
Operária se encontra, a fim de compreender as atividades comerciais exercidas 
em meio ao espaço público onde as barracas que compõe a feira estão locadas 
nas calçadas de circulação de pedestres, nos limites das vias de circulação de 
veículos motorizados e nos canteiros centrais, além dos locais impróprios, 
encontra-se problemas com a manutenção do local em referência ao lixo produzido 
e das barracas impróprias dos feirantes que acabam prejudicando a qualidade dos 
produtos comercializados. Em vista destes problemas, destaca-se um estudo de 
viabilidade para a feira da Cidade Operária, com o intuito de propor o 
remanejamento destes feirantes a uma área próxima do atual local de atividade, a 
fim de proporcionar um local adequado para o desenvolvimento do comércio. Este 
trabalho também busca relacionar a feira do bairro como um elemento significativo 
no espaço urbano, que além das estratégicas de desenvolvimento econômico a 
feira da Cidade Operária é fonte de integração social e da propagação da cultura 
popular. 
 
Palavras-chave: São Luís. Cidade Operária. Espaço Público. Requalificação. 
Feira. 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The present work has as objective a feasibility study of the fair of the Cidade Operária 
in the city of São Luís of Maranhão. The fair is located on the main avenue of the 
neighborhood between Avenida Principal 203 and Avenida Esteban 103. The purpose 
of this study is to analyze the current situation in which the Fair of the Cidade Operária 
is located in order to understand the commercial activities carried out in in the middle 
of the public space where the stalls that compose the fair are located on the pedestrian 
walkways, within the limits of motorized traffic routes and in the central beds, besides 
the improper places, there are problems with the maintenance of the place in reference 
to the garbage produced and to the improper stalls of the fair that end up harming the 
quality of the products sold. In view of these problems, a feasibility study for the Fair 
of the Cidade Operária, with the intention of proposing the relocation of these 
fairgrounds, is an area close to the current place of activity, in order to provide a 
suitable place for the development of trade . This work also seeks to relate the fair of 
the neighborhood as a significant element in urban space, which in addition to the 
strategic economic development Fair of the Cidade Operária is a source of social 
integration and the spread of popular culture. 
 
Keywords: São Luís. Cidade Operária. Public place. Requalification. Fair 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURA 
 
Figura 1 - Stoa , Ágora de Atenas................................................................................8 
Figura 2 – Foro de Roma.............................................................................................9 
Figura 3 – Planta de Bazar Oriental.............................................................................10Figura 4 - Praça de Mercado na área central da cidade............................................11 
Figura 5 - Les Halles em Paris ....................................................................................13 
Figura 6 – A feira brasileira..........................................................................................15 
Figura 7 - Localização do bairro da Cidade Operária...................................................20 
Figura 8 – Área de estudo..........................................................................................22 
Figura 9 - Mapa de Uso...............................................................................................23 
Figura 10 - Mapa de equipamentos urbanos...............................................................23 
Figura 11 - Mapa de malha urbana e acesso..............................................................24 
Figura 12 - Mapa de fluxo de veículo e automotores................................................. 25 
Figura 13 - Fachada frontal do Mercado Público da Cidade Operária.........................27 
Figura 14 - Fachada frontal do Anexo do Mercado Público. ........................................28 
Figura 15 - Barracas improvisadas entre a via e calçada na Av. 103...........................28 
Figura 16 - Barracas improvisadas no canteiro central da Av. 203............ .................29 
Figura 17- Calçada ocupados pelo comércio informal................................................30 
Figura 18 - Automóveis trafegam próximos as barracas de alimentos........................31 
Figura 19 e 20 - Sujeira deixada pelos feirantes após atividades...............................32 
Figura 21 - Lixo acumulado pelos feirantes.................................................................32 
Figura 22 - Barracas improvisadas por feirantes.........................................................33 
Figura 23 - Localização do município de Ananindeua, Pará.......................................36 
Figura 24 e 25 - Apropriação inadequada de barracas no espaço público...................37 
Figura 26 e 27 – Exposição inadequada de produtos alimentícios .............................38 
Figura 28 e 29 - Barracas distribuídas no espaço público..........................................38 
Figura 30 – Localização da nova feira de Ananindeua – Pará...................................40 
Figura 31- Layout da Feira do Quatro.........................................................................41 
Figura 32 - Cobertura da Feira do Quatro...................................................................42 
Figura 33 – Passeio de compras no Mercado Central de Bata..................................43 
Figura 34 –Mercado Central de Bata.........................................................................44 
Figura 35 –Mercado de peixe de Sydney...................................................................45 
Figura 36 – Localização do terreno para implantação da feira da Cidade Operária.....47 
Figura 37 – Vista superior do terreno.........................................................................48 
Figura 38 – Vista frontal a Av. 203...............................................................................48 
Figura 39 – Vista Lateral a Av. Esteban 103..............................................................49 
Figura 40 – Níveis topográficos do terreno................................................................49 
Figura 41 – Proposta para a Av. Esteban 103...........................................................52 
Figura 42- Fluxograma................................................................................................54 
Figura 43- Setorização................................................................................................55 
Figura 44 - Barraca para Hortifruit...............................................................................57 
Figura 45 - Box para venda de Carnes e Pescados ..............................................................57 
Figura 46 - Box para venda de mariscos.....................................................................58 
Figura 47 e 48 - Barracas tipo expositor......................................................................58 
Figura 49- Barracas para venda de especiarias e grão...............................................59 
Figura 50- Perspectiva.,..............................................................................................60 
Figura 51- Planta de situação e Implantação..............................................................61 
Figura 52- Planta baixa...............................................................................................62 
Figura 53- Layout........................................................................................................63 
Figura 54- Cobertura...................................................................................................64 
Figura 55- Corte AA e BB............................................................................................65 
Figura 56- Fachada Principal......................................................................................66 
 
LISTA DE TABELA 
 
Tabela 1 - Horários de funcionamento da feira da Cidade Operária............................27 
Tabela 2 - Tipos de pontos de venda..........................................................................40 
Tabela 3 - Programa de necessidades.......................................................................51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 
2. O ESPAÇO PÚBLICO, MERCADOS, FEIRAS FIXAS E AS FEIRAS LIVRES ... 4 
2.1. O mercado ........................................................................................................ 7 
2.2. Feira Fixa e Feira Livre .................................................................................. 13 
2.3. Requalificação de espaços públicos ........................................................... 16 
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS .......................................................................... 20 
3.1. Feira do Quatro – Ananindeua - Pará .......................................................... 20 
3.2. A Feira e a Arquitetura .................................................................................. 26 
4. A CIDADE OPERÁRIA E A FEIRA .................................................................... 30 
4.1. O Bairro .......................................................................................................... 30 
4.2. A feira ............................................................................................................. 35 
4.2.1. Dados Gerais ............................................................................................... 36 
4.2.2. Diagnóstico .................................................................................................. 39 
4.2.2.1. Áreas de circulação pedestre / veículos.................................................... 40 
4.2.2.2. Práticas Sanitárias .................................................................................... 41 
4.2.2.3. Estrutura das Barracas ............................................................................. 43 
4.2.2.4. Espaço Público ......................................................................................... 44 
4.2.3. Diferentes perspectivas ................................................................................ 44 
5. PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO DA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA ...... 46 
5.1. Programa de Necessidades .......................................................................... 50 
5.2. O projeto......................................................................................................... 52 
6. CONCLUSÃO .....................................................................................................67 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As atividades comerciais públicas que hoje conhecida como feiras, é 
considerada a atividade mais antiga existente na formação de uma sociedade. Iniciada 
apenas como pontos de trocas, tinha como principal objetivo suprir a necessidade de 
subsistência de povos. Porém, foi a partir destes pontos trocas que se iniciaram as 
primeiras manifestações culturais que são refletidos até os dias atuais. 
A partir destas atividades comerciais inicialmente desenvolvidas nos 
espaços públicos, as feiras passaram a ser sinônimo de sociabilidade quando de 
forma espontânea passaram a unir pessoas para interação social, e que a partir deste 
comportamento exercida nos espaços públicos foi concebido um local de encontro de 
diversidades, onde não só se praticava atividades econômicas, mas também áreas de 
encontro, local de lazer e de manifestações políticas e religiosas. 
Diante a importância das atividades comerciais exercidas nos espaços 
públicos, presente pesquisa tem como proposito reforçar o significado das feiras na 
cidade, como um local de identidade, história e propagação de cultura. 
Como área de estudo, foi escolhida a feira da Cidade Operária localizada 
na cidade de São Luís do Maranhão. A escolha do local foi atribuída a partir de 
análises do local, verificando um local de grandes potencialidades de vitalidade 
urbana e ponto interação social entre pessoas no espaço público. 
Para elaboração de estudo tem-se como base de referência teórica os 
principais autores: Lewis Munford, que trata do surgimento do espaço público como 
áreas recreativas no recinto do Ágora e que a partir deste espaço se originaram as 
primeiras manifestações do comércio. Henrique Evers e R. Menezes tratam da 
importância do espaço público como local de manifestação social e econômica e 
discorrem sobre o impacto introdução do automóvel e a privatização dos espaços 
públicos e por fim Leonora Romano que descreve a evolução histórica dos mercados 
públicos e as feiras da cidade. 
Para a fundamentação e base para as possíveis soluções tem como 
principal problemática: Como organizar o espaço público da feira da Cidade Operária, 
a fim de solucionar o comércio informal no seu entorno? 
O problema de pesquisa pode ser respondido partir das seguintes 
hipóteses: o planejamento do espaço público poderá suprir as necessidades de 
vendedores e consumidores, a fim de que sejam concebidos a estes locais 
2 
 
apropriados para o desenvolvimento das atividades comerciais, com espaços 
acessíveis e que não ofereçam riscos aos usuários. Diminuir o comércio informal em 
locais inapropriados e integrá-los às condições legais, ou seja, remanejar 
comerciantes às áreas próprias para o desenvolvimento de suas atividades e 
credenciá-los à associação de feirantes para que os mesmos possam ingressar no 
local de forma legal. E por fim setorizar espaços de atividades a fim de minimizar 
conflitos no espaço público. 
O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um estudo de viabilidade com 
foco na requalificação da área da feira da Cidade Operária abrangendo seu espaço e 
seu entorno. E os objetivos específicos da pesquisa são: compreender o espaço 
público; identificar as necessidades dos consumidores e vendedores; analisar uma 
possível requalificação no espaço público. 
A metodologia de pesquisa está baseada em materiais bibliográficos e 
através de coleta de dados obtidos através de informações levantadas no local por 
meio de entrevistas. Trata-se de uma pesquisa descritiva que ajudara a descrever as 
características do local e seus usuários a partir de coleta de dados e questionários 
aplicados e pesquisa explicativa associada à forma de entendimento do objeto de 
estudo, pois após a descrição da coleta de dados serão identificados os fatores que 
contribuem aos acontecimentos. 
O trabalho de pesquisa está estruturado em seis capítulos, cujo segundo 
capítulo se trata em um breve conceito sobre os tipos de atividades comerciais 
públicas desenvolvida no espaço urbano, abordando a relação entre elas e um breve 
histórico do início de formação destes espaços, destacando a importância dos 
mercados e feiras para o desenvolvimento das cidades. Ainda neste capitulo, é 
abordado o conceito de requalificação de espaços públicos destacando seus 
principais aspectos: econômico, social, ambiental e físico. 
O terceiro capítulo expõe referências projetuais que se assemelham ao 
tema de pesquisa. Como principal referência é apresentada a feira de Ananindeua no 
Pará, cujo os antigos problemas que envolviam o local se comparam aos atuais vividos 
na feira da Cidade Operária e em seguida são abordados exemplos de projetos de 
feira e mercado, cuja arquitetura é o importante elemento da concepção. 
No quarto capítulo é apresentada a área de estudo do trabalho em 
questão. Incialmente será abordado um breve histórico do início da formação do 
bairro da Cidade Operária na cidade de São Luís até os dias atuais e apresentando 
3 
 
um estudo através de mapas que representam os usos, equipamentos urbanos, 
vias de acesso e o sistema de fluxo no local em um raio de 500 (quinhentos) metros. 
Ainda neste capítulo dá-se início à área de desenvolvimento de pesquisa, a feira 
da Cidade Operária, abordando o diagnóstico e os dados gerais obtidos através de 
visitas no local, levantamento fotográfico e por meio das entrevistas e questionários 
realizados com comerciantes, feirantes e consumidores. Foram levantadas 
informações de suma importância para o desenvolvimento de projeto desta 
pesquisa através das principais perspectivas das pessoas que atuam e frequentam 
o local. 
O quinto capítulo descreve as possíveis soluções projetuais da feira da 
Cidade Operária, apresentando o programa de necessidades proposto, fluxograma, 
estudo de mancha e a descrição das diretrizes propostas de desenvolvimento de 
projeto. 
Por fim, no sexto capítulo é desenvolvido as considerações finais do 
trabalho de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. O ESPAÇO PÚBLICO, MERCADOS, FEIRAS FIXAS E AS FEIRAS LIVRES 
 
Desde os registros mais antigos da formação de uma cidade, as relações 
sociais sempre estiveram presentes no cotidiano das pessoas. Os espaços púbicos 
por exemplo, foram e ainda são considerados locais de interesse público para 
desempenhar manifestações políticas, econômicas e sociais. Diante a esta 
importância, os espaços públicos urbanos, desde o princípio, passaram por 
diversas transformações que os fizeram de grande a importância na vida de uma 
cidade. 
 
Ainda que a agricultura estivesse relacionada à subsistência de uma 
comunidade, já se mostrava nesses indivíduos a necessidade da reunião 
de pessoas, de espaços de convivência entre os da mesma aldeia, aqui 
pontuados como momentos de lazer. (MENEZES, 2015, p.12) 
 
Segundo Munford (1998), o centro público se iniciou na cidade da Grécia 
em especifico no recinto do templo, a ágora. Um local antes dedicado 
exclusivamente às orações aos deuses, passou por transformações ao longo dos 
séculos, transformando a ilha estéril em um centro bancário, onde desempenhou 
um importante papel no desenvolvimento do centro comercial helenístico durante 
o século V. Assim a ágora, agora chamada de praça de mercado, tinha como 
objetivo um ponto de encontro para as pessoas se reunirem e fazerem negócios. 
Semelhante lugar de encontro, possivelmente sob uma árvore sagrada ou 
junto de uma fonte, deve ter existido por muito tempo na aldeia: uma área 
suficientemente grande para as danças ou jogos de aldeia pudessem ser 
ali realizados. Todas essas funções da ágora se introduziram na cidade, 
para assumir formas mais diferenciadas no complexo modelo urbano. 
(MUNFORD, 1998, p.167) 
Assim, a ágora durante o tempo tornou-seuma praça pública aberta, 
onde se concentravam pessoas para desempenhar inúmeras atividades que não 
se limitaram ao comercio, mas também como práticas de conexão entre indivíduos, 
tais como, atividades culturais, assembléias, comércio e lazer, tornando-se um 
local cercado de edifícios públicos. 
Mas com o passar dos séculos, pós a introdução do automóvel e a 
modernização das cidades, as atividades antes exercidas nos espaços públicos 
5 
 
passaram a ser mais restritas perdendo assim sua vitalidade. Os espaços públicos 
passaram a ser tratados como espaços de circulação, como pode afirmar Evers 
(2015): 
[...] o cotidiano urbano estava estreitamente relacionado com o uso dos 
espaços públicos. A maior parte das funções urbanas aconteciam em 
conexão com estes espaços, a começar pelas ágoras na Grécia antiga, 
verdadeiros epicentros da vida em sociedade. Principalmente após o 
crescimento do uso do automóvel, estas funções foram deixando de ocorrer 
em espaços públicos, criando um círculo vicioso de degradação do ambiente 
urbano e de aumento das atividades em ambientes privados (EVERS, 2015) 
Sendo assim, o espaço público da cidade passou a ser cada vez mais 
ignorado pela sua população, dedicando parte deste domínio público aos 
automóveis que ocupam boa parte destes espaços em vias de circulação. A vida 
contemporânea também fez com que o homem se distanciasse da vida urbana, 
mudanças de comportamento fizeram com que essas pessoas mudassem seus 
hábitos culturais, preferindo espaços privativos, práticos e climatizados ao invés de 
atividades ao ar livre. 
Embora a maioria dos espaços públicos tenha sido mantida nas estruturas 
urbanas do transcorrer do tempo, sob diversas maneiras de planejar e 
estruturar a cidade, seu caráter social e aglutinador, de certa forma, 
encontra-se enfraquecido em comparação aos espaços públicos “antigos”. 
É possível perceber um processo de abandono e degradação física, 
afetiva e simbólica em relação ao espaço público, gerando locais 
subutilizados na malha urbana, contribuindo para a “desterr itorialização”, 
bem como para o mal aproveitamento da infraestrutura urbana. Diante de 
tal fato, os espaços públicos perdem o caráter de lugares de permanência 
e sim, tornam-se cada vez mais apenas locais de passagem, espaços em 
desuso, que reforçam a percepção de isolamento e de medo.(CHUN1, 
apud. MACÊDO, 2017) 
Atualmente é notável uma preocupação urbanística a respeito do 
abandono das áreas públicas e a priorização dos espaços privados e, em outros 
casos, a tomada das áreas livres existentes das áreas urbanas, transformando-as 
em áreas privatizadas que não apresentam um sistema simbólico aos seus 
 
1 CHUN, D. Espaço Público e conexões urbanas. Trabalho Final de Graduação. Faculdade de 
Arquitetura. Instituto Presbiteriano Mackenzie. São Paulo, SP, 2013. 
6 
 
usuários, com espaços meramente estruturados sem caráter ao seu uso, assim 
gerando conflitos aos habitantes que necessitam de áreas coletivas e de interação 
social. 
Segundo Huet (2001) citado por Abrahão (2008), a lógica do atual 
espaço público urbano é compreendida como um sistema complexo construído de 
hierarquização, com espaços “residuais” sem forma própria de ordenação privada 
do solo de caráter jurídico. Diante a lógica de Huet, Abrahão diz: 
Abrir uma “boa rua”, criar uma “verdadeira praça” tinha para ele mais 
importância do que construir uma escola cuja arquitetura estivesse na 
moda, ou então um magnifico centro cultural colocado em um contexto 
inexistente, pois para ele o espaço público urbano é o espaço que 
condiciona a educação e a cultura, cotidianamente, devendo por isso ser 
a ele acreditado mais importância do que o batalhão de educadores, 
animadores e edifícios que os acolhe, e a multiplicação de obras de arte 
e monumentos tidos como necessários para resolver problemas sociais 
fundamentais, como educação e a cultura. (ABRAHÃO, Sérgio. 2008, 
p.53) 
 Segundo esta linha pensamento, para que uma cidade possa gerar 
cultura e relação social entre indivíduos, não há uma necessidade de 
estruturadores para a criação destes fins. O espaço público livre de forma 
espontânea é capaz de gerar sua própria identidade e transmitir cultura aos seus 
usuários com áreas de entretenimento social onde os mesmos possam participar 
da vida pública. Por estas questões, espaços públicos devem ser valorizados e 
mantidos nas grandes e pequenas cidades com propósito de que todos participem 
do engajamento cívico a fim de que também não forme uma privatização entre 
classes sociais, visto que espaços privatizados tendem a excluir parte da 
população menos favorecida. 
Os espaços públicos devem garantir direitos iguais a todos os cidadãos, 
evitando privatizações de espaços públicos e criando atrativos urbanos para que a 
população possa usufruir de bens e participar do crescimento da cidade. 
7 
 
2.1. O mercado 
A atividade comercial surgiu a partir de uma correlação excessiva das 
atividades agrícolas que se necessitaram de mercadorias para trocas de bens e a 
comunicação entre pessoas. 
No período Neolítico, a agricultura era destinada apenas para a 
subsistência. O aperfeiçoamento das técnicas do cultivo e criação de 
animais, assegurou uma grande produção de excedentes que ao longo do 
tempo passou a ser utilizado como moeda de troca para a aquisição de 
bens do consumo, originando o comércio. (MACEDO, 2017. p. 12) 
A partir desta necessidade, o mercado surgiu como um dos principais 
elementos da estrutura urbana e um dos maiores responsáveis pelo 
desenvolvimento de uma cidade. 
A palavra mercado, proveniente do latim mercatu, significa “lugar de venda 
de gêneros alimentícios e outras mercadorias”, ou seja, lugar de trato, de 
compra e venda ou de troca. O encontro e o contato direto entre 
vendedores, compradores, transeuntes, viajantes permite um mútuo jogo 
de trocas, pois a troca pressupões a conversa para que o negócio seja 
efetivado. (VARGAS2, 2001 Apud. LOPES; VASCONCELLOS, 2010) 
Desta maneira, os mercados possibilitam a criação de espaços sociais 
de forma espontânea que envolvem a interação entre os indivíduos. O mercado 
público é fundamental para o desenvolvimento da cidade em âmbito econômico e 
também oferece bem-estar à sua população. Quando um espaço bem estruturado, 
torna-se um lugar convidativo e fortalece as relações culturais de uma sociedade. 
Os mercados são locais designados a trocas de bens e serviços 
necessário de uma comunidade surgindo a partir da junção de um grupo de 
vendedores e compradores que se articulam entre si em uma estrutura física 
definida. 
O espaço comercial, desde a sua origem, estava representado nas 
cidades sob dois aspectos: 
[...] em locais abertos, originados espontaneamente na rua e sem nenhum 
planejamento, onde era priorizado unicamente o contato direto com o 
público, e em locais planejados, visando abrigar tanto as funções 
 
2 VARGAS, Heliana Comin. O Espaço terciário: o lugar, a arquitetura e a imagem do comercio. O 
Espaço terciário: o lugar, a arquitetura e a imagem do comercio ed. São Paulo: SENAC, 2001. 
8 
 
concernentes à atividade comercial, quanto serviços e apoios, como o 
propósito de facilitar a vida do comerciante e do usuário. ” (ROMANO, 
2004 p.16) 
Os comércios mais estruturados e complexos foram evoluindo ao 
decorrer dos séculos quando a arquitetura passou ter grande importância na 
história e, portanto, os edifícios comerciais passaram a ter mais imponência na 
introdução urbana. 
As primeiras manifestações de espaços estruturadores das atividades 
comerciais, estiveram presentes no recinto da Ágora nas cidades gregas, local 
estrategicamente localizado nas áreas de estrutura social, onde os edifícios de 
maior importância estavam situados como afirma Romano (2010,p.17), “Os 
espaços públicos mais significativos estavam ligados à religião e ao poder 
aristocrático. Assim, os Templos, os Teatros, os Ginásios e os Mercados ocupavam 
os pontos principais das cidades e organizavam a estrutura urbana.” 
A ágora consiste em um espaço plano semi-aberto, localizado próximo 
à fonte e cercado por edifícios públicos, as stoas. As stoas são designadas como 
edifícios públicos servidos de atividades comerciais, distribuídos em uma larga 
estrutura apresentando uma imponência no recinto, possuindo grandes colunatas 
e grandes pórticos. (Figura 1) 
 
Em Roma, as áreas voltadas às atividades comerciais apresentavam 
características semelhantes à ágora grega, pois era destinado a elas um espaço 
público com diversificadas funções. O foro (Figura 2), como era chamado o setor 
comercial, se compreendia em um espaço aberto pavimentado próximo à fonte. Os 
Fonte: Roth, 1993, apud. Romano, 2010 
 
Figura 1 – Stoa , Ágora de Atenas 
 
9 
 
espaços abertos eram cercados por colunatas que davam acesso as lojas 
comerciais voltadas ao artesanato, mercearias, confeitaria, lojas de cerâmica, 
móveis, roupas e bazares como afirma Romano (2010, p. 19). Estas lojas 
localizadas no foro eram chamadas de Insulae, onde junto ao comercio as 
habitações dos comerciantes eram instaladas. 
Além do comércio realizado no foro e nas lojas das insulae, outros 
mercados especializados distribuíam-se pela cidade de Roma: o Forum 
Piscarium, mercado do peixe; o Forum Holitorium, mercado dos legumes; 
o Forum Pistorium, mercado de trigos e farinha; o Forum Suarium, 
mercado de porcos; o Forum Vinarium, mercado de vinhos; o Forum 
Boarium, mercado dos bois.(ROMANO, 2004 p.19) 
 
 
Com o passar dos séculos outras características de comércio foram 
surgindo nas cidades, entre eles o Bazar Oriental que, segundo Romano (2010, 
p.22) “[...] termo originado da língua árabe que significa lugar onde as mercadorias 
são expostas para venda” 
Os bazares eram organizados em áreas livres que funcionavam em 
períodos determinados e com o passar do tempo se tornaram permanentes. Os 
produtos ofertados por estes eram dos mais diversificados e produzidos a partir 
dos derivados da produção agrícola pelos artesãos, tais como móveis, utensílios 
domésticos, armas, tapeçarias e outros. 
O local destinado ao Bazar se concentrava próximo às alamedas onde 
acontecia a vida pública, a Medina, caracterizada entre conjuntos de prédio 
formado pela mesquita (Figura 3). 
Fonte: Peter Conolly, 1998, apud. Romano, 2010 
 
Figura 2 – Foro de Roma 
 
10 
 
“O comércio localizado estrategicamente nas principais artérias de 
tráfego e os incompatíveis sucks, também chamados de lojas ou tendas, dispostas 
em fita, com ou sem cobertura, eram sua típica feição, apresentando-se com este 
formato durante séculos. ” (ROMANO, 2004 p.22) 
 
 
A estrutura do Bazar Oriental foi se modificando no decorrer da baixa 
idade média, ao transcorrer dos anos as tendas foram substituídas por uma 
estrutura complexa e distribuída em galerias que protegiam os comerciantes das 
tempestades de areia e dos ventos quentes que atingiam a região e também como 
forma de defesa contra os saqueadores. 
Na época do fim da baixa idade média e início da alta idade média, se 
desenvolvia a praça de comércio. As feiras regionais voltavam à cidade cujo 
crescimento apresentava caraterísticas espontâneas. As praças de mercado não 
obedeciam a padrões simétricos da malha urbana, mas para o seu melhor 
funcionamento as vias de grande fluxo e área central da cidade eram o local 
estratégico para a formação do comércio (Figura 4). Embora o mercado estivesse 
inserido nas áreas livres urbanas, o mercado apresentava uma organização de 
Fonte: L. Benévolo, 2003 , apud. Romano, 2010 
 
Figura 3 – Planta de Bazar Oriental 
 
11 
 
zoneamento, sem dispor de uma estrutura, os produtos eram ofertados em 
barracas de tendas divididos em setores. 
 
Devido à sua ocupação nas áreas públicas da cidade, o comércio não 
impossibilitou que o mesmo local deixasse de ser um espaço cívico. Assim como 
na ágora, na praça de mercado também eram desempenhadas outras funções além 
do comércio era um local de encontro da população para desempenhar atividades 
políticas, religiosas e que segundo Vargas (2001) citado por Romano (2010) diz 
que: 
As funções mais representativas das praças medievais incluíam, além do 
comércio, as funções cívicas e religiosas e enquanto as praças cívicas se 
desenvolviam em torno de algum edifício municipal e as praças religiosas 
em torno de uma igreja, as praças de comércio não exigiam a presença 
de nenhum edifício, apenas, fluxos de pessoas. (VARGAS, E., 2001, apud. 
ROMANO, 2004 p.26) 
 
Portanto, durante o desenvolvimento do mercado desde os seus 
primeiros assentamentos até os dias atuais, podemos perceber que o setor do 
comércio sempre esteve ligado à importância e ao desenvolvimento da cidade e 
que além de potencializar o setor econômico, também sempre estiveram ligados 
às relações sociais e à formação de identidade de uma sociedade. Foi a partir de 
áreas de vivência de mercado que a população passou a ter engajamento sobre o 
convívio da vida urbana, um ponto de encontro e atividades de trocas de bens. 
Figura 4 – Praça de Mercado na área central da cidade 
 
Fonte: A. E. J. Morris, 1984 , apud. Romano, 2010 
 
12 
 
Os mercados mais estruturados e monumentais como vistos atualmente, 
começaram a ser desenvolvidos a partir do século XV, os chamados mercados 
cobertos tinham como propósito promover a arquitetura nos edifícios mais 
importantes e também impor a riqueza de uma cidade. 
Os mercados cobertos são construções consideradas de âmbito 
monumental de ferro que se desenvolviam nas grandes cidades. No início 
apresentavam diversos serviços além do comércio, como tribunais, prisões, e 
fábricas, mas que ao decorrer da sua evolução foram tratados apenas como 
edifícios comerciais como acontece até os dias atuais. Os mercados cobertos 
apresentavam características do mercado romano, como pode afirmar Romano 
(2010, p.27): “A tipologia formal destes edifícios assemelhava muito à dos 
Mercados romanos, um edifício envoltório delimitando um átrio com colunas, ou 
um edifício de planta basilical, disposto em duas ou mais naves e dois ou mais 
pavimentos” 
A partir de uma exigência maior de melhores condições urbanas, os 
mercados tiveram que estar adaptados às áreas das cidades. Como se tratava de 
uma construção de atração pública, os mercados passaram a ser locados em locais 
estratégicos da cidade, em sua maioria nas áreas centrais e que deveriam ter além 
da estética a arquitetura funcional. A partir de exigências, os mercados começaram 
a fornecer organização nos seus espaços internos, com produtos distribuídos 
conforme o tipo específico e as áreas de circulação mais amplas com diversos 
acessos. Um exemplo deste novo conceito que se estende nos mercados 
contemporâneos é o antigo mercado moderno Les Halles em Paris construído em 
1853 e demolido em 1971. (Figura 5) 
Figura 5 – Les Halles em Paris 
Fonte: L’ Histoire en Ligne.htm. apud Romanos. 2010 
 
13 
 
Segundo Romano (2010), o mercado Les Halles foi o primeiro conceito de 
mercado atacadista localizado na área central de Paris. Apresentava um grande porte, 
considerado uma “cidade intra-muros”, foi projetado por Victor Baltard em sistema 
modular de grandes edifícios de base quadrada, interligados a vãos centrais cobertos 
por sistemas pré-fabricados em aço. Em planta, eram espaços setorizados de acordo 
com o tipo de produto a ser vendido. 
2.2. Feira Fixa e Feira Livre 
Segundo Guimarães (2010, p.05), “as primeiras referências às feiras 
aparecem em meio ao comércio e às festividades religiosas. A própria palavra latina 
feria, que deu origem à portuguesa feira, significa dia santo, feriado.” 
As feiras são atividadescomerciais que se desenvolvem no espaço 
urbano com dias e horários definidos. A principal atividade econômica desenvolvida 
por estas é a comercialização de produtos alimentícios. O que difere uma feira fixa 
de uma feira livre é sua estrutura física. As feiras livres são montadas em barracas 
pelos próprios feirantes e desmontadas após suas atividades, geralmente são 
locadas em vias ou praças públicas em determinados dias, podendo até acontecer 
uma vez por semana. A feira fixa possui um local definido no espaço urbano, suas 
atividades acontecem todos os dias da semana em diversos horários, as barracas 
são de caráter permanentes que não necessitam de desmonte após as atividades 
comerciais. 
A origem das feiras desde o princípio sempre esteve ligada ao ser 
humano como uma organização social e o desenvolvimento da vida social, também 
está atribuído a relação entre o homem e o comércio. O surgimento dos primeiros 
assentamentos comerciais não tinha como objetivo a aproximação do homem com 
as relações sociais e sim apenas como pontos de troca de mercadorias entre 
indivíduos, como afirma Braudel (1998) citado por Almeida (2009): 
 [...] a principal causa da origem das feiras foi a formação de excedentes de 
produção, havendo a necessidade de troca de mercadorias, 
primeiramente, entre grupos vizinhos e, posteriormente, disponibilizando 
os produtos para grupos do entorno das comunidades. O movimento de 
surgimento das feiras foi acompanhado de uma demanda natural das 
pessoas por oferecer um ambiente onde se pudesse agregar a maioria 
dos produtos, disponibilizando-os a um maior número de pessoas, 
14 
 
vendendo ou trocando excessos por outros produtos dos quais se tinha 
falta.(BRAUDEL3, 1998, Apud. ALMEIDA, 2009) 
A palavra feira está atribuída ao termo festa, associado as ocasiões nas 
quais as feiras eram realizadas, geralmente durante os festejos da igreja onde 
passavam centenas de pessoas, os vendedores montavam suas barracas 
estrategicamente nas rotas de alto fluxo. 
As feiras, desde sua primeira manifestação apresentavam 
características de ambientes desorganizados que cresciam de forma orgânica. Os 
problemas que atingiam as primeiras feiras ainda são refletidos em parte das feiras 
urbanas do século XXI, como por exemplo a introdução do comercio em áreas 
inadequadas nas áreas urbanas, não possuindo uma organização estruturada. 
 As feiras tiveram papel importante na formação das cidades brasileiras. 
Os produtos comercializados eram dos mais variados, desde a venda de alimentos, 
também estavam presentes a alfaiataria, barbearia e outros serviços. 
No Brasil, o costume veio com os portugueses e há registros de feiras desde 
a época colonial. Existia a presença das populares quitandas ou feiras 
africanas, que eram mercados em locais preestabelecidos que funcionavam 
ao ar livre. Vendedoras negras negociavam produtos da lavoura, da pesca e 
mercadorias feitas em casa. Do mesmo modo, uma grande variedade de 
produtos que chegavam de navio era comercializada informalmente na Praça 
XV, no Rio de Janeiro. Até que em 1711, o Marquês do Lavradio, vice-rei do 
Brasil, oficializou-as. (GUIMARÃES, 2010, p.06) 
As feiras da cidade brasileira aconteciam nas ruas de forma 
desorganizada e sem práticas higiênicas. Os serviços do comércio eram prestados 
por ambulantes, parte deles por “negros de ganho” e por vendedores de barracas 
que pertenciam às “negras livres”, como ilustra o artista Henry Chamberlain na 
figura 6. 
 
3 BRAUDEL. Fernand. Os jogos das trocas. São Paulo: Martins Fontes, 1998, v.2. 
15 
 
 
Segundo Romano (2004) as barracas das feiras eram construções de 
caráter elementar, formada por quatro esteios retos e uma cobertura de folhas de 
bananeira, utilizada para se proteger do sol. As estruturas eram retiradas após as 
atividades comerciais durante a noite e remontadas pela manhã. Havia também as 
mercadorias vendidas de porta em porta carregadas pelos negros de ganho sobre 
a cabeça, por meio de cestas, bandejas ou caixas. Eram vendidos produtos 
diversos desde de vestuários a utensílios domésticos, animais, joias e outros. 
Com o passar dos séculos as feiras de maneira espontânea passaram a 
ser sinônimo de fenômenos econômicos que proporcionam valores educacionais e 
culturais. 
[...] o caráter comercial da feira livre mascara sua importância na manutenção 
e promoção da cultura popular. Ainda que imerso no discreto dia a dia desse 
evento, as noções de identidade, comunidade, hábitos, relações e 
comunicação aparecem fortemente durante toda a sua duração e possibilitam 
aos indivíduos em situação de subalternidade um sentimento de 
humanização. (GUIMARÃES, 2010, p.07) 
Apesar da feira ter como principal objetivo as atividades econômicas, o 
motivo de seu surgimento está associado ao caráter recreativo, que está, inserido 
na história e identidade de uma comunidade, destacando costumes, cultura, 
valores e integração social. 
Fonte: Blogspot.com (2016). 
 
Figura 6 – A feira brasileira 
 
http://viticodevagamundo.blogspot.com/2013/05/black-brazilians-by-henry-chamberlain.html
16 
 
A feira livre tem um papel importante no desenvolvimento da sociedade, 
pois possibilita a melhor forma de relações sociais e a melhor forma de 
comunicação entre as pessoas. São comunicações face a face sem estabelecer 
uma formalidade. 
2.3. Requalificação de espaços públicos 
Requalificação urbana é o termo utilizado para designar uma melhoraria da 
estrutura urbana, que visa a qualidade de vida da cidade e de seus habitantes. 
Requalificar espaços públicos está atribuído à atividade de recuperação de áreas 
abandonadas ou degradadas, podendo criar um novo uso ao local ou conservar as 
atividades públicas. 
 Recuperar o sentido da ubicação residencial das populações, através de 
múltiplas acções e medidas, que vão da infra-estruturação à valorização da 
imagem interna e externa, passando pela provisão dos adequados serviços 
e pela equidade no acesso ao emprego. Todos os caminhos, da nova rua ou 
da nova aldeia deverão a levar à metrópole, sem traumas de regresso (s). A 
estratégia deve levar a acções que permitam descobrir e qualificar a alma dos 
lugares, pela nossa memória, pela vivência, pelo patrimônio – o que se 
herdou e importa valorizar, como também o que se deve construir no espirito 
do tempo. (CEDRU4, 1995. Apud. MOREIRA, 2007, p. 118) 
Assim podemos dizer que requalificar o espaço significa conservar a vida 
pública, para que determinadas áreas da cidade não fiquem sem uso ou 
abandonadas pela população. É uma forma de que as áreas da cidade não sofram 
uma regressão com o tempo. 
Segundo Moreira (2007), a requalificação urbana está incluída em quatro 
aspectos: econômico, social, ambiental e físico. 
 Econômico 
A requalificação dos espaços urbanos além de fortalecer a vitalidade 
urbana também pode promover atividades rentáveis à população, gerando 
emprego. 
 
4 CEDRU (1990) Valorização de Lisboa – VALIS, CEDRU, Lisboa 
17 
 
O objetivo da requalificação econômica assenta na criação de condições 
adequadas à manutenção de uma atividade econômica rentável. Inclui 
ainda o desenvolvimento de actividades que proporcionem emprego aos 
habitantes da zona, permitindo sua inclusão no tecido produtivo. 
(MOREIRA, 2007, p. 120) 
Dentro do tema de pesquisa, os mercados públicos e as grandes e 
pequenas feiras de rua, potencializam a qualidade de vida urbana. Mercados livres 
também podem oferecer, ainda nos dias atuais, lazer, atividades culturais e 
conexões sociais. 
Verifica-se que o Mercado é um forte elemento de atração de público, e 
que apesar das relações virtuais e impessoais instauradas no modo de 
vida contemporâneo, ele se revela como uma importanteferramenta para 
promover interação social e para estimular o uso de espaço público. 
(MENEZES, 2015, p.17). 
Os espaços públicos não apresentam um único objetivo de atrair 
pessoas a espaços de vivência na cidade, mas também impulsionar o movimento 
econômico de uma região e valorizar o local a qual está inserido. 
 Social 
O bom convívio urbano entre gêneros e classes, depende necessariamente 
do espaço urbano a fim de que todos utilizem de forma igual as áreas comuns da 
cidade. O espaço público tem a principal função de promover convívio entre pessoas, 
circulação, trocas de saberes e ideias. 
O objectivo da requalificação social é cortar o ciclo da pobreza a que 
certas áreas urbanas parecem destinadas, alterando a percepção 
social que se tem delas. Pode ser ainda uma forma de manter 
algumas áreas arquitectonicamente relevantes mediante um 
pequeno encargo financeiro por parte do setor público, que na sua 
recuperação, ou pelo menos na sua manutenção. (MOREIRA, 2007, 
p. 121) 
Portanto espaços urbanos acessíveis e criativos tendem a ser aberto aos 
usuários sem diferenciação. Atratividades locais, como ciclovias, ruas e calçamento 
adequado, mobiliários urbanos, tendem a aproximar as pessoas e resgatar conexões 
18 
 
entre indivíduos. Os espaços públicos pertencem a todos e podem ser utilizadas de 
diversas maneiras. 
 Ambiental 
Um espaço urbano sustentável proporciona a qualidade de vida urbana, 
capaz de regenerar as áreas públicas criando condições necessárias para o 
fortalecimento do convívio social. 
O conceito de qualidade de vida urbana corresponde a um dos objetivos finais 
da requalificação de espaços, uma vez que a sociedade deverá proporcionar 
a cada um de seus membros a melhor qualidade possível, numa logica de 
sustentabilidade da vida urbana. (MOREIRA, 2007, p. 122) 
De acordo com o conceito de Moreira, para que a qualidade de vida urbana 
aconteça, é necessário que seus usuários conheçam a importância dos espaços 
públicos para a cidade e que saibam manter o bem público tornando o local agradável. 
Segundo Ferreira, Lucas e Gato (1999) citado por Moreira (2007): 
A qualidade de vida “oscila entre condições subjectivas e observáveis, ligadas 
com a percepção dos sujeitos relativamente ao seu espaço, às suas 
vivências, às suas necessidades básicas e ao respectivo grau de satisfação 
e entre condições mais objectivas e mensuráveis, como é o caso do 
desenvolvimento econômico, social e cultural atingido por uma determinada 
cidade” (FERREIRA, LUCAS, GATO5 1999. Apud. MOREIRA, 2007 p. 122) 
As áreas verdes são elementos fundamentais para qualidade ambiental 
da cidade, quando inseridas no espaço urbano é capaz e atrair a sua população a 
atividades ao ar livre e promover relações sociais. 
 
 Físico 
De acordo com Nasar (1998) transcrito por Moreira (2007) : 
[...] a cidade pode evocar um sentido de satisfação e prazer. Um lugar 
pode dar uma sensação agradável, criar um ambiente satisfatório, ou 
não. [...] a agradabilidade de um lugar depende bastante das qualidades 
físicas do mesmo, mas não esquece que também depende dos aspectos 
 
5 FERREIRA, V. Matias, LUCAS, J. e GATO, M.A. (1999) Requalificação urbana ou reconservação 
urbanística? In A cidade da EXPO 98- Uma reconservação na Frente Ribeirinha de Lisboa?. 
19 
 
cognitivos e da percepção individual. (NASAR6, 1998, apud. MOREIRA, 
2007 p. 123) 
O espaço público de uma cidade deve apresentar um sentido significativo 
de uso do local. Áreas urbanas próximas ou inseridas em áreas arborizadas e bem 
posicionada quanto as condições geográficas contribuem para corresponder às 
expectativas de seus usuários, de forma que utilizem o espaço público de forma 
agradável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 NASAR, J. (1998) The evaluative image of the city, Sage publications, London. 
20 
 
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 
Os projetos mencionados neste capítulo servirão como referência para o 
desenvolvimento do projeto da Feira da Cidade Operária, e têm como objetivo levantar 
aspectos similares ao local em estudo, com propostas viáveis que se adequam ao tipo 
de pesquisa. 
O primeiro exemplo aqui citado é a Feira do Quatro, também conhecida como 
Feira da Cidade, é uma feira localiza a no município de Ananindeua, Pará. A escolha 
deste projeto de referência se deu por ele se assemelhar aos problemas vividos na 
atual feira da Cidade Operária, problemas de infraestrutura das barracas, trânsito 
caóticos nas proximidades da feira e lixo exposto nas principais vias públicas. 
Ainda neste capitulo são citados outros dois projetos um deles localizado na 
Guiné Equatorial com o Mercado Central de Bata e o projeto de Mercado do Peixe em 
Sydney. Ambos apresentam propostas ousadas de projetos arquitetura, onde espaços 
simples e comuns das feiras públicas se transformam em locais atrativos a partir da 
estética e função, tornando o lugar um espaço público importante para o 
desenvolvimento econômico e social da cidade. Tais projetos trazem consigo o 
objetivo de atrair pessoas às áreas públicas e uni-las a partir da arquitetura. 
3.1. Feira do Quatro – Ananindeua - Pará 
Segundo os dados da prefeitura do município de Ananindeua localizado no 
Pará, a cidade possui uma área de 190,5 km² com mais de 470 mil habitantes. É uma 
região que está integrada a região metropolitana de Belém. (Figura 23). 
Figura 23 - Localização do município de Ananindeua, Pará 
Fonte: Plano diretor de Ananindeua , apud. Feira 
21 
 
O cenário da atual Ananindeua é marcado por uma diversidade de feiras e 
mercados nas principais ruas e avenidas da cidade. Uma das feiras mais conhecidas 
do município é a Feira do Quatro localizada na Avenida Arterial 18. A Feira do Quatro 
caracterizada como uma feira fixa, apresenta um comércio diversificado, com a 
comercialização de produtos alimentícios e produtos fabricados. 
O projeto de um novo espaço físico partiu de um problema do antigo local 
a qual a feira foi instalada. O principal problema que afetava os feirantes e o 
consumidor estava relacionado à apropriação inadequada das barracas que tomavam 
as áreas das vias de circulação de automóveis, calçadas e canteiros centrais da 
principal avenida (Figuras 24 e 25). Em consequência a isto, o trânsito do local estava 
comprometido pelo alto fluxo de veículos e pedestres que circulavam e dividiam o 
mesmo espaço. “Os riscos para a saúde da população proporcionados pela atual 
configuração da feira não se resumem ao ambiente propício a atropelamentos ou 
à inevitável inalação de gases produzidos pelos veículos. ” (FEIRA) 
 
Além do trânsito, os alimentos comercializados no local também 
apresentavam uma má qualidade devido à estruturação da feira, em especial aos 
alimentos frescos, não apresentando padrões suficientes de práticas higiênicas 
(Figura 26 e 27). Assim como o local de estudo, a feira da Cidade Operária, a Feira 
do Quatro também apresentava problemas com o descarte irregular do lixo. O lixo era 
despejado diretamente no chão e o acúmulo destes elementos se tornava fonte de 
fortes odores e consequentemente acabava atraindo animais para o local. 
Figura 24 e 25 - Apropriação inadequada de barracas no espaço público 
Fonte: Feira 
22 
 
 
A Feira do Quatro também apresentava problemas de organização. A 
administração insuficiente caracterizava o local como uma grande “bagunça” no 
espaço urbano apresentando um crescimento orgânico e desordenado (Figura 28 e 
29). 
 
Diante dos problemas destacados da antiga Feira do Quatro, a feira 
apresenta sua importância a cidade, além de proporcionar um movimento econômico 
a cidade, o local apresenta identidade e cultura da sua população, um local de 
encontros sociais que fazem da Avenida Arterial 18 um espaço público vivo. 
Mediante a suaimportância para a cidade foi solicitado um projeto de 
melhoria no local, onde se pudesse oferecer locais adequados para o funcionamento 
Figura 26 e 27 – Exposição inadequada de produtos alimentícios 
Fonte: Feira 
Figura 28 e 29 - Barracas distribuídas no espaço público 
Fonte: Feira 
23 
 
da feira que agregasse qualidade e segurança aos feirantes e para os consumidores. 
O projeto da “Feira da Cidade”, foi criado pelo escritório Meia Dois Nove Arquitetura e 
Consultoria. O projeto já executado constitui na criação de um novo espaço físico para 
abrigar feirantes em suas diferentes atividades comerciais. 
Para início de projeto o escritório responsável levantou os primeiros 
diagnósticos do local evidenciando de forma óbvia o local inapropriado para atividades 
comerciais, por estar localizado em áreas de circulação e sem infraestrutura 
adequada. A solução se daria pela remoção dos pontos de vendas para um local em 
que se pudesse dispor de uma estrutura única a qual pudesse desobstruir as vias 
públicas. O problema de complexidade deste tipo de projeto está além de uma 
intervenção arquitetônica. A vivência do local também influenciou nas decisões 
tomadas para os primeiros partidos do projeto, definir as atividades e a quantidade de 
pessoas que irão utilizar o local é um ponto de suma importância a ser considerado e 
definido. 
O primeiro desafio foi a definição de quais feirantes teriam direito a ocupar o 
novo espaço. Como se sabe, na maioria das feiras ainda desorganizadas 
como a aqui tratada, a população de feirantes é variável, aumentando ou 
diminuindo de acordo com a época do ano. Em alguns casos como esse, 
varia, também, além do número de feirantes, o tipo de produto vendido pelo 
mesmo ponto. Ciente desses fatos, a prefeitura realizou um criterioso 
levantamento no conjunto, identificando-se os feirantes permanentes e os 
produtos por eles comercializados. Elaborou-se, então, um cadastro no qual 
ficou definido o elenco de pontos de vendas e seus responsáveis, para serem 
contemplados com espaços na nova configuração da feira. (FEIRA) 
O novo local da feira livre foi caracterizado como um dos pontos mais 
importantes pois teria que suprir as necessidades dos feirantes e dispor de um local 
amplo e suficiente para que todos os feirantes cadastrados pudessem exercer suas 
atividades. Outro ponto relevante seria encontrar um terreno próximo à área da antiga 
feira, pois o local apresenta boa qualidade em relação ao seu posicionamento na 
cidade, considerado um ponto de referência. Portanto, como estratégia era importante 
que a nova feira estivesse próxima ao local da antiga, assim sua nova existência 
poderia sobreviver ao remanejamento. Diante a esta percepção um novo lote foi 
escolhido, um terreno a cerca de 150 m da antiga feira. (Figura 30). 
24 
 
 
 
O projeto da Feira da Cidade, constitui de um grande pavilhão com área 
total de 3.127, 15m² em área coberta em uma tensoestrutura que oferece 392 pontos 
de vendas dividas em 4 tipos: (Tabela 2) 
 
 
A distribuição do layout possibilitou uma circulação igualitária a todos os 
pontos de venda e organizados conforme seus gêneros, agrupando produtos afins. É 
possível analisar na figura 31, que os produtos de alta venda estão localizados no eixo 
central da feira com a estratégia de que os consumidores circulem por todo local 
beneficiando outros comerciantes de outros segmentos. 
 
 
 
 PONTOS DE VENDAS UNIDADES DIMENSÃO 
TIPO 1 BOX FECHADO 38 8.00m² 
TIPO 2 BOX ABERTO 92 4,25m² 
TIPO 3 ILHA 8 -- 
TIPO 4 BANCAS 254 -- 
Figura 30 – Localização da nova feira de Ananindeua - Pará 
Fonte: Feira 
Tabela 2 – Tipos de pontos de venda 
Fonte: Feira, adaptado pela autora 
25 
 
 
Com poucas partes construídas, a cobertura é o principal destaque da 
arquitetura como poder ser visto na figura 32, onde a estrutura segue a forma 
triangular do terreno. A cobertura apresenta trama hexagonal que se constitui em 
formas de “cálices”, servindo também como sistema de drenagem e a tendas cônicas 
em forma de “guarda-chuva”, apresentam um conjunto de formas e volumes que 
proporcionam uma composição diferençada ao espaço da feira. Além da estética, a 
cobertura de fibra de poliéster contribui para a eficiência ambiental do local, 
possibilitando ventilação constante entre os cálices. 
 
Figura 31- Layout da Feira do Quatro 
Fonte: Archdaily.com 
Figura 32 - Cobertura da Feira do Quatro 
Fonte: Archdaily.com 
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria
26 
 
O objetivo do projeto da Feira do Quatro não somente surgiu de uma 
necessidade de desobstruir as vias públicas e diminuir o comercio informal, o projeto 
surgiu como uma iniciativa da prefeitura para que projetos como esse, se torne 
referência em qualidade para as próximas obras públicas. 
3.2. A Feira e a Arquitetura 
Os projetos apresentados a seguir têm como objetivo evidenciar a 
arquitetura como principal elemento na concepção de feiras e mercados, com a 
intenção de abordar que os elementos arquitetônicos têm um importante significado 
nos espaços públicos, mesmo que apresentem simplicidade em sua função. A 
arquitetura além de promover função estética, pode valorizar e contribuir na qualidade 
dos produtos ofertados, assim como também atrair pessoas à vivência urbana e a 
interagir nos espaços públicos. 
 Mercado central em Bata - Guiné Equatorial 
A proposta do mercado central em Bata foi um projeto premiado do 
escritório de arquitetura MESURA em 2014. O projeto desenvolvido tem como 
proposta criar um espaço capaz de oferecer vitalidade à cidade e introduzir um novo 
conceito de arquitetura de feiras e mercados. 
O mercado central de Bata é um projeto de mercado público que visa 
tornar-se uma referência de projeto de impacto social para a cidade de Bata. Com a 
intenção de melhorar as atividades comerciais na cidade onde os atuais mercados 
atendem de forma precária. 
O local para a instalação do novo projeto está inserido em uma área de 
difícil acesso, cercada por edifícios, que serão conservados no local e serão 
integrados ao projeto transformando o problema em um ponto forte da concepção. O 
projeto tem como principal objetivo propor espaços permeáveis permitindo uma 
relação mais próxima entre os usuários e a vegetação e também disponibilizando 
diversos acessos para que se torne acessível, entre eles tem se a proposta de abrir 
novas vias para circulação de pedestres, criando um passeio de compras (Figura 33). 
27 
 
 
A partir de estratégias sustentáveis os materiais escolhidos para a feira 
visam o clima tropical da cidade, onde há uma predominância do calor e períodos 
chuvosos. Assim foram propostos uma grande cobertura, com várias curvas 
possibilitando aberturas para permitir a entrada de ventilação, e pátios de diversos 
tamanhos dispostos de vegetação que permitem diversos usos no local (Figura 34). 
Segundo os conceitos dos responsáveis do projeto em publicação ao website 
APSAIDAL no ano de 2017: 
 
Estes são os diferentes sistemas projectados: Sol / calor: telhado ventilado 
curvo com treliças e pátios; Pátios; Vegetação que gera sombra e melhora o 
ecossistema. Chuva: telhado inclinado; Recolha de água nos pátios, para ser 
reutilizada. Ventilação: deck duplo. Dobrado forjado. Vegetação; Novo limite 
vegetal (funciona ao nível visual e melhora o ecossistema); Árvores e plantas 
no pátio interior central. (APSAIDAL, 2017, traduzido por THESANZALA, 
2018) 
 
Fonte: Apsaidal.com 
Figura 33 – Passeio de compras no Mercado Central de Bata 
http://www.apsaidal.com/grand-central-market-bata-mesura/
28 
 
 
O projeto novo mercado tem como intuito integrar os mesmos aos espaços 
livres, respeitando as áreas acessíveis e ao mesmo tempo transmitindo movimento e 
sombra,criando diferentes atmosferas com áreas claras e amplas. 
 Mercado de Peixe – Sydney 
O mercado de peixe de Sydney e que segundo o arquiteto Michael Heenan, 
é também chamado de “projeto futuro do ano”, traz consigo uma proposta ousada em 
sua arquitetura e um novo olhar sobre o espaço público urbano (Figura 35). 
A ideia do projeto surgiu a partir de uma firma australiana Allen Jack + 
Cottier que teve como objetivo regenerar toda uma área destinada a um mercado 
existente com uma integração a uma praça pública na zona portuária da cidade. 
Segundo os arquitetos responsáveis do projeto a integração de uma nova arquitetura 
seria capaz de transformar uma área degradada e de mal cheiro em um local que 
pudesse fornecer qualidade nas produções de alimento. A nova proposta tem como 
relação o alimento fresco comercializado no local. 
Segundo a descrição do projeto em entrevista com o site Dezeen, o 
arquiteto Michael Heenan diz: "O novo Sydney Fishmarkets é um dossel de filigrana 
flutuante que tem cerca de 300 metros de comprimento e 150 metros de largura, 
flutuando sobre um novo espaço público importante e um mercado dentro dele". 
Fonte: Apsaidal.com 
Figura 34 –Mercado Central de Bata 
http://www.apsaidal.com/grand-central-market-bata-mesura/
29 
 
O tipo de cobertura escolhida para o projeto foi pensado na introdução de 
uma estrutura chamada de monocoque de fibra carbono em forma de dossel, isto é, a 
cobertura é a própria responsável pela sua estruturação, apresentando sua parte 
inferior reflexiva, como aponta Allen Jack + Cottier no conceito do dossel projetado: 
"Essa copa vem da tecnologia de construção de barcos, [...] a estrutura está no próprio 
tecido. É o material mais leve e mais forte que você pode imaginar". Ainda segundo 
os idealizadores a parte reflexiva da cobertura, tem como objetivo refletir os produtos 
frescos, e refletir o espirito do local, assim como também seus usuários, os barcos, os 
jardins e a água. 
 
O projeto concebido pela firma, ganhou o prêmio Projeto Futuro do Ano de 
2017 no World Architecture Festival em Berlim, mas não ganharam a licitação para 
sua execução não o tornando a realidade, mas seu projeto servirá de exemplo e 
inspiração aos projetos do futuro, onde a estética seja tão importante quanto a sua 
função. 
Figura 35 –Mercado de peixe de Sydney 
Fonte: Dezeen.com 
https://www.dezeen.com/2017/12/22/video-future-project-waf-sydney-allen-jack-cottier-fish-market-movie/
30 
 
4. A CIDADE OPERÁRIA E A FEIRA 
O bairro da Cidade Operaria está localizado a leste da ilha de São luís 
(Figura 7) na região periférica da cidade. Foi um bairro planejado pela companhia 
habitacional do maranhão (COHAB) considerado por seus moradores uma “cidade 
dentro de uma cidade” por ser um bairro autossuficiente no setor econômico. 
 
O presente capítulo tem como objetivo apresentar um breve histórico da 
fundação do bairro da Cidade Operária, apresentando as principais diversidades de 
serviços que um único lugar oferece. 
4.1. O Bairro 
O bairro da Cidade Operária teve sua fundação na década de 80, quando 
a cidade de São Luís passava pelo processo de expansão. Assim como os bairros do 
Angelim, Maiobão, São Raimundo, Jardim América, Vinhais, Cohab Anil I, II, III e IV, 
Cohajap, Cohama, Cohatrac e o bairro do conjunto Ipase como afirma Lopes (2008), 
o bairro da Cidade Operária surgiu como um conjunto habitacional pela Companhia 
Habitacional do Maranhão (COHAB - MA), com recursos do Banco Nacional de 
Habitação (BNH). 
Figura 7 - Localização do bairro da Cidade Operária 
Fonte: Google Maps (2018) - Adaptado pela Autora 
 
31 
 
 Na ocupação das áreas destinadas à população de baixa renda, vai se 
destacar a Companhia Habitacional do Maranhão, COHAB-MA. Nestas áreas 
a Companhia construiu nove dos seus conjuntos, abrigando cerca de 40.000 
habitantes, para uma população urbana de 240.431 na São Luís de 1980” 
(IBGE, 2000. Apud. VASCONSELOS, 2014) 
Com a chegada de grandes indústrias na cidade de São Luís ainda na 
década 80, o setor da construção civil se tornou o grande auge da época gerando 
muitos empregos, o que chamou atenção da população que vivia nas áreas rurais. O 
resultado deste interesse resultou na migração repentina desta população para a 
cidade de São Luís. 
O conjunto habitacional da Cidade Operária visava os trabalhadores e a 
população de baixa renda que saiam do campo em busca de oportunidades de 
emprego nas grandes indústrias de São Luís. Assim no bairro da Cidade Operária 
foram planejadas cerca de 15 mil habitações para atender parte desta população. Mas 
com a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), foram consolidadas apenas 
7.500 moradias, causando grandes transtornos à população provocando disputas e a 
invasão de moradias. 
A ocupação da Cidade Operária deu-se de maneira bem peculiar: no início 
da década de 1980, no governo de João Castelo, foram construídas 7.500 
unidades habitacionais, de um total de 15.000 previstas no projeto. No 
governo posterior, de Luís Rocha, foi realizado o sorteio dessas casas, 
porém, por estarem em completo abandono, encobertas por mato e com 
infraestrutura inacabada, houve a desistência de inúmeros beneficiados do 
projeto; propiciando, portanto, diversas invasões nas moradias. (BURNETT7 
2012, apud. CORREA p. 73) 
No início da implantação do bairro os moradores ficaram insatisfeitos com 
sua localização. Por estar localizado a cerca de 25km do centro da cidade, dificultava 
o deslocamento desta população para o trabalho nas áreas centrais da cidade. 
Com o decorrer do desenvolvimento do bairro e o crescimento habitacional 
constante, o bairro da Cidade Operária se tornou autossuficiente em prestações de 
serviços, passando a não mais depender de outros bairros para se desenvolver. Além 
das moradias, o bairro começou a crescer com grandes e pequenos comércios, 
 
7 BURNETT, Carlos Frederico Lago. Uso do solo e ocupação territorial na região metropolitana de 
São Luís: dinâmica econômica e realidade socioambiental dos municípios de São Luís e São José de 
Ribamar. São Luís: Setagraf, 2012. 
32 
 
instituições de ensino entre elas a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), 
hospitais, como o Hospital Municipal De Urgência e Emergência Clementino Moura, o 
Socorrão 2 e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e grandes lojas de 
departamentos nas principais avenidas (Figuras 9 e 10). 
A Cidade Operária atualmente conta com uma infraestrutura completa com 
ruas e avenidas asfaltadas, abastecimento frequente de água e energia, rede de 
esgoto e transporte público. 
A área de pesquisa deste artigo está localizada em uma das áreas mais 
movimentadas do bairro, entre a Avenida Principal da Cidade Operária 203 e a 
Avenida Esteban 103, onde o mercado público e a feira se desenvolveram. (Figura 
08) 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Área de estudo 
Fonte: Google Maps (2018) - Adaptado pela Autora 
 
33 
 
 
 
 
Figura 9 - Mapa de Uso 
Fonte: Base cartográfica do INCID adaptada pela autora, 2018. 
Figura 10 - Mapa de equipamentos urbanos 
Fonte: Base cartográfica do INCID adaptada pela autora, 2018. 
34 
 
Com um vasto serviço oferecido em um só local, ao decorrer do tempo 
foram surgindo diversos bairros autônomos no entorno da Cidade Operária entre eles, 
Santa Efigênia, Recanto dos Pássaros, Cidade Olímpica, Jardim Tropical, Jardim 
América, entre outros. 
Diante a quantidade de bairros que foram surgindo ao decorrer o tempo, a 
Cidade Operária se tornou o principal acesso que ligam estes bairros às áreas centrais 
da cidade, em consequência, a principal avenida do bairro é bastante movimentada 
em todos os horários e dias da semana (Figura 11). Em função do seu grande fluxo, 
o transito em horários considerados de ponta, apresentam congestionamentos 
frequentes(Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Mapa da malha urbana e acesso 
Fonte: Base cartográfica do INCID adaptada pela autora, 2018. 
35 
 
 
A Cidade Operária devido à sua atual estrutura, ainda não possui espaços 
públicos adequados para atividades sociais, culturais e lazer. O mercado público e a 
feira livre do bairro são os principais pontos de referência da Cidade Operária, 
caracterizados como os espaços públicos que mais atraem as pessoas, sejam elas 
para exercer atividades econômicas ou até mesmo para o desenvolvimento de 
relações sociais. 
4.2. A feira 
As feiras e os mercados públicos, além de promover relações comerciais, 
tem o intuito de reforçar a identidade, laços sociais e a cultura de uma determinada 
sociedade. Além de negociar produtos alimentícios é de fundamental importância que 
seja um lugar atrativo, limpo, organizado e que proporcione segurança aos seus 
consumidores. Ainda que existam grandes redes de supermercados e shopping 
centers, as feiras ainda são bastante frequentadas pela população que procuram por 
diversidade e que prefere o contato mais próximo com as áreas livres da cidade. 
 [...] a feira pode ser compreendida como espaço essencialmente diversificado 
cujas trocas de saberes, vivências são constitutivas da identidade daqueles 
que dela participam. Enquanto veículo de comunicação a feira livre resiste na 
Figura 12 - Mapa de fluxo de veículo e automotores 
Fonte: Base cartográfica do INCID adaptada pela autora, 2018. 
36 
 
modernidade pelo seu caráter popular e cultural como expressão do povo. 
(LIMA; MORAES; SILVA, 2014) 
A feira da Cidade Operaria é um exemplo destes espaços inseridos na 
malha urbana da cidade de São Luís. É um local que oferece atividades econômicas 
ao ar livre e que reúne centenas de pessoas todos os dias. Não se sabe ao certo o 
início da feira da Cidade Operária, mas de acordo com entrevistas com feirantes e 
lojistas a feira teve início em 1995, 8 anos depois da fundação do bairro e desde então, 
as atividades econômicas desenvolvidas no local fazem um bairro independente, 
podendo ser considerado uma cidade satélite de São Luís. 
Atualmente a feira conta com um mercado bastante diversificado. A 
quantidade de diferentes serviços oferecidos é inúmeras, o que atrai os moradores do 
bairro e adjacências. A feira da Cidade Operária conta com uma infraestrutura de um 
mercado público e uma feira localizada entre as avenidas 203 e avenida Esteban 103. 
Para o desenvolvimento desta pesquisa, temos como foco a feira do bairro, 
local que se estende ao longo da avenida 103 e que se expande além dos seus limites 
chegando a ocupar parte da avenida principal. 
 O atual local conta com a estrutura de pequenos comércios fixos de ambos 
os lados da avenida 103 e também por pequenas barracas improvisadas por feirantes. 
4.2.1. Dados Gerais 
A feira da Cidade Operária é considerada uma feira fixa, que funciona todos 
os dias da semana com diferentes tipos de fluxos durante o dia. É comum parte dos 
feirantes e lojistas desempenhar suas atividades pela manhã e à tarde e durante o 
período noturno outros feirantes desempenham suas atividades no local como mostra 
a tabela a seguir (Tabela 01). 
 
 
 
 
 
37 
 
Tabela 1 - Horários de funcionamento da feira da Cidade Operária 
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA 
Seg -Ter- Qua - Qui - Sex - Sab Feira Livre Mercado Varejista 
Diurno Matutino 5:00 / 12:00 8:00 / 12:00 
Diurno Vespertino 14:00 / 17:30 14: 00 / 18: 00 
Noturno 17:30 / 22:00 x 
Domingos e Feriados Feira Livre Mercado Varejista 
Diurno matutino 5: 00 / 12:00 
 
Atualmente a feira conta com a estrutura de um mercado público e um 
anexo construído pelo município (Figura 13 e 14) mas a feira se desenvolve no seu 
entorno com a instalação de barracas improvisadas, não possuindo uma organização 
espacial adequada. As barracas estão dispostas no perímetro das vias de circulação 
dos automóveis e nos canteiros centrais ao longo da principal avenida do bairro 
(Figura 15 e 16). 
 
Fonte: Elaborada pela autora com base as informações de feirantes entrevistados, 2018. 
Figura 13 - Fachada frontal do Mercado Público da Cidade Operária 
Fonte: Autora, 2018. 
38 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Fachada frontal do Anexo do Mercado Público 
Fonte: Autora, 2018. 
Figura 15 - Barracas improvisadas entre a via e calçada na Av. 103 
Fonte: Autora, 2018. 
39 
 
Os serviços oferecidos no local de estudo são os mais diversificados, como 
por exemplo: comercialização de carnes, pescados, aves, frutas, legumes, verduras, 
especiarias e além do gênero alimentício há também a presença de pequenos 
comércios varejistas de cosméticos, confecções de roupas e calçados, armarinhos, 
aparelhos eletrônicos e outros. 
O comercio ambulante também se manifestam no local. São comerciantes 
que não apresentam nenhum tipo de registro para ingressar no local, geralmente 
montam suas mercadorias em expositores, paletes ou mesmo na própria calçada. Os 
principais produtos comercializados por estes são produtos importados, brinquedos, 
acessórios artesanais, eletrônicos e outros. 
4.2.2. Diagnóstico 
Os problemas que prejudicam a feira da Cidade Operária também são 
encontrados nos principais mercados e feiras livres da cidade de São Luís, com locais 
inapropriados para venda de alimentos, problemas com o lixo e esgoto e mercados 
mal conservados, considerados grandes fatores que contribuem para um 
funcionamento inadequado do local, que por fim, acaba prejudicando os consumidores 
e até mesmo o próprio feirante. 
O mercado central localizado no centro histórico de São Luís, também 
considerado um dos principais mercados públicos da cidade, é um exemplo de 
grandes problemáticas que necessitam de atenção, é notável que a estrutura no local 
carece de cuidados. 
Figura 16 - Barracas improvisadas no canteiro central da Av. 203 
Fonte: Autora, 2018. 
40 
 
Na Feira da Cidade Operaria o caso não é diferente quando se aplica em 
comparação ao um dos principais mercados públicos da cidade. A feira funciona no 
entorno do principal mercado público do bairro, mas o comércio se expande além dos 
limites destinado a tal, pois é nos os espaços públicos destinados ao estacionamento, 
passagens e circulação de pedestres, perímetro das principais vias e os canteiros 
centrais que as barracas improvisadas desempenham suas atividades, prejudicando 
tanto os motoristas como também o próprio pedestre. 
4.2.2.1. Áreas de circulação pedestre / veículos 
O trânsito no local considerado como fluxo intenso traz consigo muitos 
transtornos aos motoristas. Um fato preocupante das áreas de fluxo é que os 
pedestres dividem o mesmo espaço com os automóveis, visto que as calçadas estão 
parcialmente tomadas pelo comércio informal. A consequência disto é a probabilidade 
de acidentes no local entre automóveis e pedestres. (Figura 17) 
 
 
Figura 17- Calçada ocupados pelo comércio informal 
Fonte: Autora, 2018. 
41 
 
A passagem de veículos pelo local também é um problema que prejudica a 
qualidade dos produtos oferecidos na feira. Com a passagem frequente dos 
automóveis a emissão de poluentes contribui para a má qualidade dos alimentos 
expostos nas barracas, assim como a poeira que também é constante afeta 
diretamente os produtos (Figura 18). 
 
A acessibilidade inclusiva é inexistente, pois pessoas com mobilidade 
reduzida sentem dificuldade em circular pelo local. As calçadas de apenas 1,20m são 
estreitas e não possuem rampas, obrigando assim cadeirantes a trafegar junto aos 
carros. 
4.2.2.2. Práticas Sanitárias 
As condições sanitárias são um dos principais problemas que envolvem o 
local. Embora alguns feirantes tentem minimizar os problemas higiênicos com a 
utilização de botas, aventais, luvas ou que ainda tentem organizar o seu local de 
trabalho, o lixo e o esgoto exposto dificultam

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